A leitura é um processo ativo e complexo que requer decodificação de letras e integração de significados. Há duas premissas fundamentais para boas práticas de leitura: 1) a leitura envolve a construção subjetiva de significados baseada nos conhecimentos do leitor; e 2) o texto oferece pistas mas não contém um único significado. É importante que professores entendam como os leitores constroem significado e desenvolvam habilidades de leitura.
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Como ensinar leitura ativa e construção de significado
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A leitura é uma atividade muito complexa que requer, além da identificação das letras, a decodificação, o
conhecimento dos significados e a integração sintática das palavras. Isto é, a leitura é um processo ativo e
interativo, pois “é mediante a interação de diversos níveis de conhecimento, como o conhecimento linguístico,
o textual, o conhecimento do mundo, que o leitor consegue construir o sentido do texto”. Por essa visão, a
leitura torna-se um processo ativo e interativo (Kleiman, 1992, p. 13).
Quais seriam as premissas para boas práticas de leitura?
Como ponto de partida, consideramos importante recuperar, brevemente, algumas contribuições teóricas que
provavelmente já são conhecidas pelos professores. São conteúdos provenientes, sobretudo, de estudos
acadêmicos sobre a linguagem e a leitura, os quais embasam vários documentos oficiais que constituem
parâmetros para a organização dos programas de ensino de Língua Portuguesa. Sendo assim, a concepção
de leitura que aqui apresentamos assenta-se em duas premissas fundamentais:
ƒ A leitura é uma construção subjetiva de significados, ou seja, os sujeitos leitores atuam sobre o texto
a partir de um vasto conjunto de conhecimentos acumulados e estruturados em função da vivência
em uma determinada cultura. Diante de um texto, os leitores acionam seus conhecimentos de mundo,
que podem ser menos formalizados ou mais formalizados, como aqueles sobre os textos e a língua
adquiridos na escola.
ƒ O texto não porta um sentido, ou seja, o “significado” não está no texto; este nos oferece um conjunto de
pistas que guiam o leitor na tarefa de construção de sentido que é a leitura.
Essas duas premissas precisam ser seriamente consideradas, se desejamos construir boas práticas de
mediação na escola. A adesão a essas proposições, inclusive, pode implicar na reconsideração de algumas
atitudes dos professores em sala de aula. Um exemplo disso é a prática comum de considerar correta ou
mais autorizável somente a leitura do professor ou do livro didático, o que aponta para uma concepção de
leitura radicalmente diversa da que aqui assumimos.
Éimportantequeprofessoresemediadoresdeleituracompreendamosprocedimentoseestratégiasenvolvidos
na construção de sentido dos textos e desenvolvam uma reflexão sobre a natureza das habilidades de leitura
e sobre as capacidades linguísticas relacionadas a elas. Esse conhecimento é fundamental para ensinar os
leitores em formação a agirem de forma mais consciente sobre o texto, como fazem aqueles mais proficientes.
O QUE É LEITURA E O QUE
FAZ UM LEITOR FLUENTE?