1. Tiago Ferreira 11º I
Carta de Amor
Nem os deuses repararam,
um episódio tão inoportuno.
Olimpo tão oco e calado,
poeta meio-cego faz alusão
a beldades do rio que agora ignoro.
Chamem-me calafrios do ano passado,
eu hoje não estou para atender essa andorinha.
Tudo começou, e se começou?
Há tempos dos dias que passaram
houvera um corajoso independente,
pairava pelo ar e observava
uma melodia
que até o órgão parou.
E digo que não!
O órgão que sabe amar,
não o órgão que dá ao amar,
um sentido da palavra.
E que sentido esse,
surge no inconsciente
e persegue-me a vida inteira
tornando o meu azul, mais azul
que o vermelho, que agora pinga
no meu diário gráfico.
Viajemos para a terra do centro,
dos arredores, do bem-estar,
da capital, das escolas do meu pensar.
No hábito de viver esconde-se uma colina
que traz sombra aos demónios
da minha ruína.
É de noite,
um pobre coitado
passeia nas trevas da calçada,
tropeça em vícios de quem o chateia,
dá festas à besta
que lhe suja a casa,
insulta-se nos espelhos da sociedade,
mas carrega dois amores
de cerâmica preta,
no bolso de trás.
E não é que se abre um portal,
comete-se uma injúria
quebro acordos com o velho.
2. Há duas opções,
simples,
como areia e mar,
Sol e Lua,
terra e céu,
cão e gato,
Beijo ou casa?
Pura ignorância!
Não há destino que trave aquelas duas pretas
entregues a uma donzela sorridente,
que não ama o cavaleiro.
Bate o pé, vai e sorri,
demente.