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Centro de Ensino Urbano Rocha
Disciplina: Filosofia
Professora: Mary Alvarenga
O passarinho engaiolado
Dentro de uma linda gaiola vivia um passarinho. De sua vida o mínimo que se poderia dizer era que
era segura e tranquila, como seguras e tranquilas são as vidas das pessoas bem casadas e dos funcionários
públicos.
Era monótona, é verdade. Mas a monotonia é o preço que se paga pela segurança. Não há muito o
que fazer dentro dos limites de uma gaiola, seja ela feita com arames de ferro ou de deveres. Os sonhos
aparecem, mas logo morrem, por não haver espaços para baterem suas asas. Só fica um grande buraco na
alma, que cada um enche como pode. Assim, restava ao passarinho ficar pulando de um poleiro para
outro, comer, beber, dormir e cantar. O seu canto era o aluguel que pagava ao seu dono pelo gozo da
segurança da gaiola.
Bem se lembrava do dia em que, enganado pelo alpiste, entrou no alçapão. Alçapões são assim; tem
sempre uma coisa apetitosa dentro. Do alçapão para a gaiola, o caminho foi curto, através da Ponte dos
Suspiros.
Há aquele famoso poema do Guerra Junqueiro, sobre o melro, o pássaro das risadas de cristal. O
velho cura, rancoroso, encontrara seu ninho e prendera seus filhotes na gaiola. A mãe, desesperada com o
destino dos filhos, e incapaz de abrir a portinha de ferro, traz no bico um galho de veneno. Meus filhos, a
existência é boa só quando é livre.
A liberdade é a lei. Prende-se a asa, mas a alma voa... Ó filhos, voemos pelo azul...! Comei...! É
certo que a mãe do passarinho nunca lera o poeta, pois o que ela disse ao filho, foi: Finalmente minhas
orações foram respondidas. Você está seguro, pelo resto de sua vida. Nada há a temer. Não é preciso se
preocupar. Acostuma-se. Cante bonito. Agora posso morrer em paz.
Do seu pequeno espaço ele olhava os outros passarinhos. Os bem-te-vis, atrás dos bichinhos; os
sanhaços, entrando mamões adentro; os beija-flores com seu mágico bater de asas; os urubus nos seus
vôos tranquilos da fundura do céu; as rolinhas arrulhando, fazendo amor. As pombas voando como
flechas. Ah! Os prudentes conselhos maternos não o tranquilizavam. Ele queria ser como os outros
pássaros, livres... Ah! se aquela maldita porta se abrisse.
Pois não é que, para surpresa sua, um dia o seu dono a esqueceu aberta? Ele poderia agora realizar
todos os seus sonhos.
Estava livre, livre, livre!
Saiu. Voou para o galho mais próximo. Olhou para baixo. Puxa! Como era alto. Sentiu um pouco de
tontura. Estava acostumado com o chão da gaiola, bem pertinho. Teve medo de cair. Agachou-se no
galho, para ter mais firmeza. Viu uma outra árvore mais adiante. Teve vontade de ir até lá.
Perguntou-se se suas asas aguentariam. Elas não estavam acostumadas. O melhor seria não abusar,
logo no primeiro dia. Agarrou-se mais firmemente ainda. Neste momento um insetinho passou voando
bem na frente do seu bico. Chegara a hora. Esticou o pescoço o mais que pôde, mas o insetinho não era
bobo. Sumiu mostrando a língua.
__ Ei, você __ era uma passarinha. __ Vamos voar juntos até o quintal do vizinho. Há uma linda
pimenteira, carregadinha de pimentas vermelhas. Deliciosas. Apenas é preciso prestar atenção no gato,
que anda por lá... Só o nome gato lhe deu arrepio. Disse para a passarinha que não gostava de pimentas. A
passarinha procurou outro companheiro. Ele preferiu ficar com fome. Chegou o fim da tarde e, com ele a
tristeza do crepúsculo. A noite se aproximava. Onde iria dormir? Lembrou-se do prego amigo, na parede
da cozinha, onde sua gaiola ficava dependurada. Teve saudades dele. Teria de dormir num galho de
árvore, sem proteção. Gatos sobem em árvores? Eles enxergam no escuro? E era preciso não esquecer os
gambás. E tinha de pensar nos meninos com seus estilingues, no dia seguinte.
Tremeu de medo. Nunca imaginaria que a liberdade fosse tão complicada. Somente podem gozar a
liberdade àqueles que têm coragem. Ele não tinha. Teve saudade da gaiola. Voltou. Felizmente a porta
ainda estava aberta.
Neste momento chegou o dono. Vendo a porta aberta, disse:
__ Passarinho bobo. Não viu que a porta estava aberta. Deve estar meio cego. Pois passarinho de
verdade não fica em gaiola. Gosta mesmo é de voar.
Rubem Alves
Você entendeu o texto?
Responda:
1. O que seria, segundo as suas ideias a liberdade?
2. Em sua opinião qual a noção de liberdade que a maioria dos seres humanos costuma a adotar?
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O passarinho engaiolado (Rubem Alves)

  • 1. Centro de Ensino Urbano Rocha Disciplina: Filosofia Professora: Mary Alvarenga O passarinho engaiolado Dentro de uma linda gaiola vivia um passarinho. De sua vida o mínimo que se poderia dizer era que era segura e tranquila, como seguras e tranquilas são as vidas das pessoas bem casadas e dos funcionários públicos. Era monótona, é verdade. Mas a monotonia é o preço que se paga pela segurança. Não há muito o que fazer dentro dos limites de uma gaiola, seja ela feita com arames de ferro ou de deveres. Os sonhos aparecem, mas logo morrem, por não haver espaços para baterem suas asas. Só fica um grande buraco na alma, que cada um enche como pode. Assim, restava ao passarinho ficar pulando de um poleiro para outro, comer, beber, dormir e cantar. O seu canto era o aluguel que pagava ao seu dono pelo gozo da segurança da gaiola. Bem se lembrava do dia em que, enganado pelo alpiste, entrou no alçapão. Alçapões são assim; tem sempre uma coisa apetitosa dentro. Do alçapão para a gaiola, o caminho foi curto, através da Ponte dos Suspiros. Há aquele famoso poema do Guerra Junqueiro, sobre o melro, o pássaro das risadas de cristal. O velho cura, rancoroso, encontrara seu ninho e prendera seus filhotes na gaiola. A mãe, desesperada com o destino dos filhos, e incapaz de abrir a portinha de ferro, traz no bico um galho de veneno. Meus filhos, a existência é boa só quando é livre. A liberdade é a lei. Prende-se a asa, mas a alma voa... Ó filhos, voemos pelo azul...! Comei...! É certo que a mãe do passarinho nunca lera o poeta, pois o que ela disse ao filho, foi: Finalmente minhas orações foram respondidas. Você está seguro, pelo resto de sua vida. Nada há a temer. Não é preciso se preocupar. Acostuma-se. Cante bonito. Agora posso morrer em paz. Do seu pequeno espaço ele olhava os outros passarinhos. Os bem-te-vis, atrás dos bichinhos; os sanhaços, entrando mamões adentro; os beija-flores com seu mágico bater de asas; os urubus nos seus vôos tranquilos da fundura do céu; as rolinhas arrulhando, fazendo amor. As pombas voando como flechas. Ah! Os prudentes conselhos maternos não o tranquilizavam. Ele queria ser como os outros pássaros, livres... Ah! se aquela maldita porta se abrisse. Pois não é que, para surpresa sua, um dia o seu dono a esqueceu aberta? Ele poderia agora realizar todos os seus sonhos. Estava livre, livre, livre! Saiu. Voou para o galho mais próximo. Olhou para baixo. Puxa! Como era alto. Sentiu um pouco de tontura. Estava acostumado com o chão da gaiola, bem pertinho. Teve medo de cair. Agachou-se no galho, para ter mais firmeza. Viu uma outra árvore mais adiante. Teve vontade de ir até lá. Perguntou-se se suas asas aguentariam. Elas não estavam acostumadas. O melhor seria não abusar, logo no primeiro dia. Agarrou-se mais firmemente ainda. Neste momento um insetinho passou voando bem na frente do seu bico. Chegara a hora. Esticou o pescoço o mais que pôde, mas o insetinho não era bobo. Sumiu mostrando a língua. __ Ei, você __ era uma passarinha. __ Vamos voar juntos até o quintal do vizinho. Há uma linda pimenteira, carregadinha de pimentas vermelhas. Deliciosas. Apenas é preciso prestar atenção no gato, que anda por lá... Só o nome gato lhe deu arrepio. Disse para a passarinha que não gostava de pimentas. A passarinha procurou outro companheiro. Ele preferiu ficar com fome. Chegou o fim da tarde e, com ele a tristeza do crepúsculo. A noite se aproximava. Onde iria dormir? Lembrou-se do prego amigo, na parede da cozinha, onde sua gaiola ficava dependurada. Teve saudades dele. Teria de dormir num galho de
  • 2. árvore, sem proteção. Gatos sobem em árvores? Eles enxergam no escuro? E era preciso não esquecer os gambás. E tinha de pensar nos meninos com seus estilingues, no dia seguinte. Tremeu de medo. Nunca imaginaria que a liberdade fosse tão complicada. Somente podem gozar a liberdade àqueles que têm coragem. Ele não tinha. Teve saudade da gaiola. Voltou. Felizmente a porta ainda estava aberta. Neste momento chegou o dono. Vendo a porta aberta, disse: __ Passarinho bobo. Não viu que a porta estava aberta. Deve estar meio cego. Pois passarinho de verdade não fica em gaiola. Gosta mesmo é de voar. Rubem Alves Você entendeu o texto? Responda: 1. O que seria, segundo as suas ideias a liberdade? 2. Em sua opinião qual a noção de liberdade que a maioria dos seres humanos costuma a adotar? 3. O que seria a construção de uma gaiola em torno de nossas vidas? 4. A liberdade é para poucos? 5. Existe relação entre liberdade, responsabilidade e coragem? 6. Existem limites para a liberdade? Exemplifique. 7. Qual a diferença entre ser escravo do desejo e lutar pelo que se quer? 8. Por que o pássaro, que teve oportunidade de voar livremente, voltou para a gaiola? Boa sorte!!!