Este poema descreve uma conversa entre dois amantes sob a luz da lua, onde um pergunta ao outro sobre o significado da dor do amor. Embora nada seja dito explicitamente, a lua é mostrada como uma representação silenciosa da dor da paixão, que só pode ser compreendida através da experiência da solidão e do sofrimento do coração. O poema convida o leitor a ouvir o silêncio e a canção do mar para entender o mistério da dor do amor.

1. Luzia18-06-2013

2. Ontem, ao luar, nós dois em plena solidão,
tu me perguntaste o que era a dor de uma
paixão.

3. Nada respondi! Calmo assim fiquei,
Mas, fitando o azul do azul do céu,
a lua azul eu te mostrei...

4. Mostrando-a ti, dos olhos
meus correr senti
uma nívea lágrima e, assim, te
respondi.

5. Fiquei a sorrir por ter o
prazer
de ver a lágrima nos olhos
a sofrer.

6. A dor da paixão não tem
explicação,
Como definir o que eu só
sei sentir?

7. É mister sofrer para se
saber
o que no peito o coração
não quer dizer

8. Pergunte ao luar, travesso
e tão taful,
de noite a chorar na onda
toda azul.

9. Pergunte, ao luar, do mar à
canção,
qual o mistério que há na
dor de uma paixão.

10. Se tu desejas saber o que
é o amor
e sentir o seu calor,
o amaríssimo travor do seu
dulçor,

11. sobe um monte á beira
mar, ao luar,
ouve a onda sobre a areia
a lacrimar!

12. Ouve o silêncio a
falar na solidão
de um calado
coração,
a penar, a derramar
os prantos meus.

13. Ouve o choro
perenal,
a dor silente,
universal

14. FORMATAÇÃO: LUZIA GABRIELE
EMAIL: luziagabriele@hotmail.com
FOTOS: INTERNET
COMPOSIÇÃO: PEDRO DE ALCÂNTARA E
CATULO DA PAIXÃO CEARENSE (1918)
INTERPRETAÇÃO: FAFÁ DE BELÉM
ONTEM AO LUAR
DATA: 18 DE JUNHO DE 2013
e a dor maior,
que
é a dor de Deus.