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KITSCH:
O ESTILO
AUSENTE
     José Pirauá
REVISÃO
• O amor platônico faz sentido dentro da
  estética de Aristóteles? Explique.
• Qual a grande contribuição de Kant
  para a estética?
• Por que o trabalho de Fechner é
  criticado e, às vezes, desprezado?
ESTILO KITSCH
• Na falta de um estilo próprio, o kitsch
  apropria-se de uma dúzia de outros
• Kitsch é mais uma maneira de ser, uma
  atitude do que um estilo
• O estilo Kitsch é um suporte objetivável
  dessa atitude
ORIGEM DO TERMO
• Munique, Alemanha, 1860
 - kitschen: fazer móveis novos com velhos
 - verkitschen: vender uma coisa em lugar do
   que havia sido combinado
• Negação do autêntico
CENÁRIO
• O kitsch aparece numa sociedade
  em que há:
 - Interesse pela vida cotidiana (o outro)
 - Valorização das aparências
 - Universalidade do artificial
 - Valorização da atividade de consumo
CONSUMO
• A sociedade de consumo favorece:
 - Crescimento das necessidades
 - Redistribuição das funções
 - Jogo como pretexto de funcionalidade
 - Extinção incorporada
ALIENAÇÃO
• A alienação constitui um traço essencial
  do kitsch
 - O ser é determinado pelas coisas
• Há uma perda da percepção global
• A felicidade cotidiana torna-se um vício
PRAZER
• A sociedade de consumo é movida pela
  busca de um prazer na escala do ser
 - A felicidade cotidiana e para todos
    dá prazer pois agrada o gosto médio
• O prazer é fácil e espontâneo
• A beleza transcendente é destruída
PRINCÍPIOS
1. Inadequação
2. Acumulação
3. Sinestesia
4. Meio-termo
5. Conforto
INADEQUAÇÃO
• Desvio em relação ao objetivo nominal
  ou função proposta
 - Prato decorativo em parede
• Desvio ou distorção da realidade
   - Torre Eiffel em chaveiro
   - Elefante miniatura de porcelana
   - Rato gigante em bronze
ACUMULAÇÃO

• Preenchimento do vazio com o excesso
 - Página sem áreas em branco
 - Óculos de sol com rádio
• Maneirismo, barroco, rococó
SINESTESIA
• Assalto do máximo de canais sensoriais
 - Agenda feminina com cheiro de morango
 - Website informativo com fundo musical
• Uso desproposital: a coisa como um fim
  em si mesmo
MEIO-TERMO

• O kitsch fica a meio caminho do novo,
  opondo-se à vanguarda
• Produz uma arte aceitável para a massa
 - Cinema da comédia romantica
CONFORTO
• Produção da aceitação fácil
• Exigência média como padrão
 - Adaptação à maioria
• Atender às crescentes (recém criadas)
  necessidades do indivíduo
MANIFESTAÇÃO

• Objetos ou mensagens unitárias
• Sistemas ou conjuntos de objetos,
  mesmo que os elementos isolados não
  tenham nada de kitsch
OBJETOS KITSCH

• Sedimentares: empilham-se através do
  tempo
• Transitórios: destinados à extinção
OBJETOS KITSCH
• Geralmente apresentam formas
  que contém:
 - Curvas muito complexas (macarrônicas)
 - Ornamentação rebuscada
 - Muitas cores em alto contraste
 - Materiais que imitam outros
SISTEMA KITSCH

• Empilhamento/excesso
• Heterogeneidade
• Antifuncionalidade
• Sedimentação/acúmulo aleatório
CARACTERÍSTICAS
1. Consumo rápido
2. Dinamismo
3. Pré-fabricação do efeito
4. Estereótipos
5. Desvio de funcionalidade
6. Horror ao vácuo
CARACTERÍSTICAS
7. Ornamentação
8. Inautenticidade
9. Mediocridade
10.Mentira artística
11.Repertório reduzido
12.Trapaça
CONSUMO RÁPIDO
 “O fenômeno Kitsch baseia-se
 em uma civilização que produz
 para consumir e cria para produzir,
 em um ciclo cultural onde a noção
 fundamental é de aceleração”
 Moles (2001)
DINAMISMO
• O kitsch está sempre entrando e saindo
  de moda
• Permeia tanto o mau gosto quanto
  o bom gosto
 - A arte banalizada ou o banal representado
    na arte
PRÉ-FABRICAÇÃO
• Intenção inserida no objeto de provocar
  um efeito específico no indivíduo
 - Imagem da felicidade perfeita em anúncios
 - Risadas gravadas em seriados de humor
 - Trilhas sonoras tristes ou felizes nos filmes
ESTEREÓTIPOS
• O kitsch se vale das figuras
  estereotipadas e do senso comum
 - Vovó cozinheira
 - Dona de casa com avental
 - Pai trabalhador de terno
DESVIO DE FUNCIONALIDADE


• Certos objetos sugerem uma
  funcionalidade, mas são decorativos
• A forma sobrepõe-se à função
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HORROR AO VÁCUO

• As superfícies dos objetos são repletas
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ORNAMENTAÇÃO


• O ornamento resolve o problema do
  horror ao vácuo
INAUTENTICIDADE
• Imitação como valor fundamental
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MEDIOCRIDADE

• O kitsch é a arte de massa, direcionado
  ao gosto médio
• Inova com moderação (meio-termo)
MENTIRA ARTÍSTICA

• Falsa representação do mundo
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• Um código amplo é traduzido num
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 - O best seller substitui o texto inovador
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• É vender gato por lebre
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• O funcionalismo emerge como reação
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• É uma reação sócio-cultural ao kitsch
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• O funcionalismo é ascético
 - Luta contra a inutilidade e decoração
 - Produz objetos difíceis e duradouros
• Cria um conflito com o consumismo
 - A ética do consumo é anti-ascética
 - Valoriza-se o supérfluo e o efêmero
NEOKITSCH
• Para cada objeto inútil, várias
  funcionalidades
• O kitsch é sacralizado
 - Novo período da arte
• A publicidade cria necessidades
 - O cidadão médio resiste, mas entrega-se
    aos prazeres do cotidiano
PÓS-MODERNISMO
• Simulacro, niilismo e ecletismo
 - O falso é mais desejado
 - Tudo é supérfluo
 - Todos os estilos são misturados
• O kitsch é quase regra
INTENCIONALIDADE
• O kitsch intencional: suvenirs
 - Uso dos princípios do kitsch para favorecer
    o gosto médio, o gosto da maioria
• O kitsch não-intencional: gadgets
 - Desproporção inconsciente entre meios
    e fins
SUVENIRS
• Cartões-postais
• Camisas de viagem
• Objetos de devoção
 - Satinhos
 - Talismãs
• Artigos para presente
GADGETS

• Chocolate-brinquedo
• Rádio-despertador-abajur
• Caneta-lanterna
• Canivete de infinitas funcionalidades
O KITSCH
É BOM OU MAU?
QUESTÕES
• Deve-se oferecer ao público o que ele
  pede? Explique.
• Um objeto que use a proporção áurea
  é kitsch? Explique.
• Kitsch implica em mau gosto? Explique.
REFERÊNCIAS
• MOLES, Abraham. O kitsch. 5ª ed.
  São Paulo: Perspectiva, 2001.
• KIELWAGEN, W. J. Kitsch & design
  gráfico ou: teoria e prática do mau
  gosto. Joinville: Ed. do Autor, 2005. pp.
  14-24.

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  • 1. KITSCH: O ESTILO AUSENTE José Pirauá
  • 2. REVISÃO • O amor platônico faz sentido dentro da estética de Aristóteles? Explique. • Qual a grande contribuição de Kant para a estética? • Por que o trabalho de Fechner é criticado e, às vezes, desprezado?
  • 3. ESTILO KITSCH • Na falta de um estilo próprio, o kitsch apropria-se de uma dúzia de outros • Kitsch é mais uma maneira de ser, uma atitude do que um estilo • O estilo Kitsch é um suporte objetivável dessa atitude
  • 4. ORIGEM DO TERMO • Munique, Alemanha, 1860 - kitschen: fazer móveis novos com velhos - verkitschen: vender uma coisa em lugar do que havia sido combinado • Negação do autêntico
  • 5. CENÁRIO • O kitsch aparece numa sociedade em que há: - Interesse pela vida cotidiana (o outro) - Valorização das aparências - Universalidade do artificial - Valorização da atividade de consumo
  • 6. CONSUMO • A sociedade de consumo favorece: - Crescimento das necessidades - Redistribuição das funções - Jogo como pretexto de funcionalidade - Extinção incorporada
  • 7. ALIENAÇÃO • A alienação constitui um traço essencial do kitsch - O ser é determinado pelas coisas • Há uma perda da percepção global • A felicidade cotidiana torna-se um vício
  • 8. PRAZER • A sociedade de consumo é movida pela busca de um prazer na escala do ser - A felicidade cotidiana e para todos dá prazer pois agrada o gosto médio • O prazer é fácil e espontâneo • A beleza transcendente é destruída
  • 9. PRINCÍPIOS 1. Inadequação 2. Acumulação 3. Sinestesia 4. Meio-termo 5. Conforto
  • 10. INADEQUAÇÃO • Desvio em relação ao objetivo nominal ou função proposta - Prato decorativo em parede • Desvio ou distorção da realidade - Torre Eiffel em chaveiro - Elefante miniatura de porcelana - Rato gigante em bronze
  • 11. ACUMULAÇÃO • Preenchimento do vazio com o excesso - Página sem áreas em branco - Óculos de sol com rádio • Maneirismo, barroco, rococó
  • 12. SINESTESIA • Assalto do máximo de canais sensoriais - Agenda feminina com cheiro de morango - Website informativo com fundo musical • Uso desproposital: a coisa como um fim em si mesmo
  • 13. MEIO-TERMO • O kitsch fica a meio caminho do novo, opondo-se à vanguarda • Produz uma arte aceitável para a massa - Cinema da comédia romantica
  • 14. CONFORTO • Produção da aceitação fácil • Exigência média como padrão - Adaptação à maioria • Atender às crescentes (recém criadas) necessidades do indivíduo
  • 15. MANIFESTAÇÃO • Objetos ou mensagens unitárias • Sistemas ou conjuntos de objetos, mesmo que os elementos isolados não tenham nada de kitsch
  • 16. OBJETOS KITSCH • Sedimentares: empilham-se através do tempo • Transitórios: destinados à extinção
  • 17. OBJETOS KITSCH • Geralmente apresentam formas que contém: - Curvas muito complexas (macarrônicas) - Ornamentação rebuscada - Muitas cores em alto contraste - Materiais que imitam outros
  • 18. SISTEMA KITSCH • Empilhamento/excesso • Heterogeneidade • Antifuncionalidade • Sedimentação/acúmulo aleatório
  • 19. CARACTERÍSTICAS 1. Consumo rápido 2. Dinamismo 3. Pré-fabricação do efeito 4. Estereótipos 5. Desvio de funcionalidade 6. Horror ao vácuo
  • 20. CARACTERÍSTICAS 7. Ornamentação 8. Inautenticidade 9. Mediocridade 10.Mentira artística 11.Repertório reduzido 12.Trapaça
  • 21. CONSUMO RÁPIDO “O fenômeno Kitsch baseia-se em uma civilização que produz para consumir e cria para produzir, em um ciclo cultural onde a noção fundamental é de aceleração” Moles (2001)
  • 22. DINAMISMO • O kitsch está sempre entrando e saindo de moda • Permeia tanto o mau gosto quanto o bom gosto - A arte banalizada ou o banal representado na arte
  • 23. PRÉ-FABRICAÇÃO • Intenção inserida no objeto de provocar um efeito específico no indivíduo - Imagem da felicidade perfeita em anúncios - Risadas gravadas em seriados de humor - Trilhas sonoras tristes ou felizes nos filmes
  • 24. ESTEREÓTIPOS • O kitsch se vale das figuras estereotipadas e do senso comum - Vovó cozinheira - Dona de casa com avental - Pai trabalhador de terno
  • 25. DESVIO DE FUNCIONALIDADE • Certos objetos sugerem uma funcionalidade, mas são decorativos • A forma sobrepõe-se à função - Formas inúteis
  • 26. HORROR AO VÁCUO • As superfícies dos objetos são repletas de símbolos ou adornos • O vazio é espaço desperdiçado
  • 27. ORNAMENTAÇÃO • O ornamento resolve o problema do horror ao vácuo
  • 28. INAUTENTICIDADE • Imitação como valor fundamental • Materiais que imitam outros - Pedra imitando concreto armado na Sagrada Família de Gaudi - A cópia substitui o original
  • 29. MEDIOCRIDADE • O kitsch é a arte de massa, direcionado ao gosto médio • Inova com moderação (meio-termo)
  • 30. MENTIRA ARTÍSTICA • Falsa representação do mundo - Cores alteradas para agradar mais - Grandeza desproporcional • Precisamos da ilusão para viver?
  • 31. REPERTÓRIO REDUZIDO • Um código amplo é traduzido num código reduzido - O best seller substitui o texto inovador - O resumo substitui a obra integral
  • 32. TRAPAÇA • É vender gato por lebre • Quando é intencional constitui um tipo de corrupção
  • 33. “USE, NÃO ABUSE” TORNA-SE “USE E ABUSE”
  • 34. DESDOBRAMENTOS • O funcionalismo emerge como reação • Após sua crise, desagua no neokitsch
  • 35. FUNCIONALISMO • É uma reação sócio-cultural ao kitsch - A adaptação ao objetivo é bela - A forma deve seguir a função - A beleza é o brilho da verdade - É preciso aceitar o produto como é
  • 36. CRISE DO FUNCIONALISMO • O funcionalismo é ascético - Luta contra a inutilidade e decoração - Produz objetos difíceis e duradouros • Cria um conflito com o consumismo - A ética do consumo é anti-ascética - Valoriza-se o supérfluo e o efêmero
  • 37. NEOKITSCH • Para cada objeto inútil, várias funcionalidades • O kitsch é sacralizado - Novo período da arte • A publicidade cria necessidades - O cidadão médio resiste, mas entrega-se aos prazeres do cotidiano
  • 38. PÓS-MODERNISMO • Simulacro, niilismo e ecletismo - O falso é mais desejado - Tudo é supérfluo - Todos os estilos são misturados • O kitsch é quase regra
  • 39. INTENCIONALIDADE • O kitsch intencional: suvenirs - Uso dos princípios do kitsch para favorecer o gosto médio, o gosto da maioria • O kitsch não-intencional: gadgets - Desproporção inconsciente entre meios e fins
  • 40. SUVENIRS • Cartões-postais • Camisas de viagem • Objetos de devoção - Satinhos - Talismãs • Artigos para presente
  • 41. GADGETS • Chocolate-brinquedo • Rádio-despertador-abajur • Caneta-lanterna • Canivete de infinitas funcionalidades
  • 42. O KITSCH É BOM OU MAU?
  • 43. QUESTÕES • Deve-se oferecer ao público o que ele pede? Explique. • Um objeto que use a proporção áurea é kitsch? Explique. • Kitsch implica em mau gosto? Explique.
  • 44. REFERÊNCIAS • MOLES, Abraham. O kitsch. 5ª ed. São Paulo: Perspectiva, 2001. • KIELWAGEN, W. J. Kitsch & design gráfico ou: teoria e prática do mau gosto. Joinville: Ed. do Autor, 2005. pp. 14-24.