Os irmãos Rui, Guannes e Rostabal encontram um cofre cheio de ouro em uma mata. Para ficarem com todo o tesouro, Rui convence Rostabal a matar Guannes quando este retorna da vila. Posteriormente, Rui também mata Rostabal para ficar com as três chaves do cofre e todo o ouro para si.
Este resumo em 3 frases apresenta as informações essenciais do documento:
1) O documento descreve o conto "A Aia" de Eça de Queirós, contando a história de uma escrava leal que protege o príncipe de um ataque planejado por seu tio.
2) A narrativa é analisada em termos de personagens, tempo, espaço, narrador e modos de expressão utilizados na narrativa.
3) São caracterizadas as principais personagens e definidos os papéis do narrador e os diferentes tempos
Este documento fornece recursos para professores de Físico-Química do 9o ano, incluindo uma calendarização anual e planos de aula detalhados, fichas de diagnóstico e atividades para alunos, e dossiês para alunos com necessidades educativas especiais.
The story follows the evolution of the meaning of the word "inócuo" in a village. Originally meaning harmless, the word takes on increasingly offensive meanings through misunderstandings and intentions over time, ultimately overriding its dictionary definition.
Oh, como se me alonga, de ano em ano,
A peregrinação cansada minha!
Como se encurta, e como ao fim caminha
Este meu breve e vão discurso humano!
O poeta expressa sentimentos contraditórios sobre a passagem do tempo: o cansaço de viver e a pena de se aproximar do fim. Lamenta o prolongamento e a brevidade da vida ao mesmo tempo.
1) O texto descreve Silvestre, um viúvo proprietário pacífico e bondoso, que se ofende quando chamado de "inócuo".
2) A palavra "inócuo" é usada de forma agressiva para ofender, apesar de seu significado real ser "inofensivo".
3) A palavra passa a ser usada de forma cada vez mais negativa na aldeia, ganhando novos significados agressivos atribuídos pelos falantes.
O poema é dividido em 4 partes. A 1a parte descreve o fascínio do eu lírico por Milady. A 2a parte relata o encontro entre os dois. A 3a parte mostra o eu lírico resignado à atitude altiva de Milady. A 4a parte alerta Milady para os perigos do seu orgulho.
O documento apresenta um excerto do conto "A Aia", de Eça de Queirós, que descreve o momento em que a aia salva o príncipe de ser raptado pelo tio bastardo durante uma invasão ao palácio real. A aia troca o príncipe do seu berço nobre para o berço humilde, enganando assim o raptor. Quando a verdade é descoberta, a rainha desfalece de alívio por o filho estar a salvo.
O documento analisa os tipos de cómico, registos de língua e recursos expressivos presentes no Auto da Barca do Inferno. Apresenta cómico de situação, linguagem e caráter. Descreve o uso de linguagem corrente, popular, cuidada e calão. Identifica recursos como eufemismo, ironia, antítese e metáfora. Fornece exemplos de cada personagem.
Este resumo em 3 frases apresenta as informações essenciais do documento:
1) O documento descreve o conto "A Aia" de Eça de Queirós, contando a história de uma escrava leal que protege o príncipe de um ataque planejado por seu tio.
2) A narrativa é analisada em termos de personagens, tempo, espaço, narrador e modos de expressão utilizados na narrativa.
3) São caracterizadas as principais personagens e definidos os papéis do narrador e os diferentes tempos
Este documento fornece recursos para professores de Físico-Química do 9o ano, incluindo uma calendarização anual e planos de aula detalhados, fichas de diagnóstico e atividades para alunos, e dossiês para alunos com necessidades educativas especiais.
The story follows the evolution of the meaning of the word "inócuo" in a village. Originally meaning harmless, the word takes on increasingly offensive meanings through misunderstandings and intentions over time, ultimately overriding its dictionary definition.
Oh, como se me alonga, de ano em ano,
A peregrinação cansada minha!
Como se encurta, e como ao fim caminha
Este meu breve e vão discurso humano!
O poeta expressa sentimentos contraditórios sobre a passagem do tempo: o cansaço de viver e a pena de se aproximar do fim. Lamenta o prolongamento e a brevidade da vida ao mesmo tempo.
1) O texto descreve Silvestre, um viúvo proprietário pacífico e bondoso, que se ofende quando chamado de "inócuo".
2) A palavra "inócuo" é usada de forma agressiva para ofender, apesar de seu significado real ser "inofensivo".
3) A palavra passa a ser usada de forma cada vez mais negativa na aldeia, ganhando novos significados agressivos atribuídos pelos falantes.
O poema é dividido em 4 partes. A 1a parte descreve o fascínio do eu lírico por Milady. A 2a parte relata o encontro entre os dois. A 3a parte mostra o eu lírico resignado à atitude altiva de Milady. A 4a parte alerta Milady para os perigos do seu orgulho.
O documento apresenta um excerto do conto "A Aia", de Eça de Queirós, que descreve o momento em que a aia salva o príncipe de ser raptado pelo tio bastardo durante uma invasão ao palácio real. A aia troca o príncipe do seu berço nobre para o berço humilde, enganando assim o raptor. Quando a verdade é descoberta, a rainha desfalece de alívio por o filho estar a salvo.
O documento analisa os tipos de cómico, registos de língua e recursos expressivos presentes no Auto da Barca do Inferno. Apresenta cómico de situação, linguagem e caráter. Descreve o uso de linguagem corrente, popular, cuidada e calão. Identifica recursos como eufemismo, ironia, antítese e metáfora. Fornece exemplos de cada personagem.
Three impoverished brothers - Rui, Guanes, and Rostabal - find a chest of gold coins in the forest while hunting. They decide to divide the treasure but greed and distrust lead them to turn on each other, ending with all three brothers dead and the treasure still hidden in the woods.
Este poema elogia a beleza e qualidades da amada do poeta, afirmando que ela é superior a todas as outras mulheres. O eu lírico roga a Deus que o deixe rever sua amada logo, pois só ela pode trazer paz ao seu coração atormentado pela saudade. A forma é uma cantiga de mestria com três estrofes de oito versos decassílabos cada, seguindo o esquema rítmico abbacca.
A partida da frota portuguesa para a Índia sob o comando de Vasco da Gama é descrita. A preparação espiritual e material das naus em Lisboa é seguida pela procissão solene para os barcos e pelas reações emocionadas das pessoas que assistem, com lamentos das mulheres e suspiros dos homens. Vasco da Gama decide partir sem as despedidas costumeiras para evitar mais sofrimento.
O documento resume a história "A Aia" de Eça de Queirós. Conta que após a morte do rei em batalha, a rainha tentou proteger o príncipe herdeiro, mas o tio ambicioso planejava matá-lo. Uma noite, a aia trocou as crianças para salvar o príncipe, sacrificando seu próprio filho. Em gratidão, a rainha ofereceu riquezas, mas a aia escolheu o suicídio.
O conto descreve um conflito entre duas mulheres, a mãe do narrador e sua tia, que começou quando compraram galinhas de barro idênticas na feira. A tia acusou a cunhada de trocar as galinhas para ficar com a dela, intensificando o conflito. O desentendimento se espalhou pela aldeia, dividindo os moradores em grupos a favor de cada mulher.
Carlos visita Maria Eduarda e ambos admitem seus sentimentos um pelo outro. Carlos oferece a casa dos Olivais para que ela more longe das pessoas incômodas. Ele compra a casa e conta a novidade para Maria Eduarda e Rosa, mas Ega fica desconfiado sobre o segredo de Carlos.
O poema descreve os sacrifícios do povo português na conquista dos mares durante a era dos Descobrimentos, mencionando as mães e filhos que choraram e as noivas que ficaram por casar. A segunda parte justifica que esses sacrifícios valeram a pena porque apenas aqueles com alma grande podem ultrapassar dores como a de navegar para além do Cabo Bojador. A conquista dos mares elevou espiritualmente os portugueses, apesar dos perigos neles encontrados.
O episódio de Inês de Castro apresenta a sua caracterização como uma dama delicada e apaixonada por D. Pedro. A morte de Inês é ordenada por D. Afonso IV, contra a vontade do povo, levando-a a fazer um emotivo discurso pedindo piedade pelo bem dos seus filhos. Apesar disso, é assassinada pelos algozes, o que leva D. Pedro a vingar-se quando chega ao poder.
O documento discute uma corrida de cavalos descrita no romance Os Maias de Eça de Queirós, analisando seu contexto na história, personagens envolvidas e crítica social subjacente, incluindo desejo de imitar estrangeiros e visão provinciana da sociedade.
(E) Caracterização de Caronte como ancião mal vestido, de figura sombria e sinistra, com a função de passar as almas dos mortos nos rios que os separam do mundo dos Infernos. (G) Caronte exige aos passageiros um óbulo como pagamento. (C) Caronte é punido com um ano de banimento da morada dos mortos por permitir a entrada de Héracles ainda vivo.
O documento descreve as principais características estilísticas da poesia de Cesário Verde, incluindo a ênfase no mundo material e no realismo urbano, a atenção aos detalhes e a linguagem coloquial. Aborda também temas como a dureza do trabalho, a doença e a desigualdade social.
Quando o rei parte para a guerra, o seu irmão bastardo planeja tomar o trono. A aia troca os berços do príncipe e do filho escravo para salvar o príncipe de ser morto pelo tio. O escravo é morto em vez disso, e a aia é recompensada com o privilégio de escolher um presente, escolhendo uma adaga para se matar e reunir-se com o filho.
Ficha de trabalho - Despedidas em Belém (Paráfrase)Susana Sobrenome
Na despedida em Belém antes da viagem de Vasco da Gama, as pessoas choravam e lamentavam a partida dos marinheiros (a,f). Vasco da Gama não permitiu despedidas formais para evitar mais sofrimento (h). Eles rezaram para obter a proteção de Deus antes de zarparem rumo à incerteza do oceano (d).
Mapa mundo 9 caderno de apoio ao professorJssicaTaborda1
O documento apresenta um caderno de apoio ao professor de Geografia do 9o ano com diversos recursos pedagógicos como planificações anuais e por períodos, planos de aula diferenciados, sínteses dos conteúdos, propostas de avaliação diagnóstica e de cinco testes, guiões para exploração de recursos multimédia e soluções de exercícios. Pretende facilitar a utilização do projeto "Mapa-Mundo" e otimizar a aprendizagem dos alunos.
Este documento contém 18 frases curtas com diferentes estruturas gramaticais. As frases descrevem pequenas ações e interações entre pessoas, lugares e objetos para exemplificar conceitos gramaticais como sujeito, predicado, objetos diretos e indiretos.
Este poema descreve um piquenique no campo onde uma mulher colhe papoulas de forma simples e natural. O poeta usa detalhes visuais e sensoriais para retratar a cena bucólica e focar na beleza sensual da mulher, cujos seios são comparados a rolas.
Este resumo descreve uma cena da peça "Auto da Barca do Inferno" de Gil Vicente, na qual um Fidalgo arrogante é julgado após a morte pelo Diabo e Anjo. O Fidalgo acredita que irá para o céu por ser nobre, mas é condenado ao inferno devido aos seus pecados de tirania e exploração durante a vida.
Este documento contém 20 afirmações sobre o livro Memorial do Convento de José Saramago. Os alunos devem assinalar cada afirmação como verdadeira ou falsa. Trata-se de uma ficha de verificação de leitura sobre 5 capítulos da obra.
O documento discute três aspectos estilísticos da obra de Eça de Queirós: 1) o uso expressivo de adjetivos e advérbios e recursos como ironia e sinestesia; 2) a ênfase na descrição realista e no papel dos sentidos; 3) a reprodução do discurso direto no discurso indireto livre.
Rui e seus irmãos encontram um cofre cheio de ouro em uma floresta. Para ficarem com todo o tesouro, Rui convence Rostabal a matar Guannes. Mais tarde, Rui também mata Rostabal para ficar com as três chaves do cofre e todo o ouro para si. Agora dono de todo o tesouro, Rui planeja reconstruir sua casa e viver como um senhor rico.
O documento é um resumo do primeiro capítulo do livro "O Tesouro" de Eça de Queirós. Conta a história dos três irmãos pobres Rui, Guannes e Rostabal que encontram um cofre cheio de ouro em uma floresta. Guannes é enviado para comprar suprimentos enquanto Rui e Rostabal planejam matar Guannes para ficarem com toda a riqueza para eles.
Three impoverished brothers - Rui, Guanes, and Rostabal - find a chest of gold coins in the forest while hunting. They decide to divide the treasure but greed and distrust lead them to turn on each other, ending with all three brothers dead and the treasure still hidden in the woods.
Este poema elogia a beleza e qualidades da amada do poeta, afirmando que ela é superior a todas as outras mulheres. O eu lírico roga a Deus que o deixe rever sua amada logo, pois só ela pode trazer paz ao seu coração atormentado pela saudade. A forma é uma cantiga de mestria com três estrofes de oito versos decassílabos cada, seguindo o esquema rítmico abbacca.
A partida da frota portuguesa para a Índia sob o comando de Vasco da Gama é descrita. A preparação espiritual e material das naus em Lisboa é seguida pela procissão solene para os barcos e pelas reações emocionadas das pessoas que assistem, com lamentos das mulheres e suspiros dos homens. Vasco da Gama decide partir sem as despedidas costumeiras para evitar mais sofrimento.
O documento resume a história "A Aia" de Eça de Queirós. Conta que após a morte do rei em batalha, a rainha tentou proteger o príncipe herdeiro, mas o tio ambicioso planejava matá-lo. Uma noite, a aia trocou as crianças para salvar o príncipe, sacrificando seu próprio filho. Em gratidão, a rainha ofereceu riquezas, mas a aia escolheu o suicídio.
O conto descreve um conflito entre duas mulheres, a mãe do narrador e sua tia, que começou quando compraram galinhas de barro idênticas na feira. A tia acusou a cunhada de trocar as galinhas para ficar com a dela, intensificando o conflito. O desentendimento se espalhou pela aldeia, dividindo os moradores em grupos a favor de cada mulher.
Carlos visita Maria Eduarda e ambos admitem seus sentimentos um pelo outro. Carlos oferece a casa dos Olivais para que ela more longe das pessoas incômodas. Ele compra a casa e conta a novidade para Maria Eduarda e Rosa, mas Ega fica desconfiado sobre o segredo de Carlos.
O poema descreve os sacrifícios do povo português na conquista dos mares durante a era dos Descobrimentos, mencionando as mães e filhos que choraram e as noivas que ficaram por casar. A segunda parte justifica que esses sacrifícios valeram a pena porque apenas aqueles com alma grande podem ultrapassar dores como a de navegar para além do Cabo Bojador. A conquista dos mares elevou espiritualmente os portugueses, apesar dos perigos neles encontrados.
O episódio de Inês de Castro apresenta a sua caracterização como uma dama delicada e apaixonada por D. Pedro. A morte de Inês é ordenada por D. Afonso IV, contra a vontade do povo, levando-a a fazer um emotivo discurso pedindo piedade pelo bem dos seus filhos. Apesar disso, é assassinada pelos algozes, o que leva D. Pedro a vingar-se quando chega ao poder.
O documento discute uma corrida de cavalos descrita no romance Os Maias de Eça de Queirós, analisando seu contexto na história, personagens envolvidas e crítica social subjacente, incluindo desejo de imitar estrangeiros e visão provinciana da sociedade.
(E) Caracterização de Caronte como ancião mal vestido, de figura sombria e sinistra, com a função de passar as almas dos mortos nos rios que os separam do mundo dos Infernos. (G) Caronte exige aos passageiros um óbulo como pagamento. (C) Caronte é punido com um ano de banimento da morada dos mortos por permitir a entrada de Héracles ainda vivo.
O documento descreve as principais características estilísticas da poesia de Cesário Verde, incluindo a ênfase no mundo material e no realismo urbano, a atenção aos detalhes e a linguagem coloquial. Aborda também temas como a dureza do trabalho, a doença e a desigualdade social.
Quando o rei parte para a guerra, o seu irmão bastardo planeja tomar o trono. A aia troca os berços do príncipe e do filho escravo para salvar o príncipe de ser morto pelo tio. O escravo é morto em vez disso, e a aia é recompensada com o privilégio de escolher um presente, escolhendo uma adaga para se matar e reunir-se com o filho.
Ficha de trabalho - Despedidas em Belém (Paráfrase)Susana Sobrenome
Na despedida em Belém antes da viagem de Vasco da Gama, as pessoas choravam e lamentavam a partida dos marinheiros (a,f). Vasco da Gama não permitiu despedidas formais para evitar mais sofrimento (h). Eles rezaram para obter a proteção de Deus antes de zarparem rumo à incerteza do oceano (d).
Mapa mundo 9 caderno de apoio ao professorJssicaTaborda1
O documento apresenta um caderno de apoio ao professor de Geografia do 9o ano com diversos recursos pedagógicos como planificações anuais e por períodos, planos de aula diferenciados, sínteses dos conteúdos, propostas de avaliação diagnóstica e de cinco testes, guiões para exploração de recursos multimédia e soluções de exercícios. Pretende facilitar a utilização do projeto "Mapa-Mundo" e otimizar a aprendizagem dos alunos.
Este documento contém 18 frases curtas com diferentes estruturas gramaticais. As frases descrevem pequenas ações e interações entre pessoas, lugares e objetos para exemplificar conceitos gramaticais como sujeito, predicado, objetos diretos e indiretos.
Este poema descreve um piquenique no campo onde uma mulher colhe papoulas de forma simples e natural. O poeta usa detalhes visuais e sensoriais para retratar a cena bucólica e focar na beleza sensual da mulher, cujos seios são comparados a rolas.
Este resumo descreve uma cena da peça "Auto da Barca do Inferno" de Gil Vicente, na qual um Fidalgo arrogante é julgado após a morte pelo Diabo e Anjo. O Fidalgo acredita que irá para o céu por ser nobre, mas é condenado ao inferno devido aos seus pecados de tirania e exploração durante a vida.
Este documento contém 20 afirmações sobre o livro Memorial do Convento de José Saramago. Os alunos devem assinalar cada afirmação como verdadeira ou falsa. Trata-se de uma ficha de verificação de leitura sobre 5 capítulos da obra.
O documento discute três aspectos estilísticos da obra de Eça de Queirós: 1) o uso expressivo de adjetivos e advérbios e recursos como ironia e sinestesia; 2) a ênfase na descrição realista e no papel dos sentidos; 3) a reprodução do discurso direto no discurso indireto livre.
Rui e seus irmãos encontram um cofre cheio de ouro em uma floresta. Para ficarem com todo o tesouro, Rui convence Rostabal a matar Guannes. Mais tarde, Rui também mata Rostabal para ficar com as três chaves do cofre e todo o ouro para si. Agora dono de todo o tesouro, Rui planeja reconstruir sua casa e viver como um senhor rico.
O documento é um resumo do primeiro capítulo do livro "O Tesouro" de Eça de Queirós. Conta a história dos três irmãos pobres Rui, Guannes e Rostabal que encontram um cofre cheio de ouro em uma floresta. Guannes é enviado para comprar suprimentos enquanto Rui e Rostabal planejam matar Guannes para ficarem com toda a riqueza para eles.
Este resumo descreve 12 visitas de Eça de Queirós e Cesário Verde a locais em Lisboa no século XIX. A primeira visita descreve o Chiado e duas igrejas. A segunda visita é à Rua do Alecrim. A terceira visita é ao Príncipe do Duque da Terceira, Rua do Arsenal e Rua Vítor Córdon. A quarta visita é ao "Aterro" (Avenida 24 de Julho). A quinta visita é à Rua das Janelas Verdes. A sexta visita é ao Ramalhe
1) O documento descreve a vida de Cervantes, que após uma vida de aventuras e sofrimentos, ficou preso em dívidas em Argamasilla. 2) Na prisão, Cervantes escreveu o Dom Quixote, uma obra que trouxe alegria para a Europa e que continua sendo lida e traduzida em todo o mundo. 3) A genialidade da obra está na representação do contraste entre a visão idealista de Dom Quixote e o pragmatismo de Sancho Pança, que trouxe risos para a humanidade.
Este documento apresenta o início de um conto de Eça de Queirós intitulado "Singularidades de uma Rapariga Loura". O texto descreve Macário, um homem tímido que trabalha como guarda-livros, e sua fascinação por uma mulher mais velha que mora em frente. Um dia, Macário vê a filha da mulher, uma jovem loira, e se sente ainda mais atraído.
A canção de amor e de morte do porta estandarte cristóvão rilkeRenata Amaro
1) O documento descreve a investidura de Otto von Rilke em Languenau Grãnitz e Ziegra, próximo a Linda, após a morte de seu irmão Cristóvão na Hungria.
2) O texto é uma tradução da canção de amor e morte do porta-estandarte Cristóvão Rilke, que descreve a jornada de Cristóvão e seus companheiros cavalgando através de paisagens desoladas até encontrarem o exército.
3) Na véspera da batal
1) O documento descreve a vida de luxo de Jacinto, um homem rico nascido em Paris de uma família nobre portuguesa.
2) Jacinto teve uma vida fácil e despreocupada, livre de problemas de saúde ou financeiros.
3) Agora adulto, Jacinto planeja mostrar a seu amigo José como um homem pode alcançar felicidade superior através da civilização superior.
O documento descreve a vida de Aldrovando Cantagalo, um professor apaixonado pela língua portuguesa que dedicou sua vida a estudar e defender a gramática correta. Ele se casou contra sua vontade e teve um filho. Mais tarde, tentou implementar leis para punir aqueles que cometessem erros gramaticais, mas foi ridicularizado. Ele então escreveu artigos nos jornais defendendo a língua, porém poucos o leram.
O documento apresenta o início de um capítulo de um romance histórico que descreve a vida tediosa de Monsieur, irmão do rei Luís XIV da França, em seu castelo em Blois. O capítulo também apresenta duas jovens damas de companhia, Luísa e Montalais, que riem e brincam em um quarto do castelo enquanto Luísa começa uma carta para seu amigo Raul.
1) Gonçalo Mendes Ramires, conhecido como o Fidalgo da Torre, trabalha numa novela histórica sobre a sua família, os Ramires, inspirado pela antiga Torre da família.
2) Os Ramires têm uma linhagem nobre que remonta aos séculos X-XI, com muitos membros que se destacaram heroicamente ao longo da história de Portugal.
3) Gonçalo estreia-se nas letras ao apresentar um conto sobre D. Guiomar ao seu amigo José Lúcio Castanheiro, que
1) Gonçalo Mendes Ramires trabalha em uma novela histórica sobre a Torre de D. Ramires para uma nova revista.
2) A família Ramires tem uma longa linhagem de nobreza em Portugal desde o século X.
3) Gonçalo apresenta seu primeiro trabalho literário, um conto sobre D. Guiomar, para seu amigo José Lúcio Castanheiro.
Uma criança pergunta à mãe pelas argolas de Natal que o pai foi buscar à feira. A mãe está preocupada porque o pai ainda não regressou da viagem noturna. Dois homens chegam trazendo o pai ferido, que foi atacado no caminho. A mão do pai está fechada e só se abre quando a criança implora, revelando as argolas que ele queria trazer à filha.
O Saldanha estava desesperado depois de gastar todo o dinheiro que recebeu. Ele saiu para "cavar", ou seja, pedir dinheiro emprestado, mas não teve sucesso. Sentado em um chafariz, ele pensou em se suicidar. No caminho para pegar a barca, ele pediu dinheiro emprestado e recebeu um cupom de passagem. Ao pegar o cupom, ele achou uma nota de cem mil-réis no chão, o que lhe permitiu comprar comida para a família.
Korriscosso é um poeta lírico grego infeliz que trabalha como criado em um hotel em Londres. Ele parece ter uma história triste no passado. Embora seja amigo de Bracolletti, um homem grego rico, Korriscosso continua tendo uma aparência melancólica e infeliz.
1. Iracema, a virgem dos lábios de mel e cabelos negros como asa de graúna, encontra um guerreiro estranho na floresta e o fere com uma flecha, mas logo se arrepende.
2. Iracema leva o guerreiro estranho, cujo nome é Martim, de volta para a aldeia tabajara, onde o ancião Araquém o acolhe como hóspede, visto que Tupã o trouxe.
3. O livro narra a história de amor entre Iracema e Martim na
Este documento apresenta a história da família rica de Jacinto, desde seu avô Jacinto Galião até o nascimento de Jacinto. Jacinto Galião era um homem muito rico que se mudou para Paris após o exílio de D. Miguel. Seu filho Cintinho cresceu em Paris e casou-se com Teresinha Velho, tendo um filho, Jacinto, três meses depois de falecer. Jacinto cresceu em Paris desfrutando de grande riqueza e segurança, tornando-se um homem inteligente e de sucesso.
1) Rossignoli vê as ruas de San Gimignano da sua janela e contempla a história e beleza do local. Ele começa a escrever um conto, mas não fica satisfeito com o resultado.
2) Pierina Rossi bate à porta de Rossignoli pedindo ajuda. Ela precisa que ele a leve secretamente ao mosteiro de Monteoliveto para salvar a vida de seu tio que está sendo ameaçado.
3) Eles partem juntos rumo a Monteoliveto, mas ao chegarem lá um homem os
A orgia dos duendes brenardo guimaraesDanilo Bruno
1) Uma rainha duende reúne outros duendes e bruxas para uma festa noturna na floresta, com danças e música.
2) Cada participante da festa conta sua história de crimes e pecados quando eram vivos.
3) A Morte chega cavalgando e expulsa todos de volta para os infernos, encerrando a macabra reunião.
Angélica, a marquesa dos anjos 26 - o triunfo de angélicakennyaeduardo
O documento é um resumo do romance histórico "O triunfo de Angélica" de Anne e Serge Golon. Conta a história de Angélica, esposa do Conde Joffrey de Peyrac, que fica separada do marido durante o auge do domínio francês nas Américas. Seu filho Cantor parte da França rumo às colônias para enfrentar inimigos de Angélica.
Angelica 23 angélica e as feiticeiras de salemSilvana Barbedo
1) Angélica assiste ao depoimento de um jovem sobre um terrível massacre em que sua família foi morta por franceses e índios. 2) Angélica sente-se mal e deixa a audiência. 3) Ela reflete sobre sua nova gravidez desejada, questionando se foi um capricho ou se realmente desejava outra criança.
O documento contém 8 questões de matemática sobre geometria analítica e álgebra. A primeira parte contém 3 questões de escolha múltipla sobre translações, reflexões e declives de retas. A segunda parte aborda questões sobre simetrias de figuras, translações, reflexões, rotações e determinação de expressões algébricas.
Este documento contém uma ficha de preparação para um teste de matemática do 5o ano com 19 questões. As questões abordam tópicos como compras e preços, números inteiros, operações matemáticas, frações, porcentagens e lógica. Há também espaço no final para que o aluno apresente as soluções.
(1) O documento apresenta um conjunto de exercícios sobre física, especificamente sobre som e luz. (2) Aborda conceitos como propagação do som, reflexão, reverberação, estrutura e funcionamento do ouvido, propriedades das ondas sonoras e luminosas. (3) Inclui também exercícios sobre espelhos, feixes de luz e classificação de sons de acordo com sua frequência e nível sonoro.
O documento fornece instruções para um exercício sobre coordenação e subordinação em frases. Os alunos devem classificar frases em frases simples, complexas por coordenação ou subordinação, delimitar orações em frases complexas, e identificar orações subordinadas finais e concessivas.
Os ninjas eram mercenários que atuavam como espiões e assassinos no Japão entre os séculos XV e XVII. Eles se destacavam por suas técnicas de camuflagem e treinavam artes marciais em locais isolados. Embora de origem mais antiga que os samurais, os ninjas valorizavam objetivos práticos em vez de honra, e eram frequentemente contratados para eliminar rivais sem levantar suspeitas.
Oexp10 estilo linguagem_fernao_lopes (1)Maria Picão
O documento descreve as características estilísticas e linguísticas utilizadas por Fernão Lopes em suas crônicas para coloquializar a linguagem e aproximar o leitor dos fatos narrados, levar o leitor a "ver" e "viver" os acontecimentos através do uso de detalhes e linguagem sensorial, e colocar o leitor perante o desenrolar vívido das ações por meio da estruturação dos capítulos e uso de verbos de ação.
O documento lista exercícios de trigonometria de provas oficiais portuguesas entre 2006-2013, com links para vídeos explicando as soluções em um site educacional.
O documento lista os principais símbolos de perigo encontrados em produtos químicos e fornece uma breve descrição do significado e cuidados associados a cada um. Os símbolos incluem produtos corrosivos, irritantes, nocivos, tóxicos, muito tóxicos, inflamáveis, extremamente inflamáveis, comburentes e explosivos.
O documento é uma ficha de trabalho de matemática para alunos do 5o ano. Contém 5 exercícios sobre cálculo do máximo divisor comum, mínimo múltiplo comum, e problemas envolvendo múltiplos e divisores.
O documento apresenta 8 exercícios sobre notação científica que envolvem: 1) escrever valores em notação científica; 2) calcular distâncias, velocidades e volumes usando notação científica; 3) comparar tamanhos de organismos biológicos em notação científica.
Haiku Deck is a presentation tool that allows users to create Haiku-style slideshows. The tool encourages users to get started making their own Haiku Deck presentations, which can be shared on SlideShare. In just 3 sentences, it promotes creating Haiku Deck presentations and publishing them to SlideShare.
This document is an invoice from PT Comunicações, S.A. to Antonio Jose Lopes Picao Caldeira for services provided from November 25, 2014 to December 17, 2014. The invoice includes charges for packages, telephone services, and equipment totaling €86.29. It also provides details of the customer's account history and payment plans.
This document contains a short text providing biographical information about a girl named Susan Kidman, who is English and 12 years old. It then presents a series of comprehension questions about the text, including matching pairs, short answer questions, exercises to complete sentences with forms of "to be", and transformations to negative and interrogative forms. The questions assess a student's understanding of verbs, pronouns, adjectives and other grammatical concepts in English.
O documento é um teste de português para alunos do 8o ano que aborda vários tópicos como compreensão oral, leitura e gramática. A parte de leitura apresenta um excerto do diário de Anne Frank onde ela relata as tristes notícias sobre a deportação em massa de judeus para campos de concentração e as terríveis condições que enfrentam.
1 conhecer melhor os números - raiz cúbica (1) (1)Maria Picão
A lição trata da raiz cúbica, um tópico de matemática do 7o ano sobre números. O documento é um material didático de uma empresa especializada em explicações para ajudar os alunos a conhecerem melhor os números através do estudo da raiz cúbica.
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O documento explica os quatro tipos principais de reações químicas: 1) reações de síntese, 2) reações de análise, 3) reações de deslocamento e 4) reações de dupla-troca. Fornece exemplos de cada tipo de reação e explica os mecanismos envolvidos.
1. Língua Portuguesa – 9º Ano
O Tesouro – Eça de Queiroz
O Tesouro
Eça de Queiroz
I
Os três irmãos de Medranhos, Rui, Guannes e Rostabal, eram então, em
todo o Reino das Astúrias, os fidalgos mais famintos e os mais remendados.
Nos paços de Medranhos, a que o vento da serra levara vidraça e telha,
passavam eles as tardes desse inverno, engelhados nos seus pelotes de camelão,
batendo as solas rotas sobre as lajes da cozinha, diante da vasta lareira negra,
onde desde muito não estalava lume, nem fervia a panela de ferro. Ao escurecer
devoravam uma côdea de pão negro, esfregada com alho. Depois, sem
candeia, através do pátio, fendendo a neve, iam dormir à estrebaria, para
aproveitar o calor das três éguas lazarentas que, esfaimadas como eles, roíam as
traves da manjedoura. E a miséria tornara esses senhores mais bravios que lobos.
Ora, na Primavera, por uma silenciosa manhã de domingo, andando todos
os três na mata de Roquelanes a espiar pegadas de caça e a apanhar tortulhos
entre os robles, enquanto as três éguas pastavam a relva nova de abril, - os
irmãos de Medranhos encontraram, por trás de uma mouta de espinheiros, numa
cova de rocha, um velho cofre de ferro. Como se o resguardasse uma torre
segura, conservava as suas três chaves nas suas três fechaduras. Sobre a tampa,
mal decifrável através da ferrugem, corria um dístico em letras árabes. E dentro,
até às bordas, estava cheio de dobrões de ouro!
No terror e esplendor da emoção, os três senhores ficaram mais lívidos do
que círios. Depois, mergulhando furiosametne as mãos no ouro, estalaram a rir,
num riso de tão larga rajada, que as folhas tenras dos olmos, em roda, tremiam...
E de novo recuaram, bruscamente se encararam, com os olhos a flamejar, numa
desconfiança tão desabrida que Guannes e Rostabal apalpavam nos cintos os
cabos das grandes facas. Então Rui, que era gordo e ruivo, e o mais avisado,
ergueu os braços, como um árbitro, e começou por decidir que o tesouro, ou
viesse de Deus ou do demônio, pertencia aos três, e entre eles se repartiria,
rigidamente, pesando-se o ouro em balanças. Mas como poderiam carregar
para Medranhos, para os cimos da serra, aquele cofre tão cheio? Nem convinha
que saíssem da mata com o seu bem, antes de cerrar a escuridão. Por isso ele
entendia que o mano Guannes, como mais leve, devia trotar para a vila vizinha
de Retortilho, levando já ouro na bolsinha, a comprar três alforges de couro, três
maquias de cevada, três empadões de carne e três botelhas de vinho. Vinho e
carne eram para eles, que não comiam desde a véspera: a cevada era para as
éguas. E assim refeitos, senhores e cavalgaduras, ensacariam o ouro nos alforges
e subiriam para Medranhos, sob a segurança da noite sem Lua.
- Bem tramado! - gritou Rostabal, homem mais alto que um pinheiro, de
longa guedelha e com uma barba que lhe caía desde os olhos raiados de
sangue até à fivela do cinturão.
Mas Guannes não se arredava do cofre, enrugado, desconfiado, puxando
entre os dedos a pele negra do seu pescoço de grou. Por fim, brutalmente:
- Manos! O cofre tem três chaves... Eu quero fechar a minha fechadura e
levar a minha chave!
- Também eu quero a minha, mil raios! - rugiu logo Rostabal.
Rui sorriu. Decerto, decerto! A cada dono do ouro cabia uma das chaves
que o guardavam. E cada um em silêncio, agachado ante o cofre, cerrou a sua
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2. Língua Portuguesa – 9º Ano
O Tesouro – Eça de Queiroz
fechadura com força. Imediatamente Guannes, desanuviado, saltou na égua,
meteu pela vereda de olmos, a caminho de Retortilho, atirando aos ramos a sua
cantiga costumada e dolente:
Olé! Olé!
Sale la cruz de la iglesia,
Vestida de negro luto...
II
Na clareira, em frente à mouta que encobria o tesouro (e que os três
tinham desbastado a cutiladas), um fio de água, brotando entre rochas, caía
sobre uma vasta laje encravada, onde fazia como um tanque, claro e quieto,
antes de se escoar para as relvas altas. E ao lado, na sombra de uma faia, jazia
um velho pilar de granito, tombado e musgoso. Ali vieram sentar-se Rui e
Rostabal, com os seus tremendos espadões entre os joelhos. As duas éguas
tosavam a boa erva pintalgada de papoilas e botões de ouro. Pela ramaria
andava um melro a assobiar. Um cheiro errante de violetas adoçava o ar
luminoso. E Rostabal, olhando o sol, bocejava com fome.
Então Rui, que tirara o sombrero e lhe cofiava as velhas plumas roxas,
começou a considerar, na sua fala avisada e mansa, que Guannes, nessa
manhã, não quisera descer com eles à mata de Roquelanes. E assim era a sorte
ruim! Pois que se Guannes tivesse quedado em Medranhos, só eles dois teriam
descoberto o cofre, e só entre eles dois se dividiria o ouro! Grande pena! Tanto
mais que a parte de Guannes seria em breve dissipada, com rufiões, aos dados,
pelas tavernas.
- Ah! Rostabal, Rostabal! Se Guannes, passando aqui sozinho, tivesse
achado este ouro, não dividia conosco, Rostabal!
O outro rosnou surdamente e com furor, dando um puxão às barbas
negras:
- Não, mil raios! Guannes é sôfrego... Quando o ano passado, se te lembras,
ganhou os cem ducados ao espadeiro de Fresno, nem me quis emprestar três
para eu comprar um gibão novo!
- Vês tu! - gritou Rui, resplandecendo.
Ambos se tinham erguido do pilar de granito, como levados pela mesma idéia,
que os deslumbrava. E, através das suas largas passadas, as ervas altas silvavam.
- E para quê - prosseguia Rui. - Para que serve todo o ouro que nos leva! Tu
não o ouves, de noite, como tosse! Ao redor da palha em que dorme, todo o
chão está negro do sangue que escarra! Não dura até às outras neves, Rostabal!
Mas até lá terá dissipado os bons dobrões que deviam ser nossos, para
levantarmos a nossa casa, e para tu teres ginetes, e armas, e trajes nobres, e o
teu terço de solarengos, como compete a quem é, como tu, o mais velho dos de
Medranhos...
- Pois que morra, e morra hoje! - bradou Rostabal.
- Queres!
Vivamente, Rui agarrara o braço do irmão e apontava para a vereda de
olmos, por onde Guannes partira cantando:
- Logo adiante, ao fim do trilho, há um sítio bom, nos silvados. E hás-de ser
tu, Rostabal, que és o mais forte e o mais destro. Um golpe de ponta pelas costas.
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3. Língua Portuguesa – 9º Ano
O Tesouro – Eça de Queiroz
E é justiça de Deus que seja tu, que muitas vezes, nas tavernas, sem pudor,
Guannes te tratava de cerdo e de torpe, por não saberes a letra nem os
números.
- Malvado!
- Vem!
Foram. Ambos se emboscaram por trás dum silvado, que dominava o
atalho, estreito e pedregoso, como um leito de torrente. Rostabal, assolapado na
vala, tinha já a espada nua. Um vento leve arrepiou na encosta as folhas dos
álamos - e sentiram o repique leve dos sinos de Retortilho. Rui, coçando a barba,
calculava as horas pelo sol, que já se inclinava para as serras. Um bando de
corvos passou sobre eles, grasnando. E Rostabal, que lhes seguira o voo,
recomeçou a bocejar, com fome, pensando nos empadões e no vinho que o
outro trazia nos alforges.
Enfim! Alerta! Era, na vereda, a cantiga dolente e rouca, atirada aos ramos:
Olé! Olé!
Sale la cruz de la iglesia
Toda vestida de negro...
Rui murmurou: - “Na ilharga! Mal que passe!” O chouto da égua bateu o
cascalho, uma pluma num sombrero vermelhejou por sobre a ponta das silvas.
Rostabal rompeu de entre a sarça por uma brecha, atirou o braço, a longa
espada; - e toda a lâmina se embebeu molemente na ilharga de Guannes,
quando ao rumor, bruscamente, ele se virara na sela. Com um surdo arranco,
tombou de lado, sobre as pedras. Já Rui se arremessava aos freios da égua: -
Rostabal, caindo sobre Guannes, que arquejava, de novo lhe mergulhou a
espada, agarrada pela folha como um punhal, no peito e na garganta.
- A chave! - gritou Rui.
E arrancada a chave do cofre ao seio do morto, ambos largaram pela
vereda - Rostabal adiante, fugindo, com a pluma do sombrero quebrada e torta,
a espada ainda nua entalada sob o braço, todo encolhido, arrepiado com o
sabor de sangue que lhe espirrara para a boca; Rui, atrás, puxando
desesperadamente os freios da égua, que, de patas fincadas no chão
pedregoso, arreganhando a longa dentuça amarela, não queria deixar o seu
amo assim estirado, abandonado, ao comprido das sebes.
Teve de lhe espicaçar as ancas lazarentas com a ponta da espada: - e foi
correndo sobre ela, de lâmina alta, como se perseguisse um mouro, que
desembocou na clareira onde o sol já não dourava as folhas. Rostabal
arremessara para a relva o sombrero e a espada; e debruçado sobre a laje
escavada em tanque, de mangas arregaçadas, lavava, ruidosamente, a face e
as barbas.
A égua, quieta, recomeçou a pastar, carregada com os alforjes novos que
Guannes comprara em Retortilho. Do mais largo, abarrotado, surdiam dois
gargalos de garrafas. Então Rui tirou, lentamente, do cinto, a sua larga navalha.
Sem um rumor na selva espessa, deslizou até Rostabal, que resfolgava, com as
longas barbas pingando. E serenamente, como se pregasse uma estaca num
canteiro, enterrou a folha toda no largo dorso dobrado, certeira sobre o coração.
Rostabal caiu sobre o tanque, sem um gemido, com a face na água, os longos
cabelos flutuando na água. A sua velha escarcela de couro ficara entalada sob
a coxa. Para tirar de dentro a terceira chave do cofre, Rui solevou o corpo - e um
sangue mais grosso jorrou, escorreu pela borda do tanque, fumegando.
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4. Língua Portuguesa – 9º Ano
O Tesouro – Eça de Queiroz
III
AGORA eram dele, só dele, as três chaves do cofre!... e Rui, alargando os
braços, respirou deliciosamente. Mal a noite descesse, com o ouro metido nos
alforges, guiando a fila das éguas pelos trilhos da serra, subiria a Medranhos e
enterraria na adega o seu tesouro! E quando ali na fonte, e além rente aos
silvados, só restassem, sob as neves de dezembro, alguns ossos sem nome, ele
seria o magnífico senhor de Medranhos, e na capela nova do solar renascido
mandaria dizer missas ricas pelos seus dois irmãos mortos... Mortos, como? Como
devem morrer os Medranhos - a pelejar contra o Turco!
Abriu as três fechaduras, apanhou um punhado de dobrões, que fez retinir
sobre as pedras. Que puro ouro, de fino quilate! E era o seu ouro! Depois de
examinar a capacidade dos alforges - e encontrando as duas garrafas de vinho,
e um gordo capão assado, sentiu uma imensa fome. Desde a véspera só comera
uma lasca de peixe seco. E há quanto tempo não provava capão!
Com que delícia se sentou na relva, com as penas abertas, e entre elas a
ave loura, que rescendia, e o vinho cor de âmbar! Ah! Guannes fora bom
mordomo - nem esquecera azeitonas. Mas por que trouxera ele, para três
convivas, só duas garrafas? Rasgou uma asa do capão: devorava a grandes
dentadas. A tarde descia, pensativa e doce, com nuvenzinhas cor-de-rosa. Para
além, na vereda, um bando de corvos grasnava. As éguas fartas dormitavam,
com o focinho pendido. E a fonte cantava, lavando o morto.
Rui ergueu à luz a garrafa de vinho. Com aquela cor velha e quente, não
teria custado menos de três maravedis. E pondo o gargalo à boca, bebeu em
sorvos lentos, que lhe faziam ondular o pescoço peludo. Oh vinho bendito, que
tão prontamente aquecia o sangue! Atirou a garrafa vazia - destapou outra. Mas,
como era avisado, não bebeu porque a jornada para a serra, com o tesouro,
requeria firmeza e acerto. Estendido sobre o cotovelo, descansando, pensava em
Medranhos coberto de telha nova, nas altas chamas da lareira por noites de
neve, e o seu leito com brocados, onde teria sempre mulheres.
De repente, tomado de uma ansiedade, teve pressa de carregar os
alforges. Já entre os troncos a sombra se adensava. Puxou uma das éguas para
junto do cofre, ergueu a tampa, tomou um punhado de ouro... mas oscilou,
largando os dobrões que retilintaram no chão, e levou as duas mãos aflitas ao
peito. Que é, D. Rui! Raios de Deus! era um lume, um lume vivo, que se lhe
acendera dentro, lhe subia até às goelas. Já rasgara o gibão, atirava os passos
incertos e, a arquejar, com a língua pendente, limpava as grossas bagas dum
suor horrendo que o regelava como neve. Oh Virgem Mãe! Outra vez o lume,
mais forte, que alastrava, o roía! Gritou:
- Socorro! Além! Guannes! Rostabal!
Os seus braços torcidos batiam o ar desesperadamente. E a chama dentro
galgava - sentia os ossos a estalarem como as traves duma casa em fogo.
Cambaleou até à fonte para apagar aquela labareda, tropeçou sobre Rostabal;
e foi com o joelho fincado no morto, arranhando a rocha, que ele, entre uivos,
procurava o fio de água, que recebia sobre os olhos, pelos cabelos. Mas a água
mais o queimava, como se fosse um metal derretido. Recuou, caiu para cima da
relva que arrancava aos punhados, e que mordia, mordendo os dedos, para lhe
sugar a frescura. Ainda se ergueu, com uma baba densa a escorrer-lhe nas
Bem Explicado – Centro de Explicações Lda.
5. Língua Portuguesa – 9º Ano
O Tesouro – Eça de Queiroz
barbas: e de repente, esbugalhando pavorosamente os olhos, berrou como se
compreendesse enfim a traição, todo o horror:
- É veneno!
Oh! D. Rui, o avisado, era veneno! Porque Guannes, apenas chegara a
Retortilho, mesmo antes de comprar os alforges, correra cantando a uma viela,
por detrás da catedral, a comprar ao velho droguista judeu o veneno que,
misturado ao vinho, o tornaria a ele, a ele somente, dono de todo o tesouro.
Anoiteceu. Dois corvos de entre o bando que grasnava, além nos silvados, já
tinham pousado sobre o corpo de Guannes. A fonte, cantando, lavava o outro
morto. Meio enterrada na erva, toda a face de Rui se tornara negra. Uma
estrelinha tremeluzia no céu.
O tesouro ainda lá está, na mata de Roquelanes.
FIM
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6. Língua Portuguesa – 9º Ano
O Tesouro – Eça de Queiroz
Resumo:
Guanes, Rostabal e Rui de Medranhos eram três fidalgos irmãos do Reino das Astúrias, os mais
famintos do reino. Passavam os dias junto à lareira, que há muito que não se acendia. Devoram, à noite,
pedaços de pão enegrecido, indo depois deitar-se no estábulo para aproveitar o calor das suas três,
também famintas, éguas.
Certo dia, acharam numa cova de rocha um velho cofre de ferro, este tinha três chaves e somente
podia ser aberto com as três. Deleitados pela ideia de voltarem aos tempos de bem-estar na vida decidiram
repartir o tesouro igualmente pelos três quando chegassem a casa e ficaram, então, com uma chave cada
um.
Mas a ganância dos Homens é por vezes mais forte que a razão e Rui, através de um diálogo subtil
consegue convencer Rostabal a matar Guanes, de forma a ficarem somente os dois com o tesouro. Tal
acontece quando Guanes volta da vila com comida e, novamente no local onde o tesouro estava,
satisfazem-se com a comida que Guanes tinha ido comprar.
Porém, ainda insatisfeito, Rui vai a uma das éguas de que dispunham e retira uma navalha com que
apunhala Rostabal pelas costas. Felicitando-se por ter agora todo o dinheiro em sua posse, Rui festeja
bebendo um dos garrafões de vinho que estavam na égua até à última gota. A sua “festa” e alegria não
duraram muito pois rapidamente começou a sentir um fogo interior queimando-o. Correu até ao regato mas
a água queimava-lhe a garganta como se fosse metal líquido. Era veneno. Guanes também tinha em mente
matá-los. Rui caiu no chão inerte e o seu corpo ainda se encontra na mata de Roquelanes, bem como o
tesouro.
1. Estrutura da Acção
Introdução (dois primeiros parágrafos) – Apresentação das personagens e
descrição do ambiente em que vivem;
Desenvolvimento (até ao penúltimo parágrafo) – Descoberta do tesouro,
decisão de partilha e esforços para eliminar os concorrentes;
Por sua vez, o desenvolvimento tem também uma estrutura tripartida:
· Descoberta do tesouro e decisão de o partilhar;
· Rui e Rostabal decidem matar Guanes; morte de Guanes;
morte de Rostabal;
· Rui apodera-se do cofre e morre envenenado.
Conclusão (dois últimos parágrafos) – Situação final.
Da conclusão infere-se que, se considerarmos a história dos "três irmãos de
Medranhos", estamos perante uma narrativa fechada ; ao invés, se nos
centrarmos sobre o "tesouro", teremos de considerar a narrativa aberta , dado
que ele continua por descobrir ("...ainda lá está, na mata de Roquelanes.").
A articulação das sequências narrativas ( momentos de avanço ) faz-se por
encadeamento. Os momentos de pausa abrem e fecham a narrativa e
interrompem regularmente a narração com descrições (espaço, objectos,
personagens) e reflexões.
Bem Explicado – Centro de Explicações Lda.
7. Língua Portuguesa – 9º Ano
O Tesouro – Eça de Queiroz
2. Personagens
Caracterização Física Caracterização Psicológica
Rui gordo e ruivo avisado, calculista, traiçoeiro
Guanes pele negra, pescoço de grou,
enrugado desconfiado, calculista, traiçoeiro
Rostabal alto, cabelo comprido, barba
longa, olhos raiados de sangue ingénuo, impulsivo
Predomina o processo de caracterização directa , visto que a maior parte das informações são-nos
dadas pelo narrador. No entanto, os traços de traição e premeditação de Rui e Guanes são deduzidos a
partir do seu comportamento ( caracterização indirecta ).
As personagens começam por ser apresentadas colectivamente ("Os três irmãos de Medranhos..."),
mas, á medida que a acção progride, a sua caracterização vai-se individualizando, como que sublinhando
o predomínio do egoísmo individual sobre a aparente fraternidade.
3. Tempo
Tempo histórico – A referência ao "Reino das Astúrias" permite localizar a
acção por volta do século IX, já que os árabes invadiram a península ibérica no
século VIII (a ocupação iniciou-se em 711 e prolongou-se por vários anos, sem
nunca ter sido concluída); por outro lado, no século X encontramos já constituído
o Reino de Leão, que sucedeu ao das Astúrias.
Tempo da história – A acção decorre entre o Inverno e a Primavera, mas
concentra-se num domingo de Primavera, estendendo-se de manhã até à noite.
O Inverno está conotado com a escuridão, a noite, o sono, a morte. E é no
Inverno que nos são apresentadas as personagens, envoltas na decadência
económica, no isolamento social e na degradação moral ("E a miséria tornara
estes senhores mais bravios que lobos."). Por sua vez, a Primavera tem uma
conotação positiva, associa-se à luz, à cor, ao renascimento da natureza, sugere
uma vida nova, enquanto o domingo é um dia santo, favorável ao renascimento
espiritual.
A acção central inicia-se na manhã de domingo e progride durante o dia.
À medida que a noite se aproxima a tragédia vai-se preparando. Quando
tudo termina, com a morte sucessiva dos irmãos, a noite está a surgir
("Anoiteceu.").
Tempo do discurso – A acção estende-se do Inverno à Primavera e o seu
núcleo central concentra-se num dia, desde a manhã até à noite. A
condensação de um tempo da história tão longo (presumivelmente três ou
quatro meses) numa narrativa curta (conto) implica a utilização sistemática de
sumários ou resumos (processo pelo qual o tempo do discurso é menor do que o
tempo da história). Nos momentos mais significativos da acção (decisão de
repartir o tesouro e partilha das chaves, bem como a argumentação de Rui para
excluir Guanes da partilha) o tempo do discurso tende para a isocronia (igual
duração do tempo da história e do tempo do discurso), sem no entanto a atingir.
Bem Explicado – Centro de Explicações Lda.
8. Língua Portuguesa – 9º Ano
O Tesouro – Eça de Queiroz
É possível também identificar no texto um outro processo de redução do
tempo da história, que é a elipse (eliminação, do discurso, de períodos mais ou
menos longos da história). A parte inicial da acção é localizada no Inverno
("...passavam eles as tardes desse Inverno...") e logo a seguir o narrador remete-nos
para a Primavera ("Ora, na Primavera, por uma silenciosa manhã de
domingo...").
Quanta à ordenação dos acontecimentos, predomina o respeito pela
sequência cronológica. Só na parte final nos surge uma analepse (recuo no
tempo), quando o narrador abandona a postura de observador e adopta uma
focalização omnisciente , para revelar o modo como Guanes tinha planeado o
envenenamento dos irmãos, manifestando dessa forma a natureza traiçoeira do
seu carácter.
Frequentemente, a analepse permite esconder do narratário pormenores
importantes para a compreensão dos acontecimentos, mantendo assim um
suspense favorável à tensão dramática.
4. Espaço
A acção é localizada nas Astúrias e decorre, a parte inicial, nos "Paços de
Medranhos" e, a parte central, na mata de Roquelanes. Somente o episódio do
envenenamento do vinho é situado num local um pouco mais longínquo, na vila
de Retorquilho.
O paço dos Medranhos é descrito negativamente, por exclusão ("...a que o
vento da serra levara vidraça e telha..."), e os três irmãos circulam entre a cozinha
(sem lume, nem comida) e a estrebaria, onde dormem, "para aproveitar o calor
das três éguas lazarentas".
O facto de três fidalgos passarem os seus dias entre a cozinha e a
estrebaria, os lugares menos nobres de um palácio, é significativo: caracteriza
bem o grau de decadência económica em que vivem. A miséria em que vivem é
acompanhada por uma degradação moral que o narrador não esconde ("E a
miséria tornara estes senhores mais bravios que lobos.").
De igual modo, o espaço exterior, a mata de Roquelanes, não é um simples
cenário onde decorre a acção. As descrições da natureza têm também um
carácter significativo. A "relva nova de Abril", manifestação visível do
renascimento da natureza, sugere o renascimento espiritual que as personagens,
como veremos, não são capazes de concretizar. Do mesmo modo, a "moita de
espinheiros" e a "cova de rocha" simbolizam as dificuldades, os sacrifícios, que é
necessário enfrentar para alcançar o objecto pretendido — são obstáculos que é
necessário ultrapassar.
A natureza, calma, pacífica, renascente ("...um fio de água, brotando entre
rochas, caía sobre uma vasta laje escavada, onde fazia como um tanque, claro
e quieto, antes de se escoar para as relvas altas."), contrasta com o espaço
interior das personagens, que facilmente imaginamos inquietas, agitadas,
perturbadas pela visão do ouro e ansiosas por dele se apoderarem, com exclusão
dos demais. Enquanto isso "as duas éguas retouçavam a boa erva pintalgada de
papoulas e botões-de-ouro". Esse contraste tinha já sido posto em evidência
antes, depois dos três terem contemplado o ouro ("...estalaram a rir, num riso de
tão larga rajada que as folhas tenras dos olmos, em roda, tremiam..."). E, quando
Bem Explicado – Centro de Explicações Lda.
9. Língua Portuguesa – 9º Ano
O Tesouro – Eça de Queiroz
Rui e Rostabal esperam, emboscados, o irmão, "um vento leve arrepiou na
encosta as folhas dos álamos", como se a natureza sentisse o horror do crime que
estava para ser cometido. Depois de assassinado Guanes, os dois regressam à
"clareira onde o sol já não dourava as folhas".
5. Simbologia
À leitura do conto ressalta de imediato a referência insistente ao número
três , de todos os números aquele que carrega maior carga simbólica.
Desde logo, são três os irmãos; e o três é também um símbolo da família —
pai, mãe, filho(s). Mas aqui encontramos uma família truncada, imperfeita — nem
pais, nem filhos, apenas três irmãos. Não há, aliás, a mais leve referência aos
progenitores dos fidalgos de Medranhos, como se eles nunca tivessem existido.
Essa ausência da narração é, de certo modo, um símbolo da sua ausência na
educação dos filhos. Sem a presença modeladora dos pais (ou alguém que os
substituísse), Rui, Guanes e Rostabal dificilmente poderiam desenvolver
sentimentos humanos: vivem como "lobos", porque — imaginamos nós —
cresceram como lobos.
Eles próprios não foram capazes de constituir uma família verdadeira, do
mesmo modo que os três, apesar dos laços de sangue e de viverem juntos, não
formam uma família e sempre pela mesma razão: porque são incapazes de sentir
o amor.
O tesouro está guardado num cofre . Um cofre protege, preserva, permite
que o seu conteúdo permaneça intocado ao longo do tempo. A sua utilização é
significativa do carácter precioso do conteúdo. Igualmente significativo é o facto
de o cofre ser de ferro, material resistente, simultaneamente, à força e à
corrupção.
Três fechaduras — novamente o número "três"! — preservam o conteúdo do
cofre (Da curiosidade? Da cobiça? Da apropriação indevida?...), mas três chaves
permitem abri-lo sem dificuldade. Note-se: nenhuma delas, só por si, mas as três
em conjunto. O simbolismo aqui é evidente. Só a cooperação dos três
proprietários permite aceder ao tesouro. É pela solidariedade, pela cooperação,
pela convergência de interesses e esforços que é possível alcançar o "tesouro"
por todos almejado. Foi apenas porque, momentaneamente, os três cooperaram,
que lhes foi permitido contemplar o "tesouro". E porque não souberam manter
esse espírito de cooperação, não lhes foi permitido possuir o "tesouro".
E quando Rui expõe a estratégia a seguir, o número "três" volta a aparecer
insistentemente ("...três alforges de couro, três maquias de cevada, três
empadões de carne e três botelhas de vinho."), como que a sublinhar o irredutível
individualismo que os vai conduzir à tragédia.
Por outro lado, o ouro , material precioso e incorruptível, é ele próprio
símbolo de perfeição. Obviamente, para além do seu valor material, simboliza a
salvação, a elevação a uma forma superior de vida, mais espiritual, menos
animal. É esse o verdadeiro bem, o verdadeiro tesouro. Os fidalgos de Medranhos
vivem mergulhados na decadência material e na degradação moral. Não se lhes
conhece uma actividade útil, um sentimento mais elevado, um afecto. Vivem
Bem Explicado – Centro de Explicações Lda.
10. Língua Portuguesa – 9º Ano
O Tesouro – Eça de Queiroz
com os animais e como animais. Mas para eles, como para todo o ser humano,
há uma possibilidade de redenção. O "tesouro" está ali, à sua frente, é possível
alcançá-lo; mas, para isso, é necessário enfrentar dificuldades, largar a cobiça,
vencer o egoísmo, criar laços de solidariedade e verdadeira fraternidade.
É possível encontrar no conto outros símbolos. Vimos já o significado que o
Inverno , a Primavera , o domingo assumem neste contexto. Mas há também a
água , símbolo de vida (vemo-la na clareira, escoando-se por entre a relva que
cresce e Rui procura combater o veneno com ela) e de purificação (com a
água, Rostabal pretende livrar-se do sangue do irmão que assassinou). O dístico
em letras árabes mal legível, remete para um passado distante, mítico, um tempo
de paz, equilíbrio e perfeição, uma idade de ouro que poderá ser recuperada
por quem conseguir encontrar o "tesouro.
6. Indícios Trágicos
Frequentemente, na narrativa, a tragédia é anunciada antecipadamente
por indícios, que as personagens ignoram, mas não passam despercebidos ao
leitor atento. É o caso da cantiga que Guanes entoa ao dirigir-se à vila e continua
a cantarolar quando regressa.
Olé! Olé!
Sale la cruz de la iglesia,
Vestida de negro luto...
A "cruz" e o "negro luto" são referências claras à morte que Guanes planeia
para os irmãos. Mas ironicamente prenuncia também a sua própria morte. Como
se vê, nenhuma das três personagens é capaz de reconhecer esse sinal.
Outro indício trágico são as duas garrafas que Guanes trouxe de
Retorquilho. Rui estranha o facto, mas não suspeita da traição. Se as personagens
fossem capazes de interpretar esses indícios poderiam fugir ao destino. Mas são
incapazes disso e é desse lento aproximar do desenlace e da incapacidade das
personagens para o evitar que resulta a dimensão trágica da narrativa.
Bem Explicado – Centro de Explicações Lda.