Obras do programa Nova Maceió avançam no bairro do Clima Bom, com dezenas de ruas pavimentadas e recebendo rede de esgoto. Prefeito Rui Palmeira vistoriou as obras e próxima etapa será no bairro da Cidade Universitária. Tenente-coronel Rocha Lima nega envolvimento no assassinato do empresário Luciano Albuquerque em 2019 e afirma não ser investigado na morte de Kléber Malaquias em Rio Largo.
O Dia Digital - MP: “FLÁVIO LIDERAVA AORGANIZAÇÃOCRIMINOSA”
O Dia Digital - PRESIDENTE É DENUNCIADO NO TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL
1. As obras do Programa
Nova Maceió estão bem
aceleradas no bairro do
Clima Bom. Dezenas de
ruas já foram pavimentadas
e receberam a rede de esgo-
tamento sanitário, benefi-
ciando milhares de famílias.
ONTEM, o prefeito Rui
Palmeira esteve no canteiro
de obras para vistoriar os
trabalhos. A próxima etapa
doprogramavaicontemplar
as ruas do bairro da Cidade
Universitária.
O tenente-coronel Rocha
Lima nega envolvimento no
assassinato do empresário
Luciano Albuquerque, em
2019.Eleafirmaaindaquenãoé
investigadonamortedeKléber
Malaquias,emRioLargo..
Alagoas l 28 de julho I ano 08 I nº 060 l 2020 redação 82 3023.2092 I e-mail redacao@odia-al.com.br
4COCAÍNAEMMACEIÓ´:MULHERENTREGAVAADROGANOSISTEMADELIVERY;TRÊSQUILOSFORAMAPREENDIDOS
7
ESPECIAL
"Vire Carranca",
a campanha
que tenta
salvar
oVelho
Chico
PARTE ALTA
Obras da
Nova Maceió
aceleram no
Clima Bom
Dezenas de ruas no Clima Bom estão recebendo asfalto novos e obras de esgotamento sanitário,na Nova Maceió
PRESIDENTE É DENUNCIADO NO
TRIBUNALPENALINTERNACIONAL
GOVERNO BRASILEIRO É ACUSADO DE INSENSÍVEL ATUAÇÃO FRENTE À PANDEMIA DA COVID-19
Um grupo de entidades sindi-
cais brasileiras ingressou neste
domingo (26) com uma ação no
TPI (Tribunal Penal Internacio-
nal),em Haia,na Holanda,contra
o presidente Jair Bolsonaro
(sem partido) por crime contra
a humanidade. A Rede Sindical
Brasileira Unisaúde, formada
por entidades de saúde e que
representa mais de um milhão
de trabalhadores do setor,acusa
o presidente de "falhas graves e
mortais" no combate à pande-
mia do coronavírus.A Unisaúde
é coordenada pela UNIAmericas,
um braço regional da UNI Global
Union, federação sindical que
representa mais de 20 milhões
de trabalhadores do setor de
serviçosemcercade150países.
2
"SOU INOCENTE"
Rocha Lima
diz que não
participou
de crimes
2
PeiFon/Ascom-Maceió
AFP
2. P
oliciais civis
da Assesso-
ria Técnica de
Inteligência, da Divisão Espe-
cialdeInvestigaçãoeCapturas
(DEIC), sob a coordenação do
delegado Gustavo Henrique,
prenderam uma mulher de
35 anos e apreenderam três
quilos de cocaína tipo “escama
de peixe”, conhecida por ter
um elevado grau de pureza,
no condomínio Bosque das
Ubaias, no Benedito Bentes.
De acordo com as investi-
gações da Polícia Civil, inicia-
das há cerca de duas semanas,
após os agentes da Especiali-
zadareceberemumadenúncia
anônimainformandoqueuma
mulher que residia no Bloco 7
do condomínio apresentava
comportamento suspeito, foi
iniciado o trabalho de monito-
ramento.
A partir disso os agentes
realizaram uma série de dili-
gências que resultou na sua
qualificação e localização do
endereçopreciso,bemcomona
constataçãodequeelautilizava
uma motocicleta para fazer a
entregadosprodutos,atéentão
desconhecidos,naregião.
“Diante de todos os indí-
cios, os policiais a abordaram e
a levaram ao seu apartamento,
ondeapósautorizaçãodela,foi
procedida a busca e encontra-
ram a droga escondida dentro
deumguarda-roupas”,relatou
odelegadoGustavoHenrique.
O diretor da DEIC ressal-
tou, ainda, que no curso da
investigação foi levantado
que o marido da autuada, de
34 anos, encontra-se recolhido
no sistema prisional do Estado
desde 2003, tendo anteceden-
tes por roubo e homicídio. A
polícia informou que a inves-
tigação irá prosseguir com o
objetivo de tentar demonstrar
a participação dele no tráfico
de drogas operacionalizado
pela esposa.
“Depois da captura e cons-
tatação do estado de flagrân-
cia, a presa foi encaminhada
à sede da DEIC, no bairro da
Santa Amélia, juntamente
com o material apreendido,
onde foi autuada por tráfico
de drogas”, concluiu o dele-
gado Gustavo Henrique. Em
seguida, a mulher foi transfe-
rida para o Presídio Feminino
Santa Luzia, no complexo
prisional, que fica na Cidade
Universitária.
2 O DIA DIGITAL l 28 de julho I 2020
MACEIÓ redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
Deic prende mulher com 3kg
de cocaína no Benedito Bentes
DROGAERAVENDIDANASREDESSOCIAISeportelefoneeentreguenosistemadelivery;maridodeacusadaestápresohá17anos
Um dos setores mais
importantes para a econo-
mia de Maceió, o Turismo foi
uma das áreas mais afetadas
pela crise do coronavírus no
mundo inteiro. A boa notícia
é que Alagoas está sendo indi-
cado como líder nas pesquisas
como destino mais procurado
no pós-pandemia. O dado é de
portais como a CVC Viagens
e Hotel Urbano. Na sexta-
-feira, alguns dos principais
nomes do setor hoteleiro de
Maceió estiveram reunidos
com o ex-procurador-geral do
Estado, Alfredo Gaspar, pré-
-candidato a prefeito da capi-
tal. Entre as pautas, retomada
das atividades e demandas do
setor.
“Ouvir o que pensa cada
área, a exemplo do trade turís-
tico,édevitalimportânciapara
elaboração do nosso plano de
governo, que será participa-
tivo, com foco em resultados
e defendendo a convergên-
cia entre poder público, setor
produtivo e a população”, afir-
mou Gaspar. Para ele, o nosso
sol e mar continuam sendo
razões imbatíveis para quem
decide procurar Maceió como
destino, mas ele defende uma
maior diversificação de rotei-
ros e atrativos, como nossas
manifestações culturais e a
nossa rica gastronomia.
Paraoslíderesdotradeturís-
ticopresentes,osetorprodutivo
vaipropordemandaslegítimas,
que estão pautadas na efici-
ência pública na resolução de
questões importantes para a
cidade. Segundo eles, antes de
serem empreendedores, eles
sãocidadãosdeMaceióelutam
por uma cidade cada vez mais
segura, limpa, saneada e acessí-
vel para a população e para os
turistas que nos visitam todos
osanos.
Os empresários destacaram
ainda que Maceió sai na frente
nocomparativodeoutrosdesti-
nosporqueestarámaisacessível
aos turistas regionais e nacio-
nais.Além da questão do coro-
navírus que impõe restrições
de entradas em alguns países,
o dólar alto e nossos atrativos
de sol e mar devem fomentar
o turismo doméstico. Para isso,
a rede hoteleira, bares e restau-
rantes, além das empresas de
receptivos vão se guiar pelos
protocolossanitáriosapresenta-
dospelasautoridadesdeSaúde
e receber o hóspede de forma
totalmentesegura.
Estiverem presentes na
reunião, que aconteceu no
Maceió Mar Hotel, os anfitriões
AdrianaeMiltonVasconcelos;o
presidente daABIH/AL,André
Santos; MarceloMarques,presi-
dentedoSindicatodeHotéisde
Alagoas; Mauro Vasconcelos
Filho, do grupo Hotéis Ponta
Verde;RicardoAlmeida,diretor
dogrupoSalinas;KikoGatto,da
rede Brisa de hotéis e Cristiano
Simplício,doHotelJatiúca.
TURISMO
Alfredo discute a
retomada do setor
LetíciaPascoalino
SecomMaceió
As obras de drenagem,
esgotamento sanitário e pavi-
mentação do Programa Nova
MaceiósóavançamenoClima
Bom, mais de 30 ruas já tive-
ram a rede coletora instalada,
12 delas já receberam os servi-
ços de terraplanagem, etapa
final para asfaltar as vias, e
duas já foram pavimentadas.
Neste sábado (25), o prefeito
Rui Palmeira foi conferir o
andamento dos serviços no
bairro.
“Esta é a primeira rua a
receber a camada de asfalto.
É um dia de alegria para a
comunidade que esperava
ansiosamente por isso e temos
levado esse trabalho para
diversas regiões de Maceió.
Na próxima semana, vamos
começar os trabalhos no
ConjuntoColinaIIeasdemais
obras do Nova Maceió pela
cidade seguem avançando”,
destacouogestor.
“Esta é uma obra que faz
parte do pacote de obras de
infraestrutura do Programa
Nova Maceió. São serviços
muito importantes para os
moradores do bairro, o asfalto
realmente está chegando por
aqui e as ruas transversais
tambémestãosendopavimen-
tadas e recebendo serviços de
drenagemeesgotamentosani-
tário”,pontuouovice-prefeito
MarceloPalmeira.
Cerca de 20 mil morado-
res serão beneficiados com os
serviços. Além disso, os mais
de 26 mil metros de sanea-
mento, oito mil metros de
drenagem de águas pluviais
e mais de 100 mil metros
quadrados de pavimentação,
atenderá diretamente mais de
5milresidências.
Umadasbeneficiadascom
os serviços é a Dona Benedita
Procópio. Ela é moradora do
ClimaBomhámaisde38anos
e se disse muito satisfeita com
as obras de infraestrutura no
bairro. “Tantos prefeitos já
passarampelaadministraçãoe
nuncanenhumfezessesservi-
ços aqui. Vai melhorar demais
paragente,agoravaificarbom
paratodomundo”,afirmou.
Por lá, mais de 30 máqui-
nas auxiliam as equipes
de serviços, como retro-
escavadeira, escavadeira
hidráulica, caminhões, rolo
compactador e caçambas.
Somente no bairro, a obra
emprega diretamente mais
de 220 funcionários.
As ruas que já foram pavi-
mentadas são a Rua José e
Travessa Dom Bosco 2. Estão
prontas para serem pavi-
mentadas a Rua Eronildes de
Oliveira, Travessa São José 01,
Travessa São José 02, Travessa
São José 03, Rua Leandro
Silva, Rua Rafaela Marques,
Travessa Recanto do Sol 01,
Travessa Recanto do Sol e Rua
Ivaldo Ferino. Outras duas
ruas do bairro estão passando
pelo processo de terraplana-
gem:RuaRecantodoSoleRua
PoetaLuizGonzaga.
CLIMA BOM
Rui Palmeira faz vistoria
em obras no Clima Bom
Cocaínaconsideradade‘boaqualidade’eraentregueaosusuáriosno‘delivery’
Dentro do programa Nova Maceió, ruas do Clima Bom são pavimentadas
Pei Fon/ Secom Maceió
Ascom/PC
3. 3O DIA DIGITAL l 28 de julho I 2020
ALAGOAS redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
Tenente-coronel PM se defende das
acusações de participação em crimes
Deraldo Francisco
Repórter
A
t r a v é s d e
s e u a d v o -
gado, Tasso
Marques, o tenente-coronel
RochaLimaprocurouONTEM
a imprensa para dar a sua
versão sobre os crimes nos
quais foi citados a partir de
informações fornecidas pela
polícia.
Rocha Lima foi preso na
quinta-feira (23), por ordem
judicial, após ser chamado
ao Quartel Geral pelo subco-
mandante, coronel Wilson da
Silva, de quem recebeu a voz
de prisão em cumprimento ao
mandado judicial. A prisão do
oficial foi pedida pela Polícia
Civil num inquérito em que
ele aparece como envolvido
no planejamento da morte do
empresário LucianoAlbuquer-
que,crimeocorridoemoutubro
de 2019, no Graciliano Ramos.
Em documento enviado à
redaçãodeODiaAlagoas,Tasso
Marques disse que seu cliente
– que está recolhido na sede
do Batalhão de Radio Patru-
lha, no Farol – recebeu com
bastante surpresa a ordem de
prisão. Ao advogado, o oficial
revelou que está sendo vítima
de uma armação e contou que
issopodetersidomotivadopor
um desentendimento que ele
teve com uma delegada, numa
conversa informal na Delega-
cia de Homicídios e Proteção
à Pessoa Humana (DHPP), há
alguns meses.
Rocha Lima contou ao
advogado que esteve na DHPP
para questionar o fato de ter
o seu nome divulgado na
imprensa local porque uma
camisa sua foi encontrada em
poder de uma pessoa investi-
gadanoinquéritosobreamorte
de LucianoAlbuquerque.
“O tenente-coronel me disse
que não cometeu crime algum;
nãosabeporqueestásendocolo-
cadocomoumdosautoresdeste
homicídio; não conhecia o cida-
dão que morreu; não participou
da venda de nenhum terreno;
sequer sabia dessa venda de
terreno. Ele se sente perseguido
eacreditaquefoicolocadonorol
de acusados por perseguição de
uma delegada”, disse o advo-
gadoTassoMarques.
Wagner Luiz das Neves
Silva é um dos indiciados no
inquérito sobre a morte de
LucianoAlbquerque. Na busca
e apreensão feita na casa dele,
a Polícia Civil encontrou uma
camisa da PM pertencente a
Rocha Lima, quando ele era
capitão. Sobre esta camisa, o
oficial disse ao seu advogado
que, provavelmente, por ser
antiga, o Wagner Luiz, que
era uma espécie de “faz-tudo”
paraocoronel,pegousemasua
permissão, quando lhe ajudou
numamudança,logodepoisde
sua separação.
“Pelo que ele me disse, o
Wagner era uma espécie de
‘faz-tudo´ do coronel. Andava
com seu cachorro e o alimen-
tava. Fazia serviços elétricos e
hidráulicos e pequenos reparos.
Mas ele nega que tenha dado a
camisa ao Wagner. Rocha Lima
acredita que a roupa foi pega,
sem o conhecimento nem o
consentimento dele, durante
uma mudança de casa, quando
da separação do militar com a
ex-esposa.Elenãosabeseorapaz
se apropriou de mais alguma
coisa, mas essa camisa não foi
dada ao Wagner pelo tenente-
-coronel”,afirmouoadvogado.
SOBREKLÉBERMALAQUIAS
Em relação ao nome dele
ser divulgado na imprensa
local sob a suspeita de envol-
vimento na morte de Kléber
Malaquias, ocorrida no dia
15 de julho passado, em Rio
Largo,RochaLimadizqueisso
não faz sentido. Para ele, não
existe qualquer investigação
formal que envolva seu nome
a este caso.
O oficial contou ao seu
advogado que, na condição
de comandante do 8º Bata-
lhão de Polícia Militar (BPM),
com sede em Rio Largo, área
de atuação de sua unidade,
esteve no local do crime e
isolou a área. “O coronel me
contou que preservou os
cartuchos da pistola usada
no crime e que foram encon-
tradas no local pela Perícia
Criminal. Além disso, ele
qualificou as testemunhas e
informou tudo que colheu no
local ao delegado Lucimério
[Campos] responsável pelas
investigações”, disse.
Ao advogado, o coro-
nel Rocha Lima disse que
não conhecia Kléber Mala-
quias e que não tinha motivo
nenhum para se envolver
num crime de morte contra
ele, muito menos na área
de atuação do batalhão que
comandava. Para o coronel,
conforme informação repas-
sada pelo seu advogado, isso
é “pura fofoca porque seu
nome vende jornal”.
“O tenente-coronel Rocha
Lima é um militar atuante,
destemido, operacional. É o
único tenente-coronel da Polí-
ciaMilitarquedescegrotapara
ir atrás do bandido. Não é de
ficar atrás de birô e, por todos
os batalhões por onde passou,
a criminalidade baixou”, afir-
mou Tasso Marques.
NOTADAREDAÇÃO:
O DIAALAGOAS mantém
as informações veiculadas na
edição do final de semana,
considerando que elas foram
fornecidas por autoridade que
integra a cúpula da Polícia
Civil. Reconhece o direito ao
contraditório e à ampla defesa
do oficial e torce para que a
verdade seja sempre o foco da
políciae do bomjornalismo.
ROCHA LIMA diz que não conhecia a vítima LucianoAlbquerque e que não é investigado na morte do empresário Kléber Malaquias
Divulgação
A Braskem inaugurou
ONTEM a Central de Moni-
toramento e Segurança para
apoiar as ações de segurança
nos bairros do Pinheiro,
Mutange, Bebedouro e Bom
Parto. Com essa nova etapa, a
empresacomplementaasações
jádesenvolvidasnaáreadesde
abrilcommedidasdefiscaliza-
ção e vigilância para os bairros
incluídos nas áreas de desocu-
pação.Asequipescontamcom
oapoiodaSecretariadeEstado
daSegurançaPúblicaedaPolí-
ciaMilitar,pormeiodoCentro
de Operações Policiais Milita-
res(Copom).
A Central, localizada no
Pinheiro, abriga o sistema
de videomonitoramento e a
fiscalização dos alarmes que
garante mais segurança na
região. São 4 telas de 45 pole-
gadasquepermitemvisualizar
asimagensdetodasascâmeras
instaladas nos bairros e gran-
desequipamentos.Alémdisso,
o sistema é integrado com
umarededealarmesqueestão
sendo instalados nos imóveis
desocupados.Todoessemoni-
toramento é compartilhado
com a Polícia Militar, que é
acionada via rádio em caso de
ocorrência,comofurto,invasão
ouroubo.ACentralfuncionará
24horas,nos7diasdasemana,
eestaráinterligadacomasequi-
pesquefazemarondaefiscali-
zaçãonosquatrobairros.
A Central começou
ONTEMareceberimagensdas
primeiras câmeras instaladas.
Todo o equipamento está em
processo de instalação e serão
mais de 50 câmeras distribuí-
das pelas áreas de maior circu-
lação.Osistemadealarmesvai
acionar o monitoramento da
central e qualquer atividade
suspeitaseráreportadaàsequi-
pesemcampoecompartilhada
comaPM.
O projeto teve início com
a montagem das equipes
de apoio comunitário para
fiscalização de nos bairros do
Mutange, Bebedouro, Bom
Parto e Gruta do Padre. São 52
pessoas familiarizadas com a
região, ex-moradores, e que já
conhecem a vizinhança. Elas
desenvolvem ações de fiscali-
zaçãodeirregularidadescomo
vandalismo, arrombamentos,
controle de pragas e ocupação
indevidanosbairros.
Ainda em abril, esse traba-
lho foi complementado com o
programa de segurança patri-
monialnoPinheiroenosgran-
des equipamentos localizados
no mapa de desocupação. São
rondas de vigilância motori-
zada com uma equipe total de
84 profissionais qualificados,
contratados formalmente por
uma empresa especializada
emsegurançapatrimonial,que
se dividem em turnos durante
24horaspordia.Asrondassão
feitas com carro e motocicletas
e o equipamento inclui rádio e
celular, além de fardamento.
Essas ações são adicionais às
medidas que já vêm sendo
adotadas pelos órgãos respon-
sáveispelasegurançapública.
A organização do trabalho
no programa de segurança
prevê a adoção de todas as
medidas de preservação da
saúde frente às restrições do
Ministério da Saúde sobre a
COVID -19, como o distancia-
mento entre pessoas, uso de
máscaraseálcoolemgel.
BRASKEM
Central de monitoramento nos bairros
Imagens das câmeras nos bairros são monitoradas da central,que tudo vê
Rocha Lima está preso na sede da RP,mas nega envolvimento em assassinato
AlgoMais
4. 4 O DIA DIGITAL l 28 de julho I 2020
BRASIL redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
Jair Bolsonaro é denunciado no TPI
acusado de crimes contra a humanidade
Folhapress
Brasília
U
m g r u p o
de entida-
d e s s i n d i -
cais brasileiras ingressou no
domingo(26)comumaaçãono
Tribunal Penal Internacional
(TPI), em Haia, na Holanda,
contra o presidente Jair Bolso-
naro (sem partido) por crime
contra a humanidade.
A Rede Sindical Brasileira
Unisaúde, formada por enti-
dades de saúde e que repre-
senta mais de um milhão de
trabalhadores do setor, acusa o
presidente de “falhas graves e
mortais” no combate à pande-
mia do coronavírus.
Segundo ela, desde o início
da crise sanitária o governo
brasileiro tem adotado postura
negligente e irresponsável que
contribuiuparaqueopaísatin-
gisse a marca de mais de 80 mil
mortes pela nova doença.
A Unisaúde é coordenada
pela UNI Americas, um braço
regional da UNI Global Union,
federação sindical que repre-
senta mais de 20 milhões de
trabalhadoresdosetordeservi-
ços em cerca de 150 países.
“O governo federal deveria
ser considerado culpado por
sua insensível atuação frente
à pandemia e por se recusar a
proteger os trabalhadores da
saúde”, afirmou o secretário
regional da UNI Americas,
Marcio Monzane. “Buscar a
Corte Penal Internacional é
uma medida drástica, mas os
brasileiros enfrentam uma
situaçãoextremamentedifícil”,
acrescentou.
Além da Unisaúde, respon-
sável pela iniciativa, assinaram
o pedido representantes da
UGT (União Geral dos Traba-
lhadores), da CUT (Central
Única dos Trabalhadores) e da
Nova Central Sindical, além
de movimentos sociais como
o MST (Movimento dos Traba-
lhadores Sem Terra).
A iniciativa se baseia no
Estatuto de Roma, que define
os crimes considerados inter-
nacionais, como o genocídio
e a tortura. No documento, as
entidadessindicaisalegamque
o presidente cometeu crimes
contra a humanidade quando
se recusou a tomar medidas
que, segundo elas, visavam a
proteção da população brasi-
leira em meio à pandemia.
Para os representantes dos
trabalhadores, o presidente
colocou em risco a saúde da
população ao promover aglo-
meraçõessemousodemáscara
eaofazerpropagandademedi-
camentos como a hidroxicloro-
quina.Segundoomaiorestudo
feitonopaíssobreasubstância,
ela não tem eficácia no trata-
mento da doença.
“O Brasil está há mais de
dois meses sem um titular na
pasta da saúde, no meio da
maior crise sanitária do último
século, que já ceifou mais 80
mil vidas e deixou mais de 2
milhões de pessoas doentes”,
afirmou o grupo de entidades
de saúde em um comunicado.
PARA A UNISAÚDE, o presidente colocou em risco a saúde da população ao promover aglomerações e‘prescrever’ a cloroquina
Mesmo infectado,presidente conversou com as pessoas sem utilizar máscara
ATP
Acácio Pinheiro/Agência Brasília
O ministro da Economia,
Paulo Guedes, sofrerá sua
terceira baixa em julho. O
diretor especial da Secretaria
de Fazenda, Caio Megale, já
comunicou ao ministério que
deixará o cargo na próxima
sexta-feira (31). Ele pretende
voltar ao setor privado.
Megale foi secretário muni-
cipal da Fazenda no início
da gestão do prefeito Bruno
Covas (PSDB).
Em julho, Guedes perdeu
o secretário do Tesouro
Nacional, MansuetoAlmeida,
e o presidente do Banco do
Brasil, Rubem Novaes, que
renunciouaocargonasemana
passada, alegando cansaço e a
necessidade de a instituição
passar por um processo de
renovação.
DEBANDADA
Paulo Guedes
sofre terceira
baixa na
sua equipe
O Ministério Público pediu
ONTEMaoTribunaldeContas
da União (TCU) a apuração de
peçasdepropagandadoBanco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES)
e do Banco do Nordeste do
Brasil(BNB)emsitessuspeitos
de divulgar fake news.
O pedido é do procurador
Lucas Furtado. Ele acredita
que o mesmo padrão de patro-
cíniojáobservadonoBancodo
Brasil pode estar acontecendo
com BNDES e BNB. Na repre-
sentação, o Ministério Público
sugere a concessão de uma
liminar para suspender as
propagandas.
Em maio, o TCU suspen-
deu parte dos contratos de
publicidade do BB, relaciona-
dos a propaganda em sites,
blogs, portais e redes sociais.A
decisão não incluiu a divulga-
ção em veículos existentes há
mais de dez anos.
“A meu ver, portanto, cabe
ao TCU empreender a mesma
ação de controle que vem
sendo desenvolvida em face
do Banco do Brasil, tendo em
vista se tratar do mesmo tipo
de irregularidade que estaria
sendo praticada no âmbito de
outras duas instituições finan-
ceiras públicas: o BNDES e o
BNB” afirma Furtado.
BANCOS
MP pede
ao TCU
apuração
de anúncios
Agência Brasil
São Paulo
Levantamento da Asso-
ciação Nacional dos Diri-
gentes das Instituições
Federais de Ensino Superior
(Andifes) indica que 1.260
pesquisas sobre covid-19
estão sendo conduzidas
em universidades federais
de todo o país. O número é
bastante superior ao conta-
bilizado em maio, de 823,
salientando que o prota-
gonismo da ciência tem
ganhado força durante a
pandemia do novo corona-
vírus. Para o cálculo, foram
consideradas as respostas
que 68 instituições encami-
nharam à entidade.
O empenho dos pesqui-
sadores tem resultado
também em outras ações,
como a testagem para detec-
ção da doença infecciosa.
Já se contam 71 atividades
desse tipo, que totalizaram
56.956 testes.
Outra contribuição das
universidades federais é
referente ao tratamento de
pacientes. O total de leitos
próprios das instituições,
somado ao de leitos viabi-
lizados em parcerias para
a construção e a operacio-
nalização de hospitais de
campanha, é de 2.502, sendo
656 de unidade de terapia
intensiva (UTI).
Para as universidades
públicas, uma via esco-
lhida para atender a popu-
lação quanto às demandas
próprias da pandemia
consiste em formar redes
com a participação de gesto-
res locais. Ao todo, já foram
firmadas 255 parcerias com
prefeituras e 112 parcerias
com governos estaduais.
Além disso, as comu-
nidades acadêmicas estão
dedicando tempo à produ-
ção de equipamentos de
proteção individual (EPI).
Segundo o balanço da Andi-
fes, já são 251.034 protetores
faciais, 103.848 máscaras
de pano, 12,5 mil viseiras
de proteção, 29 mil pares
de luvas, 20,2 mil unidades
diversas, 6,6 mil aventais, 2
mil capuzes e 10 mil toucas,
que se somam a 300 sacos de
lixo de 100 litros de capaci-
dade, 227 sondas nasotra-
queais, 1.028.108 litros de
álcool gel e 915 mil litros de
álcool líquido.
O poder de mobilização
das universidades também
fica evidente ao se analisar
a quantidade de campanhas
educativas promovidas
por essas instituições, que
chegam a 1.226. Paralela-
mente, as instituições orga-
nizaram 482 ações solidárias.
COVID-19
Universidades fazem
1.260 pesquisas
Quefase!EquipedeGuedessedesfaz
5. 5O DIA DIGITAL l 28 de julho I 2020
MERCADO redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
A
pesquisa de
Intenção de
Consumo das
Famílias (ICF), realizada pelo
Instituto Fecomércio AL em
parceria com a Confederação
NacionaldoComérciodeBens,
Serviços e Turismo (CNC),
aponta junho como o terceiro
mês consecutivo de queda do
consumo,emMaceió,recuando
3,2%emcomparaçãoamaio.
ParaFelippeRocha,oasses-
soreconômicodaFederaçãodo
Comércio de Bens, Serviços e
Turismo do Estado deAlagoas
(FecomércioAL),esseresultado
reflete o uso do Auxílio Emer-
gencial, que já injetou mais de
R$ 195 milhões na capital, para
quitar dívidas e para aquisi-
ção de bens não duráveis. “Os
recursos estão sendo utilizados
para a aquisição de alimentos,
materiais de higiene e outras
questões mais imediatas do
que a compra de bens duráveis
e semiduráveis. Isso explica o
aumento do endividamento
comquedadoatrasodascontas
edainadimplência”,observaao
fazer uma breve comparação
com a pesquisa sobre o endivi-
damentoemjunho.
Se na variação mensal
houve queda de 3,2% do
consumo em geral, em termos
anuais, o recuo foi de 11,96%.
De acordo com o economista,
para se compreender essas
quedas deve-se analisar
subindicadores que indicam
a segurança do consumidor e
determinam o consumo. “Em
junho, ocorreu elevação em
0,3% na confiança do cida-
dão em manter seu emprego
atual. Isso ocorreu por conta
da Medida Provisória (MP)
936, que permitiu a redução
da jornada de trabalho ou a
suspensão de contrato com a
devidacompensaçãodossalá-
rios até o limite do valor do
seguro desemprego, salvando
muitos postos de trabalho”,
avalia Felippe. Até o dia 2 de
julho, mais de 11,7 milhões
de contratos de trabalho no
país foram alterados para essa
modalidade.
Apesar do aumento na
confiança com o emprego, as
perspectivasprofissionaispara
o restante do ano caíram 3,1%,
indicando que poucos maceio-
enses acreditam encontrar um
emprego melhor ou conseguir
um aumento este ano. “Isso
porque as incertezas ainda
são enormes quanto a dura-
ção da pandemia e da melhora
do ambiente de negócios. A
MP 936 e o Auxílio Emergen-
cial foram insuficientes para
manter a renda”, avalia o
economista.
De acordo com ele, na
aplicação da medida provi-
sória em salários acima de R$
2.015, reduzindo 30%, 50% ou
70%, estes apresentam perdas
de 13% a 17%, mesmo com
a compensação paga pelo
governo. Já oAuxílio Emergen-
cial, que de certa forma trouxe
alento a desempregados, autô-
nomos e profissionais liberais,
injetou uma média de R$ 730
por pessoa (isso porque, em
alguns casos, o valor foi de R$
1.200). Contudo, em Maceió, a
renda média de autônomos e
profissionais liberais é de mais
de R$ 1.133, ou seja, embora
tenha dado fôlego, a renda foi
menordoquedecostume.
Nestecontexto,osconsumi-
dores da capital relataram uma
quedade5,3%darendacompa-
rada a junho de 2019, o que
explica a redução do consumo.
“Com uma renda menor, as
pessoas evitam itens supér-
fluos e outros tipos de bens,
comprando muito menos. As
comprasaprazoforamafetadas
também e apresentaram um
decréscimo de 1,1%, demons-
trado que os consumidores
estão evitando utilizar o cartão
ou realizar alguma compra a
prazo”,analisaFelippe.
Na variação anual, o
consumoatualestá0,4%menor
e a perspectiva de consumo
para os próximos meses é 7,5%
menordoqueomesmoperíodo
do ano passado. Por último,
ocorreu uma queda de 6,5% na
aquisiçãodebensduráveis.
Consumo das famílias registra
queda pelo 3º mês consecutivo
EM JUNHO, indicador recuou 3,2% em relação a maio; na variação anual, desempenho foi 11,96% menor, revela a pesquisa ICF
6. Por várias vezes aqui em minha
coluna falamos sobre planeja-
mento financeiro. Sabemos que
o “seguro” tem vários benefícios,
inclusive é usando em diversos
países como planejamento finan-
ceiro. Com o aumento da expecta-
tiva de vida da população mundial
traz um enorme desafio para as
sociedades, uma vez que o antigo
pacto social para aposentadoria
está sendo desconstruído. Os siste-
mas de previdência de todo o mundo
terão de ser modernizados para se
tornarem sustentáveis e resilientes
em tempos de mudança constante.
No Brasil não é diferente.
Nesse momento as palavras e
expressões como “proteção”,
“cuidado” e “estar seguro” nunca
estiveram tão em alta. As pessoas
estão mais abertas e conscientes
sobre olhar para o futuro e, de fato,
planejá-lo.
Diante das adversidades trazidas
pelo Covid-19, a população tende
a se dedicar mais ao planejamento
financeiro. Nenhuma crise recente
fez com que as pessoas mudassem
tanto o comportamento como a de
agora.Nocasoopapeldocorretorde
seguros nesse momento é de ajudar
na prevenção dos riscos sociais.
Cada pessoa tem suas necessida-
des e objetivos diferentes,o corretor
deve buscar conversar e entender a
realidade de cada um para depois
propor um plano que seja adequado
às demandas de proteção e possibi-
lidades financeiras individuais.
Uma das maiores preocupações
da população é conseguir arcar
com despesas médicas no futuro.
Apenas 16% dos brasileiros está
confiante de que poderá arcar com
serviços de saúde na aposentadoria,
de acordo com dados de uma Cia de
Seguros (MAG Seguros)
Embora o brasileiro esteja apren-
dendo a se planejar, ainda falta um
longo caminho para que possamos
nos igualar às nações desenvolvi-
das, podemos destacar que apenas
de 4% a 7% da população domés-
tica conta com um seguro de vida
individual. Como comparação, em
mercados maduros,esse percentual
fica perto dos 70%.
Conclusão
Em suma, uma das alternativas é
pensar em formas de investimentos
a longo prazo como um plano de
previdência privada ou, se for possí-
vel, participar do fundo de pensão
da empresa. Recomendo também
começar a investir o quanto antes
montando uma carteira diversifi-
cada, estratégia que permite alinhar
os riscos com a expectativa de
retorno.
Como complemento dos aportes, a
contratação de um seguro de vida
pode garantir o restabelecimento
da ordem financeira perturbada por
algum dos riscos que qualquer um
de está exposto – morte ou invalidez.
Trata-se de um importante produto
a ser considerado na hora de olhar
para o planejamento financeiro.
Então é isso pessoal! Espero que
tenha gostado do tema dessa
semana e sempre que vocês dese-
jarem enviem suas dúvidas para
meu e-mail. Não deixem de acom-
panhar as novidades em minhas
redes sociais.Até a próxima se Deus
quiser! Bom final de semana para
todos! Grande abraço!
6 O DIA DIGITAL l 28 de julho I 2020
MOMENTO SEGURO redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
DjaildoAlmeida
Corretor de Seguros - djaildo@jaraguaseguros.com
Brasileiro começa a aprender planejar seu futuro financeiro com seguro
7. Oldemburgo Neto
Mídia Caeté
A
realidade do
Velho Chico
notrechoque
compreende o Baixo São Fran-
cisco é um triste retrato de um
gigante que está cada vez mais
vulnerável.OrioSãoFrancisco
não tem mais a força de antes,
quando duelava com o mar,
invadindo o oceano com sua
água doce. Vai sucumbindo
aos poucos. Uma situação
dramática provocada pelas
secas e pelo represamento de
suas águas pelas usinas hidre-
létricas, que controlam a sua
vazãoenãodeixamoriocorrer
como antigamente.
O rio São Francisco, depois
de percorrer mais de 2.800
quilômetros desde a sua
nascente histórica, na Serra da
Canastra, em Minas Gerais,
até a sua foz, em Piaçabuçu, se
despedecomumdeságuecada
vezmaismelancólicoeincerto,
conforme expõe o Relatório da
II Expedição Científica reali-
zada no Baixo São Francisco,
em material documental de
540 páginas divulgado no
último dia 13 de julho.
A Expedição foi reali-
zada em novembro do ano
passado, como resultado de
uma parceria entre a Univer-
sidade Federal de Alagoas
(Ufal) e o Comitê da Bacia
Hidrográfica do Rio São Fran-
cisco (CBHSF). Ao todo, 66
profissionais, entre pesquisa-
dores e técnicos, embarcaram
rio adentro coletando dados
e informações para mapear
a situação desse trecho do
rio de modo a nortear polí-
ticas e iniciativas com vistas
à salvaguarda da fauna e
flora desse trecho do Velho
Chico.Aexpediçãoduroudez
dias e percorreu os seguintes
municípios alagoanos: Pira-
nhas, Pão de Açúcar, Traipu,
Porto Real do Colégio, Igreja
Nova, Penedo e Piaçabuçu.
Os indicadores do relatório
feito pelos pesquisadores do
Comitê, nos dá elementos
importantes para eventuais
obras e ações futuras, visando
garantir segurança hídrica às
populações, de forma preven-
tiva e ambientalmente susten-
táveis, além de nos alertar
para a urgência da preserva-
ção de todas as espécies.
O documento apontou um
baixo índice de diversidade de
peixes, com 6 espécies repre-
sentando 80% do pescado na
região, além de outros proble-
mas já conhecidos e recorren-
tes no leito e nas margens do
rio, como o represamento das
águas, o descarte de lixo, asso-
reamento e desmatamento de
vegetação ciliar. A qualidade
daáguatambémfoianalisadae
severificouquetodosospontos
de coleta de água estão fora
dospadrõesdepotabili-
dade recomenda-
dosparaconsumohumano.
A Companhia de Sane-
amento de Alagoas (Casal),
empresa responsável pelo
fornecimento de água de mais
de 70 cidades alagoanas e que
possui várias captações no rio
São Francisco para abastecer
municípios que vão desde
o Alto Sertão, em Delmiro
Gouveia, até Piaçabuçu, ou
seja, quase a totalidade das
cidades que estão no trecho
percorrido pelos pesquisado-
res do CBHSF, disse em nota
que a qualidade da água ofer-
tadaàpopulaçãosegueobede-
cendo todos os parâmetros
sanitários de potabilidade.
“Após captada, a água
bruta é tratada antes de ser
enviadaàpopulação.Portanto,
mesmo que a água bruta
captada pelos pesquisado-
res do Comitê esteja fora do
padrão,elaétratadapelaCasal
e analisada em laboratório
antesdeserdistribuída”,infor-
mouaCompanhia,quedispõe
de Estações de Tratamento
de Água, as chamadas ETA’s,
nos municípios de Delmiro
Gouveia, Traipu, Arapiraca,
São Brás e Piaçabuçu.
Em abril de 2020, as cheias
do Rio Ipanema, afluente do
Rio São Francisco, levaram
grande quantidade
de lama, entu-
l h o e s e d i -
mentos ao São
Francisco, difi-
cultando o traba-
lho de tratamento
de água realizado
pela Casal por um
período aproxi-
mado de 10 dias na
regiãoAgreste,aten-
dida pelas ETA’s de
Traipu, Arapiraca e
São Brás. Outros fato-
res que também preju-
dicam o tratamento do
líquido é a presença de
plantas aquáticas, que
eventualmente exigem
paradas temporárias das
captações para limpeza do
espelho d’água do entorno
das bombas, tendo em vista
que esses vegetais podem
causar entupimentos e danifi-
carosequipamentosoperados
pela Companhia.
Em Piaçabuçu, município
alagoano que recentemente
sofreucomosefeitosdacunha
salina no leito do São Fran-
cisco,oabastecimentodeágua
realizado pela Casal teve de
sofrer mudanças para driblar
o alto teor de salinização no
local onde a empresa captava
o líquido. Trata-se de uma
nova captação, construída
com investimento de aproxi-
madamente R$ 1,5 milhão, em
recursos próprios da Compa-
nhia, e que entrou em opera-
ção no início de 2018.
“Essa captação fica no
povoado Penedinho, distante
mais de 6 quilômetros da
captaçãoanterior,aqualsofria
osefeitosdacunhasalina.Nos
últimos dois anos, portanto,
não tem havido problemas de
captação de água com salini-
dade nesse local. Desse modo,
a água captada pela Compa-
nhia passa normalmente por
tratamento antes de ser distri-
buída à população da zona
urbana de Piaçabuçu. Vale
frisar que existem comunida-
des rurais de Piaçabuçu que
não são atendidas pela Casal,
mas sim por sistemas opera-
dospelaPrefeituraearespeito
dos quais não temos informa-
çõessobreinfluênciadacunha
salina ou de como é e se é feito
o tratamento”, explica a nota
da Companhia, que está na
iminência de ser leiloada para
o setor privado, mesmo tendo
sidoaquartacolocadaentre27
empresas públicas de sanea-
mento, com receita maior que
a despesa, segundo dados do
Sistema Nacional de Informa-
çõessobreSaneamento(SNIS).
Mais um desmonte capitane-
ado pelos lacaios neoliberais,
entreguistas e nada patriotas
que estão no poder.
Eassim,comtodoessecená-
rio como pano de fundo, segue
o Velho Chico. Em meio a uma
série de intempéries provoca-
das pelo homem, ainda resta o
enorme desafio de conseguir
reverter esse quadro diante de
sucessivos governos que não
logramumbomgerenciamento
hídricodaságuasdaquelequeé
popularmenteconhecidocomo
Rio da Integração Nacional.
Pesam também em desfavor
do São Francisco, as previsões
nadaanimadorasdemudanças
climáticas, sobretudo na região
NordestedoBrasil:altastempe-
raturas e índices pluviométri-
cos significativamente mais
baixos face ao aquecimento
global.Valelembrarqueosúlti-
mos períodos de estiagem já
foram responsáveis por decre-
tos de emergência hídrica em
mais de 1400 cidades nordes-
tinas, um dado extremamente
alarmanteporque,numcenário
de escassez hídrica, será ainda
mais incerta a capacidade de o
rio retornar às condições mini-
mamenteideais.
Se para os governos a
missão de ter cuidado com a a
vidaeasaúdedaspessoasnãoé
exitosaemuitomenosprioritá-
ria,dadaarealidadedorioede
todos aqueles que dependem
direta e indiretamente dele, há
quemandenacontramãodisso
tudo, numa clara demonstra-
ção de resiliência, resistência
e superação para permanecer
na luta por um Velho Chico
vivo e ativo. A campanha
#VireCarranca, do próprio
CBHSF, é um bom exemplo de
conscientizaçãosobreaimpor-
tância do rio São Francisco
para milhões de pessoas. Diz
a lenda que diversos espíritos
habitam as águas do Rio São
Francisco.Paraseprotegerdos
maus espíritos e de ataques
de monstros do rio, os nave-
gadores começaram a colocar
nas proas de suas embarca-
ções imagens que remetem a
metade gente, metade animal.
São as carrancas, capazes de
afastar o mau-olhado, o azar
e as assombrações. Hoje em
dia, as esculturas ganharam o
gostopopularefazemparteda
cultura brasileira.Acesse o site
da campanha (virecarranca.
com.br), divulgue e participe,
com a certeza de que o futuro
do Velho Chico depende, cada
vez mais, de todos nós.
7O DIA DIGITAL l 28 de julho I 2020
ESPECIAL redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
Vire Carranca: a campanha
que tenta salvar o Velho Chico
EXPEDIÇÃOCIENTÍFICArealizadanoVelhoChicoemAlagoasrevelaqueoriotemfuturoincertoeseuencontrocomoAtlânticoémelancólico
OVelho Chico está perdendo as forças de quando duelava com o mar e adocicava a água salgada misturada à sua
8. 8 O DIA DIGITAL l 28 de julho I 2020
PUBLICIDADE redação 82 3023.2092
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