O documento discute o desejo de Deus de morar entre seu povo e como Jesus iniciou a construção de uma nova comunidade humana composta por muitos povos. A mobilidade humana está mudando o conceito de povo e Deus quer morar entre todos os povos, não apenas um. A diversidade deve ser valorizada e cada um deve se identificar com o outro.
12. Olhamo-nos muitas vezes com desconfiança, suspeita, medo.
Ficamos fazendo guerra uns contra os outros.
13. E no entanto, Deus é Pai de todos, ama-nos a
todos e a cada um.
14. Não quer morar com um povo – “o nosso,
naturalmente”, é o que se pensa logo – e abandonar
os outros povos. Para Ele somos todos filhos e filhas
Dele, somos uma única família.
15. Vamos então exercitar-nos, orientados pela Palavra de Vida
deste mês, em valorizar a diversidade, em respeitar o outro,
em olhá-lo como uma pessoa que me pertence: eu me identifico
com o outro, o outro se identifica comigo; o outro vive em mim,
eu vivo no outro.
16. Começando pelas pessoas com as quais vivo todo dia. Desse
modo podemos abrir espaço para a presença de Deus entre
nós. Será Ele que irá compor a unidade, que vai
salvaguardar a identidade de cada povo, criar uma nova
socialidade.
17. Chiara já tinha intuído isso em 1959, numa página de extrema
atualidade e de incrível profecia:
18. “Se um dia os homens, não como indivíduos, mas como povos
[...] souberem pospor-se a si mesmos, a ideia que têm de
suas pátrias, [...] se fizerem isto pelo amor recíproco
entre os Estados, que Deus exige, como exige o amor
mútuo entre irmãos, aquele dia será o início de um tempo
novo, porque naquele dia [...] Jesus estará vivo e presente
entre os povos [...].
19. Estes são os tempos em que cada povo deve ultrapassar os
próprios confins e olhar além. Chegou o momento em que a
pátria do outro deve ser amada como a própria, em que o
nosso olhar deve adquirir uma nova pureza.
20. Não basta o desapego de nós mesmos para sermos cristãos.
Hoje os tempos exigem algo mais do seguidor de Cristo, uma
consciência social do cristianismo [...].
21. [...] Nós esperamos que o Senhor tenha piedade deste
mundo dividido e disperso, destes povos trancados na
própria casca a contemplar a própria beleza – para eles
sem igual – limitada e insatisfatória, a defender com
dentes cerrados os próprios tesouros
22. – a resguardar até aqueles bens que poderiam servir a outros
povos nos quais se morre de fome – e faça cair as barreiras e
jorrar em fluxo ininterrupto a caridade entre terra e terra,
torrente de bens espirituais e materiais.
23. Esperamos que o Senhor componha uma ordem nova no mundo,
Ele, o único capaz de fazer da humanidade uma família e de
preservar as distinções entre os povos para que, no esplendor
de cada um, posto a serviço do outro, reluza a única luz de vida
que, embelezando a pátria terrena, faz dela a antessala da
Pátria eterna.”
24. Texto de Padre Fabio Ciardi OMI
Gráfica Anna Lollo em colaboração com padre Placido D’Omina (Sicília, Itália)
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«Ele vai morar junto deles.
Eles serão o seu povo, e o
próprio Deus-com-eles será
seu Deus».
(Ap 21, 3)