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FOTOGRAFIA: DIANA QUINTELA // LOCAL: MUDE
                                                           positivo        WWW.PAISPOSITIVO.ORG //// Janeiro ‘11 / EDIÇÃO Nº 41
ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DO JORNAL ‘PÚBLICO’




                                                                                                                                                     “AINDA HÁ MUITO A FAZER PARA

                                                                                                                                                 CONSEGUIRMOS PERTENCER A UMA

                                                                                                                                    SOCIEDADE ONDE MULHERES E HOMENS VIVAM

                                                                                                                                     EM IGUALDADE E LIVRES DE PRECONCEITOS”,

                                                                                                                                             refere Sandra Ribeiro, Presidente da CITE.
                                                                                                                                             (9.ª Edição da entrega dos prémios Igualdade é Qualidade)




                                                              SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DO ENTRONCAMENTO                         | SAÚDE:   A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DAE
                                                               UCC | Unidade de Cuidados Continuados
Índice                                                                                                           EXEMPLOS DAS MELHORES PRÁTICAS 04




                                                                   A problemática da desertificação
                                                                   Ao longo dos anos, o Interior de Portugal tem vindo a ser vítima do fenómeno da desertificação, tanto a
                                                                   nível da perda da capacidade produtiva dos terrenos causada pela constante actividade humana, como
                                                                   do despovoamento dos territórios devido ao fluxo migratório das populações para o litoral em busca de
                                                                   uma maior qualidade de vida. Conheça nesta edição o que está a ser feito para combater este flagelo.
                                                                                                                                                                                       PAG. 14




                                                                                           22 Como funciona o seu coração? Carlos Morais,        66 A problemática da habitabilidade nos grandes
                     09 A IGUALDADE DE DIREITOS ENTRE HO-
                        MENS E MULHERES EM DESTAQUE NA
                                                                                                coordenador nacional da Associação Bate
                                                                                                Bate Coração fala desta iniciativa pioneira em
                                                                                                                                                     centros urbanos. O espaço público, os
                                                                                                                                                     equipamentos e as infra-estruturas na óptica de
                           9ª EDIÇÃO DA ENTREGA DOS PRÉMIOS                                     Portugal                                             Romão Lavadinho, presidente da AIL
                           IGUALDADE É QUALIDADE
                                                                                           56 O Ensino Particular e Cooperativo está na          74 Felino: 75 anos de história no sector da
                                                                                                senda da agenda mediática. Saiba porquê pela         Fundição em Portugal. Manuel Braga Lino
                                                                                                voz do Padre Querubim, director do Colégio           conta-nos o segredo do sucesso
                                                                                                Calvão




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ACÇÃO SOCIAL


                                         Hoje, mais do que nunca, a acção social assume um papel preponderante.
                                         Conheça alguns dos exemplos da misericórdia que se faz em Portugal e de
                                         que forma conseguem estas instituições apoiar quem mais precisa.




SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DO ENTRONCAMENTO


   TRADIÇÃO DE BEM-FAZER
   AO SERVIÇO DA COMUNIDADE
A caminho dos 60 anos de História, efeméride que se cumpre no dia
9 de Fevereiro, a Santa Casa da Misericórdia do Entroncamento é uma
Instituição Particular de Solidariedade Social dinâmica que inaugurou no
passado dia 22 de Dezembro de 2010 a Unidade de Cuidados Conti-
nuados homónima do Provedor, Manuel Fanha Vieira, num evento que
contou com a presença da Ministra da Saúde, Ana Jorge. Esta resposta
social veio dar continuidade à longa tradição de prestação de cuidados
de saúde, no Hospital São João Baptista, e no apoio à população sénior,
nos lares Fernando Eiró Gomes e da Santa Casa da Misericórdia. A abrir,
uma mensagem do Provedor, Manuel Fanha Vieira.




C
          omo filho do Entroncamento,         no Hospital e no Lar. No Hospital, com       soas dos Excelentíssimos Senhores Padre     muita haja para fazer, continuando a nossa
          sempre me preocupei com a vida      ajuda do Saúde XXI, efectuou-se a tão        Vítor Melícias e Manuel Lemos.              obra do “Bem-Fazer” e servir cada vez mais
          e desenvolvimento do meu conce-     necessária ampliação bem como a im-          Estas palavras não pretendem ser mais do    e melhor os que nos procuram, sempre com
lho. A minha empatia com a Santa Casa         prescindível remodelação, colocando          que uma introdução ao que fizemos, embora   uma atenção devida aos mais necessitados.
da Misericórdia do Entroncamento co-          novos equipamentos e camas moder-
meçou com o seu nascimento. Em 1955,          nas. Fizeram-se novas parcerias com o
data da inauguração do hospital, parti-       Estado no âmbito do Sistema Integrado          LAR FERNANDO EIRÓ GOMES
cipei com um rancho de crianças do qual       de Gestão de Inscritos para a Cirurgia         O lar Fernando Eiró Gomes tem 54 idosos residentes e um quadro de pessoal
eu era o ensaiador. Nesse mesmo dia a         (SIGIC), Cardiologia, Imagiologia, Cirur-      de 38 funcionários.
população do Entroncamento juntou-se          gia, e ingressámos na Rede Nacional de
para participar com um histórico corte-       Cuidados Continuados. Efectuaram-se
jo de oferendas que foi bastante genero-      outros acordos com companhias de se-
so para a Santa Casa da Misericórdia do       guros, Portugal Telecom (PT), Militares,
Entroncamento.                                PSP, GNR, Médis Saúde, entre outros.
Mais tarde e já como Autarca, Vereador        No Lar, procedeu-se à instalação de
a tempo inteiro e depois como Presidente      uma central detectora de incêndios,
do Município, sempre me preocupei, tendo      instalou-se ar condicionado em todos
como objectivo, dar todo o apoio a esta       os quartos, corredores, salas-de-estar e
grande Instituição que é a Santa Casa da      ginásio. Efectuaram-se, também, peque-
Misericórdia do Entroncamento. Por essa       nas obras de modernidade e conforto.
altura, o Hospital, que entretanto tinha      Compraram-se várias viaturas para dar          LAR DA SCM DO ENTRONCAMENTO
sido nacionalizado, foi devolvido, pelo Go-   apoio domiciliário, e uma dotada de ele-       Uma obra recentemente construída, dotada de 60 camas, sala de ginástica,
verno, em estado de total degradação. Foi     vador hidráulico para transporte de ido-       quatro salas de estar, cozinha e lavandaria. Trata-se de uma Unidade com mui-
esse o momento que mais me ligou à Santa      sos em cadeiras de rodas. Conseguimos,         ta qualidade e foi inaugurada em 2 de Maio de 2009 pelo Primeiro Ministro,
Casa, porque a sua recuperação era muito      ainda, obter os meios necessários para a       José Sócrates. Tem as valências de centro de dia (35 utentes) e apoio domici-
difícil sem o apoio da Câmara Municipal.      construção de um novo lar.                     liário (55 utentes).
Efectivamente, esta minha afinidade para      É justo lembrar os Corpos Sociais e os Ir-
com a Instituição veio a tornar-se num        mãos, que em geral, com dedicação e gene-
compromisso ao aceitar o convite que me       rosidade serviram a Santa Casa da Mise-
foi feito, em momentos muito difíceis para    ricórdia. Não esquecendo os beneméritos
a Instituição, com a grave doença que en-     que em muito tem ajudado a Instituição
volveu o Provedor, Manuel Rosa Valério.       tanto a nível pessoal como institucional,
Um grupo de amigos, não olhando a             principalmente a Câmara Municipal do
dificuldades e fazendo apelo às suas          Entroncamento, Bombeiros, PSP, União
energias, começou a fazer grandes obras       das Misericórdias Portuguesas, nas pes-
ACÇÃO SOCIAL | PAÍS POSITIVO
   INDÚSTRIA DE MOBILIÁRIO | PAÍS POSITIVO              6




                                                                                                                                       crónica, que já não precisam de cuida-
                                                                                                                                       dos hospitalares, mas requeiram cuida-
                                                                                                                                       dos de saúde que, pela sua frequência,
HOSPITAL                                                                                                                               complexidade ou duração, não possam
DE SÃO JOÃO BAPTISTA                                                                                                                   ser prestados no domicilio.

No sector da saúde, o Entroncamento                                                                                                    Unidade de Média Duração
tem um hospital que pode satisfazer as                                                                                                 e Reabilitação (UMDR):
necessidades da sua população e arre-                                                                                                  Para internamento que durem entre
dores. Conseguindo assim alcançar os                                                                                                   30 e 90 dias seguidos.
seus propósitos, pois tem dado provas                                                                                                  Para pessoas que, perderam temporaria-
de inovação e crescimento. A 3 de Setem-                                                                                               mente a sua autonomia mas que podem
bro de 1986, o Hospital foi recuperado e                                                                                               recuperá-la e que necessitem de cuida-
ampliado de 14 para 60 camas. Foi total-                                                                                               dos de saúde, apoio social e reabilitação
mente alargada toda a frente do Hospi-                                                                                                 que, pela sua frequência ou duração não
tal, transformando-a num bom parque                                                                                                    podem ser prestados no domicilio.
de estacionamento e de fácil acesso para
as ambulâncias e pela Câmara Municipal       Misericórdia do Entroncamento con-                                                        Unidade de Longa Duração
do Entroncamento, foi colocada uma co-       tinua a aguardar que a ARS de Lisboa                                                      e Manutenção (ULDM):
bertura no espaço onde as ambulâncias        e Vale do Tejo autorize os utentes do                                                     Para internamentos superiores a 90
recolhem e deixam os doentes.                Serviço Nacional de Saúde a fazer os                                                      dias seguidos.
Realizou-se a Ampliação e Remodela-          exames nesta instituição, dado que têm                                                    Para pessoas com doenças ou proces-
ção do Hospital de S. João Baptista no       um acordo assinado e homologado pelo                                                      sos crónicos, com diferentes níveis de
período de 2003/05, que contou com a         Governo de então, desde 1986. Este                                                        dependência e graus de complexidade,
comparticipação financeira do Saúde XXI      serviço iria beneficiar mais de cem mil                                                   que não reúnam condições para serem
com o valor de 365.707,53 Euros e a SCM      utentes dos concelhos que nos rodeiam,                                                    cuidadas em casa ou na instituição ou
do Entroncamento com 1.450.343,44            evitando assim que eles se desloquem                                                      estabelecimento onde residem. Pres-
Euros, ficando as obras no valor total       a Tomar e a Abrantes e evitando, igual-                                                   ta apoio social e cuidados de saúde de
de 1.816.050,97 Euros. Remodelou-se          mente, custos e perdas de tempo.            envolve a participação e colaboração de       manutenção que previnam e retardem
a zona das Consultas Externas, consul-       Convenções para cirurgia existentes na      diversos parceiros (públicos, privados e      o agravamento da situação de depen-
tórios mais modernos, a Cardiologia foi      Santa Casa da Misericórdia do Entron-       sociais), a sociedade civil e o Estado como   dência, favorecendo o conforto e a qua-
equipada com novos equipamentos, sala        camento:                                    principal incentivador e que se traduz no     lidade de vida. A ULDM pode ter ainda
para TAC e de exames próprios. A Fisiote-    - SNS – Serviço Nacional de Saúde;          conjunto estruturado de unidades (inter-      internamentos menores (máximo 90
rapia foi totalmente modificada, ampliada    - SIGIC - Sistema Integrado de Gestão       namento e ambulatório) e equipas, que         dias por ano) quando há necessidade de
e provida de mais modernos equipamen-        de Inscritos para Cirurgia;                 prestam cuidados continuados de saúde         descanso do principal cuidador. Temos
tos de Fisiatria e de Imagiologia. Foram     - IASFA – Instituto de Acção Social das     e de apoio social. A Santa Casa da Mise-      uma capacidade de internamento de 85
construídos mais quatro quartos (16 ca-      Forças Armadas;                             ricórdia do Entroncamento é um destes         camas (15 na Convalescença, 40 na Mé-
mas) que presentemente estão ocupados        - ADSE – Direcção Geral de Protecção        parceiros que integra “A Rede Nacional        dia Duração e Reabilitação e 30 na Lon-
com doentes dos Cuidados Continuados         Social aos Funcionários e Agentes da        de Cuidados Continuados Integrados de         ga Duração e Manutenção).
Integrados (Convalescença).                  Administração Pública;                      Saúde e Apoio Social” (RNCCI), desde a        Primamos por humanizar a prestação
Em Imagiologia, desenvolvemos as se-         - PSP – Polícia de Segurança Pública;       sua génese, criando para o efeito, a Uni-     de cuidados, ajustado e criando res-
guintes áreas / especialidades:              - GNR – Guarda Nacional Republicana/        dade de Cuidados Continuados. Através         postas adequadas à individualidade
:: Raio X – Exame Convencional               Chefia de Assistência na Doença;            de uma equipa multidisciplinar que            e à diversidade de situações, sempre
e Digital;                                   - SSCGD – Serviços Sociais da Caixa Ge-     engloba técnicos profissionais especia-       com o objectivo de promover e respei-
:: Densitometria;                            ral de Depósitos;                           lizados em Medicina, Psicologia, Serviço      tar a dignidade, bem-estar e qualidade
:: Ecodoppler – Membros inferiores           - MULTICARE – Seguros de Saúde, S.A.;       Social, Enfermagem, Medicina Física e de      de vida dos utentes e garantindo um
e carótido;                                  - MEDIS – Companhia Portuguesa de           Reabilitação (Fisioterapia, Auxiliares de     acompanhamento de grande qualidade
:: Mamografia digital;                       Seguros de Saúde, S.A..                     Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Tera-      e confiança. Privilegiamos o trabalho
:: Ecografia (Abdominal, Ginecológica.                                                   pia da Fala), Animação Sócio-Cultural e       em equipa e em cooperação.
Ginecológica com sonda vaginal, Mamá-        UNIDADE DE CUIDADOS                         Auxiliares da Acção Médica. Funciona-         Todos os cidadãos, que nos são envia-
ria bilateral, Mamária unilateral, osteo-    CONTINUADOS                                 mos como Unidade de internamento nas          dos pelos competentes serviços regio-
articular, Partes Moles, Peniana com         Todo o cidadão que sofra, temporária ou     tipologias de Convalescença, de Média         nais e que necessitem de cuidados con-
Doppler, Prostática (supra cúbica), Pros-    definitivamente, de algum grau de depen-    Duração e Reabilitação e de Longa Du-         tinuados, nomeadamente:
tática (transrectal), Renal, Reno-vesical,   dência, com falta ou perda de autonomia,    ração e Manutenção.                           • Pessoas de todas as idades com depen-
Supra-renal, Tiroideia e/ou Paratiroide,     independentemente da idade, tem direito à                                                 dência funcional temporária (em recu-
vesical (supra cúbica), Vesical e Prostá-    prestação de cuidados de saúde e de apoio   Unidade de Convalescença (a funcio-           peração de uma doença, cirurgia, etc.);
tica com avaliação pós miccional);           social, de forma continuada e integrada.    nar nas instalações do Hospital São           • Pessoas com dependência funcional
:: TAC - Tomografia Axial Computo-           Para dar resposta a essa necessidade e      João Baptista ):                              prolongada;
rizada (Abdómen, Ângulo Ponto Cere-          promover esse direito, o Estado, através    Para internamentos até 30 dias.               • Pessoas com incapacidade grave, com
beloso [O.R.L.] sem contraste, Cavum,        nos Ministérios da Saúde e do Trabalho e    Para pessoas que estiveram internadas         forte impacto psicológico ou social;
Coluna - Cervical, Dorsal ou Lombar,         Solidariedade Social, criou a “A Rede Na-   num hospital de agudos devido a uma           • Idosos com critérios de fragilidade
Cotovelo, Crânio);                           cional de Cuidados Continuados Integra-     situação de doença súbita ou ao agra-         (dependência e doença);
No que respeita à TAC, a Santa Casa da       dos (RNCCI) de Saúde e Apoio Social” que    vamento de uma doença ou deficiência          • Pessoas com doença crónica.
HISTÓRIA

A Santa Casa da Misericórdia do En-
troncamento, nasceu a 9 de Fevereiro
de 1950, tendo os seus Estatutos sido
publicados no Diário do Governo nú-
mero 38, II série de 16 de Fevereiro
do mesmo ano e por despacho do Sub-
Secretário de estado da Assistência
Social.
A Misericórdia começou a sua acção
com o posto hospitalar a 1 de Janeiro de
1956 tendo funcionado sob a direcção
da Mesa Administrativa até 30 de Se-
tembro de 1976 sendo nessa data ofi-
cializado pelo Estado ao abrigo do Dec.
Lei n.º 618/75, de 11 de Novembro. O
concelho do Entroncamento ficou mais
rico com a criação desta Instituição,
                                                Manuel Fanha Vieira, com Ana Jorge, Ministra da Saúde, na inauguração da UCCI, a 22 de Dezembro de 2010
que tem sido um alfobre de riquezas
humanas que desinteressadamente
tem zelado por todos aqueles que a tem      “Protecção a Indigentes” com 13 idosos,                 MISSÃO                                                A nossa principal prioridade é estabele-
procurado.                                  resolvendo assim uma parte dos proble-                  A Santa Casa da Misericórdia do En-                   cer parcerias com entidades públicas e
Com os últimos Estatutos aprovados          mas que já existiam no Entroncamento.                   troncamento tem como principal mis-                   privadas que permitam a prossecução
em 1982 com personalidade jurídica          Em 1979 com a nova inauguração do                       são a prestação de cuidados de saúde                  das estratégias de acção definidas pela
civil, em conformidade com a natureza       actual lar “ Fernando Eiró Gomes”, cujo                 e acolhimento colectivo de idosos, me-                Mesa Administrativa, representada pelo
que lhe provem da sua erecção canó-         nome representa uma homenagem                           lhorando, deste modo, a qualidade de                  Provedor, criando e dinamizando valên-
nica, tem como objectivo satisfazer as      póstuma ao Capitão Piloto Aviador Fer-                  vida da população.                                    cias para bem servir a comunidade.
carências sociais, em consonância com       nando Eiró Gomes, natural do Entron-
a mensagem intrínseca presente nas          camento. Permitindo dar satisfação à
obras da misericórdia.                      maior parte das situações de âmbito
A Santa Casa da Misericórdia é uma Ins-     social, mais precisamente aos casos da
tituição Privada de Solidariedade Social,   terceira idade, sendo alguns bastante
sem fins lucrativos e de harmonia com       gravosos e de urgente solução que a
o espírito tradicional para a prática de    Misericórdia sempre tenta resolver na
satisfazer as carências sociais.            medida das suas possibilidades.
A actividade da Instituição está dividi-    Neste sector e nesta região, a Misericór-
da em duas áreas, a Social, assegurada      dia do Entroncamento foi a primeira a
por dois Lares da 3.ª idade (Lar Fer-       dar solução de internamento de idosos,
nando Eiró Gomes e Lar da Santa Casa        muitos deles praticamente sem família,
da Misericórdia do Entroncamento) e a       bem como o centro de dia, apoio domi-
Saúde (Hospital de São João Baptista e      ciliário e um serviço para acção social.
Unidade de Cuidados Continuados).           O objectivo principal é fazer crescer
A 1 de Julho de 1975 procurou-se dar        cada vez mais a Instituição. As suas ac-
solução ao problema da terceira idade,      ções, os seus serviços, o seu património,
no seu aspecto social, pôs em funciona-     sempre como a intenção de proporcio-
mento no edifício cedido pela Junta de      nar melhores serviços à população em
Freguesia onde funcionou a Instituição      geral.
ACÇÃO SOCIAL | PAÍS POSITIVO
   INDÚSTRIA DE MOBILIÁRIO | PAÍS POSITIVO              8




SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE VIANA DO ALENTEJO


UMA LONGA TRADIÇÃO DE ACÇÃO SOCIAL
R
         ui Pão Mole já fazia parte dos ór-                                                                                            centro de saúde local. O imóvel tem man-
         gãos da Santa Casa da Misericór-                                                     Rui Pão Mole, Provedor da Santa Casa     tido a traça original e agrega uma capela,
                                                                                              da Misericórdia de Viana do Alentejo
         dia de Viana do Alentejo. Ocupou                                                                                              que também pertence à instituição e que
seis anos o cargo de secretário do Conse-                                                                                              se estima ser do Século XIV. “Algumas
lho Fiscal, depois, quando surgiu a oportu-                                                                                            pessoas que têm passado pela insti-
nidade de vir a ser provedor, inicialmente                                                                                             tuição têm manifestado a aspiração de
recusou, mas acabou por aceitar o desafio                                                                                              reestruturar o edifício para acolher as
de integrar a lista, como confessa. O pro-                                                                                             pessoas mais dependentes. Já fizemos
vedor revela que as fases visíveis da acção                                                                                            uma avaliação do projecto, pedimos
social na Santa Casa da Misericórdia de                                                                                                um orçamento e o custo ronda 1,2 mi-
Viana do Alentejo são os dois lares de ido-                                                                                            lhões de euros. É um valor muito sig-
sos de que a instituição dispõe.                                                                                                       nificativo para a nossa instituição, mas
“Neste momento, no edifício sede, que                                                                                                  trata-se, efectivamente, de um edifício
outrora foi uma escola industrial, te-                                                                                                 que gostaríamos de ver preservado,
mos cerca de 80 idosos internos, 20                                                                                                    dando-lhe utilidade. Por um lado era
pessoas em centro de dia e 15 utentes                                                                                                  muito bom para a própria população,
em apoio domiciliário”, indica, contando                                                                                               dado que representaria mais uma for-
que “o edifício mais antigo, remode-                                                                                                   ma de criar postos de trabalho, e, por
lado há cerca de sete anos, acolhe 23                                                                                                  outro, seria bom para a Misericórdia,
utentes permanentes e seis idosos em                                                                                                   dando seguimento à sua vocação so-
centro de dia, que pertencem a Aguiar,                                                                                                 cial”, certifica Rui Pão Mole.
                                                 Há um ano no cargo de provedor da Santa Casa da Misericórdia
uma localidade que fica próxima de                                                                                                     Consciente dos desafios que se levantam
                                                 de Viana do Alentejo e seguidor de uma obra que tem vindo a ser
Viana do Alentejo”.                                                                                                                    a cada momento, o provedor da Santa
                                                 trilhada no âmbito da acção social, desde 1525, pelos seus ante-
O provedor revela que, neste momento,            cessores, Rui Pão Mole mostra-se confiante no trabalho que tem                        Casa da Misericórdia de Viana do Alen-
a Santa Casa da Misericórdia de Viana do         em mãos, em prol dos idosos e de novos projectos, dedicados                           tejo afirma que “neste momento as
Alentejo está a fazer obras no seu edifício      à primeira infância e à prestação de cuidados assistenciais aos                       coisas estão a funcionar, dificuldades
da freguesia de Aguiar, para desenvolver         utentes mais dependentes.                                                             existem sempre, também as sentimos,
a resposta social de creche, num lugar                                                                                                 mas estamos a tentar ultrapassar este
muito calmo e com um espaço ao ar livre                                                                                                “barranco”, como se diz aqui no Alen-
muito grande. “Embora a creche não vá         significativo de utentes. O que eu pen-    máticas para os idosos foi, também, uma       tejo, tentando levar a instituição a bom
colmatar a lacuna que existia quando          so fazer ao longo do tempo deste meu       prioridade: “Temos um fisioterapeuta          porto. Desejamos colocar em prática
foi projectada, dado que na altura que        mandato é tentar fazer o melhor pos-       que está a desenvolver actividades            novas ideias e dar seguimento a ideias
se efectuou um estudo existiam cerca          sível para os idosos, criando condições    com os idosos. Ainda há pouco tempo           já existentes. Em termos de balanço, é
de trinta crianças e neste momento            para que eles se sintam como se esti-      conversámos sobre a possibilidade             positivo, conseguiu-se avançar com al-
existem cerca de quatro a cinco, o que        vessem nas suas casas e, a partir daí,     de ele criar alguma actividade, não só        guns projectos na instituição que até
estamos a pensar é que existem mui-           abraçar novos desafios”, deseja Rui Pão    ao nível motor, mas também ao nível           aqui não estavam a ser feitos, contri-
tas famílias que vivem na periferia de        Mole, revelando uma grande sensibilida-    da expressão plástica. Temos vindo a          buindo para o bem-estar dos idosos e,
Viana do Alentejo, que trabalham em           de com o bem-estar dos utentes. “Uma       desenvolver algumas actividades no            ao mesmo tempo, criando condições
Évora e que passam por Aguiar, poden-         das principais preocupações que tive,      domínio da ginástica, uma vez por se-         para que eles estejam bem. Não descu-
do deixar os filhos quando passam por         quando entrei, foi, após ter verificado    mana”, estando certo de que “ao longo         ramos, igualmente, a questão dos fun-
esta localidade que fica no caminho de        que o centro de saúde deixou de pres-      do tempo surgirão novas ideias e gos-         cionários - cerca de setenta - que, como
ida, indo buscá-las à creche no de volta”,    tar determinados cuidados de saúde e       taria de ajudar em tudo o que estiver         nós sabemos, fazem todo o trabalho na
afirma o provedor, garantindo que, após a     que havia muitos idosos com dificulda-     ao meu alcance”.                              instituição. Os órgãos sociais podem
intervenção, a valência de Centro de Dia      de de se deslocar à unidade, assegurar     A S.C. da Misericórdia de Viana do Alente-    ser o corpo, mas os funcionários são os
que já existia em Aguiar, irá continuar.      a contratação de um médico”, refere. A     jo possui o edifício do seu antigo hospital   membros desta grande família”, afirma,
“A nossa instituição tem um número            organização de um conjunto de acções te-   onde, até há pouco tempo, funcionou o         a finalizar, Rui Pão Mole.
SAÚDE | PAÍS MOBILIÁRIO | PAÍS POSITIVO
   INDÚSTRIA DEPOSITIVO                                                     26

    Sensibilização e prevenção da morte súbita




INTELLIGENT LIFE SOLUTIONS



PAIXÃO POR SALVAR VIDAS
“Não há nenhum de nós, no seio das nossas relações, que nunca tenha contactado com uma situação ou um relato de morte súbita”, começa
por evocar Nelson Pereira, director-geral da Intelligent Life Solutions. É na base das melhores soluções do mercado, sustentadas em boas
práticas científicas e tecnológicas, que esta empresa da área da saúde orienta a construção de programas personalizados e inovadores de
Desfibrilhação Automática Externa, no combate a uma patologia que custa 700 mil vidas por ano na Europa.


                                                                                                                                                            nha Europeia de Ressuscitação e a Linha
                                                                                                                                                            Americana de Ressuscitação, notando que
                                                                                                                                                            as duas linhas têm ‘guidelines’, processos
                                                                                                                                                            pedagógicos e níveis de exigência muito
                                                                                                                                                            diferenciados. Juntam-se a estes pontos,
                                                                                                                                                            a não consagração do Suporte Básico de
                                                                                                                                                            Vida (avaliação das funções vitais e ma-
                                                                                                                                                            nobras de reanimação primárias) como
                                                                                                                                                            elo da cadeia de sobrevivência, enquanto
                                                                                                                                                            o desfibrilhador automático externo não
                                                                                                                                                            chega.
                                                                                                                                                            “Num país como o nosso, havia um ób-
                                                                                                                                                            vio caminho que a legislação devia ter
                                                                                                                                                            trilhado, que tem que ver com a noção
                                                                                                                                                            da resposta integrada e da cadeia de
                                                                                                                                                            sobrevivência. No caso de uma para-
                                                                                                                                                            gem cardiorespiratória, sabemos que
                                                                                                                                                            há dois factores com um enorme im-
                                                                                                                                                            pacto na sobrevivência da pessoa – por
                                                                                                                                                            um lado, o tempo passado até à utiliza-
                                                                                                                                                            ção do DAE e, por outro, o tempo decor-
                                                                                                                                                            rido até ao início do Suporte Básico de
                                                                                                                                                            Vida (SBV)”, indica, explicando que “uma
                                                                                                                                                            correcta iniciação do SBV potencia
    Nelson Pereira, Director-geral da Intelligent Life Solutions                                                                                            uma melhor eficácia da aplicação do
                                                                                                                                                            choque, como está provado cientifica-



P
        otenciada pela doença coronária,                           muito curta, ou seja, os primeiros três    tem uma relação directa estabelecida          mente, aumentando a probabilidade
        sobretudo em indivíduos com                                minutos, em que o sistema de emer-         com todas as pessoas que trabalham            de sobrevivência de 30 por cento para
        mais de 30 anos, a morte súbita é,                         gência médica na esmagadora maioria        connosco e que estão capacitadas para         70 por cento”.
por norma, uma experiência traumática                              dos casos não chega, por muito bom         utilizar os desfibrilhadores. Há sempre
que chega sem avisar. Originada a mon-                             que seja”.                                 a assinatura de um contrato de dele-          ESPAÇO CARDIOPROTEGIDO ®
tante por doenças arrítmicas puras, de                             “Na Intelligent Life Solutions, temos um   gação de competências, que não é um           UM SERVIÇO DE EXCELÊNCIA
entre outras patologias, nalguns casos não                         enfoque na Desfibrilhação Automática       mero formalismo”, acrescenta.
detectáveis em primeira instância, a morte                         Externa (DAE), mas nunca a devemos                                                       A construção de uma resposta eficiente
súbita regista, em média, três dezenas de                          dissociar do que é a resposta coorde-      UM OLHAR SOBRE A                              e integrada é a inspiração para o serviço
ocorrências diárias em Portugal. “No nos-                          nada da sociedade, numa situação de        LEGISLAÇÃO                                    inovador e distintivo prestado pela Intelli-
so país, gastamos milhões, e bem, na                               morte súbita. Pode existir desfibrilha-                                                  gent Life Solutions no âmbito da Desfibri-
área da segurança rodoviária, a salvar                             dor, pessoas com formação para operar      Nelson Pereira revela que o “facto de ha-     lhação Automática Externa, sob a marca
vidas, e morrem menos de mil pessoas                               com o equipamento e até um médico          ver uma regulação é absolutamente             registada ‘Espaço Cardioprotegido’. “Não
por ano em acidentes de viação. Mor-                               que assuma a responsabilidade técni-       fundamental”, assim como outros crité-        vendemos desfibrilhadores, nem for-
rem muitos milhares de pessoas devi-                               ca, em primeira análise, mas isso não      rios «positivos», tais como a necessidade     mação. Vendemos sim um pacote, um
do a morte súbita. É evidente que não                              significa que nós tenhamos um progra-      de uma direcção médica, a obrigatorieda-      serviço que abrange todas as questões
se dão saltos qualitativos, em termos                              ma bem organizado, integrado e que a       de de auditoria de todos os casos de desfi-   técnicas e de segurança, assim como o
de resposta, de um dia para o outro,                               resposta final seja positiva. Essa é uma   brilhação que venham a ser realizados, a      material de desgaste. No seguimento
mas uma pequena percentagem do que                                 preocupação quando organizamos             normalização dos equipamentos de DAE e        de um único ‘input’, quando o cliente
se gasta em segurança rodoviária teria                             programas de DAE”, concretiza o direc-     a sua implementação num raio de influên-      entra em contacto connosco para im-
um impacto exponencial na redução                                  tor-geral. “Consideramos que a desfi-      cia acessível em três minutos. Lamenta, no    plementar um programa de DAE, rea-
do número de mortos, no que concerne                               brilhação é um acto médico que deve        entanto, as questões técnicas e burocráti-    lizamos todo o trabalho de prospecção
à morte súbita”, afirma Nelson Pereira,                            ser delegado formalmente. Isto signifi-    cas decorrentes da dupla certificação de      no local, em termos de espaços e pesso-
fazendo notar que para salvar vidas “é                             ca que a nossa directora do programa,      entidades formadoras e a não existência       as, definição de perfis de operacionais
preciso intervir numa linha de tempo                               a médica cardiologista Isabel Santos,      de um critério claro de escolha entre a Li-   e formação, numa lógica de solução
coordenada, que inclui Suporte Básico                                                                                                          te, que “as escolas devem ser olhadas
de Vida, sem que o cliente tenha de se                                                                                                         como áreas de implementação estra-
preocupar com quaisquer questões,                                                                                                              tégica. Não só na medida em que uma
até ao licenciamento do INEM e entrega                                                                                                         ocorrência com uma criança é muito
do equipamento, pronto a usar”.                                                                                                                traumática, mas também numa lógica
A caixa onde é guardado o desfibrilhador,                                                                                                      de cidadania. Há um investimento em
reduto do conceito Espaço Cardioprotegi-                                                                                                       termos de sensibilização e motiva-
do é, mais do que um meio de protecção,                                                                                                        ção das crianças e dos jovens, que eu
uma verdadeira central de monitorização                                                                                                        acho que é fundamental, e que tem de
que, através de sensores, permite conhe-                                                                                                       passar, a muito curto prazo, por uma
                                                   Sistema de Georeferenciação dos Espaços Cardioprotegidos na Região de Lisboa
cer, a todo o momento, se o DAE está em                                                                                                        estratégia coordenada, a nível do Es-
condições plenas de utilização. O equipa-                                                                                                      tado, de ensinar as nossas crianças e
mento alocado envia regularmente, por         informação técnica do ponto de vista                     A DAE NUM FUTURO PRÓXIMO                jovens a fazer Suporte Básico de Vida,
meio de GPRS, para o sistema informático      de recolha (dados biomédicos e áudio),                                                           no contexto do programa escolar”.
da Intelligent Life Solutions, dados técni-   que é muito importante em termos da                      “Se nós formos capazes de olhar para    Numa lógica de franco alargamento do
cos em todos os domínios de operacio-         gestão médica, porque eu sei exacta-                     a forma como vivemos e encontrar        mercado, Nelson Pereira congratula-se
nalidade (estado de funcionamento – de        mente a que hora e em que circunstân-                    maneiras de aplicar esta resposta nos   pelo facto de neste momento existirem
hora a hora, porta da caixa aberta, bateria   cias é que as operações aconteceram.                     espaços onde passamos mais tem-         mais de cem desfibrilhadores espalha-
do desfibrilhador fraca e quaisquer pro-      É fundamental, nomeadamente no                           po, seremos capazes de estabelecer      dos pelo país e de se perspectivar que
blemas detectados - ao segundo). Existe,      processo de auditoria que se segue a                     uma solução integrada. A questão da     daqui a um ou dois anos serão muitos
igualmente, um sistema de georeferen-         uma utilização do DAE”, indica Nelson                    aplicação da DAE nas empresas, nos      mais. “Nesta questão da desfibrilha-
ciação que permite à empresa saber onde       Pereira.                                                 grandes espaços públicos e nas infra-   ção massificar é o mais importante,
é que os desfibrilhadores se encontram.       Um desfibrilhador é uma máquina muito                    estruturas de transportes e material    mas respeitando um mínimo de re-
“Temos uma interacção ‘online’ a todo         segura, que decide a aplicação do choque,                circulante deve ser olhada de uma       gras, porque a massificação em si
o momento com o cliente que nos ga-           avisa o operador do ritmo e intensidade                  forma integrada, assim como o alar-     mesma, sem rigor, tem riscos que eu
rante uma qualidade de serviço com-           das compressões torácicas (através de um                 gamento futuro às áreas residenciais,   não estou disposto a correr”, conclui
pletamente distinta. Isto dá-nos garan-       metrónomo que marca a cadência) e afere                  em termos de reflexão”, preconiza       o director-geral da Intelligent Life Solu-
tias de funcionamento do programa e           a eficácia das insuflações.                              Nelson Pereira, abonando, igualmen-     tions.
SAÚDE | PAÍS MOBILIÁRIO | PAÍS POSITIVO
   INDÚSTRIA DEPOSITIVO                                 36




APEGSAUDE – ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE ENGENHARIA E GESTÃO DA SAÚDE

DESAFIOS TÉCNICOS E DE GESTÃO RUMO A UMA SAÚDE MELHOR
Nascida da necessidade detectada de falar sobre temas de saúde, numa base transversal e de neutralidade, a Associação Portuguesa de En-
genharia e Gestão da Saúde, é uma entidade privada, sem fins lucrativos, fundada em 2004. Focalizando a sua missão nos aspectos técnicos
e de gestão que presidem às apostas empresariais do sector, a APEGSAUDE centra a sua acção catalítica nas boas práticas que conduzem à
eficiência, rentabilidade e confiança organizacional, como nos conta Carlos Tomás, presidente da direcção.




A
        APEGSAUDE iniciou a sua acti-
        vidade em 2004, apoiada por
        um conjunto de prestadores
privados, depois por um conjunto de                                                                                               UM DOS TEMAS QUE VAI
seguradoras, a que se seguiram um con-
junto de empresas na área farmacêutica
                                                                                                                                  MARCAR A NOSSA ACTIVI-
e outras na área tecnológica. “Começá-                                                                                            DADE NESTE ANO DE 2011
mos a promover um conjunto de ini-                                                                                                É O COMBATE AO DES-
ciativas que permitiram que todos os                                                                                              PERDÍCIO, ESTABELECENDO
profissionais com responsabilidades
de decisão pudessem trocar ideias e
                                                                                                                                  A DEVIDA DISTINÇÃO ENTRE
melhorar o seu conhecimento. Não o                                                                                                UM BOM INVESTIMENTO E
conhecimento na perspectiva acadé-                                                                                                UM MAU INVESTIMENTO.
mica, mas o conhecimento que tem
                                                                                                                                  É UMA QUESTÃO DE ES-
impacto nos aspectos decisórios e na
condução das operações”, evoca Carlos                                                                                             COLHAS E PRIORIDADES
Tomás, referindo que “o facto de o siste-                                                                                         . NÃO É DIFÍCIL, É UMA
ma público de saúde ter uma prepon-                                                                                               QUESTÃO DE CULTURA E DE
derância muito grande, levou a que,
muitas vezes, os temas que tinham
                                                                                                                                  VONTADE E É UM DESAFIO
interesse e que era necessário dis-
cutir para o sector privado, tenham
ficado para trás nas agendas, sendo                                                                                               tre si, muitas vezes produzem-se so-
abordados com atraso ou com menos                                                                                                 luções inimagináveis, integrantes de
importância”.                                                                                                                     uma parcela do conhecimento”, afir-
Consciente de que o trabalho da APE-                                                                                              ma Carlos Tomás, estabelecendo o dese-
GSAUDE é, fundamentalmente, pôr as                                                                                                jo de alargar os protocolos a outras en-
                                                 Carlos Tomás, Presidente da direcção
pessoas em contacto e possibilitar que                                                                                            tidades. Os acordos de cooperação com
troquem as suas experiências, Carlos                                                                                              instituições do ensino superior público e
Tomás congratula-se pela evolução da         amos e hoje temos uma aceitação ge-        está a fazer. É como comprar um ex-       privado fazem, igualmente, parte de uma
entidade a que preside: “Temos tido          neralizada, porque os problemas que        celente automóvel e ter um péssimo        estratégia que a APEGSAUDE deseja po-
muito incentivo e temos vindo a cres-        existem na gestão pública e na gestão      condutor”, revela Carlos Tomás, concre-   tenciar, já a partir deste ano: “Queremos
cer, continuada e sustentadamente.           privada são muito comuns e não di-         tizando que “não se pode falar em ges-    alargar a nossa colaboração a todas as
Procuramos que as nossas iniciativas         ferem na sua essência. Não são dois        tão de qualidade na saúde, sem todas      universidades, porque há uma grande
cumpram dois princípios – em primei-         mundos tão separados como se pen-          as unidades privadas de exploração        necessidade de que estas sejam mais
ro, que sejam úteis para as pessoas e,       sa”, revela Carlos Tomás, apontando os     de saúde estarem licenciadas”.            pró-activas e estejam mais próximas
em segundo, que sejam objectivas e           conflitos de interesses que decorrem do    O estabelecimento de protocolos de co-    do mundo real da indústria e das ope-
não excessivamente caras. O nosso            facto de o financiamento da saúde não      laboração com as ordens profissionais,    rações. Uma das iniciativas que que-
público é composto por pessoas mui-          estar separado da prestação, uma maté-     nomeadamente a Ordem dos Médicos,         remos promover, e que vai começar
to ocupadas e muito conhecedoras.            ria que vai estar em evidência este ano.   a Ordem dos Enfermeiros e a Ordem         pela área da gestão, é que os alunos
Elas não vêm à procura do que faze-          Na ausência de uma cultura de avalia-      dos Farmacêuticos, para além da cola-     dessas instituições possam estagiar
mos para obter mais conhecimento,            ção, aplicável aos gestores e aos inves-   boração com a Sociedade Portuguesa        nas empresas nossas associadas”.
mas para perceberem o que funciona           timentos, “centramos uma das nossas        de Cardiologia, tem sido uma aposta da    A finalizar, Carlos Tomás, presidente
e o que não funciona”.                       abordagens na parte das tecnologias        APEGSAUDE na afirmação do seu papel       da direcção da APEGSAUDE anuncia
Os últimos anos têm registado grandes        e na importância de as aplicar bem,        dialógico, porque, como reitera Carlos    que “um dos temas que vai marcar a
evoluções nas unidades de saúde do           na medida em que é preciso saber in-       Tomás, “as ordens profissionais têm       nossa actividade neste ano de 2011
Estado, nomeadamente ao nível da em-         vestir nessa área, nos eixos da neces-     um papel importantíssimo, porque          é o combate ao desperdício, estabe-
presarialização, a que a APEGSAUDE tem       sidade, rentabilidade e utilidade. É       nas organizações pode haver dinhei-       lecendo a devida distinção entre um
estado atenta. “Normalmente, só tínha-       imprescindível centrar competências        ro e tecnologia, mas se não houver        bom investimento e um mau inves-
mos um impacto mais concentrado no           na área da gestão e da organização,        pessoas qualificadas, não há margem       timento. É uma questão de escolhas
sector privado, mas a determinado            porque exige conhecimento e apro-          para evoluir. No domínio técnico e        e prioridades. Não é difícil, é uma
momento o sector público começou a           fundamento dos processos, sabendo          científico, quando se conjugam as vi-     questão de cultura e de vontade e é
interessar-se por aquilo que nós fazí-       o que se está fazer e por que é que se     sões de diferentes especialistas, en-     um desafio”.
APEGSAUDE
ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE ENGENHARIA E GESTÃO DA SAÚDE


PRÓXIMAS
INICIATIVAS DA APEGSAUDE
1.ª Gala PULMONALE
25 de Janeiro (20h30)
Casino Estoril



A
         APEGSAUDE apoia a 1.ª Gala        questionável valia, dos mais diferentes
         PULMONALE - Associação            sectores da sociedade e do estrangeiro,
         de Luta Contra o Cancro do        questionarão muitos dos conceitos da-
Pulmão, que decorrerá no dia 25 de         dos como adquiridos, e redescobrirão
Janeiro, pelas 20h30, no Casino Esto-      muitas das aparentemente ignoradas
ril. Apresentado pelo actor Ricardo        dimensões da saúde.
Carriço, o evento incluirá jantar e es-
pectáculo, sendo artistas convidados       Os temas económicos terão uma prima-
os músicos Luís Represas e João Pedro      zia significativa, para que se possa ir da
Pais. A receita das inscrições, no valor   Economia da Saúde para uma Econo-
de cinquenta euros, reverterá a favor da   mia Saudável e se encontrem caminhos
PULMONALE. Todas as informações po-        em que a sustentabilidade não seja o
derão ser consultadas no site da APEG-     primeiro escolho de qualquer política.
SAUDE, em www.apegsaude.org.

                                           Mas a vida transcende muito a simples

III Congresso do
                                           economia, e as questões da Humanização
                                           terão um lugar próprio e bem importan-

Sistema de Saúde
                                           te, numa globalidade do bem-estar e saú-
                                           de, à escala humana, que não é concebível

Português                                  sem equilíbrios mentais, espirituais, reli-
                                           giosos e sociais profundos.

Falar Saúde                                E sendo os equilíbrios humanos gerado-

24 e 25 de Março                           res das inquietações e tensões criadoras
                                           que se exprimem através da Cultura,           A modernidade lida hoje com o Mundo      uma Saúde de Excelência numa exce-

de 2011                                    verdadeira base das civilizações e essên-
                                           cia distintiva da humanidade, os temas e
                                                                                         em tempo real e a informação ao correr
                                                                                         dos dedos. Os temas comunicacionais
                                                                                                                                  lente Sociedade Saudável?


Hospital de São                            as iniciativas culturais, explorando esse
                                           contraponto criador com a saúde e o
                                                                                         são hoje cruciais. A informação não
                                                                                         existe mais escondida, e as sociedades
                                                                                                                                  O Congresso é promovido, a exemplo
                                                                                                                                  das edições anteriores, pela Associação
João - Porto                               bem-estar, povoarão os tempos do con-
                                           gresso numa explosão artística.
                                                                                         querem-se transparentes. A Comunica-
                                                                                         ção ocupará também um lugar relevan-
                                                                                                                                  Portuguesa de Engenharia e Gestão da
                                                                                                                                  Saúde, que, com o empenhamento do
                                                                                         te agregando um conjunto de temas re-    Hospital de São João, tudo fará para
O Hospital de São João é o anfitrião da                                                  lacionados com os impactos mediáticos    vencer as naturais dificuldades e rea-
3.ª edição do Congresso do Sistema de                                                    da saúde.                                lizar no Porto um congresso de traba-
Saúde Português a 24 e 25 de Março de                                                                                             lho, útil, criativo e dinamizador de boas
2011. Com o título “Falar Saúde” o con-                                                  A cidade polariza o desenvolvimento      vontades. Um conjunto de personali-
gresso porá gente do país a falar para                                                   social das sociedades, cada vez mais     dades será em breve convidado a inte-
gente da saúde e do país, sendo espera-                                                  gregárias, mais concentradas, mais       grar uma Comissão Organizadora, que
dos mais de mil participantes ao longo                                                   estruturadas e, possivelmente, mais      velará pela pluralidade, independência
dos dois dias em que se multiplicarão                                                    solidárias. As fortíssimas ligações da   e relevância do programa de trabalhos,
as dezenas de sessões de trabalho, so-                                                   Saúde com a Cidadania, quadro de re-     que, em conjunto com toda a informa-
bre os mais variados temas. Será cer-                                                    lações sociais numa Europa em que nos    ção, estará disponível no website www.
tamente um momento para reavaliar                                                        integramos e num mundo global de que     falarsaude.net.
o valor da saúde para a sociedade, e                                                     fazemos parte, constituem outra das
os congressistas, entre os quais perso-                                                  temáticas que o congresso abordará e        Fonte: www.apegsaude.org
nalidades de reconhecido mérito e in-                                                    a pergunta ficará: Como podemos ter
SAÚDE | PAÍS MOBILIÁRIO | PAÍS POSITIVO
    INDÚSTRIA DEPOSITIVO                                                 38




CLÍNICA SÃO JOÃO DE DEUS


PATOLOGIA MAMÁRIA:
NA ROTA DO DIAGNÓSTICO AVANÇADO
Estivemos à conversa com Graça Barreiros, médica radiologista da Clínica São João de Deus, que nos revelou que esta Unidade de Saúde de
Lisboa, um dos grandes desafios da sua carreira profissional, está em condições de oferecer exames de diagnóstico avançado no estudo da
patologia mamária. Apostou-se na formação específica e orientada de uma equipa de médicos e técnicos de Radiologia focados na perspectiva
holística da doente, bem como em equipamentos de imagem de última geração.

                                                                                                          tenciais, atingindo o objectivo idealizado de    atendimento personalizado”, concretiza
                                                                                                          que é preciso pensar, estudar, criar e aplicar   a especialista.
                                                                                                          conhecimento, bases de aprendizagem e
                                                                                                          reinvenção constante.                            A EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA
                                                                                                                                                           NO DIAGNÓSTICO MAMÁRIO
                                                                                                          “ENSINAR É EXORTAR
                                                                                                          A FAZER QUALIDADE”                               Em Imagiologia Mamária, a Mamografia, a
                                                                                                                                                           Ecografia Mamária e a Ressonância Mag-
                                                                                                          Graça Barreiros revela que o Serviço de          nética afiguram-se como os três principais
                                                                                                          Imagiologia da Clínica São João de Deus          meios de diagnóstico. Um outro meio de
                                                                                                          foi completamente renovado aquando da            diagnóstico, com recurso à imagem e mui-
                                                                                                          compra desta Unidade de Saúde, por par-          to importante é a Intervenção Mamária, de
                                                                                                          te da Universidade Lusófona, há três anos.       que é exemplo a Biopsia.
                                                                                                          “Neste momento, para além da área as-            “Neste momento, temos através da Ma-
                                                                                                          sistencial clínica quotidiana, estamos a         mografia Digital Directa, qualidade, que
                                                                                                          formar formadores técnicos, pelo que             é importantíssima no diagnóstico”, reve-
                                                                                                          não estamos ainda a receber um grande            la Graça Barreiros. Oferece maior rapidez de
      Graça Barreiros, médica Radiologista da Clínica São João de Deus
                                                                                                          volume de alunos estagiários da ERISA            execução, facilidade de leitura por amplia-
                                                                                                          - Escola Superior de Saúde Ribeiro San-          ção do espectro de contrastes na imagem e



M
             aria da Graça Barreiros, médica               aquando da aquisição da Clínica São João de    ches, integrante do Grupo Lusófona. É            maior fiabilidade de leitura, sobretudo em
             Radiologista, formou-se em Me-                Deus, pelo Grupo COFAC, da Universidade        um projecto que decorre de uma forma             padrões de elevada densidade mamária.
             dicina na Faculdade de Medicina               Lusófona, para montar o Serviço de Imagio-     lenta, progressiva, continuada, mas com          Facilmente e num mesmo tempo sequen-
da Universidade de Lisboa com a classifica-                logia e iniciar a unidade de Patologia Mamá-   um objectivo muito definido e determi-           cial permite a possibilidade de acoplar o
ção de Bom com Distinção. Fez o Internato                  ria nesta clínica.                             nado. Tem de haver uma formação prá-             aparelho de Estereotaxia, para Intervenção
de Especialidade em Lisboa, no Instituto                   Com alguma experiência continuada na do-       tica dos técnicos, com muito rigor, para         Mamária, como Biopsia para recolha de
Português de Oncologia Francisco Gentil,                   cência de técnicos no IPOFG e pela activida-   que se possam formar novos técnicos,             fragmentos para diagnóstico. Apesar dos
que termina em Junho de 1983, tendo sido                   de contínua que exerceu foi convidada pelo     com uma elevada qualidade profissio-             avanços enormes da Mamografia, em ter-
aprovada por Unanimidade com Distinção.                    Instituto Superior de Ciências de Saúde de     nal, o que está a acontecer. Pretendemos         mos de processamento da imagem, a com-
Em 1986 faz exame de provimento do lugar                   Maputo, em Moçambique, a leccionar no 1.º      que, quando os alunos vierem para aqui,          pressão mamária é ainda obrigatória para
de Assistente Hospitalar e é 1.ª classificada              Curso de Formação de Técnicos de Radiolo-      não venham cumprir horas de estágio.             a imobilização, pelo que é impossível fazer
neste Concurso de provimento, com a clas-                  gia, que está a decorrer naquele país.         Têm de vir na perspectiva de se dife-            Mamografia sem que a doente não sinta
sificação final de 18 valores.                             Com o alargamento de actividades na área       renciar em áreas de execução prática             maior ou menor grau de desconforto.
É bolseira da Gulbenkian num Estágio na                    da saúde pela Universidade Lusófona, foi       específicas e quotidianas, construindo           “A compressão está padronizada, em re-
Oregon Health Sciencies University de Bir-                 nomeada responsável pela consultoria nas       um curriculum teórico-prático com tra-           lação ao valor mínimo que deve ser utili-
mingham, no Alabama. Faz concurso públi-                   áreas de aquisição de equipamentos de          balhos publicados e redacção de artigos          zado. Não se pode dizer que a Mamogra-
co e é aprovada como Assistente Hospitalar                 imagiologia e pela telemedicina.               científicos. Ensinar é exortar a fazer qua-      fia Digital dói menos. Há que saber fazer
Graduada em 1992. Abandona em 1996 o                       Convidada para integrar o quadro da Facul-     lidade”, afirma.                                 e sobretudo haver bom senso na abor-
sector público, para se dedicar exclusiva-                 dade de Ciências Biomédicas da Universida-     Na perspectiva de Graça Barreiros “ser Téc-      dagem das doentes, caso a caso. Trata-se
mente ao privado, onde dirige, a pedido da                 de Lusófona, acabou por aceitar o desafio, a   nico de Radiologia não é ser um mero             de imobilizar para afastar tecidos, para
Instituição, o Serviço de Radiologia da AS-                fim de alargar vertentes de ensino e assis-    executante de exames”. É a pessoa que            não haver blurring da imagem (imagem
MECL e exerce actividade no Hospital Par-                                                                 tem o primeiro contacto com o doente e           desfocada) e comprimir para distinguir
ticular de Lisboa, em estreita relação com                                                                em quem o doente tem de confiar, porque          estruturas ocultas. Não pode haver áreas
os técnicos de Radiologia, jovens internos                  Exames Mamários realizados na Clínica         os exames são, por vezes, desconfortáveis        cegas, tem de estar tudo contemplado na
de especialidade, cirurgiões e Anatomo-                     São João de Deus - Lisboa:                    ou dolorosos. “É, pois, necessário um ele-       imagem, porque o diagnóstico depende
Patologistas ligados à Patologia Mamária.                                                                 vado skill de conhecimento teórico que           disso”, concretiza Graça Barreiros.
Iniciou em 2006 estudos aprofundados na                     :: Mamografia Digital Directa                 a ERISA nos dá, mas também o ensino              “Um médico que pretenda especializar-
Ressonância Magnética Mamária e execu-                      :: Ecografia Mamária                          perante o doente de uma abordagem                se em Imagiologia Mamária, deve dedi-
                                                            :: Microbiopsia Mamária e citologia
ção de exames com recurso a formação para                                                                 humanística, recorrendo ao diálogo e             car-se em exclusivo, sem desvio para a
                                                            :: Galactografia
creditação na Alemanha e Estados Unidos                                                                   empatia para relaxar o doente e conse-           realização de outros exames fora deste
                                                            :: Marcação Pré-operatória com Arpão
da América. Com isto adquiriu uma vasta                     :: Ressonância Magnética (em aquisição)       guir imagens com elevado padrão de               contexto, porque são técnicas de difícil
experiência, tendo por isso sido convidada,                                                               qualidade, proporcionando, enfim, um             interpretação, que exigem grande expe-
riência. Existem publicações quotidianas       agulha intramuscular numa seringa com            ção informa-se o cirurgião que termina          para impedir a continuação de irradia-
sobre o tema em várias vertentes que há        manípulo manual que faz o vácuo necessá-         assim a cirurgia.                               ção mamária, que naturalmente existe
que ler. O médico radiologista para além       rio à aspiração.                                                                                 quando se faz Mamografia”, indica Graça
de estar habituado a ler imagens, tem de       Depois esfrega-se o produto obtido em            A RESSONÂNCIA MAGNÉTICA                         Barreiros.
integrar conhecimento proveniente de           lâminas, para posterior análise. É rápido
outras especialidades que estão ligadas        e económico, permitindo uma diferencia-          “Eu faço Ressonância Magnética Mamá-            A ESCOLHA DO DIAGNÓSTICO
a Patologia Mamária, tem que trabalhar         ção entre células benignas e malignas. Não       ria (RMM) desde 2006. Estamos actual-
em grupo, com imagens e conhecimento           tem, contudo, a capacidade diagnóstica da        mente em fase de aquisição de equipa-           “A determinação de que tipo de exames
de origens diversas na avaliação de um         Biopsia, que não estuda células, mas sim         mento de Ressonância para a Clínica São         é que se deve efectuar, até aos 40 anos,
único doente, normalmente ansioso de           fragmentos de tecidos. A vantagem de tirar       João de Deus. Conjugaremos a vertente           atende a um critério de bom senso mé-
uma resposta imediata. Defendo mesmo           fragmentos é conseguir uma melhor acui-          diagnóstica médica que a Ressonância            dico e do médico radiologista. Este, por
a criação da Especialidade de Senologia”,      dade de diagnóstico, porque há muito mais        Magnética permite, com vertentes de en-         sua vez, deverá propor no relatório o
conclui.                                       elementos estruturais para analisar, dado        sino e de investigação com a Faculdade          tipo de seguimento que a doente deve
A Ecografia Mamária é complementar da          que o tecido está representado. A Biopsia        de Ciências Biomédicas e a ERISA - Esco-        ter. A partir dos 40 anos há Protocolos
Mamografia, sendo uma área exclusivamen-       permite fazer um diagnóstico de benignida-       la Superior de Saúde Ribeiro Sanches, da        Europeus e do ACR - American College
te médica, na medida em que os Técnicos        de ou malignidade, aferindo, inclusivamen-       Universidade Lusófona, actividades que          of Radiology. Eu sou muito a favor do
não são executantes. “Temos um ecógrafo        te, o grau de malignidade do tumor (baixo,       pretendemosdesenvolverconjuntamen-              protocolo do ACR, que propõe a reali-
de última geração, equipado com son-           médio ou alto), determinação de índices          te, potenciando ao máximo a importân-           zação de mamografias anuais dos 40
das adequadas, lineares e muito especí-        proliferativos celulares e determinação da       cia da Ressonância Magnética”, começa           até aos 52/53 anos e depois de dois em
ficas para mama, que permite fazer um          sensibilidade do tumor a tratamento hor-         por afirmar Graça Barreiros. A especialista     dois anos até ao resto da vida”, defende
diagnóstico diferencial entre diferentes       monal. Para efeitos de planeamento de            em Imagiologia, responsável pelo projecto       Graça Barreiros, lamentando que muitas
estruturas, permitindo, em alguns casos,       tratamento, é extraordinariamente impor-         de instalação, esclarece que “a RMM Ma-         mulheres, ao avançar na idade, pensem
a diferenciação imediata entre patologia       tante para o médico saber com que tipo de        mária veio trazer a terceira dimensão           que já não é necessário realizar Mamogra-
benigna e maligna”, refere Graça Barrei-       tumor é que está a lidar. Sob o ponto de vista   da mama, o que nos faltava, um poten-           fias. A especialista lembra que o Cancro da
ros. A Ecografia é, efectivamente, um méto-    de planeamento terapêutico, a Biopsia é          cial imenso, que permite o diagnóstico          Mama aumenta com a idade. Questionada
do auxiliar de diagnóstico importantíssimo,    preferível à Citologia, exigindo, igualmente,    conciliando estudos morfológicos e              se o modelo americano é seguido em Por-
além de que é utilizado, por exemplo, como     uma grande experiência para impedir falsos       funcionais. Estuda parâmetros de ac-            tugal por muitos médicos, Graça Barreiros
exame de primeira linha em mulheres muito      negativos.                                       tividade celular e consegue transmitir,         afirma que sim.
jovens, porque não convém submeter as pa-      A Marcação Pré-operatória com Arpão              através disso, noções complementares,           A concluir, Graça Barreiros aconselha todas
cientes a radiação demasiado cedo. Nesses      baseia-se na colocação de um arpão que an-       que nenhum outro método não invasivo            as mulheres a aderirem a programas de
casos, de mulheres nulíparas – ou seja, sem    cora no tecido lesado e está ligado a um fio-    é capaz. É mais uma técnica que, se mui-        despiste de Cancro da Mama, com vista à
filhos - a Ecografia cobre completamente o     guia que vem até à superfície da pele. “Te-      to bem efectuada, permite atingir o gold        diminuição da mortalidade associada à do-
diagnóstico. Isto porque se a mulher tiver     mos um aparelho de Estereotaxia que              standing da qualidade diagnóstica”.             ença: “Os avanços tecnológicos permitem
filhos, o padrão da mama modifica-se. Pode     nos permite visualizar o local exacto, em        Quando a Mamografia e a Ecografia são in-       diagnósticos mais precoces e, numa cer-
acontecer, no entanto, que a mama se man-      profundidade, de colocação do arpão,             suficientes a RMM, que é a técnica mais sen-    ta medida, falar de um maior número de
tenha com padrões de elevada densidade e,      através de uma determinação tridimen-            sível e específica de diagnóstico, deverá ser   casos diagnosticados resulta da nossa
nesse caso, a Ecografia continuará a ter pa-   sional, fornecida pelo aparelho”, explica        utilizada. “Entre outras indicações que         actual maior capacidade de detecção.
pel preponderante.                             Graça Barreiros. Na cirurgia, o cirurgião        não referencio, por exaustivas, destaco-        Detecção precoce significa diminuição
A Galactografia é um exame que se faz          segue o fio-guia até à lesão e retira-a. Isto    o como obrigatório no estadiamento de           de mortalidade, sobretudo porque os
para estudo da patologia dos canais de lei-    permite, tirar estritamente a quantidade de      tumores, antes da cirurgia”, afirma Graça       avanços tecnológicos na imagem cami-
te, os chamados canais galactofóricos, daí a   tecido proporcional ao tamanho do tumor,         Barreiros. Em casos de mulheres jovens          nharam a par com avanços na capacida-
origem do termo. Trata-se da introdução de     sem grande amputação mamária e, no fu-           que fizeram radiação para tratamento de         de terapêutica. Apenas a juntar a estes
uma substância líquida de contraste dentro     turo sem grande alteração estética. “É tam-      linfoma, seja de corpo inteiro ou de tórax,     dois elementos, o acreditar que este es-
de canais para estudar, por exemplo, uma       bém possível a colocação de arpões por           passados oito anos do final do tratamen-        forço continuado foi feito em benefício
área de obstáculo, que se desenvolve no in-    Ecografia”, esclarece a médica radiologista.     to há um aumento de risco de cancro da          de cada doente, de si que está a ler, ca-
terior do canal.                               Depois da cirurgia, radiografa-se a peça         mama. “Nessas situações, a RMM é o pri-         bendo a cada um de vós juntar-se a nós e
A Citologia pica uma lesão e aspira células,   operatória para confirmar que todo o             meiro meio de diagnóstico e o exame             participar connosco para, todos juntos,
através de uma agulha, por exemplo uma         tumor foi retirado e após essa confirma-         de seguimento de dois em dois anos,             conseguimos ultrapassar a doença”.
PREVENÇÃO E MOBILIÁRIO RODOVIÁRIA
   INDÚSTRIA DE SEGURANÇA | PAÍS POSITIVO| PAÍS POSITIVO               44




IMTT – INSTITUTO DA MOBILIDADE E DOS TRANSPORTES TERRESTRES



TRANSPORTES TERRESTRES E MOBILIDADE
– ENTRE O PASSADO E O FUTURO
                                                           Nascido a 1 de Novembro de 2007 por via de um processo de fusão / extinção de três organismos pú-
                                                           blicos – a Direcção-Geral de Viação, o Instituto Nacional de Transporte Ferroviário e a Direcção-Geral de
                                                           Transportes Terrestres - o Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres (IMTT, I.P tem por missão
                                                                                                                                                     .)
                                                           regular, fiscalizar e exercer funções de coordenação e planeamento do sector dos transportes terrestres,
                                                           visando a mobilidade de pessoas e bens. Jorge Batista e Silva, presidente em exercício do Conselho Di-
                                                           rectivo do IMTT que termina as suas funções no fim deste mês regressando ao Instituto Superior Técnico,
                                                           realça a importância deste organismo no sector, apresenta algumas estratégias de futuro que têm vindo a
                                                           ser prosseguidas e alguns desafios que o futuro colocará.


                                                                Jorge Batista e Silva, Presidente do Conselho Directivo do IMTT



                                                           para a modernização da rede de ensino e                     tração do transporte terrestre permitin-      internacionais. É aqui, seja nos comités em
                                                           de formação nesta área e para a qualidade                   do que o pensamento e a acção, gerado         que participamos, nos numerosos grupos



H
          erdeiro de praticamente todas                    das aprendizagens por parte dos novos                       pela organização, passasse a ser mais         técnicos e de acompanhamento a propósi-
          as competências das entidades                    condutores. Identicamente, foi importan-                    integrado e mais participativo nas polí-      to da avaliação de problemáticas que estão
          que lhe deram origem, excepto                    te a incorporação da homologação, regis-                    ticas transversais que são cada vez mais      na agenda europeia ou da construção de
a das contra-ordenações estradais que                      to de matrículas e inspecção periódica                      necessárias. Por outro lado, a dimensão       regulamentação comunitária e de novas
foram atribuídas à Autoridade Nacional                     de veículos num instituto que também                        do instituto e o protagonismo que pode        directivas, que se joga a defesa dos interes-
de Segurança Rodoviária, o IMTT baseia                     se ocupa da administração do transporte                     e deve ter no sector, enquanto organis-       ses nacionais, das empresas, da indústria
a sua acção num conjunto de quatro áre-                    de terrestre, num tempo onde imperam                        mo de referência, pode contribuir para        e das soluções que melhor se adaptam ao
as principais de actuação – Regulação                      preocupações ambientais e onde temos                        o evitar da captura do interesse público      contexto, cultural e práticas de cada país.
Jurídico-Económica, Regulação Técnica                      de aplicar normativos diversos sobre                        por interesses privados servindo de su-       E é absolutamente fundamental garantir
e de Segurança, Formação e Certificação,                   emissões, ter preocupações com a forma                      porte ao exercício da governação e de in-     uma presença internacional qualificada
e Fiscalização – embora seja de destacar                   como nos movemos e como fazer boas                          térprete e de primeiro conselheiro para       que seja conhecedora e próxima do sec-
também os serviços de Planeamento,                         escolhas para efectuar as deslocações                       a construção das políticas públicas neste     tor. Seja por razões de mera actualização
Inovação e Avaliação na participação em                    necessárias. Estamos a entrar num perí-                     sector. Como instituto, tem alguma auto-      técnica ou de troca de conhecimento, seja
planos e programas nacionais de natu-                      odo histórico de grande mutação tecno-                      nomia administrativa e financeira, em-        por questões de discussão de normativos
reza transversal e na condução de ou-                      lógica nos sistemas de motorização dos                      bora seguindo as mesmas regras gerais         e de negociação. Penso que o IMTT nesse
tros que são específicos do instituto.                     veículos, como é bom exemplo o veículo                      da contratação pública e da orçamenta-        capítulo teve e continuará a ter papel im-
                                                           eléctrico, de introdução de combustíveis                    ção, tem mais capacidade de gestão su-        portante. Ser uma entidade de referência é
O IMTT foi um dos últimos produtos                         alternativos, de utilização intensiva da                    portada num Conselho Directivo plural,        um resultado e não um fim. Nenhuma en-
do PRACE – Programa de Reestrutu-                          electrónica e das tecnologias de infor-                     com responsabilidades de pensamento           tidade, a qualquer nível da administração,
ração da Administração Central do                          mação nos veículos, na infraestrutura e                     e condução estratégica e em dirigentes        se fará reconhecer se não for pela qualida-
Estado. Terá sido uma boa aposta?                          em todas as componentes que garantem                        que terão de ter cada vez mais capaci-        de do seu trabalho, o qual só pode aconte-
Sem a menor hesitação respondo-lhe                         a mobilidade das pessoas. Por isso tudo                     dades de liderança e de gestão das suas       cer através de três factores que os vários
que sim. É sempre um enorme desafio a                      foi importante incorporar no IMTT a Re-                     Unidades Orgânicas. Sem prejuízo dos          membros do CD ao longo deste tempo
construção de uma nova identidade no                       gulamentação Técnica e a Segurança que                      ajustamentos orgânicos que forem ne-          sempre procuraram desenvolver:
conjunto dos organismos da Adminis-                        se exerce fundamentalmente sobre os ve-                     cessários seria muito negativo o regres-      - Visão Estratégica (para onde, por onde
tração do Estado e este tinha a particular                 ículos de transporte rodoviário e ferrovi-                  so a modelos antigos.                         e como devemos caminhar); - Recursos
dificuldade de juntar competências que                     ário. É preciso não esquecer que o IMTT                                                                   qualificados (não apenas os financeiros
tinham vivido distanciadas seguindo                        é a autoridade nacional de segurança em                     Acha que o IMTT conseguiu neste               mas em particular os trabalhadores e os
culturas muito diferentes. E penso que se                  relação ao transporte ferroviário, autori-                  período ser um organismo de refe-             dirigentes da organização que são chama-
ganhou bastante, para a administração e                    zando tudo quanto é material circulante                     rência no sector?                             dos a participar na construção da estraté-
para os administrados, trazer para o seio                  bem como todas as alterações sobre tra-                     Não lhe sei responder, mas o sector, as       gia e na sua operacionalização); - Processo
dos transportes as problemáticas da con-                   çados ferroviários, sempre na perspecti-                    associações, as empresas, os operadores       transparente (em que destaco a participa-
dução e dos veículos da antiga DGV, o que                  va da segurança.                                            e os cidadãos devem saber dizer. Não fize-    ção, o diálogo, a discussão, o debate de
aliás não era novo na história do sector. A                                                                            mos estudos nesse sentido, mas quando         ideias e a negociação mas também a lide-
formação, habilitação e certificação para a                Mas esses objectivos não teriam da                          questionámos estas entidades no início de     rança, a persistência e a determinação).
condução, profissional e não profissional,                 mesma forma sido prosseguidos no                            2010 para informar a avaliação do QUAR
recolocou a problemática da segurança                      anterior modelo?                                            de 2009 recebemos respostas muito posi-       Não quer destacar algumas medidas
rodoviária tradicional no novo quadro da                   Poderiam… mas não era a mesma coisa.                        tivas e manifestações de incentivo. Gostava   ou realizações que foram particular-
mobilidade sustentável tão importante                      Com o IMTT penso ter-se ganho eficiên-                      de salientar um aspecto essencial no que      mente importantes?
para a qualidade de vida dos cidadãos,                     cia e sobretudo coerência na adminis-                       se refere ao papel do IMTT nas instâncias     Creio que não me concede espaço nes-
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  • 1. FOTOGRAFIA: DIANA QUINTELA // LOCAL: MUDE positivo WWW.PAISPOSITIVO.ORG //// Janeiro ‘11 / EDIÇÃO Nº 41 ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DO JORNAL ‘PÚBLICO’ “AINDA HÁ MUITO A FAZER PARA CONSEGUIRMOS PERTENCER A UMA SOCIEDADE ONDE MULHERES E HOMENS VIVAM EM IGUALDADE E LIVRES DE PRECONCEITOS”, refere Sandra Ribeiro, Presidente da CITE. (9.ª Edição da entrega dos prémios Igualdade é Qualidade) SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DO ENTRONCAMENTO | SAÚDE: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DAE UCC | Unidade de Cuidados Continuados
  • 2. Índice EXEMPLOS DAS MELHORES PRÁTICAS 04 A problemática da desertificação Ao longo dos anos, o Interior de Portugal tem vindo a ser vítima do fenómeno da desertificação, tanto a nível da perda da capacidade produtiva dos terrenos causada pela constante actividade humana, como do despovoamento dos territórios devido ao fluxo migratório das populações para o litoral em busca de uma maior qualidade de vida. Conheça nesta edição o que está a ser feito para combater este flagelo. PAG. 14 22 Como funciona o seu coração? Carlos Morais, 66 A problemática da habitabilidade nos grandes 09 A IGUALDADE DE DIREITOS ENTRE HO- MENS E MULHERES EM DESTAQUE NA coordenador nacional da Associação Bate Bate Coração fala desta iniciativa pioneira em centros urbanos. O espaço público, os equipamentos e as infra-estruturas na óptica de 9ª EDIÇÃO DA ENTREGA DOS PRÉMIOS Portugal Romão Lavadinho, presidente da AIL IGUALDADE É QUALIDADE 56 O Ensino Particular e Cooperativo está na 74 Felino: 75 anos de história no sector da senda da agenda mediática. Saiba porquê pela Fundição em Portugal. Manuel Braga Lino voz do Padre Querubim, director do Colégio conta-nos o segredo do sucesso Calvão Propriedade, Edição, Administração e Autor Publicações Directas, S.A. - Rua da Bélgica, 2340 | 4400-046 Vila Nova de Gaia | Telefone 22 206 10 20 Fax 22 206 10 39 E-mail geral@publicacoesdirectas.pt | NIPC 507 824 830 | Directo- ra Fernanda Pereira | Editora Clara Henriques (clara.henriques@publica- coesdirectas.pt) | Produção de Conteúdos Adélia Abreu (adelia.abreu@ publicacoesdirectas.pt), Ana Mota (ana.mota@publicacoesdirectas.pt), Luís Manuel Martins (luis.martins@publicacoesdirectas.pt) | Produção Gráfica e Paginação Lídia Pinto | Gestão de Comunicação Car- los Almeida, Carlos Lopes, Fernando Ferreira, Filipe Amorim, Jorge D’Almeida, José Machado, José Moreira, Moura Lopes, Olavo Pereira, Paulo Laranjeira, Rui Santos, Sandra Pereira, Sérgio Dinis e Sofia Silva. Impressão Lisgráfica, Impressão e Artes Gráficas, SA | Distribuição Na- cional | Periodicidade Bimestral |Registo ICS nº 124877 | Nr Depósito Legal 215441/04 | Assinaturas Para assinar ligue 22 206 10 20 ou envie o seu pedido para Publicações Directas, S.A. - Rua da Bélgica, 2340 - 4400-046 V. N. Gaia |Fax 22 206 10 39 E-mail assinaturas@publicacoesdirectas.pt |Preço de capa 4,00 euros (iva incluído a 6%) | Assinatura 12 números Portugal 34 euros (iva incluído a 6%) Europa 65 euros, Resto do Mundo 88 euros Os artigos nesta publicação são da responsabilidade dos seus autores e não expressam necessariamente a opinião do editor. Reservados todos os direitos, FICHA TÉCNICA proibida a reprodução, total ou parcial, seja por fotocópia ou por qualquer outro processo, sem prévia autorização do editor. A paginação é efectuada de acordo com os interesses editoriais e técnicos da revista, excepto nos anúncios com a localização obrigatória paga. O editor não se responsabiliza pelas inserções com erros, lapsos ou omissões que sejam imputáveis aos anunciantes. Quaisquer erros ou omissões nos conteúdos, não são da responsabilidade do editor.
  • 3. ACÇÃO SOCIAL Hoje, mais do que nunca, a acção social assume um papel preponderante. Conheça alguns dos exemplos da misericórdia que se faz em Portugal e de que forma conseguem estas instituições apoiar quem mais precisa. SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DO ENTRONCAMENTO TRADIÇÃO DE BEM-FAZER AO SERVIÇO DA COMUNIDADE A caminho dos 60 anos de História, efeméride que se cumpre no dia 9 de Fevereiro, a Santa Casa da Misericórdia do Entroncamento é uma Instituição Particular de Solidariedade Social dinâmica que inaugurou no passado dia 22 de Dezembro de 2010 a Unidade de Cuidados Conti- nuados homónima do Provedor, Manuel Fanha Vieira, num evento que contou com a presença da Ministra da Saúde, Ana Jorge. Esta resposta social veio dar continuidade à longa tradição de prestação de cuidados de saúde, no Hospital São João Baptista, e no apoio à população sénior, nos lares Fernando Eiró Gomes e da Santa Casa da Misericórdia. A abrir, uma mensagem do Provedor, Manuel Fanha Vieira. C omo filho do Entroncamento, no Hospital e no Lar. No Hospital, com soas dos Excelentíssimos Senhores Padre muita haja para fazer, continuando a nossa sempre me preocupei com a vida ajuda do Saúde XXI, efectuou-se a tão Vítor Melícias e Manuel Lemos. obra do “Bem-Fazer” e servir cada vez mais e desenvolvimento do meu conce- necessária ampliação bem como a im- Estas palavras não pretendem ser mais do e melhor os que nos procuram, sempre com lho. A minha empatia com a Santa Casa prescindível remodelação, colocando que uma introdução ao que fizemos, embora uma atenção devida aos mais necessitados. da Misericórdia do Entroncamento co- novos equipamentos e camas moder- meçou com o seu nascimento. Em 1955, nas. Fizeram-se novas parcerias com o data da inauguração do hospital, parti- Estado no âmbito do Sistema Integrado LAR FERNANDO EIRÓ GOMES cipei com um rancho de crianças do qual de Gestão de Inscritos para a Cirurgia O lar Fernando Eiró Gomes tem 54 idosos residentes e um quadro de pessoal eu era o ensaiador. Nesse mesmo dia a (SIGIC), Cardiologia, Imagiologia, Cirur- de 38 funcionários. população do Entroncamento juntou-se gia, e ingressámos na Rede Nacional de para participar com um histórico corte- Cuidados Continuados. Efectuaram-se jo de oferendas que foi bastante genero- outros acordos com companhias de se- so para a Santa Casa da Misericórdia do guros, Portugal Telecom (PT), Militares, Entroncamento. PSP, GNR, Médis Saúde, entre outros. Mais tarde e já como Autarca, Vereador No Lar, procedeu-se à instalação de a tempo inteiro e depois como Presidente uma central detectora de incêndios, do Município, sempre me preocupei, tendo instalou-se ar condicionado em todos como objectivo, dar todo o apoio a esta os quartos, corredores, salas-de-estar e grande Instituição que é a Santa Casa da ginásio. Efectuaram-se, também, peque- Misericórdia do Entroncamento. Por essa nas obras de modernidade e conforto. altura, o Hospital, que entretanto tinha Compraram-se várias viaturas para dar LAR DA SCM DO ENTRONCAMENTO sido nacionalizado, foi devolvido, pelo Go- apoio domiciliário, e uma dotada de ele- Uma obra recentemente construída, dotada de 60 camas, sala de ginástica, verno, em estado de total degradação. Foi vador hidráulico para transporte de ido- quatro salas de estar, cozinha e lavandaria. Trata-se de uma Unidade com mui- esse o momento que mais me ligou à Santa sos em cadeiras de rodas. Conseguimos, ta qualidade e foi inaugurada em 2 de Maio de 2009 pelo Primeiro Ministro, Casa, porque a sua recuperação era muito ainda, obter os meios necessários para a José Sócrates. Tem as valências de centro de dia (35 utentes) e apoio domici- difícil sem o apoio da Câmara Municipal. construção de um novo lar. liário (55 utentes). Efectivamente, esta minha afinidade para É justo lembrar os Corpos Sociais e os Ir- com a Instituição veio a tornar-se num mãos, que em geral, com dedicação e gene- compromisso ao aceitar o convite que me rosidade serviram a Santa Casa da Mise- foi feito, em momentos muito difíceis para ricórdia. Não esquecendo os beneméritos a Instituição, com a grave doença que en- que em muito tem ajudado a Instituição volveu o Provedor, Manuel Rosa Valério. tanto a nível pessoal como institucional, Um grupo de amigos, não olhando a principalmente a Câmara Municipal do dificuldades e fazendo apelo às suas Entroncamento, Bombeiros, PSP, União energias, começou a fazer grandes obras das Misericórdias Portuguesas, nas pes-
  • 4. ACÇÃO SOCIAL | PAÍS POSITIVO INDÚSTRIA DE MOBILIÁRIO | PAÍS POSITIVO 6 crónica, que já não precisam de cuida- dos hospitalares, mas requeiram cuida- dos de saúde que, pela sua frequência, HOSPITAL complexidade ou duração, não possam DE SÃO JOÃO BAPTISTA ser prestados no domicilio. No sector da saúde, o Entroncamento Unidade de Média Duração tem um hospital que pode satisfazer as e Reabilitação (UMDR): necessidades da sua população e arre- Para internamento que durem entre dores. Conseguindo assim alcançar os 30 e 90 dias seguidos. seus propósitos, pois tem dado provas Para pessoas que, perderam temporaria- de inovação e crescimento. A 3 de Setem- mente a sua autonomia mas que podem bro de 1986, o Hospital foi recuperado e recuperá-la e que necessitem de cuida- ampliado de 14 para 60 camas. Foi total- dos de saúde, apoio social e reabilitação mente alargada toda a frente do Hospi- que, pela sua frequência ou duração não tal, transformando-a num bom parque podem ser prestados no domicilio. de estacionamento e de fácil acesso para as ambulâncias e pela Câmara Municipal Misericórdia do Entroncamento con- Unidade de Longa Duração do Entroncamento, foi colocada uma co- tinua a aguardar que a ARS de Lisboa e Manutenção (ULDM): bertura no espaço onde as ambulâncias e Vale do Tejo autorize os utentes do Para internamentos superiores a 90 recolhem e deixam os doentes. Serviço Nacional de Saúde a fazer os dias seguidos. Realizou-se a Ampliação e Remodela- exames nesta instituição, dado que têm Para pessoas com doenças ou proces- ção do Hospital de S. João Baptista no um acordo assinado e homologado pelo sos crónicos, com diferentes níveis de período de 2003/05, que contou com a Governo de então, desde 1986. Este dependência e graus de complexidade, comparticipação financeira do Saúde XXI serviço iria beneficiar mais de cem mil que não reúnam condições para serem com o valor de 365.707,53 Euros e a SCM utentes dos concelhos que nos rodeiam, cuidadas em casa ou na instituição ou do Entroncamento com 1.450.343,44 evitando assim que eles se desloquem estabelecimento onde residem. Pres- Euros, ficando as obras no valor total a Tomar e a Abrantes e evitando, igual- ta apoio social e cuidados de saúde de de 1.816.050,97 Euros. Remodelou-se mente, custos e perdas de tempo. envolve a participação e colaboração de manutenção que previnam e retardem a zona das Consultas Externas, consul- Convenções para cirurgia existentes na diversos parceiros (públicos, privados e o agravamento da situação de depen- tórios mais modernos, a Cardiologia foi Santa Casa da Misericórdia do Entron- sociais), a sociedade civil e o Estado como dência, favorecendo o conforto e a qua- equipada com novos equipamentos, sala camento: principal incentivador e que se traduz no lidade de vida. A ULDM pode ter ainda para TAC e de exames próprios. A Fisiote- - SNS – Serviço Nacional de Saúde; conjunto estruturado de unidades (inter- internamentos menores (máximo 90 rapia foi totalmente modificada, ampliada - SIGIC - Sistema Integrado de Gestão namento e ambulatório) e equipas, que dias por ano) quando há necessidade de e provida de mais modernos equipamen- de Inscritos para Cirurgia; prestam cuidados continuados de saúde descanso do principal cuidador. Temos tos de Fisiatria e de Imagiologia. Foram - IASFA – Instituto de Acção Social das e de apoio social. A Santa Casa da Mise- uma capacidade de internamento de 85 construídos mais quatro quartos (16 ca- Forças Armadas; ricórdia do Entroncamento é um destes camas (15 na Convalescença, 40 na Mé- mas) que presentemente estão ocupados - ADSE – Direcção Geral de Protecção parceiros que integra “A Rede Nacional dia Duração e Reabilitação e 30 na Lon- com doentes dos Cuidados Continuados Social aos Funcionários e Agentes da de Cuidados Continuados Integrados de ga Duração e Manutenção). Integrados (Convalescença). Administração Pública; Saúde e Apoio Social” (RNCCI), desde a Primamos por humanizar a prestação Em Imagiologia, desenvolvemos as se- - PSP – Polícia de Segurança Pública; sua génese, criando para o efeito, a Uni- de cuidados, ajustado e criando res- guintes áreas / especialidades: - GNR – Guarda Nacional Republicana/ dade de Cuidados Continuados. Através postas adequadas à individualidade :: Raio X – Exame Convencional Chefia de Assistência na Doença; de uma equipa multidisciplinar que e à diversidade de situações, sempre e Digital; - SSCGD – Serviços Sociais da Caixa Ge- engloba técnicos profissionais especia- com o objectivo de promover e respei- :: Densitometria; ral de Depósitos; lizados em Medicina, Psicologia, Serviço tar a dignidade, bem-estar e qualidade :: Ecodoppler – Membros inferiores - MULTICARE – Seguros de Saúde, S.A.; Social, Enfermagem, Medicina Física e de de vida dos utentes e garantindo um e carótido; - MEDIS – Companhia Portuguesa de Reabilitação (Fisioterapia, Auxiliares de acompanhamento de grande qualidade :: Mamografia digital; Seguros de Saúde, S.A.. Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Tera- e confiança. Privilegiamos o trabalho :: Ecografia (Abdominal, Ginecológica. pia da Fala), Animação Sócio-Cultural e em equipa e em cooperação. Ginecológica com sonda vaginal, Mamá- UNIDADE DE CUIDADOS Auxiliares da Acção Médica. Funciona- Todos os cidadãos, que nos são envia- ria bilateral, Mamária unilateral, osteo- CONTINUADOS mos como Unidade de internamento nas dos pelos competentes serviços regio- articular, Partes Moles, Peniana com Todo o cidadão que sofra, temporária ou tipologias de Convalescença, de Média nais e que necessitem de cuidados con- Doppler, Prostática (supra cúbica), Pros- definitivamente, de algum grau de depen- Duração e Reabilitação e de Longa Du- tinuados, nomeadamente: tática (transrectal), Renal, Reno-vesical, dência, com falta ou perda de autonomia, ração e Manutenção. • Pessoas de todas as idades com depen- Supra-renal, Tiroideia e/ou Paratiroide, independentemente da idade, tem direito à dência funcional temporária (em recu- vesical (supra cúbica), Vesical e Prostá- prestação de cuidados de saúde e de apoio Unidade de Convalescença (a funcio- peração de uma doença, cirurgia, etc.); tica com avaliação pós miccional); social, de forma continuada e integrada. nar nas instalações do Hospital São • Pessoas com dependência funcional :: TAC - Tomografia Axial Computo- Para dar resposta a essa necessidade e João Baptista ): prolongada; rizada (Abdómen, Ângulo Ponto Cere- promover esse direito, o Estado, através Para internamentos até 30 dias. • Pessoas com incapacidade grave, com beloso [O.R.L.] sem contraste, Cavum, nos Ministérios da Saúde e do Trabalho e Para pessoas que estiveram internadas forte impacto psicológico ou social; Coluna - Cervical, Dorsal ou Lombar, Solidariedade Social, criou a “A Rede Na- num hospital de agudos devido a uma • Idosos com critérios de fragilidade Cotovelo, Crânio); cional de Cuidados Continuados Integra- situação de doença súbita ou ao agra- (dependência e doença); No que respeita à TAC, a Santa Casa da dos (RNCCI) de Saúde e Apoio Social” que vamento de uma doença ou deficiência • Pessoas com doença crónica.
  • 5. HISTÓRIA A Santa Casa da Misericórdia do En- troncamento, nasceu a 9 de Fevereiro de 1950, tendo os seus Estatutos sido publicados no Diário do Governo nú- mero 38, II série de 16 de Fevereiro do mesmo ano e por despacho do Sub- Secretário de estado da Assistência Social. A Misericórdia começou a sua acção com o posto hospitalar a 1 de Janeiro de 1956 tendo funcionado sob a direcção da Mesa Administrativa até 30 de Se- tembro de 1976 sendo nessa data ofi- cializado pelo Estado ao abrigo do Dec. Lei n.º 618/75, de 11 de Novembro. O concelho do Entroncamento ficou mais rico com a criação desta Instituição, Manuel Fanha Vieira, com Ana Jorge, Ministra da Saúde, na inauguração da UCCI, a 22 de Dezembro de 2010 que tem sido um alfobre de riquezas humanas que desinteressadamente tem zelado por todos aqueles que a tem “Protecção a Indigentes” com 13 idosos, MISSÃO A nossa principal prioridade é estabele- procurado. resolvendo assim uma parte dos proble- A Santa Casa da Misericórdia do En- cer parcerias com entidades públicas e Com os últimos Estatutos aprovados mas que já existiam no Entroncamento. troncamento tem como principal mis- privadas que permitam a prossecução em 1982 com personalidade jurídica Em 1979 com a nova inauguração do são a prestação de cuidados de saúde das estratégias de acção definidas pela civil, em conformidade com a natureza actual lar “ Fernando Eiró Gomes”, cujo e acolhimento colectivo de idosos, me- Mesa Administrativa, representada pelo que lhe provem da sua erecção canó- nome representa uma homenagem lhorando, deste modo, a qualidade de Provedor, criando e dinamizando valên- nica, tem como objectivo satisfazer as póstuma ao Capitão Piloto Aviador Fer- vida da população. cias para bem servir a comunidade. carências sociais, em consonância com nando Eiró Gomes, natural do Entron- a mensagem intrínseca presente nas camento. Permitindo dar satisfação à obras da misericórdia. maior parte das situações de âmbito A Santa Casa da Misericórdia é uma Ins- social, mais precisamente aos casos da tituição Privada de Solidariedade Social, terceira idade, sendo alguns bastante sem fins lucrativos e de harmonia com gravosos e de urgente solução que a o espírito tradicional para a prática de Misericórdia sempre tenta resolver na satisfazer as carências sociais. medida das suas possibilidades. A actividade da Instituição está dividi- Neste sector e nesta região, a Misericór- da em duas áreas, a Social, assegurada dia do Entroncamento foi a primeira a por dois Lares da 3.ª idade (Lar Fer- dar solução de internamento de idosos, nando Eiró Gomes e Lar da Santa Casa muitos deles praticamente sem família, da Misericórdia do Entroncamento) e a bem como o centro de dia, apoio domi- Saúde (Hospital de São João Baptista e ciliário e um serviço para acção social. Unidade de Cuidados Continuados). O objectivo principal é fazer crescer A 1 de Julho de 1975 procurou-se dar cada vez mais a Instituição. As suas ac- solução ao problema da terceira idade, ções, os seus serviços, o seu património, no seu aspecto social, pôs em funciona- sempre como a intenção de proporcio- mento no edifício cedido pela Junta de nar melhores serviços à população em Freguesia onde funcionou a Instituição geral.
  • 6. ACÇÃO SOCIAL | PAÍS POSITIVO INDÚSTRIA DE MOBILIÁRIO | PAÍS POSITIVO 8 SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE VIANA DO ALENTEJO UMA LONGA TRADIÇÃO DE ACÇÃO SOCIAL R ui Pão Mole já fazia parte dos ór- centro de saúde local. O imóvel tem man- gãos da Santa Casa da Misericór- Rui Pão Mole, Provedor da Santa Casa tido a traça original e agrega uma capela, da Misericórdia de Viana do Alentejo dia de Viana do Alentejo. Ocupou que também pertence à instituição e que seis anos o cargo de secretário do Conse- se estima ser do Século XIV. “Algumas lho Fiscal, depois, quando surgiu a oportu- pessoas que têm passado pela insti- nidade de vir a ser provedor, inicialmente tuição têm manifestado a aspiração de recusou, mas acabou por aceitar o desafio reestruturar o edifício para acolher as de integrar a lista, como confessa. O pro- pessoas mais dependentes. Já fizemos vedor revela que as fases visíveis da acção uma avaliação do projecto, pedimos social na Santa Casa da Misericórdia de um orçamento e o custo ronda 1,2 mi- Viana do Alentejo são os dois lares de ido- lhões de euros. É um valor muito sig- sos de que a instituição dispõe. nificativo para a nossa instituição, mas “Neste momento, no edifício sede, que trata-se, efectivamente, de um edifício outrora foi uma escola industrial, te- que gostaríamos de ver preservado, mos cerca de 80 idosos internos, 20 dando-lhe utilidade. Por um lado era pessoas em centro de dia e 15 utentes muito bom para a própria população, em apoio domiciliário”, indica, contando dado que representaria mais uma for- que “o edifício mais antigo, remode- ma de criar postos de trabalho, e, por lado há cerca de sete anos, acolhe 23 outro, seria bom para a Misericórdia, utentes permanentes e seis idosos em dando seguimento à sua vocação so- centro de dia, que pertencem a Aguiar, cial”, certifica Rui Pão Mole. Há um ano no cargo de provedor da Santa Casa da Misericórdia uma localidade que fica próxima de Consciente dos desafios que se levantam de Viana do Alentejo e seguidor de uma obra que tem vindo a ser Viana do Alentejo”. a cada momento, o provedor da Santa trilhada no âmbito da acção social, desde 1525, pelos seus ante- O provedor revela que, neste momento, cessores, Rui Pão Mole mostra-se confiante no trabalho que tem Casa da Misericórdia de Viana do Alen- a Santa Casa da Misericórdia de Viana do em mãos, em prol dos idosos e de novos projectos, dedicados tejo afirma que “neste momento as Alentejo está a fazer obras no seu edifício à primeira infância e à prestação de cuidados assistenciais aos coisas estão a funcionar, dificuldades da freguesia de Aguiar, para desenvolver utentes mais dependentes. existem sempre, também as sentimos, a resposta social de creche, num lugar mas estamos a tentar ultrapassar este muito calmo e com um espaço ao ar livre “barranco”, como se diz aqui no Alen- muito grande. “Embora a creche não vá significativo de utentes. O que eu pen- máticas para os idosos foi, também, uma tejo, tentando levar a instituição a bom colmatar a lacuna que existia quando so fazer ao longo do tempo deste meu prioridade: “Temos um fisioterapeuta porto. Desejamos colocar em prática foi projectada, dado que na altura que mandato é tentar fazer o melhor pos- que está a desenvolver actividades novas ideias e dar seguimento a ideias se efectuou um estudo existiam cerca sível para os idosos, criando condições com os idosos. Ainda há pouco tempo já existentes. Em termos de balanço, é de trinta crianças e neste momento para que eles se sintam como se esti- conversámos sobre a possibilidade positivo, conseguiu-se avançar com al- existem cerca de quatro a cinco, o que vessem nas suas casas e, a partir daí, de ele criar alguma actividade, não só guns projectos na instituição que até estamos a pensar é que existem mui- abraçar novos desafios”, deseja Rui Pão ao nível motor, mas também ao nível aqui não estavam a ser feitos, contri- tas famílias que vivem na periferia de Mole, revelando uma grande sensibilida- da expressão plástica. Temos vindo a buindo para o bem-estar dos idosos e, Viana do Alentejo, que trabalham em de com o bem-estar dos utentes. “Uma desenvolver algumas actividades no ao mesmo tempo, criando condições Évora e que passam por Aguiar, poden- das principais preocupações que tive, domínio da ginástica, uma vez por se- para que eles estejam bem. Não descu- do deixar os filhos quando passam por quando entrei, foi, após ter verificado mana”, estando certo de que “ao longo ramos, igualmente, a questão dos fun- esta localidade que fica no caminho de que o centro de saúde deixou de pres- do tempo surgirão novas ideias e gos- cionários - cerca de setenta - que, como ida, indo buscá-las à creche no de volta”, tar determinados cuidados de saúde e taria de ajudar em tudo o que estiver nós sabemos, fazem todo o trabalho na afirma o provedor, garantindo que, após a que havia muitos idosos com dificulda- ao meu alcance”. instituição. Os órgãos sociais podem intervenção, a valência de Centro de Dia de de se deslocar à unidade, assegurar A S.C. da Misericórdia de Viana do Alente- ser o corpo, mas os funcionários são os que já existia em Aguiar, irá continuar. a contratação de um médico”, refere. A jo possui o edifício do seu antigo hospital membros desta grande família”, afirma, “A nossa instituição tem um número organização de um conjunto de acções te- onde, até há pouco tempo, funcionou o a finalizar, Rui Pão Mole.
  • 7. SAÚDE | PAÍS MOBILIÁRIO | PAÍS POSITIVO INDÚSTRIA DEPOSITIVO 26 Sensibilização e prevenção da morte súbita INTELLIGENT LIFE SOLUTIONS PAIXÃO POR SALVAR VIDAS “Não há nenhum de nós, no seio das nossas relações, que nunca tenha contactado com uma situação ou um relato de morte súbita”, começa por evocar Nelson Pereira, director-geral da Intelligent Life Solutions. É na base das melhores soluções do mercado, sustentadas em boas práticas científicas e tecnológicas, que esta empresa da área da saúde orienta a construção de programas personalizados e inovadores de Desfibrilhação Automática Externa, no combate a uma patologia que custa 700 mil vidas por ano na Europa. nha Europeia de Ressuscitação e a Linha Americana de Ressuscitação, notando que as duas linhas têm ‘guidelines’, processos pedagógicos e níveis de exigência muito diferenciados. Juntam-se a estes pontos, a não consagração do Suporte Básico de Vida (avaliação das funções vitais e ma- nobras de reanimação primárias) como elo da cadeia de sobrevivência, enquanto o desfibrilhador automático externo não chega. “Num país como o nosso, havia um ób- vio caminho que a legislação devia ter trilhado, que tem que ver com a noção da resposta integrada e da cadeia de sobrevivência. No caso de uma para- gem cardiorespiratória, sabemos que há dois factores com um enorme im- pacto na sobrevivência da pessoa – por um lado, o tempo passado até à utiliza- ção do DAE e, por outro, o tempo decor- rido até ao início do Suporte Básico de Vida (SBV)”, indica, explicando que “uma correcta iniciação do SBV potencia Nelson Pereira, Director-geral da Intelligent Life Solutions uma melhor eficácia da aplicação do choque, como está provado cientifica- P otenciada pela doença coronária, muito curta, ou seja, os primeiros três tem uma relação directa estabelecida mente, aumentando a probabilidade sobretudo em indivíduos com minutos, em que o sistema de emer- com todas as pessoas que trabalham de sobrevivência de 30 por cento para mais de 30 anos, a morte súbita é, gência médica na esmagadora maioria connosco e que estão capacitadas para 70 por cento”. por norma, uma experiência traumática dos casos não chega, por muito bom utilizar os desfibrilhadores. Há sempre que chega sem avisar. Originada a mon- que seja”. a assinatura de um contrato de dele- ESPAÇO CARDIOPROTEGIDO ® tante por doenças arrítmicas puras, de “Na Intelligent Life Solutions, temos um gação de competências, que não é um UM SERVIÇO DE EXCELÊNCIA entre outras patologias, nalguns casos não enfoque na Desfibrilhação Automática mero formalismo”, acrescenta. detectáveis em primeira instância, a morte Externa (DAE), mas nunca a devemos A construção de uma resposta eficiente súbita regista, em média, três dezenas de dissociar do que é a resposta coorde- UM OLHAR SOBRE A e integrada é a inspiração para o serviço ocorrências diárias em Portugal. “No nos- nada da sociedade, numa situação de LEGISLAÇÃO inovador e distintivo prestado pela Intelli- so país, gastamos milhões, e bem, na morte súbita. Pode existir desfibrilha- gent Life Solutions no âmbito da Desfibri- área da segurança rodoviária, a salvar dor, pessoas com formação para operar Nelson Pereira revela que o “facto de ha- lhação Automática Externa, sob a marca vidas, e morrem menos de mil pessoas com o equipamento e até um médico ver uma regulação é absolutamente registada ‘Espaço Cardioprotegido’. “Não por ano em acidentes de viação. Mor- que assuma a responsabilidade técni- fundamental”, assim como outros crité- vendemos desfibrilhadores, nem for- rem muitos milhares de pessoas devi- ca, em primeira análise, mas isso não rios «positivos», tais como a necessidade mação. Vendemos sim um pacote, um do a morte súbita. É evidente que não significa que nós tenhamos um progra- de uma direcção médica, a obrigatorieda- serviço que abrange todas as questões se dão saltos qualitativos, em termos ma bem organizado, integrado e que a de de auditoria de todos os casos de desfi- técnicas e de segurança, assim como o de resposta, de um dia para o outro, resposta final seja positiva. Essa é uma brilhação que venham a ser realizados, a material de desgaste. No seguimento mas uma pequena percentagem do que preocupação quando organizamos normalização dos equipamentos de DAE e de um único ‘input’, quando o cliente se gasta em segurança rodoviária teria programas de DAE”, concretiza o direc- a sua implementação num raio de influên- entra em contacto connosco para im- um impacto exponencial na redução tor-geral. “Consideramos que a desfi- cia acessível em três minutos. Lamenta, no plementar um programa de DAE, rea- do número de mortos, no que concerne brilhação é um acto médico que deve entanto, as questões técnicas e burocráti- lizamos todo o trabalho de prospecção à morte súbita”, afirma Nelson Pereira, ser delegado formalmente. Isto signifi- cas decorrentes da dupla certificação de no local, em termos de espaços e pesso- fazendo notar que para salvar vidas “é ca que a nossa directora do programa, entidades formadoras e a não existência as, definição de perfis de operacionais preciso intervir numa linha de tempo a médica cardiologista Isabel Santos, de um critério claro de escolha entre a Li- e formação, numa lógica de solução
  • 8. coordenada, que inclui Suporte Básico te, que “as escolas devem ser olhadas de Vida, sem que o cliente tenha de se como áreas de implementação estra- preocupar com quaisquer questões, tégica. Não só na medida em que uma até ao licenciamento do INEM e entrega ocorrência com uma criança é muito do equipamento, pronto a usar”. traumática, mas também numa lógica A caixa onde é guardado o desfibrilhador, de cidadania. Há um investimento em reduto do conceito Espaço Cardioprotegi- termos de sensibilização e motiva- do é, mais do que um meio de protecção, ção das crianças e dos jovens, que eu uma verdadeira central de monitorização acho que é fundamental, e que tem de que, através de sensores, permite conhe- passar, a muito curto prazo, por uma Sistema de Georeferenciação dos Espaços Cardioprotegidos na Região de Lisboa cer, a todo o momento, se o DAE está em estratégia coordenada, a nível do Es- condições plenas de utilização. O equipa- tado, de ensinar as nossas crianças e mento alocado envia regularmente, por informação técnica do ponto de vista A DAE NUM FUTURO PRÓXIMO jovens a fazer Suporte Básico de Vida, meio de GPRS, para o sistema informático de recolha (dados biomédicos e áudio), no contexto do programa escolar”. da Intelligent Life Solutions, dados técni- que é muito importante em termos da “Se nós formos capazes de olhar para Numa lógica de franco alargamento do cos em todos os domínios de operacio- gestão médica, porque eu sei exacta- a forma como vivemos e encontrar mercado, Nelson Pereira congratula-se nalidade (estado de funcionamento – de mente a que hora e em que circunstân- maneiras de aplicar esta resposta nos pelo facto de neste momento existirem hora a hora, porta da caixa aberta, bateria cias é que as operações aconteceram. espaços onde passamos mais tem- mais de cem desfibrilhadores espalha- do desfibrilhador fraca e quaisquer pro- É fundamental, nomeadamente no po, seremos capazes de estabelecer dos pelo país e de se perspectivar que blemas detectados - ao segundo). Existe, processo de auditoria que se segue a uma solução integrada. A questão da daqui a um ou dois anos serão muitos igualmente, um sistema de georeferen- uma utilização do DAE”, indica Nelson aplicação da DAE nas empresas, nos mais. “Nesta questão da desfibrilha- ciação que permite à empresa saber onde Pereira. grandes espaços públicos e nas infra- ção massificar é o mais importante, é que os desfibrilhadores se encontram. Um desfibrilhador é uma máquina muito estruturas de transportes e material mas respeitando um mínimo de re- “Temos uma interacção ‘online’ a todo segura, que decide a aplicação do choque, circulante deve ser olhada de uma gras, porque a massificação em si o momento com o cliente que nos ga- avisa o operador do ritmo e intensidade forma integrada, assim como o alar- mesma, sem rigor, tem riscos que eu rante uma qualidade de serviço com- das compressões torácicas (através de um gamento futuro às áreas residenciais, não estou disposto a correr”, conclui pletamente distinta. Isto dá-nos garan- metrónomo que marca a cadência) e afere em termos de reflexão”, preconiza o director-geral da Intelligent Life Solu- tias de funcionamento do programa e a eficácia das insuflações. Nelson Pereira, abonando, igualmen- tions.
  • 9. SAÚDE | PAÍS MOBILIÁRIO | PAÍS POSITIVO INDÚSTRIA DEPOSITIVO 36 APEGSAUDE – ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE ENGENHARIA E GESTÃO DA SAÚDE DESAFIOS TÉCNICOS E DE GESTÃO RUMO A UMA SAÚDE MELHOR Nascida da necessidade detectada de falar sobre temas de saúde, numa base transversal e de neutralidade, a Associação Portuguesa de En- genharia e Gestão da Saúde, é uma entidade privada, sem fins lucrativos, fundada em 2004. Focalizando a sua missão nos aspectos técnicos e de gestão que presidem às apostas empresariais do sector, a APEGSAUDE centra a sua acção catalítica nas boas práticas que conduzem à eficiência, rentabilidade e confiança organizacional, como nos conta Carlos Tomás, presidente da direcção. A APEGSAUDE iniciou a sua acti- vidade em 2004, apoiada por um conjunto de prestadores privados, depois por um conjunto de UM DOS TEMAS QUE VAI seguradoras, a que se seguiram um con- junto de empresas na área farmacêutica MARCAR A NOSSA ACTIVI- e outras na área tecnológica. “Começá- DADE NESTE ANO DE 2011 mos a promover um conjunto de ini- É O COMBATE AO DES- ciativas que permitiram que todos os PERDÍCIO, ESTABELECENDO profissionais com responsabilidades de decisão pudessem trocar ideias e A DEVIDA DISTINÇÃO ENTRE melhorar o seu conhecimento. Não o UM BOM INVESTIMENTO E conhecimento na perspectiva acadé- UM MAU INVESTIMENTO. mica, mas o conhecimento que tem É UMA QUESTÃO DE ES- impacto nos aspectos decisórios e na condução das operações”, evoca Carlos COLHAS E PRIORIDADES Tomás, referindo que “o facto de o siste- . NÃO É DIFÍCIL, É UMA ma público de saúde ter uma prepon- QUESTÃO DE CULTURA E DE derância muito grande, levou a que, muitas vezes, os temas que tinham VONTADE E É UM DESAFIO interesse e que era necessário dis- cutir para o sector privado, tenham ficado para trás nas agendas, sendo tre si, muitas vezes produzem-se so- abordados com atraso ou com menos luções inimagináveis, integrantes de importância”. uma parcela do conhecimento”, afir- Consciente de que o trabalho da APE- ma Carlos Tomás, estabelecendo o dese- GSAUDE é, fundamentalmente, pôr as jo de alargar os protocolos a outras en- Carlos Tomás, Presidente da direcção pessoas em contacto e possibilitar que tidades. Os acordos de cooperação com troquem as suas experiências, Carlos instituições do ensino superior público e Tomás congratula-se pela evolução da amos e hoje temos uma aceitação ge- está a fazer. É como comprar um ex- privado fazem, igualmente, parte de uma entidade a que preside: “Temos tido neralizada, porque os problemas que celente automóvel e ter um péssimo estratégia que a APEGSAUDE deseja po- muito incentivo e temos vindo a cres- existem na gestão pública e na gestão condutor”, revela Carlos Tomás, concre- tenciar, já a partir deste ano: “Queremos cer, continuada e sustentadamente. privada são muito comuns e não di- tizando que “não se pode falar em ges- alargar a nossa colaboração a todas as Procuramos que as nossas iniciativas ferem na sua essência. Não são dois tão de qualidade na saúde, sem todas universidades, porque há uma grande cumpram dois princípios – em primei- mundos tão separados como se pen- as unidades privadas de exploração necessidade de que estas sejam mais ro, que sejam úteis para as pessoas e, sa”, revela Carlos Tomás, apontando os de saúde estarem licenciadas”. pró-activas e estejam mais próximas em segundo, que sejam objectivas e conflitos de interesses que decorrem do O estabelecimento de protocolos de co- do mundo real da indústria e das ope- não excessivamente caras. O nosso facto de o financiamento da saúde não laboração com as ordens profissionais, rações. Uma das iniciativas que que- público é composto por pessoas mui- estar separado da prestação, uma maté- nomeadamente a Ordem dos Médicos, remos promover, e que vai começar to ocupadas e muito conhecedoras. ria que vai estar em evidência este ano. a Ordem dos Enfermeiros e a Ordem pela área da gestão, é que os alunos Elas não vêm à procura do que faze- Na ausência de uma cultura de avalia- dos Farmacêuticos, para além da cola- dessas instituições possam estagiar mos para obter mais conhecimento, ção, aplicável aos gestores e aos inves- boração com a Sociedade Portuguesa nas empresas nossas associadas”. mas para perceberem o que funciona timentos, “centramos uma das nossas de Cardiologia, tem sido uma aposta da A finalizar, Carlos Tomás, presidente e o que não funciona”. abordagens na parte das tecnologias APEGSAUDE na afirmação do seu papel da direcção da APEGSAUDE anuncia Os últimos anos têm registado grandes e na importância de as aplicar bem, dialógico, porque, como reitera Carlos que “um dos temas que vai marcar a evoluções nas unidades de saúde do na medida em que é preciso saber in- Tomás, “as ordens profissionais têm nossa actividade neste ano de 2011 Estado, nomeadamente ao nível da em- vestir nessa área, nos eixos da neces- um papel importantíssimo, porque é o combate ao desperdício, estabe- presarialização, a que a APEGSAUDE tem sidade, rentabilidade e utilidade. É nas organizações pode haver dinhei- lecendo a devida distinção entre um estado atenta. “Normalmente, só tínha- imprescindível centrar competências ro e tecnologia, mas se não houver bom investimento e um mau inves- mos um impacto mais concentrado no na área da gestão e da organização, pessoas qualificadas, não há margem timento. É uma questão de escolhas sector privado, mas a determinado porque exige conhecimento e apro- para evoluir. No domínio técnico e e prioridades. Não é difícil, é uma momento o sector público começou a fundamento dos processos, sabendo científico, quando se conjugam as vi- questão de cultura e de vontade e é interessar-se por aquilo que nós fazí- o que se está fazer e por que é que se sões de diferentes especialistas, en- um desafio”.
  • 10. APEGSAUDE ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE ENGENHARIA E GESTÃO DA SAÚDE PRÓXIMAS INICIATIVAS DA APEGSAUDE 1.ª Gala PULMONALE 25 de Janeiro (20h30) Casino Estoril A APEGSAUDE apoia a 1.ª Gala questionável valia, dos mais diferentes PULMONALE - Associação sectores da sociedade e do estrangeiro, de Luta Contra o Cancro do questionarão muitos dos conceitos da- Pulmão, que decorrerá no dia 25 de dos como adquiridos, e redescobrirão Janeiro, pelas 20h30, no Casino Esto- muitas das aparentemente ignoradas ril. Apresentado pelo actor Ricardo dimensões da saúde. Carriço, o evento incluirá jantar e es- pectáculo, sendo artistas convidados Os temas económicos terão uma prima- os músicos Luís Represas e João Pedro zia significativa, para que se possa ir da Pais. A receita das inscrições, no valor Economia da Saúde para uma Econo- de cinquenta euros, reverterá a favor da mia Saudável e se encontrem caminhos PULMONALE. Todas as informações po- em que a sustentabilidade não seja o derão ser consultadas no site da APEG- primeiro escolho de qualquer política. SAUDE, em www.apegsaude.org. Mas a vida transcende muito a simples III Congresso do economia, e as questões da Humanização terão um lugar próprio e bem importan- Sistema de Saúde te, numa globalidade do bem-estar e saú- de, à escala humana, que não é concebível Português sem equilíbrios mentais, espirituais, reli- giosos e sociais profundos. Falar Saúde E sendo os equilíbrios humanos gerado- 24 e 25 de Março res das inquietações e tensões criadoras que se exprimem através da Cultura, A modernidade lida hoje com o Mundo uma Saúde de Excelência numa exce- de 2011 verdadeira base das civilizações e essên- cia distintiva da humanidade, os temas e em tempo real e a informação ao correr dos dedos. Os temas comunicacionais lente Sociedade Saudável? Hospital de São as iniciativas culturais, explorando esse contraponto criador com a saúde e o são hoje cruciais. A informação não existe mais escondida, e as sociedades O Congresso é promovido, a exemplo das edições anteriores, pela Associação João - Porto bem-estar, povoarão os tempos do con- gresso numa explosão artística. querem-se transparentes. A Comunica- ção ocupará também um lugar relevan- Portuguesa de Engenharia e Gestão da Saúde, que, com o empenhamento do te agregando um conjunto de temas re- Hospital de São João, tudo fará para O Hospital de São João é o anfitrião da lacionados com os impactos mediáticos vencer as naturais dificuldades e rea- 3.ª edição do Congresso do Sistema de da saúde. lizar no Porto um congresso de traba- Saúde Português a 24 e 25 de Março de lho, útil, criativo e dinamizador de boas 2011. Com o título “Falar Saúde” o con- A cidade polariza o desenvolvimento vontades. Um conjunto de personali- gresso porá gente do país a falar para social das sociedades, cada vez mais dades será em breve convidado a inte- gente da saúde e do país, sendo espera- gregárias, mais concentradas, mais grar uma Comissão Organizadora, que dos mais de mil participantes ao longo estruturadas e, possivelmente, mais velará pela pluralidade, independência dos dois dias em que se multiplicarão solidárias. As fortíssimas ligações da e relevância do programa de trabalhos, as dezenas de sessões de trabalho, so- Saúde com a Cidadania, quadro de re- que, em conjunto com toda a informa- bre os mais variados temas. Será cer- lações sociais numa Europa em que nos ção, estará disponível no website www. tamente um momento para reavaliar integramos e num mundo global de que falarsaude.net. o valor da saúde para a sociedade, e fazemos parte, constituem outra das os congressistas, entre os quais perso- temáticas que o congresso abordará e Fonte: www.apegsaude.org nalidades de reconhecido mérito e in- a pergunta ficará: Como podemos ter
  • 11. SAÚDE | PAÍS MOBILIÁRIO | PAÍS POSITIVO INDÚSTRIA DEPOSITIVO 38 CLÍNICA SÃO JOÃO DE DEUS PATOLOGIA MAMÁRIA: NA ROTA DO DIAGNÓSTICO AVANÇADO Estivemos à conversa com Graça Barreiros, médica radiologista da Clínica São João de Deus, que nos revelou que esta Unidade de Saúde de Lisboa, um dos grandes desafios da sua carreira profissional, está em condições de oferecer exames de diagnóstico avançado no estudo da patologia mamária. Apostou-se na formação específica e orientada de uma equipa de médicos e técnicos de Radiologia focados na perspectiva holística da doente, bem como em equipamentos de imagem de última geração. tenciais, atingindo o objectivo idealizado de atendimento personalizado”, concretiza que é preciso pensar, estudar, criar e aplicar a especialista. conhecimento, bases de aprendizagem e reinvenção constante. A EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA NO DIAGNÓSTICO MAMÁRIO “ENSINAR É EXORTAR A FAZER QUALIDADE” Em Imagiologia Mamária, a Mamografia, a Ecografia Mamária e a Ressonância Mag- Graça Barreiros revela que o Serviço de nética afiguram-se como os três principais Imagiologia da Clínica São João de Deus meios de diagnóstico. Um outro meio de foi completamente renovado aquando da diagnóstico, com recurso à imagem e mui- compra desta Unidade de Saúde, por par- to importante é a Intervenção Mamária, de te da Universidade Lusófona, há três anos. que é exemplo a Biopsia. “Neste momento, para além da área as- “Neste momento, temos através da Ma- sistencial clínica quotidiana, estamos a mografia Digital Directa, qualidade, que formar formadores técnicos, pelo que é importantíssima no diagnóstico”, reve- não estamos ainda a receber um grande la Graça Barreiros. Oferece maior rapidez de Graça Barreiros, médica Radiologista da Clínica São João de Deus volume de alunos estagiários da ERISA execução, facilidade de leitura por amplia- - Escola Superior de Saúde Ribeiro San- ção do espectro de contrastes na imagem e M aria da Graça Barreiros, médica aquando da aquisição da Clínica São João de ches, integrante do Grupo Lusófona. É maior fiabilidade de leitura, sobretudo em Radiologista, formou-se em Me- Deus, pelo Grupo COFAC, da Universidade um projecto que decorre de uma forma padrões de elevada densidade mamária. dicina na Faculdade de Medicina Lusófona, para montar o Serviço de Imagio- lenta, progressiva, continuada, mas com Facilmente e num mesmo tempo sequen- da Universidade de Lisboa com a classifica- logia e iniciar a unidade de Patologia Mamá- um objectivo muito definido e determi- cial permite a possibilidade de acoplar o ção de Bom com Distinção. Fez o Internato ria nesta clínica. nado. Tem de haver uma formação prá- aparelho de Estereotaxia, para Intervenção de Especialidade em Lisboa, no Instituto Com alguma experiência continuada na do- tica dos técnicos, com muito rigor, para Mamária, como Biopsia para recolha de Português de Oncologia Francisco Gentil, cência de técnicos no IPOFG e pela activida- que se possam formar novos técnicos, fragmentos para diagnóstico. Apesar dos que termina em Junho de 1983, tendo sido de contínua que exerceu foi convidada pelo com uma elevada qualidade profissio- avanços enormes da Mamografia, em ter- aprovada por Unanimidade com Distinção. Instituto Superior de Ciências de Saúde de nal, o que está a acontecer. Pretendemos mos de processamento da imagem, a com- Em 1986 faz exame de provimento do lugar Maputo, em Moçambique, a leccionar no 1.º que, quando os alunos vierem para aqui, pressão mamária é ainda obrigatória para de Assistente Hospitalar e é 1.ª classificada Curso de Formação de Técnicos de Radiolo- não venham cumprir horas de estágio. a imobilização, pelo que é impossível fazer neste Concurso de provimento, com a clas- gia, que está a decorrer naquele país. Têm de vir na perspectiva de se dife- Mamografia sem que a doente não sinta sificação final de 18 valores. Com o alargamento de actividades na área renciar em áreas de execução prática maior ou menor grau de desconforto. É bolseira da Gulbenkian num Estágio na da saúde pela Universidade Lusófona, foi específicas e quotidianas, construindo “A compressão está padronizada, em re- Oregon Health Sciencies University de Bir- nomeada responsável pela consultoria nas um curriculum teórico-prático com tra- lação ao valor mínimo que deve ser utili- mingham, no Alabama. Faz concurso públi- áreas de aquisição de equipamentos de balhos publicados e redacção de artigos zado. Não se pode dizer que a Mamogra- co e é aprovada como Assistente Hospitalar imagiologia e pela telemedicina. científicos. Ensinar é exortar a fazer qua- fia Digital dói menos. Há que saber fazer Graduada em 1992. Abandona em 1996 o Convidada para integrar o quadro da Facul- lidade”, afirma. e sobretudo haver bom senso na abor- sector público, para se dedicar exclusiva- dade de Ciências Biomédicas da Universida- Na perspectiva de Graça Barreiros “ser Téc- dagem das doentes, caso a caso. Trata-se mente ao privado, onde dirige, a pedido da de Lusófona, acabou por aceitar o desafio, a nico de Radiologia não é ser um mero de imobilizar para afastar tecidos, para Instituição, o Serviço de Radiologia da AS- fim de alargar vertentes de ensino e assis- executante de exames”. É a pessoa que não haver blurring da imagem (imagem MECL e exerce actividade no Hospital Par- tem o primeiro contacto com o doente e desfocada) e comprimir para distinguir ticular de Lisboa, em estreita relação com em quem o doente tem de confiar, porque estruturas ocultas. Não pode haver áreas os técnicos de Radiologia, jovens internos Exames Mamários realizados na Clínica os exames são, por vezes, desconfortáveis cegas, tem de estar tudo contemplado na de especialidade, cirurgiões e Anatomo- São João de Deus - Lisboa: ou dolorosos. “É, pois, necessário um ele- imagem, porque o diagnóstico depende Patologistas ligados à Patologia Mamária. vado skill de conhecimento teórico que disso”, concretiza Graça Barreiros. Iniciou em 2006 estudos aprofundados na :: Mamografia Digital Directa a ERISA nos dá, mas também o ensino “Um médico que pretenda especializar- Ressonância Magnética Mamária e execu- :: Ecografia Mamária perante o doente de uma abordagem se em Imagiologia Mamária, deve dedi- :: Microbiopsia Mamária e citologia ção de exames com recurso a formação para humanística, recorrendo ao diálogo e car-se em exclusivo, sem desvio para a :: Galactografia creditação na Alemanha e Estados Unidos empatia para relaxar o doente e conse- realização de outros exames fora deste :: Marcação Pré-operatória com Arpão da América. Com isto adquiriu uma vasta :: Ressonância Magnética (em aquisição) guir imagens com elevado padrão de contexto, porque são técnicas de difícil experiência, tendo por isso sido convidada, qualidade, proporcionando, enfim, um interpretação, que exigem grande expe-
  • 12. riência. Existem publicações quotidianas agulha intramuscular numa seringa com ção informa-se o cirurgião que termina para impedir a continuação de irradia- sobre o tema em várias vertentes que há manípulo manual que faz o vácuo necessá- assim a cirurgia. ção mamária, que naturalmente existe que ler. O médico radiologista para além rio à aspiração. quando se faz Mamografia”, indica Graça de estar habituado a ler imagens, tem de Depois esfrega-se o produto obtido em A RESSONÂNCIA MAGNÉTICA Barreiros. integrar conhecimento proveniente de lâminas, para posterior análise. É rápido outras especialidades que estão ligadas e económico, permitindo uma diferencia- “Eu faço Ressonância Magnética Mamá- A ESCOLHA DO DIAGNÓSTICO a Patologia Mamária, tem que trabalhar ção entre células benignas e malignas. Não ria (RMM) desde 2006. Estamos actual- em grupo, com imagens e conhecimento tem, contudo, a capacidade diagnóstica da mente em fase de aquisição de equipa- “A determinação de que tipo de exames de origens diversas na avaliação de um Biopsia, que não estuda células, mas sim mento de Ressonância para a Clínica São é que se deve efectuar, até aos 40 anos, único doente, normalmente ansioso de fragmentos de tecidos. A vantagem de tirar João de Deus. Conjugaremos a vertente atende a um critério de bom senso mé- uma resposta imediata. Defendo mesmo fragmentos é conseguir uma melhor acui- diagnóstica médica que a Ressonância dico e do médico radiologista. Este, por a criação da Especialidade de Senologia”, dade de diagnóstico, porque há muito mais Magnética permite, com vertentes de en- sua vez, deverá propor no relatório o conclui. elementos estruturais para analisar, dado sino e de investigação com a Faculdade tipo de seguimento que a doente deve A Ecografia Mamária é complementar da que o tecido está representado. A Biopsia de Ciências Biomédicas e a ERISA - Esco- ter. A partir dos 40 anos há Protocolos Mamografia, sendo uma área exclusivamen- permite fazer um diagnóstico de benignida- la Superior de Saúde Ribeiro Sanches, da Europeus e do ACR - American College te médica, na medida em que os Técnicos de ou malignidade, aferindo, inclusivamen- Universidade Lusófona, actividades que of Radiology. Eu sou muito a favor do não são executantes. “Temos um ecógrafo te, o grau de malignidade do tumor (baixo, pretendemosdesenvolverconjuntamen- protocolo do ACR, que propõe a reali- de última geração, equipado com son- médio ou alto), determinação de índices te, potenciando ao máximo a importân- zação de mamografias anuais dos 40 das adequadas, lineares e muito especí- proliferativos celulares e determinação da cia da Ressonância Magnética”, começa até aos 52/53 anos e depois de dois em ficas para mama, que permite fazer um sensibilidade do tumor a tratamento hor- por afirmar Graça Barreiros. A especialista dois anos até ao resto da vida”, defende diagnóstico diferencial entre diferentes monal. Para efeitos de planeamento de em Imagiologia, responsável pelo projecto Graça Barreiros, lamentando que muitas estruturas, permitindo, em alguns casos, tratamento, é extraordinariamente impor- de instalação, esclarece que “a RMM Ma- mulheres, ao avançar na idade, pensem a diferenciação imediata entre patologia tante para o médico saber com que tipo de mária veio trazer a terceira dimensão que já não é necessário realizar Mamogra- benigna e maligna”, refere Graça Barrei- tumor é que está a lidar. Sob o ponto de vista da mama, o que nos faltava, um poten- fias. A especialista lembra que o Cancro da ros. A Ecografia é, efectivamente, um méto- de planeamento terapêutico, a Biopsia é cial imenso, que permite o diagnóstico Mama aumenta com a idade. Questionada do auxiliar de diagnóstico importantíssimo, preferível à Citologia, exigindo, igualmente, conciliando estudos morfológicos e se o modelo americano é seguido em Por- além de que é utilizado, por exemplo, como uma grande experiência para impedir falsos funcionais. Estuda parâmetros de ac- tugal por muitos médicos, Graça Barreiros exame de primeira linha em mulheres muito negativos. tividade celular e consegue transmitir, afirma que sim. jovens, porque não convém submeter as pa- A Marcação Pré-operatória com Arpão através disso, noções complementares, A concluir, Graça Barreiros aconselha todas cientes a radiação demasiado cedo. Nesses baseia-se na colocação de um arpão que an- que nenhum outro método não invasivo as mulheres a aderirem a programas de casos, de mulheres nulíparas – ou seja, sem cora no tecido lesado e está ligado a um fio- é capaz. É mais uma técnica que, se mui- despiste de Cancro da Mama, com vista à filhos - a Ecografia cobre completamente o guia que vem até à superfície da pele. “Te- to bem efectuada, permite atingir o gold diminuição da mortalidade associada à do- diagnóstico. Isto porque se a mulher tiver mos um aparelho de Estereotaxia que standing da qualidade diagnóstica”. ença: “Os avanços tecnológicos permitem filhos, o padrão da mama modifica-se. Pode nos permite visualizar o local exacto, em Quando a Mamografia e a Ecografia são in- diagnósticos mais precoces e, numa cer- acontecer, no entanto, que a mama se man- profundidade, de colocação do arpão, suficientes a RMM, que é a técnica mais sen- ta medida, falar de um maior número de tenha com padrões de elevada densidade e, através de uma determinação tridimen- sível e específica de diagnóstico, deverá ser casos diagnosticados resulta da nossa nesse caso, a Ecografia continuará a ter pa- sional, fornecida pelo aparelho”, explica utilizada. “Entre outras indicações que actual maior capacidade de detecção. pel preponderante. Graça Barreiros. Na cirurgia, o cirurgião não referencio, por exaustivas, destaco- Detecção precoce significa diminuição A Galactografia é um exame que se faz segue o fio-guia até à lesão e retira-a. Isto o como obrigatório no estadiamento de de mortalidade, sobretudo porque os para estudo da patologia dos canais de lei- permite, tirar estritamente a quantidade de tumores, antes da cirurgia”, afirma Graça avanços tecnológicos na imagem cami- te, os chamados canais galactofóricos, daí a tecido proporcional ao tamanho do tumor, Barreiros. Em casos de mulheres jovens nharam a par com avanços na capacida- origem do termo. Trata-se da introdução de sem grande amputação mamária e, no fu- que fizeram radiação para tratamento de de terapêutica. Apenas a juntar a estes uma substância líquida de contraste dentro turo sem grande alteração estética. “É tam- linfoma, seja de corpo inteiro ou de tórax, dois elementos, o acreditar que este es- de canais para estudar, por exemplo, uma bém possível a colocação de arpões por passados oito anos do final do tratamen- forço continuado foi feito em benefício área de obstáculo, que se desenvolve no in- Ecografia”, esclarece a médica radiologista. to há um aumento de risco de cancro da de cada doente, de si que está a ler, ca- terior do canal. Depois da cirurgia, radiografa-se a peça mama. “Nessas situações, a RMM é o pri- bendo a cada um de vós juntar-se a nós e A Citologia pica uma lesão e aspira células, operatória para confirmar que todo o meiro meio de diagnóstico e o exame participar connosco para, todos juntos, através de uma agulha, por exemplo uma tumor foi retirado e após essa confirma- de seguimento de dois em dois anos, conseguimos ultrapassar a doença”.
  • 13. PREVENÇÃO E MOBILIÁRIO RODOVIÁRIA INDÚSTRIA DE SEGURANÇA | PAÍS POSITIVO| PAÍS POSITIVO 44 IMTT – INSTITUTO DA MOBILIDADE E DOS TRANSPORTES TERRESTRES TRANSPORTES TERRESTRES E MOBILIDADE – ENTRE O PASSADO E O FUTURO Nascido a 1 de Novembro de 2007 por via de um processo de fusão / extinção de três organismos pú- blicos – a Direcção-Geral de Viação, o Instituto Nacional de Transporte Ferroviário e a Direcção-Geral de Transportes Terrestres - o Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres (IMTT, I.P tem por missão .) regular, fiscalizar e exercer funções de coordenação e planeamento do sector dos transportes terrestres, visando a mobilidade de pessoas e bens. Jorge Batista e Silva, presidente em exercício do Conselho Di- rectivo do IMTT que termina as suas funções no fim deste mês regressando ao Instituto Superior Técnico, realça a importância deste organismo no sector, apresenta algumas estratégias de futuro que têm vindo a ser prosseguidas e alguns desafios que o futuro colocará. Jorge Batista e Silva, Presidente do Conselho Directivo do IMTT para a modernização da rede de ensino e tração do transporte terrestre permitin- internacionais. É aqui, seja nos comités em de formação nesta área e para a qualidade do que o pensamento e a acção, gerado que participamos, nos numerosos grupos H erdeiro de praticamente todas das aprendizagens por parte dos novos pela organização, passasse a ser mais técnicos e de acompanhamento a propósi- as competências das entidades condutores. Identicamente, foi importan- integrado e mais participativo nas polí- to da avaliação de problemáticas que estão que lhe deram origem, excepto te a incorporação da homologação, regis- ticas transversais que são cada vez mais na agenda europeia ou da construção de a das contra-ordenações estradais que to de matrículas e inspecção periódica necessárias. Por outro lado, a dimensão regulamentação comunitária e de novas foram atribuídas à Autoridade Nacional de veículos num instituto que também do instituto e o protagonismo que pode directivas, que se joga a defesa dos interes- de Segurança Rodoviária, o IMTT baseia se ocupa da administração do transporte e deve ter no sector, enquanto organis- ses nacionais, das empresas, da indústria a sua acção num conjunto de quatro áre- de terrestre, num tempo onde imperam mo de referência, pode contribuir para e das soluções que melhor se adaptam ao as principais de actuação – Regulação preocupações ambientais e onde temos o evitar da captura do interesse público contexto, cultural e práticas de cada país. Jurídico-Económica, Regulação Técnica de aplicar normativos diversos sobre por interesses privados servindo de su- E é absolutamente fundamental garantir e de Segurança, Formação e Certificação, emissões, ter preocupações com a forma porte ao exercício da governação e de in- uma presença internacional qualificada e Fiscalização – embora seja de destacar como nos movemos e como fazer boas térprete e de primeiro conselheiro para que seja conhecedora e próxima do sec- também os serviços de Planeamento, escolhas para efectuar as deslocações a construção das políticas públicas neste tor. Seja por razões de mera actualização Inovação e Avaliação na participação em necessárias. Estamos a entrar num perí- sector. Como instituto, tem alguma auto- técnica ou de troca de conhecimento, seja planos e programas nacionais de natu- odo histórico de grande mutação tecno- nomia administrativa e financeira, em- por questões de discussão de normativos reza transversal e na condução de ou- lógica nos sistemas de motorização dos bora seguindo as mesmas regras gerais e de negociação. Penso que o IMTT nesse tros que são específicos do instituto. veículos, como é bom exemplo o veículo da contratação pública e da orçamenta- capítulo teve e continuará a ter papel im- eléctrico, de introdução de combustíveis ção, tem mais capacidade de gestão su- portante. Ser uma entidade de referência é O IMTT foi um dos últimos produtos alternativos, de utilização intensiva da portada num Conselho Directivo plural, um resultado e não um fim. Nenhuma en- do PRACE – Programa de Reestrutu- electrónica e das tecnologias de infor- com responsabilidades de pensamento tidade, a qualquer nível da administração, ração da Administração Central do mação nos veículos, na infraestrutura e e condução estratégica e em dirigentes se fará reconhecer se não for pela qualida- Estado. Terá sido uma boa aposta? em todas as componentes que garantem que terão de ter cada vez mais capaci- de do seu trabalho, o qual só pode aconte- Sem a menor hesitação respondo-lhe a mobilidade das pessoas. Por isso tudo dades de liderança e de gestão das suas cer através de três factores que os vários que sim. É sempre um enorme desafio a foi importante incorporar no IMTT a Re- Unidades Orgânicas. Sem prejuízo dos membros do CD ao longo deste tempo construção de uma nova identidade no gulamentação Técnica e a Segurança que ajustamentos orgânicos que forem ne- sempre procuraram desenvolver: conjunto dos organismos da Adminis- se exerce fundamentalmente sobre os ve- cessários seria muito negativo o regres- - Visão Estratégica (para onde, por onde tração do Estado e este tinha a particular ículos de transporte rodoviário e ferrovi- so a modelos antigos. e como devemos caminhar); - Recursos dificuldade de juntar competências que ário. É preciso não esquecer que o IMTT qualificados (não apenas os financeiros tinham vivido distanciadas seguindo é a autoridade nacional de segurança em Acha que o IMTT conseguiu neste mas em particular os trabalhadores e os culturas muito diferentes. E penso que se relação ao transporte ferroviário, autori- período ser um organismo de refe- dirigentes da organização que são chama- ganhou bastante, para a administração e zando tudo quanto é material circulante rência no sector? dos a participar na construção da estraté- para os administrados, trazer para o seio bem como todas as alterações sobre tra- Não lhe sei responder, mas o sector, as gia e na sua operacionalização); - Processo dos transportes as problemáticas da con- çados ferroviários, sempre na perspecti- associações, as empresas, os operadores transparente (em que destaco a participa- dução e dos veículos da antiga DGV, o que va da segurança. e os cidadãos devem saber dizer. Não fize- ção, o diálogo, a discussão, o debate de aliás não era novo na história do sector. A mos estudos nesse sentido, mas quando ideias e a negociação mas também a lide- formação, habilitação e certificação para a Mas esses objectivos não teriam da questionámos estas entidades no início de rança, a persistência e a determinação). condução, profissional e não profissional, mesma forma sido prosseguidos no 2010 para informar a avaliação do QUAR recolocou a problemática da segurança anterior modelo? de 2009 recebemos respostas muito posi- Não quer destacar algumas medidas rodoviária tradicional no novo quadro da Poderiam… mas não era a mesma coisa. tivas e manifestações de incentivo. Gostava ou realizações que foram particular- mobilidade sustentável tão importante Com o IMTT penso ter-se ganho eficiên- de salientar um aspecto essencial no que mente importantes? para a qualidade de vida dos cidadãos, cia e sobretudo coerência na adminis- se refere ao papel do IMTT nas instâncias Creio que não me concede espaço nes-