O documento apresenta duas versões da fábula "O Lobo e o Cordeiro" de Fedro. Na primeira versão, um lobo faminto procura um pretexto para atacar um cordeiro indefeso bebendo água em um riacho. Apesar das tentativas do cordeiro de se defender, o lobo o mata sem piedade. Na segunda versão, a história se desenrola de forma semelhante, com o lobo procurando um motivo falso para atacar o cordeiro. Ambas as versões ilustram como os poderosos oprimem
1. E.E.”Dr JOAQUIM VILELA”
ATIVIDADE DE ESTUDOS ORIENTADOS DE LINGUA PORTUGUESA
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ALUNO (A):___________________Nº___ SÉRIE: _______
PROFESSOR: _______________ VALOR: _____
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1. Tradução de Antonio Inácio de Mesquita Neves, da fábula de Fedro 2. Tradução do Barão de Paranapiacaba,
(1884). do original de La Fontaine.
O LOBO E O CORDEIRO1 O LOBO E O CORDEIRO
É fácil oprimir o inocente Na límpida corrente de um ribeiro
Por sede ardente impelidos Mata a sede um cordeiro.
O feroz Lobo e o Cordeiro Chega um lobo em jejum que a fome
Tinham vindo saciar-se atiça,
Na corrente de um ribeiro: A farejar carniça.
Água arriba aquele estava, “Ousas turvar-me as águas, malcriado?”
Longe – abaixo este ficava. (Uiva o lobo irritado).
Súbito, as fauces inchando, “Rogo, senhor, a Vossa Majestade,
O quadrúpede voraz E com toda a humildade,
Busca de rixa um pretexto Que não se zangue com seu pobre servo;
E assim prorrompe falaz: Pois, respeitoso, observo
- “Por que turvas revolvendo Que embaixo e no declive estou bebendo,
Est’água que estou bebendo?” E a água vem descendo.”
Contesta o manso cordeiro: “Turvas (retruca o bárbaro animal):
- “Como, ó Lobo, ser assim, Demais, falaste mal,
Se a clara linfa que sorvo Há seis meses, de mim.”
Corre de ti para mim?” “Não é verdade;
Desta verdade a evidência, Conto só três de idade;
Susta do bruto a inclemência. Não tinha inda nascido.”
- “Há seis meses murmuraste “Pois então
De mim”, replica o insofrido. Falou um teu irmão.”
- “Não pode ser, porque ainda “Não o tenho”.
Eu não havia nascido.” “Foi um dos teus parentes,
- “Que importa!? Se és inocente, Que me têm entre dentes;
Foi teu pai o maldizente2 E eu vingo-me de vós – cães e pastores,
E cerval, inexorável, Que sois tão faladores.”
Sem que a inocência lhe importe, Disse, e sobre o cordeiro se despenha
Lacera-o, ‘té dar-lhe a morte. E o conduz para a brenha,
Nesta fábula o retrato Onde o come do mato no recesso,
Se exibe dos prepotentes Sem forma de processo
Que com frívolos pretextos Quando a razão do mais forte predomina
Oprimem os inocentes. Esta fábula ensina.
Notas de esclarecimento: