Fantasy ou literatura de fantasia têm suas bases nos antigos escritos, narrativas sobre deuses e heróis da Antiguidade e nas diferentes religiões antigas de diversas partes do mundo. Essas narrativas carregam um elemento que se repete na fantasia: o sobrenatural afirmativo, ou seja, aquele elemento que é atuante nas estórias e aceito pelo narrador, personagens e leitor/espectador. De modo resumido, a fantasia é um modo narrativo que têm como bases o sobrenatural aceito e atuante na trama, a criação de novos mundos, ainda que coexistam com o Mundo Primário e o “ir além” defendido pela teórica Lucie Armitt como característica essencial do gênero.

1. José Antonio Moraes Costa
Otainan da Silva Matos
Laura Virgínia Farias Tinoco
Élcia Liana Cutrim de Jesus
Marcelo Henrique de Sousa Carvalho
QUANDO A FANTASIA VAI À NETFLIX: OS TOPOS
FIGURATIVOS NA SÉRIE ALQUIMIA DAS ALMAS, À
LUZ DOS ESTUDOS DE FARAH MENDLESOHN

2. 2
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
K-DRAMAS
NETFLIX
HIBRIDIZAÇÃ
O
FANTASIA

3. 3
O GÊNERO K-DRAMA: UMA APRESENTAÇÃO NECESSÁRIA
• Há algumas décadas, produtos midiáticos do mundo
asiático começaram a entrar timidamente no Ocidente.
• Atualmente, a Coreia do Sul e o Japão ficam atrás apenas
dos Estados Unidos como exportador desses produtos
• Se o público brasileiro é acostumado, por exemplo, com o
cinema hollywoodiano, hoje também está consumindo as
telenovelas coreanas disponibilizadas, nos últimos anos, em
larga escala, nas plataformas de streamings como a Netflix.
• Os K-dramas têm chamado à atenção do público com a
estética nova e diferenciada frente ao que estão habituados
em termos de audiovisuais. Essas narrativas audiovisuais
recorrem a representação exagerada das emoções e
exploram aspectos históricos, culturais e sociais
desconhecidos pelo mundo ocidental.
(CARLOS, 2012)
Fonte: https://overinside.com.br/criticas

4. 4
O GÊNERO FANTASY: CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS
• Fantasy ou literatura de fantasia têm suas bases nos
antigos escritos, narrativas sobre deuses e heróis da
Antiguidade e nas diferentes religiões antigas de
diversas partes do mundo.
• Essas narrativas carregam um elemento que se repete
na fantasia: o sobrenatural afirmativo, ou seja, aquele
elemento que é atuante nas estórias e aceito pelo
narrador, personagens e leitor/espectador.
• De modo resumido, a fantasia é um modo narrativo
que têm como bases o sobrenatural aceito e atuante
na trama, a criação de novos mundos, ainda que
coexistam com o Mundo Primário e o “ir além”
defendido pela teórica Lucie Armitt como
característica essencial do gênero.
(MENDLESOHN, 2008)
Fonte: https://overinside.com.br/criticas

5. 5
O GÊNERO FANTASY: CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS
Nos estudos desenvolvidos pela historiadora
britânica e escritora de ficção especulativa Farah
Jane Mendlesohn. Na obra Rhetorics of Fantasy
(2008), a pesquisadora estabelece um sistema de
classificação para essa modalidade ficcional.
Mendlesohn postula quatro categorias de fantasia:
portal, imersiva, intrusão e liminar. Para a autora,
essas categorias são determinadas pelo meio por
meio do qual o fantástico entra no mundo narrado.
(MENDLESOHN, 2008)
Fonte: https://overinside.com.br/criticas

6. 6
ALQUIMIA DAS ALMAS (2022): UMA BREVE APRESENTAÇÃO
Criada pelas roteiristas Hong Jung-eun e Hong Mi-
ran, a narrativa televisiva - composta de 20 episódios
na temporada 1 – é classificada como romance de
fantasia histórico. Retrata a história de uma feiticeira
de elite que fica presa no corpo de uma mulher cega.
Esta é descoberta por um jovem mago, herdeiro de
uma das quatro famílias mais poderosas, do reino de
Daeho. O destino dessas personagens torna-se
distorcido, pois foram vítimas de um ritual
denominado “hwanhonsool” – magia que troca as
almas das pessoas.
Título original : Alchemy of Souls
Gênero: Drama, Fantasia, Artes Marciais
Elenco: Jae-wook Lee, Min-ho Hwang, Jung So-min
Origem: Coréia do Sul
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7. 7
ALQUIMIA DAS ALMAS (2022): UMA FANTASIA IMERSIVA
Na perspectiva dos estudos de Mendlesohn (2008), a obra
audiovisual da Netflix enquadra-se como uma fantasia imersiva,
ou seja, essa estória se passa em um mundo construído de forma
a funcionar em todos os níveis como um mundo completo. Além
disso, o ponto de vista das personagens deve tomar por certos os
elementos que os rodeiam. Esse subtipo de narrativa é
caracterizada por um “afinamento” do mundo dos protagonistas
que está ameaçado e experimentando alguma forma de
decadência. Por fim, Mendlesohn defende que a fantasia
imersiva é uma ironia da mimese.
Fonte :https://overinside.com.br/criticas/
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8. OS TOPOS FIGURATIVOS EM ALQUIMIA DAS ALMAS
MUNDO PRIMÁRIO SOBRENATURAL E O MÁGICO
IRONIA DA MIMESE
 Reino de Daenho
 Poder Político: As quatro grandes famílias de
magos
 Sociedade estratificada: o poder mágico e as
posições sociais
AMEAÇA/DECADÊNCIA
 O equilíbrio do mundo é abalado pelas forças
sobrenaturais: METAMORFOS ou MUTANTES
DE ALMAS.
 Magia torna-se um perigo: Alquimia das
almas.
 Pedra de gelo: IMORTALIDADE
 Criaturas monstruosas (animais).
 Metamorfos (monstros sem almas).
 Relíquias e objetos mágicos
 Rituais sobrenaturais: troca de almas.
 Humanos dotados de poderes;
 O fracasso da ciência.
 A morte como enigma.
 O egocentrismo humano.
MENDLESOHN, JANE. RHETORICS OF FANTASY. 2008)

9. 9
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A análise do K-drama Alquimia da Almas (2022) fornece uma
lente através da qual se pode examinar as ficções fantásticas
contemporâneas. O estudo ora apresentado, não fornece todas as
respostas, muito menos verdades absolutas. No entanto,
arrazoamos, nesta apresentação, uma perspectiva que pode
adicionar profundidade à nossa compreensão acerca de
construção de narrativas audiovisuais hodiernas. Por fim,
concordamos com Mendlesohn (2008) que defende a ideia de
fantasia não é uma mentira, ela cria mundos que existem
genuinamente além do nosso horizonte.
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10. 10
REFERÊNCIAS
CARLOS, Giovana Santana. Do mangá para o dorama: a representação da irritação em Nodame
Cantabile. Revista Interamericana de Comunicação Midiática, v. 11, n. 21, Jan-Jun(2012).
JACKSON, R. Fantasy: literatura y subversión. Buenos Aires: Catalogos editora, 1986.
JAMES, Edward; MENDLESOHN, Farah (Ed.). The Cambridge Companion to Fantasy Literature.
New York, U.S.A.: Cambridge, 2012.
MENDLESOHN, Farah. Rhetorics of fantasy. Middletown: Wesleyan, 2008.