Desenvolvimento da Radiodifusão em Angola a partir da criação do Plano de Radiodifusão de Angola
1. ementos nara a
. ".
istória
CD LJ 621 396 7 (073)
Rodlodlfu n
Inll(Jlo
.........
ao
•
•
Por isso, em 16 de Fevereiro de 1961, é publi-
cada a portaria n.O 18 272, transcrita no Boletim
Oficial de Angola n.O 10, de 8 de Março de 1961,
reforçando com 15 000 contos o capítulo 12.°,
art 146, n.O 7 - «Segundo Plano de Fomento
Nacional- Lei n.O 2094 de 25 de Novembro de
1958 - Comunicações e Transportes - Telecomu-
. -nicaçoes».
Em 27 de Março imediato, pela portaria n.O
18 357 é criada a Comissão Coordenadora do Plano
de Radiodifusão de Angola (CCPRA) com carácter
temporário. O texto dessa Portaria foi transcrito em
12 de Abril no Boletim Oficial n.O 20.
Eram objectivos da Comissão, entre outros:
a) Elaboração do plano geral de radiodifusão
de Angola;
b) Preparação e conclusão dos processos de
concurso de materiais e aparelhos neces-
sários ao referido plano;
c) Execução, em regime de tarefa ou por admi-
nistração directa, das obras e outros traba-
lhos que por essa forma tivessem de ser
executados;
d) Instalação e entrega no Centro de Informa-
ção e Turismo de Angola ( CITA) de tudo
o que resultasse do mesmo plano geral de
radiodifusão uma vez terminados os seus
objectivos. (Previa-se que a radiodifusão
ficasse integrada na CITA, como veio real-
(*) Conclusão do número 86. 35
ELECTRICIDADE 87
2 - O DESENVOLVIMENTO DA RADIODIFUSÃO
A PARTIR DA CRIAÇÃO DO PLANO
DE RADIODIFUSÃO DE ANGOLA
A radiodifusão é um meio de comunicação que,
sob a forma de ondas curtas, não pode ser impedido
de atingir todo e qualquer recanto. Pelas suas ca-
racterísticas, é o que mais fácil e instantânea mente
pode dar informação de qualquer acontecimento,
por requerer apenas um receptor próprio, que a
evolução da técnica há muito pôs ao alcance de in-
divíduos com fraco poder de compra. Receptores
portáteis, mesmo de algibeira, e alimentados por
pilhas de lanterna estão profusamente difundidos
em Africa.
Inicialmente utilizada como meio de distracção,
(como música de fundo que, em quaisquer cir-
cunstâncias, podemos aceitar), é ainda com este
aliciante que a Radiodifusão sonora se usa para al-
cançar objectivos mais ambiciosos e elevados-
difusão de informações, instrução, cultura e promo-
ção socia I.
Largamente aproveitado durante e após a se-
gunda guerra mundial como arma de acção psico-
lógica, a ela também recorreram e recorrem abun-
dantemente os nossos inimigos.
Natural é, portanto, que o Governo procurasse
acautelar os rádio-ouvintes de Angola, preparando
a melhoria das infraestruturas, c o aproveitamento
integral das existentes para as usar, primeiramente
como órgão de rectificação das tendenciosas infor-
mações que do exterior nos faziam chegar, depois
como arma de contra-ataque e finalmente sob to-
dos os aspectos úteis e convenientes.
2. rnent a acontecer. Em 1 de Setembro d
1970, porém passou a EOA a er um s rviço
8ut6no(110) .
- J. Comissão ficava subordinada ao Governo
Geral de Angola e por seu intermédio poderia agre-
gar ou solicitar a f equislçâo dos f unclonários que
se tornassem necessários aos SOllS obiectivos
- A aprovação do plano geral de radlodifuão
de Angola era da competência do Ministro do UI-
tramar mas podia o Governo Geral da Província
aprovar as alterações e complementos de execuçao
que, no decorrer dos trabalhos, se veriftcassem na-
cesssários e que não colidissem com a finalidade
pretendida com o plano geral aprovado
Estava, portanto criado o Instrumento de rea-
lização de infra-estruturas. enquanto a Emissora
Oficial de Angola (EOA ou EO) não fosse devida-
mente estruturada e o absorvesse Certamente
porque este passo se Julgava rrrunente t I portana
so previa a realização de Instalações o que e nbora
exiqlsse somas consideráveis e conh Cimentos
tecrncos era tarefa mais fácil Port nto como a
preparação dos especialistas necessários ao seu
aproveitamento não fOI encarada e a poliric da ra-
diodifusâo definida, a Comissão Coordenadora do
Plano de Radiodifusão começou por se dedicar à
obtenção das verbas necessárias e realização do
plano elaborado pela Emissora Nacional supenor-
mente aprovado
Entretanto e a pedido do r fllnlsténo do Ultra-
mar a Emissora Nac onal de Radiodifusão (ENR ou
EN) com a cotaboraçâo graciosa dos seus especia-
listas e mesmo daqueles a quem teve de recorrer
fora dos seus quadros, prepara um estudo das ne-
ccssidades de Angola Esse estudo está perticular-
mente bem elaborado sob os aspectos da propa-
gação de sistemas de antenas de ernissã o e centro
de recepcão e escuta
Para que pudesse ser feito tal plano e certa-
mente a falta de directrizes, o engenheiro Manuel
Bivar, Director Técnico da EN e catalizador do en-
tusiasmo com que tal estudo fOI feito esquematiza
um principio de funcionamento e untizacâo. segundo
a sua experiência e pontos de vista e com base
nos elementos que aqui colhera em viagem propo-
sitadamente feita, em 1960, com outro técnico
da EN
Segundo consta da memóna descritiva e Justi-
ficativa geral, as conclusões e propostas do relató-
no dessa viagem, que fOI submetido ao Ministro do
Ultramar, podem resumir-se no segurnte.
«- A dispersão das várias parcelas do territó-
rio nacional torna rnurto precário o nosso sistema
de informação radiofónica, por estarem rnurto ex-
postas aos noticiários transmitidos de fora.
- A excessiva sobriedade dos noticiários ra-
diof6nicos nacionais mais agrava aquela situação
- No caso particular de Rádio Brazzaville. exis-
tia de facto um vasto auditório em Angola e Mo-
cambique, uma vez que a sua informação, alérn de
muito completa, dava curso a todos os boatos cor-
rentes e com um sentido sempre depreciativo e
36 tendencioso para o Estado Novo»
EL/~C'l'IUCII)A J) I~ 87
o relatório terminava propondo, entre outras
medidas, as seçurntes
8) - Realização de diliqênclas diplomáticas
Junto da França, tanto pelo Ministério dos NegÓCIOs
Estrangeiros como pela Emissora Nacional. Junto
da RadIodifusão-Televisão francesa (de quem Rá-
dio Brazzaville dependia directamente)
b) - Acção Junto da «France Presse». em LIS-
boa, como oriqinadora das notícias
c) - Remodelação da acção informativa da
êrnisso Naclonal
d) - Estudo de uma organização radiofónica
osrticinor destinada a agIr no Ultramar segundo
onentação do Governo, como forma de fazer a esta
c outras situações que se prevêem»
o esquema de funcionamento previsto encon-
tra-se na f '9 1
O mapa elaborado em Lisboa para o esquema
de funcionamento da radiodifusão nacicnaí: a pre-
fer ncia para que o novo serviço embora coman-
dado p lo Estado uvesse as caractensucas dum
sistema privado o que lhe perrnmna a maleabilidade
Que o autor Julga! mdispensável (inclusivé a de
poder dirigir contra-propaganda para o extenor sem
comprometer o Governo) e questões pessoa s
devem ter est do na base duma campanha mal
intencioned e pur mente de trunva sem que haja
conhecimento de qu rsquer outros planos que me-
lhor ou pror o substitulssem
Campanha idêntica e C da vez ma s Virulenta
se mantem e desenvolve à medida que as real za-
ções se võo concretizando c so a clarividênc a do
Governo poderá con egulr que as Infra-estruturas
que se têm r hzado venham ler a UI IIdade para
que for rn prevrs as
•
Em 31 de Maio de 1961 reun em Lu nda pela
prtmerra vez a Comissão Coordenadora para to-
mar conhecimento do refendo estudo e ante-pro-
recto elaborado com a cal boraçâo gracIosa corno
se drsse dos enqenhelros Manuel Bivar: Henrique
Leotte Tavares, Manuel Freir V Menezes Fernando
Galhardo António Martins Neves HoráCIO Campos
Neto' LUIS Corr la Simã o e Alei o Gallus Fernandes
O referido ante-projecto é provado com reser-
vas quanto as emissõ s dirigidas ao Congo e
prevê'
Centro de rec pção e escut
estimado enl. 5300 contos
Centro de proqrarnas estimado
em.. ... ... .. . 7 300 contos
Equipamento de recepção e
ernlssâo (emissoras de on-
das médias de 1 kW) p ra
Rádio-Clubes, estimado em 7 800 contos
Emissor de onda média e an-
tena dirigida para o Congo,
estimado en1 .... .. ... ti.... 4 700 contos
3. E~TRANGEIRO
o) ESTUDO ELABORADO PELA EMISSORA NACIONAL
LISBOA 1961
LISBOA
EMISSORA NAC IONAl
#
N oT IC I A RIOS;
eRO'NICAS DESPORTIVAS;
PROGRAMAS E ACTUALIDADES
PROGRAMAS REC REATIVOS.
INfORMATIVOS E REPORTAGENS
"PRESSES'I ESTRANGEIRAS
• TEL[IMPR~SSORE5............. MARCONI
NOTICIARIOS""""" I
TELEIMPRESSORES
PROGRAMAS GRAVADOS.
[NVIADOS POR AVIÃO
I
ESTUOIO CENTRAL
LUANDA
PROGRAMAS PRO'PRIOS
-CENTRO DE RECEPÇAO
LUANDA
LUANDA
CE NT RO EMISSOR
,.
OlSlRI8UIÇAO
OE SERViÇO INFORMATIVO
EM ISS nR~S F~RNECI DOS
AOS RÂDIO·ClUBES
IW
b ) RESULTANTE DAS REALIZAÇOES DO PRA
L IS BOA
EMISSORA NACIONAL
ti PRESSES" ESTRANGEIRAS
+MARCONI LUANDA
CENTRO EMISSOR
PROGRAMAS GRAVADOS,
-ENVIADOS POR AVIAO
PROGRAM AS RECREAT I VOS,
INFORMATIVOS E REPORTAúE NS
H01lCIARIOSi
CRÓNICAS DESPORTIVAS;
PROGRAMAS E ACTUALIDADES
ESTÚDIO CENTRAL
LUANDA r
PROGRAMAS PROPRIOS
SISTEMA DE RECEPÇÃO
ESPECIA~ INSTALADO
NOS ESTUDIOS NOVOS
..RETRANSMISSAO
DIRECTA OE LUANDA
PROGRAMAS GRAVADOS.
'"ENVIADOS POR AVIAO
FIg. 1
EMI SSOR ES REG IONAIS
E RÁDIO-CLUBES
ELECTRICIDADE 87
37
4.
5. VIV n I , Por ISSO, fOI pr tie I'lH n t un: 11"no o VOlO
c pr 'S o dl q lJ o St tio ri v( I i.. pf o rnov r t II (1s-
[Ivlithnrcs do escudos )
c) ResunlO
.,_
~OCI no.
DISS mos qu ' doslqnaçâo «1 Cotóquio: I1dO
fOI f III porqu iá tinha havido outra reuniôo dos
r pr sent nt s d s sta õ s do r oto da Província,
s6 por estulrlci s pod ria pret nder que aquela
era a pnm Ira. Ern Maio d 1957 o Rádio-Ctubt da
Hull promove urna r uni" o do mesmo géner o, a
que ch 1l18r rn o 1,° Congres o d Rtldio Angollnd
Acont ceu t mbérn q uo o «Co lóquio» fOI deci-
dido precrpit darnente. sem qu s elaborasse cua 1-
quer agenda Nmgu m, portanto, sabia do que se
I tratar Isto mesmo foi satientsdo por vários de-
legados e até proposto que se começasse por ela-
borar essa agenda e se voltasse a reunir noventa
dias depois
No entanto serviu para troca de pontos de vista
Adrn II) is tra ç50 e Flscalização
Emissores Regionais e Rádio-
-Clubes. ..
Centro Emissor de Mulenvos
(Luanda) . .. .
Centro de Programas de
Luanda (Estúdios e Edifí-
CIO dos Servo Técnicos) ..
7533
28398
75851
63937
39
o encargo com o centro de prograrnas é uma
previsão, visto que as obras e insta lações estão em
curso, e s6 diz respeito aos edifícios e equrparnen-
tos dos estúdios e serviços técnicos
Rádio-Clubes e Emissores Regionais
3 - ACÇÃO DO PRA A todos os Rádio-Clubes, excepto o de Angola,
fOI ced Ido e insta lado:
1 emissor de ondas médias de 1 kW, respectiva
antena (mastro radiante isolado do solo com 1/4
do comprimento de onda de altura) e sistema de
terra (120 radiais de 1/4 do comprimento de onda)
1 receptor de ondas médias e curtas
Este equipamento tinha em vista a projectada
repetição de programas (principalmente informati-
vos e formativos) da EOA, pelo que se reservaram
duas horas diárias de emissão, como contrapartida.
Por isso e porque a EOA tinha os seus próprios
emissores em Luanda, o Rádio-Clube de Angola não
fOI incluído neste esquema.
A todas as estações particulares foi dado o
apoio técnico possível sempre que o solicitaram.
(Março de 1961 IAgosto de 1970)
OrganogranJa
Desde 1963 que o organograma do PRA se
mantem (fig. 2).
Nem sempre fOI possível dispor de todo o pes-
soal nele previsto e também não se consequ.u con-
tar com mais récnlcos privativos devido à transi-
toriedade do Serviço
Realizações e dotações
a) Durante a vigência do II Plano de Fomento
e Plano Intercalar de Fomento (1961/1967)
te (mllhorc de contos)
1961 63 1964 1965 1966 1967 TOTAIS
Administração e Fiscalização 1 333,5 495.7 529.6 58',5 796,9 3 737.2
Emissores Regionais e Rádio-Clubes 11 133,4 41,8 275 160,7 9904,4 21 267,8
Centro Emissor de Luanda 15533 30389 2038 14063,8 40811.5 73651
Centro de Programas de Luanda 578,2 204,2 910,4 1 178,8 811,9 3683,5
TOTAIS 3 780,6 1 671,3 15 984,8 52324,728578,1 102339,5
b) Durante a vigência do III Plano de Fomento
(1968/70) e previsão até 1973
19701968 1969 1971 1972 73 TOTAIS
Administração, Projecto e Fiscalização 650 1 546 1 600 3796
Emissores Regionais 3650 2980 500 7130
Centro de Programas de Luanda 2500 13454 14300 14200 15800 60254
Centro Emissor de Luanda 700 1 500 2200
17980 17900 14200 15800 73380TOTAIS 7500
ELECTRICIDADE 87
6. •
Ern 1967 foi considerado conveniente dar prio-
ridade à insta lação d emissores regionais ern cer-
tas áreas, o que perrnitlria também dotar as capitais
de distrito, que não possuiarn rádio-clube, com urna
emissora e a difundir proqrarnas especiais - nessa
altura ainda havia três capitais de distrito sem esse
requinte.
Logo foi encomendada a maior pane do ecuipa-
mento necessário à criação de mais cinco regionais
(o de Menongue, ern Serpa Pinto, já tinha insta lado
um emissor de 1 kW) mas a fa Ita do para leIo desen-
volvimento dos Serviços de Exploração fez com que
se arrastasse a sua Instalação, que ainda não está
concluida. (É de esperar que a reestruturação da
EOA venha a permitir o seu conveniente aproveita-
menta) .
O equipamento normal previsto para estes Emis-
sores Regionais é o seguinte:
- Pequeno estúdio e cabina de locução para
a transmissão de programas pré-gravados ou direc-
tos (com discos e fitas maqnéticas )
- Sistema de recepção, a melhorar, para re-
transmissão dos programas de Luanda
- Emissor híbrido de 5 kW de ondas médias ou
curtas com mastro radiante e sistema de terra Idên-
nco aos dos Radio-Clubes, mas dimensionado para
. ...
maior potencia.
- Cabo teletónico de ligação entre o estúdio
e o emissor
Centro Emissor de Mulenvos (Luanda)
o Centro Emissor, planeado para a cobenura
de Luanda e da Província, em modulação de ampli-
tude (ondas medias e ondas curtas), dispõe de
!;LECT iact DA 0/1, 87
- 2 emissores de 100 kW híbridos de ondas
médias e curtas
- Campo de antenas com:
2 mastros radiantes para emissores até 10 kW
de ondas médias
1 antena dlng.da com combinador para poder
ser utilizada simultâneamente por dOIS emissores
de ondas médias até 100 kW I cada. ~ constituída
por duas torres com cerca de 114 do comprimento
de onda de a Itura e tem um ganho de 3 db no aZI-
mute 130
1 dipolo dobrado para emissores até 10 kW
para a frequência de 3375 kc
1 antena dirigida para emissor até 100 kW de
ondas médias, constituída por seis torres de cerca
de 114 do comprimento de onda e com um ganho
de 14 db no azimute de máxima radiação
2 antenas de cortina para emissores de on-
das curtas até 100 kW para as bandas de 5/6 e 7/9
rneqacictoa/segvndo. respectivamente; azimute de
máxima radiação 100, ângulo de elevação (ângulo
de fogo) 71 ; abertura do lóbulo vertical ± 200,
quer na direcção de máxima radiação, quer na d.-
recção norma I - portanto, antenas para a cober-
tura da zona próxima de Luanda, até à distância de
600 km, com ganho médio de 7,6 db
, antena de cortina para emissores de ondas
curtas até 100 kW para a banda de 9/12 meqacr-
cios/segundo; azrrnute de máxima radiação 1000;
ângulo de elevação 41 , abertura de lobulo vertical
_ 20; abertura do lóbulo horizontal ± 250
- por-
tanto para cobertura na direcção leste. para além
dos 400 km de Luanda e com o ganho médio de
10 db
1 antena em tudo Idêntica à antenor. excepto
no azrmute de máxima radiação que é de 160 e na
abertura do lóbulo horizontal que é de ±36 - por-
tanto, para cobertura na direcção sul, para além
dos 400 km de Luanda e com o ganho media de
8,5 db
2 antenas de cortina para emissores de ondas
curtas até 200 kW (ou dOIS emissores de 100 kW em
bandas diferentes) uma para s bandas de 6/7 e
outra 719 meçaciclcs/seçundo: azrmute de máxima
radiação 130; ângulo de elevação 41; abertura
do lóbulo vertical 20 abertura do 16bulo hori-
zontal 25 - portanto, para a cobertura da zona
afastada de Luanda, para além dos 400 km e com
o ganho médio de 10 db
1 antena em tudo idêntica às anteriores, ex-
cepto nas bandas de frequência de trabalho que
são de 4/5 megaciclos/segundo e na potência má-
xima que pode suportar, que é de 100 kW
, combinador (diplexer) para misturar dOIS
emissores até 100 kW cada, um numa frequência da
banda dos 6 megaciclos por segundo e outro na
banda dos 7 megaciclos por segundo, e ligá-los
à mesma antena
1 grupo de cornutaçê o que faz a ligação entre
os sete emissores de ondas curtas e as sete ante-
nas e diplexer de ondas curtas, com 25 % de malea-
bilidade (esta pode ser estendida a 100 % - qua 1-
quer emissor e qualquer antena - se o número
de comutadores instalados passar de 20 a 63)
- Subestação directamente ligada à da SONEFE
por linha aérea a 15 kV, terminada por 500 m de
cabo subterrâneo. do lado do Centro Emissor, com
capacidade para cerca de 4 MVA.
- Central de recurso com a potência de 295 kVA
que assegura a continuidade de funclonamento-
dentro de poucos mmutos - dos serviços auxilia-
res, dos quatro emissores de 10 kW e o aqueci-
mento dos emissores de 100 kW (Não se julgou
necessário aumentar a sua potência graças à re-
gularidade de abastecimento que a SONEFE tem
garantido) .
- Sala de baixa frequência de hgação entre os
estúdios e os emissores, com capacidade para
receber quatro programas simultâneamente mas
previstas para a sua extensão até dez.
- Oficinas e armazéns
- 1 emissor de 5 kW de ondas médias
- 2 emissores de 10 kW de ondas curtas
- 2 emissores de 5 kW e 10 kW híbridos de
ondas médias e cu rtas
40 - 2 emissores de 100 kW de ondas curtas
7. C mtro de Proqmn: ~s de Luanda (7/' iese )
p" ra lI111 terreno do ccrc 1 de cinco hectares, com
cei snte loc ilizaçâo p ra os fins em vista, fOI feito
um ant -proi cto m que se previa a instalação da
tctevlsâo. dum qrande auditório para íl cidade e dos
ediílcios indisp nsáveis à rádio - dit ecção e adrni-
nistração. estúdios, serviços técnicos Procurou-se,
sem ê ItO, interessar a Câmara Municipal de Luanda
na construcâo do auditór io e decidiu-se projectar,
como prirn ira fase, o edifício dos estúdios e o dos
serviços técnicos cuja construção está já nos aca-
barnentos.
a edifício dos Serviços Técnicos, já rnesmo par-
cialmente ocupado, dispõe de:
- sala de emissores de modulação de frequên-
cia. comum ao serviço de desenho
2 oficinas
, ~ ,
escntorios
instalações sanitárias
arrecadações
parte coberta para estacionamento de viaturas
A sala de emissores de modulação de frequência
está a ser preparada para a cobertura de Luanda
com três programas mono ou estereofónicos. em
modulação de frequência, estabelece a ligação o
Centro Emissor de Mulenvos e dispõe Já de'
- 1 emissor de modulação de frequência de
3kW
- 1 emissor de modulação de frequência de
500W
- 2 emissores de modulação de frequência de
250W
- 1 combinador para permitir a ligação de três
emissores de modulação de frequência à mesma
antena (triplexer)
- 2 antenas para os emissores de modulação
de frequência. uma com o ganho de 4 db e a outra
de 7 db
- 1 sistema de recepção de alta qua lidade em
modulação de amplitude para medidas ou escutas
em ondas médias e curtas
- Facilidades para a ligação aos actuais ou no-
vos estúdios de EaA.
Depois de se passarem a utilizar os novos es-
túdios da EOA, o que pode vir a dar-se dentro de
seis meses (3), passarão para esta sala além dos
equipamentos ali instalados, completando-a:
- 3 excitadores de modulação de frequência,
de 10 W que servirão de reserva aos emissores de
modulação de frequência
- 2 sistemas de enlace em UHF (450 megaci-
cios por segundo) para ligação com o Centro Emis-
sor de Mulenvos.
Com estes equipamentos poderá assegurar-se
em permanência, o envio de cinco programas ao
Centro Emissor.
a edifício dos estúdios, além dos gabinetes,
escrit6rios, oficinas, arrecadações e insta lações
sanitárias Indispensáveis aos Servicos de Progra-
mas e Técnicos disporá de
- 1 amplo arquivo de discos e de fitas
- 1 arquivo de partituras musicais
- 6 conjuntos de estúdio Zcabina técnica para
assegurar a transmissão de outros tantos progra-
mas, dois dos quais em estereofonia, para a sala de
emissores de modulação de frequência, para o Cen-
tro Emissor de Mulenvos (através de cabo telefó-
nico apropriado que está a ser instalado com o apoio
técnico dos CTT) ou para quaisquer outras esta-
ções da Província
- 5 conjuntos de estúdios/cabinas técnicas
para a gravação e montagem de programas
- 1 estúdio grande, preparado como pequeno
auditório para cerca de 200 espectadores, para a
realização de conferências, aulas de preparação de
pessoa I (com projecção de cinema e diapositivos)
e para a exibição de pequenos conjuntos, apoiado
por uma excelente cabina técnica com possibili-
dade de gravação estereofónica, por locutório, por
cabina de solista e por cabina de controle de ilumi-
,. -nação. Eventua Imente podera servir para a gravaçao
de grandes orquestras (sem público) ou para a
captação de imagens para a televisão
- 1 estúdio para teatro com os meios indis-
pensáveis a este género de programa radiofónico
- Salas de gravação de programas em fita mag-
, .
netica
- 1 Central técnica de programas, onde chegam
e donde partem todas as ligações e donde se su-
pervisiona toda a exploração técnica com: Circuito
fechado de televisão, ligado aos catorze estúdios/
/cabinas técnicas; Sistema de controlo de qualidade
de todos os emissores do Centro Emissor de
Mulenvos e da sala de modulação de frequência, que
inclui a sua gravação em fita magnética; Registo
gráfico e controle visual por aparelhos de medida,
do nível dos programas em curso nos estúdios;
Sistema de intercomunicação com todas as cabi-
nas técnicas salas de gravação, laboratório/oficina
de rádio e sala de emissores de modulação de fre-
quência; Ligação telefónica directa com o Centro
Emissor de Mulenvos e, através da central telefó-
nica interna com todas as instalações e com o ex-
terior
- Subestação eléctrica intercalada num anel
da parte de 15 kV da rede da cidade (SMAE) e
centra I de emergência, A subestação terá a potência
de 565 kVA e o grupo de emergência a de 150 kVA
não se prevendo que alimente os sistemas de con-
dicionamento de ar
- Instalação central de condicionamento de ar
com distribuição por água gelada (chilled Water)
a todo o edifício dos estúdios e a parte do edifício
dos Serviços Técrucos
- Central telefónica privativa para vinte linhas
telefónicas exteriores e 350 extensões, mas prevista
para um aumento de capacidade
(1) Em 1 de Dezembro de 1971 começaram a usar-se
os novos estúdios com o equipamento antigo,
ELECTRICIDADE 87
41
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9. 4 - CRITICA DO SISTEMA E SUAS POSSIBILI-
DADES - PROJECTOS PARA O FUTURO
Corno se viu, o Plano de Radiodifusão de
Angola considerou, corno se impunha, a radiodifusão
sonora COrT"IOum todo. Por isso, seria insensato n50
o respei ta r, ta n to q ua nto possível.
O nosso temperamento individualista e conse-
quente desejo de exagerar a importância de parco-
Ias, que dcveriarn ser sempre conslderadas ti luz de
p lanos gera is, e a incapacidade de dota r urna enti-
dade com todos os meios necessários à execução
e ao comando, influencia rarn. porém, o processa-
mento da rea lização.
Assim, nada há concretizado com vista à liga-
ção com Lisboa nem quanto à recolha de progra-
mas de estações estrangeiras que possam servir
ou motivar as nossas emissões - um centro de
recepção e escuta. Nesse aspecto também nos
parece que falta ao Plano a previsão de meios de
ligação entre Lisboa e Luanda - em Banda Lateral
Unica (BLU ou SSB) - que garantissem as con-
dições de transmissão de programas via rádio, que
a Marconi e a EN nem sempre têm podido assegu-
rar satisfatoriamente (esta carência deverá vir a
ser suprida pela prevista ligação por satélites,
ta Ivez em 1973).
Na parte que se refere à preparação de infra-
-estruturas para o serviço provincia I, foi-se dando
prioridade ao que era mais fácil de realizar ou cuja
utilização parecia ma is urgente e possível.
Deste modo, e após a instalação dos emissores
cedidos aos Rádio-Clubes e da realização da primeira
fase do Centro Emissor de Mulenvos, delineou-se
e executou-se a segunda fase do PRA, planearam-se
e começaram a ser instalados os Emissores Regio-
nais - principalmente como complemento da rede
dos Rádio-Clubes - e completaram-se os projec-
tos dos dois primeiros edifícios do Centro de Pro-
gramas de Luanda - estúdios e serviços técnicos.
Também nos projectos dos estúdios de Luanda
se ampliaram as previsões inicrais. mas cremos que
com inteira jusnficaçâo - dotar Angola com os
meios necessários à preparação e difusão dos pro-
gramas indispensáveis à Província e territórios
vizinhos, e à preparação do mtercârnbio com outras
estacões.J
O erro que, por importante, nos parece dever
assinalar e para o qual só não contribuímos porque
a decisão foi tomada anteriormente à nossa entrada
ao serviço do PRA, fOI a escolha de emissores de
ondas médias e não de modulação de frequência
para ceder aos Rádio-Clubes. O estudo inicial, bem
elaborado, como se disse, logo recomendou o uso
das ondas méd ias mas também e paralelamente o
da modulação de frequência. Como, certamente por
necessidade de compressão de despesas, não se
instalou a modulação de frequência, foi o PRA o
responsável pela difusãso das ondas médias e pelo
atraso que veio e virá a sofrer a da frequência mo-
dulada.
Se, já na altura, países mais avisados, como a
Africa do Sul, a Alemanha e os Estados Unidos pre-
feriram a FM, os progressos e a experiência vieram
a impôr este meio de radiodifusão que, como se
lê em recente estudo da radiodifusão da Áustria,
dá os seguin tes custos comparativos, para as mes-
mas coberturas:
Quonl do
F.rnlssore<:
Custo comparativo
de exp loraçâo por
100 000 habitantes
PolÔnCIO
total (kW)
Dia NOite
F.M.
O.M.
35
63
584,4 (aparente) (*)
432,7
1 1
2
43
2
Em relação à África e enquanto o número de
estações de ondas médias não crescer na mesma
proporção que na Europa, as condições à noite se-
rão inversas, por não haver tantas interferências.
De dia e durante a época das trovoadas as condi-
ções, em África, para a FM ainda são mais favorá-
veis que para as ondas médias.
Foi pela razão apontada - o reduzido número
actual de emissores de ondas médias em África-
que se adquiriram dois emissores híbridos de 100 kW
e que os Emissores Regionais também podem tra-
balhar em ondas médias. Com efeito, enquanto
aquelas condições se mantiverem e nos períodos
e zonas em que os ruídos atmosféricos o permiti-
rem, pode fazer-se à noite a cobertura de quase
toda a Província em ondas médias com emissores
de 100 kW localizados em Luanda. É, porém, de
prever, uma degradação deste serviço no futuro eI • _
ate a sua extmçao.
Na fase actua I a cobertura de Angola assenta
fundamentalmente, portanto. nas ondas curtas.
Durante o dia e, descontando as dificuldades de
sintonia e a variação sazona I das condições de
propagação (que deveriam obngar à penódica alte-
ração das frequências) pode considerar-se satisfa-
tória. Rea Imente o desvanecimento (fadrng) é tolerá-
vel, excepto ao nascer e pôr do sol, e também o são
as interferências de outras estações Mas à noite
as condições de interferência agravam-se notàvel-
mente, havendo pontos em que deve ser insupor-
tável a recepção.
Com as limitações apontadas, pode conside-
rar-se que os meios actuais permitem:
- Cobertura simultânea da Provincia com dois
programas em idênticas condições~
- Cobertura com um terceiro programa em pio-
res condições com os emissores de 10 kW que, no
caso anterior, seriam uma conveniente reserva ou
complemento.
Poder-se-à. se isso for conveniente, planear
serviços para o exterior com algum prejuízo do in-
terno mas é necessária a Instalação de antenas
apropriadas para os serviços desejados.
(4) Admitindo um ganho de antenas da ordem dos
10 db, verifica-se que a potência real dos emissores de
FM e, portanto, o seu consumo, é cerca de dez vezes
infenor ao dos emissores de OM.
ELECTRIC1DADE 87
10. PROJECTOS PARA O FUTURO
O PRA jã deu inicio aos estudos preliminares do
edifício para a Direcção e Adrninistração, a cons-
truir na frente do edifício dos estúdios, cujo pro-
jecto deveria ser encomendado em 1971, com os
sequintes cond iciona ITIentos:
- Cave, preparada para a instalação de postos
de tra nsforrnação, centra I do ar cond icionado e ar-
mazéns.
- Rés-do-chão com sa la de Iecepçâo de pu-
blico, escadas e elevador. Este conjunto deveré ter
dimensões e localização estudadas para tirar o 111í-
nirno de vista ao edifício dos estúdios,
- Estrutura preparada para dez ou doze anda-
res, sobre pilares que facultasse a tomada de vista
do edifício dos estúdios, mas do qual s6 se Iriam
construindo os andares à medida das necessidades
do Serviço.
Rede de modulação de frequência
Em consequência dos Inconvenientes das ondas
médias e curtas, começou a estudar-se a cobertura
de cerca de 50 o o da população por rede de emisso-
res interligados, o que nos pareceu ser economi-
camente viável em 1,' fase
Seriam necessários 20 a 30 centros cada um
repetindo o programa do antecedente com três a
CIOCOcentros de manutenção e reparação dos cen-
tros vizinhos Os restantes serram automáticos. sem
pesoal permanente Dada a localização dos estu-
dios principais. prevê-se nesta 1 fase um má-
xrrno de doze repetições consecutivas
A rede sena prevista para dois programas dis-
tintos - em monotonia - com duas suo-portado-
ras uma das quais destinada a transrmnr tele-ln-
formacões de cada estação automática para o seu
centro de manutenção e a assegurar a cornuruca-
ção telefónica entre os vários centros - pela outra
sub-portadora poderia ser enviado um programa
especlal- por exemplo. educativo - para ser cap-
tado por receptores apropriados
Tal rede, que se estimou em cerca de 250000
contos, estender-se-is ao longo das prínclpals es-
tradas e servrna os núcleos populacionais rnais
Importantes. Noutros núcleos, também rrnportan-
tes, mas afastados da rede - como algumas capr-
tais de distrito - tar-se-ia localmente a retrans-
missão em FrVl dos programas de ondas curtas.
A justificação desta rede, além do que já foi
dito. baseia-se na dificuldade que se há-de tornar
quase impossibilidade (como na Europa), de asse-
gurar um bom serviço em ondas médias, Além da
melhor qualidade que o serviço de modulaçê o de
frequência garante, e duma maior economia de ex-
ploração, atrás citada, aquele é pràtlcamente isento
de interlerências do exterior e das trovoadas.
É. além disso, o natural complemento das ondas
curtas, enquanto estas muito mais económicas mas
com severas limitações quanto à qualidade de ser-
viço, não puderam ser totalmente dispensadas do
44 serviço interno.
ELLcrRIC/DADB H7
5 - CONSIDERAÇOES FINAIS SOBRE O RUMO
QUE JULGAMOS CONVENIENTE
DAR À RADIODIFUSÃO EM ANGOLA
ENQUADRAMENTO DA SITUAÇÃO
Entre o conceito - defendido nos mais Impor-
tantes países da Europa - de que a radiodifusão
(sonora e vlsual- TV) por ser meio de diíusão de
excepcional importância, não pode ser entregue a
Interesses privados - e o de que o Estado s6 deve
interferir na sua utilização para usos mternos, como
flscal- como na América - situa-se a nossa po-
lítica da radlodifusâo.
Todos os países a empregam como meio de
formação e recreação, e em rnuuos se tem apro-
veitado, e cada vez mais. como meio de promoção
SOCial Mesmo naqueles que já dispõem largamente
de televisão continua a usar-se também a radiodi-
fusão sonora para fins escolares e outras formas de
promoção lá que não são concorrentes - mas sim
complementares - e têm que trabalhar em coo-
peração (No caso particular de Angola e nos tem-
pos mais próximos - mesmo que a TV venha a
estabelecer-se em breve - a radiodifusão sonora
abrange maior gama de extractos SOCIaiS pOIS a
televisão não poderá por falta de condições, Ir logo
até aos menos evoluídos) ~, alem diSSO, larga-
mente aproveitada, principalmente, em serviços m-
ternacronars como arma csicolóqica e os mais avi-
sados servem-se da radiodifusão como meio de
formação e onentação da opinião publica
Em territórios com as caractensncas de Angola
- fraca densidade populacional. diticuldade de
comunicações, vanadas etnias com Oito dialectos
mais falados e quatro usados por nucleos popula-
cronais mais reduzidos além de outros de limitada
utilização - a radiodifusão sonora é o único meio
por enquanto disponlvel para chegar rmechata e
econõrnicarnente a todos os recantos Embora a falta
dos ahcientes da sua Irmã mais nOV8-a televlsâc-s-
obrigue a uma Imaginação técnica, arte e conheci-
mento do gosto e emotividade dos OUvintes, que
supram essa falta, a abundância de receptores por-
táteis. que Já se encontram a é nas sanzalas mais
Isoladas, deveria obrigar-nos a olhá-Ia com mais
atenção - mesmo preocupação - tirando das In-
fraestruturas existentes o máxlrno proveito Con-
quanto se deseje vir a recorrer à televlsâo, o seu
custo da exploração é tão elevado que não pode
contar-se com a sua rápida e pansão a uma per-
centagem razoável da população dentro de médio
prazo, a menos que uma mais rápida evolução nas
técnicas de aproveitamento dos satélites traga fa-
cilidades que na recente reunião da Comissão Téc-
nica da União Europeia de Radiodifusão (UER),
realizada em Abril de 1970 no nosso Algarve se
não poderam descortinar.
Mas, e insistimos por ser Indispensável não
desperdiçar as vastas possibilidades de que ela
dispõe, a radiodifusão sonora, durante muitos anos
há-de continuar a ser usada por larga percentagem
da população de Angola. Cabe 00 Est do, portanto,
ampliar o âmbito da sua aplicação aos campos pos-
síveis dos já referidos - promoção social. difusão
de técnicas, instrução e cultura, formação duma
11. oplniêo púl licn ld~ az d contrlbult por ....L icete-
• o do ilsenvolvim nto dn PIl vlncí o - t upro-
uar to i,lS us SlJdS potenclatidado humanas o
on nlIG.JS. Isto 10 uma p« P Ir dÇ~H) de espe-
CI II t S qu ind: Irlf IIz.In nt , 11" o logrou ini-
CI r-s e d ven flgur r entr prirn Iras prcocu-
p Õ s d nov dlr r. ão.
Ao precrar, n gen r. Ild de, o c so de Anqola,
n-o poder SQU c r-s que, I m da lirnltada po-
puf ç o as c m d s ern que haver" o de recrutar-se
os indivíduos c rn conhecirnentos b lSICOS, Que lhes
perrnn rn parncrp r em cursos de prepar çâo, são
ind inferiores m p rc nt gen1 os da Europa, e
qu h qu disput r outras ctivld d s a sua uti-
lização. Portanto, a e istência de mars de uma
dúzi de estações de r diodifusã a contrária à ele-
vação do nível da LI exploração, quer de progra-
mas, quer recruco. E se houv r que se considerar a
n cessid de de fiscalização dos programas das es-
tações particulares por parte do Estado - o que
parece mais premente na conjuntura actual e dado
Que não poderá prescindir-se do uso das ondas
curtas - mais apertados se tornam os condiciona-
mentes a ter em conta ao publicar um Estatuto da
Radiodifusão em Angola.
Ao equacionar os problemas de radiodifusão,
para se lhe fi ar o rumo futuro, deve aceitar-se com
prudente reserva a alegação de que as estações de
Angola prestaram e prestam valiosas serviços à
Província. Com efeito - e sem excluir sequer a
EOA - nenhuma fez, até à aparição da Voz de An-
gola, um programa especificamente adaptado às
populações autóctones, que representam a larga
maioria da população E só raras lhe terão dedicado
uma parte das suas emissões, de que consntuiu
mais relevante exemplo um programa do Rádio-
-Clube do Huambo, começado há muitos anos por
Sebastião Coelho, segundo crêmos. Um programa
que queira prender determinada camada de ouvin-
tes, deve ser-lhe permanentemente dedicado
Na EOA, isso é devido à falta de conscienciali-
zação e preparação de todo o seu pessoal. Por ISSO
os directores que pretenderam modificar tal estado
de coisas não o conseguiram. Um deles chegou
a esquematizar um plano que incluía o uso de lín-
guas nativas e mesmo a seleccionar pessoas para a
preparação dos respectivos programas.
A RADIODIFUSÃO PARTICULAR COMERCIAL
Se é certo que, a julgar pelas designações, se
deveriam distinguir variadas «nuances» dentre as
estações da Província - do Estado, da Igreja
Católica, Rádio-Clubes, Comerciais - a verdade é
que só há realmente dois tipos: comerciais e não
comerciais. Com efeito, tanto a Emissora Católica
como os Rádio-Clubes se podem enquadrar perfeita-
mente na designação de «comerciais»; os Rádio-
-Clubes recolhem perto de 80 % das suas receitas
da publicidade radiofónica e é provável que a
Emissora Católica ainda recolha mais. Mas se as
encararmos pelo lado da programação, também
não é possível fazer uma distinção condizente com
a sua designação.
Uma voz que a radiodifusâo particular, não
cornerclol. tom carccterlsticas de emissão próprias,
.."ao concorrendo com a comercial. s6 nos debruça-
remos sobre as estações que usam a publicidade
corno fon te de recei ta e nas quais se inclui a Emis-
ora Ca tólica.
Não possuindo elementos sobre as contas dou-
tr S emissoras os nossos raciocínios assentam no
ostudo que fizemos dos Rádio-Clubes, mas que jul-
ga mos ex tensivo às res tan teso
•
Mercê do bc irrismo e, talvez mais, da propa-
ganda que as estações regionais fazem das pessoas
e coisas locais, os Rádio-Clubes são olhados com
. . - .urna srrnpaua com que uma estaçao regional do
Estado não pode contar. Todos dispõem de energia
eléctrica gratuita e são subsidiados pelos governos
de distrito e autarquias locais. Apesar de o contri-
buto dado sob a forma de fornecimento de energia
eléctrica ou outras ajudas semelhantes, não entrar
nas contas dos Rádio-Clubes, os subsídios e dona-
tiVOS oscilam entre 10 % a 15 % das receitas,
enquanto que as receitas estatutárias (jóias e quo-
tas), que têm tendência para descer, andam por
metade daquele valor.
O rendimento da pu b I ic id a d e representava
cerca de 70 % das receitas em 1964 e subiu a perto
de 80 % em 1969 e tem crescido regularmente uns
, 5 % Po r ano (5).
Tendo em 1969 as receitas de publlicidade nos
doze Rádio-Clubes rondado os 13 000 contos, a
media é nitidamente insuficiente para a vida desa-
fogada de todas as estações.
•
Em face de todo o exposto, e como já há anos
tivemos ocasião de propor, havia que fazer uma
primeira opção, considerando que a publicidade ra-
diofónica é uma actividade comercial que compete
ao Estado regular e de cujas receitas tem o direito
de compartilhar:
a) Controlando firmemente toda a actividade
radiofónica, tirando mesmo dela um rendimento
que ultrapasse o aspecto financeiro, forma uma ou
várias empresas em que é sócio majoritário (como
é o caso da Radiotelevisão Portuguesa) mantendo
ou não a radiodifusão oficial.
b) Considerando a radiodifusão particular acti-
vidade puramente comercial limita-se - e dISSO não
deve escusar-se - a fixar os termos das conces-
sões e os limites daquilo que pode ser radiodifun-
dido. (Neste aspecto entendemos ser sempre in-
dispensável regulamentar as percentagens de utili-
zação do tempo de programas para actividade
comercial e limitar esta à difusão de publicidade
- talvez mesmo condicionada àquilo que não possa
(5) Uma vez que entre as estações mais pobres aque-
las perco.ntagens eram apenas de 52 % em 1964 e 58 %
em 1969, parece poder-se concluir que as estações tendem
a viver exclusivamente da publicidade
ELECTRICIDADE 87
45
12. 46
ferir os interesses da comunidade - e proibir o
anúncio que inclua falsas sugestões. No momento
que atravessamos, pelo menos. parece também ne ..
cessório manter urna verificação apertada de tudo
quan to é radiodifundido sendo, portanto, indispen-
ss vel a presença permanente na estação de um re-
presentante idóneo do Estado.
Na alternativa b) ainda há duas hipóteses a
co nsid era r:
- ou se dá liberdade absoluta de instalação, o
que irá manter a pulverização actual até que o ou os
rnais fortes absorvam os rnais fracos e tender-se-à
pa ra destrui r o ca rácter regiona lista
- ou se limita o número de concessões àquilo
que se julgar que o mercado publicitário pode su-
portar com viabilidade económica - mesmo uma
apenas, como há três anos previa o projecto do
Estatuto.
•
A estruturação da rádio particular em bases
econ6micas s6lidas permitiria até criar fontes de
entrada de divisas, pela difusão de publicidade
comercia I dos paises vizinhos, aspecto que nos
parece muito de considerar - o Rádio-Clube de
Moçambique deve obter mais de 100 000 contos de
receitas na Africa do Sul. Esta associação fac tiraria
ainda o aproveitamento em comum (previsto no
projecto do Estatuto da Radiodifusão) das Insta-
lações - EOA e empresa mista - com notável
economia de meios e pessoal técnico. No caso da
modulação de frequência, tudo poderia ser comum
(casa, abastecimento de energia, torres, antenas,
cabos coaxiais) excepto os emissores.
•
A multiplicação de estações, com ocssibllidade
de haver várias no mesmo local esbarra também com
a falta de canais disponíveis Com efeito só hã cinco
canais em «Frv1» e dois canais em OM, estes até
com a potência limitada a 1 kW, em cada ponto.
Como à radiodifusão oficial há que reservar um mí-
nimo de dOIS (programa popular e proqrarna mais
escolhido) no caso de vir a ser dado integral cum-
primento à letra e espírito do Diploma Orgânico da
EOA (art.s 2.0
- 1) ou três em caso contrário. fj-
carão apenas disponíveis respectivamente, três ou
dois canais em «Frll» para as estações particulares.
E as estações provinciais teriam igualmente neces-
sidade de dois canais em modulação de frequência.
•
Negar a concessão de autorização de aumento
de potência a todas as estações que a requeiram,
criará uma situação de privilégio para as que já a
tenham recebido. Mas a autorizaçâo irá tornar im-
praticável a associação futura pelos elevados in-
vestimentos que tornariam anti-econ6mica a explo-
-raçao.
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A RADIODIFUSÃO DO ESTADO
Ao Estado incumbe aproveitar as Já referidas
possibilidades da radiodifusão a bem da comuni-
dade. E urge fazê-lo a nível nacional.
Não nos parece que uma centralização da radio-
difusão oficial na Emissora Nacional possa ser con-
veniente, mas consideramos Indispensável um
comando nacional, que o falecido Dr. Mário Mo-
reira da Silva entendia dever ser entregue a um
Instituto da Radiodifusão Nacional.
Com esse ou outro nome e com as atribuições
que se pretendia cometer-lhe - fixação de direc-
tivas. fiscalizaçâo, gabmete de estudos e projectos,
preparação de espectalistas - parece Indiscutível a
sua utilidade e oportunidade
•
De qualquer modo julgamos urgente e indis-
pensável a cooperação entre a EN e a EOA e, uma
vez que é tecnicamente viável a transmissão em ca-
deia dum noticiário nacional entre, pelo menos, a
Metr6pole e as Províncias da costa ocidental da
Afnca, com a comparticipação de todas, não com-
preendemos porque se não faz ainda.
Também nos parece preferível, sob todos os as-
pectos, que o serviço ultramarino da EN e as emis-
sões de Angola para a Metrópole, previstas no pro-
jecto oriqinal do PRA, se transformem num serviço
eficiente de intercâmbio de programas - no caso
de Lisboa-Luande-Lisboe extraordinàriarnente faci-
litado pelas ligações aéreas diárias - e criação de
representações mútuas junto dos serviços de pro-
gramas.
A EOA dispõe Já de intra-estruturas importan-
tes, estão a concluir-se aquelas que mais falta lhe
farão numa pnrnerra arrancada e acaba de ser do-
tada de um Diploma Orgânico, baseado no projecto
elaborado pelo Grupo de Trabalho já refendo. criado
em 1967 no MInistério do Ultramar. Como conside-
ramos o Diploma bem ajustado às realidades e ne-
cessidades da EOA, se esta for servida pelos espe-
cialistas que nele se previram e dotada com os meios
financeiros indispensáveis. em breve poderia dar
início a uma obra notável e altamente reprodutiva.
Mas é preciso que todos se capacitem da sua
importância, que a Direcção da EOA constitua uma
verdadeira equipa e que os seus quadros se inte-
grem no espírito do despacho de 1 de Abril de 1953
do Governador-Geral, também já citado.
Se, corno entendemos, se devem estabelecer
programas aferidos aos diversos extractos econ6-
mico-sociais e s6cio-culturais da popul çâo, estu-
dando-lhes as características e motivando-os ade-
quadamente, tendo como meta principal a educação
e promoção social para o progresso harmónico da
Nação, é imprescindível a preparação de especia-
listas em programas, estudos-base. serviço infor-
mativo exemplar e consciencialização dos objecti-
•• .... If
vos nacionms e provmciars •
Luanda, Setembro-Outubro de 1970.