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Literatura de infância:
o texto poético
Nos anos 70, somente o então segundo grau
ofertava o ensino de Literatura, numa
perspectiva estruturalista e/ou historiográfica do
texto literário, que limitava as leituras dos alunos,
sem considerar seu papel ativo de leitor. Ainda
nessa época tentou-se mudar o enfoque, mas a
abordagem passou a ser uma análise literária
simplificada, em que predominavam os
questionários sobre personagens, tempo e
espaço da narrativa.
Ensino de literatura Colomer (2007) argumenta uma visão
semelhante, destacando a dificuldade no
professorado de levar os alunos à leitura
literária justamente em função da
chamada “concepção utilitária” da leitura.
Nessa concepção, a leitura visa
cientificidade através de textos
“funcionais”, o que pode ser entendido,
mais uma vez, como doutrinamento,
imposição de ideologias e manipulação do
leitor.
Ensino de literatura
Conforme explanado por Cosson (2011), na
organização escolar em vigência no Brasil, tem-
se que o ensino primário sustenta a questão da
formação do leitor, desenvolvendo seu gosto
pelo imaginário, sua habilidade de interpretação
múltipla e significativa, sua sensibilidade, etc.
A partir daí, aconteceram mudanças no
contexto social do ensino, na concepção
de literatura e de aprendizagem e,
consequentemente, nos objetivos do
ensino literário, que passaram a ser o
desenvolvimento da interpretação e do
debate, de forma a permitir uma
socialização mais rica dos indivíduos e a
experimentar um prazer literário
construído ao longo do processo. A
leitura das obras passou a ser o centro do
aprendizado. (COLOMER, 2007, p. 29).
VISÃO TRADICIONAL
DO GÊNERO POÉTICO
Pobreza literária
Moralizadora
Cívica
Piegas
Orientação didática
Patriotismo
Exaltação da natureza e da
terra natal
Intuitos cívicos; orientação
pedagógica; moralismo ideológico
O trabalho tal como a
chuva caída fecunda a
terra, no estio,
Para fecundar a vida
O trabalho se inventou.
Feliz quem pode,
orgulhoso,
Dizer: “Nunca fui vadio:
E, se hoje sou venturoso,
Devo ao trabalho o que
sou!”
É preciso, desde a
infância,
Ir preparando o futuro;
Para chegar à abundância,
É preciso trabalhar.
Não nasce a planta
perfeita,
Não nasce o fruto maduro;
E, para ter a colheita,
É preciso semear...
Hino à Bandeira Nacional
Salve lindo pendão da esperança,
Salve símbolo augusto da paz.
Tua nobre presença à lembrança
A grandeza da Pátria nos traz.
Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil.
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil.
Visão contemporânea: qualidades
literárias
Evidência sonora: ritmo melódico; jogos de palavras, trocadilhos;
aliterações, assonâncias, anáforas; métrica; rima
Importância do significante: palavra, forma, paralelismo sintático
Presença do lúdico
Liberdade criativa
Importância do tema e sua abordagem
Trem de ferro Manuel Bandeira
Café com pão
Café com pão
Café com pão
Virge Maria
que foi isto
maquinista?
Agora sim
Café com pão
Agora sim
Voa, fumaça
Foge, bicho
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Passa poste
Passa pasto
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Passa boiada
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Ai seu foguista
Bota fogo
Na fornalha
Que eu preciso
Muita força
Muita força
Muita força
Passa galho
De ingazeira
Debruçada
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De cantar!
Villa-Lobos - Bachianas Brasileiras Nº 2 - IV.
Tocata (O trenzinho do caipira) https://www.youtube.com/watch?v=wIG4h7lvj4Y
Lá vai o trem com o menino
Lá vai a vida a rodar
Lá vai ciranda e destino
Cidade e noite a girar
Lá vai o trem sem destino
Pro dia novo encontrar
Correndo vai pela terra
Vai pela serra, vai pelo mar
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No ar
Outro exemplo é a experiência concretista de Manuel Bandeira:
A Onda
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Cecília Meireles in Ou isto ou aquilo, 1964
DIMENSÃO FILOSÓFICA
Gregório de Matos - ícone poético do barroco brasileiro
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.
Porém se acaba o Sol, por que nascia?
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Na formosura não se dê constância,
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Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.
Ezra
Pound
Para Cortázar (Para uma poética):
• A poesia é uma relação privilegiada
do homem com o mundo
• A poesia é fundamentalmente analógica – imagética
ontológica – afetiva (pré-cognitiva)
• No desenvolvimento da inteligência, A
LÓGICA “DIREÇÃO ANALÓGICA” É
SUPERADA PELO PREDOMÍNIO
DA RAZÃO
É desautomatizado
Prefere sentir a julgar
Cria relação com as
coisas e não com os
nomes
É capaz de criar um
‘interlúdio mágico’
Poeta x homem primitivo
O poeta, como quem acabara de voltar à infância, atribui textura, cor e sabor diferentes às trivialidades da
vida e pode ser comparado a um convalescente, como fez o grande poeta Charles Baudelaire. Tudo está
prenhe de vida, possui potência e pode ser celebrado - e é o que ele faz com a massa caleidoscópica de
sensações e imagens que lhe chegam (BAUDELAIRE). BAUDELAIRE, C. O pintor da vida moderna. In: COELHO, Teixeira. (Org.). A
modernidade de Baudelaire. Trad: Suely Cassal. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.
DESTAQUES DO
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  • 1. Literatura de infância: o texto poético
  • 2. Nos anos 70, somente o então segundo grau ofertava o ensino de Literatura, numa perspectiva estruturalista e/ou historiográfica do texto literário, que limitava as leituras dos alunos, sem considerar seu papel ativo de leitor. Ainda nessa época tentou-se mudar o enfoque, mas a abordagem passou a ser uma análise literária simplificada, em que predominavam os questionários sobre personagens, tempo e espaço da narrativa. Ensino de literatura Colomer (2007) argumenta uma visão semelhante, destacando a dificuldade no professorado de levar os alunos à leitura literária justamente em função da chamada “concepção utilitária” da leitura. Nessa concepção, a leitura visa cientificidade através de textos “funcionais”, o que pode ser entendido, mais uma vez, como doutrinamento, imposição de ideologias e manipulação do leitor.
  • 3. Ensino de literatura Conforme explanado por Cosson (2011), na organização escolar em vigência no Brasil, tem- se que o ensino primário sustenta a questão da formação do leitor, desenvolvendo seu gosto pelo imaginário, sua habilidade de interpretação múltipla e significativa, sua sensibilidade, etc. A partir daí, aconteceram mudanças no contexto social do ensino, na concepção de literatura e de aprendizagem e, consequentemente, nos objetivos do ensino literário, que passaram a ser o desenvolvimento da interpretação e do debate, de forma a permitir uma socialização mais rica dos indivíduos e a experimentar um prazer literário construído ao longo do processo. A leitura das obras passou a ser o centro do aprendizado. (COLOMER, 2007, p. 29).
  • 4. VISÃO TRADICIONAL DO GÊNERO POÉTICO Pobreza literária Moralizadora Cívica Piegas Orientação didática Patriotismo Exaltação da natureza e da terra natal Intuitos cívicos; orientação pedagógica; moralismo ideológico O trabalho tal como a chuva caída fecunda a terra, no estio, Para fecundar a vida O trabalho se inventou. Feliz quem pode, orgulhoso, Dizer: “Nunca fui vadio: E, se hoje sou venturoso, Devo ao trabalho o que sou!” É preciso, desde a infância, Ir preparando o futuro; Para chegar à abundância, É preciso trabalhar. Não nasce a planta perfeita, Não nasce o fruto maduro; E, para ter a colheita, É preciso semear...
  • 5. Hino à Bandeira Nacional Salve lindo pendão da esperança, Salve símbolo augusto da paz. Tua nobre presença à lembrança A grandeza da Pátria nos traz. Recebe o afeto que se encerra Em nosso peito juvenil. Querido símbolo da terra, Da amada terra do Brasil.
  • 6. Visão contemporânea: qualidades literárias Evidência sonora: ritmo melódico; jogos de palavras, trocadilhos; aliterações, assonâncias, anáforas; métrica; rima Importância do significante: palavra, forma, paralelismo sintático Presença do lúdico Liberdade criativa Importância do tema e sua abordagem
  • 7. Trem de ferro Manuel Bandeira Café com pão Café com pão Café com pão Virge Maria que foi isto maquinista? Agora sim Café com pão Agora sim Voa, fumaça Foge, bicho Foge, povo Passa ponte Passa poste Passa pasto Passa boi Passa boiada Corre, cerca Ai seu foguista Bota fogo Na fornalha Que eu preciso Muita força Muita força Muita força Passa galho De ingazeira Debruçada No riacho Que vontade De cantar!
  • 8. Villa-Lobos - Bachianas Brasileiras Nº 2 - IV. Tocata (O trenzinho do caipira) https://www.youtube.com/watch?v=wIG4h7lvj4Y Lá vai o trem com o menino Lá vai a vida a rodar Lá vai ciranda e destino Cidade e noite a girar Lá vai o trem sem destino Pro dia novo encontrar Correndo vai pela terra Vai pela serra, vai pelo mar Cantando pela serra, o luar Correndo entre as estrelas, a voar No ar No ar
  • 9. Outro exemplo é a experiência concretista de Manuel Bandeira: A Onda a onda anda aonde anda a onda? a onda ainda ainda onda ainda anda aonde? a onda a onda https://www.youtube.com/watch?v=75DGS1U4DD4
  • 10. Cecília Meireles in Ou isto ou aquilo, 1964 DIMENSÃO FILOSÓFICA
  • 11. Gregório de Matos - ícone poético do barroco brasileiro Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, Depois da Luz se segue a noite escura, Em tristes sombras morre a formosura, Em contínuas tristezas a alegria. Porém se acaba o Sol, por que nascia? Se formosa a Luz é, por que não dura? Como a beleza assim se transfigura? Como o gosto da pena assim se fia? Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza, Na formosura não se dê constância, E na alegria sinta-se tristeza. Começa o mundo enfim pela ignorância, E tem qualquer dos bens por natureza A firmeza somente na inconstância.
  • 13. Para Cortázar (Para uma poética): • A poesia é uma relação privilegiada do homem com o mundo • A poesia é fundamentalmente analógica – imagética ontológica – afetiva (pré-cognitiva) • No desenvolvimento da inteligência, A LÓGICA “DIREÇÃO ANALÓGICA” É SUPERADA PELO PREDOMÍNIO DA RAZÃO
  • 14. É desautomatizado Prefere sentir a julgar Cria relação com as coisas e não com os nomes É capaz de criar um ‘interlúdio mágico’ Poeta x homem primitivo O poeta, como quem acabara de voltar à infância, atribui textura, cor e sabor diferentes às trivialidades da vida e pode ser comparado a um convalescente, como fez o grande poeta Charles Baudelaire. Tudo está prenhe de vida, possui potência e pode ser celebrado - e é o que ele faz com a massa caleidoscópica de sensações e imagens que lhe chegam (BAUDELAIRE). BAUDELAIRE, C. O pintor da vida moderna. In: COELHO, Teixeira. (Org.). A modernidade de Baudelaire. Trad: Suely Cassal. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.
  • 16. PLANOS DE ANÁLISE • AUDITIVO • VISUAL • MATERIAL PLANO DE EXPRESSÃO OOO • SUPERFICIAL • PROFUNDO PLANO DE CONTEÚD