Este documento discute o papel das práticas desportivas comunitárias na formação de valores sociais. Ele define desporto e práticas desportivas comunitárias, e discute como essas atividades podem promover valores como obediência, responsabilidade, autoconceito e interação social. O documento também revisa estudos sobre como fatores como sexo, participação e agentes de socialização influenciam os valores internalizados através do esporte.
As práticas desportivas comunitárias como local de formação.pptxJossefa5
[1] O documento discute o papel das práticas desportivas comunitárias na formação de valores sociais entre os jovens. [2] Ele analisa como o esporte pode promover valores como cooperação, respeito e responsabilidade e como agentes como treinadores e companheiros de equipe influenciam a socialização das crianças. [3] O documento conclui que as práticas desportivas têm um grande potencial para influenciar positivamente o desenvolvimento pessoal dos jovens quando concebidas com um objetivo educativo.
Este documento discute diversos aspectos da Educação Física e das práticas corporais. No primeiro capítulo, analisa-se o futebol para além das quatro linhas, questionando seus aspectos políticos e sociais por trás das aparências. Nos capítulos seguintes, abordam-se temas como a relação entre esporte, mídia e poder, a influência do corpo na adolescência, diferentes modalidades esportivas e sua constituição histórica. O objetivo é promover uma reflexão crítica sobre como essas práticas foram construídas
Uma analise sociológica, sobre o desporto, sobre quem estuda o desporto mas acima de tudo para quem quer trabalhar no desporto! pouca oferta, pouca abertura aos cursos mas acima de tudo pouco investimento nas pessoas.
O documento discute a importância do esporte como conteúdo curricular na Educação Física escolar. Apresenta a evolução histórica da presença do esporte na escola e como os PCNs definem que o objetivo do esporte nas aulas é trabalhar valores como cidadania e cooperação, não a formação de atletas. Também fornece exemplos de atividades esportivas que podem ser utilizadas pelo professor em aulas de Educação Física.
O documento discute a Educação Física como uma cultura corporal, na qual o corpo e o movimento são entendidos em suas dimensões cultural, social, política e afetiva. A Educação Física escolar deve garantir o acesso dos alunos às práticas da cultura corporal e contribuir para a construção de um estilo pessoal de exercê-las de forma democrática.
Dimensões Sociais do Esporte. Profª Drª. Vera Costa e Profª Drª. Ludmila MourãoRogerio Melo
O documento discute como construir um projeto de educação física com base em valores humanistas, focando em 3 competências chaves para professores: entender o papel social do esporte, dominar valores humanistas e seu ensino, e aplicar conhecimento pedagógico orientado por esses valores.
Esporte Organização do conhecimento do Esporte enquanto fenômeno social, conc...GalbertoGomesOliveir1
O documento discute o esporte como um fenômeno social complexo com múltiplas dimensões. Aborda o esporte em relação à saúde, lazer, educação e trabalho. Destaca que o esporte promove saúde física e mental, além de integrar pessoas socialmente. Também explora como o esporte é usado comercialmente e influencia o consumo.
Este documento discute uma proposta de Jogos Esportivos Escolares desenvolvida em uma escola de classe média. O objetivo é promover a socialização, harmonia e integridade física, social, emocional e cognitiva dos alunos através da prática de jogos desportivos sob o prisma da cultura corporal em vez do paradigma da aptidão física. A proposta visa redimensionar os valores relacionados à Educação Física e firmá-la em uma perspectiva interdisciplinar.
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O documento descreve uma palestra sobre Educação Física no ensino fundamental e médio, abordando: 1) A contextualização histórica da Educação Física escolar; 2) O objetivo da Educação Física escolar de contribuir para a formação integral dos estudantes; 3) A importância de se oferecer diversas atividades e possibilidades na Educação Física, não se limitando à competição.
1. O documento discute a importância dos Temas Transversais na educação brasileira para a formação de cidadania. 2. Os Temas Transversais incluem ética, pluralidade cultural, meio ambiente, saúde, orientação sexual e trabalho e consumo. 3. O curso apresentado tem como objetivo fornecer subsídios para que professores de educação física possam abordar esses temas por meio de jogos durante as aulas.
Este documento apresenta o Código da Ética Desportiva do Conselho da Europa, definindo o conceito de fair play no desporto e estabelecendo as responsabilidades dos governos, organizações desportivas e indivíduos em promover valores éticos como a amizade, respeito e espírito desportivo, especialmente entre crianças e adolescentes.
O documento discute a gestão esportiva e como as organizações esportivas se encaixam no contexto maior do esporte e da indústria do esporte. Ele explica como o esporte se tornou uma indústria lucrativa e como as organizações esportivas precisam ser gerenciadas para promover o esporte como entretenimento.
O Esporte Como ConteúDo Da EducaçãO FíSica EscolarMauromassari
O documento discute como o esporte pode ser ensinado na Educação Física escolar de forma apropriada para cada idade. Ele argumenta que nas séries iniciais, os jogos pré-desportivos com regras simplificadas são melhores do que esportes completos. Também defende que o desenvolvimento da criança deve ser o foco, não a performance esportiva.
O documento discute os fundamentos do Programa Segundo Tempo, incluindo as relações entre esporte, desenvolvimento humano, cultura e educação. Aborda tópicos como inclusão social através do esporte, os atores sociais atendidos pelo programa, e como o esporte pode ser usado como ferramenta pedagógica para promover mudanças sociais.
Este documento apresenta um resumo de um módulo de capacitação sobre manifestações dos jogos. O módulo é dividido em quatro unidades que abordam: 1) jogo e esporte na cultura corporal, 2) jogo, esporte e inclusão social, 3) esporte e arte, e 4) iniciação em basquetebol. O objetivo geral é qualificar a intervenção de professores no ensino de esporte escolar utilizando fundamentos teóricos e uma abordagem crítica e inclusiva.
1. O documento discute os princípios fundamentais da ética no desporto, incluindo o respeito pelas pessoas, a beneficência e a justiça.
2. Também explica o Plano Nacional de Ética no Desporto de Portugal, seu objetivo de promover valores como fair play e respeito no desporto.
3. Discute porque a ética no desporto é importante de acordo com documentos legais portugueses e internacionais que regulam o desporto.
O documento discute as abordagens pedagógicas da Educação Física, incluindo a abordagem de aulas abertas, a abordagem de atividade física para promoção da saúde, e a abordagem construtivista interacionista. O texto também fornece uma breve história da Educação Física no Brasil desde o século XIX.
O documento discute o papel do esporte na educação física escolar. Aponta que o esporte de competição tem se tornado o conteúdo dominante nas aulas em detrimento de outros aspectos educativos e sociais. Defende que o esporte-educação deve ter um caráter formativo, promovendo a participação de todos e evitando a seletividade e competição acirrada. Também discute as dimensões social e educativa do esporte versus sua dimensão de rendimento e competitividade.
O documento discute as inter-relações entre as políticas educacionais profissionalizantes, como o PRONATEC, e a dimensão do lazer nas aulas de Educação Física. A pesquisa identificou que os alunos têm dificuldades em praticar lazer devido ao cansaço físico e mental de cursar o Ensino Médio e o PRONATEC ao mesmo tempo. Além disso, o currículo de Educação Física e as políticas da Secretaria de Educação dão pouco ênfase ao lazer.
O documento resume o artigo "Imagem e ação: a televisão e a Educação Física escolar" de Betti. Ele discute como a televisão influencia a cultura corporal do movimento através da espetacularização do esporte. A televisão transmite uma visão fragmentada e descontextualizada do esporte, priorizando aspectos como vitória e performance em vez de sociabilidade. Isso interfere tanto na atuação de professores de educação física quanto na prática docente.
Métodos e planos para o ensino - Carlos Alberto TenrollerRafael Reis
A atividade docente contribui para a identificação de temas que nem sempre são abordados em bibliografias. É justamente para preencher essas lacunas do cotidiano do ensino de práticas desportivas que a presente obra é lançada. Através de uma linguagem simples, os autores apresentam métodos e planos para o ensino dos esportes reunindo informações e orientações que atendem aos anseios dos corpos docente e discente da educação física, relatados ao longo de mais de dez anos de magistério.
Este documento descreve um projeto de atividade no âmbito do Desporto & Lazer para o evento “Mercadinho Social”. O projeto inclui duas ações principais: 1) Promover passeios de bicicleta e caminhadas entre idosos e crianças para incentivar a atividade física e interação intergeracional. 2) Realizar ações de sensibilização sobre prevenção rodoviária e primeiros socorros para idosos e crianças. O objetivo é promover estilos de vida saudáveis e cidadania através da prática des
O projeto tem como objetivo promover a educação física no colégio através de um sistema de rodízio de modalidades esportivas e aulas teóricas. Isso visa desenvolver os alunos de forma integral e prepará-los para os Jogos Estudantis de Lavras. O projeto também busca ensinar conceitos teóricos de forma prática durante as aulas de educação física.
O documento discute os benefícios do esporte para a saúde, educação e promoção da paz. Argumenta que o esporte pode ajudar na inclusão social de jovens e no desenvolvimento de valores como disciplina e trabalho em equipe. Também reflete sobre como as políticas públicas de incentivo ao esporte podem ser melhoradas, especialmente nos países em desenvolvimento.
Este documento descreve uma pesquisa que teve como objetivo identificar os motivos que levam os funcionários da empresa Suzano Papel e Celulose a praticar esportes durante seu tempo livre. A pesquisa aplicou questionários com 15 funcionários entre 20-40 anos que praticam diversos esportes como futebol, judô e natação. Os resultados mostraram que a saúde foi um fator importante para ingressar nas atividades esportivas, mas a maioria procura os esportes para manter vida social e buscar prazer e qualidade de vida.
O documento discute a atuação de profissionais de Educação Física no âmbito do lazer. Apresenta que a Educação Física vem contribuindo para o lazer por meio de iniciativas acadêmicas e de pesquisa. No entanto, há uma visão limitada do lazer que enfatiza apenas o entretenimento, em vez de abordagens mais críticas. Isso requer uma formação profissional aprimorada com foco na animação cultural e participação efetiva da população.
O documento discute a pedagogia do esporte e os jogos cooperativos como uma abordagem alternativa. Ele explica que o esporte pode ter objetivos competitivos ou educacionais e descreve características dos jogos cooperativos, como formar grupos aleatórios e premiar todos os jogadores independentemente do resultado. O autor argumenta que os jogos cooperativos podem ser uma estratégia efetiva para ensinar valores como cooperação e respeito no esporte.
O documento discute o conceito de esporte e sua história. Apresenta diferentes definições de esporte e discute sua evolução ao longo da história, desde as práticas primitivas até o esporte moderno, marcado pela competição e regulamentação. Também aborda a democratização e profissionalização do esporte.
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Semelhante a praicas desporivas como meio de formação de valores.pdf (20)
praicas desporivas como meio de formação de valores.pdf
1. Amelia Pechisso
Ambrósio Samora
Hortência Borge
Telvina Cossa
Jossefa Fernando
Samuel Zualo
As práticas desportivas comunitárias como local de formação de valores sociais
4º Ano
Universidade Pedagógica de Maputo
Maputo
2022
2. 2
Amelia Pechisso
Ambrósio Samora
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Telvina Cossa
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Samuel Zualo
As práticas desportivas comunitárias como local de formação de valores sociais
Universidade Pedagógica de Maputo
Maputo
2022
Trabalho a ser apresentado na Faculdade de
educação física e desporto, com vista na
avaliação, na cadeira sociologia do desporto.
Sob orientação da orientação do Prof. Doutor
Gustavo Paipe.
3. Índice
Introdução......................................................................................................................... 4
1. Conceito do desporto.................................................................................................... 6
2. Praticas desportivas comunitárias/lazer........................................................................ 7
3. A Dimensão Social do Desporto .................................................................................. 8
4. Valores no Desporto..................................................................................................... 9
5. Estudos sobre valores no desporto.............................................................................. 10
5.1. Diferenças entre sexos............................................................................................. 11
5.2. Os efeitos da participação na prática desportiva ..................................................... 11
5.3. A influência dos agentes de socialização ................................................................ 13
5.3.1. Os pais .................................................................................................................. 13
5.3.2. Os treinadores/professores de Educação Física.................................................... 14
5.3.3. Os companheiros de equipa.................................................................................. 16
Considerações finais.................................................................................................................... 17
Referencias bibliográficas........................................................................................................... 18
4. 4
Introdução
As atividades físicas em geral e o desporto em particular, encerram um elevado potencial
para influenciar significativamente o desenvolvimento pessoal dos jovens, contribuindo
para a sua formação como pessoas. O treino desportivo e a competição, em concreto no
desporto para jovens, devem assumir uma dimensão educativa, devendo ser concebidos
como projetos de desenvolvimento pessoal e social (ROSADO., 1998).
Neste quadro de referência, as atividades físicas e o desporto podem constituir-se como
um importante contexto facilitador de abordagens orientadas para a promoção do bem-
estar psicossocial, do desenvolvimento sócio afetivo e moral dos jovens e das suas
competências interpessoais (ROSADO & MESQUITA., 2011).
A componente de formação pessoal e social, moral e cívica, englobando a internalização
de valores ético-desportivos e morais, mais gerais, num contexto de desenvolvimento e a
aquisição de competências de vida, são conceitos fundamentais a que a Educação Física
e o Desporto não podem ficar alheios (ROSADO, 1998).
Neste contexto, entende-se por competências de vida, as estratégias que possibilitam ao
indivíduo a inserção responsável e satisfatória na comunidade (Cunha, 1993). Resulta
deste entendimento que a formação pessoal e social é um imperativo formativo que
importa sublinhar também no desporto (ROSADO., 1998).
A este propósito, importa salientar que a educação desportiva envolve considerações
éticas e morais, preocupação com o bem-estar próprio e dos outros e assunção de
responsabilidades pessoais e sociais, num quadro de preocupações éticas e humanistas
(HELLISON., 1973)
Na realidade, a mera vivência desportiva não garante a internalização autêntica de valores
e códigos éticos, devendo, esta, ser uma preocupação pedagógica, visível na formação e
educação desportiva (LEE & WHITEHEAD., 1999).
O presente trabalho tem como tema, As práticas desportivas comunitárias como local de
formação de valores sociais, onde procuramos trazer os valores no desporto de forma
geral de modo a manter paralelismo com as práticas desportivas comunitárias.
5. 5
Objetivo geral
✓ Compreender o papel das práticas desportivas na formação de valores socias
Objetivos específicos
✓ Conhecer os valores sociais encontrados nas práticas desportivas;
✓ Listar Estudos sobre valores no desporto.
6. 6
1. Conceito do desporto
O Desporto é uma atividade específica, com regras, espaços e materiais, equipamentos,
roupas, funções, personagens, valores, formas e processos originais (BRITO., 1994). A
prática desportiva tem sido um meio para as pessoas procurarem o seu bem-estar
psicológico, face às novas exigências e pressões colocadas pela sociedade moderna.
O impacto do exercício físico nas variáveis psicológicas tem sido referido repetidamente
pelos mais diversos autores, por exemplo, aumenta o rendimento académico, a
assertividade, a confiança, a estabilidade emocional, o locus de controlo interno, o
autocontrolo, o bem-estar, diminuindo variáveis como a ansiedade, a irritação, a
depressão, a hostilidade, sintomas psicossomáticos, entre outros (CRUZ, MACHADO &
MOTA., 1996)
Para Giddens (1996), o desporto tem constituído ao longo do tempo um processo de
“intensificação das relações sociais à escala mundial, relações que ligam comunidades
distantes de tal maneira que as ocorrências locais são moldadas por acontecimentos que
se dão a muitos quilómetros de distância, e vice-versa”. Um exemplo são os Jogos
Olímpicos, uma atividade realizada com o objetivo de aliar os povos, como é possível
constatar através de um dos seus símbolos, a bandeira, composta por cinco anéis
entrelaçados, representando assim a união dos cinco continentes.
O desporto é uma prática cultural da sociedade moderna. É um fenómeno com cada vez
mais visibilidade no mundo; veio substituir o que outrora era um passatempo de só alguns
grupos culturais (STIGGER., 1999). O desporto encontra-se profundamente inserido na
esfera lúdica e, logo, cultural do Homem. É direito exigido por todos os povos, é forma
de convívio e afirmação internacionais, é meio de educação, é cultura (BRITO., 1976).
Um estudo intercultural desvendou que o desporto facilita a aquisição de valores
específicos durante a infância, como a obediência e a responsabilidade (BRUSTAD &
PARKER., 2005). A prática desportiva aumenta ainda o autoconceito nas crianças e nos
adolescentes (HORN., 1992), pois permite que estes experienciem sentimentos de
competência, orgulho, admiração, aprovação dos pares, pais e treinadores (SMITH.,
ZANE., SMOLL & COOPEL., 1983). Promove inúmeras oportunidades para a interação
social (BRUSTAD & PARKER, 2005), levando à aquisição de padrões comportamentais
(liderança, carácter, cooperação) e valores (competição, partilha, trabalho de equipa,
7. 7
contacto com regras, muitas delas transferidas para a convivência em sociedade) (Smith
et al, 1983). Um programa desenvolvido com jovens “em risco”, de ambos os sexos, com
idades compreendidas entre os 12 e os 14 anos, Adelante Climbing Program, mostrou
diversos resultados benéficos ao nível do desenvolvimento destes jovens, sobretudo no
que concerne ao desenvolvimento moral.
2. Praticas desportivas comunitárias/lazer
Estes novos valores são expressos ao desporto um conjunto de virtualidades,
estabelecendo-se a sua capacidade de contribuir para o bem-estar dos indivíduos,
melhorando as condições físicas e de saúde, um meio de relaxamento e antisstress, como
um vínculo para o retorno do Homem a natureza numa sociedade cada vez mais
organizada (MARIVOET., 1997).
Chistian Pociello (1987), cujo os trabalhos decorem dos prossupostos teóricos de Pirre
Bourdieu, considera que o movimento da cultura física, que veio ser designado pelo
movimento do desporto para todos, constrói uma rotura com modelo desportivo de
competição emergente de uma sociedade industrial Hiper codificada, massificada, e
assento no rendimento corporal. Considera ainda, que o desporto vincula os valores de
uma sociedade pós-industrial, que significa a diferença, a aventura, e o enaltecimento da
esfera reprodutiva, em especial o consumo, em detrimento da esfera produtiva.
Pierre Bourdieu (1987), insere as práticas desportivas nas práticas de consumo cultural,
encontrando princípios explicativos para os envolvimentos sociais na capacidade
distintiva que estas encarram. O desporto para Bourdieu apresenta-se como um produto
cultural, social e económico, inserido num mercado de oferta e procura, socialmente
produzidas, ou seja, a oferta constitui-se pela capacidade organizativa num dado
momento, e a procura, pelas disposições de práticas expressas na sociedade. O sistema
das referências constitui o elemento dinamizador deste mercado, assente na logica da
realidade.
Assim as classes socias com nível mais elevado de capital económico, cultural e social,
procuram modalidades de mais difícil acesso, pois são essas que lhes fornece maior
capacidade distintiva, verificando-se das restantes classes, estratégias de compensação a
sua baixa estrutura de capital, através do acesso a consumos desportivos que lhes fornece
capacidade de identificação social MARIVOET., 1997). Pierre Bourdieu (1987)
encontra, então, uma tendência para generalização das modalidades, através da
8. 8
construção de uma oferta menos elástica, fato que as classes sociais com níveis superiores
de capital a procurarem novos de desportos, de modo a ser-lhes restituída a distinção que
procuram.
Para alem da logica subjacente ao mercado de oferta estes autores (PIERRE,
BOURDIEU., 1987; CHISTIAN, POCIELLO., 1987) consideram, ainda, que a relação
corporal permitida por cada modalidade se identifica com os níveis de capital de cada
modalidade, afirmando que tanto o contacto físico como a confrontação apresentam
formas mais dissimuladas nas classes sociais com níveis superiores, na sequência deste
pressuposto Chistian Pociello (1987), introduz o conceito de capital corporal, ou seja, o
corpo apresenta-se como um produto socialmente produzido.
3. A Dimensão Social do Desporto
Araújo (1998), refere que a dimensão social do desporto se expressa através dos seus
aspetos reconhecidamente culturais, científicos, pedagógicos, estéticos, e também pelos
seus diferentes níveis de prática, de base, de pequena, média e alta competição, de lazer
e recreação, de preparação e manutenção profissional.
Assim, sempre que corretamente orientado no plano social e pedagógico, o desporto
representa um dos principais meios educativos e formativos dos cidadãos, com
imprescindíveis contributos no âmbito da promoção da saúde e do rendimento
profissional das populações, da formação multilateral da juventude, da melhoria da
qualidade de vida, no preenchimento do tempo livre ou como fator de desenvolvimento
sociocultural e turístico (ARAÚJO., 1998).
Araújo (1998) refere ainda que, a componente sociocultural do Desporto assenta nos
valores morais, sociais e estéticos que regem a sua prática e no património de
conhecimentos com ele relacionados que têm vindo a ser transmitidos ao longo dos
tempos, de geração para geração, tendo em vista a superação dos que a ele se dedicam,
mas só será positivo, como meio sociocultural, quando promova o desenvolvimento das
capacidades globais de ser humano e seja orientado segundo perspetivas formativas e
educativas que sobreponham os interesses dos cidadãos e da sua maioria, relativamente a
quaisquer outros que eventualmente os procurem prejudicar.
O autor enfatiza a importância que Educação Física e o Desporto representam hoje, nas
sociedades modernas, considerando-as “imprescindíveis meios de cultura e de
9. 9
desenvolvimento social, tendo como um dos seus objetivos fundamentais aperfeiçoar as
formas básicas do movimento humano”.
4. Valores no Desporto
Tendo em conta o envolvimento desportivo que cada vez mais é notório nas camadas
jovens, já foram identificadas algumas consequências positivas dessa participação social.
No entanto, vários investigadores na área da sociologia desportiva, e em especial no
processo de socialização dos jovens através da prática desportiva, assinalam que esses
resultados se apresentam contraditórios (ORLICK., 1981; STEVENSON., 1975; cit. por
GONÇALVES., 1991).
Alguns comportamentos que têm vindo a ser mais frequentes são: fazer batota, praticar
agressões, adotar comportamentos violentos e faltar ao respeito a adversários e árbitros.
Embora as ocorrências mais frequentes e visíveis sejam observáveis no Desporto
profissional, já se começa a encontrar cada vez mais esses maus comportamentos no
Desporto jovem (BREDEMEIER., 1984; cit. GONÇALVES., CARREIRO DA COSTA
& PIÉRON., 1998).
Tal como refere Rijo (2001), é irrefutável o facto de que o Desporto transmite uma série
de valores, quer sejam próprios da sociedade em que está inserido ou por outro lado, pré-
estabelecidos pelas sociedades antecedentes. De facto, o Desporto reflete os valores
culturais básicos do meio em que se desenvolve e, portanto, atua como “transmissor de
cultura” (BLANCHARD & CHESKA., 1986; cit. por RIJO, 2001).
Os valores que a sociedade transmite ao Desporto, tais como a honestidade, a lealdade, a
sinceridade, a limpidez de processos, a correção de atitudes, o respeito mútuo entre quem
participa na competição desportiva e o respeito inequívoco por regras de condutas cívicas
e desportivas por parte de quem é responsável pela orientação desportiva, tende cada vez
mais a serem irrelevantes e a estarem em vias de extinção (GONÇALVES., 1988;
GONÇALVES, & PIÉRON., 1998; RIJO., 2001).
Como referenciado anteriormente, a prática desportiva pode proporcionar uma correta
transmissão de valores, pelo que a sua qualidade, está dependente das situações que são
criadas na prática desportiva (Gonçalves, 1991) e da importância dada pelo
treinador/professor ou outros agentes de socialização (RIJO., 2001; KEMP., 1991).
10. 10
Numa relação abrangente e do ponto de vista filosófico, a atividade desportiva permite o
desenvolvimento de um conjunto de valores éticos, que segundo Blake (1996; cit. Por
RODRIGUEZ., DIAZ & NÁJERA., 2001) se traduzem nas seguintes dimensões:
✓ Espiritual: porque permite que os praticantes experimentem situações de
exposição de sentimentos, emoções, reflexão, autoconhecimento e pensamentos
positivos, num determinado contexto;
✓ Moral: porque ao longo das vivências desportivas, os praticantes aplicam valores
(ou anti-valores) pessoais, onde se engloba o conceito de “jogo limpo”, respeito
pelos colegas e regulamento, entre outros;
✓ Social: porque o contexto desportivo é um microcosmo da sociedade, onde
acontecem múltiplas interações, formas de comunicação, cooperação e trabalho
de equipa, pelo que os praticantes se reconhecem como membros de um
determinado grupo;
✓ Cultural: porque as tradições e padrões culturais de uma sociedade se refletem
na atividade desportiva, desenvolvendo processos de enculturação e aculturação.
5. Estudos sobre valores no desporto
Com este subtítulo pretendemos abranger um conjunto de estudos (GONÇALVES., 1988,
1990, 1991; ORLICK., 1981; MCELROY & KIRKENDALL.,1980), realizados no
âmbito dos valores no Desporto e Espírito Desportivo, salientando os principais
resultados obtidos, bem como as conclusões inerentes aos estudos em causa.
De acordo com Gonçalves (1988, 1990), os estudos neste domínio podem dividir-se em
3 áreas:
✓ diferenças entre sexos;
✓ efeitos da participação na prática desportiva;
✓ efeitos dos agentes de socialização
É de referir, que os estudos desenvolvidos por Gonçalves (1988, 1990, 1991) têm origem,
em: estudos sobre a análise do comportamento dos desportistas; estudos de carácter
experimental sobre os comportamentos de imitação e assimilação; e resultados obtidos
através da aplicação de questionários específico
11. 11
5.1. Diferenças entre sexos
literatura neste âmbito, refere que os comportamentos agressivos são mais frequentes no
sexo masculino do que no sexo feminino (MCELROY & KIRKENDALL., 1980; cit. por
GONÇALVES., CARREIRO DA COSTA & PIÉRON., 1998;). Assim, as raparigas em
situação de competição, tendem a manifestar condutas menos violentas, menos agressivas
e mais cooperativas do que os rapazes, enquanto estes assumem com mais frequência
atitudes que traduzem um empenho na obtenção da vitória a qualquer preço (NIXON,
1980; cit. por GONÇALVES, 1988, 1990). Também Silva (1983; cit. por GONÇALVES,
1988) menciona que os rapazes aceitam com mais facilidade certos comportamentos
ilegais, como perfeitamente legítimos, face aos objetivos pretendidos na competição.
5.2. Os efeitos da participação na prática desportiva
De acordo com Gonçalves (1990), esta área tem suscitado indiscutivelmente, mais
interesse por parte de investigadores e educadores, em geral. Uma das principais
justificações para a existência de programas desportivos para a juventude, assenta na
convicção de que a prática desportiva contribui para o desenvolvimento integral das
crianças e jovens e como tal para a sua formação.
Assim, vários investigadores têm-se debruçado sobre a influência que a prática
desportiva, tem ou não na formação de valores positivos e negativos.
Um estudo realizado por Orlick (1981; cit. por GONÇALVES, 1988) salienta e critica o
facto de o Desporto para jovens estar envolvido numa organização demasiada
“competitiva”, o que provoca no praticante a aceitação de valores individualistas e
negativos. Concomitantemente, existem bastantes estudos que evidenciam uma falta de
relação positiva entre a prática desportiva e o desenvolvimento de valores éticos e de
Espírito Desportivo (GONÇALVES, 1988, 1990, 1998).
Em suma, apresentamos de uma forma muito genérica algumas dessas constatações:
✓ os praticantes desportivos em relação aos não praticantes, consideram como
objetivo a ser perseguido, o sucesso e a vitória, valendo para tal, todos os meios,
mesmo que sejam ilegais (SILVA, 1983; cit. por GONÇALVES, 1988);
✓ Os praticantes desportivos possuem atitudes menos positivas na afirmação do
Espírito Desportivo, assim como manifestam com mais frequência atitudes que
traduzem a ausência desse código de valores, facto este acentuado pelos anos de
12. 12
prática e pelo nível de competição, verificando-se mesmo uma relação negativa
entre os anos de competição e a manifestação de valores (SILVA., 1983; cit. por
GONÇALVES., 1988); os praticantes de melhor nível são aqueles que mais
frequentemente demonstram atitudes e comportamentos contrários ao Espírito
Desportivo (NIXON., 1980; cit. por GONÇALVES., 1990);
✓ o resultado da competição, parece influenciar de forma significativa o
comportamento dos praticantes, traduzido no facto dos “vencidos” criticarem
consistentemente e por diversas formas, o árbitro, adversários, companheiros e o
treinador (NIXON, 1980; cit. por GONÇALVES, 1990);
✓ os diferentes níveis de Espírito Desportivo surgem normalmente associados à
prática de diferentes tipos de Desporto. Assim, os desportos coletivos onde a
colisão e o contacto são permitidos, estão mais associados a uma atitude
permissiva face à violação dos regulamentos, em comparação com os desportos
onde os praticantes não se envolvam em contactos pessoais (RÉGNIER, 1984; cit.
por GONÇALVES, 1988).
Neste contexto que é o Desporto e nunca nos abstraindo que este representa um
microcosmo da sociedade, é necessário referir que “não é a prática desportiva competitiva
que provoca os efeitos referidos sobre o Espírito Desportivo. Essa prática não se faz no
abstrato, mas sim em presença de diferentes estímulos (ou condicionantes) sociais que
desempenham um papel determinante neste domínio” (GONÇALVES., 1990).
Assim, a convicção de que a participação em programas desportivos direcionados para os
jovens, contribui para o desenvolvimento ético-moral, promove as aprendizagens em
contexto escolar e define uma personalidade concordante com os valores emergentes de
uma sociedade, é um facto que ainda não possui um suporte científico consistente, na
literatura das Ciências do Desporto e Atividade Física (Matos, 1997). Contudo, a maioria
da bibliografia indica que a participação em atividades desportivas, aumenta a rivalidade,
o comportamento antissocial e Não desenvolve atributos da personalidade, valorizados
socialmente (MATOS., 1997).
13. 13
5.3. A influência dos agentes de socialização
A validade positiva da função social que o Desporto desempenha, tanto no plano
formativo como educativo, obriga os variados responsáveis, ao adequado tratamento dos
efeitos perversos consequentes da sobrevalorização dos aspetos negativos do seu
universo, como o vedetismo, a indisciplina, a batota, os modelos negativos, a “clubite”, o
“facciosismo”, o regionalismo exacerbado, o chauvinismo e o racismo, geradores de
atitudes e comportamentos opostos às finalidades de um Desporto são e salutar (CRUZ.,
2002).
Martens (1978; cit. por GONÇALVES, 1990) afirma que não é o confronto, a competição
ou o tipo de Desporto praticado que determina automaticamente o valor das atividades
desportivas para as crianças e jovens; é antes do mais a natureza das experiências vividas
nessas atividades. São principalmente as interações com os pais, os treinadores, os
professores, os dirigentes, os árbitros, os companheiros de equipa e a assistência, que vão
determinar se a prática desportiva ajuda ou não as crianças e o jovem a adquirirem uma
sã convivência social e desportiva.
O Desporto infanto-juvenil é um modelo social que faz parte da formação do ser humano
na infância e adolescência (SIMÕES., BÖHME & LUCATO., 1999). É organizado em
função dos valores sociais e culturais onde é desenvolvido, estando dependente de
diversas relações dinâmicas que ocorrem entre os agentes de socialização e os praticantes.
5.3.1. Os pais
De acordo com Jarque (1990), a tradição familiar é muito importante para a iniciação
desportiva dos jovens. A aceitação/apoio dos pais e a integração anterior de irmãos, são
fatores que favorecem a adesão desportiva por parte dos jovens, em idades mais novas.
Contudo, em idades mais avançadas, a influência familiar não é tão importante, pelo que
estes inserem-se em atividades de âmbito escolar ou naquelas, em que estão envolvidos
os seus amigos.
Para Gonçalves (1990), os pais não só desempenham um papel importante na iniciação
das crianças, bem como na continuidade dessa prática ao longo dos anos.
Este mesmo autor, refere um caso insólito que ocorreu no Canadá, em 1979. Os dirigentes
de uma liga de hóquei sobre gelo, viram-se forçados a não permitir a assistência de
familiares de crianças nos jogos, dado que estes nas bancadas, não só encorajavam estas
a manifestarem um comportamento agressivo para com os adversários, bem como
14. 14
também, eles próprios envolviam-se frequentemente em cenas de violência verbal e
física.
Outro estudo de McElroy e Kirkendall (1980; cit. por GONÇALVES, 1988), definiu uma
relação direta entre o Espírito Desportivo evidenciado por jovens dos 10 aos 18 anos de
idade e a perceção que estes tinham da atitude dos seus pais face à prática desportiva
competitiva. Assim, quantas mais pressões sofriam por parte dos pais no sentido da vitória
e de terem uma boa prestação, menor era o comportamento desportivo evidenciado pelos
jovens (BARBER., SUKHI & WHITE., 1999).
Desta forma, a valorização do talento desportivo pode prejudicar a socialização pelo
comportamento competitivo, contribuindo para o aparecimento de problemas teóricos e
metodológicos no Desporto. Qualquer que seja o papel atribuído à participação dos pais
na vida desportiva dos filhos, a relação entre estes deve ser cuidadosamente observada,
já que a relação entre família, escola e prática desportiva estão estritamente relacionadas
ao processo de formação e desenvolvimento da personalidade das crianças no contexto
desportivo (SIMÕES., BÖHME & LUCATO., 1999).
Coakley (1990) também refere que o envolvimento dos pais no contexto desportivo dos
filhos, pode gerar estados de perturbações emocionais, que por sua vez geram ansiedade
nas crianças e jovens. Outro facto importante, é que estas creem que as relações com os
pais, dependem da continuidade do seu envolvimento desportivo e da qualidade das suas
performances. Assim, as consequências deste tipo de exigências, podem ser a extrema
necessidade de vencer a qualquer custo, obtendo desta forma a aprovação social neste
âmbito ((SIMÕES., BÖHME & LUCATO., 1999).
5.3.2. Os treinadores/professores de Educação Física
Treinar crianças e jovens é uma atividade extremamente interessante e atrativa, mas que
atribui a todos os que a acompanham, organizam e dirigem, em particular ao treinador,
uma elevada responsabilidade face à sociedade, ao sistema desportivo e sobretudo, ao
próprio praticante (ADELINO., VIEIRA & COELHO., 1999).
Martens & Gould (1979; cit. por GONÇALVES, 1990) referem que “transmitir valores
positivos” representava a principal razão pela qual a maioria dos treinadores canadianos
de jovens desportistas exercitavam as suas funções, mas uma outra razão muito
importante, era a sensação de sucesso pessoal obtida através das vitórias das suas equipas.
Isto demonstra a indissociação existente no seio do contexto desportivo, em que os
15. 15
treinadores por muito que queiram exercer um processo de treino pedagógico, não se
conseguem abstrair de objetivos externos, assim como é a vitória.
Por outro lado, Bengoechea (1997) refere que os treinadores têm uma enorme importância
na motivação intrínseca, como reguladora da participação no contexto do Desporto
infanto-juvenil, dado que as considerações educativas e morais têm de ter em conta,
aquilo que são as necessidades dos jovens. Como tal, os treinadores/profissionais de Ed.
Física, são “elementos-chave” no processo de fomentação do Espírito Desportivo e seus
valores inerentes, pelo que pelas “suas mãos” passam todo o tipo de jovens, desde os
futuros desportistas, aos espectadores que futuramente serão possivelmente fomentadores
de violência, quer no contexto desportivo, quer na sociedade em geral.
Neste aspeto, o papel destes agentes de socialização é extremamente importante, no
processo de formação e desenvolvimento destes indivíduos, nas suas vertentes morais,
cívicas, éticas e psicológicas, dado que são estas que estabelecem os objetivos e os
princípios inerentes à prática desportiva, podendo desta forma, realçar e promover os
valores intrínsecos do Desporto, em detrimento da procura da vitória a todo o custo.
Em suma, Robertson (1998) reconhece o papel essencial que o treinador tem na qualidade,
do modo como apresenta o desporto aos seus educandos. Mais importante que isso, é a
sua influência na formação destes mesmos, visto que se encontram num período etário
sensível e que vai “deixar marcas” decisivas em outros aspetos, igualmente importantes
para os hábitos futuros da sua vida.
No entanto, Vaz (1974; cit. por GONÇALVES, 1988) relata no seu estudo efetuado com
jogadores de hóquei sobre gelo entre os 8 e os 10 anos, que quando as crianças percebiam
que os seus treinadores tinham grande empenho na vitória, incentivando-as mesmo a
demonstrarem uma certa rudeza, essas crianças sentiam como legítimas determinadas
atitudes em jogo mesmo ilegais e violentas, tendo em vista impedir o adversário de marcar
um golo, aceitando como natural qualquer lesão que adviesse desse comportamento.
Por outro lado, as crianças e jovens aprendem a maior parte dos seus comportamentos e
atitudes e estruturam a sua personalidade, sobretudo por ação dos adultos e pela natureza
das experiências que estes lhes proporcionam. Neste âmbito, o treinador/professor de
Educação Física assume um lugar destacado na formação das crianças e jovens, não só
como praticantes, mas também no plano pessoal e de cidadania (ADELINO., VIEIRA &
COELHO., 1999).
16. 16
5.3.3. Os companheiros de equipa
A influência que estes exercem mutuamente na aquisição de atitudes favoráveis ao
desenvolvimento do Espírito Desportivo não pode ser subestimada. Se os estudos
efetuados no âmbito da psicologia demonstram que sempre que uma criança ou um jovem
deseja fazer parte de um grupo, adota com naturalidade as atitudes do grupo,
conformando-se com as suas regras, parece lícito supor que no contexto desportivo,
crianças e jovens desejando ser aceites pelos companheiros de equipa, assumam
comportamentos ditados pelas normas vigentes no seio da equipa (GONÇALVES., 1988,
1990).
Assim, se ao aceitarmos como premissa válida que os atletas profissionais servem de
modelos para os jovens atletas, então necessariamente deverá ser concedida uma atenção
acrescida à influência que os jovens entre si, podem através de relações inter-individuais
e processos de modelização/imitação, exercer no desenvolvimento do Espírito Desportivo
pessoal e dos companheiros de equipa.
17. 17
Considerações finais
Apos a realização deste trabalho, concluímos que as práticas desportivas, assumem um
elevado potencial para influenciar significativamente o desenvolvimento pessoal dos
jovens, contribuindo para a sua formação como pessoas. O treino desportivo e a
competição, em concreto no desporto para jovens, devem assumir uma dimensão
educativa, devendo ser concebidos como projetos de desenvolvimento pessoal e social.
A dimensão social do desporto se expressa através dos seus aspetos reconhecidamente
culturais, científicos, pedagógicos, estéticos, e também pelos seus diferentes níveis de
prática, de base, de pequena, média e alta competição, de lazer e recreação, de preparação
e manutenção profissional.
18. 18
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