1. RELIGIÃO 008 [História da Igreja)<br />P. Antenor de Andrade<br />Perseguições contra os Cristãos<br />Motivos<br />A partir do Imperador Nero, não havia mais confusão entre Judeus e Cristãos, de modo que as perseguições dirigiam-se diretmente contra os Cristãos.<br />Um fato que muito influenciou no espírito hostil dos perseguidores foi o impulso dado à religião estrangeira pelas duas colunas da Igreja, Pedro e Paulo. Eles em pouco tempo conseguiram converter milhares de pagãos ou judeus para o Cristianismo.<br />Um pavoroso incêndio devastou Roma no ano 64. Nero foi acusado pela opinião pública de tê-lo provocado para em seguida realizar seu projeto de grandes construções sobre a terra calcinada. O astucioso e cruel monarca conseguiu reverter a situação em seu favor, prendendo os cristãos e torturando-os, até que eles confessassem que tinham sido os próprios a incendiarem a grande cidade, capital do Império.<br />O historiador Tácito deixou relatos pavorosos sobre aqueles dias em que os seguidores de Cristo eram cassados e martirizados. Os que forçadamente não “confessaram” a própria culpa sobre a devastação da cidade foram impiedosamente chassinados com as mais martirizantes das mortes.<br />«Alguns vestidos com peles de animais, são estraçalhados pelas feras; outros amarrados a cruzes, eram besuntados com produtos inflamáveis (e) transformados em tochas que iluminavam a noite».<br />Os Romanos eram politeistas. O monoeismo e o proselitismo dos Cristãos cada vez mais envolvente e activante começaram a incomodar Nero e os magistrados romanos. <br />Roma e o sincretismo religiosoÉ sabido que Roma era bastante tolerante em termos de cultos e ritos. Cada cidade do Império cultuava seus próprios deuses. Essa tolerância estava subordinada no entanto ao acordo das etnias com alguns princípios fundamentais. Os grupos étnicos continuavam com suas divinidades originárias e protetoras, mas como a idéia de deus estava em todos os lugares era inteligente, conveniente mesmo prestar culto também aos deuses estranhos. Desse modo os consquistadores realizavam um acordo sincrético com os conquistados: vivia-se a Representação do deus Baal, a quem eram imoladas crianças.<br />unidaDe na universidade. O deus latino Júpiter correspondia à divindade grega:Zeus. Saturno era o mesmo que o deus cartaginês Baal(não o Baal cananeu) e o Teutates dos gauleses correspondia ao romano Marte.<br />O Imperador Augusto<br />Os povos conquistados, embora conservando seus deuses e crenças, eram no entanto obrigados a aceitarem a religião reformada por Augusto. Esta adesão era uma garantia de fidelidade a Roma, também ela como o Imperador considerados divindades. O culto à Cidade e ao Imperador prestado por todo o Império era uma garantia da unidade das provincias com a Capital.<br />Os judeus<br />Os judeus eram uma excessão à regra. Não podiam se contaminar prestando culto a deuses pagãos. Seus ritos e costumes particulares tornavam-os um grupo isolado e de difcil conversão até mesmo para o Cristianismo. Mas, como a política tem razões que a própria razão desconhece, os Romanos mantiveram com eles um estatuto especial. O acordo valia para os Judeus da Diáspora e durou até mesmo durante a insurreição da Judéia e após o ano 70, quando Tito invadiu Jerusalém.<br />A religio illicita<br />Durante todo o tempo em que os Cristãos foram confundidos com os Judeus gozaram dos mesmos privilégios, até porque os seguidores de Cristo respeitavam os poderes constituidos. No entanto, com o passar do tempo o monoteismo cristão passou a ameaçar o Império. Eles não faziam acepção de pessoas ou raças e conseguiam adeptos em todas cidades. Diferentemente do Judaismo tolerado e detentor de um estatuto especial, o Cristianismo não gozava de nenhum privilégio diante das autoridades. Esta situação fez com que a religião de Pedro e Paulo se tornasse uma Religio Illicita, ou seja uma religião fora da lei, não autorizada pela lei romana. Seus adeptos tornaram-se vulneráveis, pois poderiam ser perseguidos. Ficavam à mercê das autoridades que no momento que julgassem necessário poderiam mover-lhes uma perseguição.<br />Nero tornou-se um dos mais famosos e cruéis perseguidores pois julgava «aqueles indivíduos detestados pelas abominações que cometiam»(Tácito). Deviam ser castigados porque odiavam o gênero humano.<br />«As acusações de assassinato ritual e de incesto, lançadas contra os Cristãos, começam verossímilmente a tomar corpo na época de Nero. Difundir-se-ão nos ambientes cultos e populares no final do século».<br />Quando da 1ª Revolta hebraica os poderes romanos parecem ter esquecidos os Cristãos para reiniciarem as perseguições no tempo de Domiciano (81-96).<br />Província da Judéia no 1º século.<br />