1. Texto e leitor: prospectos interativos na construção do sentido
parafrástico e polissêmico.
No que tange às atuais metodologias utilizadas pelos docentes da rede
básica de ensino, vemos a crescente perda do espaço da leitura nas escolas
que, mesmo quando utilizada, é explorada de maneira restrita e passiva entre
os alunos. Visando trazer novas perspectivas acerca do papel da leitura como
base do ensino multidisciplinar, enfocamos essa em várias perspectivas de
forma a evidenciar o vasto campo a ser explorado pelos professores, bem
como os vetores que implicam neste processo. Como metodologia adotada
para o desenvolvimento do presente trabalho, tomamos uma revisão
bibliográfica de aporte teórico básico em Robert Sternberg (2008) e Isabel Solé
(1998), partindo do pressuposto de que a compreensão é uma capacidade
cognitiva (STERNBERG, 2008) e de que a leitura se baseia em um processo
interativo de significação (RUMELHART, 1985) amplamente influenciado pelas
condições de produção e pela situacionalidade do leitor no momento da leitura.
Além disso, cabe salientar a necessidade de apreciação das ideologias na
construção dialógico-compreensiva de sentidos na relação autor-texto-leitor,
bem como o contexto sócio histórico. Como conclusão parcial deste trabalho,
observamos a urgência da adequação dos métodos pedagógicos atuais, tanto
no ensino de língua materna, quanto em qualquer área de ensino,
considerando o aluno/leitor enquanto subjetividade, e acima de tudo, usar o
texto enquanto materialidade discursiva e não mais apenas como pretexto para
o ensino gramatical. Por este ser um trabalho ainda em desenvolvimento não
possuímos resultados finais acerca dos processos aqui elencados, mas, o que
desde já se torna evidente é que, embora manifestado nos PCN (1998), na sala
de aula ainda são utilizados modelos pedagógicos que privilegiam a leitura
como ato de decodificação, onde oralizar é sinônimo de compreender e
destacar marcas superficiais é sinônimo de eficiência interpretativa. Neste
contexto, urge a necessidade de desenvolvimento da leitura de maneira que
abranja o discurso textual de maneira holística; não mais como segmentação
de orações sintaticamente construídas em pretexto de ensino de uma pseudo
língua, e sim ato discursivo, reflexo da subjetividade e da concretude sócio
histórica. A presente pesquisa está vinculada ao Programa institucional de
Bolsa de Iniciação a Docência (PIBID), financiado pela CAPES, da
Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), campus Jaguarão.
Palavras chave: Leitura; construção de sentido; aprendizagem
significativa.