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OS HORRORES DA GUERRA
VÃO ALÉM DO SOFRIMENTO
HUMANO
Os livros e filmes contam inúmeras histórias de sofrimento humano que
são importantes para refletirmos sobre os horrores da guerra. Mas por
mais que vejamos obras desta natureza, ainda é possível se surpreender
com diferentes tipos de abusos, que vão além daqueles causados ao ser
humano.
É um chavão dizer que a história humana foi
moldada pela guerra. Mas essa afirmação
também é precisa. Desde que o homem foi
capaz de escrever, relatos sobre as glórias
das batalhas foram imortalizadas. Guerras
são travadas desde sempre pelos mais
variados motivos: escassez de recursos,
controle sobre áreas produtivas, comércio,
fronteiras, ideologia, religião e, segundo
Homero, até mesmo por causa de uma
mulher.
Muitas vezes nem sequer conseguimos
entender direito o porquê dos conflitos e
justificativas abstratas como “equilíbrio de
poder” e “luta pela liberdade” são
empregadas como se explicassem tudo.
Mas por mais que seja difícil entender o
que faz as pessoas matarem umas às
outras, o fato que isso vem ocorrendo
sempre, em todas as culturas e em todos
os lugares do mundo. E duas guerras
tomaram proporções tão descabidas que
se tornaram os emblemas dos conflitos: a
primeira e a segunda guerra mundiais.
Mas o objetivo aqui não é tentar entender
as razões e as consequências destes
eventos. Aliás, duas obras relativamente
recentes do escritor Ken Follet trazem uma
narrativa interessante sobre essas guerras
na forma de romances. A primeira guerra
mundial é tratada no livro “Queda de
Gigantes” e uma das facetas da segunda
guerra é coberta em “Inverno do Mundo”.
Museu de História Militar de Dresden, Alemanha. Esse museu é interessante não apenas
pelo prédio com uma arquitetura ímpar, onde a fachada neoclássica do museu é
segmentada por uma estrutura moderna que lembra a proa de um navio. Além disso, o
museu traz a descrição da história das guerras segundo o ponto de vista oficial do governo
alemão. E isso é interessante porque todos os horrores introduzidos pela Alemanha são
apresentados de forma nua e crua, sem tentativas de justificá-las ou encobertá-las.
Muitos desses horrores
foram introduzidos na
primeira guerra mundial. A
Alemanha e a França
estavam num impasse e os
soldados entrincheirados
viviam até 2 anos em valas
estreitas, sem sistema de
esgoto e com higiene
precária. Toda e qualquer
oportunidade para aliviar o
stress e diminuir a
imundice era aproveitada.
Poças de lama eram oásis
onde felizes soldados
conseguiam aliviar a sujeira
de seus corpos.
À esquerda, soldados alemães aproveitando uma bela poça de lama para
tomar um banho e tentar se livrar de alguns parasitas. À direita, tubo
que emite uma amostra do odor típico de uma trincheira.
Não consegue imaginar o cheiro de pessoas moribundas, fossas coletivas abertas, pessoas
mortas há dias, suor, terra úmida e tudo mais? Não tem problema. O museu militar de Dresden
pode te ajudar! Lá há um tubo que, ao se apertar um botão, lança sobre as suas narinas uma
amostra do “cheiro da guerra”. Tem que estar preparado para passar pela experiência! E eu não
quero imaginar o que eles tem por baixo desse tubo para produzir em cheiro desses. Sem
dúvida, esse tubo traz uma nova dimensão dos horrores da guerra para os visitantes.
Entre as batalhas havia tréguas para recolher feridos e mortos. Comumente soldados
inimigos se encontravam ao recolher os colegas menos afortunados e aproveitavam a
chance para fumarem um cigarro e baterem um papo sem compromisso.
É muito difícil imaginar uma coisa dessas: achar um pedaço de barranco sem arame
farpado e um pouco menos lamacento para fumar um cigarro e conversar com alguém
que, daqui a pouco tempo, vai tentar cravejá-lo de balas.
Os alemães usaram uma nova
artimanha para tentar desequilibrar
o confronto, que foi o uso de gás
venenoso. Esse gás era mais pesado
do que o ar e a ideia era liberá-lo
sobre as trincheiras de tal modo que
as substâncias químicas tomassem o
lugar do ar nos túneis debaixo da
terra. As consequências foram
terríveis para as vítimas, que
tiveram mortes horríveis. Os
sobreviventes destes ataques
químicos sofreram danos em tecidos
cuja angústia e dor somente podem
ser imaginados a se ver a foto de um
desses soldados que teve a sorte de
sobreviver.
Soldado sobrevivente de um ataque de
arma química na primeira guerra mundial.
Os resultados dos ataques químicos na primeira guerra mundial foram tão nefastos que em
1925 o uso de tais armas foi banido pelo Protocolo de Genebra. No entanto, isso não
significa que a humanidade se viu livre dos efeitos da guerra química, como infelizmente
pudemos testemunhar nos eventos recentes na Síria.
Entre 1940 e 1945 os soldados alemães tomavam um tablet chamado de Pervitin para
combater a exaustão e o cansaço. Esses comprimidos eram basicamente metanfetamina,
uma droga sintética não alucinógena que foi inventada no Japão no fim do século 19 e
aperfeiçoada por um químico alemão durante a década de 1930. Essa droga causa euforia e
reduz a sensação de cansaço e de sono, além de aumentar temporariamente a capacidade
de foco. Os soldados alemães eram condicionados a tomar uma dose a cada 10 horas e a
euforia e o entusiasmo para a batalha espantavam os soldados inimigos.
Carta de um soldado alemão viciado em metanfetamina.
Tradução livre a partir do texto em inglês: “Eu estou tão
cansado que eu poderia cair, porque eu não durmo à dias.
(…) Eu não ligo para mais nada. (…) Eu gostaria de estar
em casa novamente, descansando na minha cama, em
lençóis limpos, para dormir, dormir, dormir.”
À esquerda, propaganda do Pervitin e do Die Neger. À direita, foto do Marder em exposição
no Museu. Ao alto, recipiente usado para a distribuição da Pervitin entre os soldados.
Alemanha e URSS
empregaram, juntas,
mais de 6 milhões de
cavalos ao longo do
conflito. A fatalidade
destes animais foi
enorme. Segundo a
historiadora do museu,
estima-se que mais de
5 milhões de cavalos
foram abatidos entre
os anos de 1940 e
1945.
Os cavalos eram
treinados para se
manterem dóceis e
relativamente calmos em
conflitos. Por isso eles
tinham que estar
acostumados com os
estrondos provocados por
artilharia e maquinaria
pesada.
Todos sabem que os cães são excelentes para
encontrar pessoas em meio aos escombros e,
obviamente, eles foram usados para este fim nos
conflitos. Cães farejadores também foram usados
para caçar judeus rebeldes no Gueto de Varsóvia.
Os soviéticos instalavam explosivos nos
cachorros, que eram detonados por uma chave
vertical ao lombo do animal. Esses cães eram
treinados para se esgueirarem por baixo dos
tanques e, ao entrarem debaixo do veículo,
pressionavam a chave contra o chassis,
detonando os explosivos e danificando os
blindados. Estes eram verdadeiros mísseis anti-
taque caninos.
Cão anti-tanque: o gatilho nas costas do animal era
acionado quando o cachorro esgueirava por baixo dos
tanques inimigos.
Gatos foram empregados em larga escala para testar a eficiência dos gases tóxicos usados nas
câmeras de extermínio. Nem as ovelhas escapavam. Elas foram usadas para descobrir minas
colocadas pelos alemães a medida que eles recuavam. A ovelha da foto perdeu a perna traseira
direita em uma mina terrestre.
Os gatos também não escaparam dos horrores da guerra e eram usados para testar a eficiência dos
venenos usados em câmeras de gás. Já as ovelhas eram usadas para detonar minas terrestres.
Segundo a guia do
museu, até elefantes
foram usados em
Dresden. Não como
armas de guerra
bestiais como nos
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Anéis ou 300, mas
como veículos
pesados. Após o
bombardeio de
Dresden, ocorrido
entre 13 e 14 de
fevereiro de 1945, os
elefantes do
zoológico que não
morreram no ataque
foram empregados
para revolver os
escombros em busca
de pessoas e obras
de artes.
Réplica de elefante que foi usado após o bombardeio de Dresden na
busca de feridos.
Realmente, guerra é terrível para qualquer ser vivo. Não é preciso ser
um humano para sofrer com as ações descabidas dos seres humanos.
A guerra é responsável por desastres econômicos, sociais, políticos e
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Os horrores da guerra para além do ser humano

  • 1. OS HORRORES DA GUERRA VÃO ALÉM DO SOFRIMENTO HUMANO Os livros e filmes contam inúmeras histórias de sofrimento humano que são importantes para refletirmos sobre os horrores da guerra. Mas por mais que vejamos obras desta natureza, ainda é possível se surpreender com diferentes tipos de abusos, que vão além daqueles causados ao ser humano.
  • 2. É um chavão dizer que a história humana foi moldada pela guerra. Mas essa afirmação também é precisa. Desde que o homem foi capaz de escrever, relatos sobre as glórias das batalhas foram imortalizadas. Guerras são travadas desde sempre pelos mais variados motivos: escassez de recursos, controle sobre áreas produtivas, comércio, fronteiras, ideologia, religião e, segundo Homero, até mesmo por causa de uma mulher. Muitas vezes nem sequer conseguimos entender direito o porquê dos conflitos e justificativas abstratas como “equilíbrio de poder” e “luta pela liberdade” são empregadas como se explicassem tudo. Mas por mais que seja difícil entender o que faz as pessoas matarem umas às outras, o fato que isso vem ocorrendo sempre, em todas as culturas e em todos os lugares do mundo. E duas guerras tomaram proporções tão descabidas que se tornaram os emblemas dos conflitos: a primeira e a segunda guerra mundiais. Mas o objetivo aqui não é tentar entender as razões e as consequências destes eventos. Aliás, duas obras relativamente recentes do escritor Ken Follet trazem uma narrativa interessante sobre essas guerras na forma de romances. A primeira guerra mundial é tratada no livro “Queda de Gigantes” e uma das facetas da segunda guerra é coberta em “Inverno do Mundo”.
  • 3. Museu de História Militar de Dresden, Alemanha. Esse museu é interessante não apenas pelo prédio com uma arquitetura ímpar, onde a fachada neoclássica do museu é segmentada por uma estrutura moderna que lembra a proa de um navio. Além disso, o museu traz a descrição da história das guerras segundo o ponto de vista oficial do governo alemão. E isso é interessante porque todos os horrores introduzidos pela Alemanha são apresentados de forma nua e crua, sem tentativas de justificá-las ou encobertá-las.
  • 4. Muitos desses horrores foram introduzidos na primeira guerra mundial. A Alemanha e a França estavam num impasse e os soldados entrincheirados viviam até 2 anos em valas estreitas, sem sistema de esgoto e com higiene precária. Toda e qualquer oportunidade para aliviar o stress e diminuir a imundice era aproveitada. Poças de lama eram oásis onde felizes soldados conseguiam aliviar a sujeira de seus corpos. À esquerda, soldados alemães aproveitando uma bela poça de lama para tomar um banho e tentar se livrar de alguns parasitas. À direita, tubo que emite uma amostra do odor típico de uma trincheira. Não consegue imaginar o cheiro de pessoas moribundas, fossas coletivas abertas, pessoas mortas há dias, suor, terra úmida e tudo mais? Não tem problema. O museu militar de Dresden pode te ajudar! Lá há um tubo que, ao se apertar um botão, lança sobre as suas narinas uma amostra do “cheiro da guerra”. Tem que estar preparado para passar pela experiência! E eu não quero imaginar o que eles tem por baixo desse tubo para produzir em cheiro desses. Sem dúvida, esse tubo traz uma nova dimensão dos horrores da guerra para os visitantes.
  • 5. Entre as batalhas havia tréguas para recolher feridos e mortos. Comumente soldados inimigos se encontravam ao recolher os colegas menos afortunados e aproveitavam a chance para fumarem um cigarro e baterem um papo sem compromisso. É muito difícil imaginar uma coisa dessas: achar um pedaço de barranco sem arame farpado e um pouco menos lamacento para fumar um cigarro e conversar com alguém que, daqui a pouco tempo, vai tentar cravejá-lo de balas.
  • 6. Os alemães usaram uma nova artimanha para tentar desequilibrar o confronto, que foi o uso de gás venenoso. Esse gás era mais pesado do que o ar e a ideia era liberá-lo sobre as trincheiras de tal modo que as substâncias químicas tomassem o lugar do ar nos túneis debaixo da terra. As consequências foram terríveis para as vítimas, que tiveram mortes horríveis. Os sobreviventes destes ataques químicos sofreram danos em tecidos cuja angústia e dor somente podem ser imaginados a se ver a foto de um desses soldados que teve a sorte de sobreviver. Soldado sobrevivente de um ataque de arma química na primeira guerra mundial.
  • 7. Os resultados dos ataques químicos na primeira guerra mundial foram tão nefastos que em 1925 o uso de tais armas foi banido pelo Protocolo de Genebra. No entanto, isso não significa que a humanidade se viu livre dos efeitos da guerra química, como infelizmente pudemos testemunhar nos eventos recentes na Síria. Entre 1940 e 1945 os soldados alemães tomavam um tablet chamado de Pervitin para combater a exaustão e o cansaço. Esses comprimidos eram basicamente metanfetamina, uma droga sintética não alucinógena que foi inventada no Japão no fim do século 19 e aperfeiçoada por um químico alemão durante a década de 1930. Essa droga causa euforia e reduz a sensação de cansaço e de sono, além de aumentar temporariamente a capacidade de foco. Os soldados alemães eram condicionados a tomar uma dose a cada 10 horas e a euforia e o entusiasmo para a batalha espantavam os soldados inimigos. Carta de um soldado alemão viciado em metanfetamina. Tradução livre a partir do texto em inglês: “Eu estou tão cansado que eu poderia cair, porque eu não durmo à dias. (…) Eu não ligo para mais nada. (…) Eu gostaria de estar em casa novamente, descansando na minha cama, em lençóis limpos, para dormir, dormir, dormir.”
  • 8. À esquerda, propaganda do Pervitin e do Die Neger. À direita, foto do Marder em exposição no Museu. Ao alto, recipiente usado para a distribuição da Pervitin entre os soldados.
  • 9. Alemanha e URSS empregaram, juntas, mais de 6 milhões de cavalos ao longo do conflito. A fatalidade destes animais foi enorme. Segundo a historiadora do museu, estima-se que mais de 5 milhões de cavalos foram abatidos entre os anos de 1940 e 1945. Os cavalos eram treinados para se manterem dóceis e relativamente calmos em conflitos. Por isso eles tinham que estar acostumados com os estrondos provocados por artilharia e maquinaria pesada.
  • 10. Todos sabem que os cães são excelentes para encontrar pessoas em meio aos escombros e, obviamente, eles foram usados para este fim nos conflitos. Cães farejadores também foram usados para caçar judeus rebeldes no Gueto de Varsóvia. Os soviéticos instalavam explosivos nos cachorros, que eram detonados por uma chave vertical ao lombo do animal. Esses cães eram treinados para se esgueirarem por baixo dos tanques e, ao entrarem debaixo do veículo, pressionavam a chave contra o chassis, detonando os explosivos e danificando os blindados. Estes eram verdadeiros mísseis anti- taque caninos. Cão anti-tanque: o gatilho nas costas do animal era acionado quando o cachorro esgueirava por baixo dos tanques inimigos.
  • 11. Gatos foram empregados em larga escala para testar a eficiência dos gases tóxicos usados nas câmeras de extermínio. Nem as ovelhas escapavam. Elas foram usadas para descobrir minas colocadas pelos alemães a medida que eles recuavam. A ovelha da foto perdeu a perna traseira direita em uma mina terrestre. Os gatos também não escaparam dos horrores da guerra e eram usados para testar a eficiência dos venenos usados em câmeras de gás. Já as ovelhas eram usadas para detonar minas terrestres.
  • 12. Segundo a guia do museu, até elefantes foram usados em Dresden. Não como armas de guerra bestiais como nos filmes do Senhor dos Anéis ou 300, mas como veículos pesados. Após o bombardeio de Dresden, ocorrido entre 13 e 14 de fevereiro de 1945, os elefantes do zoológico que não morreram no ataque foram empregados para revolver os escombros em busca de pessoas e obras de artes. Réplica de elefante que foi usado após o bombardeio de Dresden na busca de feridos.
  • 13. Realmente, guerra é terrível para qualquer ser vivo. Não é preciso ser um humano para sofrer com as ações descabidas dos seres humanos. A guerra é responsável por desastres econômicos, sociais, políticos e como vimos até ao seres não responsáveis por ela, os animais.