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PÚBLICOS DOS MUSEUS DA GULBENKIAN
Um Estudo do Centro de Sondagens e Estudos de Opinião
da Universidade Católica Portuguesa
Rogério Santos
Pedro Magalhães
Lisboa
Março de 2006
2
ÍNDICE
Índice................................................................................................................. 2
Sumário executivo ........................................................................................... 3
I. Objectivos e metodologia............................................................................. 5
II. Perfil dos públicos dos museus da Fundação Calouste Gulbenkian
(Gulbenkian e CAMJAP) .................................................................................. 7
Os públicos regulares............................................................................. 14
Síntese do capítulo ................................................................................. 15
III. Modos de visita aos museus.................................................................... 17
Síntese do capítulo ................................................................................. 20
IV. Motivações e atitudes............................................................................... 22
Síntese do capítulo ................................................................................. 28
V. Conclusão................................................................................................... 29
Bibliografia...................................................................................................... 31
Anexo: inquérito utilizado ............................................................................. 32
3
Sumário executivo
 Do ponto de vista da sua composição sócio-demográfica, os visitantes dos museus da
FCG exibem percentagens de mulheres e — especialmente — de jovens acima não
apenas do que ocorre com a população nacional com 16 ou mais anos mas também dos
valores conhecidos para os públicos dos museus em Portugal;
 Parte da responsabilidade pela acentuada juvenilização dos visitantes cabe ao papel
das visitas de estudo, responsáveis por cerca de um quarto das visitas aos museus;
 44% dos visitantes residem no concelho de Lisboa e 76% deles na Área
Metropolitana de Lisboa;
 48% dos visitantes dos espaços museológicos da FCG têm qualificações académicas
iguais ou superiores à licenciatura, capital escolar esse que resulta, maioritariamente, de
percursos de ascensão em relação ao capital escolar familiar;
 Mais de um terço dos visitantes vivem em agregados familiares cujo rendimento
mensal líquido é superior a 2500 euros, denotando uma população com um poder de
compra acima da média nacional;
 A frequência de consumos culturais dos visitantes dos museus da FCG é, a todos os
níveis, superior à verificada entre a população nacional;
 Em comparação com os visitantes do MCG, os visitantes do CAMJAP são
sistematicamente mais jovens, mais instruídos, mais prósperos, mais concentrados no
concelho de Lisboa e mais activos do ponto de vista das suas práticas culturais, para
além de visitarem o museu com maior regularidade.
 O modo de visita mais frequente em ambos os museus é a visita de estudo, seguida
da visita com amigos e/ou cônjuge ou parceiro.
O carro particular é o modo de deslocação mais utilizado para a visita ao MCG, ao
passo que o transporte público prevalece no caso do CAMJAP;
 A maior parte dos visitantes despende meia hora ou mais em cada visita, sendo que,
no caso do MCG, mais de dois terços dos visitantes despende mais de uma hora na
visita;
 Mais de um terço dos visitantes a cada um dos museus aproveita a deslocação para
visitar o outro, ou mesmo uma exposição temporária. Estas visitas com múltiplos
propósitos são mais frequentes entre os visitantes do MCG.
 A principal fonte singular de informação sobre as actividades e iniciativas dos
museus a que os visitantes recorrem é constituída pelas notícias de jornal. Contudo, em
conjunto, as fontes de informação produzidas pela própria FCG (sites, folhetos,
newsletter, anúncios ou cartazes) são as mais mencionadas como relevantes pelos
visitantes.
4
 A avaliação que os visitantes fazem, quer do MCG quer do CAMJAP, é globalmente
positiva, especialmente no que respeita à qualidade global das colecções, a relação
qualidade/preço dos bilhetes, a posição de ambos os museus no conjunto dos melhores
museus já visitados e a satisfação global com a visita. Contudo, a avaliação feita pelos
visitantes do MCG é sempre melhor que a feita pelos visitantes do CAMJAP.
 O aspecto que, em ambos os museus, suscita avaliações menos positivas é o que diz
respeito à informação disponibilizada sobre as peças expostas.
5
I. Objectivos e metodologia
O objectivo genérico deste estudo é caracterizar os públicos do Serviço de Museus da
Fundação Calouste Gulbenkian (FCG). O relatório descreve os principais resultados
obtidos, e divide-se em quatro partes, a primeira das quais trabalha o perfil dos públicos
dos museus da Fundação Calouste Gulbenkian, a que se segue a análise dos modos de
visita aos museus e a avaliação que deles fazem os visitantes.
Entre o leque de técnicas disponíveis nas ciências sociais para recolha de informação,
aquela que dá melhores garantias de permitir inferências descritivas válidas e
controladas acerca de uma população é o inquérito por questionário aplicado a uma
amostra representativa. Neste caso, a opção foi pela condução de um inquérito face-a-
face a uma amostra representativa dos visitantes do Museu Calouste Gulbenkian (MCG)
e do Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão (CAMJAP) com 16 ou mais
anos e residentes em Portugal.
O trabalho de campo teve lugar entre os dias 28 de Setembro e 6 de Novembro de 2005.
Foram obtidos 912 inquéritos válidos. Os inquiridos foram seleccionados
aleatoriamente nas saídas principais de cada local de exposições, sendo aplicado um
intervalo sistemático de selecção dos visitantes para sua inquirição em cada local por
cada um dos membros da equipa. Foram excluídos da amostra os visitantes residentes
fora do país e aqueles com menos de 16 anos, independentemente da sua residência.
Dado que quer o intervalo de selecção de inquiridos quer a dimensão das equipas foi
igual para os dois locais, há segurança de que a amostra final obtida seja representativa,
no seu conjunto, do universo de visitantes dos dois museus residentes em Portugal com
16 ou mais anos.
Importa não ignorar, contudo, duas limitações importantes deste trabalho do ponto de
vista da representatividade da amostra. Por um lado, estão excluídos à partida os
visitantes estrangeiros que, como se sabe, representam uma parcela significativa dos
visitantes dos espaços expositivos da FCG, julgando-se inclusivamente serem
maioritários no caso do MCG. Por outro lado, importa também notar que a grande
maioria dos inquéritos foram aplicados durante o mês de Outubro, excluindo portanto os
6
visitantes que se deslocam ao MCG e ao CAMJAP durante o período de férias de Verão
e cujas características podem eventualmente ser distintas das dos visitantes noutros
períodos.
7
II. Perfil dos públicos dos museus da Fundação
Calouste Gulbenkian (Gulbenkian e CAMJAP)
Neste capítulo, estudam-se os perfis dos públicos visitantes dos dois museus da
Gulbenkian (Museu Calouste Gulbenkian e Centro de Arte Moderna José de Azeredo
Perdigão), tais como sexo, escalões etários, nível de escolaridade e capital escolar
familiar, situação face ao trabalho, rendimento económico familiar, residência e
consumos culturais.
Foram entrevistados 912 visitantes com idades iguais ou superiores a 16 anos e
residentes em Portugal (Quadro 2.1), sendo 43% deles homens e 57% mulheres. De
notar que a relação existente na população portuguesa para este grupo etário é de 47,7%
de homens e 52,3% de mulheres (censo de 2001). Assim, os visitantes dos museus da
Gulbenkian estão, em média, sobrerepresentados pelo público feminino, em especial os
do Museu Calouste Gulbenkian (MCG).
Quadro 2.1. Sexo e local de inquérito
Museu Calouste
Gulbenkian
Centro de Arte
Moderna
Total
Sexo Masculino 40% 45% 43%
Feminino 60% 55% 57%
Total 100% 100% 100%
Contudo, o dado mais assinalável no que respeita às características demográficas dos
inquiridos diz respeito à sua composição etária. Na base dos dados do censo 2001, a
população portuguesa, com 16 ou mais anos, distribuía-se da seguinte forma pelos
seguintes níveis etários: 15,5% nos 16-24 anos, 18,3% nos 25-34 anos, 17,4% nos 35-44
anos, 15,6% nos 45-54 anos, 13,2% nos 55-64 anos e 19,9% nos 65 e mais anos. Como
verificamos no quadro 2.2, o perfil etário dos visitantes dos museus da Gulbenkian é
diametralmente oposto, ou seja, acentuadamente juvenilizado. Por exemplo, os
inquiridos até aos 34 anos representam mais de metade do público (56%). E este padrão
8
é ainda mais acentuado nos públicos do Centro de Arte Moderna (CAMJAP), cujos
visitantes até aos 24 anos representam 41% do total, em contraste com 31% no mesmo
escalão etário no Museu Calouste Gulbenkian (MCG).
Quadro 2.2. Escalões etários por local de inquérito
Museu Calouste
Gulbenkian
Centro de Arte
Moderna
Total
16-24 anos 31% 41% 37%
25-34 anos 20% 19% 19%
35-44 anos 17% 13% 15%
45-54 anos 14% 11% 12%
55-64 anos 8% 9% 8%
65 ou mais anos 10% 7% 9%
Parte da responsabilidade por esta acentuada “juvenilização” dos visitantes dos museus
da FCG cabe ao papel das visitas de estudo organizadas no número total de visitantes
dos museus da Fundação. No CAMJAP, elas são responsáveis por mais de um quarto
(27%) do total de visitantes portugueses com mais de 16 anos, ao passo que o valor
comparável para o MCG é de 25%. Mesmo quando excluímos do total os visitantes
integrados em visitas de estudo, os indivíduos com idades até aos 34 anos ainda
representam 46% do total. Logo, a prática museológica na FCG parece ser, ao contrário
do que poderia pensar-se inicialmente na base de outros estudos1
, uma actividade
fortemente juvenilizada, mesmo para além de visitas escolares organizadas (Quadro
2.3). Note-se também, neste contexto, o claro contraste entre estes dados e os
encontrados para os públicos de música da FCG, nos quais os espectadores com idade
até aos 34 anos representavam apenas 19% do total.
1
Confrontar com estudo de Jorge Alves Santos e José Soares Neves (2005, p. 76), com resultados
diferentes.
9
Quadro 2.3. Escalões etários por local de inquérito, excluindo visitas de estudo
Museu Calouste
Gulbenkian
Centro de Arte
Moderna
Total
16-24 anos 20% 26% 23%
25-34 anos 21% 25% 23%
35-44 anos 21% 16% 18%
45-54 anos 16% 13% 14%
55-64 anos 8% 10% 10%
65 ou mais anos 14% 10% 11%
Pela análise do quadro 2.4, podem comparar-se as qualificações académicas completas
dos públicos dos museus da Gulbenkian com as da população portuguesa com 16 ou
mais anos (a partir do censo de 2001). Enquanto o acesso aos dois museus da
Gulbenkian conta com quase 50% de licenciados ou com frequência universitária, no
país esse nível académico foi atingido por apenas 8% da população residente com 16 ou
mais anos. Apesar disso, a selectividade social detectada entre os visitantes dos museus
da FCG é bem menor que a existente entre os públicos de música onde, recorde-se, a
população com ensino superior representava nada menos que 73% do total.
Quadro 2.4. Qualificações académicas dos públicos dos museus da Gulbenkian e
dos residentes em Portugal
MCG+CAMJAP Portugal
Básico ou menos 15% 77,9%
Secundário ou médio 37% 14,1%
Ensino superior 48% 8,0%
O quadro 2.5 mostra a distribuição das qualificações académicas dos visitantes em cada
um dos locais de inquérito. Apesar das semelhanças genéricas, que se consubstanciam,
como já vimos, em comparativamente elevados níveis de escolaridade, há também
diferenças significativas entre os dois espaços expositivos. Assim, os visitantes do MCG
têm, em média, menores habilitações escolares que os visitantes do CAMJAP. Não
surpreende que assim seja, tendo em conta quer a maior variedade de manifestações
10
artísticas cobertas pelo MCG (artes decorativas, pintura, escultura, porcelana ou
ourivesaria) — despertando assim o interesse de um público mais massificado — quer o
facto de a sua colecção resultar da escolha pessoal do fundador, que foi adquirindo a
maior parte das obras expostas segundo um padrão de gosto clássico. Pelo contrário, o
CAMJAP expõe peças modernas e contemporâneas que exigem um esforço de
compreensão mais exigente e têm referentes estéticos que tendem a ser dominados por
uma população com maiores recursos educacionais.
Quadro 2.5. Grau de instrução
MCG CAMJAP Total Total sem
visitas de
estudo
Menos do que a 4ª classe 0% 0% 0% 0%
4ª classe antiga, 6ª classe ou
ciclo preparatório
3% 1% 2% 2%
5º ano antigo, 9º ano
unificado, 10º e 11º ano
21% 7% 13% 6%
7º ano antigo, ano
propedêutico, 12º ano ou
curso médio
12% 24% 19% 10%
Frequência da Universidade
ou bacharelato
16% 20% 18% 24%
Licenciatura, mestrado ou
doutoramento
48% 49% 48% 58%
Estes indicadores podem ser complementados à luz de outros estudos já realizados 
caso do de Santos et al. (2002)  onde se sugere que estas elevadas qualificações dos
públicos da cultura resultam, em grande medida, de um alargamento social através de
percursos de ascensão escolar, ou seja, por indivíduos que atingem níveis de
escolaridade superiores aos dos pais. Uma das questões colocadas no inquérito dizia
precisamente respeito às habilitações escolares do principal encarregado de educação,
permitindo-nos verificar se há percursos de mobilidade familiar ascendente ou
descendente no que respeita à acumulação de capital escolar.
Apontamos três níveis, em que o “ascendente” significa um aumento de escolaridade do
inquirido face ao seu principal encarregado de educação, “descendente” o oposto, e
“estacionário” quando há igual nível académico entre o inquirido e o seu principal
encarregado de educação. No Quadro 2.6 confirma-se a hipótese anterior: é visível o
11
percurso de ascensão escolar de uma parte maioritária do público dos museus (51%),
especialmente no caso do MCG. Isto contrasta, uma vez mais, com os públicos de
música da FCG, onde os percursos estacionários (no qual os públicos reproduziam o
elevado capital escolar dos encarregados de educação) tinham um peso muito superior
(43%, contra os 29% dos visitantes dos museus).
Quadro 2.6. Percurso escolar
MCG CAMJAP Total Total sem
visitas de
estudo
Descendente 17% 22% 20% 17%
Estacionário 27% 30% 29% 30%
Ascendente 56% 48% 51% 54%
Já o Quadro 2.7 indica a situação actual face ao trabalho. Assim, os valores mais
importantes incidem sobre empregados a tempo inteiro (46%), seguindo-se os
estudantes (37%) e, a grande distância, os reformados (11%). O peso dos estudantes
desce quando excluímos as visitas de estudo, mas representa mesmo assim, e nesse
caso, mais de um quinto dos visitantes. Por outro lado, na comparação entre o MCG e o
CAMJAP, é visível que o público estudantil tem um peso mais significativo no
segundo. Isto pode dever-se ao facto de haver mais circuitos de formação escolar
ligados ao CAMJAP, mas a verdade é que o público estudantil pesa mais no total de
visitantes do CAMJAP mesmo quando se excluem as visitas de estudo da amostra, o
que sugere que esse peso se pode também dever ao facto de estéticas mais modernas
serem mais atraentes para os mais jovens.
Quadro 2.7. Situação actual face ao trabalho
MCG CAMJAP Total Total sem
visitas de
estudo
Desempregado 3% 2% 2% 3%
Estudante 30% 42% 37% 22%
Doméstico(a) 1% 0% 1% 1%
Reformado 13% 10% 11% 15%
Empregado a tempo inteiro 51% 42% 46% 55%
Empregado a tempo parcial 1% 2% 2% 2%
Outra situação 2% 1% 2% 2%
12
O Quadro 2.8 oferece informação sobre a variável do rendimento líquido mensal médio
do agregado familiar. Assim, verificamos que 67% dos visitantes dos museus da FCG
pertencem a famílias cujo rendimento está acima dos 1500 euros mensais, o que coloca
o visitante médio claramente acima dos níveis de rendimento da população em geral.
Por outro lado, importa notar como, apesar disso, os visitantes do MCG tendem a
pertencer a agregados com menores rendimentos que os do CAMJAP, o que reforça
dados anteriores que indicavam uma maior selectividade social deste último em termos
de capital escolar. Note-se igualmente como, uma vez mais, a selectividade social dos
visitantes dos museus da FCG é, em geral, muito inferior à verificada nos seus públicos
de música, onde 55% dos espectadores declaravam rendimentos líquidos mensais do
agregado superiores a 2500 euros.
Quadro 2.8. Rendimento líquido mensal médio do agregado familiar
MCG CAMJAP Total Total sem
visitas de
estudo
Menos de 300 euros 4% 1% 3% 3%
Entre 300 e 750 euros 12% 7% 9% 8%
Entre 750 e 1500 euros 22% 21% 21% 20%
Entre 1500 e 2500 euros 28% 34% 31% 30%
Mais de 2500 euros 35% 37% 36% 39%
Dispomos também de dados sobre o local de residência dos visitantes dos museus da
FCG. Como se mostra no quadro 2.9, apesar de a parcela maior de visitantes
portugueses com 16 anos ou mais residir na cidade de Lisboa (44%), um quarto dos
visitantes vem de fora da Grande Lisboa. Esse valor aumenta para cerca de um terço dos
visitantes no que respeita ao Museu Calouste Gulbenkian que, em comparação com o
CAMJAP, atrai uma parcela significativamente maior de visitantes de fora da cidade.
De notar ainda que o inquérito foi aplicado em Outubro, não captando os visitantes
durante as férias de Verão, o que levará, provavelmente, a que estes dados estejam a
subestimar o peso dos visitantes de fora da cidade de Lisboa.
13
Quadro 2.9. Área de residência dos visitantes
MCG CAMJAP Total Total sem
visitas de
estudo
Lisboa cidade 39% 49% 44% 48%
Grande Lisboa Norte do Tejo 21% 20% 20% 22%
Grande Lisboa Sul do Tejo 9% 14% 12% 6%
Fora da Grande Lisboa 32% 18% 24% 24%
O elevado nível de qualificação escolar médio dos visitantes dos museus faria supor
estarmos perante um público com níveis elevados de consumos culturais. Assim sucede.
Em todos os domínios acerca dos quais temos pontos de comparação com a população
portuguesa, os visitantes dos museus da FCG exibem níveis de actividade do ponto de
vista cultural acima da média nacional. Esta discrepância é particularmente clara no
caso da assistência a espectáculos de música erudita, onde a percentagem de visitantes
que, durante o último ano, assistiu a um desses espectáculos é dez vezes superior à
média nacional.
Quadro 2.10. Durante o último ano…
Visitantes
MCG/CAMPJAP
16+ anos
População nacional
(1999)
15+ anos2
Leu um livro (sem contar com livros
escolares ou de trabalho)
92%
31%
Foi ao cinema 90% 30%
Visitou um museu/galeria de arte 85% 31%
Foi ao teatro 67% 10%
Assistiu a um espectáculo de música
erudita
51%
5%
Assistiu a um espectáculo de música
pop
50%
23%
Assistiu a um evento desportivo 44% -
Assistiu a um espectáculo de bailado 35% 7%
Assistiu a um espectáculo de jazz 27% -
Assistiu a uma ópera 19% 3%
Sabíamos já que os visitantes do CAMJAP são, em comparação com os visitantes do
MCG, mais jovens, mais instruídos, mais prósperos e mais concentrados na cidade de
Lisboa. Estas diferenças reflectem-se de forma previsível nas práticas culturais de um e
2
Inquérito à Ocupação do Tempo, INE, 1999.
14
outro grupo de visitantes. Como se verifica no quadro 2.11, os visitantes do CAMJAP
são, em comparação com os visitantes do MCG, invariavelmente mais activos do ponto
de vista cultural, com excepção da assistência a espectáculos desportivos.
Quadro 2.11. Durante o último ano…
MCG CAMJAP
Leu um livro (sem contar com livros
escolares ou de trabalho)
90% 93%
Foi ao cinema 86% 93%
Visitou um museu/galeria de arte 83% 86%
Foi ao teatro 62% 71%
Assistiu a um espectáculo de música erudita 46% 56%
Assistiu a um espectáculo de música pop 43% 56%
Assistiu a um evento desportivo 46% 42%
Assistiu a um espectáculo de bailado 33% 36%
Assistiu a um espectáculo de jazz 21% 32%
Assistiu a uma ópera 16% 22%
Finalmente, os visitantes foram inquiridos sobre se alguma vez tinham visitado um
museu ou centro de exposições fora do país. Os resultados revelam que estamos perante
um público que se poderia descrever como “cosmopolita”, com cerca de 80% a
declararem que já visitaram um museu estrangeiro, percentagem que sobe para quase
90% quando excluímos os visitantes integrados em visitas de estudo.
Quadro 2.12. Alguma vez visitou um museu ou centro de exposições fora de
Portugal
MCG CAMJAP Total Total sem
visitas de
estudo
Sim 77% 80% 79% 88%
Não 23% 20% 21% 12%
Os públicos regulares
A análise feita até agora não faz qualquer distinção entre os públicos no que respeita à
frequência com que, ao longo do tempo, regressam a cada um dos espaços expositivos.
Não faz, por outras palavras, uma distinção entre públicos “regulares” e “episódicos”.
15
Há, a este nível, uma diferença clara entre os públicos do MCG e do CAMJAP.
Enquanto que, no primeiro, cerca de metade dos visitantes respondem ter sido aquela a
sua primeira visita, no segundo essa proporção baixa para um terço, havendo
inclusivamente 35% dos visitantes que dizem ter visitado o CAMJAP mais de cinco
vezes nos últimos três anos. Por outras palavras, o público do CAMJAP é um público
mais fiel e regular, ao que não será estranho o facto de a visita a muitas das exposições
temporárias organizadas no CAMJAP obrigar à entrada no próprio museu.
Quadro 2.12. Número de visitas nos últimos três anos
Museu
Calouste
Gulbenkian
Centro de
Arte Moderna
Total Total sem
visitas de
estudo
Primeira visita 49% 34% 41% 34%
Duas a cinco 34% 31% 32% 34%
Mais de cinco 17% 35% 27% 32%
Uma análise multivariada revela que existem três características que tendem a
diferenciar os visitantes mais regulares dos restantes: a residência, a instrução e a idade.
Por outras palavras, os visitantes mais regulares, quer do MCG quer do CAMJAP,
tendem, em comparação com os visitantes episódicos, a ter maiores níveis de instrução,
a ser mais velhos e a residir na cidade de Lisboa. Estes resultados confirmam, de forma
previsivelmente mais mitigada, o que já se tinha detectado na sondagem a nível nacional
quanto aos factores que distinguem os visitantes regulares dos museus da FCG da
população em geral.
Síntese do capítulo
O “retrato-robot” do visitante dos museus da FCG desenha-se com alguns traços
fundamentais: predominantemente feminino, relativamente jovem (idade média de 35
anos), estudante ou empregado a tempo inteiro, com elevadas qualificações académicas
(resultantes de percursos de ascensão em termos de capital escolar familiar), residente
na Grande Lisboa, e com práticas culturais claramente acima da média da população
portuguesa. A principal — mas não exclusiva — responsabilidade pela juventude desta
16
população (em contraste muito acentuado com os públicos dos concertos da FCG) cabe
ao peso muito importante que as visitas de estudo têm na frequência dos museus, pelo
menos fora do período de férias de Verão (aquele em que o inquérito foi aplicado).
Há, no entanto, alguma diversidade interna neste universo, que parece estruturar-se em
torno de dois contrastes: entre o MCG e o CAMJAP; e entre os visitantes regulares e
episódicos. Os visitantes do CAMJAP são, em comparação com os visitantes do MCG,
mais jovens, mais instruídos, mais prósperos, mais concentrados na cidade de Lisboa e
mais activos do ponto de vista das práticas culturais. Verificámos igualmente que uma
parte significativa dos visitantes aos museus da FCG  entre um quarto a um terço,
dependendo da inclusão ou não das visitas de estudo no universo em análise  são
visitantes frequentes, com mais de cinco visitas nos últimos cinco anos.
Independentemente do museu visitado, estes visitantes frequentes caracterizam-se por
residirem mais na própria cidade de Lisboa, serem mais instruídos e mais velhos.
17
III. Modos de visita aos museus
Neste capítulo, analisam-se os modos como os inquiridos visitam os museus, incluindo
os modos de acompanhamento (sozinho, com amigos ou familiares e integrados ou não
em visitas de estudo), o número de pessoas que acompanham o inquirido, os meios de
transporte utilizados, a duração da visita e as principais fontes de informação sobre os
museus da FCG.
Como mostra o Quadro 3.1, o modo mais frequente de acompanhamento é a integração
em visita de estudo, a que se seguem visitas com amigos e cônjuge/parceiro. As
diferenças entre os dois museus não são significativas a este nível, excepto no que
respeita ao maior peso dos visitantes isolados e a ausência de visitantes integrados em
excursões turísticas no CAMJAP. Seja como for, rapidamente se conclui que a ida aos
museus é, em geral, uma prática cultural de fruição em grupo. Lazer ou excursão, visita
de formação ou conhecimento de uma realidade artística específica, conduzem a que o
acto de ver seja partilhado em torno de opiniões, comentários e incentivos entre os
elementos do grupo visitante.
Quadro 3.1. Modos de acompanhamento
MCG CAMJAP Total
Integrado em visita de estudo 25% 27% 26%
Amigos 20% 23% 22%
Cônjuge/parceiro 21% 18% 19%
Sozinho 14% 18% 16%
Filhos 11% 10% 10%
Outros familiares 7% 5% 6%
Namorado(a) 4% 6% 5%
Pais 3% 2% 2%
Integrado em excursão turística 5% 0% 2%
Outra 1% 0% 1%
Observação: como as respostas são múltiplas, o somatório ultrapassa 100%
Os modos de deslocação à FCG privilegiados pelos visitantes são, em partes iguais, o
automóvel particular e o transporte público. Contudo, quando desagregamos os dados
por museu, enquanto o automóvel prevalece no caso dos visitantes do MCG, o
transporte público prevalece como modo de deslocação ao CAMJAP, como se verifica
no quadro 3.2.
18
Quadro 3.2. Modo de deslocação
Meio de Transporte MCG CAMJAP Total
Carro particular 40% 39% 40%
Transporte público 27% 45% 37%
A pé 16% 11% 13%
Transporte escolar 10% 3% 6%
Táxi 4% 2% 3%
Transporte de excursão 6% 1% 3%
Outro 0% 1% 0%
Um dado particularmente interessante sobre o modo de visita diz respeito ao tempo
dispendido (Quadro 3.3). Assim, ao passo que são raros os visitantes que gastam menos
de meia hora na sua visita, a resposta mais frequente é a de que a visita durou uma hora
ou mais. Note-se, contudo, o contraste entre o MCG e o CAMJAP a este nível:
enquanto mais de dois terços dos visitantes do MCG despendem uma hora ou mais na
visita, apenas 44% dos visitantes do CAMJAP dão a mesma resposta. Isso poderá
dever-se a três factores fundamentais: a maior dimensão do MCG; o facto de uma
proporção maior de visitantes do MCG serem “primeiras visitas”; e o facto de uma parte
dos visitantes do CAMJAP se lá deslocar com o objectivo principal de visitar uma
exposição temporária. Contudo, importa notar que a duração da visita é tendencialmente
maior no caso de visitas de estudo, com 81% dos visitantes nessa situação a declararem
uma visita de uma hora ou mais. De resto, quando nos concentramos exclusivamente
nas visitas de estudo, as diferenças de duração entre o MCG e o CAMJAP desaparecem.
Quadro 3.3. Duração da visita
MCG CAMJAP
Visitas de
estudo
Meia hora ou menos 4% 14% 1%
Mais de meia hora e até
uma hora
30% 42% 18%
Mais de uma hora 67% 44% 81%
19
No Quadro 3.4 verifica-se que a resposta maioritária dos inquiridos vai no sentido de
que o tempo gasto na visita foi o previsto (67% em ambos os locais). Das outras
hipóteses de resposta (mais tempo ou menos tempo do que esperado), 21% dos
visitantes do CAMJAP acabaram por gastar menos tempo do que o previsto.
Quadro 3.4. Relação do tempo de duração da visita com o esperado inicialmente
MCG CAMJAP
Mais tempo do que esperava 15% 12%
Menos tempo do que esperava 17% 21%
Tanto tempo como esperava 68% 67%
Como se analisa no quadro 3.5, a maior parte dos visitantes vêm com o objectivo
exclusivo de visitar um único espaço expositivo. Contudo, isso não é assim para mais de
um terço (38%) dos inquiridos, que declararam ter visto (ou tencionar) ainda ver outra
exposição ou museu na FCG. 44% dos visitantes do MCG aproveitam para alargar a sua
visita a exposições temporárias no edifício da Fundação ou ao CAMJAP, sendo que a
primeira opção é a mais frequente. Há também uma parte (menor) dos visitantes do
CAMJAP (26%) que alarga a sua visita a outros espaços expositivos, repartindo-se de
forma equitativa pelo Museu Calouste Gulbenkian e pelas exposições temporárias.
Quadro 3.5. Visitas a outros espaços no mesmo dia
MCG CAMJAP
Nenhum 57% 64%
MCG - 17%
CAMJAP 13% -
Temporária-FCG 31% 19%
Finalmente, obtivemos também respostas sobre as principais fontes de informação sobre
os museus e exposições da FCG a que os visitantes recorrem. Olhando para o Quadro
3.6, verifica-se que as fontes de informação mais importantes para os inquiridos são os
jornais (37%), seguindo-se o site do MCG ou do CAMJAP (26%) e os professores
(25%). O peso significativo dos professores prende-se, em grande medida, com a
20
ligação e orientação a visitas de estudo, como se verifica quando se confronta a coluna
do total com a que exclui os inquiridos integrados em visitas de estudo. Não há grandes
diferenças entre os visitantes do MCG e do CAMJAP, a não ser no que respeita um
maior peso dos jornais no segundo e dos sites da internet no primeiro.
Quadro 3.6. Fontes de informação
MCG
CAMJAP Total
Total sem
visitas de
estudo
Jornais 33% 41% 37% 44%
Site do Museu/site do
CAMJAP
26%
25%
26%
24%
Professores 26% 23% 25% 11%
Família ou amigos 26% 20% 23% 25%
Outros folhetos/programas 20% 22% 21% 25%
Outros sites na Internet 21% 12% 16% 15%
Televisão 16% 13% 14% 15%
Anúncios ou Cartazes 14% 13% 14% 15%
Newsletter da Fundação 6% 16% 12% 14%
Rádio 7% 5% 5% 7%
Outra 7% 5% 6% 7%
Observação: como as respostas são múltiplas, o somatório ultrapassa 100%
Já no Quadro 3.7, que agrega as fontes de informação por grupos, tem-se a ideia que a
informação proveniente da Gulbenkian – como o site, a newsletter e programas e
folhetos – acaba por ser o veículo de conhecimento mais importante (72%),
imediatamente seguida da informação produzida pelos media (57%).
Quadro 3.7. Fontes de informação agregadas
Gulbenkian (site museu, newsletter, outros folhetos e programas,
anúncios ou cartazes)
72%
Media (jornais, rádio, televisão) 57%
Interpessoal (família e amigos, professores) 47%
Internet (não o site da Gulbenkian) 16%
Observação: como as respostas são múltiplas, o somatório ultrapassa 100%
Síntese do capítulo
A visita aos museus da FCG é, na esmagadora maioria dos casos, uma prática de fruição
em grupo: apenas 16% das pessoas que visitaram o museu fizeram-no sozinhas. Papel
particularmente importante nas visitas em grupo é assumido pelas visitas de estudo,
21
responsáveis por cerca de um quarto do total de visitantes. A deslocação aos museus é
feita, na esmagadora maioria dos casos, através de transporte público ou de automóvel
particular, com o primeiro a assumir maior importância como meio de deslocação dos
visitantes do CAMJAP. A maior parte dos visitantes despende mais de meia hora em
cada visita, sendo que, no caso do MCG, mais de dois terços dos visitantes despendem
mais de uma hora na visita. Apesar da maioria dos visitantes se deslocar com o
objectivo de visitar um dos museus, mais de um terço dos visitantes declaram ter visto
(ou tencionar ainda ver) outra exposição ou museu naquele dia. Finalmente, apesar da
principal fonte singular de informação sobre os museus e exposições a que os visitantes
recorrem ser constituída pelos jornais, 72% dos inquiridos declaram aceder a uma fonte
de informação produzida pela Fundação.
22
IV. Motivações e atitudes
O capítulo visa dar a conhecer o modo como os visitantes dos museus da Gulbenkian
avaliam as colecções de objectos patentes nos dois espaços, o preço do bilhete de
ingresso e a actividade dos serviços e sectores educativos de cada um dos espaços
museológicos.
O quadro 4.1 mostra as respostas dos visitantes do MCG quando questionados sobre as
duas partes da colecção que lhe despertaram maior interesse. Como se pode verificar, a
pintura europeia é destacada por mais de metade dos visitantes, seguida, a alguma
distância, pela arte egípcia e pela colecção de obras de René Lalique. Uma análise
multivariada revela que enquanto a menção da pintura europeia e do espólio Lalique é
mais frequente entre os visitantes mais velhos, são os mais jovens e os menos instruídos
que tendem a mencionar a arte egípcia com um principais motivos de interesse.
Quadro 4.1 Quais são os dois tipos de arte que lhe despertaram maior interesse no
Museu Gulbenkian? (percentagens em relação às respostas válidas)
Pintura europeia 51%
Arte egípcia 31%
Lalique 21%
Artes decorativas 18%
Arte islâmica 15%
Arte chinesa e japonesa 15%
Arte greco-romana 13%
Ourivesaria 11%
Escultura 8%
Livros 8%
23
O quadro 4.2 apresenta os dados comparáveis para os visitantes do CAMJAP. Ao
contrário do que sucede com o MCG, não há um núcleo da colecção que se destaque
claramente em relação aos restantes do ponto de vista do interesse que suscita aos
visitantes, apesar do núcleo de modernistas portugueses ter mais menções que os
restantes. Ao contrário do que sucede no MCG, a relação entre as características sócio-
demográficas dos visitantes e as suas preferências é, em geral, ténue, apesar de se
verificar que os mais instruídos tendem a demonstrar menos interesse na arte portuguesa
dos anos 40 aos anos 60 e mais interesse na arte portuguesa contemporânea, ao passo
que o interesse pelo núcleo de artistas britânicos tende a ser maior entre os visitantes
mais jovens.
Quadro 4.2 Quais são os dois núcleos de obras de arte que lhe despertaram
pessoalmente mais interesse no CAMJAP? (percentagens em relação às respostas
válidas)
Modernistas portugueses até aos anos 40 47%
Arte portuguesa dos anos 40 aos anos 60 44%
Arte portuguesa dos anos 90 à actualidade 38%
Arte portuguesa dos anos 60 aos anos 80 28%
Artistas britânicos 12%
Os quadros 4.3, 4.4, 4.5 e 4.6 mostram as avaliações feitas pelos visitantes acerca da
qualidade do conjunto de cada colecção, da organização temática e cronológica de cada
exposição, da forma como as peças estão expostas e da informação disponibilizada
sobre essa peças. No que respeita ao conjunto da colecção, apesar das avaliações serem
globalmente positivas  mais de 90% dos visitantes consideram que as colecções são
“boas” ou “muito boas” , o MCG apresenta vantagem em relação ao CAMJAP, com
mais de dois terços dos seus visitantes a classificarem a colecção como “muito boa”.
24
Quadro 4.3. Avaliação de conjunto da qualidade de cada colecção
Museu Calouste
Gulbenkian
Centro de Arte
Moderna
Muito boa 69% 29%
Boa 29% 62%
Assim-assim 2% 8%
Má 0% 0%
Muito má 0% 0%
Quando passamos para as questões da organização em termos temáticos e cronológicos
de cada exposição ou da forma como as peças estão expostas, as avaliações globalmente
positivas mantêm-se, assim como a diferença de avaliações entre o MCG e o CAMJAP.
Contudo, as percentagens de respostas positivas são ligeiramente inferiores às
verificadas na questão sobre a qualidade global das colecções.
Quadro 4.4. Avaliação da organização em termos temáticos e cronológicos
Museu Calouste
Gulbenkian
Centro de Arte
Moderna
Muito boa 57% 22%
Boa 39% 64%
Assim-assim 4% 13%
Má 0% 1%
Muito má 0% 1%
Quadro 4.5. Avaliação da forma como as peças estão expostas
Museu Calouste
Gulbenkian
Centro de Arte
Moderna
Muito boa 56% 28%
Boa 39% 63%
Assim-assim 5% 9%
Má 0% 1%
Muito má 0% 0%
25
A avaliação da informação disponibilizada sobre os museus e as peças expostas, apesar
de maioritariamente positiva, é menos favorável que as anteriores: cerca de um terço
dos visitantes classifica-a como “assim-assim”, e as diferenças entre os dois museus
são, neste domínio, mais esbatidas. A este nível  aquele que mereceu opiniões menos
favoráveis por parte dos visitantes , são os mais jovens e os mais instruídos que
exprimem menor satisfação.
Quadro 4.6. Avaliação da informação disponível sobre museus e peças expostas
Museu Calouste
Gulbenkian
Centro de Arte
Moderna
Muito boa 26% 13%
Boa 41% 43%
Assim-assim 31% 38%
Má 3% 6%
Muito Má 0% 0%
Como indicadores globais de satisfação da visita, foram utilizadas três questões: se cada
um dos museus se podia contar entre os cinco ou dez melhores  de dimensão
comparável  que já tinham visitado; a avaliação da relação qualidade/preço; e uma
pergunta directa sobre o grau de satisfação proporcionado pela visita.
73% dos visitantes do MCG e 49% dos visitantes do CAMJAP responderam
afirmativamente quando questionados sobre se qualquer um destes museus se podia
colocar entre os cinco melhores que já tinha visitado, valores que sobem,
respectivamente, para 93% e 83% quando a pergunta foi colocada para os dez melhores
museus. Análises multivariadas revelam que a probabilidade de um visitante colocar o
MCG entre os cinco melhores museus que já visitou é maior para os mais jovens e para
os menos instruídos, enquanto que, no caso do CAMJAP, apenas a instrução conta
como variável explicativa significativa (menos instrução, mais menções). Contudo, o
impacto destas variáveis é reduzido: 63% dos licenciados visitantes do MCG afirmam
que se trata de um dos cinco melhores museus que já visitou, enquanto 42% o fazem no
caso do CAMJAP, percentagens pouco abaixo dos valores médios. Para além disso,
26
note-se o fenómeno interessante de a probabilidade de um inquirido situar quer o MCG
quer o CAMJAP entre os melhores museus que já visitou não ser afectada pelo facto de
já se ter visitado ou não um museu fora do país.
Quadro 4.7 MCG e CAMJAP entre os melhores museus que já visitou
MCG CAMJAP
Entre os 5 melhores museus que já visitou 73% 49%
Entre os 10 melhores museus que já visitou 93% 83%
Do ponto de vista da relação qualidade-preço, a satisfação quer com o MCG quer com o
CAMJAP é muito elevada: 100% dos inquiridos no Museu Calouste Gulbenkian e 96%
no Centro de Arte Moderna afirmam que o preço pago pelo bilhete foi igual ou inferior
ao que deveria idealmente ser tendo em conta a aquilo que achou de cada museu. As
diferenças entre os dois museus não são estatisticamente significativas a este nível.
Quadro 4.8. Preço pago pelo bilhete
MCG CAMJAP
Mais elevado do que devia ser 0% 4%
O preço certo 98% 94%
Mais baixo do que devia ser 2% 3%
Finalmente, quando questionados sobre o grau de satisfação global com a visita, as
diferenças entre os dois espaços expositivos reemergem: 100% dos visitantes do MCG
declaram-se “muito” ou “razoavelmente” satisfeitos, com cerca de dois terços a
afirmarem-se “muito satisfeitos” e a menor satisfação comparativa ser expressa pelos
visitantes mais jovens. No caso do CAMJAP, apesar de prevalecer satisfação global, a
opção “muito satisfeitos” foi assinalada apenas por 44% dos inquiridos.
27
Quadro 4.9. Grau de satisfação com a visita
MCG CAMJAP
Muito satisfeito 66% 44%
Razoavelmente satisfeito 34% 54%
Pouco satisfeito 0% 3%
Nada satisfeito 0% 0%
Finalmente, quisemos indagar a opinião dos visitantes acerca dos serviços educativos
em cada unidade museológica. No tocante ao Museu Calouste Gulbenkian, 12% dos
inquiridos declarou já ter participado em actividades organizadas pelo Serviço
Educativo. Relativamente ao Sector Educativo do CAMJAP, 9% dos inquiridos já
participou em actividades organizadas por aqueles serviços. Análises multivariadas
revelam que há apenas dois factores que ajudam a explicar a maior probabilidade de ter
participado nessas actividades em qualquer um dos museus: o facto de se residir na
cidade de Lisboa e o nível de instrução. Por outras palavras, o público dos serviços
educativos tende a ser especialmente constituído por residentes em Lisboa e indivíduos
com maiores níveis de instrução. O facto de a idade não ter um efeito significativo a
este nível sugere que os frequentadores destas actividades são relativamente
heterogéneos do ponto de vista da sua idade, pelo menos entre aqueles que já têm 16
anos ou mais. A avaliação em termos de interesse e qualidade por parte daqueles que
participaram em actividades, como se pode conferir no Quadro 4.10, atinge valores
elevados.
Quadro 4.10. Avaliação das iniciativas e actividades dos serviços educativos em
termos de interesse e qualidade (apenas entre aqueles que declaram já ter participado
em actividades)
MCG CAMJAP
Muito boas 41% 40%
Boas 56% 51%
Assim-assim 3% 7%
Más 0% 1%
Muito más 0% 0%
28
Síntese do capítulo
O capítulo apresenta alguns indicadores respeitantes às atitudes e opiniões dos visitantes
em face dos espaços museológicos da Gulbenkian. Em primeiro lugar, assinale-se que a
avaliação é globalmente positiva em todas as dimensões parcelares analisadas: a
qualidade de cada colecção, a sua organização em termos temáticos e cronológicos, a
forma como as peças estão expostas e a informação disponibilizada sobre cada museu e
sobre as peças expostas. Em segundo lugar, a dimensão que é objecto de avaliações
menos positivas diz respeito à informação disponibilizada sobre as peças expostas,
matéria sobre a qual quer os mais jovens quer os mais instruídos são tendencialmente
mais críticos. Finalmente, em todas as anteriores dimensões de análise, a avaliação feita
pelos visitantes do MCG é mais positiva que a avaliação feita pelos visitantes do
CAMJAP.
Os indicadores-síntese utilizados reflectem estas avaliações parciais. A esmagadora
maioria dos visitantes coloca cada um dos museus entre os dez melhores que alguma
vez terá visitado, havendo inclusivamente mais de dois terços dos visitantes do MCG
que o colocam entre os cinco melhores que já visitou. A avaliação da relação qualidade-
preço é, em ambos os casos, extremamente favorável. E finalmente, a esmagadora
maioria dos visitantes ficou “muito” ou “razoavelmente” satisfeito com a visita, sendo
que a primeira hipótese é assinalada por dois terços dos visitantes do MCG.
29
V. Conclusão
Para caracterizar os perfis dos visitantes dos museus da Gulbenkian foi feito um
inquérito de 35 questões a indivíduos com 16 ou mais anos e residentes em Portugal,
realizado entre 28 de Setembro e 6 de Novembro de 2005. Obtiveram-se 912 respostas
válidas. Os resultados surgem agrupados em quatro capítulos: para além da metodologia
(capítulo I), o trabalho traça o perfil sociográfico dos públicos (capítulo II), os modos de
visita (capítulo III) e as motivações e atitudes dos públicos face aos museus da
Fundação (capítulo IV).
O visitante tipo dos museus da Fundação Calouste Gulbenkian é feminino na maioria,
ainda jovem (35 anos de média de idade), estudante ou empregado a tempo inteiro, de
elevadas qualificações académicas e de rendimento (36% tem um ganho mensal médio
de mais de 2500 euros e 31% entre 1500 e 2500 euros), residente em Lisboa (44%) e
com práticas culturais acima da média da população portuguesa. Apesar deste quadro
geral, detecta-se uma distinção entre os públicos do MCG e do CAMJAP, com estes a
serem mais jovens (41% até aos 24 anos), mais instruídos, de maior poder de compra e
mais activos nos consumos culturais que os do MCG.
A ida aos museus é uma prática de grupo, pois apenas 16% dos inquiridos foram
sozinhos. Um grande destaque é dado às visitas de estudo (cerca de um quarto do
número de visitantes). Transporte público no CAMJ e automóvel no MCG são os
principais meios de transporte, a denotar um público mais jovem naquele e um público
mais velho neste. O tempo de visita ao MCG excedeu uma hora para mais de um terço
dos visitantes, duração de visita mais elevada face aos que estiveram no CAMJAP. Esta
diferença justifica-se pela maior dimensão do MCG, com um número elevado de
núcleos distintos, ao passo que muitos dos que vão ao CAMJAP apenas o visitam para
ver a exposição temporária – por já estarem familiarizados com a exposição permanente
–, demorando-se, assim, menos tempo.
Das práticas culturais no ano anterior, os visitantes do MCG e do CAMJAP elegeram
como mais frequentes ler livros (92%), ir ao cinema (90%), visitar museus e galerias de
arte (85%) e ir ao teatro (51%), valores bem acima da média nacional, como se viu no
Quadro 2.10. Apesar de não ter sido feita uma pergunta específica quanto a consumos
familiares (ver televisão, ouvir rádio e discos), conclui-se, por comparação com outros
30
estudos, que os públicos dos museus da Gulbenkian têm um nível elevado e regular de
práticas de saída.
A aquisição de informação sobre os museus da Gulbenkian é especialmente a produzida
pela instituição (72%), a que se segue a veiculada pelos jornais (57%). Sobre a
informação patente junto das peças expostas, os mais jovens e instruídos expressam
uma satisfação inferior que os de idade mais elevada.
Quanto à apreciação global, a opinião é elevada em termos da dimensão das exposições,
organização temática e cronológica e apresentação das peças. O mesmo acontece
quando aos inquiridos se perguntou acerca da comparação com outros museus no país e
estrangeiro, classificando-se os museus da Gulbenkian entre os cinco melhores. Aliás,
os visitantes dos dois museus da Gulbenkian expressam um nível elevado de
cosmopolitismo, com 79% dos respondentes a afirmarem ter já visitado museus ou
centros de exposição fora do país.
Como principais linhas de conclusão sobre os públicos dos museus, enumeram-se as
seguintes: indivíduos de elevadas qualificações académicas e económicas, estudantes ou
exercendo profissões a tempo inteiro, residentes em Lisboa, com gostos ecléticos e
elevados hábitos culturais.
31
Bibliografia
Alves, Jorge Alves, e José Soares Neves (2005). Os museus municipais de Cascais.
Lisboa: Observatório de Actividades Culturais
Gomes, Rui Telmo, et al. (2000). Públicos do Festival de Almada. Lisboa: Observatório
de Actividades Culturais
Santos, Maria Lurdes Lima, et al. (2002). Públicos do Porto 2001. Lisboa: Observatório
de Actividades Culturais
32
Anexo: inquérito utilizado
Museu Calouste Gulbenkian e Centro de Arte Moderna
Inquérito aos visitantes
Centro de Sondagens e Estudos de Opinião da Universidade Católica Portuguesa
Data____/____/2005 Hora do início ___:____ Hora do fim ___:____
Código Entrevistador:
Entrevistador:__________________________ _____
Bom dia (Boa tarde] Chamo-me _______ e estou a colaborar com o Centro de Estudos e Sondagens da
Universidade Católica num inquérito para a Fundação Calouste Gulbenkian. A Fundação faz 50 anos em
2006 e está a fazer um estudo sobre os públicos das suas actividades. Peço-lhe o favor de me responder a
algumas perguntas sobre este assunto. As suas respostas são confidenciais e serão utilizadas apenas para
fins estatísticos.
[Confirmar que tem pelo menos 16 anos e que é residente em Portugal]
Registar sexo
 Masculino
 Feminino
P1. Registar local de realização do inquérito.
 Museu Calouste Gulbenkian
 Centro de Arte Moderna
P2. Pode dizer-me a sua idade?
anos
 Não responde
P3. Com quem veio visitar hoje o Museu Gulbenkian/Centro de Arte Moderna? [ASSINALE
TODAS AS RELEVANTES]
 Veio sozinho  Passa para a P6.
 Com cônjuge/parceiro(a)
 Com namorado
 Com os filhos
 Com os pais
 Com outros familiares
 Com amigos
 Integrado em excursão turística
 Integrado em visita de estudo
 Outra
 Não responde  Passa para a P6.
P4. Contando consigo, quantos elementos integram o seu grupo?
 Dois
 Três a cinco
 Mais de cinco
33
 Não responde
P5. Para além desta visita ao Museu Gulbenkian/Centro de Arte Moderna, tenciona visitar
ou já visitou hoje mais alguma exposição ou museu da Gulbenkian ainda hoje?
 Sim
 Não  Passa para a P8.
 Não sabe  Passa para a P8.
 Não responde  Passa para a P8.
P6. Qual? [MÚLTIPLA]
 Museu Gulbenkian
 Centro de Arte Moderna
 Exposição temporária no edifício da Fundação
 Exposição temporária no edifício do CAM
 Não sabe
 Não respondeComo se deslocou até aqui? [MÚLTIPLA]
 A pé
 Carro particular
 Táxi
 Transporte público
 Transporte de excursão
 Transporte escolar
 Outro
 Não responde
P7. Nos últimos três anos, quantas vezes visitou o Museu Gulbenkian/Centro de Arte
Moderna?
 Nenhuma: esta é a primeira visita
 Duas a cinco
 Mais de cinco
 Não sabe
 Não responde
P8. Aproximadamente, quanto tempo durou esta sua visita de hoje?
 Meia-hora ou menos
 Mais de meia-hora e até uma hora
 Mais de uma hora
 Não sabe
 Não responde
P9. Diria que passou mais tempo, menos tempo ou tanto tempo no Museu/no CAM como
esperava passar?
 Mais tempo do que esperava
 Menos tempo do que esperava
 Tanto tempo como esperava
 Não sabe
34
 Não responde
[Fazer a P12 no Museu Gulbenkian. Fazer a P13 no Centro de
Arte Moderna.]
P10. O Museu reúne diversos tipos de arte. Dos seguintes, quais são os dois que lhe
despertaram pessoalmente mais interesse no Museu? [Mostrar Cartão A: ASSINALE ATÉ 2 NO
MÁXIMO]
 Arte Egípcia  Passa à P14.
 Arte Greco-Romana  Passa à P14.
 Arte Islâmica  Passa à P14.
 Arte Chinesa e Japonesa  Passa à P14.
 Escultura  Passa à P14.
 Pintura Europeia  Passa à P14
 Livros  Passa à P14.
 Artes decorativas (mobiliário, tapeçarias, etc)  Passa à P14.
 Ourivesaria  Passa à P14.
 Lalique  Passa à P14.
 Não sabe  Passa à P14.
 Não responde  Passa à P14.
P11. O Centro de Arte Moderna reúne vários núcleos de obras de arte. Dos seguintes, quais
são os dois núcleos de obras de arte que lhe despertaram pessoalmente mais interesse no
CAMJAP? [Mostrar Cartão B: ASSINALE ATÉ 2 NO MÁXIMO]
 Artistas modernistas portugueses até anos 40
 Arte portuguesa dos anos 40 aos anos 60 (surrealismo, neo-realismo, abstraccionismo)
 Arte portuguesa dos anos 60 aos anos 80
 Arte portuguesa dos anos 90 até à actualidade
 Artistas britânicos
 Não sabe
 Não responde
35
P12. Gostaria agora de saber a sua opinião sobre alguns aspectos do Museu
Gulbenkian/Centro de Arte Moderna. Em relação ao CONJUNTO DA COLECÇÃO, acha que é muito
boa, boa, assim-assim, má ou muito má?
 Muito boa
 Boa
 Assim-assim
 Má
 Muito má
 Não sabe
 Não responde
P13. Em relação À MANEIRA COMO A EXPOSIÇÃO ESTÁ ORGANIZADA TEMÁTICA E CRONOLOGICAMENTE,
acha que é muito boa, boa, assim-assim, má ou muito má?
 Muito boa
 Boa
 Assim-assim
 Má
 Muito má
 Não sabe
 Não responde
P14. E como classifica, em geral, A FORMA COMO AS PEÇAS ESTÃO EXPOSTAS: muito boa, boa,
assim-assim, má ou muito má?
 Muito boa
 Boa
 Assim-assim
 Má
 Muito má
 Não sabe
 Não responde
P15. E como classifica A INFORMAÇÃO DISPONÍVEL SOBRE O MUSEU/CAM E AS PEÇAS EXPOSTAS:
muito boa, boa, assim-assim, má ou muito má?
 Muito boa
 Boa
 Assim-assim
 Má
 Muito má
 Não sabe
 Não responde
36
P16. Em geral, ficou muito satisfeito, razoavelmente satisfeito, pouco satisfeito ou nada
satisfeito com esta visita ao Museu/ao CAM?
 Muito satisfeito
 Razoavelmente satisfeito
 Pouco satisfeito
 Nada satisfeito
 Não sabe
 Não responde
P17. Alguma vez visitou um museu ou centro de exposições fora de Portugal?
 Sim
 Não
 Não sabe
 Não responde
P18. Pensando nos CINCO melhores museus ou centros de exposições de tamanho
comparável ao Museu Gubenkian/CAM que se recorda de ter visitado, diria que este é um
deles?
 Sim  Passa à P23
 Não
 Não sabe
 Não responde  Passa à P23
P19. E pensando nos DEZ melhores museus ou centros de exposições de tamanho
comparável ao Museu Gubenkian/CAM que se recorda de ter visitado, diria que este é um
deles?
 Sim
 Não
 Não sabe
 Não responde
P20. Tendo em conta aquilo que achou do Museu/do CAM, acha que o preço que pagou
pelo bilhete foi mais alto do que devia ser, foi o preço certo, ou foi mais baixo do que devia
ser ?
 Mais elevado do que devia ser
 O preço certo
 Mais baixo do que devia ser
 Não sabe
 Não responde
P21. De que forma costuma informar-se sobre as actividades do Museu Gulbenkian /do
CAM? (ASSINALE TODAS AS RELEVANTES; MOSTRAR CARTÃO)
 Família ou amigos
 Professores
 Jornais
37
 Rádio
 Televisão
 Site do Museu/site do CAM
 Outros sites na Internet
 Newsletter da Fundação
 Outros folhetos/programas
 Anúncios ou cartazes
 Outra. Qual?
 Nenhuma
 Não sabe
 Não responde
P22. Alguma vez participou em actividades organizadas pelo Serviço Educativo do Museu
Gulbenkian?
 Sim
 Não  Passa à P26
 Não sabe  Passa à P26
 Não responde  Passa à P26
P23. Em geral, em termos do seu interesse e qualidade, como classifica aS ACTIVIDADES DO
SERVIÇOS EDUCATIVO EM QUE PARTICIPOU? Muito boas, boas, assim-assim, más ou muito más?
 Muito boas
 Boas
 Assim-assim
 Más
 Muito más
 Não sabe
 Não responde
P24. E alguma vez participou em actividades organizadas pelo Sector Educativo do Centro
de Arte Moderna?
 Sim
 Não  Passa à P28
 Não sabe  Passa à P28
 Não responde  Passa à P28
38
P25. Em geral, em termos do seu interesse e qualidade, como classifica aS ACTIVIDADES DO
SECTOR EDUCATIVO EM QUE PARTICIPOU? Muito boas, boas, assim-assim, más ou muito más?
 Muito boas
 Boas
 Assim-assim
 Más
 Muito más
 Não sabe
 Não responde
P26. Em geral, qual é a avaliação que faz das actividades e iniciativas da Fundação
Gulbenkian: muito positiva, positiva, nem positiva nem negativa, negativa ou muito
negativa?
 Muito positiva
 Positiva
 Nem positiva nem negativa
 Negativa
 Muito negativa
 Não sabe
 Não responde
39
P27. Gostaria agora que de lhe fazer algumas perguntas sobre a forma como passa os seus
tempos livres. Para cada uma das actividades que lhe vou mencionar, gostaria que me
dissesse se a fez alguma vez durante o último ano. Durante o último ano…
Sim
Não
Nãosabe
Não
responde
Assistiu a um espectáculo de
música erudita, clássica ou
contemporânea?
   
Assistiu a um espectáculo de jazz?    
Assistiu a um espectáculo de
música pop (rock, soul, blues, rap,
etc)?
   
Assistiu a um espectáculo de
bailado?
   
Assistiu a uma ópera?    
Foi a uma peça de teatro?    
Assistiu a um evento desportivo?    
Visitou um museu ou galeria de
arte, sem contar com a visita de
hoje?
   
Leu um livro, sem contar com
livros escolares ou de trabalho?
   
Foi ao cinema?    
P28. Para terminar, queria fazer-lhe algumas perguntas sobre si. Pode dizer-me qual é o
seu grau de instrução?
 Menos do que a 4ª classe
 4ª classe antiga, 6ª classe ou ciclo preparatório recentes
 5º ano antigo ou 9º ano unificado, 10º ano, 11º ano
 7º ano antigo, ano propedêutico, 12º ano recente ou curso médio
 Frequência da universidade ou bacharelato
 Licenciatura, mestrado ou doutoramento
 Não responde
40
P29. Pense por favor na pessoa da sua família que foi mais responsável pela sua educação.
Qual foi o grau de instrução mais elevado que ela atingiu?
 Menos do que a 4ª classe
 4ª classe antiga, 6ª classe ou ciclo preparatório recentes
 5º ano antigo ou 9º ano unificado, 10º ano, 11º ano
 7º ano antigo, ano propedêutico, 12º ano recente ou curso médio
 Frequência da universidade ou bacharelato
 Licenciatura, mestrado ou doutoramento
 Não sabe
 Não responde
P30. Qual é a sua situação actual face ao trabalho? É ou está…(LER OPÇÕES)
 Desempregado
 Estudante
 Doméstico(a)
 Reformado
 Empregado a tempo inteiro
 Empregado a tempo parcial
 Outra situação
 Não responde
P31. Contando consigo, quantas pessoas vivem na sua casa?
pessoas
 Não responde
P32. Vive com um cônjuge ou parceiro?
 Sim
 Não
 Não responde
P33. Tem filhos a viverem consigo?
 Sim
 Não
 Não responde
41
P34. Dos seguintes escalões, qual corresponde melhor ao rendimento do seu agregado
familiar (médio, mensal, líquido, em euros)?
 Menos de 300 euros
 Entre 300 e 750 euros
 Entre 750 e 1500 euros
 Entre 1500 e 2500 euros
 Mais de 2500 euros
 Não sabe
 Não responde
P35. Pode dizer-me o código postal da sua residência?
 Não sabe
 Não responde

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Perfil dos públicos dos museus da Gulbenkian

  • 1. 1 PÚBLICOS DOS MUSEUS DA GULBENKIAN Um Estudo do Centro de Sondagens e Estudos de Opinião da Universidade Católica Portuguesa Rogério Santos Pedro Magalhães Lisboa Março de 2006
  • 2. 2 ÍNDICE Índice................................................................................................................. 2 Sumário executivo ........................................................................................... 3 I. Objectivos e metodologia............................................................................. 5 II. Perfil dos públicos dos museus da Fundação Calouste Gulbenkian (Gulbenkian e CAMJAP) .................................................................................. 7 Os públicos regulares............................................................................. 14 Síntese do capítulo ................................................................................. 15 III. Modos de visita aos museus.................................................................... 17 Síntese do capítulo ................................................................................. 20 IV. Motivações e atitudes............................................................................... 22 Síntese do capítulo ................................................................................. 28 V. Conclusão................................................................................................... 29 Bibliografia...................................................................................................... 31 Anexo: inquérito utilizado ............................................................................. 32
  • 3. 3 Sumário executivo  Do ponto de vista da sua composição sócio-demográfica, os visitantes dos museus da FCG exibem percentagens de mulheres e — especialmente — de jovens acima não apenas do que ocorre com a população nacional com 16 ou mais anos mas também dos valores conhecidos para os públicos dos museus em Portugal;  Parte da responsabilidade pela acentuada juvenilização dos visitantes cabe ao papel das visitas de estudo, responsáveis por cerca de um quarto das visitas aos museus;  44% dos visitantes residem no concelho de Lisboa e 76% deles na Área Metropolitana de Lisboa;  48% dos visitantes dos espaços museológicos da FCG têm qualificações académicas iguais ou superiores à licenciatura, capital escolar esse que resulta, maioritariamente, de percursos de ascensão em relação ao capital escolar familiar;  Mais de um terço dos visitantes vivem em agregados familiares cujo rendimento mensal líquido é superior a 2500 euros, denotando uma população com um poder de compra acima da média nacional;  A frequência de consumos culturais dos visitantes dos museus da FCG é, a todos os níveis, superior à verificada entre a população nacional;  Em comparação com os visitantes do MCG, os visitantes do CAMJAP são sistematicamente mais jovens, mais instruídos, mais prósperos, mais concentrados no concelho de Lisboa e mais activos do ponto de vista das suas práticas culturais, para além de visitarem o museu com maior regularidade.  O modo de visita mais frequente em ambos os museus é a visita de estudo, seguida da visita com amigos e/ou cônjuge ou parceiro. O carro particular é o modo de deslocação mais utilizado para a visita ao MCG, ao passo que o transporte público prevalece no caso do CAMJAP;  A maior parte dos visitantes despende meia hora ou mais em cada visita, sendo que, no caso do MCG, mais de dois terços dos visitantes despende mais de uma hora na visita;  Mais de um terço dos visitantes a cada um dos museus aproveita a deslocação para visitar o outro, ou mesmo uma exposição temporária. Estas visitas com múltiplos propósitos são mais frequentes entre os visitantes do MCG.  A principal fonte singular de informação sobre as actividades e iniciativas dos museus a que os visitantes recorrem é constituída pelas notícias de jornal. Contudo, em conjunto, as fontes de informação produzidas pela própria FCG (sites, folhetos, newsletter, anúncios ou cartazes) são as mais mencionadas como relevantes pelos visitantes.
  • 4. 4  A avaliação que os visitantes fazem, quer do MCG quer do CAMJAP, é globalmente positiva, especialmente no que respeita à qualidade global das colecções, a relação qualidade/preço dos bilhetes, a posição de ambos os museus no conjunto dos melhores museus já visitados e a satisfação global com a visita. Contudo, a avaliação feita pelos visitantes do MCG é sempre melhor que a feita pelos visitantes do CAMJAP.  O aspecto que, em ambos os museus, suscita avaliações menos positivas é o que diz respeito à informação disponibilizada sobre as peças expostas.
  • 5. 5 I. Objectivos e metodologia O objectivo genérico deste estudo é caracterizar os públicos do Serviço de Museus da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG). O relatório descreve os principais resultados obtidos, e divide-se em quatro partes, a primeira das quais trabalha o perfil dos públicos dos museus da Fundação Calouste Gulbenkian, a que se segue a análise dos modos de visita aos museus e a avaliação que deles fazem os visitantes. Entre o leque de técnicas disponíveis nas ciências sociais para recolha de informação, aquela que dá melhores garantias de permitir inferências descritivas válidas e controladas acerca de uma população é o inquérito por questionário aplicado a uma amostra representativa. Neste caso, a opção foi pela condução de um inquérito face-a- face a uma amostra representativa dos visitantes do Museu Calouste Gulbenkian (MCG) e do Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão (CAMJAP) com 16 ou mais anos e residentes em Portugal. O trabalho de campo teve lugar entre os dias 28 de Setembro e 6 de Novembro de 2005. Foram obtidos 912 inquéritos válidos. Os inquiridos foram seleccionados aleatoriamente nas saídas principais de cada local de exposições, sendo aplicado um intervalo sistemático de selecção dos visitantes para sua inquirição em cada local por cada um dos membros da equipa. Foram excluídos da amostra os visitantes residentes fora do país e aqueles com menos de 16 anos, independentemente da sua residência. Dado que quer o intervalo de selecção de inquiridos quer a dimensão das equipas foi igual para os dois locais, há segurança de que a amostra final obtida seja representativa, no seu conjunto, do universo de visitantes dos dois museus residentes em Portugal com 16 ou mais anos. Importa não ignorar, contudo, duas limitações importantes deste trabalho do ponto de vista da representatividade da amostra. Por um lado, estão excluídos à partida os visitantes estrangeiros que, como se sabe, representam uma parcela significativa dos visitantes dos espaços expositivos da FCG, julgando-se inclusivamente serem maioritários no caso do MCG. Por outro lado, importa também notar que a grande maioria dos inquéritos foram aplicados durante o mês de Outubro, excluindo portanto os
  • 6. 6 visitantes que se deslocam ao MCG e ao CAMJAP durante o período de férias de Verão e cujas características podem eventualmente ser distintas das dos visitantes noutros períodos.
  • 7. 7 II. Perfil dos públicos dos museus da Fundação Calouste Gulbenkian (Gulbenkian e CAMJAP) Neste capítulo, estudam-se os perfis dos públicos visitantes dos dois museus da Gulbenkian (Museu Calouste Gulbenkian e Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão), tais como sexo, escalões etários, nível de escolaridade e capital escolar familiar, situação face ao trabalho, rendimento económico familiar, residência e consumos culturais. Foram entrevistados 912 visitantes com idades iguais ou superiores a 16 anos e residentes em Portugal (Quadro 2.1), sendo 43% deles homens e 57% mulheres. De notar que a relação existente na população portuguesa para este grupo etário é de 47,7% de homens e 52,3% de mulheres (censo de 2001). Assim, os visitantes dos museus da Gulbenkian estão, em média, sobrerepresentados pelo público feminino, em especial os do Museu Calouste Gulbenkian (MCG). Quadro 2.1. Sexo e local de inquérito Museu Calouste Gulbenkian Centro de Arte Moderna Total Sexo Masculino 40% 45% 43% Feminino 60% 55% 57% Total 100% 100% 100% Contudo, o dado mais assinalável no que respeita às características demográficas dos inquiridos diz respeito à sua composição etária. Na base dos dados do censo 2001, a população portuguesa, com 16 ou mais anos, distribuía-se da seguinte forma pelos seguintes níveis etários: 15,5% nos 16-24 anos, 18,3% nos 25-34 anos, 17,4% nos 35-44 anos, 15,6% nos 45-54 anos, 13,2% nos 55-64 anos e 19,9% nos 65 e mais anos. Como verificamos no quadro 2.2, o perfil etário dos visitantes dos museus da Gulbenkian é diametralmente oposto, ou seja, acentuadamente juvenilizado. Por exemplo, os inquiridos até aos 34 anos representam mais de metade do público (56%). E este padrão
  • 8. 8 é ainda mais acentuado nos públicos do Centro de Arte Moderna (CAMJAP), cujos visitantes até aos 24 anos representam 41% do total, em contraste com 31% no mesmo escalão etário no Museu Calouste Gulbenkian (MCG). Quadro 2.2. Escalões etários por local de inquérito Museu Calouste Gulbenkian Centro de Arte Moderna Total 16-24 anos 31% 41% 37% 25-34 anos 20% 19% 19% 35-44 anos 17% 13% 15% 45-54 anos 14% 11% 12% 55-64 anos 8% 9% 8% 65 ou mais anos 10% 7% 9% Parte da responsabilidade por esta acentuada “juvenilização” dos visitantes dos museus da FCG cabe ao papel das visitas de estudo organizadas no número total de visitantes dos museus da Fundação. No CAMJAP, elas são responsáveis por mais de um quarto (27%) do total de visitantes portugueses com mais de 16 anos, ao passo que o valor comparável para o MCG é de 25%. Mesmo quando excluímos do total os visitantes integrados em visitas de estudo, os indivíduos com idades até aos 34 anos ainda representam 46% do total. Logo, a prática museológica na FCG parece ser, ao contrário do que poderia pensar-se inicialmente na base de outros estudos1 , uma actividade fortemente juvenilizada, mesmo para além de visitas escolares organizadas (Quadro 2.3). Note-se também, neste contexto, o claro contraste entre estes dados e os encontrados para os públicos de música da FCG, nos quais os espectadores com idade até aos 34 anos representavam apenas 19% do total. 1 Confrontar com estudo de Jorge Alves Santos e José Soares Neves (2005, p. 76), com resultados diferentes.
  • 9. 9 Quadro 2.3. Escalões etários por local de inquérito, excluindo visitas de estudo Museu Calouste Gulbenkian Centro de Arte Moderna Total 16-24 anos 20% 26% 23% 25-34 anos 21% 25% 23% 35-44 anos 21% 16% 18% 45-54 anos 16% 13% 14% 55-64 anos 8% 10% 10% 65 ou mais anos 14% 10% 11% Pela análise do quadro 2.4, podem comparar-se as qualificações académicas completas dos públicos dos museus da Gulbenkian com as da população portuguesa com 16 ou mais anos (a partir do censo de 2001). Enquanto o acesso aos dois museus da Gulbenkian conta com quase 50% de licenciados ou com frequência universitária, no país esse nível académico foi atingido por apenas 8% da população residente com 16 ou mais anos. Apesar disso, a selectividade social detectada entre os visitantes dos museus da FCG é bem menor que a existente entre os públicos de música onde, recorde-se, a população com ensino superior representava nada menos que 73% do total. Quadro 2.4. Qualificações académicas dos públicos dos museus da Gulbenkian e dos residentes em Portugal MCG+CAMJAP Portugal Básico ou menos 15% 77,9% Secundário ou médio 37% 14,1% Ensino superior 48% 8,0% O quadro 2.5 mostra a distribuição das qualificações académicas dos visitantes em cada um dos locais de inquérito. Apesar das semelhanças genéricas, que se consubstanciam, como já vimos, em comparativamente elevados níveis de escolaridade, há também diferenças significativas entre os dois espaços expositivos. Assim, os visitantes do MCG têm, em média, menores habilitações escolares que os visitantes do CAMJAP. Não surpreende que assim seja, tendo em conta quer a maior variedade de manifestações
  • 10. 10 artísticas cobertas pelo MCG (artes decorativas, pintura, escultura, porcelana ou ourivesaria) — despertando assim o interesse de um público mais massificado — quer o facto de a sua colecção resultar da escolha pessoal do fundador, que foi adquirindo a maior parte das obras expostas segundo um padrão de gosto clássico. Pelo contrário, o CAMJAP expõe peças modernas e contemporâneas que exigem um esforço de compreensão mais exigente e têm referentes estéticos que tendem a ser dominados por uma população com maiores recursos educacionais. Quadro 2.5. Grau de instrução MCG CAMJAP Total Total sem visitas de estudo Menos do que a 4ª classe 0% 0% 0% 0% 4ª classe antiga, 6ª classe ou ciclo preparatório 3% 1% 2% 2% 5º ano antigo, 9º ano unificado, 10º e 11º ano 21% 7% 13% 6% 7º ano antigo, ano propedêutico, 12º ano ou curso médio 12% 24% 19% 10% Frequência da Universidade ou bacharelato 16% 20% 18% 24% Licenciatura, mestrado ou doutoramento 48% 49% 48% 58% Estes indicadores podem ser complementados à luz de outros estudos já realizados  caso do de Santos et al. (2002)  onde se sugere que estas elevadas qualificações dos públicos da cultura resultam, em grande medida, de um alargamento social através de percursos de ascensão escolar, ou seja, por indivíduos que atingem níveis de escolaridade superiores aos dos pais. Uma das questões colocadas no inquérito dizia precisamente respeito às habilitações escolares do principal encarregado de educação, permitindo-nos verificar se há percursos de mobilidade familiar ascendente ou descendente no que respeita à acumulação de capital escolar. Apontamos três níveis, em que o “ascendente” significa um aumento de escolaridade do inquirido face ao seu principal encarregado de educação, “descendente” o oposto, e “estacionário” quando há igual nível académico entre o inquirido e o seu principal encarregado de educação. No Quadro 2.6 confirma-se a hipótese anterior: é visível o
  • 11. 11 percurso de ascensão escolar de uma parte maioritária do público dos museus (51%), especialmente no caso do MCG. Isto contrasta, uma vez mais, com os públicos de música da FCG, onde os percursos estacionários (no qual os públicos reproduziam o elevado capital escolar dos encarregados de educação) tinham um peso muito superior (43%, contra os 29% dos visitantes dos museus). Quadro 2.6. Percurso escolar MCG CAMJAP Total Total sem visitas de estudo Descendente 17% 22% 20% 17% Estacionário 27% 30% 29% 30% Ascendente 56% 48% 51% 54% Já o Quadro 2.7 indica a situação actual face ao trabalho. Assim, os valores mais importantes incidem sobre empregados a tempo inteiro (46%), seguindo-se os estudantes (37%) e, a grande distância, os reformados (11%). O peso dos estudantes desce quando excluímos as visitas de estudo, mas representa mesmo assim, e nesse caso, mais de um quinto dos visitantes. Por outro lado, na comparação entre o MCG e o CAMJAP, é visível que o público estudantil tem um peso mais significativo no segundo. Isto pode dever-se ao facto de haver mais circuitos de formação escolar ligados ao CAMJAP, mas a verdade é que o público estudantil pesa mais no total de visitantes do CAMJAP mesmo quando se excluem as visitas de estudo da amostra, o que sugere que esse peso se pode também dever ao facto de estéticas mais modernas serem mais atraentes para os mais jovens. Quadro 2.7. Situação actual face ao trabalho MCG CAMJAP Total Total sem visitas de estudo Desempregado 3% 2% 2% 3% Estudante 30% 42% 37% 22% Doméstico(a) 1% 0% 1% 1% Reformado 13% 10% 11% 15% Empregado a tempo inteiro 51% 42% 46% 55% Empregado a tempo parcial 1% 2% 2% 2% Outra situação 2% 1% 2% 2%
  • 12. 12 O Quadro 2.8 oferece informação sobre a variável do rendimento líquido mensal médio do agregado familiar. Assim, verificamos que 67% dos visitantes dos museus da FCG pertencem a famílias cujo rendimento está acima dos 1500 euros mensais, o que coloca o visitante médio claramente acima dos níveis de rendimento da população em geral. Por outro lado, importa notar como, apesar disso, os visitantes do MCG tendem a pertencer a agregados com menores rendimentos que os do CAMJAP, o que reforça dados anteriores que indicavam uma maior selectividade social deste último em termos de capital escolar. Note-se igualmente como, uma vez mais, a selectividade social dos visitantes dos museus da FCG é, em geral, muito inferior à verificada nos seus públicos de música, onde 55% dos espectadores declaravam rendimentos líquidos mensais do agregado superiores a 2500 euros. Quadro 2.8. Rendimento líquido mensal médio do agregado familiar MCG CAMJAP Total Total sem visitas de estudo Menos de 300 euros 4% 1% 3% 3% Entre 300 e 750 euros 12% 7% 9% 8% Entre 750 e 1500 euros 22% 21% 21% 20% Entre 1500 e 2500 euros 28% 34% 31% 30% Mais de 2500 euros 35% 37% 36% 39% Dispomos também de dados sobre o local de residência dos visitantes dos museus da FCG. Como se mostra no quadro 2.9, apesar de a parcela maior de visitantes portugueses com 16 anos ou mais residir na cidade de Lisboa (44%), um quarto dos visitantes vem de fora da Grande Lisboa. Esse valor aumenta para cerca de um terço dos visitantes no que respeita ao Museu Calouste Gulbenkian que, em comparação com o CAMJAP, atrai uma parcela significativamente maior de visitantes de fora da cidade. De notar ainda que o inquérito foi aplicado em Outubro, não captando os visitantes durante as férias de Verão, o que levará, provavelmente, a que estes dados estejam a subestimar o peso dos visitantes de fora da cidade de Lisboa.
  • 13. 13 Quadro 2.9. Área de residência dos visitantes MCG CAMJAP Total Total sem visitas de estudo Lisboa cidade 39% 49% 44% 48% Grande Lisboa Norte do Tejo 21% 20% 20% 22% Grande Lisboa Sul do Tejo 9% 14% 12% 6% Fora da Grande Lisboa 32% 18% 24% 24% O elevado nível de qualificação escolar médio dos visitantes dos museus faria supor estarmos perante um público com níveis elevados de consumos culturais. Assim sucede. Em todos os domínios acerca dos quais temos pontos de comparação com a população portuguesa, os visitantes dos museus da FCG exibem níveis de actividade do ponto de vista cultural acima da média nacional. Esta discrepância é particularmente clara no caso da assistência a espectáculos de música erudita, onde a percentagem de visitantes que, durante o último ano, assistiu a um desses espectáculos é dez vezes superior à média nacional. Quadro 2.10. Durante o último ano… Visitantes MCG/CAMPJAP 16+ anos População nacional (1999) 15+ anos2 Leu um livro (sem contar com livros escolares ou de trabalho) 92% 31% Foi ao cinema 90% 30% Visitou um museu/galeria de arte 85% 31% Foi ao teatro 67% 10% Assistiu a um espectáculo de música erudita 51% 5% Assistiu a um espectáculo de música pop 50% 23% Assistiu a um evento desportivo 44% - Assistiu a um espectáculo de bailado 35% 7% Assistiu a um espectáculo de jazz 27% - Assistiu a uma ópera 19% 3% Sabíamos já que os visitantes do CAMJAP são, em comparação com os visitantes do MCG, mais jovens, mais instruídos, mais prósperos e mais concentrados na cidade de Lisboa. Estas diferenças reflectem-se de forma previsível nas práticas culturais de um e 2 Inquérito à Ocupação do Tempo, INE, 1999.
  • 14. 14 outro grupo de visitantes. Como se verifica no quadro 2.11, os visitantes do CAMJAP são, em comparação com os visitantes do MCG, invariavelmente mais activos do ponto de vista cultural, com excepção da assistência a espectáculos desportivos. Quadro 2.11. Durante o último ano… MCG CAMJAP Leu um livro (sem contar com livros escolares ou de trabalho) 90% 93% Foi ao cinema 86% 93% Visitou um museu/galeria de arte 83% 86% Foi ao teatro 62% 71% Assistiu a um espectáculo de música erudita 46% 56% Assistiu a um espectáculo de música pop 43% 56% Assistiu a um evento desportivo 46% 42% Assistiu a um espectáculo de bailado 33% 36% Assistiu a um espectáculo de jazz 21% 32% Assistiu a uma ópera 16% 22% Finalmente, os visitantes foram inquiridos sobre se alguma vez tinham visitado um museu ou centro de exposições fora do país. Os resultados revelam que estamos perante um público que se poderia descrever como “cosmopolita”, com cerca de 80% a declararem que já visitaram um museu estrangeiro, percentagem que sobe para quase 90% quando excluímos os visitantes integrados em visitas de estudo. Quadro 2.12. Alguma vez visitou um museu ou centro de exposições fora de Portugal MCG CAMJAP Total Total sem visitas de estudo Sim 77% 80% 79% 88% Não 23% 20% 21% 12% Os públicos regulares A análise feita até agora não faz qualquer distinção entre os públicos no que respeita à frequência com que, ao longo do tempo, regressam a cada um dos espaços expositivos. Não faz, por outras palavras, uma distinção entre públicos “regulares” e “episódicos”.
  • 15. 15 Há, a este nível, uma diferença clara entre os públicos do MCG e do CAMJAP. Enquanto que, no primeiro, cerca de metade dos visitantes respondem ter sido aquela a sua primeira visita, no segundo essa proporção baixa para um terço, havendo inclusivamente 35% dos visitantes que dizem ter visitado o CAMJAP mais de cinco vezes nos últimos três anos. Por outras palavras, o público do CAMJAP é um público mais fiel e regular, ao que não será estranho o facto de a visita a muitas das exposições temporárias organizadas no CAMJAP obrigar à entrada no próprio museu. Quadro 2.12. Número de visitas nos últimos três anos Museu Calouste Gulbenkian Centro de Arte Moderna Total Total sem visitas de estudo Primeira visita 49% 34% 41% 34% Duas a cinco 34% 31% 32% 34% Mais de cinco 17% 35% 27% 32% Uma análise multivariada revela que existem três características que tendem a diferenciar os visitantes mais regulares dos restantes: a residência, a instrução e a idade. Por outras palavras, os visitantes mais regulares, quer do MCG quer do CAMJAP, tendem, em comparação com os visitantes episódicos, a ter maiores níveis de instrução, a ser mais velhos e a residir na cidade de Lisboa. Estes resultados confirmam, de forma previsivelmente mais mitigada, o que já se tinha detectado na sondagem a nível nacional quanto aos factores que distinguem os visitantes regulares dos museus da FCG da população em geral. Síntese do capítulo O “retrato-robot” do visitante dos museus da FCG desenha-se com alguns traços fundamentais: predominantemente feminino, relativamente jovem (idade média de 35 anos), estudante ou empregado a tempo inteiro, com elevadas qualificações académicas (resultantes de percursos de ascensão em termos de capital escolar familiar), residente na Grande Lisboa, e com práticas culturais claramente acima da média da população portuguesa. A principal — mas não exclusiva — responsabilidade pela juventude desta
  • 16. 16 população (em contraste muito acentuado com os públicos dos concertos da FCG) cabe ao peso muito importante que as visitas de estudo têm na frequência dos museus, pelo menos fora do período de férias de Verão (aquele em que o inquérito foi aplicado). Há, no entanto, alguma diversidade interna neste universo, que parece estruturar-se em torno de dois contrastes: entre o MCG e o CAMJAP; e entre os visitantes regulares e episódicos. Os visitantes do CAMJAP são, em comparação com os visitantes do MCG, mais jovens, mais instruídos, mais prósperos, mais concentrados na cidade de Lisboa e mais activos do ponto de vista das práticas culturais. Verificámos igualmente que uma parte significativa dos visitantes aos museus da FCG  entre um quarto a um terço, dependendo da inclusão ou não das visitas de estudo no universo em análise  são visitantes frequentes, com mais de cinco visitas nos últimos cinco anos. Independentemente do museu visitado, estes visitantes frequentes caracterizam-se por residirem mais na própria cidade de Lisboa, serem mais instruídos e mais velhos.
  • 17. 17 III. Modos de visita aos museus Neste capítulo, analisam-se os modos como os inquiridos visitam os museus, incluindo os modos de acompanhamento (sozinho, com amigos ou familiares e integrados ou não em visitas de estudo), o número de pessoas que acompanham o inquirido, os meios de transporte utilizados, a duração da visita e as principais fontes de informação sobre os museus da FCG. Como mostra o Quadro 3.1, o modo mais frequente de acompanhamento é a integração em visita de estudo, a que se seguem visitas com amigos e cônjuge/parceiro. As diferenças entre os dois museus não são significativas a este nível, excepto no que respeita ao maior peso dos visitantes isolados e a ausência de visitantes integrados em excursões turísticas no CAMJAP. Seja como for, rapidamente se conclui que a ida aos museus é, em geral, uma prática cultural de fruição em grupo. Lazer ou excursão, visita de formação ou conhecimento de uma realidade artística específica, conduzem a que o acto de ver seja partilhado em torno de opiniões, comentários e incentivos entre os elementos do grupo visitante. Quadro 3.1. Modos de acompanhamento MCG CAMJAP Total Integrado em visita de estudo 25% 27% 26% Amigos 20% 23% 22% Cônjuge/parceiro 21% 18% 19% Sozinho 14% 18% 16% Filhos 11% 10% 10% Outros familiares 7% 5% 6% Namorado(a) 4% 6% 5% Pais 3% 2% 2% Integrado em excursão turística 5% 0% 2% Outra 1% 0% 1% Observação: como as respostas são múltiplas, o somatório ultrapassa 100% Os modos de deslocação à FCG privilegiados pelos visitantes são, em partes iguais, o automóvel particular e o transporte público. Contudo, quando desagregamos os dados por museu, enquanto o automóvel prevalece no caso dos visitantes do MCG, o transporte público prevalece como modo de deslocação ao CAMJAP, como se verifica no quadro 3.2.
  • 18. 18 Quadro 3.2. Modo de deslocação Meio de Transporte MCG CAMJAP Total Carro particular 40% 39% 40% Transporte público 27% 45% 37% A pé 16% 11% 13% Transporte escolar 10% 3% 6% Táxi 4% 2% 3% Transporte de excursão 6% 1% 3% Outro 0% 1% 0% Um dado particularmente interessante sobre o modo de visita diz respeito ao tempo dispendido (Quadro 3.3). Assim, ao passo que são raros os visitantes que gastam menos de meia hora na sua visita, a resposta mais frequente é a de que a visita durou uma hora ou mais. Note-se, contudo, o contraste entre o MCG e o CAMJAP a este nível: enquanto mais de dois terços dos visitantes do MCG despendem uma hora ou mais na visita, apenas 44% dos visitantes do CAMJAP dão a mesma resposta. Isso poderá dever-se a três factores fundamentais: a maior dimensão do MCG; o facto de uma proporção maior de visitantes do MCG serem “primeiras visitas”; e o facto de uma parte dos visitantes do CAMJAP se lá deslocar com o objectivo principal de visitar uma exposição temporária. Contudo, importa notar que a duração da visita é tendencialmente maior no caso de visitas de estudo, com 81% dos visitantes nessa situação a declararem uma visita de uma hora ou mais. De resto, quando nos concentramos exclusivamente nas visitas de estudo, as diferenças de duração entre o MCG e o CAMJAP desaparecem. Quadro 3.3. Duração da visita MCG CAMJAP Visitas de estudo Meia hora ou menos 4% 14% 1% Mais de meia hora e até uma hora 30% 42% 18% Mais de uma hora 67% 44% 81%
  • 19. 19 No Quadro 3.4 verifica-se que a resposta maioritária dos inquiridos vai no sentido de que o tempo gasto na visita foi o previsto (67% em ambos os locais). Das outras hipóteses de resposta (mais tempo ou menos tempo do que esperado), 21% dos visitantes do CAMJAP acabaram por gastar menos tempo do que o previsto. Quadro 3.4. Relação do tempo de duração da visita com o esperado inicialmente MCG CAMJAP Mais tempo do que esperava 15% 12% Menos tempo do que esperava 17% 21% Tanto tempo como esperava 68% 67% Como se analisa no quadro 3.5, a maior parte dos visitantes vêm com o objectivo exclusivo de visitar um único espaço expositivo. Contudo, isso não é assim para mais de um terço (38%) dos inquiridos, que declararam ter visto (ou tencionar) ainda ver outra exposição ou museu na FCG. 44% dos visitantes do MCG aproveitam para alargar a sua visita a exposições temporárias no edifício da Fundação ou ao CAMJAP, sendo que a primeira opção é a mais frequente. Há também uma parte (menor) dos visitantes do CAMJAP (26%) que alarga a sua visita a outros espaços expositivos, repartindo-se de forma equitativa pelo Museu Calouste Gulbenkian e pelas exposições temporárias. Quadro 3.5. Visitas a outros espaços no mesmo dia MCG CAMJAP Nenhum 57% 64% MCG - 17% CAMJAP 13% - Temporária-FCG 31% 19% Finalmente, obtivemos também respostas sobre as principais fontes de informação sobre os museus e exposições da FCG a que os visitantes recorrem. Olhando para o Quadro 3.6, verifica-se que as fontes de informação mais importantes para os inquiridos são os jornais (37%), seguindo-se o site do MCG ou do CAMJAP (26%) e os professores (25%). O peso significativo dos professores prende-se, em grande medida, com a
  • 20. 20 ligação e orientação a visitas de estudo, como se verifica quando se confronta a coluna do total com a que exclui os inquiridos integrados em visitas de estudo. Não há grandes diferenças entre os visitantes do MCG e do CAMJAP, a não ser no que respeita um maior peso dos jornais no segundo e dos sites da internet no primeiro. Quadro 3.6. Fontes de informação MCG CAMJAP Total Total sem visitas de estudo Jornais 33% 41% 37% 44% Site do Museu/site do CAMJAP 26% 25% 26% 24% Professores 26% 23% 25% 11% Família ou amigos 26% 20% 23% 25% Outros folhetos/programas 20% 22% 21% 25% Outros sites na Internet 21% 12% 16% 15% Televisão 16% 13% 14% 15% Anúncios ou Cartazes 14% 13% 14% 15% Newsletter da Fundação 6% 16% 12% 14% Rádio 7% 5% 5% 7% Outra 7% 5% 6% 7% Observação: como as respostas são múltiplas, o somatório ultrapassa 100% Já no Quadro 3.7, que agrega as fontes de informação por grupos, tem-se a ideia que a informação proveniente da Gulbenkian – como o site, a newsletter e programas e folhetos – acaba por ser o veículo de conhecimento mais importante (72%), imediatamente seguida da informação produzida pelos media (57%). Quadro 3.7. Fontes de informação agregadas Gulbenkian (site museu, newsletter, outros folhetos e programas, anúncios ou cartazes) 72% Media (jornais, rádio, televisão) 57% Interpessoal (família e amigos, professores) 47% Internet (não o site da Gulbenkian) 16% Observação: como as respostas são múltiplas, o somatório ultrapassa 100% Síntese do capítulo A visita aos museus da FCG é, na esmagadora maioria dos casos, uma prática de fruição em grupo: apenas 16% das pessoas que visitaram o museu fizeram-no sozinhas. Papel particularmente importante nas visitas em grupo é assumido pelas visitas de estudo,
  • 21. 21 responsáveis por cerca de um quarto do total de visitantes. A deslocação aos museus é feita, na esmagadora maioria dos casos, através de transporte público ou de automóvel particular, com o primeiro a assumir maior importância como meio de deslocação dos visitantes do CAMJAP. A maior parte dos visitantes despende mais de meia hora em cada visita, sendo que, no caso do MCG, mais de dois terços dos visitantes despendem mais de uma hora na visita. Apesar da maioria dos visitantes se deslocar com o objectivo de visitar um dos museus, mais de um terço dos visitantes declaram ter visto (ou tencionar ainda ver) outra exposição ou museu naquele dia. Finalmente, apesar da principal fonte singular de informação sobre os museus e exposições a que os visitantes recorrem ser constituída pelos jornais, 72% dos inquiridos declaram aceder a uma fonte de informação produzida pela Fundação.
  • 22. 22 IV. Motivações e atitudes O capítulo visa dar a conhecer o modo como os visitantes dos museus da Gulbenkian avaliam as colecções de objectos patentes nos dois espaços, o preço do bilhete de ingresso e a actividade dos serviços e sectores educativos de cada um dos espaços museológicos. O quadro 4.1 mostra as respostas dos visitantes do MCG quando questionados sobre as duas partes da colecção que lhe despertaram maior interesse. Como se pode verificar, a pintura europeia é destacada por mais de metade dos visitantes, seguida, a alguma distância, pela arte egípcia e pela colecção de obras de René Lalique. Uma análise multivariada revela que enquanto a menção da pintura europeia e do espólio Lalique é mais frequente entre os visitantes mais velhos, são os mais jovens e os menos instruídos que tendem a mencionar a arte egípcia com um principais motivos de interesse. Quadro 4.1 Quais são os dois tipos de arte que lhe despertaram maior interesse no Museu Gulbenkian? (percentagens em relação às respostas válidas) Pintura europeia 51% Arte egípcia 31% Lalique 21% Artes decorativas 18% Arte islâmica 15% Arte chinesa e japonesa 15% Arte greco-romana 13% Ourivesaria 11% Escultura 8% Livros 8%
  • 23. 23 O quadro 4.2 apresenta os dados comparáveis para os visitantes do CAMJAP. Ao contrário do que sucede com o MCG, não há um núcleo da colecção que se destaque claramente em relação aos restantes do ponto de vista do interesse que suscita aos visitantes, apesar do núcleo de modernistas portugueses ter mais menções que os restantes. Ao contrário do que sucede no MCG, a relação entre as características sócio- demográficas dos visitantes e as suas preferências é, em geral, ténue, apesar de se verificar que os mais instruídos tendem a demonstrar menos interesse na arte portuguesa dos anos 40 aos anos 60 e mais interesse na arte portuguesa contemporânea, ao passo que o interesse pelo núcleo de artistas britânicos tende a ser maior entre os visitantes mais jovens. Quadro 4.2 Quais são os dois núcleos de obras de arte que lhe despertaram pessoalmente mais interesse no CAMJAP? (percentagens em relação às respostas válidas) Modernistas portugueses até aos anos 40 47% Arte portuguesa dos anos 40 aos anos 60 44% Arte portuguesa dos anos 90 à actualidade 38% Arte portuguesa dos anos 60 aos anos 80 28% Artistas britânicos 12% Os quadros 4.3, 4.4, 4.5 e 4.6 mostram as avaliações feitas pelos visitantes acerca da qualidade do conjunto de cada colecção, da organização temática e cronológica de cada exposição, da forma como as peças estão expostas e da informação disponibilizada sobre essa peças. No que respeita ao conjunto da colecção, apesar das avaliações serem globalmente positivas  mais de 90% dos visitantes consideram que as colecções são “boas” ou “muito boas” , o MCG apresenta vantagem em relação ao CAMJAP, com mais de dois terços dos seus visitantes a classificarem a colecção como “muito boa”.
  • 24. 24 Quadro 4.3. Avaliação de conjunto da qualidade de cada colecção Museu Calouste Gulbenkian Centro de Arte Moderna Muito boa 69% 29% Boa 29% 62% Assim-assim 2% 8% Má 0% 0% Muito má 0% 0% Quando passamos para as questões da organização em termos temáticos e cronológicos de cada exposição ou da forma como as peças estão expostas, as avaliações globalmente positivas mantêm-se, assim como a diferença de avaliações entre o MCG e o CAMJAP. Contudo, as percentagens de respostas positivas são ligeiramente inferiores às verificadas na questão sobre a qualidade global das colecções. Quadro 4.4. Avaliação da organização em termos temáticos e cronológicos Museu Calouste Gulbenkian Centro de Arte Moderna Muito boa 57% 22% Boa 39% 64% Assim-assim 4% 13% Má 0% 1% Muito má 0% 1% Quadro 4.5. Avaliação da forma como as peças estão expostas Museu Calouste Gulbenkian Centro de Arte Moderna Muito boa 56% 28% Boa 39% 63% Assim-assim 5% 9% Má 0% 1% Muito má 0% 0%
  • 25. 25 A avaliação da informação disponibilizada sobre os museus e as peças expostas, apesar de maioritariamente positiva, é menos favorável que as anteriores: cerca de um terço dos visitantes classifica-a como “assim-assim”, e as diferenças entre os dois museus são, neste domínio, mais esbatidas. A este nível  aquele que mereceu opiniões menos favoráveis por parte dos visitantes , são os mais jovens e os mais instruídos que exprimem menor satisfação. Quadro 4.6. Avaliação da informação disponível sobre museus e peças expostas Museu Calouste Gulbenkian Centro de Arte Moderna Muito boa 26% 13% Boa 41% 43% Assim-assim 31% 38% Má 3% 6% Muito Má 0% 0% Como indicadores globais de satisfação da visita, foram utilizadas três questões: se cada um dos museus se podia contar entre os cinco ou dez melhores  de dimensão comparável  que já tinham visitado; a avaliação da relação qualidade/preço; e uma pergunta directa sobre o grau de satisfação proporcionado pela visita. 73% dos visitantes do MCG e 49% dos visitantes do CAMJAP responderam afirmativamente quando questionados sobre se qualquer um destes museus se podia colocar entre os cinco melhores que já tinha visitado, valores que sobem, respectivamente, para 93% e 83% quando a pergunta foi colocada para os dez melhores museus. Análises multivariadas revelam que a probabilidade de um visitante colocar o MCG entre os cinco melhores museus que já visitou é maior para os mais jovens e para os menos instruídos, enquanto que, no caso do CAMJAP, apenas a instrução conta como variável explicativa significativa (menos instrução, mais menções). Contudo, o impacto destas variáveis é reduzido: 63% dos licenciados visitantes do MCG afirmam que se trata de um dos cinco melhores museus que já visitou, enquanto 42% o fazem no caso do CAMJAP, percentagens pouco abaixo dos valores médios. Para além disso,
  • 26. 26 note-se o fenómeno interessante de a probabilidade de um inquirido situar quer o MCG quer o CAMJAP entre os melhores museus que já visitou não ser afectada pelo facto de já se ter visitado ou não um museu fora do país. Quadro 4.7 MCG e CAMJAP entre os melhores museus que já visitou MCG CAMJAP Entre os 5 melhores museus que já visitou 73% 49% Entre os 10 melhores museus que já visitou 93% 83% Do ponto de vista da relação qualidade-preço, a satisfação quer com o MCG quer com o CAMJAP é muito elevada: 100% dos inquiridos no Museu Calouste Gulbenkian e 96% no Centro de Arte Moderna afirmam que o preço pago pelo bilhete foi igual ou inferior ao que deveria idealmente ser tendo em conta a aquilo que achou de cada museu. As diferenças entre os dois museus não são estatisticamente significativas a este nível. Quadro 4.8. Preço pago pelo bilhete MCG CAMJAP Mais elevado do que devia ser 0% 4% O preço certo 98% 94% Mais baixo do que devia ser 2% 3% Finalmente, quando questionados sobre o grau de satisfação global com a visita, as diferenças entre os dois espaços expositivos reemergem: 100% dos visitantes do MCG declaram-se “muito” ou “razoavelmente” satisfeitos, com cerca de dois terços a afirmarem-se “muito satisfeitos” e a menor satisfação comparativa ser expressa pelos visitantes mais jovens. No caso do CAMJAP, apesar de prevalecer satisfação global, a opção “muito satisfeitos” foi assinalada apenas por 44% dos inquiridos.
  • 27. 27 Quadro 4.9. Grau de satisfação com a visita MCG CAMJAP Muito satisfeito 66% 44% Razoavelmente satisfeito 34% 54% Pouco satisfeito 0% 3% Nada satisfeito 0% 0% Finalmente, quisemos indagar a opinião dos visitantes acerca dos serviços educativos em cada unidade museológica. No tocante ao Museu Calouste Gulbenkian, 12% dos inquiridos declarou já ter participado em actividades organizadas pelo Serviço Educativo. Relativamente ao Sector Educativo do CAMJAP, 9% dos inquiridos já participou em actividades organizadas por aqueles serviços. Análises multivariadas revelam que há apenas dois factores que ajudam a explicar a maior probabilidade de ter participado nessas actividades em qualquer um dos museus: o facto de se residir na cidade de Lisboa e o nível de instrução. Por outras palavras, o público dos serviços educativos tende a ser especialmente constituído por residentes em Lisboa e indivíduos com maiores níveis de instrução. O facto de a idade não ter um efeito significativo a este nível sugere que os frequentadores destas actividades são relativamente heterogéneos do ponto de vista da sua idade, pelo menos entre aqueles que já têm 16 anos ou mais. A avaliação em termos de interesse e qualidade por parte daqueles que participaram em actividades, como se pode conferir no Quadro 4.10, atinge valores elevados. Quadro 4.10. Avaliação das iniciativas e actividades dos serviços educativos em termos de interesse e qualidade (apenas entre aqueles que declaram já ter participado em actividades) MCG CAMJAP Muito boas 41% 40% Boas 56% 51% Assim-assim 3% 7% Más 0% 1% Muito más 0% 0%
  • 28. 28 Síntese do capítulo O capítulo apresenta alguns indicadores respeitantes às atitudes e opiniões dos visitantes em face dos espaços museológicos da Gulbenkian. Em primeiro lugar, assinale-se que a avaliação é globalmente positiva em todas as dimensões parcelares analisadas: a qualidade de cada colecção, a sua organização em termos temáticos e cronológicos, a forma como as peças estão expostas e a informação disponibilizada sobre cada museu e sobre as peças expostas. Em segundo lugar, a dimensão que é objecto de avaliações menos positivas diz respeito à informação disponibilizada sobre as peças expostas, matéria sobre a qual quer os mais jovens quer os mais instruídos são tendencialmente mais críticos. Finalmente, em todas as anteriores dimensões de análise, a avaliação feita pelos visitantes do MCG é mais positiva que a avaliação feita pelos visitantes do CAMJAP. Os indicadores-síntese utilizados reflectem estas avaliações parciais. A esmagadora maioria dos visitantes coloca cada um dos museus entre os dez melhores que alguma vez terá visitado, havendo inclusivamente mais de dois terços dos visitantes do MCG que o colocam entre os cinco melhores que já visitou. A avaliação da relação qualidade- preço é, em ambos os casos, extremamente favorável. E finalmente, a esmagadora maioria dos visitantes ficou “muito” ou “razoavelmente” satisfeito com a visita, sendo que a primeira hipótese é assinalada por dois terços dos visitantes do MCG.
  • 29. 29 V. Conclusão Para caracterizar os perfis dos visitantes dos museus da Gulbenkian foi feito um inquérito de 35 questões a indivíduos com 16 ou mais anos e residentes em Portugal, realizado entre 28 de Setembro e 6 de Novembro de 2005. Obtiveram-se 912 respostas válidas. Os resultados surgem agrupados em quatro capítulos: para além da metodologia (capítulo I), o trabalho traça o perfil sociográfico dos públicos (capítulo II), os modos de visita (capítulo III) e as motivações e atitudes dos públicos face aos museus da Fundação (capítulo IV). O visitante tipo dos museus da Fundação Calouste Gulbenkian é feminino na maioria, ainda jovem (35 anos de média de idade), estudante ou empregado a tempo inteiro, de elevadas qualificações académicas e de rendimento (36% tem um ganho mensal médio de mais de 2500 euros e 31% entre 1500 e 2500 euros), residente em Lisboa (44%) e com práticas culturais acima da média da população portuguesa. Apesar deste quadro geral, detecta-se uma distinção entre os públicos do MCG e do CAMJAP, com estes a serem mais jovens (41% até aos 24 anos), mais instruídos, de maior poder de compra e mais activos nos consumos culturais que os do MCG. A ida aos museus é uma prática de grupo, pois apenas 16% dos inquiridos foram sozinhos. Um grande destaque é dado às visitas de estudo (cerca de um quarto do número de visitantes). Transporte público no CAMJ e automóvel no MCG são os principais meios de transporte, a denotar um público mais jovem naquele e um público mais velho neste. O tempo de visita ao MCG excedeu uma hora para mais de um terço dos visitantes, duração de visita mais elevada face aos que estiveram no CAMJAP. Esta diferença justifica-se pela maior dimensão do MCG, com um número elevado de núcleos distintos, ao passo que muitos dos que vão ao CAMJAP apenas o visitam para ver a exposição temporária – por já estarem familiarizados com a exposição permanente –, demorando-se, assim, menos tempo. Das práticas culturais no ano anterior, os visitantes do MCG e do CAMJAP elegeram como mais frequentes ler livros (92%), ir ao cinema (90%), visitar museus e galerias de arte (85%) e ir ao teatro (51%), valores bem acima da média nacional, como se viu no Quadro 2.10. Apesar de não ter sido feita uma pergunta específica quanto a consumos familiares (ver televisão, ouvir rádio e discos), conclui-se, por comparação com outros
  • 30. 30 estudos, que os públicos dos museus da Gulbenkian têm um nível elevado e regular de práticas de saída. A aquisição de informação sobre os museus da Gulbenkian é especialmente a produzida pela instituição (72%), a que se segue a veiculada pelos jornais (57%). Sobre a informação patente junto das peças expostas, os mais jovens e instruídos expressam uma satisfação inferior que os de idade mais elevada. Quanto à apreciação global, a opinião é elevada em termos da dimensão das exposições, organização temática e cronológica e apresentação das peças. O mesmo acontece quando aos inquiridos se perguntou acerca da comparação com outros museus no país e estrangeiro, classificando-se os museus da Gulbenkian entre os cinco melhores. Aliás, os visitantes dos dois museus da Gulbenkian expressam um nível elevado de cosmopolitismo, com 79% dos respondentes a afirmarem ter já visitado museus ou centros de exposição fora do país. Como principais linhas de conclusão sobre os públicos dos museus, enumeram-se as seguintes: indivíduos de elevadas qualificações académicas e económicas, estudantes ou exercendo profissões a tempo inteiro, residentes em Lisboa, com gostos ecléticos e elevados hábitos culturais.
  • 31. 31 Bibliografia Alves, Jorge Alves, e José Soares Neves (2005). Os museus municipais de Cascais. Lisboa: Observatório de Actividades Culturais Gomes, Rui Telmo, et al. (2000). Públicos do Festival de Almada. Lisboa: Observatório de Actividades Culturais Santos, Maria Lurdes Lima, et al. (2002). Públicos do Porto 2001. Lisboa: Observatório de Actividades Culturais
  • 32. 32 Anexo: inquérito utilizado Museu Calouste Gulbenkian e Centro de Arte Moderna Inquérito aos visitantes Centro de Sondagens e Estudos de Opinião da Universidade Católica Portuguesa Data____/____/2005 Hora do início ___:____ Hora do fim ___:____ Código Entrevistador: Entrevistador:__________________________ _____ Bom dia (Boa tarde] Chamo-me _______ e estou a colaborar com o Centro de Estudos e Sondagens da Universidade Católica num inquérito para a Fundação Calouste Gulbenkian. A Fundação faz 50 anos em 2006 e está a fazer um estudo sobre os públicos das suas actividades. Peço-lhe o favor de me responder a algumas perguntas sobre este assunto. As suas respostas são confidenciais e serão utilizadas apenas para fins estatísticos. [Confirmar que tem pelo menos 16 anos e que é residente em Portugal] Registar sexo  Masculino  Feminino P1. Registar local de realização do inquérito.  Museu Calouste Gulbenkian  Centro de Arte Moderna P2. Pode dizer-me a sua idade? anos  Não responde P3. Com quem veio visitar hoje o Museu Gulbenkian/Centro de Arte Moderna? [ASSINALE TODAS AS RELEVANTES]  Veio sozinho  Passa para a P6.  Com cônjuge/parceiro(a)  Com namorado  Com os filhos  Com os pais  Com outros familiares  Com amigos  Integrado em excursão turística  Integrado em visita de estudo  Outra  Não responde  Passa para a P6. P4. Contando consigo, quantos elementos integram o seu grupo?  Dois  Três a cinco  Mais de cinco
  • 33. 33  Não responde P5. Para além desta visita ao Museu Gulbenkian/Centro de Arte Moderna, tenciona visitar ou já visitou hoje mais alguma exposição ou museu da Gulbenkian ainda hoje?  Sim  Não  Passa para a P8.  Não sabe  Passa para a P8.  Não responde  Passa para a P8. P6. Qual? [MÚLTIPLA]  Museu Gulbenkian  Centro de Arte Moderna  Exposição temporária no edifício da Fundação  Exposição temporária no edifício do CAM  Não sabe  Não respondeComo se deslocou até aqui? [MÚLTIPLA]  A pé  Carro particular  Táxi  Transporte público  Transporte de excursão  Transporte escolar  Outro  Não responde P7. Nos últimos três anos, quantas vezes visitou o Museu Gulbenkian/Centro de Arte Moderna?  Nenhuma: esta é a primeira visita  Duas a cinco  Mais de cinco  Não sabe  Não responde P8. Aproximadamente, quanto tempo durou esta sua visita de hoje?  Meia-hora ou menos  Mais de meia-hora e até uma hora  Mais de uma hora  Não sabe  Não responde P9. Diria que passou mais tempo, menos tempo ou tanto tempo no Museu/no CAM como esperava passar?  Mais tempo do que esperava  Menos tempo do que esperava  Tanto tempo como esperava  Não sabe
  • 34. 34  Não responde [Fazer a P12 no Museu Gulbenkian. Fazer a P13 no Centro de Arte Moderna.] P10. O Museu reúne diversos tipos de arte. Dos seguintes, quais são os dois que lhe despertaram pessoalmente mais interesse no Museu? [Mostrar Cartão A: ASSINALE ATÉ 2 NO MÁXIMO]  Arte Egípcia  Passa à P14.  Arte Greco-Romana  Passa à P14.  Arte Islâmica  Passa à P14.  Arte Chinesa e Japonesa  Passa à P14.  Escultura  Passa à P14.  Pintura Europeia  Passa à P14  Livros  Passa à P14.  Artes decorativas (mobiliário, tapeçarias, etc)  Passa à P14.  Ourivesaria  Passa à P14.  Lalique  Passa à P14.  Não sabe  Passa à P14.  Não responde  Passa à P14. P11. O Centro de Arte Moderna reúne vários núcleos de obras de arte. Dos seguintes, quais são os dois núcleos de obras de arte que lhe despertaram pessoalmente mais interesse no CAMJAP? [Mostrar Cartão B: ASSINALE ATÉ 2 NO MÁXIMO]  Artistas modernistas portugueses até anos 40  Arte portuguesa dos anos 40 aos anos 60 (surrealismo, neo-realismo, abstraccionismo)  Arte portuguesa dos anos 60 aos anos 80  Arte portuguesa dos anos 90 até à actualidade  Artistas britânicos  Não sabe  Não responde
  • 35. 35 P12. Gostaria agora de saber a sua opinião sobre alguns aspectos do Museu Gulbenkian/Centro de Arte Moderna. Em relação ao CONJUNTO DA COLECÇÃO, acha que é muito boa, boa, assim-assim, má ou muito má?  Muito boa  Boa  Assim-assim  Má  Muito má  Não sabe  Não responde P13. Em relação À MANEIRA COMO A EXPOSIÇÃO ESTÁ ORGANIZADA TEMÁTICA E CRONOLOGICAMENTE, acha que é muito boa, boa, assim-assim, má ou muito má?  Muito boa  Boa  Assim-assim  Má  Muito má  Não sabe  Não responde P14. E como classifica, em geral, A FORMA COMO AS PEÇAS ESTÃO EXPOSTAS: muito boa, boa, assim-assim, má ou muito má?  Muito boa  Boa  Assim-assim  Má  Muito má  Não sabe  Não responde P15. E como classifica A INFORMAÇÃO DISPONÍVEL SOBRE O MUSEU/CAM E AS PEÇAS EXPOSTAS: muito boa, boa, assim-assim, má ou muito má?  Muito boa  Boa  Assim-assim  Má  Muito má  Não sabe  Não responde
  • 36. 36 P16. Em geral, ficou muito satisfeito, razoavelmente satisfeito, pouco satisfeito ou nada satisfeito com esta visita ao Museu/ao CAM?  Muito satisfeito  Razoavelmente satisfeito  Pouco satisfeito  Nada satisfeito  Não sabe  Não responde P17. Alguma vez visitou um museu ou centro de exposições fora de Portugal?  Sim  Não  Não sabe  Não responde P18. Pensando nos CINCO melhores museus ou centros de exposições de tamanho comparável ao Museu Gubenkian/CAM que se recorda de ter visitado, diria que este é um deles?  Sim  Passa à P23  Não  Não sabe  Não responde  Passa à P23 P19. E pensando nos DEZ melhores museus ou centros de exposições de tamanho comparável ao Museu Gubenkian/CAM que se recorda de ter visitado, diria que este é um deles?  Sim  Não  Não sabe  Não responde P20. Tendo em conta aquilo que achou do Museu/do CAM, acha que o preço que pagou pelo bilhete foi mais alto do que devia ser, foi o preço certo, ou foi mais baixo do que devia ser ?  Mais elevado do que devia ser  O preço certo  Mais baixo do que devia ser  Não sabe  Não responde P21. De que forma costuma informar-se sobre as actividades do Museu Gulbenkian /do CAM? (ASSINALE TODAS AS RELEVANTES; MOSTRAR CARTÃO)  Família ou amigos  Professores  Jornais
  • 37. 37  Rádio  Televisão  Site do Museu/site do CAM  Outros sites na Internet  Newsletter da Fundação  Outros folhetos/programas  Anúncios ou cartazes  Outra. Qual?  Nenhuma  Não sabe  Não responde P22. Alguma vez participou em actividades organizadas pelo Serviço Educativo do Museu Gulbenkian?  Sim  Não  Passa à P26  Não sabe  Passa à P26  Não responde  Passa à P26 P23. Em geral, em termos do seu interesse e qualidade, como classifica aS ACTIVIDADES DO SERVIÇOS EDUCATIVO EM QUE PARTICIPOU? Muito boas, boas, assim-assim, más ou muito más?  Muito boas  Boas  Assim-assim  Más  Muito más  Não sabe  Não responde P24. E alguma vez participou em actividades organizadas pelo Sector Educativo do Centro de Arte Moderna?  Sim  Não  Passa à P28  Não sabe  Passa à P28  Não responde  Passa à P28
  • 38. 38 P25. Em geral, em termos do seu interesse e qualidade, como classifica aS ACTIVIDADES DO SECTOR EDUCATIVO EM QUE PARTICIPOU? Muito boas, boas, assim-assim, más ou muito más?  Muito boas  Boas  Assim-assim  Más  Muito más  Não sabe  Não responde P26. Em geral, qual é a avaliação que faz das actividades e iniciativas da Fundação Gulbenkian: muito positiva, positiva, nem positiva nem negativa, negativa ou muito negativa?  Muito positiva  Positiva  Nem positiva nem negativa  Negativa  Muito negativa  Não sabe  Não responde
  • 39. 39 P27. Gostaria agora que de lhe fazer algumas perguntas sobre a forma como passa os seus tempos livres. Para cada uma das actividades que lhe vou mencionar, gostaria que me dissesse se a fez alguma vez durante o último ano. Durante o último ano… Sim Não Nãosabe Não responde Assistiu a um espectáculo de música erudita, clássica ou contemporânea?     Assistiu a um espectáculo de jazz?     Assistiu a um espectáculo de música pop (rock, soul, blues, rap, etc)?     Assistiu a um espectáculo de bailado?     Assistiu a uma ópera?     Foi a uma peça de teatro?     Assistiu a um evento desportivo?     Visitou um museu ou galeria de arte, sem contar com a visita de hoje?     Leu um livro, sem contar com livros escolares ou de trabalho?     Foi ao cinema?     P28. Para terminar, queria fazer-lhe algumas perguntas sobre si. Pode dizer-me qual é o seu grau de instrução?  Menos do que a 4ª classe  4ª classe antiga, 6ª classe ou ciclo preparatório recentes  5º ano antigo ou 9º ano unificado, 10º ano, 11º ano  7º ano antigo, ano propedêutico, 12º ano recente ou curso médio  Frequência da universidade ou bacharelato  Licenciatura, mestrado ou doutoramento  Não responde
  • 40. 40 P29. Pense por favor na pessoa da sua família que foi mais responsável pela sua educação. Qual foi o grau de instrução mais elevado que ela atingiu?  Menos do que a 4ª classe  4ª classe antiga, 6ª classe ou ciclo preparatório recentes  5º ano antigo ou 9º ano unificado, 10º ano, 11º ano  7º ano antigo, ano propedêutico, 12º ano recente ou curso médio  Frequência da universidade ou bacharelato  Licenciatura, mestrado ou doutoramento  Não sabe  Não responde P30. Qual é a sua situação actual face ao trabalho? É ou está…(LER OPÇÕES)  Desempregado  Estudante  Doméstico(a)  Reformado  Empregado a tempo inteiro  Empregado a tempo parcial  Outra situação  Não responde P31. Contando consigo, quantas pessoas vivem na sua casa? pessoas  Não responde P32. Vive com um cônjuge ou parceiro?  Sim  Não  Não responde P33. Tem filhos a viverem consigo?  Sim  Não  Não responde
  • 41. 41 P34. Dos seguintes escalões, qual corresponde melhor ao rendimento do seu agregado familiar (médio, mensal, líquido, em euros)?  Menos de 300 euros  Entre 300 e 750 euros  Entre 750 e 1500 euros  Entre 1500 e 2500 euros  Mais de 2500 euros  Não sabe  Não responde P35. Pode dizer-me o código postal da sua residência?  Não sabe  Não responde