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positivoWWW.PAISPOSITIVO.ORG////Fevereiro‘11/EDIÇÃONº42
ESTESUPLEMENTOFAZPARTEINTEGRANTEDOJORNAL‘PÚBLICO’
FOTOGRAFIA:DIANAQUINTELA
SECTOR VINÍCOLA: A APOSTA NA INOVAÇÃO | ANO INTERNACIONAL DAS FLORESTAS
“EMPODERAR AS MULHERES NÃO
SIGNIFICA QUE AS MULHERES QUEREM
TOMAR O PODER DOS HOMENS, QUEREM É
TOMAR MAIS PODER SOBRE SI PRÓPRIAS”,
sublinha Elza Pais,
Secretária de Estado da Igualdade
Um octogenário cheio de juventude, nascido como marca em 1929 e baptizado há 50 anos como ‘O Licor
de Portugal’, cognome que perdura até hoje, o Licor Beirão é um néctar único, com alma portuguesa. Cida-
dão do mundo, nas influências que foi buscar às 13 especiarias e sementes aromáticas, que o compõem,
vindas da Índia, Sri Lanka, Turquia e Marrocos, de entre outras paragens, o Licor Beirão é a síntese perfeita
dos aromas e sabores da Natureza, combinados com a mestria do Homem.
O TAL DO GOSTINHO ESPECIAL
LICOR BEIRÃO
um must a ser brindado com
um copo de Beirão. À saúde!
JOSÉ CARRANCA
REDONDO:
O VISIONÁRIO
FUNDADOR
Nascido na Lousã nos finais
do Século XIX, sob a forma
de um licor natural, para
alívio não só das dores de
estômago e constipações,
mas também para as do-
res da alma, a base an-
cestral e secreta do que
viria a ser o Licor Beirão
estava confinada aos la-
boratórios farmacêuticos.
Um dia, um caixeiro-
viajante do Porto,
de nome Luís
de Pinho, ao
passar pela
Lousã para
a venda
de Vinho
do Porto,
parou na
Farmácia
Serrano,
a p a i x o -
nando-se
pela filha
do farma-
c ê u t i c o
local, Ra-
quel, com
q u e m
viria a
casar-se.
Entretan-
to, no se-
guimento da
DA LOUSÃ PARA O MUNDO
Chegamos à Quinta do Meiral, ber-
ço do Licor Beirão, na vila da Lousã,
numa soalheira manhã de Fevereiro.
Lá nos esperava José Redondo, admi-
nistrador, filho do saudoso fundador
da empresa, José Carranca Redondo,
que assumiu as honras da casa num
animado périplo, primeiro pelos em-
blemáticos sectores do engarrafamen-
to e da produção, depois pelo museu
da empresa, reduto das mais genuí-
nas produções publicitárias levadas a
cabo pela marca nos últimos setenta
anos. A linha de engarrafamento é im-
pressionante. À tecnologia de ponta
das máquinas, junta-se o contributo
de doze colaboradoras que, garrafa
após garrafa, colocam manualmente a
distintiva fita dourada que envolve o
gargalo. Ao jeito de uma curiosidade,
José Redondo garante que não há ne-
nhuma máquina no mundo que o faça.
As garrafas sucedem-se a um ritmo
alucinante. São enchidas mais de 3,5
milhões por ano, o que significa uma
média superior a 9500 garrafas pro-
cessadas por dia, que dão de beber a
80 mercados mundiais, com os Esta-
dos Unidos da América a ocuparem a
liderança das exportações.
Saímos da linha de engarrafamento e
logo sentimos o aroma doce e suave
do afamado licor, em pleno processo
de fabrico. É na base de uma dupla
destilação de especiarias e de semen-
tes aromáticas que o Licor Beirão vê a
luz do dia. Entramos no sector produ-
tivo e lá estão os alambiques a debitar
a essência, na conta certa do lume que
se lhes chega na fornalha, não sem
antes nos deliciarmos com a prova
olfactiva e palatal de algumas plantas,
que nos levam a lugares
longínquos do nosso ima-
ginário. O segredo, esse, é
a alma do negócio.
Visitamos de seguida o
museu, onde cabe a pro-
digiosa História do ma-
rketing que tornou o Li-
cor Beirão conhecido nos
quatro cantos do mundo
e a marca portuguesa com
mais eficácia publicitária
do Século XX, porque é
de bom gosto servi-lo… é
de bom gosto bebê-lo…,
dizia o slogan do polé-
mico cartaz da pin-up
vestida de vermelho dos
Anos 50. Do famoso car-
taz da tabuleta com
a Serra da Lousã
ao fundo, o
primeiro,
às réguas
de ma-
d e i r a
com os
dizeres
Que li-
cor por-
r e i r o ,
s e n h o r
e n g e -
n h e i ro ,
passan-
do por
c e n t e -
nas de
criações
i n o v a -
doras e
descon-
c e r t a n -
tes, tudo é
entrada em vigor de uma lei que proi-
bia a atribuição de efeitos medicinais
a bebidas alcoólicas, o jovem decidiu
estabelecer-se por conta própria para
produzir o licor, numa pequena fábri-
ca. Em 1929, realizou-se em Castelo
Branco, capital da Beira Baixa, o Con-
gresso Beirão, evento que viria a dar o
nome à bebida.
Onze anos depois, em 1940, por difi-
culdades financeiras decorrentes da
Segunda Guerra Mundial, que havia
eclodido um ano antes, a fábrica teve
de ser vendida. O jovem José Carranca
Redondo, então com 24 anos, que já
lá tinha trabalhado, decidiu comprar
não só as instalações, mas também o
segredo, numa operação em que in-
vestiu todas as suas poupanças. No
ano seguinte, contraiu um emprésti-
mo para fazer uma audaciosa campa-
nha publicitária. Muitos apelidaram-
no de louco, mas foi um visionário.
A produção do afamado Licor Beirão
passou a estar a cargo da esposa, Ma-
ria José, tornando-se uma das marcas
portuguesas com mais notoriedade,
entre diferentes gerações de consu-
midores. Tendo lançado as sementes
do sucesso na divulgação da marca,
nomeadamente nas estradas portu-
guesas, José Carranca Redondo não
se livrou das teias da Justiça, por
questões que considerava meramen-
te políticas. Teve cerca de 90 proces-
sos instaurados nos tribunais, mas
apenas perdeu um. A sua tenacidade
levou-o ao mundo empresarial da si-
nalização de estradas, brinquedos e
publicidade, que impulsionaram, em
escala, a concretização dos seus pro-
jectos, tornando-o num dos mais bem
sucedidos empresários portugueses
do Século XX.
18INDÚSTRIA DE MOBILIÁRIO | PAÍS POSITIVO 18SECTOR VINÍCOLA | PAÍS POSITIVO
Nada acontece por acaso, começa por revelar Jaime Quendera, gerente e enólogo da Adega Cooperativa de Pegões, evocando as características
naturais do solo e do clima que conferem um carácter distintivo aos vinhos da casa. Tendo a sorte de estar localizada num lugar privilegiado,
bafejado com um elemento que faz diferença no mundo actual da Enologia – «o terroir» – a maior produtora de vinhos da Península de Setúbal
viveu em 2010 o melhor ano em termos de reconhecimento internacional e apresenta novidades em 2011.
DESAFIOS DO PRESTÍGIO
DE UMA ADEGA COM HISTÓRIA
ADEGA COOPERATIVA DE PEGÕES
meia centena de galardões, o que
revela, por um lado, a grande qua-
lidade que foi o ano de 2008, dado
que foram estes lotes a concurso e,
por outro, que a Adega de Pegões
continua a produzir com muita dedi-
cação”, congratula-se Jaime Quendera,
perspectivando que este ano se possa
repetir os bons resultados, na sequên-
cia de uma colheita muito boa em 2009.
Sem meias palavras, uma característica
própria das pessoas seguras do seu mé-
tier, o enólogo certifica: “Por trás dos
grandes prémios, há sempre grandes
vinhos. Não é por acaso que se hou-
ver cinco empresas em Portugal que
tragam tantos prémios como nós, é
muito. Não se ganha constantemente
em prova cega, em Espanha, França,
Itália, Alemanha, Inglaterra, Estados
Unidos ou China, só para dar meros
exemplos, se os vinhos não tiverem
qualidade. E a nossa é já reconhe-
cida em todo o Mundo, o que muito
nos orgulha e que ajuda a empresa a
atingir os objectivos comerciais”.
A
localização entre dois estuá-
rios, dos rios Tejo e Sado, com
o Alentejo quente e maduro
por trás e a Serra da Arrábida à fren-
te, aliada ao solo de areia, com muita
água, configura um terroir ideal para o
desenvolvimento da vinha. Esta expres-
são gálica que não significa mais do que
os territórios com aptidão agrícola,
especialmente do domínio vitivinícola,
encontra o seu pleno significado em
Pegões. “A maior reserva aquífera
da Península Ibérica situa-se aqui.
Essa água faz a diferença, porque
nos anos quentes, ou nos anos secos,
possibilita trabalhar as vinhas com
qualidade, o que se reflecte nas uvas
que dão origem aos nossos vinhos. O
segredo da Região de Setúbal, e não
exclusivamente de Pegões, é esta
grande benesse da riqueza em água”,
afirma Jaime Quendera.
As novidades perfiladas para 2011 são
o início da comercialização do Vinho
Moscatel de Setúbal e de vinhos es-
pumantes em larga escala, já que até
agora estes têm sido apenas reservados
para um nicho de mercado. “Sendo nós
a maior empresa da região a vender
e a certificar Vinho de Setúbal, com
cerca de cinquenta prémios internacio-
nais, a Adega Cooperativa de Pegões
consolidou, seguramente, o prestígio
que lhe tem vindo a ser concedido no
estrangeiro, nomeadamente nos mais
de trinta mercados em que está pre-
sente. Mas não só. “Conquistámos 200
prémios internacionais em 12 anos
e só no ano passado alcançámos a
uma quota de 30 por cento, o Mos-
catel é um produto que nos faltava,
porque nós, por Lei, não podíamos
ter vinificação apesar de termos as
uvas. Esse problema foi resolvido em
2008 e nós começamos já em Março
a comercialização do Vinho Mosca-
tel de Setúbal, uma grande ambição
nossa”, explica o enólogo. Já no domí-
nio dos espumantes, Jaime Quendera
anuncia que a entrada no mercado se
fará através da insígnia ‘Adega de Pe-
gões’ que é, no fundo, “a grande marca
que nós temos”. Ao mesmo tempo, a
Adega apostará em força na ampliação
da linha de produção respectiva. “Pro-
duzimos vinhos espumantes de qua-
lidade, mas em pequena quantidade.
Este ano adquirimos uma linha de
espumantização e vamos ampliar
também a produção, de forma a po-
dermos comercializar em maior es-
cala”, concretiza.
“POR TRÁS DOS GRANDES
PRÉMIOS, HÁ SEMPRE GRANDES
VINHOS”
Em 2010, o melhor ano de sempre, no
que respeita a distinções, ao arrecadar
Mário Figueiredo (Presidente), Carlos Pereira (Director) e Maria Helena Oliveira (Directora)
Jaime Quendera, Gerente e Enólogo da Adega Cooperativa de Pegões
A ESTRATÉGIA DO SUCESSO
Jaime Quendera defende que a Adega
Cooperativa de Pegões é apologista da
relação preço/qualidade, o que con-
figura, na sua visão, a base da compe-
titividade e do sucesso em qualquer
segmento, nos mercados nacional
e internacional. “Temos vinhos de
topo, dos melhores do mundo, mas
o preço desses nossos vinhos nunca
é metade do preço do vinho de topo
de outra empresa mais pequena.
Esse é o nosso segredo”, atesta Jaime
Quendera. Já Maria Helena Oliveira, di-
rectora da Adega, acrescenta uma outra
particularidade: “Um aspecto que te-
mos trabalhado ultimamente e que
acho que tem dado grande resultado
é a imagem”, especialmente nas mar-
cas ‘Fontanário de Pegões’ e ‘Adega de
Pegões’, uma opinião corroborada por
Jaime Quendera, que afirma que esta
vertente se enquadra numa evolução,
porque “nada é estável, nada é fixo,
num mundo em mutação constante
e mais rápida”.
UM OLHAR SOBRE A PRODUÇÃO
Vendendo para mais de 30 países, Jai-
me Quendera afirma que 90 por cento
das vendas da Adega Cooperativa de
Pegões se dividem em duas insígnias.
A marca ‘Pegões’, desdobrada no ‘Adega
de Pegões’ e no ‘Fontanário de Pegões’,
um Regional, o outro DOC (Denomina-
ção de Origem Controlada), sendo que
o ‘Adega de Pegões’ se produz na base
de varietais ou colheita seleccionada.
Depois há a outra insígnia mais irreve-
rente, mais jovem, o ‘Fonte do Nico’, que
não é muito associado a Pegões, mas é
uma marca para pessoas jovens, mais
moderna e brilhante, atractiva e com
cores mais vivas, que encaixa noutro
estilo de consumidor, segundo revela o
enólogo, explicando que estas marcas
representam uma grande parte da pro-
dução. Depois existem as outras marcas
de nicho, ou de franja – o ‘Vale da Judia’,
mais dirigida ao designado canal HO-
RECA (Hotelaria, Restauração e Cafeta-
ria) de alta categoria, bem como o ‘San-
to Isidro’, um vinho de mesa, dirigido à
restauração de um nível mais baixo. A
aposta no carácter irreverente da pro-
dução voltada para os jovens tem resul-
tado. “Temos um produto que é um
pouco inovador e de que já começam
a aparecer cópias, que é o ‘Fonte do
Nico Light’, Branco e Rosé, com me-
noscaloriasemenospercentagemde
álcool. Exportamo-lo para Inglaterra
com a marca ‘Fonte do Nico Ten’, para
o Brasil com a insígnia ‘Fonte do Nico
Fashion’. Nós não temos pretensão
de mudar o consumidor, temos de o
seguir. Temos, também, o sistema de
‘bag-in-box’ de empacotamento do
vinho, mas 95 por cento é produzido
e comercializado em garrafa”, afir-
ma Jaime Quendera. E porque os bons
vinhos se fazem com boas uvas, Maria
Helena Oliveira anuncia que a Adega
Cooperativa de Pegões adquiriu um
equipamento chamado Wine Scan, um
investimento estratégico que confere
valores mais detalhados da qualidade
da colheita à entrada da Ade ga, após as
vindimas. Isto para que as uvas que en-
tram aqui, entrem com cada vez maior
qualidade, dado que se destinam a pro-
duzir produtos de referência. “Apesar
de haver alguma fidelização, um vi-
nho não é como uma marca de car-
ros, que as pessoas podem ter para
toda a vida. Gostam de experimentar
outros, mas ficam sempre com a re-
ferência do bom vinho, preferindo-o
pela qualidade e pelo preço e esse é
o nosso grande atractivo”, resume Jai-
me Quendera.
OS DOIS PRÉMIOS
DE REFERÊNCIA EM 2010
Jaime Quendera aponta, de
entre o vasto palmarés al-
cançado no ano passado que
os dois prémios mais signi-
ficativos foram conquistados
pelos seguintes vinhos:
:: ‘Adega de Pegões Touriga
Nacional’ – Medalha de Ouro e
Best in Class, no International
Wine and Spirit Competition,
em Londres (Inglaterra).
:: ‘Adega de Pegões Alicante
Bouschet’ – Grande Medalha
de Ouro, no Concours Mondial
de Bruxelles 2010 (Bélgica).
22INDÚSTRIA DE MOBILIÁRIO | PAÍS POSITIVO 22SECTOR VINÍCOLA | PAÍS POSITIVO
Ribatejo
Encontramo-nos com Nuno Falcão Rodrigues numa adega quase centenária, onde o gerente e enólogo da Quinta do Casal da Coelheira revela que,
embora os seus ascendentes nem sempre tivessem estado ligados aos vinhos, a actividade foi abraçada com muita dedicação, um dos segredos do
sucesso da empresa em Portugal e além-fronteiras, como comprovam os prémios, mais de cem, nos últimos 15 anos.
UMA ODE AO VINHO EM TERRAS RIBATEJANAS
QUINTA DO CASAL DA COELHEIRA
T
udocomeçouquandoos paisdeNuno
Falcão Rodrigues herdaram uma pro-
priedade praticamente composta por
florestaegadoovinoqueconfinavacomoCam-
poMilitardeSantaMargarida.“Umdia,abase
doExércitotevenecessidadedeseraumen-
tada e o Estado comprou-a. Os meus pais
decidiramreinvestirodinheirodessavenda,
numaoutraQuintanoTramagal,oCasalda
Coelheira”,evocaNunoFalcãoRodrigues,recor-
dandoque,àépoca,“apropriedadetinhaduas
pequenasvinhas,comcercadedezhectares
aotodo,masnãotinhaadega,nemlocalpara
vinificar.Trêsanosmaistarde,em1989,sur-
giuapossibilidadedeafamíliaadquiriruma
adega e uma parcela adjacente de vinhas,
queperfaziacercade20hectares”.
Numadécadaemqueomercadoevoluía,ainda
que a passo, no sentido dos vinhos de qualida-
de, o clã Rodrigues rapidamente se apercebeu
que era importante imprimir uma estratégia
de segmentação da oferta, no sentido de con-
quistar mercados. “Tínhamos de apostar na
qualidade e continuámos a investir muito
dinheiroemtermosdetecnologianaadega,
quejátinha70anosequetevedeseradap-
tada às novas exigências da produção do
vinho. Investimos, igualmente, em vinhas,
procedendo à sua reconversão, em termos
deterrenoseplantaçãodecastasnacionais
eestrangeiras,numabasedecontinuidade”,
certificaogerenteeenólogo.
Neste momento, a exploração da Quinta do
Casal da Coelheira tem cerca de 300 hectares,
dos quais cerca de 64 hectares são de vinha.
As idades da vinha são variáveis, desde os dois
aos30anos.“Houveumafaseinicialemque
complementámos as castas tradicionais da
região com castas estrangeiras e aí houve
uma ajuda importante da casta Cabernet-
Sauvignonaodarumapportmaioremter-
mosdeestruturaelongevidadedosvinhos.
Na segunda fase, em que continuamos, a
aposta tem recaído muito mais nas castas
nacionais”,especificaNunoFalcãoRodrigues.
OgerenteeenólogodaQuintadoCasaldaCoe-
lheira considera que “em termos comerciais,
o mercado nacional está hoje um pouco
saturado. A nossa estratégia passa por nos
encaminharmos,claramente,nosentidoda
exportação. A escolha das castas também
vaiaoencontrodessanecessidade.Julgoque
opaísequeosnossosvinhossedevemafir-
mar, tendo como mais-valia a sua diferen-
ciaçãoemrelaçãoaosdemaisconcorrentes
estrangeiros,combaseemcastasdiferentes
queomundoestáacomeçaradescobrir”.
O RECONHECIMENTO
DA QUALIDADE
Nos últimos 15 anos, a Quinta do Casal da Co-
elheira conquistou mais de uma centena de
prémios, em concursos nacionais e internacio-
nais.“2010podenãotersidooanoemque
vencemos mais galardões, mas foi um ano
pautadoporgrandessucessos,quenostrou-
xeramumaprojecçãomediáticaquenunca
tínhamos tido, por via desses mesmos re-
conhecimentos”,confessaNunoFalcãoRodri-
gues.NoConcursoMundialdeBruxelasdoano
passado, o Casal da Coelheira Rosé, na Colheita
de2009,conquistouaGrandeMedalhadeOuro
eoBestWineTrophy.Oqueéquesignificaeste
título? “Num certame com esta projecção
mundial,elefoiconsideradoomelhorvinho
rosé levado a concurso, tendo entrado em
competição com grandes vinhos de todo o
mundo,oqueconstituiumagranderespon-
sabilidadeparanós”,asseguraogerenteeenó-
logo.Comtodoestesucesso,oCasaldaCoelheira
RosédaColheitade2010,lançadoaopúblicoem
Dezembrodoanopassado,jávendeudoisterços
daprodução,quehaviaduplicadonaperspectiva
deumamaiorprocura.“Asopiniõestêmsido
muito favoráveis, não só do ponto de vista
do consumidor, mas também de agentes
ligados ao negócio e de jornalistas especia-
lizados na área”, congratula-se Nuno Falcão
Rodrigues.
ESTRATÉGIAS DE FUTURO
Considerando que “o negócio dos vinhos é
muito personificado e as pessoas gostam
de conhecer tudo o que envolve o mundo
da produção”, Nuno Falcão Rodrigues, geren-
te e enólogo da Quinta do Casal da Coelheira,
anuncia projectos no domínio do Enoturismo
para avançar já em 2011. “Vamos criar um
novo espaço polivalente, onde possamos
recebervisitantes,venderosnossosvinhos
e,aproveitandoavisibilidadeconferidapor
estes, divulgar produtos regionais, em par-
ceria com produtores”, refere. Optimista por
natureza, Nuno Falcão Rodrigues, perspectiva
outros investimentos, no sentido de incremen-
tar a capacidade produtiva e de armazenagem
do vinho. “Temos procurado a nossa sorte
e adaptado as nossas estratégias, apostan-
do na consolidação do mercado nacional
e concentrando esforços na afirmação
junto do mercado internacional”, revela,
especificando que as exportações têm vindo
acrescertodososanos.Situadas,actualmen-
te,namargemdos35a40porcentodapro-
dução,aQuintadoCasaldaCoelheiraespera
ultrapassarafasquiados50porcentojáeste
ano. “Temos ido aos mercados e procura-
do novos parceiros em diferentes países.
Estamospresentesemcercadeumadúzia
depaísesdaEuropaerepresentadoscom
alguma força no Brasil, desejando novos
parceiros no mercado asiático. Uma das
nossas apostas também passa pelo mer-
cadodaAméricadoNorte,nomeadamen-
tenosEstadosUnidos”,configura,afinalizar,
NunoFalcãoRodrigues,julgandoque,aoseguir
estecaminhodeinternacionalização,ofuturose
poderárevelarauspiciosoparaaQuintadoCasal
daCoelheira.
OS VINHOS DA QUINTA DO
CASAL DA COELHEIRA
:: Gama de Entrada – Terraços do Tejo
(Branco e Tinto)
:: Gama Média (a marca principal) – Casal
da Coelheira (Branco, Tinto e Rosé / Tinto
Reserva, Branco Reserva - Novidade para
2011)
:: Gama Alta (o Ex-líbris) – Mythos (Tinto)
Nuno Falcão Rodrigues, Gerente e Enólogo
intervenção de fundo muito grande, que
permitirá acolher diversas valências.
Neste momento, está a ser construído
o espaço de armazenagem e de produ-
ção, estando as caves para estágio a ser
remodeladas, para acolher os vinhos de
Denominação de Origem e Moscatel de
Setúbal Reserva”, uma obra de referência
cujoprimeiroterçojáestácumprido.
Aadegatradicionalacolhe,paraalémdoes-
tágio dos vinhos, cursos de prova, convívios
e diversas acções ligadas ao enoturismo,
sendo uma das fundadoras da Rota dos Vi-
nhos da Península de Setúbal. “Notamos o
aumento de pessoas que vêm cá porque
querem saber mais sobre o vinho que
bebem ou beberam em casa. Queremos
que as pessoas venham e interajam com
as rotinas da adega, ao longo de todo o
ano, da vindima à vinificação, em todas
as outras tarefas que se seguem”, afirma
Venâncio Vida. Enquanto o novo empreen-
dimento não está concluído, os visitantes e
enófilos poderão deleitar-se no belo espaço
da antiga adega, convida Joana Vida: “Te-
mosasportasabertasatodososquenos
quiserem visitar, que ficarão, com certe-
za,surpreendidos”.
Tudo começou na Quinta do Anjo, às portas de Palmela, há quase cem anos, em 1914, algures na histórica
adega onde entrevistámos Joana Vida, responsável de qualidade e neta de um dos sobrinhos do fundador,
Venâncio da Costa Lima, bem como Venâncio Vida, um dos gerentes desta empresa familiar que está a
apostar fortemente nos vinhos certificados, bem como no Moscatel de Setúbal, ícone da casa e ex-líbris
da região.
A GENEROSIDADE DE UM BRINDE À TRADIÇÃO
VENÂNCIO DA COSTA LIMA
RECONHECIMENTOINTERNACIONAL,
MERCADOSEXTERNOSEPROJECTOS
FUTUROS
A distinção da qualidade dos vinhos da em-
presa Venâncio da Costa Lima conta com um
palmaréssuperiora30prémiosnosúltimos
12 anos, onde pontua uma dezena de pres-
tigiados galardões internacionais, conquis-
tados nos concursos de referência. Com 3,5
milhões de litros produzidos por ano, a Ve-
nâncio da Costa Lima tem como principais
mercados externos o Norte da Europa e o
Brasil, em parte sustentados pelo designa-
do ‘Mercado da Saudade’, dinamizado pela
diáspora portuguesa. “Esperamos que as
nossas quotas de mercado aumentem
em todos os segmentos e, especialmen-
te, no nosso porta-estandarte que é o
Moscatel de Setúbal”, deseja Joana Vida,
conscientedequeosfortesinvestimentosna
melhoria contínua da produção, do acondi-
cionamentoedadiversificaçãodemercados
constituirão a base do sucesso. “Estamos a
remodelarintegralmenteaadega,numa
UM OLHAR SOBRE OS VINHOS
:: Vale Pereiro Branco
:: Vale Pereiro Tinto
:: Venâncio da Costa Lima | Palmela DOC
2008
:: Venâncio da Costa Lima | Palmela Reser-
va 2005
:: Venâncio da Costa Lima | Moscatel de
Setúbal
:: Venâncio da Costa Lima | Moscatel de
Setúbal ReservaÉ
umadasmaisantigasadegasdaPenín-
suladeSetúbaleacolhenestemomen-
toaquartageraçãofamiliardesdeque
foi fundada por Venâncio da Costa Lima, um
distinto cidadão nascido em 1882, que viria a
seredildePalmelanosidosde1937.Embora
tivesse sido casado, Venâncio da Costa Lima
nãotevefilhos.Quandofaleceu,em1956,dei-
xouaempresaaosseissobrinhosdairmã,que
corporizaramasucessão,sendoquealgunsde-
lesjátrabalhavamnaadega,nomeadamenteo
avôdeJoanaVidaeopaideVenâncioVida.Se
outroraacomercializaçãodosvinhoserafeitaa
granel,numaépocaemquesebebiamuitovi-
nhoacopo,nastabernas,hojeaVenân-
ciodaCostaLimaprima
pelo carácter
distintivo das
suas seis
marcas pró-
prias,compos-
tas por vinhos
certificados,
Regionais e de
Denominação
deOrigem,assim
como pelo emble-
máticoMoscatelde
Setúbal, que faz as
honras da casa com
distinção.
Joana Vinha, respon-
sável de qualidade, ex-
plica que a Venâncio da Costa Lima tem uma
grande sensibilidade no processo produtivo,
compostoporumamultiplicidadedecenários
que concorrem para a qualidade do produto
final.“Compramosvinho,compramosuvas,
temos vinhas dos sócios e de viticultores
comosquaiscelebrámosumcontrato,que
é, mais do que um contrato, o acordo de
uma vida inteira”, afirma, considerando que
“à excepção de certos anos específicos, os
fornecedoressãopraticamentesempreos
mesmos”. Este controlo permite um conhe-
cimento geral da vinha e do comportamento
do produtor, bem como uma proximidade e
um índice de expectativa sobre a produção
recebidatodososanos,deformaapotenciara
qualidadedoprodutofinal.“Temosapostado
fortemente nos vinhos certificados, quer
nos Regionais, quer nos de Denominação
deOrigem,controladospelaComissãoViti-
vinícolaRegionaldaPenínsuladeSetúbal,
sediadaemPalmela,amesmaqueautenti-
caoex-líbrisdaRegião,ogenerosoMosca-
teldeSetúbal,queapresentamosem
duasversões”,afirmaJoanaVida.
RETRATO DOS MOSCATÉIS DA CASA
:: VENÂNCIO DA COSTA LIMA | MOSCATEL DE SETÚBAL
Estágio: 2 anos em depósito.
Notas de Prova: Aroma fino e delicado com notas de mel e flor de laranjeira, com ele-
gância na boca e final suave e prolongado.
Prémios Internacionais: Concurso Muscats du Monde (França) – Ouro Top 10 (2010)
e Ouro (2008).
:: VENÂNCIO DA COSTA LIMA | MOSCATEL DE SETÚBAL RESERVA
Estágio: 2 anos em depósito, seguido de 5 anos em pipas de carvalho francês.
Notas de Prova: Aromas complexos, passas de uva e frutos secos. Boca densa, ma-
cia, aromática e final doce e prolongado.
Prémios Internacionais: Challenge International du Vin (França): Reserva 2001
-Bronze (2008), Reserva 2003 – Prata (2010) | Muscats du Monde: Reserva 2002
– Ouro (2009)
26INDÚSTRIA DE MOBILIÁRIO | PAÍS POSITIVO 26SECTOR VINÍCOLA | PAÍS POSITIVO
Vinhos da Península de Setúbal
A História dos vinhos portugueses imortaliza referências inspiradoras de empreendedores que com a sua tenacidade e audácia deixaram legados
riquíssimos aos seus sucessores. Leonor Freitas, herdeira de um desses auspiciosos percursos profissionais, abraçou há 16 anos a gerência da
nonagenária Casa Ermelinda Freitas, em Fernando Pó, para honrar a memória das três gerações anteriores, após a morte repentina do seu pai,
Manuel João Freitas. E por um amor sentido à terra…
“VIVO PARA O VINHO COM AMOR E CONTINUO COM PAIXÃO”
CASA ERMELINDA FREITAS
N
ascida numa família desde
sempre ligada ao cultivo da
terra da vinha e, mais tarde,
a uma adega onde transformava a uva
em vinho, que depois vendia a granel,
sem marca própria, Leonor Freitas co-
meçou, desde tenra idade, a sentir al-
guma curiosidade pelo métier, embora
sem nunca pensar que este um dia
faria parte da sua carreira profissio-
nal. Um dia, a localidade de Fernando
Pó viu-a partir, após ter completado
a Quarta Classe. Em Lisboa estudou
e formou-se em Serviço Social, cum-
prindo o desejo da família de que ti-
vesse uma vida melhor. Ninguém es-
perava que voltasse, nem ela própria,
mas, no fundo, acreditava que um dos
dois filhos pudesse vir a abraçar a
actividade. Um acaso do destino quis
que Leonor Freitas, filha unigénita,
chegasse primeiro, por morte do pai, e
os dois filhos depois. “Vim porque os
meus familiares sempre me trans-
mitiram um amor e uma dedicação
enorme à terra, que era lavrada
com um esforço muito grande e eu
não tive coragem de vender. Cos-
tumo dizer que vivo para o vinho
com amor e continuo com paixão”,
recorda Leonor Freitas. Nos primeiros
tempos, ainda acumulou a profissão
de assistente social com a actividade
empresarial, mas cedo percebeu que
o processo de produção e acondicio-
namento envolvia uma logística tão
complexa que tinha de estar presente
a tempo inteiro. Descobriu que gos-
tava muito desta actividade e rapi-
damente as preocupações se torna-
ram compensações, como o facto de
captar jovens talentos para uma re-
gião que era desconhecida nos seus
tempos de menina. A ligação histó-
rica com trabalhadores que já têm
os netos a trabalhar a seu lado é ou-
tra das particularidades que torna
a Casa Ermelinda Freitas um espaço
emblemático de partilha de saberes
ao longo de gerações. “Somos uma
grande família, algumas pesso-
as conhecem-me desde que eu
nasci, já vieram pessoas de fora,
mas eu dou sempre prioridade
a trabalhadores da região, por
uma questão de responsabilida-
de social. Tenho obrigação de de-
volver à sociedade aquilo que ela
também já me deu, dignificando
a região e o trabalho rural”, asse-
gura a empresária. O maior desafio,
confessa, foi ter de aprender a viver
com o risco, a maior aprendizagem
que se tem de fazer com a agricul-
tura em geral e com mundo da viti-
cultura, em particular: “Eu não sa-
bia cuidar das vinhas, nem sabia
fazer vinho, pelo que me tive de
rodear de pessoas que soubes-
sem. Aí tive a sorte de que Jaime
Quendera, enólogo, tenha acom-
panhado, desde o início, a pro-
dução e o lançamento das nossas
próprias marcas. Nós crescemos
com ele e ele cresceu connosco”.
AS INSÍGNIAS DA CASA
A primeira marca de vinho da Casa Er-
melinda Freitas, «Terra do Pó», foi re-
gistada em 1998, inspirada pelo nome
da terra que a viu nascer, Fernando Pó.
Depois de um processo de segmenta-
ção da oferta aos diferentes mercados,
a empresa iniciou a comercialização
integral com marcas próprias a partir
de 2002. “Criámos o «Dona Ermelin-
da», depois o «Quinta da Mimosa»,
o «Leo D’Honor» e decidimos adop-
tar, adicionalmente, o sistema de
bag-in-box que nos permitiu escoar
grande parte da nossa produção,
resultando num sucesso que ultra-
passou todas as expectativas. Te-
mos uma grande preocupação que
é a relação qualidade/preço. Mais
tarde, desenvolvemos os vinhos
varietais, a partir das castas Syrah,
Touriga, Trincadeira e Aragonês”,
esclarece Leonor Freitas.
OS NOVOS LANÇAMENTOS
Os últimos lançamentos da Casa Er-
melinda Freitas no mercado foram
um vinho Moscatel de Setúbal e um
vinho espumante, uma oferta que não
tínhamos e que vieram enriquecer o
portfolio da produtora. “O Moscatel
de Setúbal deveria funcionar para
a nossa zona como funciona o Vi-
nho do Porto, porque é uma bebida
única, cujas vinhas, cultivadas em
terras de areia, lhe conferem os
aromas a mel e a laranja, que o di-
ferenciam”, defende Leonor Freitas,
perspectivando o lançamento de um
vinho moscatel roxo, quando tiver ad-
quirido as condições ideais, dado que
ainda está a estagiar. “É uma bebida
mais rara, porque as castas que o
compõem são mais sensíveis aos
factores externos. Temos um mos-
catel superior que veio a estagiar
desde o ano 2000 e que foi comer-
cializado a partir de 2006. Dado
que é de uma categoria superior,
tem de estagiar durante, pelo me-
nos, cinco anos, mas dispomos de
um moscatel com menor tempo de
estágio, mais competitivo e econó-
mico, para ser consumido no dia-a-
dia”, esclarece Leonor Freitas.
PRÉMIOS INTERNACIONAIS E
MERCADOS EXTERNOS
“Temos tido, felizmente, muitos
prémios – mais de 30 medalhas
de ouro, mais de 40 de prata e um
grande prémio alcançado pelo
Syrah na colheita de 2005, conside-
rado o Melhor Vinho Tinto do Mundo
no concurso Vinailes Internaciona-
les, em França, de entre 38 países
concorrentes e 3600 vinhos. Che-
gar ao final do concurso com um
vinho português e esse vinho ser da
Casa Ermelinda Freitas foi especta-
cular para nós”, orgulha-se Leonor
Freitas. De Portugal para o Mundo, a
Casa Ermelinda Freitas exporta para
a Europa, de forma transversal, e está
a investir em larga escala nos Estados
Unidos da América, na China, em Áfri-
ca e também no Brasil. “São as nossas
grandes apostas do momento, sem
deixar de considerar os nossos por-
tugueses que estão espalhados por
esse mundo fora. São muito impor-
tantes porque preferem consumir
os vinhos portugueses e divulgam
a nossa oferta além-fronteiras. Va-
mos deitando as sementes por todo
o lado, sempre que é possível, para
depois colhermos os frutos. Sempre
que há uma oportunidade, mesmo,
por vezes, com esforço económico
da nossa parte, tentamos não a per-
der. Queremos apostar na expor-
tação, sem nunca perder de vista
o mercado nacional, que ainda é
o que tem a quota de vendas mais
alta, com 60 por cento de factura-
ção”, concretiza Leonor Freitas.
TRADIÇÃO E INOVAÇÃO
A aposta contínua na qualidade e na
inovação é um vector de afirmação
da excelência que a Casa Ermelinda
Freitas deposita em tudo o que faz, na
ENOTURISMO NA CASA
ERMELINDA FREITAS
:: Visitas ao complexo com prova de vinhos
– Por marcação.
:: Vinha Pedagógica – Dirigida essencial-
mente às crianças, no sentido de explicar,
de entre outros aspectos, as diferenças en-
tre as castas, as particularidades da vinha
ao longo do ano e a sensibilização do con-
sumo do vinho com moderação, na idade
legal – Por marcação.
:: Loja de vinhos e de produtos regionais
exclusivos.
CONTACTOS
:: Correio electrónico: geral@ermelindafrei-
tas.pt
:: Telefone: (+351) 265 988 000
:: Fax: (+351) 265 988 004
linha da pretensão de Leonor Freitas
que deseja “que esta seja uma casa
dinâmica, que alie o tradicional ao
moderno”. A empresária confessa que
é uma sorte dar seguimento ao legado
de família numa terra que é a sua e
numa região com grandes potenciali-
dades, de uma qualidade extraordiná-
ria para os vinhos, com um excelente
terroir, em termos de solo, clima e con-
dições naturais. “Quando vim para cá,
tínhamos 60 hectares de vinha, hoje
temos 220 hectares e, para além
disso, compramos muitas uvas, tan-
tas como as que produzimos. Já as-
sim acontecia com a minha família,
com a figura do meu pai. Há pessoas
a trazer uvas para aqui há 50 anos.
Temos de ajudar os pequenos e
médios viticultores, para que eles
tenham escoamento das suas uvas,
que são acompanhadas e vindima-
das por nós”, evoca. A finalizar, Leo-
nor Freitas assegura: “Não podemos
ter bons vinhos sem ter boas uvas.
Temos de acompanhar de perto a
qualidade do produto, para sermos
competitivos, fazendo cada vez me-
lhor, a melhor preço. Na região deu-
se um grande salto na enologia e
também é importante dá-lo na viti-
cultura, porque existe um potencial
enorme que não está a ser explora-
do em todo o seu fulgor”.
ENTREVISTA A MANUEL LEITE DOS SANTOS, COORDENADOR DO CNO
ESCOLA PROFISSIONAL DE GAIA | CENTRO NOVAS OPORTUNIDADES
Quandoecomquegrandesobjectivos foicria-
do o Centro Novas Oportunidades (CNO) da
EscolaProfissionaldeGaia?
Como em tudo na vida, é imprescindível
acreditar que qualquer projecto pessoal ou
participado só se justifica e é ganhador se e
quando orientado estrategicamente para as
pessoas e para os resultados. A certificação
daescolaridadeobrigatória,básicaesecundá-
ria e a qualificação profissional das pessoas é
hojeumimperativoaassumirpelasociedade.
É um desafio inquestionável que é preciso
e urgente dinamizar. No mundo de compe-
titividade que hoje convivemos, são muitas
e diversas as dificuldades, desmotivações e
dúvidas, mas também felizmente algumas
convicçõeseexpectativas.Éconsabidoecerto
que indubitavelmente os que não possuem
hoje os níveis da escolaridade exigíveis, as
qualificações específicas e compatíveis num
mundo do trabalho, cada vez mais rigoroso,
moderno,exigenteeresponsável,encontrarão
dificuldadesacrescidasemuitasvezesdifíceis
de transpor. É a era da competitividade, das
novas tecnologias e da mudança, hoje maior
queontem.Nestasecruzamdiferentesvivên-
cias, novos saberes, múltiplos conhecimentos
e novas qualificações. Ignorarmos esta reali-
dade,étornaraempregabilidadeouamanu-
tenção de alguns postos de trabalho cada vez
mais difícil de atingir. Foi neste contexto que
a PROFIGAIA, Sociedade de Educação e For-
maçãoTecnológicaeProfissional,decidiunão
ficarindiferentefaceàelevadaimportânciado
projectonacionaldoMinistériodaEducaçãoe
preconizadopeloSNQ-SistemaNacionalpara
as Qualificações e a ANQ – Agência Nacional
para a Qualificação. Orientado para a qualifi-
cação e para o reconhecimento, validação e
certificação das aprendizagens e competên-
cias adquiridas ao longo da vida os cidadãos
dispõemagoradenovasoportunidades.Quea
vida,sabemo-lotodos,étambémumaescola,
ondedesperdiçare/ounãovalorizaroquefoi
apreendido e/ou aprendido constituirá uma
atitude de profunda estultícia que se impõe
combater.
Qual a oferta formativa disponibilizada pelo
CNOdaEscolaProfissionaldeGaia,noâmbito
dasuamissão?
Para além do RVCC Escolar - Reconhecimen-
to,ValidaçãoeCertificaçãodasCompetências
dos candidatos inscritos, ao CNO compete de
conformidade com o diagnóstico decorrente
efectuado com rigor face às características
individuaisencaminharparaasoutrasofertas
formativas que mais se adeqúem tais como:
CURSOS CET – Especialização Tecnológica;
FMC – Formações Modulares Certificadas,
nomeadamenteInformáticaeInglês;CURSOS
EFA – Educação e Formação de Adultos, cur-
sosqueconferemduplacertificação.
Numsentidomaislato,qualaimportânciada
iniciativa Novas Oportunidades no contexto
educativo e formativo da Escola Profissional
deGaia,desdeasuaimplementaçãoatéàac-
tualidade?
Sendo que somos todos portadores de dife-
rentes conhecimentos, existe sempre algo
mais para aprender e aprender compensa
sempre. Nesta medida, os que vêm ao CNO
inscrever-se,porumlado,mastambémtodos
quantos, encarregados de educação, antigos
alunos e mesmo familiares, por outro, cons-
tatam que é possível participar noutras acti-
vidades da Escola, nomeadamente através
daAcademiadeXadrez.Acomunidadereco-
nhece a escola como sendo uma instituição
viva e dinâmica com mais de vinte anos ao
serviçodaformaçãoeeducação,apostadaem
melhorar a qualidade do ensino e formação
profissionalquedesenvolveeemfortalecera
relaçãocomomeioenvolvente.Portudoisto
aintegraçãodoCNOnaEscolaProfissionalde
Gaia constitui em nosso entendimento, uma
boa oportunidade, uma ajuda à comunidade
eumarelaçãodeproximidadeimportantede
motivação,edivulgaçãopositivasjuntodapo-
pulaçãoemgeralmaiorde18anos.
Partindo do princípio de que a inscrição no
CNOnãoconfiguraumtípicoregressoàesco-
la,pelaviaeducativatradicional,massimuma
valorizaçãodopercursodevidaeprofissional,
que aporta uma vertente formativa comple-
mentarepersonalizada,qualéaimportância
doProcessodeRVCC?
Sem dúvida que o que orienta, determina e
justificaoCNOnãoénaturalmentecompagi-
nável ou minimamente similar com o típico
e formal ensino realizado nas escolas. A sua
actividade centra-se e dirige-se exclusiva e
especialmente aos adultos detentores certos
dequecompetênciasobtidasnosrespectivos
percursos de vida têm valor. É, ainda, impor-
tantedizer-sequeesteprocessoconsubstan-
cia-se e realiza-se, nomeadamente pelas evi-
dências dos conhecimentos, experiências e
competênciasadquiridasedemonstradaspe-
loscandidatos.Umavezvalidadas,oprocesso
culmina numa Sessão de Júri de Certificação
por meio da qual é atribuído um Certificado
e um Diploma. O processo desenvolve-se, no
caso da certificação da escolaridade básica,
durantequatroacincomeses(nomínimode
quatrohorasporsemana)e,nocasodacerti-
ficação da escolaridade do nível secundário,
durante seis a sete meses (no mínimo dois
horas por semana), em cumprimento duma
programação estabelecida e acordada com
cada candidato e com o adequado acompa-
nhamento dos vários membros da equipa,
responsáveis e especializados pelo diagnós-
tico, pelo reconhecimento e validação das
competências e pela formação das áreas de
competênciaschave.
QuaiséquesãoosdestinatáriosdoCentrode
Novas Oportunidades da Escola Profissional
deGaiaequerequisitoséquesãonecessários
paraefectivarainscrição?
Os destinatários são obviamente adultos
maiores de 18 anos sem a escolaridade obri-
gatória com relevantes competências adqui-
ridas em ambiente de trabalho ou em comu-
nidadeequenãoconseguiramcompletar,por
quaisquermotivosdeordempessoal,familiar
ououtrosaescolaridade.Sãoestesosrequisi-
tosmínimosnecessáriosparaseinscreverem
e participarem no projecto. Para podermos
corresponder a todos e por tudo quanto se
disse, o CNO da Escola Profissional de Gaia
funcionade2.ªa6.ªfeiradas14hàs22heàs
5.ªs feiras e sábados das 9 às 13horas. Neste
horário e funcionamento o CNO está sempre
disponívelparaoatendimento,acolhimentoe
apoiodoscandidatose,assim,promoverepri-
vilegiarcomequidadeeco-responsavelmente
osquepelasaprendizagensnavidamerecem
servalorizados.
Equipa do CNO
LER NA ÍNTEGRA EM WWW.PAÍSPOSITIVO.ORG
48INDÚSTRIA DE MOBILIÁRIO | PAÍS POSITIVO 48ENSINO | PAÍS POSITIVO
Centro Novas Oportunidades
A Escola Secundária António Sérgio cum-
pre 127 anos de vida em 2011. Inspirada
pelo exemplo de cidadania e responsabili-
dade do patrono António Sérgio, com que
missão estratégica é que este estabeleci-
mento de ensino se pretende afirmar na
sociedade?
É gratificante constatarmos que o inte-
resse vivenciado pelos promotores em
1884 tem pleno cabimento no século XXI,
com um toque de actualidade do nosso
patrono. A formação humana na sua ple-
nitude é conseguida não só através do
saber e do saber fazer, mas também com
mais cidadania,
permitindo, num
mundo cada vez
mais global, ser
mais fraterno,
ter maior capaci-
dade de diálogo
para aceitar as
diferenças cul-
turais, e sentido
crítico perante
uma sociedade
em constante
mutação.
Qual a oferta
educativa e for-
mativa disponi-
bilizada pela Es-
cola Secundária
António Sérgio,
nos diferentes ní-
veis de qualifica-
ção, incluindo os
consagrados no
Centro de Novas
Oportunidades?
Podemos dizer
que a ESAS tem
uma oferta vas-
ta, assente no ri-
gor e qualidade.
É testemunho
deste objectivo o reconhecimento pela
comunidade educativa, bem como as
prestações dos nossos alunos a nível dos
A IMPORTÂNCIA DA QUALIFICAÇÃO
DA POPULAÇÃO ACTIVA
ESCOLA SECUNDÁRIA ANTÓNIO SÉRGIO
Exames Nacionais e em concursos inter-
escolas. A nossa oferta é constituída, em
primeiro lugar, pelo Ensino Básico - 3.º
ciclo, com 15 turmas e 8 turmas CEF que
contemplam os cursos de Carpinteiro
Limpos, Instalações Eléctricas e Mecânico
Auto. Depois, surge o Ensino Secundário,
com Cursos Científico-Humanísticos na
vertente de Ciências e Tecnologias; Lín-
guas e Humanidades e Ciências Sociais
Humanas, para além de Cursos Profissio-
nais - Energias Renováveis, Instalações
Eléctricas, Apoio à Infância, Animador
Sociocultural, Multimédia, Design, Gestão
de Redes, Marketing
e Gestão. No âmbito
do Ensino Recorren-
te existem os cursos
Científico-Humanís-
ticos, desdobrados
em Ciências e Tec-
nologias e Ciências
Sociais e Humanas,
assim como os Téc-
nico-Profissionais de
Informática, Electri-
cidade e Electrónica,
Construção Civil, Ad-
ministração e Acção
Social. No âmbito
do Centro de Novas
Oportunidades te-
mos, no Básico EFA,
Geriatria e Práticas
Administrativas; no
Secundário EFA, Se-
cretariado, Gestão de
Redes, Segurança e
Higiene no Trabalho
e Condutor de Obra.
Também desenvol-
vemos formação mo-
delar nas seguintes
áreas: Inglês, CAD,
TIC, Cidadania e
Profissionalidade, e
Sistemas Técnicos e
Comunicação.
No âmbito da reestruturação oportuna-
mente levada a cabo, por via da moderni-
zação do parque escolar, a Escola Secun-
dária António Sérgio ficou dotada de mais
espaço e equipamentos. Quais os desafios
que se levantam ao nível da educação e
formação?
Évisívelporforaarequalificaçãodaesco-
la. Mas o mais importante é o seu interior,
jáqueesteganhounovasvalênciasemsa-
las de aula, laboratórios e oficinas, biblio-
teca, educação física e lazer. Sem dúvida
que todos beneficiam desta mudança de
hábitos e metodologias que, com menos
esforço, propicia mais rendibilidade no
trabalho diário de cada um, tendo em
vista o sucesso dos alunos como pessoas
humanas no seu todo.
Partindo do princípio de
que a inscrição no CNO
não configura um típico
regresso à escola, pela
via educativa tradicional,
mas sim uma valorização
do percurso de vida e
profissional, que aporta
uma vertente formativa
complementar e perso-
nalizada, qual é a impor-
tância do Processo de
RVCC?
O Sistema Educativo Português apresen-
tava uma lacuna para este público-alvo.
Com a abertura, controlada pela ANQ, às
escolas públicas foi possível rapidamente
dar resposta nacional à necessidade de
qualificar esta população activa por duas
vias, desenvolvendo ou criando novas
competências, por um lado com forma-
ções modelares pontuais e cursos EFA de
dupla certificação e, por outro, reconhe-
cendo competências pelo CRVCC.
Com a certificação das competências, que
cada um adquiriu ao longo da sua vida, e
com a ajuda pontual de formação comple-
mentar é possível concluir o processo. O
António Teixeira, Director
NOÂMBITODOCENTRODE
NOVAS OPORTUNIDADES
TEMOS, NO BÁSICO EFA,
GERIATRIA E PRÁTICAS
ADMINISTRATIVAS; NO
SECUNDÁRIO EFA, SEC-
RETARIADO, GESTÃO DE
REDES, SEGURANÇA E
HIGIENE NO TRABALHO
E CONDUTOR DE OBRA.
TAMBÉM DESENVOLVE-
MOS FORMAÇÃO MOD-
ELAR NAS SEGUINTES
ÁREAS: INGLÊS, CAD, TIC,
CIDADANIA E PROFIS-
SIONALIDADE, E SISTE-
MAS TÉCNICOS E COMU-
NICAÇÃO
resultado obtido é gratificante, pois todos
eles salientam o gosto não só de voltar
à Escola, como puderam testemunhar,
como dar apreço à envolvência familiar,
o que contribui decisivamente para o au-
mentodasuaauto-estimapessoaledasua
valorização profissional.
Quais é que são os destinatários do Cen-
tro de Novas Oportunidades da Escola
Secundária António Sérgio e que requisi-
tos é que são necessários para efectivar a
inscrição?
O SISTEMA EDUCATIVO
PORTUGUÊS APRESENTAVA
UMA LACUNA PARA ESTE
PÚBLICO-ALVO. COM A AB-
ERTURA, CONTROLADA
PELA ANQ, ÀS ESCOLAS
PÚBLICAS FOI POSSÍVEL
RAPIDAMENTE DAR RES-
POSTA NACIONAL À NE-
CESSIDADE DE QUALIFICAR
ESTA POPULAÇÃO ACTIVA
POR DUAS VIAS, DESENVOL-
VENDO OU CRIANDO NOVAS
COMPETÊNCIAS, POR UM
LADO COM FORMAÇÕES
MODELARES PONTUAIS E
CURSOS EFA DE DUPLA
CERTIFICAÇÃO E, POR OUT-
RO, RECONHECENDO COM-
PETÊNCIAS PELO CRVCC
Os destinatários são todos aqueles que
não concluíram o Ensino Básico ou Se-
cundário, bem como os que desejem ac-
tualizar ou adquirir novas competências
culturais e profissionais.
Qual o balanço que faz da acção levada a
cabopeloCentrodeNovasOportunidades
da Escola Secundária António Sérgio?
É uma aposta ganha por todos os que in-
tervêm no processo. Os Formandos, pelo
factodeaofazeremoseupercursodevida
tomarem consciência do mesmo, recor-
dam factos e acontecimentos por eles vi-
venciadosequecomotempoforamsubs-
tituídos por outros mais recentes, dando
origem à pergunta: “Eu fiz isto? Então eu
sou capaz”, à luz dos dias de hoje, mas
com uma capacidade crítica que outro-
ra não questionaram. Os Profissionais e
Formadores, cientes do seu conhecimen-
to e com uma metodologia diferente da
que habitualmente usam, conseguem,
no fim de cada processo, ficar mais ricos
no seu saber e relacionamento humano,
já que vivenciam problemas práticos da
vida, que nunca na sua existência teriam
oportunidade de o fazer, tal a variedade
e riqueza humana. Este enriquecimento
intelectual e científico, pelo facto de ter
que se actualizar constantemente, face
ao referencial e para dar resposta cabal
ao percurso de vida de cada um, condu-
zirá a uma melhor interacção no ensino
dito regular, quando chamados a exercer
funções. O Processo tem mérito por si
só, se exercido com empenho e rigor, al-
cançando a qualidade que todos preten-
dem. Há um percurso ainda a ser feito e
isso obtém-se caminhando, respeitando
todos os intervenientes e as diferentes
modalidades de Ensino.
60INDÚSTRIA DE MOBILIÁRIO | PAÍS POSITIVO 60SAÚDE | PAÍS POSITIVO
Dar a conhecer a excelência e as boas práticas do sector da Saúde a operar em Portugal, no domínio público, privado e social, é o objectivo do
Projecto SINAS – Sistema Nacional de Avaliação em Saúde, orientado pela insígnia ‘Melhores Cuidados, Melhores Resultados’. Nesta entrevista,
Eurico Castro Alves, Membro do Conselho Directivo da Entidade Reguladora da Saúde, ciente de que a avaliação é ‘uma conquista civilizacional’,
revela-nos como começou e como se está a desenvolver este ambicioso projecto, norteado pelos princípios do rigor, transparência e objecti-
vidade.
O AFIRMAR DE UMA CULTURA AVALIATIVA NA SAÚDE
ERS – ENTIDADE REGULADORA DA SAÚDE
C
riado com base no Decreto-Lei n.º
127/2009, que preconiza a definição
deumsistemaavaliativodasunidades
desaúdeaoperaremPortugal,oProjectoSI-
NAS–SistemaNacionaldeAvaliaçãoemSaú-
defoiamaterializaçãodeumaculturadeava-
liação organizacional e de desempenho que
tem vindo a ser aplicada a diversos sectores
económicos,noâmbitodaconsciencialização
do consumidor face à oferta disponibilizada.
Neste sentido, a Entidade Reguladora da
Saúde, no âmbito das suas atribuições, teve
comomissãoprimordialcriarumsistemade
classificação universal, sob o signo da inde-
pendência e norteado pelos valores do rigor,
transparência e objectividade, para avaliar
pontos estruturantes do funcionamento das
unidadesdesaúdecomosendo–aExcelência
Clínica,desdobradanasBoasPráticas,aSegu-
rançadoDoente,asInstalaçõeseConfortoea
SatisfaçãodoUtente.
Depoisdoconsensoprévioalcançadonoseio
das sociedades científicas da especialidade e
dos prestadores envolvidos, para definir os
indicadoresdeavaliaçãoautilizar,ocaminho
estava aberto para uma viagem que, dentro
em breve, Eurico Castro Alves espera que se
efectue “a velocidade de cruzeiro”. Poten-
ciadopeloconsórcioSiemens/JointCommis-
sionInternational,queaportaformatécnicae
científica,aoforneceraplataformatecnológi-
caeosprincípiosteórico-práticosdaanálise,
o Projecto SINAS é integralmente inspirado
pelaexcelênciademétodosavaliativos.
A AVALIAÇÃO POR INDICADORES
E O PROJECTO-PILOTO
O Projecto SINAS iniciou-se em 2009 com a
especialidadedeOrtopedia–Artroplastiato-
taldaancaedojoelho,ondefoitidoemconta
umconjuntodedezindicadoresdeavaliação
- assente na evidência científica disponível
e nas melhores práticas internacionais -,
segundo Eurico Castro Alves. A plataforma
tecnológica usada nos hospitais é comum,
fornecida pelo consórcio Siemens/JCI, ca-
bendo à Entidade Reguladora da Saúde a
auditoriadosprocessos dosdadosinseridos.
“A nível técnico, no decurso do processo
deavaliação,aoshospitaisquecumprem
osrequisitosbásicosexigíveiséatribuída
uma estrela. Depois, verifica-se uma dis-
tinção através do processo comparativo
dos valores alcançados”. É nesta fase que
os hospitais são distribuídos em três gru-
pos, correspondendo à avaliação dentro da
média, acima da média e abaixo da média.
Baseada numa fórmula matemática, a dife-
renciação assenta no princípio do ‘Modelo
de Oportunidades’, em que, numa amostra
de cem doentes, é concedida ao hospital a
oportunidade de cumprir com todas as re-
grasdefinidasnosindicadoresavaliativos.
“NocasodaOrtopedia,amédiasituou-se
num valor tão elevado que não identifi-
cámos como ‘abaixo da média’ o grupo
correspondente, acabando por o asso-
ciar ao Nível I de excelência. Neste caso
específico estar abaixo da média não
implicava ser, necessariamente, um mau
resultado”, evoca Eurico Castro Alves. “É
porestamesmarazãoqueenquadrámos
osresultadosobtidosnumadimensãode
ratingenãoderanking,porqueachámos
quedavaumefeitoindesejável.Oranking
valorizamuitomaisosprimeirosclassifi-
cados, sendo que, por vezes, a diferença
para as restantes unidades de saúde, em
termos reais, é diminuta. Isso cria mal-
estar e diminui a auto-estima das insti-
tuições”,acrescenta.
O objectivo do cálculo de ratings é a compa-
ração dos resultados de um dado prestador
face a um valor de referência, classificando-
os de acordo com o seu desempenho global
nos indicadores relevantes para uma dada
área clínica. O modelo utilizado, desenvolvi-
do pelo consórcio Siemens/Joint Commis-
sion International com base na experiência
demaisdeumadécadadaJointCommission
na implementação de um modelo de rating
nos E.U.A., assenta em princípios de elevada
objectividade e do maior rigor científico. O
valor de referência, que corresponde à per-
formance média de todos os prestadores, é
a base de comparação face à qual o desem-
penho individual de uma dada instituição
se pode destacar de forma estatisticamente
significativa. De acordo com a existência e
sentido da significância, é atribuído um de
três níveis de classificação a cada prestador:
nível de excelência clínica I, nível de excelên-
ciaclínicaIIeníveldeexcelênciaclínicaIII-o
que aconteceu na maior parte dos hospitais
avaliados. Tendo em conta as especificida-
des do tratamento de doentes com patolo-
gias complexas, em hospitais de diferentes
dimensões e dotados de diferentes níveis
de equipamento, existe a possibilidade de
retirar doentes complicados da avaliação,
de forma a não desvirtuar resultados e a sã
competitividadeentreunidadesdesaúde.
“Na primeira apresentação de resulta-
dos, decorrente de um projecto experi-
mental, em que nem tudo correu bem,
verificaram-se algumas falhas que não
permitiram que as conclusões fossem
rigorosas, objectivas e transparentes.
Como tivemos dificuldade em perceber
se os dados eram absolutamente fiáveis,
optámos por não os divulgar”, refere Eu-
rico Castro Alves, revelando que, tendo sido
dada uma nova oportunidade às unidades
avaliadas, se verificou recentemente a publi-
caçãodosprimeirosresultados.“Queremos
que esta avaliação venha a ser efectuada
três vezes por ano, o que permite à insti-
tuição comparar-se consigo própria, no
seguimento da emissão de um relatório
que aponta os pontos fortes e os pontos
fracos, bem como os aspectos a ter em
conta para melhorar. A instituição de
saúdetemapossibilidadederectificaros
seus procedimentos e aparecer melhor
classificada numa publicação seguinte”,
reiteraEuricoCastroAlves.
UMCRESCIMENTOESTRUTURADO
O processo de avaliação é uma construção
modular, na visão de Eurico Castro Alves,
que,noseguimentodapublicaçãonofinalde
2010 dos resultados de Ortopedia, anuncia
quevãosairnovosdadosavaliativosembre-
ve. “Trabalhámos durante todo o ano de
2010 as especialidades de Ginecologia,
ObstetríciaePediatria,naperspectivada
avaliação,quecomeçaaseraplicadaeste
ano, e que produzirá resultados dentro
de pouco tempo. As áreas que breve-
mente começarão a ser avaliadas são as
relacionadas com o tratamento do AVC
–AcidenteVascularCerebral),aCardiolo-
gia (na perspectiva do Enfarte Agudo do
Miocárdio) e a Cirurgia de Ambulatório,
nassuasdiversasáreasdeespecialidade.
Estas já estão no terreno para arrancar,
e esperamos ter resultados a partir do
meiodesteano.Estamosaindaaestudar
ainclusãodaOncologia,emáreasquese-
jamrepresentativas”,afirmaEuricoCastro
Alves.
Dado o grande crescimento da rede e a im-
possibilidade técnica de auditar todos os
hospitais, a Entidade Reguladora da Saúde
centra a sua acção, por via de amostra, quer
nosqueassumemumadisparidadederesul-
tados avaliativos, quer aleatoriamente. “Isto
paraterapercepção,ircorrigindo,verse
não há desvios, ou dados adulterados”,
assegura.
“Há uma outra missão neste processo da
qualmuitasvezesaspessoasnãoseaper-
cebem. Em Portugal realizam-se, diaria-
mente, centenas de milhares de actos
médicos e de tratamentos. Apenas uma
percentagem mínima desses actos é que
não corre bem, o que representa uma
ínfima minoria da globalidade. De uma
formageral,oquesefazemPortugal,em
termos de saúde, faz-se bem. Temos da
mais alta tecnologia, dos melhores mé-
dicos e dos melhores enfermeiros que
existem”, congratula-se, a finalizar, Eurico
CastroAlves.
Eurico Castro Alves, Membro do Conselho
Directivo da Entidade Reguladora da Saúde
PME´S EXCELÊNCIA
Dedicada desde 1992 à distribuição de produtos médicos e hospitalares, a partir de Lisboa e do Porto, a Factor Plus é uma
empresa dinâmica que tem pautado a sua presença no mercado por um crescimento sustentado. Uma logística eficiente,
criteriosa e flexível assegura a cobertura de todo o território nacional. Conversámos com Carlos Ramos, administrador, que
se congratula com a atribuição do galardão de PME Excelência em Dezembro passado, como reconhecimento da solidez
alcançada pela empresa.
UMA VASTA OFERTA NA ÓPTICA DA FLEXIBILIDADE
FACTOR PLUS
Q
uando entrou para a Factor
Plus, em 2003, Carlos Ramos
conta que abraçou o desafio
de administrar uma empresa dotada de
uma eficiente rede de distribuição para
Portugal Continental, Açores e Madeira,
realidade que se mantém, segundo o
administrador. “Temos dois centros
operacionais, que estão sempre em
contacto, assegurando uma logística
eficaz. O objectivo é sempre prestar
um melhor serviço aos nossos clien-
tes”, assegura Carlos Ramos, na pers-
pectiva da qualidade, evidenciada na
certificação NP EN ISO 9001:2008. Na
busca de um equilíbrio financeiro que
urgia alcançar, à época, decorrente do
hiato entre o momento da entrega e o
da cobrança, a Factor Plus optou pelo
recurso a uma empresa de factoring,
que garante o adiantamento do valor
das encomendas, através da concessão
de um crédito de curto prazo.
Os principais produtos comercializados
pela Factor Plus são os designados dis-
positivos médicos de uso único. “Temos
uma gama completa na área da protec-
çãorespiratória,desderespiradoresde
partículas, máscaras resistentes à pro-
jecção de fluidos, máscaras cirúrgicas
e máscaras de procedimentos. A esta,
junta-se uma oferta integrada na área
das batas esterilizadas, campos e trou-
xas cirúrgicas, luvas de nitrilo, folhas
de esterilização, material de empaco-
tamento dos instrumentos cirúrgicos
e produtos para combater as infecções
deumaformageraleainfecçãodaferi-
da cirúrgica em particular. Temos, ain-
da, fraldas para incontinentes, imobili-
zadoreseumagamamuitoalargadade
agulhas e seringas para administração
deinsulinaaosdiabéticos”,enunciaCar-
losRamos.Todososprodutosdistribuídos
pela Factor Plus estão certificados, deten-
do uma declaração de conformidade, que
informa a normativa e os testes aos quais
foram sujeitos. Estes dados estão integra-
dos numa ficha técnica que é fundamental
para a valorização do produto, na visão do
administrador.
Os serviços prestados, para além da en-
trega dos produtos, centram-se na área
da formação: “Existe não só uma com-
ponente comercial, mas também uma
componente pedagógica, que abarca
a formação, em contexto hospitalar,
sobre temas de enquadramento legal
e regulamentar associado aos produ-
tos que representamos”, refere Carlos
Ramos. Neste campo, a Factor Plus tem
encetado protocolos com alguns hospi-
tais, ao nível das Comissões de Controlo
da Infecção Hospitalar, para apresentar,
sob a forma de posters, aos corpos técni-
cos, médicos e enfermeiros, a aplicabili-
dade das máscaras de protecção em di-
ferentes contextos. “Colaboramos com
uma enfermeira que serve de interlo-
cutora com os profissionais de saúde,
no sentido de os elucidar acerca de
pormenores práticos, que escapam à
sua formação de base”, revela o admi-
nistrador da Factor Plus.
Sobre a recepção do galardão de PME
Excelência, por parte da Factor Plus,
em Dezembro de 2010, Carlos Ramos
considera que “é sempre importante
ter este tipo de reconhecimento, so-
bretudo quando o mercado é difícil.
É um desafio muito grande todos os
anos. Penso que a chave para conti-
nuar a subsistir desta forma é traba-
lhar com uma estratégia bem definida
e estarmos muito atentos ao que se
passa no mercado. Temos uma gran-
de capacidade para nos adaptarmos a
eventuais mudanças, de carácter con-
juntural, sustentada por uma missão,
valores empresariais e recursos hu-
manos motivados”, afirma, a finalizar, o
administrador da Factor Plus, reiterando:
“Temos de ir reinventando métodos e
formas, tendo por base a reconhecida
qualidade dos nossos produtos”.
MARCAS REPRESENTADAS
:: Kimberly-clark
:: Becton Dickinson
:: Grupo Ontex
:: Fra
:: DJ Orho
:: CV Médica
Carlos Ramos, Administrador
66INDÚSTRIA DE MOBILIÁRIO | PAÍS POSITIVO 66PME´S EXCELÊNCIA | PAÍS POSITIVO
C
riada em 1978, pela mão de um
engenheiro químico e outros dois
sóciosregressadosdeMoçambique,
foi a partir da entrada de Alexandre Proen-
çaqueaQUIMISERVEconheceuumgrande
impulso de desenvolvimento. “A História
da empresa está muito ligada a mim.
Eu era director numa multinacional e
a QUIMISERVE tocava alguns pontos da
nossa actividade, embora funcionasse
deumaformamuitorudimentar.Quan-
do eu saí dessa função, e por iniciativa
de um cliente, fui convidado a ter uma
reuniãocomaspessoasdaQUIMISERVE.
Adquiri um terço da empresa, perma-
necendodoisdossóciosfundadores,co-
mecei a elaborar uma série de estudos,
mas havia um confronto de estratégias
com o engenheiro químico, pelo que
ficamos dois sócios com 50 por cento
cada”,evocaAlexandreProença,recordan-
do: “Mais tarde, havia que tomar outro
rumo e lancei o repto aos meus filhos
para darem continuidade ao meu tra-
balho na QUIMISERVE. Eles aceitaram o
Assumindo-se como uma referência ao longo de mais de trinta anos de actividade, a QUIMISERVE produz e comercializa uma
vasta gama de produtos de limpeza e desinfecção para uso profissional, norteada pelo princípio de ‘trabalhar mais e melhor’
em busca de novas soluções e serviços, como nos conta Alexandre Proença, Sócio-Gerente desta PME Excelência.
A VERSATILIDADE DA QUÍMICA AO SERVIÇO DA INDÚSTRIA
QUIMISERVE
desafio e em 2000 adquirimos ao outro
sócio e amigo os 50 por cento, passan-
do eles a trabalhar a tempo inteiro na
empresa. Mais e melhor equipamento,
mais organização, mais estudos deram
origem às grandes transformações na
Quimiserve”.
Um dos factores de sucesso da QUIMISER-
VE é, na opinião de Alexandre Proença, o
capital humano, composto por 18 colabo-
radores, 50 por cento dos quais são licen-
ciados,25porcentotêmoníveldo12.ºano
e os restantes um outro nível de qualifica-
ções, o que, a juntar ao facto de existirem
setesenhoras,configuraumarealidadeque
“nãoémuitovulgarencontrar”.Questio-
nado sobre o segredo da competitividade,
Alexandre Proença é peremptório: “Ten-
tamos, na realidade, trabalhar bem.
Temos no nosso leque de concorrentes
empresas multinacionais, mas temos
de fazer aquilo que eles não fazem. Há
um aspecto em que não podemos com-
petir – a capacidade económica -, mas
podemos afirmar-nos noutras áreas,
como o apoio técnico e a formação gra-
tuita – 700 a 800 horas por ano - que
damos ao cliente”. A equipa de vendas é
integralmente composta por licenciados
em Química e por um Agrónomo especia-
lizado nessa vertente, todos possuidores
do Certificado de Aptidão Profissional de
Formador.“Estamoscentralizadosnuma
indústria alimentar e agro-alimentar,
onde as exigências são muitas, e dete-
mos a Certificação de Qualidade NP EN
ISO9001:2008”.
Alexandre Proença aponta que “com a
chamada ‘crise’, as multinacionais re-
traem-se ainda mais e dá-se um certo
fenómeno de desinvestimento, tradu-
zido, inclusivamente, na falta de flexi-
bilidade com as necessidades reais dos
clientes”. Se for preciso formular um pro-
duto personalizado a um cliente específi-
co, a QUIMISERVE disponibiliza o serviço.
“Analisamos o cliente no seu todo, de
forma a apresentarmos uma solução
eficaz”, acrescenta.
Confiante no futuro, Alexandre Proen-
ça revela que a estratégia de sucesso se
pautou por uma antecipação dos desafios
decorrentes da crise internacional, como
o controlo de crédito, o que, segundo o
sócio-gerente, “veio trazer outra saúde
financeira à empresa”. Em 2009, a QUI-
MISERVEcresceu4,6porcentoemrelação
ao ano anterior, em 2010 registou um au-
mento de facturação a rondar os seis por
cento e em 2011 está previsto um incre-
mento dentro da mesma grandeza. A fina-
lizar, Alexandre Proença afirma: “Perante
este cenário assumimos o lema «tra-
balhar mais e melhor», sensibilizando
todos os agentes para as boas práticas
e para a especialização em soluções e
serviços para o cliente final”.
A QUIMISERVE
ÁREAS DE ACTUAÇÃO
:: Indústria: Cervejas, Refrigerantes, Águas
Minerais, Lacticínios, Vinhos, Carnes, Pada-
rias e Pastelarias
:: Hotelaria e Restauração
:: Metalomecânica
PRODUTOS COMERCIALIZADOS
:: Produtos de Limpeza e Desinfecção
:: Fabrico de Produtos à Medida do Cliente
:: Aditivos e Componentes Alimentares
:: Colas Industriais de Rotulagem
:: Sistemas de Aplicação e Equipamentos
:: Consultoria e Formação
A QUIMISERVE AO RAIO-X
NIPC: 500795908
Capital Social: 150.000,00 €
CAE: 20411 / 20420
Objecto Social: Actividades de Produção
(Concepção / Desenvolvimento) de Produtos
de Limpeza, Desinfecção e Higiene Corporal
para a Indústria Alimentar e Agro-Alimentar /
Comercialização para outras actividades.
Volume de Negócios (2009): 1,8 M€
Alexandre Proença, Sócio-gerente
Idealizada por José Luis López e Margot Palma, nuestros hermanos
das Ilhas Canárias, a DECORPUBLIC, dedicada à decoração pu-
blicitária, comemora este ano o 15.º aniversário de actividade em
Portugal, com o galardão de PME Excelência a brindar a eficiente
gestão por objectivos e o portfolio invejável de uma empresa que é
marcada pela inovação e criatividade.
A ALMA DA RENOVAÇÃO A CADA OLHAR
DECORPUBLIC
L
igado à cosmética desde os 20
anos, José Luis López é apresen-
tado pela mulher, Margot Palma,
como o ‘cérebro’ da empresa. À medi-
da que a conversa se vai desenrolando,
apercebemo-nos, pelo entusiasmo, da
paixão que este coloca no trabalho que
faz. “A minha vinda para Portugal é
anterior à EXPO’98. Perspectivava-
se e veio a comprovar-se o apareci-
mento de muitos centros comerciais,
o que trouxe muitas encomendas. Ao
princípio vim com uma empresa,
mas depois desvinculei-me, passan-
do a trabalhar sozinho, inicialmente,
e depois com algumas pessoas. Cinco
anos mais tarde, veio a Margot aju-
dar”, recorda o empresário.
A alma do negócio está na elaboração
de toda a vertente visual de uma marca
de cosmética. Da casa mãe vêm as foto-
grafias, os layouts e as normas interna-
cionais. Depois, localmente, em todos os
países, há a necessidade de levar a marca
ao ponto de venda e é aqui que entra em
cena a DECORPUBLIC. “Nós fazemos
toda a parte de composição e artes
finais, produzimos o material e entre
segunda-feiraànoiteeterçademanhã
temos o nosso trabalho espalhado por
todo o país”, refere José Luis López.
Seja uma montra, uma caixa de luz de um
stand institucional, a aplicação de logóti-
pos ou as animações nos pontos de venda,
a DECORPUBLIC coloca aos olhos do con-
sumidor o material que as marcas com-
binam com as redes de retalho. Parceira
exclusiva da multinacional Sephora para o
mercado português, a DECORPUBLIC co-
laboracomumconjuntoalargadodecasas
de cosmética que exigem uma renovação
constante dos pontos de venda.
A parceria com a Sephora, conta Margot
Palma, surgiu na base de uma experiên-
cia consolidada, porque “a forma de tra-
balhar da Sephora é muito complexa,
dado que representa muitas marcas
em Portugal e tem de haver uma uni-
formização decorativa dos espaços.
Como já temos uma longa história de
‘parceria’comaSephora,amarcaabriu
um concurso ao qual nos candidatá-
mos e vencemos. Desde 2008 ficámos
responsáveis por reestruturar quinze-
nalmente a imagem gráfica de todas as
17 lojas em Portugal”. Este processo é
efectuado com recurso a equipas externas
e a parcerias, bem como a freelancers que
estão espalhados por todo o país.
A DECORPUBLIC tem um volume de tra-
balho a rondar os 70 por cento na área
de decoração do ponto de venda, sendo
a restante quota repartida entre a cons-
trução de stands fixos para feiras, ao nível
da imagem corporativa, e a decoração de
eventos, que, na opinião de Margot Pal-
ma, “constitui a vertente mais criativa
de todo o core-business da empresa”.
Certo de que “o cliente é sempre o mes-
mo, as necessidades é que variam”, ao
nível do desejo, iniciativa ou apresentação,
JoséLuisLópez,consideraque“amais-va-
lia da DECORPUBLIC é surpreender as
marcascomnovassoluções,recorrendo
a uma vasta oferta de materiais e ten-
dências que vão surgindo no mercado.
A associação de um produto a uma per-
sonalidade icónica, do desporto ou da
moda, por exemplo, é uma marca iden-
titáriaquereforçaonossotrabalho”.
Sobre o PME Excelência, Margot Palma re-
vela que sempre acreditou na obtenção do
galardão, tendo entusiasmado o marido,
José Luis López, para a conquista. “O meu
passado profissional em Espanha pas-
sou pela gestão de projectos de inova-
ção tecnológica Universidade-Empresa.
Nestesprojectossempresetrabalhaem
parceria com instituições homólogas
do IAPMEI, daí que eu conhecesse os
apoios ao fomento das empresas o que,
no nosso caso, alcançou o sucesso, no
seguimento de uma bem estruturada
gestão de objectivos, com que sempre
trabalhámos”, assegura Margot Palma. A
finalizar, José Luis López, questionado so-
breolimitedaimaginação,revelaque“não
existe enquanto os clientes e os pontos
de venda permitam usar a criatividade
comtodoopotencial”.
Margot Palma e José Luis López
NÓS FAZEMOS TODA A PARTE
DE COMPOSIÇÃO E ARTES FI-
NAIS, PRODUZIMOS O MATE-
RIAL E ENTRE SEGUNDA-FEIRA
À NOITE E TERÇA DE MANHÃ
TEMOS O NOSSO TRABALHO
ESPALHADO POR TODO O PAÍS
68INDÚSTRIA DE MOBILIÁRIO | PAÍS POSITIVO 68PME´S EXCELÊNCIA | PAÍS POSITIVO
“A
empresa começou co-
migo e com outras duas
pessoas em Janeiro de
1992. Desse conjunto de sócios que
esteve na génese da empresa só res-
to eu. Começámos na área das infra-
estruturas, que estava muito forte
nessa data em Portugal, mas depois
evoluímos para uma componente
muito diversificada da actividade”,
evoca Manuel Brites, definindo que “na
ECOCIAF a construção civil é trans-
versal a muitos sectores”, a saber –
Concepção / Construção, Recuperação
e Reabilitação, Arranjos Exteriores e as
próprias Infraestruturas Gerais, que lhe
deram o primeiro impulso neste com-
petitivo mercado.
A História da versatilidade começa a
contar-se quando Manuel Brites se
apercebeu de que a aposta exclusiva
na área das infraestruturas, não tinha
futuro, começando a redireccionar o
negócio para projectos de engenharia
e construção, para além da actividade
constante no sector da construção civil,
em termos de edificação. “A empresa
cresceu, ganhou estrutura e feliz-
mente que os nossos projectos cor-
reram bem. Talvez pelas dificuldades
que houve no início, tornei-me mui-
to conservador no negócio e na ma-
nutenção de rácios financeiros que
eu pugnei por manter sempre, para
ter uma empresa capacitada a todos
os níveis. Não só a nível de estrutu-
ra interna dos meios técnicos, mas
também em termos financeiros”,
assegura ao administrador, estando
certo de que não estranha a atribuição
do galardão de PME Excelência, porque
“resulta de um certo caminho que se
foi trilhando”.
O grande volume de negócio centra-
do na Concepção / Construção resulta
de uma aposta na personalização dos
projectos à medida dos clientes, em
que a obra final é entregue com ‘chave
na mão’ para clientes. Encarada como
uma área estratégica para a ECOCIAF,
Manuel Brites aponta exemplos desde
hangares a edifícios industriais, pas-
sando por complexos de organismos
do Estado, onde pontuam escolas,
uma aposta recente. “Esta vertente é
fundamental. Pensamos que somos
competitivos, julgamos que temos
Fundada há 19 anos, em Lisboa, a ECOCIAF iniciou a sua actividade no domínio das infraestruturas. A filosofia de trabalho, assente em pilares
fundamentais como a Modernidade, o Rigor e a Segurança, como nos revela Manuel Brites, administrador, granjeou a satisfação e a confiança
dos clientes, bem como a consolidação financeira que hoje torna a empresa num reputado «player» do mercado nacional da construção civil e
obras públicas.
REINVENTANDO A CONSTRUÇÃO
NA BASE DA VERSATILIDADE
ECOCIAF
EM TERMOS DE FUTURO,
GOSTARÍAMOS MUITO,
ESTAMOS A APOSTAR E
JULGO QUE TEMOS MEIOS
PARA APOSTAR NO SEC-
TOR DA REABILITAÇÃO
URBANA
Manuel Brites, Administrador
algum know-how do negócio e esta-
mos certos de que é preciso poten-
ciar os projectistas numa dimensão
de versatilidade para que os projec-
tos sejam optimizados”, certifica o
administrador.
A Recuperação de edifícios é “uma área
com um potencial enorme”, na visão
de Manuel Brites, que atesta o empenho
da ECOCIAF neste mercado. “Temos
experiência e temos feito projectos
muito interessantes. Em termos de
futuro, gostaríamos muito, estamos
a apostar e julgo que temos meios
para apostar no sector da reabilita-
ção urbana. Em termos de formação
interna, estamos a desenvolver algu-
mas acções nesse sentido. No entan-
to, não passa de uma aposta para dar
continuidade a um caminho já inicia-
do, em obras que são únicas. Temos
A EMPRESA CRESCEU, GANHOU ESTRUTURA E FELIZMENTE QUE OS NOSSOS PRO-
JECTOS CORRERAM BEM. TALVEZ PELAS DIFICULDADES QUE HOUVE NO INÍCIO,
TORNEI-ME MUITO CONSERVADOR NO NEGÓCIO E NA MANUTENÇÃO DE RÁCIOS
FINANCEIROS QUE EU PUGNEI POR MANTER SEMPRE, PARA TER UMA EMPRESA
CAPACITADA A TODOS OS NÍVEIS
NA ECOCIAF A CONSTRU-
ÇÃO CIVIL É TRANSVER-
SAL A MUITOS SECTORES
muito património abandonado que
necessita de ser revitalizado para ga-
nhar valor e atractividade”, afirma.
Há cinco anos, na base de um conjunto
de metas a atingir, foi perspectivada a
implementação da certificação da qua-
lidade, concretizada no início do ano
passado, sob a referência NP EN ISO
9001:2008, que Manuel Brites deseja
honrar, em nome da ECOCIAF, numa
base de melhoria contínua. A Respon-
sabilidade Social é outro dos princípios
fundamentais à visão estratégica que a
empresa tem assumido perante os seus
colaboradores, numa base de estabili-
dade do efectivo. A relação de grande
proximidade com os subempreiteiros,
vistoscomoumacontinuaçãonaturaldo
trabalho desenvolvido dentro de portas
é, por ventura, um dos factores de su-
cesso e replicação das boas práticas no
terreno e o vértice da trilogia Qualida-
de – Responsabilidade - Proximidade.
Adepto do carácter experimentalista,
mas seguro, dos projectistas externos
à empresa, Manuel Brites acredita em
projectos à medida da vocação de cada
profissional a que recorre, o segredo do
amplo nível de sucesso assente no ca-
rácter distintivo da obra feita.

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  • 1. positivoWWW.PAISPOSITIVO.ORG////Fevereiro‘11/EDIÇÃONº42 ESTESUPLEMENTOFAZPARTEINTEGRANTEDOJORNAL‘PÚBLICO’ FOTOGRAFIA:DIANAQUINTELA SECTOR VINÍCOLA: A APOSTA NA INOVAÇÃO | ANO INTERNACIONAL DAS FLORESTAS “EMPODERAR AS MULHERES NÃO SIGNIFICA QUE AS MULHERES QUEREM TOMAR O PODER DOS HOMENS, QUEREM É TOMAR MAIS PODER SOBRE SI PRÓPRIAS”, sublinha Elza Pais, Secretária de Estado da Igualdade
  • 2. Um octogenário cheio de juventude, nascido como marca em 1929 e baptizado há 50 anos como ‘O Licor de Portugal’, cognome que perdura até hoje, o Licor Beirão é um néctar único, com alma portuguesa. Cida- dão do mundo, nas influências que foi buscar às 13 especiarias e sementes aromáticas, que o compõem, vindas da Índia, Sri Lanka, Turquia e Marrocos, de entre outras paragens, o Licor Beirão é a síntese perfeita dos aromas e sabores da Natureza, combinados com a mestria do Homem. O TAL DO GOSTINHO ESPECIAL LICOR BEIRÃO um must a ser brindado com um copo de Beirão. À saúde! JOSÉ CARRANCA REDONDO: O VISIONÁRIO FUNDADOR Nascido na Lousã nos finais do Século XIX, sob a forma de um licor natural, para alívio não só das dores de estômago e constipações, mas também para as do- res da alma, a base an- cestral e secreta do que viria a ser o Licor Beirão estava confinada aos la- boratórios farmacêuticos. Um dia, um caixeiro- viajante do Porto, de nome Luís de Pinho, ao passar pela Lousã para a venda de Vinho do Porto, parou na Farmácia Serrano, a p a i x o - nando-se pela filha do farma- c ê u t i c o local, Ra- quel, com q u e m viria a casar-se. Entretan- to, no se- guimento da DA LOUSÃ PARA O MUNDO Chegamos à Quinta do Meiral, ber- ço do Licor Beirão, na vila da Lousã, numa soalheira manhã de Fevereiro. Lá nos esperava José Redondo, admi- nistrador, filho do saudoso fundador da empresa, José Carranca Redondo, que assumiu as honras da casa num animado périplo, primeiro pelos em- blemáticos sectores do engarrafamen- to e da produção, depois pelo museu da empresa, reduto das mais genuí- nas produções publicitárias levadas a cabo pela marca nos últimos setenta anos. A linha de engarrafamento é im- pressionante. À tecnologia de ponta das máquinas, junta-se o contributo de doze colaboradoras que, garrafa após garrafa, colocam manualmente a distintiva fita dourada que envolve o gargalo. Ao jeito de uma curiosidade, José Redondo garante que não há ne- nhuma máquina no mundo que o faça. As garrafas sucedem-se a um ritmo alucinante. São enchidas mais de 3,5 milhões por ano, o que significa uma média superior a 9500 garrafas pro- cessadas por dia, que dão de beber a 80 mercados mundiais, com os Esta- dos Unidos da América a ocuparem a liderança das exportações. Saímos da linha de engarrafamento e logo sentimos o aroma doce e suave do afamado licor, em pleno processo de fabrico. É na base de uma dupla destilação de especiarias e de semen- tes aromáticas que o Licor Beirão vê a luz do dia. Entramos no sector produ- tivo e lá estão os alambiques a debitar a essência, na conta certa do lume que se lhes chega na fornalha, não sem antes nos deliciarmos com a prova olfactiva e palatal de algumas plantas, que nos levam a lugares longínquos do nosso ima- ginário. O segredo, esse, é a alma do negócio. Visitamos de seguida o museu, onde cabe a pro- digiosa História do ma- rketing que tornou o Li- cor Beirão conhecido nos quatro cantos do mundo e a marca portuguesa com mais eficácia publicitária do Século XX, porque é de bom gosto servi-lo… é de bom gosto bebê-lo…, dizia o slogan do polé- mico cartaz da pin-up vestida de vermelho dos Anos 50. Do famoso car- taz da tabuleta com a Serra da Lousã ao fundo, o primeiro, às réguas de ma- d e i r a com os dizeres Que li- cor por- r e i r o , s e n h o r e n g e - n h e i ro , passan- do por c e n t e - nas de criações i n o v a - doras e descon- c e r t a n - tes, tudo é entrada em vigor de uma lei que proi- bia a atribuição de efeitos medicinais a bebidas alcoólicas, o jovem decidiu estabelecer-se por conta própria para produzir o licor, numa pequena fábri- ca. Em 1929, realizou-se em Castelo Branco, capital da Beira Baixa, o Con- gresso Beirão, evento que viria a dar o nome à bebida. Onze anos depois, em 1940, por difi- culdades financeiras decorrentes da Segunda Guerra Mundial, que havia eclodido um ano antes, a fábrica teve de ser vendida. O jovem José Carranca Redondo, então com 24 anos, que já lá tinha trabalhado, decidiu comprar não só as instalações, mas também o segredo, numa operação em que in- vestiu todas as suas poupanças. No ano seguinte, contraiu um emprésti- mo para fazer uma audaciosa campa- nha publicitária. Muitos apelidaram- no de louco, mas foi um visionário. A produção do afamado Licor Beirão passou a estar a cargo da esposa, Ma- ria José, tornando-se uma das marcas portuguesas com mais notoriedade, entre diferentes gerações de consu- midores. Tendo lançado as sementes do sucesso na divulgação da marca, nomeadamente nas estradas portu- guesas, José Carranca Redondo não se livrou das teias da Justiça, por questões que considerava meramen- te políticas. Teve cerca de 90 proces- sos instaurados nos tribunais, mas apenas perdeu um. A sua tenacidade levou-o ao mundo empresarial da si- nalização de estradas, brinquedos e publicidade, que impulsionaram, em escala, a concretização dos seus pro- jectos, tornando-o num dos mais bem sucedidos empresários portugueses do Século XX.
  • 3. 18INDÚSTRIA DE MOBILIÁRIO | PAÍS POSITIVO 18SECTOR VINÍCOLA | PAÍS POSITIVO Nada acontece por acaso, começa por revelar Jaime Quendera, gerente e enólogo da Adega Cooperativa de Pegões, evocando as características naturais do solo e do clima que conferem um carácter distintivo aos vinhos da casa. Tendo a sorte de estar localizada num lugar privilegiado, bafejado com um elemento que faz diferença no mundo actual da Enologia – «o terroir» – a maior produtora de vinhos da Península de Setúbal viveu em 2010 o melhor ano em termos de reconhecimento internacional e apresenta novidades em 2011. DESAFIOS DO PRESTÍGIO DE UMA ADEGA COM HISTÓRIA ADEGA COOPERATIVA DE PEGÕES meia centena de galardões, o que revela, por um lado, a grande qua- lidade que foi o ano de 2008, dado que foram estes lotes a concurso e, por outro, que a Adega de Pegões continua a produzir com muita dedi- cação”, congratula-se Jaime Quendera, perspectivando que este ano se possa repetir os bons resultados, na sequên- cia de uma colheita muito boa em 2009. Sem meias palavras, uma característica própria das pessoas seguras do seu mé- tier, o enólogo certifica: “Por trás dos grandes prémios, há sempre grandes vinhos. Não é por acaso que se hou- ver cinco empresas em Portugal que tragam tantos prémios como nós, é muito. Não se ganha constantemente em prova cega, em Espanha, França, Itália, Alemanha, Inglaterra, Estados Unidos ou China, só para dar meros exemplos, se os vinhos não tiverem qualidade. E a nossa é já reconhe- cida em todo o Mundo, o que muito nos orgulha e que ajuda a empresa a atingir os objectivos comerciais”. A localização entre dois estuá- rios, dos rios Tejo e Sado, com o Alentejo quente e maduro por trás e a Serra da Arrábida à fren- te, aliada ao solo de areia, com muita água, configura um terroir ideal para o desenvolvimento da vinha. Esta expres- são gálica que não significa mais do que os territórios com aptidão agrícola, especialmente do domínio vitivinícola, encontra o seu pleno significado em Pegões. “A maior reserva aquífera da Península Ibérica situa-se aqui. Essa água faz a diferença, porque nos anos quentes, ou nos anos secos, possibilita trabalhar as vinhas com qualidade, o que se reflecte nas uvas que dão origem aos nossos vinhos. O segredo da Região de Setúbal, e não exclusivamente de Pegões, é esta grande benesse da riqueza em água”, afirma Jaime Quendera. As novidades perfiladas para 2011 são o início da comercialização do Vinho Moscatel de Setúbal e de vinhos es- pumantes em larga escala, já que até agora estes têm sido apenas reservados para um nicho de mercado. “Sendo nós a maior empresa da região a vender e a certificar Vinho de Setúbal, com cerca de cinquenta prémios internacio- nais, a Adega Cooperativa de Pegões consolidou, seguramente, o prestígio que lhe tem vindo a ser concedido no estrangeiro, nomeadamente nos mais de trinta mercados em que está pre- sente. Mas não só. “Conquistámos 200 prémios internacionais em 12 anos e só no ano passado alcançámos a uma quota de 30 por cento, o Mos- catel é um produto que nos faltava, porque nós, por Lei, não podíamos ter vinificação apesar de termos as uvas. Esse problema foi resolvido em 2008 e nós começamos já em Março a comercialização do Vinho Mosca- tel de Setúbal, uma grande ambição nossa”, explica o enólogo. Já no domí- nio dos espumantes, Jaime Quendera anuncia que a entrada no mercado se fará através da insígnia ‘Adega de Pe- gões’ que é, no fundo, “a grande marca que nós temos”. Ao mesmo tempo, a Adega apostará em força na ampliação da linha de produção respectiva. “Pro- duzimos vinhos espumantes de qua- lidade, mas em pequena quantidade. Este ano adquirimos uma linha de espumantização e vamos ampliar também a produção, de forma a po- dermos comercializar em maior es- cala”, concretiza. “POR TRÁS DOS GRANDES PRÉMIOS, HÁ SEMPRE GRANDES VINHOS” Em 2010, o melhor ano de sempre, no que respeita a distinções, ao arrecadar Mário Figueiredo (Presidente), Carlos Pereira (Director) e Maria Helena Oliveira (Directora) Jaime Quendera, Gerente e Enólogo da Adega Cooperativa de Pegões
  • 4. A ESTRATÉGIA DO SUCESSO Jaime Quendera defende que a Adega Cooperativa de Pegões é apologista da relação preço/qualidade, o que con- figura, na sua visão, a base da compe- titividade e do sucesso em qualquer segmento, nos mercados nacional e internacional. “Temos vinhos de topo, dos melhores do mundo, mas o preço desses nossos vinhos nunca é metade do preço do vinho de topo de outra empresa mais pequena. Esse é o nosso segredo”, atesta Jaime Quendera. Já Maria Helena Oliveira, di- rectora da Adega, acrescenta uma outra particularidade: “Um aspecto que te- mos trabalhado ultimamente e que acho que tem dado grande resultado é a imagem”, especialmente nas mar- cas ‘Fontanário de Pegões’ e ‘Adega de Pegões’, uma opinião corroborada por Jaime Quendera, que afirma que esta vertente se enquadra numa evolução, porque “nada é estável, nada é fixo, num mundo em mutação constante e mais rápida”. UM OLHAR SOBRE A PRODUÇÃO Vendendo para mais de 30 países, Jai- me Quendera afirma que 90 por cento das vendas da Adega Cooperativa de Pegões se dividem em duas insígnias. A marca ‘Pegões’, desdobrada no ‘Adega de Pegões’ e no ‘Fontanário de Pegões’, um Regional, o outro DOC (Denomina- ção de Origem Controlada), sendo que o ‘Adega de Pegões’ se produz na base de varietais ou colheita seleccionada. Depois há a outra insígnia mais irreve- rente, mais jovem, o ‘Fonte do Nico’, que não é muito associado a Pegões, mas é uma marca para pessoas jovens, mais moderna e brilhante, atractiva e com cores mais vivas, que encaixa noutro estilo de consumidor, segundo revela o enólogo, explicando que estas marcas representam uma grande parte da pro- dução. Depois existem as outras marcas de nicho, ou de franja – o ‘Vale da Judia’, mais dirigida ao designado canal HO- RECA (Hotelaria, Restauração e Cafeta- ria) de alta categoria, bem como o ‘San- to Isidro’, um vinho de mesa, dirigido à restauração de um nível mais baixo. A aposta no carácter irreverente da pro- dução voltada para os jovens tem resul- tado. “Temos um produto que é um pouco inovador e de que já começam a aparecer cópias, que é o ‘Fonte do Nico Light’, Branco e Rosé, com me- noscaloriasemenospercentagemde álcool. Exportamo-lo para Inglaterra com a marca ‘Fonte do Nico Ten’, para o Brasil com a insígnia ‘Fonte do Nico Fashion’. Nós não temos pretensão de mudar o consumidor, temos de o seguir. Temos, também, o sistema de ‘bag-in-box’ de empacotamento do vinho, mas 95 por cento é produzido e comercializado em garrafa”, afir- ma Jaime Quendera. E porque os bons vinhos se fazem com boas uvas, Maria Helena Oliveira anuncia que a Adega Cooperativa de Pegões adquiriu um equipamento chamado Wine Scan, um investimento estratégico que confere valores mais detalhados da qualidade da colheita à entrada da Ade ga, após as vindimas. Isto para que as uvas que en- tram aqui, entrem com cada vez maior qualidade, dado que se destinam a pro- duzir produtos de referência. “Apesar de haver alguma fidelização, um vi- nho não é como uma marca de car- ros, que as pessoas podem ter para toda a vida. Gostam de experimentar outros, mas ficam sempre com a re- ferência do bom vinho, preferindo-o pela qualidade e pelo preço e esse é o nosso grande atractivo”, resume Jai- me Quendera. OS DOIS PRÉMIOS DE REFERÊNCIA EM 2010 Jaime Quendera aponta, de entre o vasto palmarés al- cançado no ano passado que os dois prémios mais signi- ficativos foram conquistados pelos seguintes vinhos: :: ‘Adega de Pegões Touriga Nacional’ – Medalha de Ouro e Best in Class, no International Wine and Spirit Competition, em Londres (Inglaterra). :: ‘Adega de Pegões Alicante Bouschet’ – Grande Medalha de Ouro, no Concours Mondial de Bruxelles 2010 (Bélgica).
  • 5. 22INDÚSTRIA DE MOBILIÁRIO | PAÍS POSITIVO 22SECTOR VINÍCOLA | PAÍS POSITIVO Ribatejo Encontramo-nos com Nuno Falcão Rodrigues numa adega quase centenária, onde o gerente e enólogo da Quinta do Casal da Coelheira revela que, embora os seus ascendentes nem sempre tivessem estado ligados aos vinhos, a actividade foi abraçada com muita dedicação, um dos segredos do sucesso da empresa em Portugal e além-fronteiras, como comprovam os prémios, mais de cem, nos últimos 15 anos. UMA ODE AO VINHO EM TERRAS RIBATEJANAS QUINTA DO CASAL DA COELHEIRA T udocomeçouquandoos paisdeNuno Falcão Rodrigues herdaram uma pro- priedade praticamente composta por florestaegadoovinoqueconfinavacomoCam- poMilitardeSantaMargarida.“Umdia,abase doExércitotevenecessidadedeseraumen- tada e o Estado comprou-a. Os meus pais decidiramreinvestirodinheirodessavenda, numaoutraQuintanoTramagal,oCasalda Coelheira”,evocaNunoFalcãoRodrigues,recor- dandoque,àépoca,“apropriedadetinhaduas pequenasvinhas,comcercadedezhectares aotodo,masnãotinhaadega,nemlocalpara vinificar.Trêsanosmaistarde,em1989,sur- giuapossibilidadedeafamíliaadquiriruma adega e uma parcela adjacente de vinhas, queperfaziacercade20hectares”. Numadécadaemqueomercadoevoluía,ainda que a passo, no sentido dos vinhos de qualida- de, o clã Rodrigues rapidamente se apercebeu que era importante imprimir uma estratégia de segmentação da oferta, no sentido de con- quistar mercados. “Tínhamos de apostar na qualidade e continuámos a investir muito dinheiroemtermosdetecnologianaadega, quejátinha70anosequetevedeseradap- tada às novas exigências da produção do vinho. Investimos, igualmente, em vinhas, procedendo à sua reconversão, em termos deterrenoseplantaçãodecastasnacionais eestrangeiras,numabasedecontinuidade”, certificaogerenteeenólogo. Neste momento, a exploração da Quinta do Casal da Coelheira tem cerca de 300 hectares, dos quais cerca de 64 hectares são de vinha. As idades da vinha são variáveis, desde os dois aos30anos.“Houveumafaseinicialemque complementámos as castas tradicionais da região com castas estrangeiras e aí houve uma ajuda importante da casta Cabernet- Sauvignonaodarumapportmaioremter- mosdeestruturaelongevidadedosvinhos. Na segunda fase, em que continuamos, a aposta tem recaído muito mais nas castas nacionais”,especificaNunoFalcãoRodrigues. OgerenteeenólogodaQuintadoCasaldaCoe- lheira considera que “em termos comerciais, o mercado nacional está hoje um pouco saturado. A nossa estratégia passa por nos encaminharmos,claramente,nosentidoda exportação. A escolha das castas também vaiaoencontrodessanecessidade.Julgoque opaísequeosnossosvinhossedevemafir- mar, tendo como mais-valia a sua diferen- ciaçãoemrelaçãoaosdemaisconcorrentes estrangeiros,combaseemcastasdiferentes queomundoestáacomeçaradescobrir”. O RECONHECIMENTO DA QUALIDADE Nos últimos 15 anos, a Quinta do Casal da Co- elheira conquistou mais de uma centena de prémios, em concursos nacionais e internacio- nais.“2010podenãotersidooanoemque vencemos mais galardões, mas foi um ano pautadoporgrandessucessos,quenostrou- xeramumaprojecçãomediáticaquenunca tínhamos tido, por via desses mesmos re- conhecimentos”,confessaNunoFalcãoRodri- gues.NoConcursoMundialdeBruxelasdoano passado, o Casal da Coelheira Rosé, na Colheita de2009,conquistouaGrandeMedalhadeOuro eoBestWineTrophy.Oqueéquesignificaeste título? “Num certame com esta projecção mundial,elefoiconsideradoomelhorvinho rosé levado a concurso, tendo entrado em competição com grandes vinhos de todo o mundo,oqueconstituiumagranderespon- sabilidadeparanós”,asseguraogerenteeenó- logo.Comtodoestesucesso,oCasaldaCoelheira RosédaColheitade2010,lançadoaopúblicoem Dezembrodoanopassado,jávendeudoisterços daprodução,quehaviaduplicadonaperspectiva deumamaiorprocura.“Asopiniõestêmsido muito favoráveis, não só do ponto de vista do consumidor, mas também de agentes ligados ao negócio e de jornalistas especia- lizados na área”, congratula-se Nuno Falcão Rodrigues. ESTRATÉGIAS DE FUTURO Considerando que “o negócio dos vinhos é muito personificado e as pessoas gostam de conhecer tudo o que envolve o mundo da produção”, Nuno Falcão Rodrigues, geren- te e enólogo da Quinta do Casal da Coelheira, anuncia projectos no domínio do Enoturismo para avançar já em 2011. “Vamos criar um novo espaço polivalente, onde possamos recebervisitantes,venderosnossosvinhos e,aproveitandoavisibilidadeconferidapor estes, divulgar produtos regionais, em par- ceria com produtores”, refere. Optimista por natureza, Nuno Falcão Rodrigues, perspectiva outros investimentos, no sentido de incremen- tar a capacidade produtiva e de armazenagem do vinho. “Temos procurado a nossa sorte e adaptado as nossas estratégias, apostan- do na consolidação do mercado nacional e concentrando esforços na afirmação junto do mercado internacional”, revela, especificando que as exportações têm vindo acrescertodososanos.Situadas,actualmen- te,namargemdos35a40porcentodapro- dução,aQuintadoCasaldaCoelheiraespera ultrapassarafasquiados50porcentojáeste ano. “Temos ido aos mercados e procura- do novos parceiros em diferentes países. Estamospresentesemcercadeumadúzia depaísesdaEuropaerepresentadoscom alguma força no Brasil, desejando novos parceiros no mercado asiático. Uma das nossas apostas também passa pelo mer- cadodaAméricadoNorte,nomeadamen- tenosEstadosUnidos”,configura,afinalizar, NunoFalcãoRodrigues,julgandoque,aoseguir estecaminhodeinternacionalização,ofuturose poderárevelarauspiciosoparaaQuintadoCasal daCoelheira. OS VINHOS DA QUINTA DO CASAL DA COELHEIRA :: Gama de Entrada – Terraços do Tejo (Branco e Tinto) :: Gama Média (a marca principal) – Casal da Coelheira (Branco, Tinto e Rosé / Tinto Reserva, Branco Reserva - Novidade para 2011) :: Gama Alta (o Ex-líbris) – Mythos (Tinto) Nuno Falcão Rodrigues, Gerente e Enólogo
  • 6. intervenção de fundo muito grande, que permitirá acolher diversas valências. Neste momento, está a ser construído o espaço de armazenagem e de produ- ção, estando as caves para estágio a ser remodeladas, para acolher os vinhos de Denominação de Origem e Moscatel de Setúbal Reserva”, uma obra de referência cujoprimeiroterçojáestácumprido. Aadegatradicionalacolhe,paraalémdoes- tágio dos vinhos, cursos de prova, convívios e diversas acções ligadas ao enoturismo, sendo uma das fundadoras da Rota dos Vi- nhos da Península de Setúbal. “Notamos o aumento de pessoas que vêm cá porque querem saber mais sobre o vinho que bebem ou beberam em casa. Queremos que as pessoas venham e interajam com as rotinas da adega, ao longo de todo o ano, da vindima à vinificação, em todas as outras tarefas que se seguem”, afirma Venâncio Vida. Enquanto o novo empreen- dimento não está concluído, os visitantes e enófilos poderão deleitar-se no belo espaço da antiga adega, convida Joana Vida: “Te- mosasportasabertasatodososquenos quiserem visitar, que ficarão, com certe- za,surpreendidos”. Tudo começou na Quinta do Anjo, às portas de Palmela, há quase cem anos, em 1914, algures na histórica adega onde entrevistámos Joana Vida, responsável de qualidade e neta de um dos sobrinhos do fundador, Venâncio da Costa Lima, bem como Venâncio Vida, um dos gerentes desta empresa familiar que está a apostar fortemente nos vinhos certificados, bem como no Moscatel de Setúbal, ícone da casa e ex-líbris da região. A GENEROSIDADE DE UM BRINDE À TRADIÇÃO VENÂNCIO DA COSTA LIMA RECONHECIMENTOINTERNACIONAL, MERCADOSEXTERNOSEPROJECTOS FUTUROS A distinção da qualidade dos vinhos da em- presa Venâncio da Costa Lima conta com um palmaréssuperiora30prémiosnosúltimos 12 anos, onde pontua uma dezena de pres- tigiados galardões internacionais, conquis- tados nos concursos de referência. Com 3,5 milhões de litros produzidos por ano, a Ve- nâncio da Costa Lima tem como principais mercados externos o Norte da Europa e o Brasil, em parte sustentados pelo designa- do ‘Mercado da Saudade’, dinamizado pela diáspora portuguesa. “Esperamos que as nossas quotas de mercado aumentem em todos os segmentos e, especialmen- te, no nosso porta-estandarte que é o Moscatel de Setúbal”, deseja Joana Vida, conscientedequeosfortesinvestimentosna melhoria contínua da produção, do acondi- cionamentoedadiversificaçãodemercados constituirão a base do sucesso. “Estamos a remodelarintegralmenteaadega,numa UM OLHAR SOBRE OS VINHOS :: Vale Pereiro Branco :: Vale Pereiro Tinto :: Venâncio da Costa Lima | Palmela DOC 2008 :: Venâncio da Costa Lima | Palmela Reser- va 2005 :: Venâncio da Costa Lima | Moscatel de Setúbal :: Venâncio da Costa Lima | Moscatel de Setúbal ReservaÉ umadasmaisantigasadegasdaPenín- suladeSetúbaleacolhenestemomen- toaquartageraçãofamiliardesdeque foi fundada por Venâncio da Costa Lima, um distinto cidadão nascido em 1882, que viria a seredildePalmelanosidosde1937.Embora tivesse sido casado, Venâncio da Costa Lima nãotevefilhos.Quandofaleceu,em1956,dei- xouaempresaaosseissobrinhosdairmã,que corporizaramasucessão,sendoquealgunsde- lesjátrabalhavamnaadega,nomeadamenteo avôdeJoanaVidaeopaideVenâncioVida.Se outroraacomercializaçãodosvinhoserafeitaa granel,numaépocaemquesebebiamuitovi- nhoacopo,nastabernas,hojeaVenân- ciodaCostaLimaprima pelo carácter distintivo das suas seis marcas pró- prias,compos- tas por vinhos certificados, Regionais e de Denominação deOrigem,assim como pelo emble- máticoMoscatelde Setúbal, que faz as honras da casa com distinção. Joana Vinha, respon- sável de qualidade, ex- plica que a Venâncio da Costa Lima tem uma grande sensibilidade no processo produtivo, compostoporumamultiplicidadedecenários que concorrem para a qualidade do produto final.“Compramosvinho,compramosuvas, temos vinhas dos sócios e de viticultores comosquaiscelebrámosumcontrato,que é, mais do que um contrato, o acordo de uma vida inteira”, afirma, considerando que “à excepção de certos anos específicos, os fornecedoressãopraticamentesempreos mesmos”. Este controlo permite um conhe- cimento geral da vinha e do comportamento do produtor, bem como uma proximidade e um índice de expectativa sobre a produção recebidatodososanos,deformaapotenciara qualidadedoprodutofinal.“Temosapostado fortemente nos vinhos certificados, quer nos Regionais, quer nos de Denominação deOrigem,controladospelaComissãoViti- vinícolaRegionaldaPenínsuladeSetúbal, sediadaemPalmela,amesmaqueautenti- caoex-líbrisdaRegião,ogenerosoMosca- teldeSetúbal,queapresentamosem duasversões”,afirmaJoanaVida. RETRATO DOS MOSCATÉIS DA CASA :: VENÂNCIO DA COSTA LIMA | MOSCATEL DE SETÚBAL Estágio: 2 anos em depósito. Notas de Prova: Aroma fino e delicado com notas de mel e flor de laranjeira, com ele- gância na boca e final suave e prolongado. Prémios Internacionais: Concurso Muscats du Monde (França) – Ouro Top 10 (2010) e Ouro (2008). :: VENÂNCIO DA COSTA LIMA | MOSCATEL DE SETÚBAL RESERVA Estágio: 2 anos em depósito, seguido de 5 anos em pipas de carvalho francês. Notas de Prova: Aromas complexos, passas de uva e frutos secos. Boca densa, ma- cia, aromática e final doce e prolongado. Prémios Internacionais: Challenge International du Vin (França): Reserva 2001 -Bronze (2008), Reserva 2003 – Prata (2010) | Muscats du Monde: Reserva 2002 – Ouro (2009)
  • 7. 26INDÚSTRIA DE MOBILIÁRIO | PAÍS POSITIVO 26SECTOR VINÍCOLA | PAÍS POSITIVO Vinhos da Península de Setúbal A História dos vinhos portugueses imortaliza referências inspiradoras de empreendedores que com a sua tenacidade e audácia deixaram legados riquíssimos aos seus sucessores. Leonor Freitas, herdeira de um desses auspiciosos percursos profissionais, abraçou há 16 anos a gerência da nonagenária Casa Ermelinda Freitas, em Fernando Pó, para honrar a memória das três gerações anteriores, após a morte repentina do seu pai, Manuel João Freitas. E por um amor sentido à terra… “VIVO PARA O VINHO COM AMOR E CONTINUO COM PAIXÃO” CASA ERMELINDA FREITAS N ascida numa família desde sempre ligada ao cultivo da terra da vinha e, mais tarde, a uma adega onde transformava a uva em vinho, que depois vendia a granel, sem marca própria, Leonor Freitas co- meçou, desde tenra idade, a sentir al- guma curiosidade pelo métier, embora sem nunca pensar que este um dia faria parte da sua carreira profissio- nal. Um dia, a localidade de Fernando Pó viu-a partir, após ter completado a Quarta Classe. Em Lisboa estudou e formou-se em Serviço Social, cum- prindo o desejo da família de que ti- vesse uma vida melhor. Ninguém es- perava que voltasse, nem ela própria, mas, no fundo, acreditava que um dos dois filhos pudesse vir a abraçar a actividade. Um acaso do destino quis que Leonor Freitas, filha unigénita, chegasse primeiro, por morte do pai, e os dois filhos depois. “Vim porque os meus familiares sempre me trans- mitiram um amor e uma dedicação enorme à terra, que era lavrada com um esforço muito grande e eu não tive coragem de vender. Cos- tumo dizer que vivo para o vinho com amor e continuo com paixão”, recorda Leonor Freitas. Nos primeiros tempos, ainda acumulou a profissão de assistente social com a actividade empresarial, mas cedo percebeu que o processo de produção e acondicio- namento envolvia uma logística tão complexa que tinha de estar presente a tempo inteiro. Descobriu que gos- tava muito desta actividade e rapi- damente as preocupações se torna- ram compensações, como o facto de captar jovens talentos para uma re- gião que era desconhecida nos seus tempos de menina. A ligação histó- rica com trabalhadores que já têm os netos a trabalhar a seu lado é ou- tra das particularidades que torna a Casa Ermelinda Freitas um espaço emblemático de partilha de saberes ao longo de gerações. “Somos uma grande família, algumas pesso- as conhecem-me desde que eu nasci, já vieram pessoas de fora, mas eu dou sempre prioridade a trabalhadores da região, por uma questão de responsabilida- de social. Tenho obrigação de de- volver à sociedade aquilo que ela também já me deu, dignificando a região e o trabalho rural”, asse- gura a empresária. O maior desafio, confessa, foi ter de aprender a viver com o risco, a maior aprendizagem que se tem de fazer com a agricul- tura em geral e com mundo da viti- cultura, em particular: “Eu não sa- bia cuidar das vinhas, nem sabia fazer vinho, pelo que me tive de rodear de pessoas que soubes- sem. Aí tive a sorte de que Jaime Quendera, enólogo, tenha acom- panhado, desde o início, a pro- dução e o lançamento das nossas próprias marcas. Nós crescemos com ele e ele cresceu connosco”. AS INSÍGNIAS DA CASA A primeira marca de vinho da Casa Er- melinda Freitas, «Terra do Pó», foi re- gistada em 1998, inspirada pelo nome da terra que a viu nascer, Fernando Pó. Depois de um processo de segmenta- ção da oferta aos diferentes mercados, a empresa iniciou a comercialização integral com marcas próprias a partir de 2002. “Criámos o «Dona Ermelin- da», depois o «Quinta da Mimosa», o «Leo D’Honor» e decidimos adop- tar, adicionalmente, o sistema de bag-in-box que nos permitiu escoar grande parte da nossa produção, resultando num sucesso que ultra- passou todas as expectativas. Te- mos uma grande preocupação que é a relação qualidade/preço. Mais tarde, desenvolvemos os vinhos varietais, a partir das castas Syrah, Touriga, Trincadeira e Aragonês”, esclarece Leonor Freitas. OS NOVOS LANÇAMENTOS Os últimos lançamentos da Casa Er- melinda Freitas no mercado foram um vinho Moscatel de Setúbal e um vinho espumante, uma oferta que não tínhamos e que vieram enriquecer o portfolio da produtora. “O Moscatel de Setúbal deveria funcionar para a nossa zona como funciona o Vi- nho do Porto, porque é uma bebida única, cujas vinhas, cultivadas em terras de areia, lhe conferem os aromas a mel e a laranja, que o di- ferenciam”, defende Leonor Freitas, perspectivando o lançamento de um vinho moscatel roxo, quando tiver ad- quirido as condições ideais, dado que ainda está a estagiar. “É uma bebida mais rara, porque as castas que o compõem são mais sensíveis aos factores externos. Temos um mos- catel superior que veio a estagiar desde o ano 2000 e que foi comer- cializado a partir de 2006. Dado que é de uma categoria superior, tem de estagiar durante, pelo me-
  • 8. nos, cinco anos, mas dispomos de um moscatel com menor tempo de estágio, mais competitivo e econó- mico, para ser consumido no dia-a- dia”, esclarece Leonor Freitas. PRÉMIOS INTERNACIONAIS E MERCADOS EXTERNOS “Temos tido, felizmente, muitos prémios – mais de 30 medalhas de ouro, mais de 40 de prata e um grande prémio alcançado pelo Syrah na colheita de 2005, conside- rado o Melhor Vinho Tinto do Mundo no concurso Vinailes Internaciona- les, em França, de entre 38 países concorrentes e 3600 vinhos. Che- gar ao final do concurso com um vinho português e esse vinho ser da Casa Ermelinda Freitas foi especta- cular para nós”, orgulha-se Leonor Freitas. De Portugal para o Mundo, a Casa Ermelinda Freitas exporta para a Europa, de forma transversal, e está a investir em larga escala nos Estados Unidos da América, na China, em Áfri- ca e também no Brasil. “São as nossas grandes apostas do momento, sem deixar de considerar os nossos por- tugueses que estão espalhados por esse mundo fora. São muito impor- tantes porque preferem consumir os vinhos portugueses e divulgam a nossa oferta além-fronteiras. Va- mos deitando as sementes por todo o lado, sempre que é possível, para depois colhermos os frutos. Sempre que há uma oportunidade, mesmo, por vezes, com esforço económico da nossa parte, tentamos não a per- der. Queremos apostar na expor- tação, sem nunca perder de vista o mercado nacional, que ainda é o que tem a quota de vendas mais alta, com 60 por cento de factura- ção”, concretiza Leonor Freitas. TRADIÇÃO E INOVAÇÃO A aposta contínua na qualidade e na inovação é um vector de afirmação da excelência que a Casa Ermelinda Freitas deposita em tudo o que faz, na ENOTURISMO NA CASA ERMELINDA FREITAS :: Visitas ao complexo com prova de vinhos – Por marcação. :: Vinha Pedagógica – Dirigida essencial- mente às crianças, no sentido de explicar, de entre outros aspectos, as diferenças en- tre as castas, as particularidades da vinha ao longo do ano e a sensibilização do con- sumo do vinho com moderação, na idade legal – Por marcação. :: Loja de vinhos e de produtos regionais exclusivos. CONTACTOS :: Correio electrónico: geral@ermelindafrei- tas.pt :: Telefone: (+351) 265 988 000 :: Fax: (+351) 265 988 004 linha da pretensão de Leonor Freitas que deseja “que esta seja uma casa dinâmica, que alie o tradicional ao moderno”. A empresária confessa que é uma sorte dar seguimento ao legado de família numa terra que é a sua e numa região com grandes potenciali- dades, de uma qualidade extraordiná- ria para os vinhos, com um excelente terroir, em termos de solo, clima e con- dições naturais. “Quando vim para cá, tínhamos 60 hectares de vinha, hoje temos 220 hectares e, para além disso, compramos muitas uvas, tan- tas como as que produzimos. Já as- sim acontecia com a minha família, com a figura do meu pai. Há pessoas a trazer uvas para aqui há 50 anos. Temos de ajudar os pequenos e médios viticultores, para que eles tenham escoamento das suas uvas, que são acompanhadas e vindima- das por nós”, evoca. A finalizar, Leo- nor Freitas assegura: “Não podemos ter bons vinhos sem ter boas uvas. Temos de acompanhar de perto a qualidade do produto, para sermos competitivos, fazendo cada vez me- lhor, a melhor preço. Na região deu- se um grande salto na enologia e também é importante dá-lo na viti- cultura, porque existe um potencial enorme que não está a ser explora- do em todo o seu fulgor”.
  • 9. ENTREVISTA A MANUEL LEITE DOS SANTOS, COORDENADOR DO CNO ESCOLA PROFISSIONAL DE GAIA | CENTRO NOVAS OPORTUNIDADES Quandoecomquegrandesobjectivos foicria- do o Centro Novas Oportunidades (CNO) da EscolaProfissionaldeGaia? Como em tudo na vida, é imprescindível acreditar que qualquer projecto pessoal ou participado só se justifica e é ganhador se e quando orientado estrategicamente para as pessoas e para os resultados. A certificação daescolaridadeobrigatória,básicaesecundá- ria e a qualificação profissional das pessoas é hojeumimperativoaassumirpelasociedade. É um desafio inquestionável que é preciso e urgente dinamizar. No mundo de compe- titividade que hoje convivemos, são muitas e diversas as dificuldades, desmotivações e dúvidas, mas também felizmente algumas convicçõeseexpectativas.Éconsabidoecerto que indubitavelmente os que não possuem hoje os níveis da escolaridade exigíveis, as qualificações específicas e compatíveis num mundo do trabalho, cada vez mais rigoroso, moderno,exigenteeresponsável,encontrarão dificuldadesacrescidasemuitasvezesdifíceis de transpor. É a era da competitividade, das novas tecnologias e da mudança, hoje maior queontem.Nestasecruzamdiferentesvivên- cias, novos saberes, múltiplos conhecimentos e novas qualificações. Ignorarmos esta reali- dade,étornaraempregabilidadeouamanu- tenção de alguns postos de trabalho cada vez mais difícil de atingir. Foi neste contexto que a PROFIGAIA, Sociedade de Educação e For- maçãoTecnológicaeProfissional,decidiunão ficarindiferentefaceàelevadaimportânciado projectonacionaldoMinistériodaEducaçãoe preconizadopeloSNQ-SistemaNacionalpara as Qualificações e a ANQ – Agência Nacional para a Qualificação. Orientado para a qualifi- cação e para o reconhecimento, validação e certificação das aprendizagens e competên- cias adquiridas ao longo da vida os cidadãos dispõemagoradenovasoportunidades.Quea vida,sabemo-lotodos,étambémumaescola, ondedesperdiçare/ounãovalorizaroquefoi apreendido e/ou aprendido constituirá uma atitude de profunda estultícia que se impõe combater. Qual a oferta formativa disponibilizada pelo CNOdaEscolaProfissionaldeGaia,noâmbito dasuamissão? Para além do RVCC Escolar - Reconhecimen- to,ValidaçãoeCertificaçãodasCompetências dos candidatos inscritos, ao CNO compete de conformidade com o diagnóstico decorrente efectuado com rigor face às características individuaisencaminharparaasoutrasofertas formativas que mais se adeqúem tais como: CURSOS CET – Especialização Tecnológica; FMC – Formações Modulares Certificadas, nomeadamenteInformáticaeInglês;CURSOS EFA – Educação e Formação de Adultos, cur- sosqueconferemduplacertificação. Numsentidomaislato,qualaimportânciada iniciativa Novas Oportunidades no contexto educativo e formativo da Escola Profissional deGaia,desdeasuaimplementaçãoatéàac- tualidade? Sendo que somos todos portadores de dife- rentes conhecimentos, existe sempre algo mais para aprender e aprender compensa sempre. Nesta medida, os que vêm ao CNO inscrever-se,porumlado,mastambémtodos quantos, encarregados de educação, antigos alunos e mesmo familiares, por outro, cons- tatam que é possível participar noutras acti- vidades da Escola, nomeadamente através daAcademiadeXadrez.Acomunidadereco- nhece a escola como sendo uma instituição viva e dinâmica com mais de vinte anos ao serviçodaformaçãoeeducação,apostadaem melhorar a qualidade do ensino e formação profissionalquedesenvolveeemfortalecera relaçãocomomeioenvolvente.Portudoisto aintegraçãodoCNOnaEscolaProfissionalde Gaia constitui em nosso entendimento, uma boa oportunidade, uma ajuda à comunidade eumarelaçãodeproximidadeimportantede motivação,edivulgaçãopositivasjuntodapo- pulaçãoemgeralmaiorde18anos. Partindo do princípio de que a inscrição no CNOnãoconfiguraumtípicoregressoàesco- la,pelaviaeducativatradicional,massimuma valorizaçãodopercursodevidaeprofissional, que aporta uma vertente formativa comple- mentarepersonalizada,qualéaimportância doProcessodeRVCC? Sem dúvida que o que orienta, determina e justificaoCNOnãoénaturalmentecompagi- nável ou minimamente similar com o típico e formal ensino realizado nas escolas. A sua actividade centra-se e dirige-se exclusiva e especialmente aos adultos detentores certos dequecompetênciasobtidasnosrespectivos percursos de vida têm valor. É, ainda, impor- tantedizer-sequeesteprocessoconsubstan- cia-se e realiza-se, nomeadamente pelas evi- dências dos conhecimentos, experiências e competênciasadquiridasedemonstradaspe- loscandidatos.Umavezvalidadas,oprocesso culmina numa Sessão de Júri de Certificação por meio da qual é atribuído um Certificado e um Diploma. O processo desenvolve-se, no caso da certificação da escolaridade básica, durantequatroacincomeses(nomínimode quatrohorasporsemana)e,nocasodacerti- ficação da escolaridade do nível secundário, durante seis a sete meses (no mínimo dois horas por semana), em cumprimento duma programação estabelecida e acordada com cada candidato e com o adequado acompa- nhamento dos vários membros da equipa, responsáveis e especializados pelo diagnós- tico, pelo reconhecimento e validação das competências e pela formação das áreas de competênciaschave. QuaiséquesãoosdestinatáriosdoCentrode Novas Oportunidades da Escola Profissional deGaiaequerequisitoséquesãonecessários paraefectivarainscrição? Os destinatários são obviamente adultos maiores de 18 anos sem a escolaridade obri- gatória com relevantes competências adqui- ridas em ambiente de trabalho ou em comu- nidadeequenãoconseguiramcompletar,por quaisquermotivosdeordempessoal,familiar ououtrosaescolaridade.Sãoestesosrequisi- tosmínimosnecessáriosparaseinscreverem e participarem no projecto. Para podermos corresponder a todos e por tudo quanto se disse, o CNO da Escola Profissional de Gaia funcionade2.ªa6.ªfeiradas14hàs22heàs 5.ªs feiras e sábados das 9 às 13horas. Neste horário e funcionamento o CNO está sempre disponívelparaoatendimento,acolhimentoe apoiodoscandidatose,assim,promoverepri- vilegiarcomequidadeeco-responsavelmente osquepelasaprendizagensnavidamerecem servalorizados. Equipa do CNO LER NA ÍNTEGRA EM WWW.PAÍSPOSITIVO.ORG
  • 10. 48INDÚSTRIA DE MOBILIÁRIO | PAÍS POSITIVO 48ENSINO | PAÍS POSITIVO Centro Novas Oportunidades A Escola Secundária António Sérgio cum- pre 127 anos de vida em 2011. Inspirada pelo exemplo de cidadania e responsabili- dade do patrono António Sérgio, com que missão estratégica é que este estabeleci- mento de ensino se pretende afirmar na sociedade? É gratificante constatarmos que o inte- resse vivenciado pelos promotores em 1884 tem pleno cabimento no século XXI, com um toque de actualidade do nosso patrono. A formação humana na sua ple- nitude é conseguida não só através do saber e do saber fazer, mas também com mais cidadania, permitindo, num mundo cada vez mais global, ser mais fraterno, ter maior capaci- dade de diálogo para aceitar as diferenças cul- turais, e sentido crítico perante uma sociedade em constante mutação. Qual a oferta educativa e for- mativa disponi- bilizada pela Es- cola Secundária António Sérgio, nos diferentes ní- veis de qualifica- ção, incluindo os consagrados no Centro de Novas Oportunidades? Podemos dizer que a ESAS tem uma oferta vas- ta, assente no ri- gor e qualidade. É testemunho deste objectivo o reconhecimento pela comunidade educativa, bem como as prestações dos nossos alunos a nível dos A IMPORTÂNCIA DA QUALIFICAÇÃO DA POPULAÇÃO ACTIVA ESCOLA SECUNDÁRIA ANTÓNIO SÉRGIO Exames Nacionais e em concursos inter- escolas. A nossa oferta é constituída, em primeiro lugar, pelo Ensino Básico - 3.º ciclo, com 15 turmas e 8 turmas CEF que contemplam os cursos de Carpinteiro Limpos, Instalações Eléctricas e Mecânico Auto. Depois, surge o Ensino Secundário, com Cursos Científico-Humanísticos na vertente de Ciências e Tecnologias; Lín- guas e Humanidades e Ciências Sociais Humanas, para além de Cursos Profissio- nais - Energias Renováveis, Instalações Eléctricas, Apoio à Infância, Animador Sociocultural, Multimédia, Design, Gestão de Redes, Marketing e Gestão. No âmbito do Ensino Recorren- te existem os cursos Científico-Humanís- ticos, desdobrados em Ciências e Tec- nologias e Ciências Sociais e Humanas, assim como os Téc- nico-Profissionais de Informática, Electri- cidade e Electrónica, Construção Civil, Ad- ministração e Acção Social. No âmbito do Centro de Novas Oportunidades te- mos, no Básico EFA, Geriatria e Práticas Administrativas; no Secundário EFA, Se- cretariado, Gestão de Redes, Segurança e Higiene no Trabalho e Condutor de Obra. Também desenvol- vemos formação mo- delar nas seguintes áreas: Inglês, CAD, TIC, Cidadania e Profissionalidade, e Sistemas Técnicos e Comunicação. No âmbito da reestruturação oportuna- mente levada a cabo, por via da moderni- zação do parque escolar, a Escola Secun- dária António Sérgio ficou dotada de mais espaço e equipamentos. Quais os desafios que se levantam ao nível da educação e formação? Évisívelporforaarequalificaçãodaesco- la. Mas o mais importante é o seu interior, jáqueesteganhounovasvalênciasemsa- las de aula, laboratórios e oficinas, biblio- teca, educação física e lazer. Sem dúvida que todos beneficiam desta mudança de hábitos e metodologias que, com menos esforço, propicia mais rendibilidade no trabalho diário de cada um, tendo em vista o sucesso dos alunos como pessoas humanas no seu todo. Partindo do princípio de que a inscrição no CNO não configura um típico regresso à escola, pela via educativa tradicional, mas sim uma valorização do percurso de vida e profissional, que aporta uma vertente formativa complementar e perso- nalizada, qual é a impor- tância do Processo de RVCC? O Sistema Educativo Português apresen- tava uma lacuna para este público-alvo. Com a abertura, controlada pela ANQ, às escolas públicas foi possível rapidamente dar resposta nacional à necessidade de qualificar esta população activa por duas vias, desenvolvendo ou criando novas competências, por um lado com forma- ções modelares pontuais e cursos EFA de dupla certificação e, por outro, reconhe- cendo competências pelo CRVCC. Com a certificação das competências, que cada um adquiriu ao longo da sua vida, e com a ajuda pontual de formação comple- mentar é possível concluir o processo. O António Teixeira, Director NOÂMBITODOCENTRODE NOVAS OPORTUNIDADES TEMOS, NO BÁSICO EFA, GERIATRIA E PRÁTICAS ADMINISTRATIVAS; NO SECUNDÁRIO EFA, SEC- RETARIADO, GESTÃO DE REDES, SEGURANÇA E HIGIENE NO TRABALHO E CONDUTOR DE OBRA. TAMBÉM DESENVOLVE- MOS FORMAÇÃO MOD- ELAR NAS SEGUINTES ÁREAS: INGLÊS, CAD, TIC, CIDADANIA E PROFIS- SIONALIDADE, E SISTE- MAS TÉCNICOS E COMU- NICAÇÃO
  • 11. resultado obtido é gratificante, pois todos eles salientam o gosto não só de voltar à Escola, como puderam testemunhar, como dar apreço à envolvência familiar, o que contribui decisivamente para o au- mentodasuaauto-estimapessoaledasua valorização profissional. Quais é que são os destinatários do Cen- tro de Novas Oportunidades da Escola Secundária António Sérgio e que requisi- tos é que são necessários para efectivar a inscrição? O SISTEMA EDUCATIVO PORTUGUÊS APRESENTAVA UMA LACUNA PARA ESTE PÚBLICO-ALVO. COM A AB- ERTURA, CONTROLADA PELA ANQ, ÀS ESCOLAS PÚBLICAS FOI POSSÍVEL RAPIDAMENTE DAR RES- POSTA NACIONAL À NE- CESSIDADE DE QUALIFICAR ESTA POPULAÇÃO ACTIVA POR DUAS VIAS, DESENVOL- VENDO OU CRIANDO NOVAS COMPETÊNCIAS, POR UM LADO COM FORMAÇÕES MODELARES PONTUAIS E CURSOS EFA DE DUPLA CERTIFICAÇÃO E, POR OUT- RO, RECONHECENDO COM- PETÊNCIAS PELO CRVCC Os destinatários são todos aqueles que não concluíram o Ensino Básico ou Se- cundário, bem como os que desejem ac- tualizar ou adquirir novas competências culturais e profissionais. Qual o balanço que faz da acção levada a cabopeloCentrodeNovasOportunidades da Escola Secundária António Sérgio? É uma aposta ganha por todos os que in- tervêm no processo. Os Formandos, pelo factodeaofazeremoseupercursodevida tomarem consciência do mesmo, recor- dam factos e acontecimentos por eles vi- venciadosequecomotempoforamsubs- tituídos por outros mais recentes, dando origem à pergunta: “Eu fiz isto? Então eu sou capaz”, à luz dos dias de hoje, mas com uma capacidade crítica que outro- ra não questionaram. Os Profissionais e Formadores, cientes do seu conhecimen- to e com uma metodologia diferente da que habitualmente usam, conseguem, no fim de cada processo, ficar mais ricos no seu saber e relacionamento humano, já que vivenciam problemas práticos da vida, que nunca na sua existência teriam oportunidade de o fazer, tal a variedade e riqueza humana. Este enriquecimento intelectual e científico, pelo facto de ter que se actualizar constantemente, face ao referencial e para dar resposta cabal ao percurso de vida de cada um, condu- zirá a uma melhor interacção no ensino dito regular, quando chamados a exercer funções. O Processo tem mérito por si só, se exercido com empenho e rigor, al- cançando a qualidade que todos preten- dem. Há um percurso ainda a ser feito e isso obtém-se caminhando, respeitando todos os intervenientes e as diferentes modalidades de Ensino.
  • 12. 60INDÚSTRIA DE MOBILIÁRIO | PAÍS POSITIVO 60SAÚDE | PAÍS POSITIVO Dar a conhecer a excelência e as boas práticas do sector da Saúde a operar em Portugal, no domínio público, privado e social, é o objectivo do Projecto SINAS – Sistema Nacional de Avaliação em Saúde, orientado pela insígnia ‘Melhores Cuidados, Melhores Resultados’. Nesta entrevista, Eurico Castro Alves, Membro do Conselho Directivo da Entidade Reguladora da Saúde, ciente de que a avaliação é ‘uma conquista civilizacional’, revela-nos como começou e como se está a desenvolver este ambicioso projecto, norteado pelos princípios do rigor, transparência e objecti- vidade. O AFIRMAR DE UMA CULTURA AVALIATIVA NA SAÚDE ERS – ENTIDADE REGULADORA DA SAÚDE C riado com base no Decreto-Lei n.º 127/2009, que preconiza a definição deumsistemaavaliativodasunidades desaúdeaoperaremPortugal,oProjectoSI- NAS–SistemaNacionaldeAvaliaçãoemSaú- defoiamaterializaçãodeumaculturadeava- liação organizacional e de desempenho que tem vindo a ser aplicada a diversos sectores económicos,noâmbitodaconsciencialização do consumidor face à oferta disponibilizada. Neste sentido, a Entidade Reguladora da Saúde, no âmbito das suas atribuições, teve comomissãoprimordialcriarumsistemade classificação universal, sob o signo da inde- pendência e norteado pelos valores do rigor, transparência e objectividade, para avaliar pontos estruturantes do funcionamento das unidadesdesaúdecomosendo–aExcelência Clínica,desdobradanasBoasPráticas,aSegu- rançadoDoente,asInstalaçõeseConfortoea SatisfaçãodoUtente. Depoisdoconsensoprévioalcançadonoseio das sociedades científicas da especialidade e dos prestadores envolvidos, para definir os indicadoresdeavaliaçãoautilizar,ocaminho estava aberto para uma viagem que, dentro em breve, Eurico Castro Alves espera que se efectue “a velocidade de cruzeiro”. Poten- ciadopeloconsórcioSiemens/JointCommis- sionInternational,queaportaformatécnicae científica,aoforneceraplataformatecnológi- caeosprincípiosteórico-práticosdaanálise, o Projecto SINAS é integralmente inspirado pelaexcelênciademétodosavaliativos. A AVALIAÇÃO POR INDICADORES E O PROJECTO-PILOTO O Projecto SINAS iniciou-se em 2009 com a especialidadedeOrtopedia–Artroplastiato- taldaancaedojoelho,ondefoitidoemconta umconjuntodedezindicadoresdeavaliação - assente na evidência científica disponível e nas melhores práticas internacionais -, segundo Eurico Castro Alves. A plataforma tecnológica usada nos hospitais é comum, fornecida pelo consórcio Siemens/JCI, ca- bendo à Entidade Reguladora da Saúde a auditoriadosprocessos dosdadosinseridos. “A nível técnico, no decurso do processo deavaliação,aoshospitaisquecumprem osrequisitosbásicosexigíveiséatribuída uma estrela. Depois, verifica-se uma dis- tinção através do processo comparativo dos valores alcançados”. É nesta fase que os hospitais são distribuídos em três gru- pos, correspondendo à avaliação dentro da média, acima da média e abaixo da média. Baseada numa fórmula matemática, a dife- renciação assenta no princípio do ‘Modelo de Oportunidades’, em que, numa amostra de cem doentes, é concedida ao hospital a oportunidade de cumprir com todas as re- grasdefinidasnosindicadoresavaliativos. “NocasodaOrtopedia,amédiasituou-se num valor tão elevado que não identifi- cámos como ‘abaixo da média’ o grupo correspondente, acabando por o asso- ciar ao Nível I de excelência. Neste caso específico estar abaixo da média não implicava ser, necessariamente, um mau resultado”, evoca Eurico Castro Alves. “É porestamesmarazãoqueenquadrámos osresultadosobtidosnumadimensãode ratingenãoderanking,porqueachámos quedavaumefeitoindesejável.Oranking valorizamuitomaisosprimeirosclassifi- cados, sendo que, por vezes, a diferença para as restantes unidades de saúde, em termos reais, é diminuta. Isso cria mal- estar e diminui a auto-estima das insti- tuições”,acrescenta. O objectivo do cálculo de ratings é a compa- ração dos resultados de um dado prestador face a um valor de referência, classificando- os de acordo com o seu desempenho global nos indicadores relevantes para uma dada área clínica. O modelo utilizado, desenvolvi- do pelo consórcio Siemens/Joint Commis- sion International com base na experiência demaisdeumadécadadaJointCommission na implementação de um modelo de rating nos E.U.A., assenta em princípios de elevada objectividade e do maior rigor científico. O valor de referência, que corresponde à per- formance média de todos os prestadores, é a base de comparação face à qual o desem- penho individual de uma dada instituição se pode destacar de forma estatisticamente significativa. De acordo com a existência e sentido da significância, é atribuído um de três níveis de classificação a cada prestador: nível de excelência clínica I, nível de excelên- ciaclínicaIIeníveldeexcelênciaclínicaIII-o que aconteceu na maior parte dos hospitais avaliados. Tendo em conta as especificida- des do tratamento de doentes com patolo- gias complexas, em hospitais de diferentes dimensões e dotados de diferentes níveis de equipamento, existe a possibilidade de retirar doentes complicados da avaliação, de forma a não desvirtuar resultados e a sã competitividadeentreunidadesdesaúde. “Na primeira apresentação de resulta- dos, decorrente de um projecto experi- mental, em que nem tudo correu bem, verificaram-se algumas falhas que não permitiram que as conclusões fossem rigorosas, objectivas e transparentes. Como tivemos dificuldade em perceber se os dados eram absolutamente fiáveis, optámos por não os divulgar”, refere Eu- rico Castro Alves, revelando que, tendo sido dada uma nova oportunidade às unidades avaliadas, se verificou recentemente a publi- caçãodosprimeirosresultados.“Queremos que esta avaliação venha a ser efectuada três vezes por ano, o que permite à insti- tuição comparar-se consigo própria, no seguimento da emissão de um relatório que aponta os pontos fortes e os pontos fracos, bem como os aspectos a ter em conta para melhorar. A instituição de saúdetemapossibilidadederectificaros seus procedimentos e aparecer melhor classificada numa publicação seguinte”, reiteraEuricoCastroAlves. UMCRESCIMENTOESTRUTURADO O processo de avaliação é uma construção modular, na visão de Eurico Castro Alves, que,noseguimentodapublicaçãonofinalde 2010 dos resultados de Ortopedia, anuncia quevãosairnovosdadosavaliativosembre- ve. “Trabalhámos durante todo o ano de 2010 as especialidades de Ginecologia, ObstetríciaePediatria,naperspectivada avaliação,quecomeçaaseraplicadaeste ano, e que produzirá resultados dentro de pouco tempo. As áreas que breve- mente começarão a ser avaliadas são as relacionadas com o tratamento do AVC –AcidenteVascularCerebral),aCardiolo- gia (na perspectiva do Enfarte Agudo do Miocárdio) e a Cirurgia de Ambulatório, nassuasdiversasáreasdeespecialidade. Estas já estão no terreno para arrancar, e esperamos ter resultados a partir do meiodesteano.Estamosaindaaestudar ainclusãodaOncologia,emáreasquese- jamrepresentativas”,afirmaEuricoCastro Alves. Dado o grande crescimento da rede e a im- possibilidade técnica de auditar todos os hospitais, a Entidade Reguladora da Saúde centra a sua acção, por via de amostra, quer nosqueassumemumadisparidadederesul- tados avaliativos, quer aleatoriamente. “Isto paraterapercepção,ircorrigindo,verse não há desvios, ou dados adulterados”, assegura. “Há uma outra missão neste processo da qualmuitasvezesaspessoasnãoseaper- cebem. Em Portugal realizam-se, diaria- mente, centenas de milhares de actos médicos e de tratamentos. Apenas uma percentagem mínima desses actos é que não corre bem, o que representa uma ínfima minoria da globalidade. De uma formageral,oquesefazemPortugal,em termos de saúde, faz-se bem. Temos da mais alta tecnologia, dos melhores mé- dicos e dos melhores enfermeiros que existem”, congratula-se, a finalizar, Eurico CastroAlves. Eurico Castro Alves, Membro do Conselho Directivo da Entidade Reguladora da Saúde
  • 13. PME´S EXCELÊNCIA Dedicada desde 1992 à distribuição de produtos médicos e hospitalares, a partir de Lisboa e do Porto, a Factor Plus é uma empresa dinâmica que tem pautado a sua presença no mercado por um crescimento sustentado. Uma logística eficiente, criteriosa e flexível assegura a cobertura de todo o território nacional. Conversámos com Carlos Ramos, administrador, que se congratula com a atribuição do galardão de PME Excelência em Dezembro passado, como reconhecimento da solidez alcançada pela empresa. UMA VASTA OFERTA NA ÓPTICA DA FLEXIBILIDADE FACTOR PLUS Q uando entrou para a Factor Plus, em 2003, Carlos Ramos conta que abraçou o desafio de administrar uma empresa dotada de uma eficiente rede de distribuição para Portugal Continental, Açores e Madeira, realidade que se mantém, segundo o administrador. “Temos dois centros operacionais, que estão sempre em contacto, assegurando uma logística eficaz. O objectivo é sempre prestar um melhor serviço aos nossos clien- tes”, assegura Carlos Ramos, na pers- pectiva da qualidade, evidenciada na certificação NP EN ISO 9001:2008. Na busca de um equilíbrio financeiro que urgia alcançar, à época, decorrente do hiato entre o momento da entrega e o da cobrança, a Factor Plus optou pelo recurso a uma empresa de factoring, que garante o adiantamento do valor das encomendas, através da concessão de um crédito de curto prazo. Os principais produtos comercializados pela Factor Plus são os designados dis- positivos médicos de uso único. “Temos uma gama completa na área da protec- çãorespiratória,desderespiradoresde partículas, máscaras resistentes à pro- jecção de fluidos, máscaras cirúrgicas e máscaras de procedimentos. A esta, junta-se uma oferta integrada na área das batas esterilizadas, campos e trou- xas cirúrgicas, luvas de nitrilo, folhas de esterilização, material de empaco- tamento dos instrumentos cirúrgicos e produtos para combater as infecções deumaformageraleainfecçãodaferi- da cirúrgica em particular. Temos, ain- da, fraldas para incontinentes, imobili- zadoreseumagamamuitoalargadade agulhas e seringas para administração deinsulinaaosdiabéticos”,enunciaCar- losRamos.Todososprodutosdistribuídos pela Factor Plus estão certificados, deten- do uma declaração de conformidade, que informa a normativa e os testes aos quais foram sujeitos. Estes dados estão integra- dos numa ficha técnica que é fundamental para a valorização do produto, na visão do administrador. Os serviços prestados, para além da en- trega dos produtos, centram-se na área da formação: “Existe não só uma com- ponente comercial, mas também uma componente pedagógica, que abarca a formação, em contexto hospitalar, sobre temas de enquadramento legal e regulamentar associado aos produ- tos que representamos”, refere Carlos Ramos. Neste campo, a Factor Plus tem encetado protocolos com alguns hospi- tais, ao nível das Comissões de Controlo da Infecção Hospitalar, para apresentar, sob a forma de posters, aos corpos técni- cos, médicos e enfermeiros, a aplicabili- dade das máscaras de protecção em di- ferentes contextos. “Colaboramos com uma enfermeira que serve de interlo- cutora com os profissionais de saúde, no sentido de os elucidar acerca de pormenores práticos, que escapam à sua formação de base”, revela o admi- nistrador da Factor Plus. Sobre a recepção do galardão de PME Excelência, por parte da Factor Plus, em Dezembro de 2010, Carlos Ramos considera que “é sempre importante ter este tipo de reconhecimento, so- bretudo quando o mercado é difícil. É um desafio muito grande todos os anos. Penso que a chave para conti- nuar a subsistir desta forma é traba- lhar com uma estratégia bem definida e estarmos muito atentos ao que se passa no mercado. Temos uma gran- de capacidade para nos adaptarmos a eventuais mudanças, de carácter con- juntural, sustentada por uma missão, valores empresariais e recursos hu- manos motivados”, afirma, a finalizar, o administrador da Factor Plus, reiterando: “Temos de ir reinventando métodos e formas, tendo por base a reconhecida qualidade dos nossos produtos”. MARCAS REPRESENTADAS :: Kimberly-clark :: Becton Dickinson :: Grupo Ontex :: Fra :: DJ Orho :: CV Médica Carlos Ramos, Administrador
  • 14. 66INDÚSTRIA DE MOBILIÁRIO | PAÍS POSITIVO 66PME´S EXCELÊNCIA | PAÍS POSITIVO C riada em 1978, pela mão de um engenheiro químico e outros dois sóciosregressadosdeMoçambique, foi a partir da entrada de Alexandre Proen- çaqueaQUIMISERVEconheceuumgrande impulso de desenvolvimento. “A História da empresa está muito ligada a mim. Eu era director numa multinacional e a QUIMISERVE tocava alguns pontos da nossa actividade, embora funcionasse deumaformamuitorudimentar.Quan- do eu saí dessa função, e por iniciativa de um cliente, fui convidado a ter uma reuniãocomaspessoasdaQUIMISERVE. Adquiri um terço da empresa, perma- necendodoisdossóciosfundadores,co- mecei a elaborar uma série de estudos, mas havia um confronto de estratégias com o engenheiro químico, pelo que ficamos dois sócios com 50 por cento cada”,evocaAlexandreProença,recordan- do: “Mais tarde, havia que tomar outro rumo e lancei o repto aos meus filhos para darem continuidade ao meu tra- balho na QUIMISERVE. Eles aceitaram o Assumindo-se como uma referência ao longo de mais de trinta anos de actividade, a QUIMISERVE produz e comercializa uma vasta gama de produtos de limpeza e desinfecção para uso profissional, norteada pelo princípio de ‘trabalhar mais e melhor’ em busca de novas soluções e serviços, como nos conta Alexandre Proença, Sócio-Gerente desta PME Excelência. A VERSATILIDADE DA QUÍMICA AO SERVIÇO DA INDÚSTRIA QUIMISERVE desafio e em 2000 adquirimos ao outro sócio e amigo os 50 por cento, passan- do eles a trabalhar a tempo inteiro na empresa. Mais e melhor equipamento, mais organização, mais estudos deram origem às grandes transformações na Quimiserve”. Um dos factores de sucesso da QUIMISER- VE é, na opinião de Alexandre Proença, o capital humano, composto por 18 colabo- radores, 50 por cento dos quais são licen- ciados,25porcentotêmoníveldo12.ºano e os restantes um outro nível de qualifica- ções, o que, a juntar ao facto de existirem setesenhoras,configuraumarealidadeque “nãoémuitovulgarencontrar”.Questio- nado sobre o segredo da competitividade, Alexandre Proença é peremptório: “Ten- tamos, na realidade, trabalhar bem. Temos no nosso leque de concorrentes empresas multinacionais, mas temos de fazer aquilo que eles não fazem. Há um aspecto em que não podemos com- petir – a capacidade económica -, mas podemos afirmar-nos noutras áreas, como o apoio técnico e a formação gra- tuita – 700 a 800 horas por ano - que damos ao cliente”. A equipa de vendas é integralmente composta por licenciados em Química e por um Agrónomo especia- lizado nessa vertente, todos possuidores do Certificado de Aptidão Profissional de Formador.“Estamoscentralizadosnuma indústria alimentar e agro-alimentar, onde as exigências são muitas, e dete- mos a Certificação de Qualidade NP EN ISO9001:2008”. Alexandre Proença aponta que “com a chamada ‘crise’, as multinacionais re- traem-se ainda mais e dá-se um certo fenómeno de desinvestimento, tradu- zido, inclusivamente, na falta de flexi- bilidade com as necessidades reais dos clientes”. Se for preciso formular um pro- duto personalizado a um cliente específi- co, a QUIMISERVE disponibiliza o serviço. “Analisamos o cliente no seu todo, de forma a apresentarmos uma solução eficaz”, acrescenta. Confiante no futuro, Alexandre Proen- ça revela que a estratégia de sucesso se pautou por uma antecipação dos desafios decorrentes da crise internacional, como o controlo de crédito, o que, segundo o sócio-gerente, “veio trazer outra saúde financeira à empresa”. Em 2009, a QUI- MISERVEcresceu4,6porcentoemrelação ao ano anterior, em 2010 registou um au- mento de facturação a rondar os seis por cento e em 2011 está previsto um incre- mento dentro da mesma grandeza. A fina- lizar, Alexandre Proença afirma: “Perante este cenário assumimos o lema «tra- balhar mais e melhor», sensibilizando todos os agentes para as boas práticas e para a especialização em soluções e serviços para o cliente final”. A QUIMISERVE ÁREAS DE ACTUAÇÃO :: Indústria: Cervejas, Refrigerantes, Águas Minerais, Lacticínios, Vinhos, Carnes, Pada- rias e Pastelarias :: Hotelaria e Restauração :: Metalomecânica PRODUTOS COMERCIALIZADOS :: Produtos de Limpeza e Desinfecção :: Fabrico de Produtos à Medida do Cliente :: Aditivos e Componentes Alimentares :: Colas Industriais de Rotulagem :: Sistemas de Aplicação e Equipamentos :: Consultoria e Formação A QUIMISERVE AO RAIO-X NIPC: 500795908 Capital Social: 150.000,00 € CAE: 20411 / 20420 Objecto Social: Actividades de Produção (Concepção / Desenvolvimento) de Produtos de Limpeza, Desinfecção e Higiene Corporal para a Indústria Alimentar e Agro-Alimentar / Comercialização para outras actividades. Volume de Negócios (2009): 1,8 M€ Alexandre Proença, Sócio-gerente
  • 15. Idealizada por José Luis López e Margot Palma, nuestros hermanos das Ilhas Canárias, a DECORPUBLIC, dedicada à decoração pu- blicitária, comemora este ano o 15.º aniversário de actividade em Portugal, com o galardão de PME Excelência a brindar a eficiente gestão por objectivos e o portfolio invejável de uma empresa que é marcada pela inovação e criatividade. A ALMA DA RENOVAÇÃO A CADA OLHAR DECORPUBLIC L igado à cosmética desde os 20 anos, José Luis López é apresen- tado pela mulher, Margot Palma, como o ‘cérebro’ da empresa. À medi- da que a conversa se vai desenrolando, apercebemo-nos, pelo entusiasmo, da paixão que este coloca no trabalho que faz. “A minha vinda para Portugal é anterior à EXPO’98. Perspectivava- se e veio a comprovar-se o apareci- mento de muitos centros comerciais, o que trouxe muitas encomendas. Ao princípio vim com uma empresa, mas depois desvinculei-me, passan- do a trabalhar sozinho, inicialmente, e depois com algumas pessoas. Cinco anos mais tarde, veio a Margot aju- dar”, recorda o empresário. A alma do negócio está na elaboração de toda a vertente visual de uma marca de cosmética. Da casa mãe vêm as foto- grafias, os layouts e as normas interna- cionais. Depois, localmente, em todos os países, há a necessidade de levar a marca ao ponto de venda e é aqui que entra em cena a DECORPUBLIC. “Nós fazemos toda a parte de composição e artes finais, produzimos o material e entre segunda-feiraànoiteeterçademanhã temos o nosso trabalho espalhado por todo o país”, refere José Luis López. Seja uma montra, uma caixa de luz de um stand institucional, a aplicação de logóti- pos ou as animações nos pontos de venda, a DECORPUBLIC coloca aos olhos do con- sumidor o material que as marcas com- binam com as redes de retalho. Parceira exclusiva da multinacional Sephora para o mercado português, a DECORPUBLIC co- laboracomumconjuntoalargadodecasas de cosmética que exigem uma renovação constante dos pontos de venda. A parceria com a Sephora, conta Margot Palma, surgiu na base de uma experiên- cia consolidada, porque “a forma de tra- balhar da Sephora é muito complexa, dado que representa muitas marcas em Portugal e tem de haver uma uni- formização decorativa dos espaços. Como já temos uma longa história de ‘parceria’comaSephora,amarcaabriu um concurso ao qual nos candidatá- mos e vencemos. Desde 2008 ficámos responsáveis por reestruturar quinze- nalmente a imagem gráfica de todas as 17 lojas em Portugal”. Este processo é efectuado com recurso a equipas externas e a parcerias, bem como a freelancers que estão espalhados por todo o país. A DECORPUBLIC tem um volume de tra- balho a rondar os 70 por cento na área de decoração do ponto de venda, sendo a restante quota repartida entre a cons- trução de stands fixos para feiras, ao nível da imagem corporativa, e a decoração de eventos, que, na opinião de Margot Pal- ma, “constitui a vertente mais criativa de todo o core-business da empresa”. Certo de que “o cliente é sempre o mes- mo, as necessidades é que variam”, ao nível do desejo, iniciativa ou apresentação, JoséLuisLópez,consideraque“amais-va- lia da DECORPUBLIC é surpreender as marcascomnovassoluções,recorrendo a uma vasta oferta de materiais e ten- dências que vão surgindo no mercado. A associação de um produto a uma per- sonalidade icónica, do desporto ou da moda, por exemplo, é uma marca iden- titáriaquereforçaonossotrabalho”. Sobre o PME Excelência, Margot Palma re- vela que sempre acreditou na obtenção do galardão, tendo entusiasmado o marido, José Luis López, para a conquista. “O meu passado profissional em Espanha pas- sou pela gestão de projectos de inova- ção tecnológica Universidade-Empresa. Nestesprojectossempresetrabalhaem parceria com instituições homólogas do IAPMEI, daí que eu conhecesse os apoios ao fomento das empresas o que, no nosso caso, alcançou o sucesso, no seguimento de uma bem estruturada gestão de objectivos, com que sempre trabalhámos”, assegura Margot Palma. A finalizar, José Luis López, questionado so- breolimitedaimaginação,revelaque“não existe enquanto os clientes e os pontos de venda permitam usar a criatividade comtodoopotencial”. Margot Palma e José Luis López NÓS FAZEMOS TODA A PARTE DE COMPOSIÇÃO E ARTES FI- NAIS, PRODUZIMOS O MATE- RIAL E ENTRE SEGUNDA-FEIRA À NOITE E TERÇA DE MANHÃ TEMOS O NOSSO TRABALHO ESPALHADO POR TODO O PAÍS
  • 16. 68INDÚSTRIA DE MOBILIÁRIO | PAÍS POSITIVO 68PME´S EXCELÊNCIA | PAÍS POSITIVO “A empresa começou co- migo e com outras duas pessoas em Janeiro de 1992. Desse conjunto de sócios que esteve na génese da empresa só res- to eu. Começámos na área das infra- estruturas, que estava muito forte nessa data em Portugal, mas depois evoluímos para uma componente muito diversificada da actividade”, evoca Manuel Brites, definindo que “na ECOCIAF a construção civil é trans- versal a muitos sectores”, a saber – Concepção / Construção, Recuperação e Reabilitação, Arranjos Exteriores e as próprias Infraestruturas Gerais, que lhe deram o primeiro impulso neste com- petitivo mercado. A História da versatilidade começa a contar-se quando Manuel Brites se apercebeu de que a aposta exclusiva na área das infraestruturas, não tinha futuro, começando a redireccionar o negócio para projectos de engenharia e construção, para além da actividade constante no sector da construção civil, em termos de edificação. “A empresa cresceu, ganhou estrutura e feliz- mente que os nossos projectos cor- reram bem. Talvez pelas dificuldades que houve no início, tornei-me mui- to conservador no negócio e na ma- nutenção de rácios financeiros que eu pugnei por manter sempre, para ter uma empresa capacitada a todos os níveis. Não só a nível de estrutu- ra interna dos meios técnicos, mas também em termos financeiros”, assegura ao administrador, estando certo de que não estranha a atribuição do galardão de PME Excelência, porque “resulta de um certo caminho que se foi trilhando”. O grande volume de negócio centra- do na Concepção / Construção resulta de uma aposta na personalização dos projectos à medida dos clientes, em que a obra final é entregue com ‘chave na mão’ para clientes. Encarada como uma área estratégica para a ECOCIAF, Manuel Brites aponta exemplos desde hangares a edifícios industriais, pas- sando por complexos de organismos do Estado, onde pontuam escolas, uma aposta recente. “Esta vertente é fundamental. Pensamos que somos competitivos, julgamos que temos Fundada há 19 anos, em Lisboa, a ECOCIAF iniciou a sua actividade no domínio das infraestruturas. A filosofia de trabalho, assente em pilares fundamentais como a Modernidade, o Rigor e a Segurança, como nos revela Manuel Brites, administrador, granjeou a satisfação e a confiança dos clientes, bem como a consolidação financeira que hoje torna a empresa num reputado «player» do mercado nacional da construção civil e obras públicas. REINVENTANDO A CONSTRUÇÃO NA BASE DA VERSATILIDADE ECOCIAF EM TERMOS DE FUTURO, GOSTARÍAMOS MUITO, ESTAMOS A APOSTAR E JULGO QUE TEMOS MEIOS PARA APOSTAR NO SEC- TOR DA REABILITAÇÃO URBANA Manuel Brites, Administrador
  • 17. algum know-how do negócio e esta- mos certos de que é preciso poten- ciar os projectistas numa dimensão de versatilidade para que os projec- tos sejam optimizados”, certifica o administrador. A Recuperação de edifícios é “uma área com um potencial enorme”, na visão de Manuel Brites, que atesta o empenho da ECOCIAF neste mercado. “Temos experiência e temos feito projectos muito interessantes. Em termos de futuro, gostaríamos muito, estamos a apostar e julgo que temos meios para apostar no sector da reabilita- ção urbana. Em termos de formação interna, estamos a desenvolver algu- mas acções nesse sentido. No entan- to, não passa de uma aposta para dar continuidade a um caminho já inicia- do, em obras que são únicas. Temos A EMPRESA CRESCEU, GANHOU ESTRUTURA E FELIZMENTE QUE OS NOSSOS PRO- JECTOS CORRERAM BEM. TALVEZ PELAS DIFICULDADES QUE HOUVE NO INÍCIO, TORNEI-ME MUITO CONSERVADOR NO NEGÓCIO E NA MANUTENÇÃO DE RÁCIOS FINANCEIROS QUE EU PUGNEI POR MANTER SEMPRE, PARA TER UMA EMPRESA CAPACITADA A TODOS OS NÍVEIS NA ECOCIAF A CONSTRU- ÇÃO CIVIL É TRANSVER- SAL A MUITOS SECTORES muito património abandonado que necessita de ser revitalizado para ga- nhar valor e atractividade”, afirma. Há cinco anos, na base de um conjunto de metas a atingir, foi perspectivada a implementação da certificação da qua- lidade, concretizada no início do ano passado, sob a referência NP EN ISO 9001:2008, que Manuel Brites deseja honrar, em nome da ECOCIAF, numa base de melhoria contínua. A Respon- sabilidade Social é outro dos princípios fundamentais à visão estratégica que a empresa tem assumido perante os seus colaboradores, numa base de estabili- dade do efectivo. A relação de grande proximidade com os subempreiteiros, vistoscomoumacontinuaçãonaturaldo trabalho desenvolvido dentro de portas é, por ventura, um dos factores de su- cesso e replicação das boas práticas no terreno e o vértice da trilogia Qualida- de – Responsabilidade - Proximidade. Adepto do carácter experimentalista, mas seguro, dos projectistas externos à empresa, Manuel Brites acredita em projectos à medida da vocação de cada profissional a que recorre, o segredo do amplo nível de sucesso assente no ca- rácter distintivo da obra feita.