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Segurança na Construção Civil NR 18
Prevenção e Controle de Perdas
1- INTRODUÇÃO:
Um breve retrospecto histórico seria o suficiente para se inferir que o prevencionismo, em
seu mais amplo sentido, evoluiu de uma maneira crescente, englobando um número cada
vez maior de fatores e atividades, desde as precoces ações de “reparação” de danos
(lesão) ,até uma conceituação bastante ampla, onde se buscou a prevenção de todas as
situações geradoras de efeitos indesejáveis ao trabalho. As atividades que transcendem
de longe a pura “prevenção de acidentes ”como definidas duas ou três décadas
passadas.
Ainda , pode-se notar que essas abordagens se assemelham em seu objetivo de “controle
de danos” , ou “controle total de perdas” etc , porém diferem em aspectos básicos .
Assim , há uma corrente que é fortemente baseada no aspecto administrativo de
prevenção, conjugando as “velhas técnicas” a algumas outras mais recentes, mas
enfatizando a ação administrativa de controle e procurando desse modo fornecer uma
“roupagem” nova à questão.
A outra corrente é derivada de um enfoque mais técnico da inoportunista , e que procura
dar soluções técnicas, a problemas técnicos pode-se dizer que mais uma vez os
subprodutos da corrida espacial ofereceram abundantes e proveitosas aplicações na vida
em geral . Os engenheiros de segurança de sistemas e as técnicas aí aplicadas surgiram
da necessidade imperiosa de segurança total, em uma área onde não se poderiam correr
riscos.
Muitas técnicas foram desenvolvidas com o correr do tempo, dirigidas ao campo
aeroespacial, automotivo e indústrias de apoio as quais , notou –se depois, seriam
igualmente úteis nas áreas “civis” de riscos, as técnicas de segurança de sistemas foram
assim apresentadas pouco a pouco ao prevencionismo civil, já na década de sessenta, e,
ainda hoje, essa infiltração é incipiente, havendo pouca literatura que as reúna ,
principalmente quando as suas aplicações diretas na prevenção do dia – a – dia .
Muito se tem divulgado sobre prevenção de danos , prevenção de perdas e controle total
de perdas; em alguns casos, os termos tem sido usados para substituir a palavra
segurança , isto tem dificultado sobremaneira a compreensão do assunto.
2.1 ESTUDOS REALIZADOS
Diversos autores desenvolveram estudos no sentido de melhorar a compreensão do
problema, propor metodologias para mudança de estilo e aferir resultados.
2.1.1 ESTUDOS DE H.W. HEINRICH
Heinrich , em 1931 , efetuou uma pesquisa que revelou a relação 4.1 entre os custos
segurados (diretos ) e não segurados (indiretos) de um acidente . Esse valor , muito
difundido e repetido foi obtido para a média industrial americana, e não era seu propósito
usá-lo em todos os casos, como estimativa do custo de acidentes.
Afinal , o que significam estes termos ? Quais suas origens? Quais suas aplicações? As
respostas não são difíceis, se não vejamos: Podemos distinguir hoje dois estilos de
programas de segurança.
Sendo o mais difundido deles, conhecido como “tradicional”. Este modelo base-a se em
princípios bastante limitados, quais sejam: 8
Segurança na Construção Civil NR 18
Prevenção de lesões pessoais;
Atividades reservada para órgãos e pessoal especializados;
Ações reativas, baseados em acidentes passados;
Aceitação do acidente como fato inesperado e de causas fortuitas e/ ou incontroláveis.
A orientação de programas com esta estrutura acaba por limitar as atividades de
segurança, levando as empresas á estagnação de resultados, não conseguindo o
engajamento por parte dos empregados, das chefias e da supervisão. Estas conclusões
constam de trabalho de autores de renome mundial, trabalho estes que objetivaram a
intensificação das atividades de segurança nas empresas e na obtenção de resultados
mais positivos nas suas estatísticas e nos seus custos . Analisados os aspectos citados
em profundidade os autores lançaram o que se poderia chamar de “doutrinas” preventivas
de segurança. As obras desses autores contêm visões diferenciadas sobre os acidentes,
bem como as atividades de segurança para preveni- los seus trabalhos, embora
diferentes, têm como ponto comum o princípio de que a atividade de segurança só é
eficaz quando está primordialmente dirigida para o conhecimento e atuação nas causas
dos acidentes , envolvendo nesse processo toda a estrutura organizacional.
A Prevenção e Controle de Perdas se constituiu num conjunto de diretrizes técnicas e
administrativas, que considera que os acidentes são evitáveis, se ações gerenciais
adequadas forem tomadas. Considera que as perdas provocadas pelos acidentes têm
causas semelhantes ás causas de outros perdas empresariais tais como produtos fora de
especificação, agressão ao meio ambiente, perdas de materiais, desperdícios, etc.
A divulgação e aplicação cada vez maior das metodologias de análise de segurança de
sistemas vêm consolidando o conceito de que a prevenção e controle de perdas é uma
diretriz de posturas técnicas e administrativas, com o objetivo principal de conhecer os
riscos de uma atividade e promover medidas para o seu controle.
Sabe-se que essa relação pode variar desde 2,3:1 até 01:1, o que apenas evidencia a
necessidade da realização de estudos específicos , pois esta relação é uma característica
não só de cada empresa, mas também da forma pela qual a empresa encara os
investimentos na área de segurança. Naquela época , Heinrich introduziu pela primeira
vez a filosofia de acidentes com danos á propriedade (acidentes sem lesão) em relação
aos acidentes com lesão incapacitante sua investigação apresentou como resultado:
A proporção do estudo de HEINRICH mostra que para cada 1 acidente que provocava
uma lesão incapacitante, ocorria 29 acidentes que provocavam lesões menores (lesão
não incapacitante ) e também ocorriam 300 acidentes sem lesão, apenas provocando
danos à propriedade. Uma das sugestões mais sensatas nesta época foi de que as
empresas deviam promover medidas tão importantes ou mais do que aquelas que
visassem a proteção apenas social dos seus empregados; no seu entender, as empresas
deveriam efetivamente partir para evitar os acidentes ou seja , as perdas materiais
sofridas pelas empresas, ao final das contas tinham causas semelhantes aos dos
acidentes pessoais . Desta s observações surgiram na área de segurança “SLOGANS”
que já eram utilizados fora do trabalho como: “Segurança em primeiro lugar”, “ Perca um
minuto de sua vida mais não perca sua vida em um minuto”, e outros do mesmo teor.
2.1.2 ESTUDOS DE FRANK BIRD JR.
9
Segurança na Construção Civil NR 18
O trabalho de Bird teve o mérito de apresentar, com dados e projeções estatísticas e
financeiras, as perdas materiais e pessoais sofridas pela empresa , ao invés de
simplesmente apregoar SLOGANS como era tradição na época.
Em 1966, o norte americano Frank Bird Jr concluiu um estudo envolvendo 90.000
acidentes , sendo 75.000 acidentes com danos propriedade e 15.000 acidentes com
lesões incapacitantes. Bird baseou sua teoria de “controle de danos” a partir da análise
desses 90.000 acidentes ocorridos numa empresa metalúrgica americana (LUKENS
STEEL COMPANY) durante um período de mais de 7 anos chegando à seguinte
proporção:
A proporção do estudo de Bird mostra que para cada 1 acidente que provoca uma lesão
incapacitante, ocorria 100 acidentes que provocavam lesões não incapacitantes e
também ocorriam 500 acidentes com danos à propriedade.
2.1.3 CUSTOS DOS ACIDENTES COM DANOS À PROPRIEDADE.
Desde 1915, quando o primeiro diretor de Segurança e Bem- Estar foi nomeado na
LUKENS STEEL, reduziram-se os índices de lesões incapacitantes de 90 por milhão de
horas-homem trabalhada ,a 2, em 1954 . Todavia, nesse ano, foi verificada a existência de
sérios acidentes com danos à propriedade.
Durante os 5 anos que se seguiram, o departamento de segurança estabeleceu controles
para medir os custos , preparou programas e informou a gerência os grandes danos que
ocorriam na empresa. Em 1956, a gerência reconhecendo a importância do problema
autorizou a incorporação dos acidentes com danos à propriedade aos programas já
existentes de prevenção de lesões.
Três anos depois por terem sido satisfatórios os resultados obtidos, foi adotado o ano
“1959” como base de comparação para o futuro. Nesse mesmo ano , o próprio BIRD
efetuou uma investigação na mesma LUKENS STEEL , verificando que o custo de
acidentes com danos à propriedade, naquele ano havia sido de US$ 325.545,00 por
milhão de horas-homem trabalhadas.
Nos 10 anos subsequentes o programa de controle de todos os acidentes incluíram os
90.000 acidentes, com lesão e/ou com danos a propriedade , que originaram a proporção
de BIRD.
O custo dos acidentes com danos à propriedade, em 1965, foi de US$ 137.832 por milhão
de horas –homem trabalhadas, portanto, houve redução de US$187.713,00.
Durante esse período de 10 anos não houve uma diminuição significativa da taxa de
frequência , porém, a taxa de gravidade decaiu 50%. Tomemos agora um caso modelo *,
e vejamos como pode ser realizado um estudo envolvendo a problemática dos custos de
acidentes, aplicando a proporção de BIRD .Consideremos uma empresa X e seus
acidentes durante um ano tivemos:
ASO MODELO
Lesões incapacitantes..........................................................71.
Lesões que requerem assistência médica...........................416.
Lesões que requerem primeiro socorros...........................9.706.
Números de trabalhadoras................................................2. 580.
Horas-homem-trabalhadas.............................................. 3.750.000.
Prêmios de seguros.........................................................US$208.300,00.
10
Segurança na Construção Civil NR 18
CUSTO INDIRETO MEDIO DAS LLESÕES:
Por lesão incapacitante US$ 52,00.
Por lesão- Assistência Médica US$ 21,50.
Por lesão- Primeiro Socorros US$ 3,10.
Custos dos Acidentes Materiais US$ 325.545,00/10 H.H.T.
Aplicando estes custos no nosso caso, temos:
71 Lesões incapacitantes a US$ 52,00 US$ 3.692,00.
416 Lesões –Assistência Médica a US$ 21,50 US$ 8.944,00.
9.706 Lesões- Primeiros Socorros US$3,10 US$ 30.088,60
TOTAL- Custos Indireto Médio das Lesões US$ 42.724, 60.
Assim, tendo-se em conta as estatísticas do caso modelo e aplicando-se a proporção de
BIRD , verifica-se que naquele ano:
O número estimado de acidentes com danos à propriedade foi de 35.500(71x500).
O custo total dos acidentes com danos à propriedades daquele ano , pode ser obtido
utilizando-se como referência o custo dos acidentes com danos materiais 1959, ou seja ,
US$ 324.545,00 por milhão de horas-homem-trabalhadas.
Então temos:
US$ 352.545,00 x 3.750.000 = US$ 1.220.793,70.
1.000.000.
O que equivale a US$ 34,39 para cada um dos 35.500 acidentes com danos à
propriedades.
* Publicado , entre outras, na revista “NOTÍCIAS DE SEGURIDADE”; 34(5)-4,38,maio
1972 (vide Bibliografia).
O custo total aos acidentes é : US$
- Prêmios de seguros 208. 300, 00.
- Custo indireto das Lesões 42. 724, 60.
- C usto dos danos à propriedades 1.220 .793 ,70.
- Custo total estimado 1.471 .818 ,30.
A proporção entre os custos indiretos (não segurados) e os diretos (segurados),neste
modelo, e de 6,1 para 1 (US$1.263.518,30: US$ 208. 300,00).
A figura a seguir mostra esquematicamente que os custos diretos (segurados) dos
acidentes e apenas uma pequena parcela ( ponta de um “ICEBERG”) do custo total dos
acidentes , incluindo os acidentes, com danos à propriedade, nota-se claramente que uma
empresa perde muito com os custos indiretos dos acidentes que nem, sempre são fácies
de serem qualificados, contudo representam a maior parte do custo total dos acidentes.
Tais custos tem por objetivo dar uma ideia de como cada empresa pode estimar os seus
individuais. Certamente, a utilização da proporção 6,1:1 do modelo, não será mais
significativa do que a proporção de 4.1 de HEINRICH!. 11
Segurança na Construção Civil NR 18
Os 4 aspectos básicos do programa de “CONTROLE DE DANOS” , proposto por BIRD , e
colocado em prática foram:
INFORMAÇÃO .
INVESTIGAÇÃO.
ANALISE.
REVISÃO DO PROCESSO.
2.1.4 Estudos realizados pela “INSURANCE COMPANY OF NORT AMERICANA”. (ICNA).
Prosseguindo a narrativa dos estudos realizados , verificamos que em 1969, a (ICNA) ,
analisou 1.753.498 casos , informados naquele ano por 297 empresas, que empregavam
1.750,000 trabalhadores , chegando a uma relação mais precisa que a de BIRD (figura à
seguir).Estes estudos tem sido considerados importantes por dois aspectos principais :
a) Os dados são mais precisos e representativos que os obtidos anteriormente pelos
outros autores;
b) Introduziu nas estatísticas, números relacionados aos quase acidentes.
Como vemos os resultados obtidos mostram que para cada acidente com lesão grave
havia 10 acidentes com lesão leve , 30 com danos à propriedade e 600 quase-acidentes.
No aspecto dos fatos já acontecidos , os quase acidentes nos revelam potenciais
enormes de acidentes, sem que tenha havido a perda pessoal ou não pessoal. Não se
concretiza portanto, neste caso a polêmica visão direcionada econômico-financeiro da
atividade . Se o acidente “ quase houve”, a perda também “quase aconteceu” e se houve ,
poderia tanto ser pessoal como material.
2.1.5 ESTUDOS DE JOHN A. FRETCHER (controle total de perdas).
Em 1970 , no Canadá , JOHN A. FRETCHER, em conjunto com H. M. Douglas ,
prosseguindo a obra iniciada por BIRD, propôs o estabelecimento de programas de
“CONTROLE TOTAL DE PERDAS”, objetivando reduzir ou eliminar todos os acidentes
que possam interferir ou paralisar o sistema.
Esses programas, incluíam ações de prevenção de lesões , danos e equipamentos,
instalações e materiais , incêndios , contaminação de ar, entre outros.
Os estudos desses dois especialistas aprofundaram os trabalhos de BIRD, aplicando os
Princípios do Controle de Danos a todos os acidentes com as máquinas , materiais,
instalações, meio ambiente , etc. Ou seja , os programas de controle total de perdas
completam todo e qualquer tipo de evento que interfira negativamente no processo
produtivo prejudicando a plena utilização do pessoal, máquinas, materiais e instalações.
12
Segurança na Construção Civil NR 18
Esta “doutrina” e a que se aproxima dos programas mais modernos de segurança
aplicados nas empresas. É preciso não esquecer entretanto, que apesar de generalizar as
atividades para outros campos não pessoais , os acidentes pessoais são parte integrante
dos programas de segurança que seguem esta filosofia .
2.1.5 ESTUDOS DE WILLIE HAMMER (Segurança de Sistema ).
No entanto , pelo estudo dos programas de “Controle de Danos” de Bird, e “ Controle de
Perdas” de Fretcher, conclui-se que foram definidos como sendo unicamente práticas
administrativas, quando na realidade, os problemas inerentes a prevenção de perdas
exigiam e exigem soluções essencialmente técnicas.
Diante desta exigência, criou-se, a partir de 1972 uma nova mentalidade fundamentada
nos trabalhos desenvolvidos pelo engenheiro Willie Hammer, especialista em Segurança
de Sistemas , cuja experiência na Força Aérea e nos programas espaciais norte-
americanos permitiu reunir diversas técnicas ali utilizadas que , após a adaptação e
aplicação na indústria, demonstraram ser de grande valia na preservação dos recursos
humanos e materiais dos Sistemas de Produção.
Foi Hammer quem primeiro alertou para a necessidade de dar aos enfoques de
administração e de resultados em esforço complementar do ponto de vista de
engenharia . dizia ele que as atividades administrativas eram muito importantes , mas que
existiam problemas técnicos que teriam obrigatoriedade que ter soluções técnicas.
Os acidentes provocados por mau projeto ou materiais deficientes, por exemplo , só
pararão de atingir pessoas ou instalações se forem estudados e solucionados
tecnicamente . Do ponto de vista dos estudos precedentes isto pode até não ser difícil já
que basta incluir nas atividades administrativas os órgãos técnicos , com atribuições
claras , complementando as ações gerenciais e de controle, nos programas de segurança
. Os estudos de Hammer, ajudaram a compreender melhor os chamados erros humanos.
Muitos desses são provocados por projetos deficiente e que , por isso mesmo deveriam
ser debitados a organização e não ao executante .
2.1.6 ESTUDOS DE DECICCO E FANTAZZINI.
Desde 1975, os dois pesquisadores brasileiros, vem desenvolvendo sobre o assunto.
Os livros de suas autorias, “INTRDUCAO A ENGENHARIA DE SEEGURANÇA DE
SISTEMAS” e “PREVENÇÃO E CONTROLE DE PERDAS”- Uma abordagem integrada ,
mostram resultado de seus estudos e marca o início da divulgação do enfoque
prevencionista voltado para danos à propriedade bem como introduz as técnicas de
segurança em sistema.
2.1.7 ENFOQUE ATUAL.
Atualmente , as perdas de uma empresa , assumidas de acidentes pessoais ou com
danos a propriedade estão sendo tratados no enfoque de “Gerenciamento de RISCO” ou
dentro da dimensão do controle de qualidade total (Qualidade , Custo, Entrega
,Moral,Segurança).
13
Segurança na Construção Civil NR 18
DIMENSÕES DA QUALIDADE TOTAL
PESSOAS ATINGIDAS
f) Empregados , chefias e supervisão pouco engajados e/ou pouco comprometidos com
atividades e resultados de segurança;
g) Um programa de segurança convencional não pode ser descrito como um
procedimento global, baseado em técnicas e ciências dos diversos ramos da Engenharia ,
e onde se detectam riscos potenciais e se promovam ações antes que ocorra o acidente
(evento catastróficos).
INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES
A PROCURA DAS CAUSAS DO ACIDENTES
Quando um acidente ocorre, quer seja grave ou não , devemos , como componentes da
CIPA, analisá-lo profundamente com o objetivo de agir eficazmente no sentido de evitar a
sua repetição. Faz –se necessário lembrar que a finalidade da investigação não é a de
procurar um culpado ou um responsável , mas encontrar as causas que contribuíram
direta ou indiretamente para a ocorrência do acidente. O local da ocorrência deve
permanecer sem alteração, para que as condições do momento sejam perfeitamente
identificadas pelo Supervisor de segurança da empresa, acompanhado da chefia do local
e de Cipeiros. Até a chegada da segurança , o encarregado deve iniciar a coleta de dados
que servirão como ponto de partida para um exame pormenorizado.
Como roteiro básico na investigação podemos nos valer das perguntas seguintes:
• O que fazia o trabalhador no momento imediatamente anterior à ocorrência?
• Como aconteceu?
• Quais foram as consequências?
• Quais as causas que contribuíram direta ou indiretamente para a ocorrência do
acidente?
• Quando ocorreu?(data e hora)
• Onde ocorreu?(especificando o setor ou seção).
• Quanto tempo de experiência na função tinha o acidentado?
IMPORTANTE : Na medida do possível o acidentado deve ser envolvido na investigação
do acidente.
FONTE DA LESÃO
Em uma investigação, após saber qual a parte do corpo que foi lesada, procura-se
identificar aquilo que contato com a pessoa determinou a lesão, isto é, busca-se
determinar o agente ou fonte da lesão.
Podem ser ácidos e outros produtos químicos, uma ferramenta, parte de uma máquina ,
materiais incandescentes e os excessivamente quentes, arestas cortantes, corrente
elétrica, superfícies abrasivas, etc.
A determinação da fonte da lesão é um dado fundamental na investigação de acidente.
14
Segurança na Construção Civil NR 18
FATOR PESSOAL DE INSEGURANÇA
As pessoas, pelo seu modo de agir, como indivíduos ou profissionais, cometem atos
inseguros ou criam condições insegurança ou colaboram para que elas continuem
existindo. Devem ser apurados e anotados no relatório de acidentes, os fatores pessoais
que estiveram presentes no momento em que ele ocorreu. Os fatores pessoais de
insegurança ficam evidentes quando o individuo apresenta desconhecimento dos riscos
de acidentes, treinamento inadequado, falta de aptidão ou interesse pelo trabalho,
excesso de confiança, incapacidade física para o trabalho etc.
NATUREZA DA LESÃO
No relatório de acidente deve constar o tipo da lesão que ocorreu. As lesões que mais
comumente ocorrem:
(a) Contusão : é a decorrente de um traumatismo sobre qualquer região do organismo,
sem que ocorra rompimento da pele.
(b) Entorse: é a ocorrida na articulação dos ossos e provocada por um movimento
anormal ou exagerado.
(c) Luxação : é a que ocorre quando os ligamentos de uma articulação óssea são
forçados além do normal e os ossos articulados ficam fora de posição.
(d) Fratura : é a que ocorre quebra de um osso do esqueleto humano. Ela pode ser
simples , sem ferimento de pele, ou exposta, com ferimento da pele através do qual o
osso fica exposto.
(e) Ferimento: é em que ocorre rompimento da superfície da pele dando origem a uma
hemorragia.
NOTA – Em caso de exposição a radiação ionizante, o período de observação poderá ser
dilatado até 10 dias.
5.2.7 REÇÃO A TRATAMENTO – A ocorrência de incapacidade resultante exclusivamente
de reação a medição e , tratamento supostamente adequado de lesão não incapacitante
não implicará em que esta seja
5.2.8 OUTRAS LESÕES – Deve ser considerada lesão pessoal, se ocorrer por força do
trabalho e durante o mesmo :
a) lesão infligida propositadamente por outra pessoa ;
b) lesão provocada por animal ( mordedura, picada, etc).
c) lesão resultante de condição térmica ambiente ;
d) lesão cutânea , tal como dermatite de contato produzida por substância química ou
planta venenosa ;
e) incapacidade muscular ou esquelética, bursite, tenossinovite, etc.
15
Segurança na Construção Civil NR 18
5.2.9 AGRAVAMENTO DE LESÃO – Se uma lesão pessoal for agravada devido a
infecção ou tratamento impróprio, seja este profissional ou leigo, no trabalho ou fora dele ,
a lesão deverá ser classificada de acordo com a extensão final da incapacidade
decorrente.
5.2.10 LESÃO OCORRIDA FORA DO SETOR DE TRABALHO DO ACIDENTADO – A
lesão sofrida por acidentado trabalhando por empréstimo em outro setor, será computada
nas estatísticas em que o acidente tenha ocorrido.
16
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  • 1. Segurança na Construção Civil NR 18 Prevenção e Controle de Perdas 1- INTRODUÇÃO: Um breve retrospecto histórico seria o suficiente para se inferir que o prevencionismo, em seu mais amplo sentido, evoluiu de uma maneira crescente, englobando um número cada vez maior de fatores e atividades, desde as precoces ações de “reparação” de danos (lesão) ,até uma conceituação bastante ampla, onde se buscou a prevenção de todas as situações geradoras de efeitos indesejáveis ao trabalho. As atividades que transcendem de longe a pura “prevenção de acidentes ”como definidas duas ou três décadas passadas. Ainda , pode-se notar que essas abordagens se assemelham em seu objetivo de “controle de danos” , ou “controle total de perdas” etc , porém diferem em aspectos básicos . Assim , há uma corrente que é fortemente baseada no aspecto administrativo de prevenção, conjugando as “velhas técnicas” a algumas outras mais recentes, mas enfatizando a ação administrativa de controle e procurando desse modo fornecer uma “roupagem” nova à questão. A outra corrente é derivada de um enfoque mais técnico da inoportunista , e que procura dar soluções técnicas, a problemas técnicos pode-se dizer que mais uma vez os subprodutos da corrida espacial ofereceram abundantes e proveitosas aplicações na vida em geral . Os engenheiros de segurança de sistemas e as técnicas aí aplicadas surgiram da necessidade imperiosa de segurança total, em uma área onde não se poderiam correr riscos. Muitas técnicas foram desenvolvidas com o correr do tempo, dirigidas ao campo aeroespacial, automotivo e indústrias de apoio as quais , notou –se depois, seriam igualmente úteis nas áreas “civis” de riscos, as técnicas de segurança de sistemas foram assim apresentadas pouco a pouco ao prevencionismo civil, já na década de sessenta, e, ainda hoje, essa infiltração é incipiente, havendo pouca literatura que as reúna , principalmente quando as suas aplicações diretas na prevenção do dia – a – dia . Muito se tem divulgado sobre prevenção de danos , prevenção de perdas e controle total de perdas; em alguns casos, os termos tem sido usados para substituir a palavra segurança , isto tem dificultado sobremaneira a compreensão do assunto. 2.1 ESTUDOS REALIZADOS Diversos autores desenvolveram estudos no sentido de melhorar a compreensão do problema, propor metodologias para mudança de estilo e aferir resultados. 2.1.1 ESTUDOS DE H.W. HEINRICH Heinrich , em 1931 , efetuou uma pesquisa que revelou a relação 4.1 entre os custos segurados (diretos ) e não segurados (indiretos) de um acidente . Esse valor , muito difundido e repetido foi obtido para a média industrial americana, e não era seu propósito usá-lo em todos os casos, como estimativa do custo de acidentes. Afinal , o que significam estes termos ? Quais suas origens? Quais suas aplicações? As respostas não são difíceis, se não vejamos: Podemos distinguir hoje dois estilos de programas de segurança. Sendo o mais difundido deles, conhecido como “tradicional”. Este modelo base-a se em princípios bastante limitados, quais sejam: 8
  • 2. Segurança na Construção Civil NR 18 Prevenção de lesões pessoais; Atividades reservada para órgãos e pessoal especializados; Ações reativas, baseados em acidentes passados; Aceitação do acidente como fato inesperado e de causas fortuitas e/ ou incontroláveis. A orientação de programas com esta estrutura acaba por limitar as atividades de segurança, levando as empresas á estagnação de resultados, não conseguindo o engajamento por parte dos empregados, das chefias e da supervisão. Estas conclusões constam de trabalho de autores de renome mundial, trabalho estes que objetivaram a intensificação das atividades de segurança nas empresas e na obtenção de resultados mais positivos nas suas estatísticas e nos seus custos . Analisados os aspectos citados em profundidade os autores lançaram o que se poderia chamar de “doutrinas” preventivas de segurança. As obras desses autores contêm visões diferenciadas sobre os acidentes, bem como as atividades de segurança para preveni- los seus trabalhos, embora diferentes, têm como ponto comum o princípio de que a atividade de segurança só é eficaz quando está primordialmente dirigida para o conhecimento e atuação nas causas dos acidentes , envolvendo nesse processo toda a estrutura organizacional. A Prevenção e Controle de Perdas se constituiu num conjunto de diretrizes técnicas e administrativas, que considera que os acidentes são evitáveis, se ações gerenciais adequadas forem tomadas. Considera que as perdas provocadas pelos acidentes têm causas semelhantes ás causas de outros perdas empresariais tais como produtos fora de especificação, agressão ao meio ambiente, perdas de materiais, desperdícios, etc. A divulgação e aplicação cada vez maior das metodologias de análise de segurança de sistemas vêm consolidando o conceito de que a prevenção e controle de perdas é uma diretriz de posturas técnicas e administrativas, com o objetivo principal de conhecer os riscos de uma atividade e promover medidas para o seu controle. Sabe-se que essa relação pode variar desde 2,3:1 até 01:1, o que apenas evidencia a necessidade da realização de estudos específicos , pois esta relação é uma característica não só de cada empresa, mas também da forma pela qual a empresa encara os investimentos na área de segurança. Naquela época , Heinrich introduziu pela primeira vez a filosofia de acidentes com danos á propriedade (acidentes sem lesão) em relação aos acidentes com lesão incapacitante sua investigação apresentou como resultado: A proporção do estudo de HEINRICH mostra que para cada 1 acidente que provocava uma lesão incapacitante, ocorria 29 acidentes que provocavam lesões menores (lesão não incapacitante ) e também ocorriam 300 acidentes sem lesão, apenas provocando danos à propriedade. Uma das sugestões mais sensatas nesta época foi de que as empresas deviam promover medidas tão importantes ou mais do que aquelas que visassem a proteção apenas social dos seus empregados; no seu entender, as empresas deveriam efetivamente partir para evitar os acidentes ou seja , as perdas materiais sofridas pelas empresas, ao final das contas tinham causas semelhantes aos dos acidentes pessoais . Desta s observações surgiram na área de segurança “SLOGANS” que já eram utilizados fora do trabalho como: “Segurança em primeiro lugar”, “ Perca um minuto de sua vida mais não perca sua vida em um minuto”, e outros do mesmo teor. 2.1.2 ESTUDOS DE FRANK BIRD JR. 9
  • 3. Segurança na Construção Civil NR 18 O trabalho de Bird teve o mérito de apresentar, com dados e projeções estatísticas e financeiras, as perdas materiais e pessoais sofridas pela empresa , ao invés de simplesmente apregoar SLOGANS como era tradição na época. Em 1966, o norte americano Frank Bird Jr concluiu um estudo envolvendo 90.000 acidentes , sendo 75.000 acidentes com danos propriedade e 15.000 acidentes com lesões incapacitantes. Bird baseou sua teoria de “controle de danos” a partir da análise desses 90.000 acidentes ocorridos numa empresa metalúrgica americana (LUKENS STEEL COMPANY) durante um período de mais de 7 anos chegando à seguinte proporção: A proporção do estudo de Bird mostra que para cada 1 acidente que provoca uma lesão incapacitante, ocorria 100 acidentes que provocavam lesões não incapacitantes e também ocorriam 500 acidentes com danos à propriedade. 2.1.3 CUSTOS DOS ACIDENTES COM DANOS À PROPRIEDADE. Desde 1915, quando o primeiro diretor de Segurança e Bem- Estar foi nomeado na LUKENS STEEL, reduziram-se os índices de lesões incapacitantes de 90 por milhão de horas-homem trabalhada ,a 2, em 1954 . Todavia, nesse ano, foi verificada a existência de sérios acidentes com danos à propriedade. Durante os 5 anos que se seguiram, o departamento de segurança estabeleceu controles para medir os custos , preparou programas e informou a gerência os grandes danos que ocorriam na empresa. Em 1956, a gerência reconhecendo a importância do problema autorizou a incorporação dos acidentes com danos à propriedade aos programas já existentes de prevenção de lesões. Três anos depois por terem sido satisfatórios os resultados obtidos, foi adotado o ano “1959” como base de comparação para o futuro. Nesse mesmo ano , o próprio BIRD efetuou uma investigação na mesma LUKENS STEEL , verificando que o custo de acidentes com danos à propriedade, naquele ano havia sido de US$ 325.545,00 por milhão de horas-homem trabalhadas. Nos 10 anos subsequentes o programa de controle de todos os acidentes incluíram os 90.000 acidentes, com lesão e/ou com danos a propriedade , que originaram a proporção de BIRD. O custo dos acidentes com danos à propriedade, em 1965, foi de US$ 137.832 por milhão de horas –homem trabalhadas, portanto, houve redução de US$187.713,00. Durante esse período de 10 anos não houve uma diminuição significativa da taxa de frequência , porém, a taxa de gravidade decaiu 50%. Tomemos agora um caso modelo *, e vejamos como pode ser realizado um estudo envolvendo a problemática dos custos de acidentes, aplicando a proporção de BIRD .Consideremos uma empresa X e seus acidentes durante um ano tivemos: ASO MODELO Lesões incapacitantes..........................................................71. Lesões que requerem assistência médica...........................416. Lesões que requerem primeiro socorros...........................9.706. Números de trabalhadoras................................................2. 580. Horas-homem-trabalhadas.............................................. 3.750.000. Prêmios de seguros.........................................................US$208.300,00. 10
  • 4. Segurança na Construção Civil NR 18 CUSTO INDIRETO MEDIO DAS LLESÕES: Por lesão incapacitante US$ 52,00. Por lesão- Assistência Médica US$ 21,50. Por lesão- Primeiro Socorros US$ 3,10. Custos dos Acidentes Materiais US$ 325.545,00/10 H.H.T. Aplicando estes custos no nosso caso, temos: 71 Lesões incapacitantes a US$ 52,00 US$ 3.692,00. 416 Lesões –Assistência Médica a US$ 21,50 US$ 8.944,00. 9.706 Lesões- Primeiros Socorros US$3,10 US$ 30.088,60 TOTAL- Custos Indireto Médio das Lesões US$ 42.724, 60. Assim, tendo-se em conta as estatísticas do caso modelo e aplicando-se a proporção de BIRD , verifica-se que naquele ano: O número estimado de acidentes com danos à propriedade foi de 35.500(71x500). O custo total dos acidentes com danos à propriedades daquele ano , pode ser obtido utilizando-se como referência o custo dos acidentes com danos materiais 1959, ou seja , US$ 324.545,00 por milhão de horas-homem-trabalhadas. Então temos: US$ 352.545,00 x 3.750.000 = US$ 1.220.793,70. 1.000.000. O que equivale a US$ 34,39 para cada um dos 35.500 acidentes com danos à propriedades. * Publicado , entre outras, na revista “NOTÍCIAS DE SEGURIDADE”; 34(5)-4,38,maio 1972 (vide Bibliografia). O custo total aos acidentes é : US$ - Prêmios de seguros 208. 300, 00. - Custo indireto das Lesões 42. 724, 60. - C usto dos danos à propriedades 1.220 .793 ,70. - Custo total estimado 1.471 .818 ,30. A proporção entre os custos indiretos (não segurados) e os diretos (segurados),neste modelo, e de 6,1 para 1 (US$1.263.518,30: US$ 208. 300,00). A figura a seguir mostra esquematicamente que os custos diretos (segurados) dos acidentes e apenas uma pequena parcela ( ponta de um “ICEBERG”) do custo total dos acidentes , incluindo os acidentes, com danos à propriedade, nota-se claramente que uma empresa perde muito com os custos indiretos dos acidentes que nem, sempre são fácies de serem qualificados, contudo representam a maior parte do custo total dos acidentes. Tais custos tem por objetivo dar uma ideia de como cada empresa pode estimar os seus individuais. Certamente, a utilização da proporção 6,1:1 do modelo, não será mais significativa do que a proporção de 4.1 de HEINRICH!. 11
  • 5. Segurança na Construção Civil NR 18 Os 4 aspectos básicos do programa de “CONTROLE DE DANOS” , proposto por BIRD , e colocado em prática foram: INFORMAÇÃO . INVESTIGAÇÃO. ANALISE. REVISÃO DO PROCESSO. 2.1.4 Estudos realizados pela “INSURANCE COMPANY OF NORT AMERICANA”. (ICNA). Prosseguindo a narrativa dos estudos realizados , verificamos que em 1969, a (ICNA) , analisou 1.753.498 casos , informados naquele ano por 297 empresas, que empregavam 1.750,000 trabalhadores , chegando a uma relação mais precisa que a de BIRD (figura à seguir).Estes estudos tem sido considerados importantes por dois aspectos principais : a) Os dados são mais precisos e representativos que os obtidos anteriormente pelos outros autores; b) Introduziu nas estatísticas, números relacionados aos quase acidentes. Como vemos os resultados obtidos mostram que para cada acidente com lesão grave havia 10 acidentes com lesão leve , 30 com danos à propriedade e 600 quase-acidentes. No aspecto dos fatos já acontecidos , os quase acidentes nos revelam potenciais enormes de acidentes, sem que tenha havido a perda pessoal ou não pessoal. Não se concretiza portanto, neste caso a polêmica visão direcionada econômico-financeiro da atividade . Se o acidente “ quase houve”, a perda também “quase aconteceu” e se houve , poderia tanto ser pessoal como material. 2.1.5 ESTUDOS DE JOHN A. FRETCHER (controle total de perdas). Em 1970 , no Canadá , JOHN A. FRETCHER, em conjunto com H. M. Douglas , prosseguindo a obra iniciada por BIRD, propôs o estabelecimento de programas de “CONTROLE TOTAL DE PERDAS”, objetivando reduzir ou eliminar todos os acidentes que possam interferir ou paralisar o sistema. Esses programas, incluíam ações de prevenção de lesões , danos e equipamentos, instalações e materiais , incêndios , contaminação de ar, entre outros. Os estudos desses dois especialistas aprofundaram os trabalhos de BIRD, aplicando os Princípios do Controle de Danos a todos os acidentes com as máquinas , materiais, instalações, meio ambiente , etc. Ou seja , os programas de controle total de perdas completam todo e qualquer tipo de evento que interfira negativamente no processo produtivo prejudicando a plena utilização do pessoal, máquinas, materiais e instalações. 12
  • 6. Segurança na Construção Civil NR 18 Esta “doutrina” e a que se aproxima dos programas mais modernos de segurança aplicados nas empresas. É preciso não esquecer entretanto, que apesar de generalizar as atividades para outros campos não pessoais , os acidentes pessoais são parte integrante dos programas de segurança que seguem esta filosofia . 2.1.5 ESTUDOS DE WILLIE HAMMER (Segurança de Sistema ). No entanto , pelo estudo dos programas de “Controle de Danos” de Bird, e “ Controle de Perdas” de Fretcher, conclui-se que foram definidos como sendo unicamente práticas administrativas, quando na realidade, os problemas inerentes a prevenção de perdas exigiam e exigem soluções essencialmente técnicas. Diante desta exigência, criou-se, a partir de 1972 uma nova mentalidade fundamentada nos trabalhos desenvolvidos pelo engenheiro Willie Hammer, especialista em Segurança de Sistemas , cuja experiência na Força Aérea e nos programas espaciais norte- americanos permitiu reunir diversas técnicas ali utilizadas que , após a adaptação e aplicação na indústria, demonstraram ser de grande valia na preservação dos recursos humanos e materiais dos Sistemas de Produção. Foi Hammer quem primeiro alertou para a necessidade de dar aos enfoques de administração e de resultados em esforço complementar do ponto de vista de engenharia . dizia ele que as atividades administrativas eram muito importantes , mas que existiam problemas técnicos que teriam obrigatoriedade que ter soluções técnicas. Os acidentes provocados por mau projeto ou materiais deficientes, por exemplo , só pararão de atingir pessoas ou instalações se forem estudados e solucionados tecnicamente . Do ponto de vista dos estudos precedentes isto pode até não ser difícil já que basta incluir nas atividades administrativas os órgãos técnicos , com atribuições claras , complementando as ações gerenciais e de controle, nos programas de segurança . Os estudos de Hammer, ajudaram a compreender melhor os chamados erros humanos. Muitos desses são provocados por projetos deficiente e que , por isso mesmo deveriam ser debitados a organização e não ao executante . 2.1.6 ESTUDOS DE DECICCO E FANTAZZINI. Desde 1975, os dois pesquisadores brasileiros, vem desenvolvendo sobre o assunto. Os livros de suas autorias, “INTRDUCAO A ENGENHARIA DE SEEGURANÇA DE SISTEMAS” e “PREVENÇÃO E CONTROLE DE PERDAS”- Uma abordagem integrada , mostram resultado de seus estudos e marca o início da divulgação do enfoque prevencionista voltado para danos à propriedade bem como introduz as técnicas de segurança em sistema. 2.1.7 ENFOQUE ATUAL. Atualmente , as perdas de uma empresa , assumidas de acidentes pessoais ou com danos a propriedade estão sendo tratados no enfoque de “Gerenciamento de RISCO” ou dentro da dimensão do controle de qualidade total (Qualidade , Custo, Entrega ,Moral,Segurança). 13
  • 7. Segurança na Construção Civil NR 18 DIMENSÕES DA QUALIDADE TOTAL PESSOAS ATINGIDAS f) Empregados , chefias e supervisão pouco engajados e/ou pouco comprometidos com atividades e resultados de segurança; g) Um programa de segurança convencional não pode ser descrito como um procedimento global, baseado em técnicas e ciências dos diversos ramos da Engenharia , e onde se detectam riscos potenciais e se promovam ações antes que ocorra o acidente (evento catastróficos). INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES A PROCURA DAS CAUSAS DO ACIDENTES Quando um acidente ocorre, quer seja grave ou não , devemos , como componentes da CIPA, analisá-lo profundamente com o objetivo de agir eficazmente no sentido de evitar a sua repetição. Faz –se necessário lembrar que a finalidade da investigação não é a de procurar um culpado ou um responsável , mas encontrar as causas que contribuíram direta ou indiretamente para a ocorrência do acidente. O local da ocorrência deve permanecer sem alteração, para que as condições do momento sejam perfeitamente identificadas pelo Supervisor de segurança da empresa, acompanhado da chefia do local e de Cipeiros. Até a chegada da segurança , o encarregado deve iniciar a coleta de dados que servirão como ponto de partida para um exame pormenorizado. Como roteiro básico na investigação podemos nos valer das perguntas seguintes: • O que fazia o trabalhador no momento imediatamente anterior à ocorrência? • Como aconteceu? • Quais foram as consequências? • Quais as causas que contribuíram direta ou indiretamente para a ocorrência do acidente? • Quando ocorreu?(data e hora) • Onde ocorreu?(especificando o setor ou seção). • Quanto tempo de experiência na função tinha o acidentado? IMPORTANTE : Na medida do possível o acidentado deve ser envolvido na investigação do acidente. FONTE DA LESÃO Em uma investigação, após saber qual a parte do corpo que foi lesada, procura-se identificar aquilo que contato com a pessoa determinou a lesão, isto é, busca-se determinar o agente ou fonte da lesão. Podem ser ácidos e outros produtos químicos, uma ferramenta, parte de uma máquina , materiais incandescentes e os excessivamente quentes, arestas cortantes, corrente elétrica, superfícies abrasivas, etc. A determinação da fonte da lesão é um dado fundamental na investigação de acidente. 14
  • 8. Segurança na Construção Civil NR 18 FATOR PESSOAL DE INSEGURANÇA As pessoas, pelo seu modo de agir, como indivíduos ou profissionais, cometem atos inseguros ou criam condições insegurança ou colaboram para que elas continuem existindo. Devem ser apurados e anotados no relatório de acidentes, os fatores pessoais que estiveram presentes no momento em que ele ocorreu. Os fatores pessoais de insegurança ficam evidentes quando o individuo apresenta desconhecimento dos riscos de acidentes, treinamento inadequado, falta de aptidão ou interesse pelo trabalho, excesso de confiança, incapacidade física para o trabalho etc. NATUREZA DA LESÃO No relatório de acidente deve constar o tipo da lesão que ocorreu. As lesões que mais comumente ocorrem: (a) Contusão : é a decorrente de um traumatismo sobre qualquer região do organismo, sem que ocorra rompimento da pele. (b) Entorse: é a ocorrida na articulação dos ossos e provocada por um movimento anormal ou exagerado. (c) Luxação : é a que ocorre quando os ligamentos de uma articulação óssea são forçados além do normal e os ossos articulados ficam fora de posição. (d) Fratura : é a que ocorre quebra de um osso do esqueleto humano. Ela pode ser simples , sem ferimento de pele, ou exposta, com ferimento da pele através do qual o osso fica exposto. (e) Ferimento: é em que ocorre rompimento da superfície da pele dando origem a uma hemorragia. NOTA – Em caso de exposição a radiação ionizante, o período de observação poderá ser dilatado até 10 dias. 5.2.7 REÇÃO A TRATAMENTO – A ocorrência de incapacidade resultante exclusivamente de reação a medição e , tratamento supostamente adequado de lesão não incapacitante não implicará em que esta seja 5.2.8 OUTRAS LESÕES – Deve ser considerada lesão pessoal, se ocorrer por força do trabalho e durante o mesmo : a) lesão infligida propositadamente por outra pessoa ; b) lesão provocada por animal ( mordedura, picada, etc). c) lesão resultante de condição térmica ambiente ; d) lesão cutânea , tal como dermatite de contato produzida por substância química ou planta venenosa ; e) incapacidade muscular ou esquelética, bursite, tenossinovite, etc. 15
  • 9. Segurança na Construção Civil NR 18 5.2.9 AGRAVAMENTO DE LESÃO – Se uma lesão pessoal for agravada devido a infecção ou tratamento impróprio, seja este profissional ou leigo, no trabalho ou fora dele , a lesão deverá ser classificada de acordo com a extensão final da incapacidade decorrente. 5.2.10 LESÃO OCORRIDA FORA DO SETOR DE TRABALHO DO ACIDENTADO – A lesão sofrida por acidentado trabalhando por empréstimo em outro setor, será computada nas estatísticas em que o acidente tenha ocorrido. 16