O documento discute o tratado "De Cura pro Mortuis Gerenda" de Santo Agostinho sobre o cuidado devido aos mortos. Nele, Santo Agostinho aborda a utilidade da oração pelos mortos, a possibilidade da aparição dos mortos aos vivos e o dia dedicado a todos os falecidos.
Este subsídio tem o objetivo de explorar profunda e exaustivamente este assunto; não sendo, de forma alguma, a última palavra num assunto tão amplo. Espera-se contribuir, assim, com os objetivos listados na lição bíblica que é: “conscientizar-se de que sem a autoridade ministerial que recebemos de nosso Senhor Jesus Cristo, jamais conseguiremos desempenhar com eficácia o serviço cristão; compreender que temos de andar de acordo com as leis do Espírito, lutando sempre com as armas espirituais; e, explicar o significado da palavra autoridade.”. Bons estudos!!!
O documento é um sermão pregado por Charles Haddon Spurgeon sobre a ressurreição dos mortos com base no versículo Atos 24:15. Spurgeon argumenta que (1) a ressurreição dos mortos era o tema central da pregação dos apóstolos, diferentemente da pregação moderna, e (2) há fortes evidências bíblicas de que haverá uma ressurreição tanto dos justos quanto dos ímpios, com base nos ensinamentos de figuras como Abraão, Jó e os profetas.
O documento discute a doutrina católica da transubstanciação na Eucaristia. Explica que durante a missa, as palavras da consagração transformam a substância do pão e do vinho no corpo e sangue de Cristo, preservando apenas os acidentes. A Igreja sempre ensinou esta doutrina, expressa no século XI pelo termo "transubstanciação". O Concílio de Latrão IV consagrou este termo para descrever o mistério da fé da presença real de Cristo na Eucarist
A Ceia do Senhor foi instituída por Jesus durante a última Páscoa judaica. Os elementos do pão e do vinho simbolizam, respectivamente, o corpo e o sangue de Cristo, que selaram a Nova Aliança. Ao participar da Ceia, celebramos a vitória de Cristo sobre o pecado e sua entrega em favor dos pecadores.
O documento descreve a instituição da Ceia do Senhor por Jesus Cristo. Em três frases:
1. Jesus Cristo instituiu a Ceia do Senhor na noite em que foi traído, pouco antes de seus sofrimentos, para armar e animar o espírito de seus discípulos naquele momento difícil e no futuro.
2. Ao tomar, abençoar, partir e distribuir o pão e o cálice, Cristo mostrou que a Ceia do Senhor é um banquete espiritual para suprir as graças dos crentes, não para empanturrar
O documento discute se Deus poderia aceitar sacrifícios humanos. Apresenta o caso de Abraão e Isaque como um teste de fé e não como um sacrifício real. Argumenta que sacrifícios humanos não fazem parte da natureza de Deus e que as doutrinas cristãs sobre o sacrifício de Jesus não encontram apoio nas Escrituras hebraicas.
O documento discute a instituição da Ceia do Senhor por Jesus durante a última Ceia, substituindo a celebração da Páscoa judaica. Ele explica os antecedentes históricos da Páscoa, seu ritual e como Jesus preparou a última Ceia, instituindo novos elementos e significados para a Igreja.
O documento discute a Ceia do Senhor. Explica que Jesus instituiu a Ceia durante a Última Ceia para comemorar sua morte como um memorial. Também discute como a Ceia era celebrada na igreja primitiva e responde perguntas como quem pode participar e o significado dos elementos.
Este subsídio tem o objetivo de explorar profunda e exaustivamente este assunto; não sendo, de forma alguma, a última palavra num assunto tão amplo. Espera-se contribuir, assim, com os objetivos listados na lição bíblica que é: “conscientizar-se de que sem a autoridade ministerial que recebemos de nosso Senhor Jesus Cristo, jamais conseguiremos desempenhar com eficácia o serviço cristão; compreender que temos de andar de acordo com as leis do Espírito, lutando sempre com as armas espirituais; e, explicar o significado da palavra autoridade.”. Bons estudos!!!
O documento é um sermão pregado por Charles Haddon Spurgeon sobre a ressurreição dos mortos com base no versículo Atos 24:15. Spurgeon argumenta que (1) a ressurreição dos mortos era o tema central da pregação dos apóstolos, diferentemente da pregação moderna, e (2) há fortes evidências bíblicas de que haverá uma ressurreição tanto dos justos quanto dos ímpios, com base nos ensinamentos de figuras como Abraão, Jó e os profetas.
O documento discute a doutrina católica da transubstanciação na Eucaristia. Explica que durante a missa, as palavras da consagração transformam a substância do pão e do vinho no corpo e sangue de Cristo, preservando apenas os acidentes. A Igreja sempre ensinou esta doutrina, expressa no século XI pelo termo "transubstanciação". O Concílio de Latrão IV consagrou este termo para descrever o mistério da fé da presença real de Cristo na Eucarist
A Ceia do Senhor foi instituída por Jesus durante a última Páscoa judaica. Os elementos do pão e do vinho simbolizam, respectivamente, o corpo e o sangue de Cristo, que selaram a Nova Aliança. Ao participar da Ceia, celebramos a vitória de Cristo sobre o pecado e sua entrega em favor dos pecadores.
O documento descreve a instituição da Ceia do Senhor por Jesus Cristo. Em três frases:
1. Jesus Cristo instituiu a Ceia do Senhor na noite em que foi traído, pouco antes de seus sofrimentos, para armar e animar o espírito de seus discípulos naquele momento difícil e no futuro.
2. Ao tomar, abençoar, partir e distribuir o pão e o cálice, Cristo mostrou que a Ceia do Senhor é um banquete espiritual para suprir as graças dos crentes, não para empanturrar
O documento discute se Deus poderia aceitar sacrifícios humanos. Apresenta o caso de Abraão e Isaque como um teste de fé e não como um sacrifício real. Argumenta que sacrifícios humanos não fazem parte da natureza de Deus e que as doutrinas cristãs sobre o sacrifício de Jesus não encontram apoio nas Escrituras hebraicas.
O documento discute a instituição da Ceia do Senhor por Jesus durante a última Ceia, substituindo a celebração da Páscoa judaica. Ele explica os antecedentes históricos da Páscoa, seu ritual e como Jesus preparou a última Ceia, instituindo novos elementos e significados para a Igreja.
O documento discute a Ceia do Senhor. Explica que Jesus instituiu a Ceia durante a Última Ceia para comemorar sua morte como um memorial. Também discute como a Ceia era celebrada na igreja primitiva e responde perguntas como quem pode participar e o significado dos elementos.
Lição 8 A morte para o verdadeiro cristãoWander Sousa
Tecnicamente a morte é o cessamento clínico, cerebral e cardíaco irreversível do organismo. Biblicamente, porém, é a separação entre o corpo e a alma. As Escrituras denotam o dom da vida como uma existência infinita e, após o evento da morte, o início de uma história eterna de comunhão com Deus.
1) O documento descreve a agonia de Cristo no jardim de Getsêmani antes de Sua crucificação, com base em um sermão de Jonathan Edwards.
2) Cristo teve terríveis visões e apreensões sobre Seus sofrimentos na cruz, o que causou um grande conflito em Sua alma.
3) Ele orou fervorosamente a Deus para que, se possível, o cálice da crucificação passasse por Ele, embora se submetesse à vontade do Pai.
1) O documento discute a festa litúrgica de Corpus Christi, que celebra a instituição da Eucaristia.
2) A festa surgiu no século XIII após visões recebidas por uma freira e um milagre eucarístico na Itália, sendo oficializada pelo Papa Urbano IV em 1264.
3) O documento também descreve a tradição dos tapetes nas ruas e a procissão onde o Santíssimo Sacramento é levado para abençoar o povo, assim como o milagre euc
A Ceia do Senhor é uma instituição estabelecida por Cristo para comemorar sua morte e selar a aliança com seus seguidores. É um memorial, um ritual de aliança selado com o sangue de Cristo, e um tempo de comunhão entre os cristãos que os une no corpo de Cristo e lhes dá esperança na sua volta.
Arrependimento para vida (charles haddon spurgeon)Deusdete Soares
1) O sermão discute o arrependimento verdadeiro versus o falso arrependimento. Muitas pessoas podem se emocionar ou se sentir convictas sob a pregação, mas não necessariamente se arrepender de verdade.
2) O arrependimento verdadeiro é aquele produzido pelo Espírito Santo e que traz vida espiritual à alma. Isso assegura a salvação eterna.
3) O texto analisa alguns exemplos de falsos arrependimentos, como o medo passageiro ou a quase-convicção, mas que não lev
O documento descreve a origem e significado da Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo (Corpus Christi). Aborda como a festa foi instituída pelo Papa Urbano IV em 1264 para celebrar a Eucaristia, após visões e milagres atestarem a presença real de Cristo nos elementos do pão e vinho. Também destaca tradições como a confecção de tapetes de flores pelos fiéis para abençoar a passagem da procissão.
Este documento é um guia de oração e reflexão para a Quaresma. Contém passagens bíblicas e orações relacionadas às 14 estações da Via Sacra, culminando na morte de Jesus na cruz. Cada estação inclui uma breve reflexão sobre o sofrimento de Cristo e lições para os cristãos.
A velha, velha história (charles h. spurgeon)Deusdete Soares
1. O pregador continua pregando sobre a mesma "velha, velha história" da expiação de Cristo, por acreditar que essa é a mensagem que Deus lhe ordenou a pregar.
2. A doutrina da expiação vicária de Cristo é simples e fácil de compreender, ao contrário de muitas teologias modernas. Cristo assumiu o lugar e o castigo dos pecadores.
3. A expiação vicária satisfaz plenamente a justiça e santidade de Deus, e traz paz à consciência do pec
1) Jesus instituiu a Eucaristia durante a Última Ceia, dizendo que o pão era seu corpo e o vinho era seu sangue.
2) A Igreja celebra a Eucaristia desde então, acreditando firmemente na presença real de Cristo após a consagração.
3) A Bíblia, incluindo São Paulo e o Evangelho de João, testemunham a presença real de Cristo na Eucaristia.
Beatos Mártires Eudistas:
Celebramos neste 02 de setembro a memória dos mártires Eudistas Francisco Luis Hébert, Francisco Lefranc e Pedro Claudio Pottier que, juntos com o padre Carlos Nicolás Ancel, cuja memória celebramos em 18 de agosto próximo passado, se conhecem como os Beatos Mártires Eudistas.
1) A transubstanciação significa que o pão e o vinho se transformam realmente no Corpo e Sangue de Cristo durante a consagração na missa, embora permaneçam com a aparência de pão e vinho.
2) A hóstia refere-se ao Cordeiro imolado (Jesus Cristo) cujo sacrifício perfeito ofereceu a vida eterna aos humanos.
3) As espécies eucarísticas usadas na missa são pão ázimo, vinho e água.
Pae ppt lição 10 a cura do paralítico de betesdagoiano
1) O documento descreve um homem paralítico que ficou 38 anos deitado à beira da piscina de Betesda esperando por uma cura. 2) Quando Jesus o viu, perguntou se ele queria ficar são e ordenou que ele levantasse a cama e andasse, curando-o instantaneamente. 3) O objetivo da lição é ensinar sobre a compaixão de Jesus e incentivar os crentes a viverem Seu amor.
LIVRO: que defende não ter o homem uma alma imortal e a inexistência do inferno. Eis alguns capítulos:1) O Homem - Sua origem, natureza e destino na morte; 2) A alma é imortal ?; 3) A imortalidade é outorgada incondicinalmente; 4) Quando será concedida a imortalidade aos justos? 5) Os mortos são conscientes?; 6) Onde estão os mortos?; 7) Os ímpios mortos estão em tormento?; 8) A doutrina do tormento eterno - uma heresia; 9) Explicação de algumas passagens difíceis em relação ao castigo futuro dos ímpios; 10) Definições de "Espírito" e "Alma"; 11) Os seres-espíritos; 12) Necromancia antiga e moderna; 13) A promessa de Cristo ao ladrão da cruz; 14) Moisés e Elias no monte da Transfiguração
O documento descreve problemas com a reverência e respeito dado à Eucaristia na Igreja Católica moderna, incluindo a distribuição da comunhão na mão e em copos descartáveis, e a colocação do Santíssimo Sacramento em locais inadequados nas igrejas. O autor argumenta que essas práticas violam as instruções do Papa Paulo VI e levam a profanações, pedindo que os bispos tomem medidas para corrigir essa situação.
Este documento resume a Primeira Epístola de Paulo aos Coríntios, incluindo seu autor (Paulo), ocasião (para responder perguntas e problemas na igreja em Corinto), data (aproximadamente 54-55 d.C.), estrutura e conteúdo (tratando de divisões, imoralidade, casamento, adoração pública e ressurreição).
Documentos Históricos do Protestantismo-Confissões de fé Abdias Barreto
As 95 Teses de Lutero questionam a venda de indulgências e a doutrina do purgatório defendida pela Igreja Católica na época. Lutero argumenta que apenas Deus pode perdoar os pecados, e que o arrependimento verdadeiro, e não indulgências ou obras, é necessário para a salvação. Ele também critica a afirmação de que indulgências garantiriam a salvação ou libertariam automaticamente almas do purgatório.
1) O documento discute as opções de cremação e enterro após a morte à luz da Doutrina Espírita, concluindo que a cremação não causa prejuízos ao espírito.
2) Também aborda a questão da doação e transplante de órgãos, definindo a morte como a destruição do corpo e não vendo problemas éticos na doação desde que não cause dano ao perispírito do doador.
3) Finalmente, resume as bem-aventuranças de Jesus como ensinamentos sobre a humildade,
Este documento apresenta um livro sobre a celebração da missa que reúne respostas a perguntas sobre vários aspectos litúrgicos. Apresenta o objetivo e processo de criação da obra, que começou com respostas individuais a perguntas e evoluiu para uma compilação em livro. Detalha a estrutura do livro com seções sobre a missa, outras celebrações, ano litúrgico, ornamentação da igreja e outros tópicos litúrgicos.
Catequese sobre a eucaristia.
Pode-se imprimir em A5, formato livreto, e distribuir pelos catequizandos e outros fiéis, e até numa estante à entrada da Igreja para os fiéis levarem para casa.
Objetivo: Aprofundar o significado da presença real de Cristo na reserva eucarística levando ao crescimento da devoção por "Jesus escondido" na Hóstia consagrada.
El documento resume las principales deidades de la mitología griega, incluyendo a Cronos, Zeus, Hera, Hestia, Deméter, Hades, Poseidón, Apolo, Atenea, Artemisa, Afrodita, Ares, Hermes, Hefaistos y Dionisio. Describe sus padres, parejas, hijos y atributos. También menciona lugares importantes como el Olimpo, el Parnaso y el lago Estigia.
Este documento resume las características del posmodernismo y la ciudad posmoderna. El posmodernismo surgió como una crítica a las ideas urbanísticas modernas que no consideraban factores culturales, económicos y sociales. Se caracteriza por recuperar elementos ornamentales del pasado y combinarlos con formas modernas. La ciudad posmoderna se distingue por su alta concentración demográfica, contaminación, presencia de arquitectura posmoderna y multiculturalismo. Algunos representantes importantes del posmodernismo son Robert Venturi, Philip Johnson y Frank Geh
Lição 8 A morte para o verdadeiro cristãoWander Sousa
Tecnicamente a morte é o cessamento clínico, cerebral e cardíaco irreversível do organismo. Biblicamente, porém, é a separação entre o corpo e a alma. As Escrituras denotam o dom da vida como uma existência infinita e, após o evento da morte, o início de uma história eterna de comunhão com Deus.
1) O documento descreve a agonia de Cristo no jardim de Getsêmani antes de Sua crucificação, com base em um sermão de Jonathan Edwards.
2) Cristo teve terríveis visões e apreensões sobre Seus sofrimentos na cruz, o que causou um grande conflito em Sua alma.
3) Ele orou fervorosamente a Deus para que, se possível, o cálice da crucificação passasse por Ele, embora se submetesse à vontade do Pai.
1) O documento discute a festa litúrgica de Corpus Christi, que celebra a instituição da Eucaristia.
2) A festa surgiu no século XIII após visões recebidas por uma freira e um milagre eucarístico na Itália, sendo oficializada pelo Papa Urbano IV em 1264.
3) O documento também descreve a tradição dos tapetes nas ruas e a procissão onde o Santíssimo Sacramento é levado para abençoar o povo, assim como o milagre euc
A Ceia do Senhor é uma instituição estabelecida por Cristo para comemorar sua morte e selar a aliança com seus seguidores. É um memorial, um ritual de aliança selado com o sangue de Cristo, e um tempo de comunhão entre os cristãos que os une no corpo de Cristo e lhes dá esperança na sua volta.
Arrependimento para vida (charles haddon spurgeon)Deusdete Soares
1) O sermão discute o arrependimento verdadeiro versus o falso arrependimento. Muitas pessoas podem se emocionar ou se sentir convictas sob a pregação, mas não necessariamente se arrepender de verdade.
2) O arrependimento verdadeiro é aquele produzido pelo Espírito Santo e que traz vida espiritual à alma. Isso assegura a salvação eterna.
3) O texto analisa alguns exemplos de falsos arrependimentos, como o medo passageiro ou a quase-convicção, mas que não lev
O documento descreve a origem e significado da Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo (Corpus Christi). Aborda como a festa foi instituída pelo Papa Urbano IV em 1264 para celebrar a Eucaristia, após visões e milagres atestarem a presença real de Cristo nos elementos do pão e vinho. Também destaca tradições como a confecção de tapetes de flores pelos fiéis para abençoar a passagem da procissão.
Este documento é um guia de oração e reflexão para a Quaresma. Contém passagens bíblicas e orações relacionadas às 14 estações da Via Sacra, culminando na morte de Jesus na cruz. Cada estação inclui uma breve reflexão sobre o sofrimento de Cristo e lições para os cristãos.
A velha, velha história (charles h. spurgeon)Deusdete Soares
1. O pregador continua pregando sobre a mesma "velha, velha história" da expiação de Cristo, por acreditar que essa é a mensagem que Deus lhe ordenou a pregar.
2. A doutrina da expiação vicária de Cristo é simples e fácil de compreender, ao contrário de muitas teologias modernas. Cristo assumiu o lugar e o castigo dos pecadores.
3. A expiação vicária satisfaz plenamente a justiça e santidade de Deus, e traz paz à consciência do pec
1) Jesus instituiu a Eucaristia durante a Última Ceia, dizendo que o pão era seu corpo e o vinho era seu sangue.
2) A Igreja celebra a Eucaristia desde então, acreditando firmemente na presença real de Cristo após a consagração.
3) A Bíblia, incluindo São Paulo e o Evangelho de João, testemunham a presença real de Cristo na Eucaristia.
Beatos Mártires Eudistas:
Celebramos neste 02 de setembro a memória dos mártires Eudistas Francisco Luis Hébert, Francisco Lefranc e Pedro Claudio Pottier que, juntos com o padre Carlos Nicolás Ancel, cuja memória celebramos em 18 de agosto próximo passado, se conhecem como os Beatos Mártires Eudistas.
1) A transubstanciação significa que o pão e o vinho se transformam realmente no Corpo e Sangue de Cristo durante a consagração na missa, embora permaneçam com a aparência de pão e vinho.
2) A hóstia refere-se ao Cordeiro imolado (Jesus Cristo) cujo sacrifício perfeito ofereceu a vida eterna aos humanos.
3) As espécies eucarísticas usadas na missa são pão ázimo, vinho e água.
Pae ppt lição 10 a cura do paralítico de betesdagoiano
1) O documento descreve um homem paralítico que ficou 38 anos deitado à beira da piscina de Betesda esperando por uma cura. 2) Quando Jesus o viu, perguntou se ele queria ficar são e ordenou que ele levantasse a cama e andasse, curando-o instantaneamente. 3) O objetivo da lição é ensinar sobre a compaixão de Jesus e incentivar os crentes a viverem Seu amor.
LIVRO: que defende não ter o homem uma alma imortal e a inexistência do inferno. Eis alguns capítulos:1) O Homem - Sua origem, natureza e destino na morte; 2) A alma é imortal ?; 3) A imortalidade é outorgada incondicinalmente; 4) Quando será concedida a imortalidade aos justos? 5) Os mortos são conscientes?; 6) Onde estão os mortos?; 7) Os ímpios mortos estão em tormento?; 8) A doutrina do tormento eterno - uma heresia; 9) Explicação de algumas passagens difíceis em relação ao castigo futuro dos ímpios; 10) Definições de "Espírito" e "Alma"; 11) Os seres-espíritos; 12) Necromancia antiga e moderna; 13) A promessa de Cristo ao ladrão da cruz; 14) Moisés e Elias no monte da Transfiguração
O documento descreve problemas com a reverência e respeito dado à Eucaristia na Igreja Católica moderna, incluindo a distribuição da comunhão na mão e em copos descartáveis, e a colocação do Santíssimo Sacramento em locais inadequados nas igrejas. O autor argumenta que essas práticas violam as instruções do Papa Paulo VI e levam a profanações, pedindo que os bispos tomem medidas para corrigir essa situação.
Este documento resume a Primeira Epístola de Paulo aos Coríntios, incluindo seu autor (Paulo), ocasião (para responder perguntas e problemas na igreja em Corinto), data (aproximadamente 54-55 d.C.), estrutura e conteúdo (tratando de divisões, imoralidade, casamento, adoração pública e ressurreição).
Documentos Históricos do Protestantismo-Confissões de fé Abdias Barreto
As 95 Teses de Lutero questionam a venda de indulgências e a doutrina do purgatório defendida pela Igreja Católica na época. Lutero argumenta que apenas Deus pode perdoar os pecados, e que o arrependimento verdadeiro, e não indulgências ou obras, é necessário para a salvação. Ele também critica a afirmação de que indulgências garantiriam a salvação ou libertariam automaticamente almas do purgatório.
1) O documento discute as opções de cremação e enterro após a morte à luz da Doutrina Espírita, concluindo que a cremação não causa prejuízos ao espírito.
2) Também aborda a questão da doação e transplante de órgãos, definindo a morte como a destruição do corpo e não vendo problemas éticos na doação desde que não cause dano ao perispírito do doador.
3) Finalmente, resume as bem-aventuranças de Jesus como ensinamentos sobre a humildade,
Este documento apresenta um livro sobre a celebração da missa que reúne respostas a perguntas sobre vários aspectos litúrgicos. Apresenta o objetivo e processo de criação da obra, que começou com respostas individuais a perguntas e evoluiu para uma compilação em livro. Detalha a estrutura do livro com seções sobre a missa, outras celebrações, ano litúrgico, ornamentação da igreja e outros tópicos litúrgicos.
Catequese sobre a eucaristia.
Pode-se imprimir em A5, formato livreto, e distribuir pelos catequizandos e outros fiéis, e até numa estante à entrada da Igreja para os fiéis levarem para casa.
Objetivo: Aprofundar o significado da presença real de Cristo na reserva eucarística levando ao crescimento da devoção por "Jesus escondido" na Hóstia consagrada.
El documento resume las principales deidades de la mitología griega, incluyendo a Cronos, Zeus, Hera, Hestia, Deméter, Hades, Poseidón, Apolo, Atenea, Artemisa, Afrodita, Ares, Hermes, Hefaistos y Dionisio. Describe sus padres, parejas, hijos y atributos. También menciona lugares importantes como el Olimpo, el Parnaso y el lago Estigia.
Este documento resume las características del posmodernismo y la ciudad posmoderna. El posmodernismo surgió como una crítica a las ideas urbanísticas modernas que no consideraban factores culturales, económicos y sociales. Se caracteriza por recuperar elementos ornamentales del pasado y combinarlos con formas modernas. La ciudad posmoderna se distingue por su alta concentración demográfica, contaminación, presencia de arquitectura posmoderna y multiculturalismo. Algunos representantes importantes del posmodernismo son Robert Venturi, Philip Johnson y Frank Geh
El documento habla sobre los desafíos que enfrentan las pequeñas empresas en la actualidad. Menciona que la pandemia ha afectado negativamente a muchas pequeñas empresas y que necesitan apoyo gubernamental para sobrevivir y seguir creando puestos de trabajo. También señala que las pequeñas empresas son un componente vital de la economía y merecen más ayuda para superar las dificultades actuales.
El resumen solicita varias prendas de vestir con frases e imágenes impresas, incluyendo buzos de distintos talles y colores con frases políticas y referencias subliminales, así como la modificación de una imagen propuesta.
El documento trata sobre la ecología como fuente del derecho ecológico. Explica que la ecología estudia las interrelaciones entre los seres vivos y su entorno, y que el derecho ecológico regula la actividad humana en relación con los ecosistemas. Incluye ramas como el derecho ambiental y de recursos naturales. Las fuentes incluyen acuerdos internacionales como la Agenda 21 y la Constitución venezolana de 1999. Finalmente, describe las relaciones del derecho ecológico con otras ramas legales como el dere
mi disertacion sobre Starkid Productions!MartiRamos
StarkidProductions es una compañía de teatro fundada en 2009 por estudiantes de la Universidad de Michigan. Se especializan en producir parodias musicales basadas en franquicias populares como Harry Potter. Sus primeras producciones incluyen Little White Lie (2007), A Very Potter Musical (2009), y A Very Potter Sequel (2010), las cuales han acumulado más de 60 millones de visitas en YouTube. Sus producciones más recientes incluyen Starship (2011).
El documento describe las lecciones de Internet que Gerardo Torres Trujillo le enseñó a su abuela Maritza Torres Galvis, de 69 años. Gerardo le enseñó durante tres horas semanales cómo crear una cuenta de correo electrónico, una cuenta de Facebook, y cómo usar YouTube. Ahora Maritza sabe usar Internet de forma independiente y está contenta de haber aprendido estas nuevas habilidades.
El documento presenta un recurso de queja contra una sentencia que confirmó la incompetencia absoluta de un tribunal del trabajo para conocer de una demanda laboral presentada por una funcionaria del Ministerio Público. El recurrente argumenta que los sentenciadores cometieron errores al interpretar que la relación laboral se rige solo por el estatuto especial y no por el Código del Trabajo, negando así la jurisdicción. Los ministros informantes sostienen que la decisión se ajusta a derecho y que la controversia debe resolverse a través de los mecanismos intern
1) The document presents a technical summary of a power flow analysis for a system consisting of 5 generating stations providing power to a collector substation through a 34.5 KV cable.
2) An initial case with 0 load found no contingency violations, allowing further analysis. A case with assumed loads of 2.5 MVA for the wind turbine and 100 MVA for other equipment found 10 contingency violations.
3) Upgrading the transformer connecting the wind turbine to 25.5 MVA eliminated contingency violations and overloads, providing a solution to safely operate the system within equipment ratings.
Pratigya Bhatnagar,B.Sc-Fashion Technology+2 years Diploma dezyneecole
This document provides a timeline of fashion history from ancient times to the present day. It is divided into sections for different eras such as Ancient World, Renaissance, Baroque and Rococo, La Belle Epoque and Jazz Age, Optimism and Youth, Swinging Sixties to Glam Rock, and Designer Decades. Each section briefly describes influential fashion styles, textiles, silhouettes, and notable figures of the time period. The timeline traces the evolution of fashion over thousands of years and highlights how styles have changed while also maintaining connections to traditions of the past.
Este documento describe la enseñanza de habilidades básicas de Internet a una mujer de 64 años llamada Guillermina Ruiz Berrocal. La autora pasó 8 sesiones de clase en 3 semanas enseñándole a Guillermina cómo crear una cuenta de correo electrónico, usar redes sociales, buscar información en Google, hacer videollamadas y descargar videos y tutoriales. Ahora Guillermina puede usar Internet de forma independiente y le gusta enseñar lo que aprendió a otras personas.
Este documento describe un proyecto de aprendizaje. Su objetivo general es fortalecer las capacidades pedagógicas de los docentes para una mejor planificación de los aprendizajes esperados. Sus objetivos específicos son comprender la planificación de proyectos de aprendizaje basados en aprendizajes fundamentales y competencias, y organizar secuencialmente las actividades de los proyectos. El documento también incluye expectativas del taller como dinámicas grupales para analizar factores que intervienen en el éxito de los proyectos.
La impresión 3D es una de las mayores tendencias tecnológicas recientes que permite generar geometrías complejas de forma rápida. Las tecnologías más populares son la fusión por deposición de materiales y las tecnologías estereolitográficas y de sinterizado selectivo por láser, que ofrecen mayor precisión y ahorro de tiempo en la impresión.
Este documento presenta una investigación sobre la aplicación del aprendizaje basado en problemas bajo el enfoque del aprendizaje significativo utilizando material impreso para mejorar el logro de aprendizaje en matemáticas de estudiantes de 4to grado en una institución educativa en Chimbote, Perú. El estudio utiliza un diseño cuasi-experimental y métodos cuantitativos para determinar si esta estrategia mejora significativamente el razonamiento, comunicación y resolución de problemas matemáticos de los estudiantes.
O documento discute a Pastoral da Esperança, que busca confortar pessoas em momentos difíceis como a perda de entes queridos. A pastoral realiza exéquias e está presente para famílias enlutadas. Também aborda a importância das orações pelos falecidos e das exéquias cristãs, assim como as diferentes etapas do processo de luto.
O documento discute a intenção original da Ceia do Senhor. Ele afirma que a intenção de Jesus era que a Ceia servisse como uma lembrança contínua de seu sacrifício na cruz pelo pecado dos homens, representado pelos símbolos do pão e do vinho. O documento também afirma que a Ceia não foi instituída como um sacrifício ou para conferir benefícios automaticamente aos comungantes.
Os Martires do Coliseu - A. J. OReilly - _.pdfEnioSilva20
O documento fornece informações sobre os direitos autorais da obra "Os Mártires do Coliseu". Contém detalhes sobre como a obra é disponibilizada gratuitamente para pesquisa e estudo, mas proíbe o uso comercial. Também apresenta a missão da equipe Le Livros de tornar o conhecimento acessível a todos.
O documento discute a reencarnação e ressurreição segundo a perspectiva espírita. Afirma que a própria ressurreição do corpo é uma forma de reencarnação do espírito e que há evidências bíblicas de que a ressurreição é do espírito, não do corpo físico. Também defende que a crença na reencarnação foi aceita pelos primeiros cristãos e só foi condenada por influência política, não por Jesus ou pela Bíblia.
O documento discute a reencarnação e ressurreição segundo a perspectiva espírita. Afirma que a própria ressurreição do corpo é uma forma de reencarnação do espírito, e que há evidências bíblicas da reencarnação de figuras como Elias em João Batista. Também defende que a ressurreição bíblica é do espírito, não do corpo, e que a reencarnação é compatível com os ensinamentos de Jesus sobre pagar todos os pecados.
O documento discute a origem dos atuais católicos carismáticos, afirmando que eles sempre existiram na Igreja Católica, sendo caracterizados por dons como cura e profecia. O movimento carismático católico atual surgiu como uma tentativa da Igreja de se adaptar após o Concílio Vaticano II, buscando atrair de volta seitas protestantes através do ecumenismo.
1. O documento apresenta a introdução de uma carta encíclica do Papa Paulo VI sobre o culto da Sagrada Eucaristia.
2. Ele destaca a importância da Eucaristia como o coração da liturgia sagrada e como um mistério de fé, não sujeito à razão humana.
3. O Papa expressa preocupação com opiniões divulgadas que perturbam a fé dos fiéis em relação aos dogmas da transubstanciação e presença real, e enfatiza que a Igreja deve seguir a dout
Etica Crista-Transplante-Transfusão de Sangue-Doação de Orgãos.pdfPecador Confesso
EXEMPLOS DE DOAÇÃO NA BÍBLIA
A Palavra de Deus contém registros de ações altruístas carregadas de amor, zelo e dedicação para com o outro. Homens e mulheres que se doaram em prol do reino de Deus e até sacrificaram suas vidas por amor as almas. Neste ponto abordaremos as ações da Igreja na Galácia, a abnegação do apóstolo dos gentios e a suprema doação de nosso Senhor e Salvador. Exemplos dignos de ser observado pelos cristãos.
PARA SABER MAIS ACESSE: WWW.PECADORCONFESSO.COM
O Exemplo dos Gálatas
A igreja na Galácia foi fundada por Paulo quando este empreendeu sua primeira viagem missionária (c. 47-48 d.C.). Na ocasião, o apóstolo sofria de
uma enfermidade não especificada na Bíblia (2 Co 12.7). Ele escreve que orou a Deus três vezes para ser curado, mas o Senhor lhe respondeu: “A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2 Co 12.9a). Ao evangelizar na região da Galácia, Paulo deixou indícios de ter sentido os efeitos da doença em sua carne e salienta que os gálatas não o desprezaram nem o rejeitaram (Gl 4.13,14). Conjectura-se por meio dessa passagem que a enfermidade de Paulo era nos olhos, ou que a doença lhe afetava a visão (Gl 6.11). Indiscutível é que para expressar o amor dos irmãos, ainda que de modo metafórico, o apóstolo fala do sentimento altruísta dos gálatas, que, se possível fora, arrancariam os próprios olhos e os doariam no intuito de amenizar o sofrimento de Paulo (Gl 4.15).
A cura e a soberania divina
Nossa Declaração de Fé, professa que “a cura divina é um ato da soberania, graça e misericórdia divina [...] e a Bíblia ensina que Deus, na sua soberania, pode permitir a doença” (SOARES, 2017, p. 179). As Escrituras ainda revelam que Deus equipou a Igreja com os dons de curar visando ao bem- estar espiritual e físico do seu povo (1 Co 12.9). O Novo Testamento ensina a oração em favor dos enfermos como uma prática e dever cristão (Tg 5.14,15). Em face dos avanços médicos e científicos, a igreja posiciona-se favoravelmente à medicina, e isso não significa falta de fé (Mt 9.12). Portanto, a oração pelos enfermos não entra em divergência com o tratamento médico Nesse sentido, não há conflito entre a soberania de Deus e a liberdade humana em fazer a doação de órgãos, pois a última palavra sempre será do Senhor que tem poder sobre a vida e a morte (Jo 10.17,18).
Para ficar mais claro, vamos para o que a Bíblia fala sobre as 5 designações do sangue:
*1- Sangue como consciência*:
*Gênesis 4:10* (Sangue fala?! 😱)
*2- Sangue como alma*:
*Levítico 17:11* (Por isso que os TJ diziam que era pecado doar sangue)
*3- Sangue como vida*:
(figura de linguagem) *Deuteronômio 12:23*
*4- Sangue como expiação do pecado*; insubstituível, único, divino:
*Mateus 26:28* (em *favor de muitos*, não todos. Mas aí é outro assunto..., vamos voltar pro assunto sangue).
*5- Sangue como parte imortal*,
Livramento da ira vindouras: *Romanos 5:9*
Portando *concluindo aqui*: se for escandalizar: *não coma carne com sangue. amém?!
1) O documento discute a importância central da doutrina do "Cristo crucificado" para o cristianismo, afirmando que é a característica principal da religião e a base para a prosperidade da Igreja.
2) A doutrina do "Cristo crucificado" é descrita como a fortaleza dos ministros e o segredo de todo o sucesso missionário, já que nada comoveu tanto os corações dos pagãos quanto a mensagem da cruz.
3) O autor argumenta que a doutrina do "Cristo crucificado" é o grande centro
1. O documento é uma carta escrita por Bezerra de Menezes endereçada a seu irmão, explicando os princípios fundamentais do Espiritismo e confrontando-os com o Cristianismo e o Catolicismo.
2. Na carta, Bezerra de Menezes defende que muitos caminhos podem levar à casa do Pai e que a salvação depende de adorar a Deus em espírito e verdade, amando o próximo.
3. Ele também discute temas como oração, missa e confissão, argumentando que
Paulo pede orações para os trabalhos evangélicos, para que sejam livres da influência de homens maus e dissolutos, justificando que a fé não é patrimônio de todos. A fé viva requer trabalho contínuo para ser mantida, não bastando a mera adesão externa ou expectativa inoperante.
A Companhia de Jesus, ordem religiosa fundada por Inácio de Loyola em 1534, tem tradição missionária de propagar a fé católica em todo o mundo. Seu espírito disciplinado pode indicar que o Papa Francisco dará continuidade a esse compromisso, enfrentando desafios como a perda de fiéis para igrejas pentecostais. A ortodoxia doutrinária exigida pela ordem também sugere defesa inabalável da fé católica durante seu pontificado.
Este documento resume os principais acontecimentos do cristianismo entre 1160-1312, incluindo os concílios de Latrão e a instituição da Inquisição para investigar hereges. Também discute doutrinas como purgatório e indulgências, e contrasta perspectivas católicas e batistas sobre perdão de pecados.
1) O documento discute a importância da adoração eucarística na Missa e fora dela, conforme os ensinamentos da Igreja.
2) É enfatizado que a presença real de Cristo na Eucaristia merece o culto de adoração reservado a Deus.
3) Alguns afirmam erroneamente que a celebração não é lugar de adoração, mas a Igreja ensina que os fiéis devem se ajoelhar durante a consagração para adorar.
1) O documento discute a história da Igreja Apostólica desde Jesus até os dias atuais.
2) Inicialmente, os seguidores de Cristo eram conhecidos simplesmente como "povo cristão".
3) O cristianismo se espalhou pelo Império Romano, apesar das perseguições, tornando-se universal.
Jesus o verdadeiro fundador da Igreja ApostólicaAutônomo
1) O documento discute a história da Igreja Apostólica desde Jesus até os dias atuais.
2) Inicialmente, os seguidores de Cristo eram conhecidos simplesmente como "povo cristão".
3) O cristianismo se espalhou pelo Império Romano, apesar das perseguições, tornando-se universal.
O documento fala sobre o Dia de Finados e a fé na ressurreição. Também comenta sobre aproveitar o tempo que Deus nos dá e que aqueles que amamos nunca morrem. Por fim, convida os leitores a acompanharem os artigos da edição.
Conselhos sobre saúde
Igreja Adventista do Sétimo Dia
Residencial Vale dos Sonhos - Goiânia - Brasil
Biblioteca Digital
Ellen Gould White (Ellen White)
I. O documento descreve como as virgens que se consagram a Deus tornam-se semelhantes aos anjos e esposas de Jesus Cristo. II. Argumenta que mesmo nesta vida as virgens são mais felizes do que as mulheres casadas, pois podem dedicar-se totalmente a Deus sem distrações mundanas.
Este documento fornece informações sobre o livro "Conselhos sobre Saúde" de Ellen G. White. Ele resume a autora, fornece detalhes sobre direitos autorais e licenciamento, e inclui links para mais informações sobre Ellen G. White e sua obra.
Semelhante a O cuidado devido aos mortos santo agostinho (20)
2. O CUIDADO DEVIDO AOS MORTOS
Por Carlos Martins Nabeto
O tratado "De Cura pro Mortuis Gerenda" (O Cuidado Devido aos
Mortos) foi escrito por Santo Agostinho em 421, como resposta a
uma consulta feita pelo bispo Paulino de Nola, a respeito da
vantagem de se sepultar um cristão junto ao túmulo de um santo.
Embora a pergunta fosse, de certa forma, simples, Santo
Agostinho aborda uma série de fatos importantes e interessantes a
respeito dos mortos, que até hoje são conservados e respeitados
pela Igreja. Entre outras coisas, fala da utilidade da oração pelos
mortos (antiquíssimo testemunho do Purgatório, ainda que tal
palavra não apareça), a possibilidade da aparição dos mortos aos
vivos (através do ministério dos anjos ou por permissão direta de
Deus), a oração dos santos falecidos a nosso favor, o dia que a
Igreja dedica a todos os falecidos (Dia de Finados), etc.
É obrigatória a leitura desta obra por todos os cristãos de boa
vontade; podemos crer que, se Lutero e Calvino - grandes
admiradores de Santo Agostinho - tivessem lido este tratado com o
cuidado que merece (se é que tiveram acesso a ele), certamente o
protestantismo não teria se afastado tanto da belíssima doutrina
da Comunhão dos Santos, verdade bíblica conservada desde o
princípio pela Igreja de Cristo. Contudo, podemos louvar a Deus
pelo fato de algumas igrejas cristãs - principalmente entre os
luteranos, anglicanos e reformados - estarem, aos poucos,
resgatando essa verdade, como podemos depreeender das
recentes declarações conjuntas a respeito de Maria e a Comunhão
dos Santos.
3. O CUIDADO DEVIDO AOS MORTOS - PARTE I
Por Santo Agostinho
Tradução: Carlos Martins Nabeto
CAPÍTULO I
Caríssimo Paulino, meu irmão no Episcopado: há muito devo-te
uma resposta... Devo-a desde que me enviaste uma carta - através
dos familiares da nossa piedosíssima irmã, Flora - onde me
perguntavas se o cristão lucra algo para si se for sepultado
próximo à sepultura de algum santo. Essa questão fora-te feita
pela própria viúva que acabo de citar, em razão do seu falecido
filho, enterrado em alguma parte da sua capela. Para a consolar,
disseste que tal voto já havia se concretizado para o seu jovem
filho, Cinérgio, em razão do carinho que a mãe nutre para com seu
filho, pois fora ele sepultado na Basílica do bem-aventurado Félix,
confessor da fé.
Tendo os mensageiros trazido a carta de resposta a Flora,
aproveitaste para me interrogar por escrito sobre tal prática,
pedindo o meu parecer sem esconder o que sentes.
Como me dizes, achais que não é coisa vã o sentimento que leva
pessoas fiéis e religiosas a tomarem tal cuidados com os seus
falecidos. Adiantas, ainda, que não é sem motivo que a Igreja
universal mantém o costume de orar pelos mortos. Assim, pode-se
concluir que é útil para o homem, após sua morte, ter uma
sepultura desse gênero, providenciada pela piedade [de seus
familiares], onde possa contar a proteção dos santos.
Caro Paulino: consideras que, caso a opinião que diz ser útil
sepultar os entes queridos junto à sepulturas de santos seja
verdadeira, então existe uma controvérsia com relação às palavras
do Apóstolo que diz: "Todos nós certamente nos apresentaremos
diante do tribunal de Cristo, para recebermos a retribuição de
4. acordo com aquilo que fizemos durante nossa vida corporal, seja
para o bem ou para o mal"1
De fato, a sentença do Apóstolo exorta-nos que é antes da morte
que podemos fazer o que seja útil para depois dela e não depois
que ela ocorre, quando recolhemos os frutos que praticamos
durante a vida.
A questão então é resolvida da seguinte maneira: enquanto
vivemos neste corpo mortal, há uma certa forma de viver que
permite, após a morte, obter certo alívio através das obras pias
feitas em seu sufrágio. Porém, tal ajuda será proporcional ao bem
que cada um de nós fizemos durante a vida.
Para alguns, tais auxílios são totalmente inúteis, pois a conduta
destes durante a vida foi tão má que simplesmente se tornaram
indignos de os aproveitarem. Também existem outros que viveram
de forma tão irrepreensível que não têm necessidade desses
socorros. Assim, é através do modo de vida que cada um levou
durante a existência corpórea, que se determina a utilidade ou
inutilidade desses auxílios que lhes são piedosamente dedicados
após a morte. Se o mérito da proveitosidade foi nula durante a
vida, permanecerá estéril também após a morte.
Contudo, isso não significa que a Igreja e os fiéis perdem seu
tempo, ao inspirar, pela religião, o piedoso cuidado aos defuntos -
ainda que seja verdade que cada um receberá de acordo com o
que praticou de bom ou de mau durante a sua vida, já que o
Senhor retribui a cada um conforme as suas obras; logo, para que
o cuidado tomado em relação a um ente querido seja-lhe útil após
sua morte, é necessário que essa pessoa tenha adquirido a
faculdade de torná-lo útil ainda durante o tempo em que viveu no
seu corpo.
Esta resposta seria suficiente para a pergunta que me fizeste, mas
creio que ela acaba gerando outras questões que preciso também
abordar. Peço-te, assim, atenção! Lemos, no livro dos Macabeus2,
que foi oferecido um sacrifício pelos mortos. Ainda que não
5. encontremos em qualquer outra parte do Antigo Testamento uma
outra referência a esse respeito, não podemos substimar a
autoridade da Igreja universal, que manifesta esse costume, pois,
nas preces que o sacerdote dirige ao Senhor Deus junto ao altar,
existe espaço especialmente reservado para a encomendação dos
falecidos.
CAPÍTULO II
Convém examinar se o lugar onde alguém foi sepultado exerce
alguma influência sobre a alma. Mas, primeiro, vejamos se existe
algum efeito o fato de deixar um corpo sem sepultura, seja para o
início ou para o aumento das penas no além. Julguemos, pois, esta
questão fundamentando-se nas Sagradas Escrituras da nossa
religião e não conforme a crendice popular.
Não devemos crer, como lemos em Virgílio, que os mortos
insepultos não podem navegar nem atravessar na barca do rio do
Hades, confome esta passagem da Eneida: "Não lhes é permitido
passar para além dessas horríveis margens e desse rio de ruído
assustador, até que seus ossos não recebam uma morada
tranquila"3.
Que inteligência cristã poderia crer em tais fábulas e ficções se o
próprio Senhor Jesus, ao tranquilizar os cristãos que viriam a cair
nas mãos e poder de seus inimigos, afirmou que nenhum só fio de
cabelo de sua cabeça se perderá4 e os exortou a não temer
aqueles que matam o corpo e nada mais podem fazer [contra a
alma]5?
Já falei muito sobre isso no primeiro livro da minha obra "A Cidade
de Deus"6, para calar a boca dos pagãos que nos acusam, como
cristãos que somos, como responsáveis pelas devastações
promovidas pelos bárbaros, especialmente aquelas sofridas por
Roma, e alegam que Cristo não nos socorreu nessa ocasião. Ao
explicarmos que Cristo acolheu as almas dos fiéis conforme o
mérito de sua fé, eles nos insultam dizendo que muitos cadáveres
6. ficaram sem sepultura. Eis o que trato a esse respeito - quanto ao
lugar do sepultamento - na citada obra:
"Naquela espantosa quantidade de cadáveres, quantos fiéis devem
ter ficado sem sepultura? Contudo, tal infortúnio é pouco temido
pela fé viva, que tem por certa que os animais nada podem fazer
contra a ressurreição dos corpos de suas vítimas e delas não
perecerá um só fio de cabelo da cabeça7. A Verdade afirmaria:
'Não temais aquele que mata o corpo e não pode matar a alma'8,
se a engenhosa crueldade dos assassinos pudesse eliminar nos
corpos dos inimigos a semente da vida futura? Haveria alguém tão
insensato que acreditasse que os inimigos não devem ser temidos
antes da morte, mas apenas depois, por privá-lo de uma sepultura?
Se fosse possível fazer tal mal aos cadáveres, então as palavras de
Cristo: 'não temais aquele que mata o corpo e não pode matar a
alma' seriam falsas. O quê? As palavras da Verdade falsas? Que se
afaste de nós tamanha blasfêmia! Está escrito que os assassinos
dispõem de tal poder no momento de matarem porque o corpo é
sensível ao golpe da morte, mas, em seguida, nada mais podem
fazer pois o cadáver é desprovido de qualquer sensibilidade. É
verdade que a terra não recebeu o corpo de grande quantidade de
cristãos, mas, mesmo assim, ninguém separou a terra do céu, pois
ela está cheia da presença d'Aquele que sabe de onde chamar à
vida para aquilo que criou. Bem diz certo Salmo: 'Deram os corpos
de teus servos como pasto para as aves do céus e as carnes dos
teus santos aos animais da terra. Derramaram o sangue deles como
água à roda de Jerusalém e não havia quem os sepultasse'9. Mas o
Salmista diz isso mais para exagerar a crueldade dos carrascos do
que para lamentar o infortúnio das vítimas. 'É preciosa aos olhos
do Senhor a morte dos seus santos'10. Assim, as providências
quanto ao funeral, a escolha da sepultura, a pompa do enterro,
etc., é mais consolo para os vivos do que alívio para os mortos. O
quê? Poderiam os ímpios se aproveitarem das honras fúnebres? Se
sim, realmente seria um infortúnio para o justo possuir uma
sepultura pobre ou até mesmo não a possuir. Se para os olhos dos
homens grande número de escravos realiza magnífico cortejo
fúnebre para o rico impiedoso11, brilham muito mais para os olhos
de Deus as exéquias que o ministério de anjos ofereceram ao
7. pobre Lázaro, todo coberto de úlceras. Para seus restos mortais,
não foi erguido um túmulo de mármore, mesmo assim, foi levado
para o seio de Abraão. Vejo rindo aqueles contra quem defendo a
Cidade de Deus... Contudo, até mesmo seus próprios filósofos
menosprezaram a preocupação com o sepultamento e, muitas
vezes, exércitos inteiros pouco se preocuparam com o lugar onde
seus corpos haveriam de jazer - ao morrerem por sua pátria -,
mesmo sabendo que os animais se alimentariam deles. Desta
forma, puderam os poetas dizer, com aplausos: 'A quem faltou o
sepulcro, o céu serve de proteção'12. Portanto, que loucura é essa
de ultrajar os cristãos por terem deixado corpos insepultos, se aos
fiéis foi prometido que a carne e os membros - deixados sobre a
terra ou dispersos pelo interior de outros elementos - hão de
retornar à vida, num piscar de olhos, sendo restituídos à anterior
integridade, como foi prometido por Deus?13".
CAPÍTULO III
Mesmo assim, isso não é justificativa para abandonar sem cuidados
os despojos dos falecidos, principalmente dos justos e fiéis, que
são órgãos e instrumentos do espírito para toda boa obra. Se a
roupa, o anel ou qualquer outro objeto pertencente ao pai é
precioso para os filhos, muito mais terna é a piedade filial. Acaso
o corpo não merece mais cuidados por estar muito mais
intimamente ligado a nós do que a roupa, seja ela qual for? Logo,
o corpo não é mero ornamento exterior do homem, mas parte de
sua natureza humana. Este é o verdadeiro motivo dos deveres de
piedade solenemente prestados aos antigos justos, a pompa de
suas exéquias, os cuidados com suas sepulturas e as ordens que
eles mesmos, quando vivos, davam a seus filhos, para sepultá-los
ou transladá-los uma vez mortos14.
De acordo com o testemunho do anjo, Tobias atrai sobre si as
bênçãos de Deus devido a seu cuidado para com os mortos15. O
próprio Nosso Senhor, que ressuscitará no terceiro dia, divulga a
boa ação da santa mulher que lhe unge com precioso perfume,
como que para sepultá-lo antecipadamente16. Também o
Evangelho recorda com louvores aqueles que receberam
8. piedosamente o Corpo, à descida da cruz, cobrindo-o com o
sudário e depositando-o no sepulcro17.
De forma alguma, tais exemplos não provam que os cadáveres
conservam algum tipo de sensibilidade. Mas provam que a
Providência de Deus vela os despojos dos falecidos e esses deveres
de piedade lhe são agradáveis, por demonstrarem a fé na
ressurreição.
Além disso, existe salutar ensinamento para nós: ainda que Deus
retribua abundantemente as nossas esmolas prestadas a criaturas
vivas e dotadas de sensibilidade, também aos olhos de Deus nada
se perde pela nossa caridade prestada aos restos inanimados dos
homens.
É certo que os santos patriarcas deixaram, por inspiração profética
do Espírito, outras recomendações sobre o sepultamento e a
transladação de seus corpos, porém, não é oportuno
aprofundarmos em tais mistérios neste momento. Basta, então, o
que acabamos de dizer.
Se é verdade que a falta de coisas necessárias para a manutenção
da vida - como o alimento e o vestuário - são provações cruéis,
mas impotentes contra a corajosa paciência do homem virtuoso,
longe de afastar a piedade do seu coração, como poderia, então,
que a falta das solenidades fúnebres costumeiras, perturbasse o
repouso de tal alma na santa e bem-aventurada mansão? "E que os
últimos deveres tenham faltado aos cristãos na desolação de Roma
ou de outras cidades, isto pouco importa: não foi falta dos vivos,
que nada puderam fazer; nem infortúnio para os mortos, que nada
puderam sentir"18.
Tal é a minha opinião sobre a causa e a razão de ser das
sepulturas. Se extraí essa passagem de algum dos meus livros para
colocá-la aqui, é porque me pareceu mais simples retomá-la do
que exprimir em outras palavras as mesmas idéias.
CAPÍTULO IV
9. Como esses princípios acima elencados são justos, não deixa de ser
marca dos bons sentimentos do coração humano escolher para
seus entes queridos que serão sepultados um lugar próximo aos
túmulos dos santos.
Já que o sepultamento é, por si mesmo, uma obra religiosa, a
escolha do local não poderia ser estranha ao ato religioso. É
consolo para os vivos, uma forma de testemunhar sua ternura para
com os familiares desaparecidos. Não enxergo, porém, como os
mortos podem encontrar aí alguma ajuda, a não ser quando o
lugar onde descansam é visitado e são encomendados, pela oração
[dos visitantes], à proteção dos santos junto ao Senhor. Contudo,
isso pode ser feito ainda quando não é possível sepultá-los em tais
lugares santos...
Se é verdade que denominam de "Memorial" ou "Monumento" aos
sepulcros vistosamente construídos, fazem-no, na verdade, para
trazer à memória aqueles que, pela morte, foram subtraídos aos
olhos dos vivos. Isto é feito para que as pessoas continuem a se
lembrar deles, para que não aconteça de, tendo sido retirados da
presença dos vivos, também sejam retirados do coração pelo
esquecimento. Aliás, o termo "Memorial" indica claramente esse
sentido de recordação, da mesma forma como "Monumento"
significa "o que traz à mente", ou seja, o que a faz recordar. Eis o
motivo pelo qual os gregos chamam de "mnemeion" ao que
chamamos de "memoria" ou "monumentum". Na língua deles,
"mnème" significa "memória", a faculdade com a qual recordamos.
Assim, quando o pensamento de alguém se concentra sobre o lugar
onde o corpo de um ente querido jaz e esse local esteja
consagrado pelo nome de um mártir venerável, então a afeição
amorosa recorda-se e reza, recomendando o falecido querido a
esse mártir.
Não se pode duvidar de que essas súplicas, feitas pelos fiéis em
nome dos seus caros defuntos, são úteis a estes caso apenas
tenham merecido - durante a vida - beneficiar-se após a morte.
Ainda que se suponha que alguma circunstância impediu o
10. sepultamento ou que não foi dada a autorização para sepultar num
desses locais sagrados, não será por isso que deveremos
negligenciar as orações pelos falecidos.
A Igreja tomou para si o encargo de orar por todos aqueles que
morreram dentro da comunhão cristã e católica. Ainda que não
conheça todos os nomes [de seus fiéis defuntos], ela os inclui
numa comemoração geral19. Dessa forma, aqueles que não
possuem mais pais, filhos ou outros parentes e amigos para auxiliá-
los, são amparados pelo sufrágio dessa piedosa Mãe comum.
Julgo, porém, que caso esses sufrágios pelos mortos sejam feitos
sem verdadeira fé e piedade, de nada valeria ao espírito deles que
seus corpos sem vida se encontrassem sepultados nos lugares mais
santos.
CAPÍTULO V
Aquela mãe cristã de que me falaste desejou que o corpo de seu
filho fosse depositado na basílica de um mártir por ter aquele
expirado na fé. É que ela acreditava que a alma do finado poderia
ser ajudada pelos méritos desse mártir. Essa fé, a seu modo, já
era uma súplica; e súplica útil, se admitirmos isso, à medida em
que voltar o seu pensamento frequentemente em direção a esse
túmulo e, cada vez mais, recomendar o filho em suas orações... e
é isto o que realmente será útil para a alma do finado. O que vale
não é o lugar onde o corpo está enterrado, mas a viva afeição da
mãe, revivificada pela lembrança desse lugar. A isso, devemos
acrescentar que o objeto de sua afeição e o pensamento do santo
protetor contribuirão bastante para tornar mais fecunda sua
oração e piedade.
Ocorre que aqueles que oram impõem a seus membros uma
posição condizente com a oração: ajoelham-se, estendem as
mãos, prostram-se no chão e praticam outros gestos do gênero. É
certo que Deus conhece-lhes a verdade oculta e a intenção do
coração, e não tem a necessidade desses sinais sensíveis para
penetrar no íntimo da consciência humana. Entretanto, é por essas
11. demonstrações que a pessoa estimula-se a si mesma a orar e
gemer com mais humildade e fervor. Ainda que os gestos corporais
não se produzam sem o movimento interior da alma, esses atos
externos e invisíveis aumentam - não sei como - o ato interior e
invisível.
Ainda que estivesse impedido ou impossibilitado de os realizar com
seus próprios membros, isso não imcapacitaria o homem interior
de orar. Deus o vê, contrito e arrependido, prostrar-se no
santuário secreto do seu coração.
De forma análoga, podemos dizer que o local de sepultamento é,
por certo, de grande importância para aquele que encomenda a
Deus a alma do morto querido, desde que a oração seja vivificada
pelo espírito interior, já que foi o sentimento interno do coração
que escolheu com antecedência o lugar santificado para o
sepultamento. E esse local, após receber o corpo, renova e
aumenta o sentimento interior, que foi o princípio de tudo, pelas
lembranças que suscita.
Contudo, se tão piedosa pessoa não consegue sepultar aquele que
ama no lugar onde desejaria por inspiração cristã, ela não deve,
por isso, suprimir as orações necessárias para a encomendação do
defunto. Pouco interessa se aqui ou ali está um corpo sem vida: o
essencial é que a alma encontre seu repouso. Deixando este
mundo, ela leva conscientemente consigo o tipo de sorte que lhe
está reservada, se a felicidade ou o infortúnio.
Não é da carne que a alma espera ajuda para a sua vida futura. É
ela que lhe comunicava a vida na terra. Ao partir, ela retirou a
vida; ao voltar20, a devolveria. É a alma que prepara para a carne
o que lhe será devido no momento da ressurreição, e o corpo ela o
fará revivificar, seja para o castigo ou para a glória.
CAPÍTULO VI
Lemos na "História Eclesiástica" de Eusébio, escrita em grego e
traduzida para o latim por Rufino, o seguinte acontecimento: na
12. Gália, os corpos dos mártires de Lião foram atirados aos cães. A
carne e os ossos que restaram foram reduzidos a cinzas, até a
última parcela, e foram jogadas finalmente no rio Ródano, para
que não sobrasse nada de sua memória.
Ora, devemos crer que se Deus permitiu tal destruição é para
demonstrar aos cristãos que, ao confessarem a Cristo,
desprezando esta vida, os mártires devem desprezar ainda mais a
sepultura, pois se a detestável crueldade com que foram tratados
os corpos desses mártires pudesse afastar do bem-aventurado
repouso a alma vitoriosa, Deus certamente não o teria permitido.
Está bem claro o que o Senhor afirmou: "Não temais os que matam
o corpo e depois nada mais podem fazer"21. Isso não significa que
os perseguidores perderiam o poder sobre o corpo dos fiéis após a
morte, mas ainda que detivessem tal poder, nada mais podiam
fazer para diminuir a felicidade das suas vítimas, pois já não
podiam atingir a vida consciente delas no além-túmulo e também
não podiam danificar mais os próprios corpos, do ponto de vista da
integridade da sua ressurreição.
1cf. 2Cor 5,10.
2cf. 2Mc 12,43.
3Virgílio, "Eneida" VI,327-328: "Nec ripas datur horrendas, nec
rauca fluenta transportare prius quam sedibus ossa quierunt".
4cf. Mt 10,30.
5cf. Lc 12,4.
6cf. Sto. Agostinho, "A Cidade de Deus" I,12-13.
7cf. Lc 21,18.
8cf. Mt 10,28.
9cf. Sl 78,2-3.
10cf. Sl 115,15.
11v. Lc 16,22.
12Lucano, "Farsália",VIII: "Coelis tegitur, qui non habet urnam".
13cf. 1Cor 15,52.
14cf. Gn 25,9; 35,29; 47,30; 50,2.13.
15cf. Tb 2,9; 12,12.
16cf. Mt 26,10-13.
17cf. Jo 19,38-42.
13. 18Sto. Agostinho, "A Cidade de Deus" I,12-13.
19Clara menção à Missa de Finados.
20Através da ressurrreição.
21Lc 12,4.
CAPÍTULO VII
Existe no coração humano um sentimento natural que não permite
ninguém detestar sua própria carne21. Assim, se alguém vem a
saber que, após sua morte, seu corpo não receberá as honras de
sepultura, conforme o costume da cada raça e nação, sente-se
perturbado como homem. Teme que seu corpo, antes da morte,
não atinja o destino pretendido após a morte.
É isto que lemos no livro dos Reis22, quando Deus envia um
profeta a outro profeta (um homem de Deus) que havia
transgredido a Sua Palavra, para anunciar-lhe que seu corpo, como
castigo, não seria levado à sepultura de seus pais. Eis o que diz as
Escrituras: "Aquele profeta disse ao homem de Deus que tinha
vindo de Judá: 'Eis o que diz o Senhor: porque não obedeceste à
Palvra do Senhor e não guardaste o mandamento que o Senhor,
teu Deus, havia te imposto, voltando e comendo pão e tomando
água, o teu cadáver não será levado ao sepulcro de teus pais'".
Medindo a importância desta punição em relação ao Evangelho -
onde está escrito que, estando morto o corpo, os membros nada
devem temer - não podemos dizer que isso tenha sido uma
punição, exceto se considerarmos o amor que todo homem tem
por sua própria carne: o profeta, em vida, com certeza sentiu
temor e tristeza com a idéia de um tratamento que não poderia
sentir após a morte. E era justamente essa a sua punição; esse
sentimento de dor diante da idéia do que sofreria o seu corpo,
ainda que, de fato, não viesse a sofrer em absoluto no momento
em que a ameaça se concretizasse.
Ora, o Senhor quis apenas punir a desobediência do seu servo, não
por má vontade, mas por ter sido enganado pela mentira de um
outro profeta. Não se pode pensar que a mordida da fera selvagem
14. o tenha matado para que a sua alma fosse lançada no Inferno, pois
o mesmo leão que o agredira montou guarda de seu corpo, sem
fazer mal algum ao jumento que assistia destemidamente ao
funeral do seu dono, ao lado da terrível fera. Esse fato notável é
sinal de ter sofrido o profeta tal morte como castigo temporal e
não como punição eterna.
O Apóstolo lembra que muitos são punidos com doença ou morte
por causa de seus pecados, fazendo esta observação: "Se nos
examinássemos a nós mesmos, não seríamos julgados; mas com
seus julgamentos, o Senhor nos corrige, para que não sejamos
condenados com o mundo"23.
O velho profeta, que enganara o homem de Deus, sepultou-o com
muita honra e tomou os procedimentos necessários para que, mais
tarde, ele mesmo fosse sepultado junto a aquele. Esperava que
aqueles ossos encontrariam graça quando chegasse o tempo em
que, conforme a profecia do homem de Deus, Josias, rei de Judá,
exumaria os ossos de muitos mortos para profanar com eles os
altares sacrílegos erguidos aos ídolos. Contudo, passados mais de
300 anos, Josias poupou o sepulcro onde havia sido enterrado o
homem de Deus que predissera esse fato. E, assim, graças a esse
homem de Deus, a sepultura do profeta que o enganara não foi
violada.
O efeito que leva alguém a odiar a própria carne24, o havia feito
prever o destino do seu corpo, mesmo tendo matado sua alma por
uma mentira. Cada um ama sua própria carne por instinto. Assim,
um profeta sofreu à idéia de que não iria repousar no sepulcro de
seus pais e o outro tomou o cuidado de prover à segurança de seus
ossos, fazendo-se enterrar em sepulcro que ninguém haveria de
violar.
CAPÍTULO VIII
Porém, os mártires venceram esse apêgo ao próprio corpo, em sua
luta pela verdade. Não é de surpreender que tenham desprezado
as honras reservadas aos seus despojos. Só estariam insensíveis a
15. elas após a morte, pois enquanto viviam e tinham sensibilidade,
não se deixaram vencer pelo suplício.
O Senhor não permitiu ao leão tocar no cadáver daquele homem
de Deus, morto por essa mesma fera assassina que logo depois se
tornou seu guardião25. Do mesmo modo, Deus poderia, se
quisesse, ter afastado os cadáveres de seus fiéis dos cães aos quais
foram jogados. Ele poderia, de mil maneiras, dominar a crueldade
dos carrascos, impedindo-os de queimar aqueles corpos e dispersar
suas cinzas. Porém, foi necessário que essa provação se
acrescentasse ainda à múltipla diversidade das tribulações, a fim
de que a firmeza da ferocidade da perseguição, armada contra o
corpo deles, não temesse diante da privação das honras fúnebres
do sepultamento.
Em outras palavras: era necessário que a fé na ressurreição não
fosse abalada pela destruição do corpo. Logo, todas essas
provações foram permitidas para que os mártires, após
demonstrarem tão grande coragem nos sofrimentos, se tornassem
ainda mais fervorosos para confessar a Cristo, tornando-se
testemunhas também desta verdade: os que matam o corpo, nada
mais podem fazer26. Qualquer que seja o tratamento imposto aos
corpos sem vida, em nenhum efeito resultará pois sendo o corpo
desprovido de vida, que se separou dele, nada mais pode sentir. E
aquele que o criou nada pode perder.
Mas enquanto tratavam com tanta crueldade os corpos das vítimas
- e os mártires suportavam com grande coragem tais tormentos -
entre os irmãos erguia-se grande lamentação. Estavam aflitos por
não terem a liberdade para prestar os deveres fúnebres aos
santos, como é de justiça. A vigilância dos guarda proibia-os de
subtrair às escondidas algum resto mortal desses mártires, como
nos atesta a mesma História27.
Após sua morte, os mártires não padeciam mais nenhum
sofrimento, nem mesmo do esfacelamento dos seus membros, nem
das chamas que transformaram em cinzas os seus ossos, e nem da
dispersão destas cinzas. Mas os cristãos eram atormentados por
16. grande dor e piedade por não poderem sepultar a mínima porção
de suas relíquias. Eles sentiam em sua misericordiosa compaixão
todos os sofrimentos que aqueles mortos não mais podiam
experimentar.
CAPÍTULO IX
Foi graças a esse sentimento de misericordiosa compaixão, que
acabo de citar, que o rei Davi louvou e bendisse aqueles que
caridosamente forneceram uma sepultura aos ossos secos de Saul e
Jônatas28.
Mas que tipo de caridade se pode testemunhar para com aqueles
que nada mais sentem? Seria, por acaso, retornar àquela
concepção de que os falecidos privados da sepultura não podem
cruzar o rio do Hades29? Rejeitamos essa idéia contrária à fé
cristã! De outra maneira, teríamos que considerar que o pior
castigo imposto aos mártires fora justamente o fato de terem sido
privados da sepultura e, nesse caso, a Verdade os teria enganado
ao dizer: "Não temais aqueles que matam o corpo e depois disso
nada mais podem fazer"30, pois seus perseguidores teriam
conseguido impedir-lhes de chegar à morada tão desejada.
Isso tudo é de uma falsidade evidente: os fiéis nada sofrem por
estarem privados da sepultura da mesma forma como os infiéis
nada aproveitam por a receberem.
Perguntemo-nos, então, por que aqueles que enterraram Saul e
seu filho Jônatas foram louvados, por executarem uma obra de
misericórdia, e abençoados pelo piedoso rei Davi31...
Ocorre que os corações piedosos obedecem a uma boa inspiração
quando, levados pelo sentimento de que "ninguém odeia a própria
carne"32, sofrem ao verem os cadáveres dos outros receberem
maus cuidados, pois não gostariam que seu próprio corpo sem vida
recebessem tal tratamento. E o que desejam que lhes
proporcionem quando não mais existirem, cuidam de proporcionar
17. aos que já não existem, enquanto eles mesmos ainda gozam dos
sentidos.
21cf. Ef 5,29.
22cf. 1Rs 13,21-22.
23cf. 1Cor 11,31-32.
24v. nota 21.
25cf. 1Rs 13,24.
26cf. Lc 12,4.
27Eusébio de Cesaréia, "História Eclesiástica" V,1,61.
28cf. 2Sm 2,4-6.
29Virgílio, "Eneida" VI.
30v. nota 26.
31v. nota 28.
32v. nota 21.
CAPÍTULO X
Também nos são relatadas várias aparições, que não podemos
neglengenciar de abordar na presente dissertação.
Fala-se que certos falecidos manifestaram-se a pessoas vivas
durante o sono ou através de outro modo. E à essas pessoas, que
ignoravam o lugar onde jazia os cadáveres insepultos, os mortos
indicavam os lugares e pediam para que lhes providenciasse a
sepultura da qual foram privados.
Dizer que tais visões são falsas parece-nos afrontar e contradizer
testemunhos escritos de alguns autores cristãos, bem como a
íntima convicção que têm as pessoas que testemunharam tais
fatos. Eis, portanto, a resposta mais sensata: não é necessário
pensar que os falecidos agem na realidade, quando parecem dizer,
indicar ou pedir em sonho aquilo que nos é relatado, pois muitas
vezes as pessoas vivas também aparecem em sonhos, sem disso
terem consciência. E será dessas mesmas pessoas a quem
apareceram nos sonhos que saberemos terem dito ou feito tal ou
tal coisa durante a visão... Portanto, alguém pode me ver, durante
o sonho, anunciando certo acontecimento passado ou predizendo
18. um fato futuro, sendo que eu mesmo ignore totalmente a coisa,
sem poder questionar o próprio sonho que o outro teve, ou se ele
estava acordado enquanto eu dormia, ou se ele dormia enquanto
eu estava acordado, ou se nós dois estávamos dormindo ou
acordados ao mesmo tempo ao ter ele o sonho em que me via.
Logo, o que há de estranho nos vivos verem os mortos em sonhos,
que nada sabem ou sentem, dizendo certas coisas que, ao
acordarem, percebem que são verdadeiras? Eu estou mais
inclinado a crer na mediação dos anjos, que receberiam do alto a
permissão ou a ordem de se manifestarem em sonhos para indicar
os corpos a serem enterrados, sendo que aqueles que viveram
nesses corpos tudo ignoram a esse respeito.
Essas aparições podem ter sua utilidade, seja para o consolo dos
vivos - que vêem a imagem dos seus falecidos queridos - seja para
recordar aos homens o dever de humanidade que é o sepultamento
dos falecidos. Isso não traz auxílio para os mortos, mas a sua
negligência poderia ser classificada de impiedade culposa.
Algumas vezes ocorrem visões que levam a cometer erros
grosseiros aqueles que as tiveram. Imaginemos alguém que teve o
mesmo sonho que Enéas33... O poeta afirma ter visto no Inferno,
em visão poética e falaciosa, a imagem de um morto que não fora
sepultado e põe a mensagem na boca de Palinuro; e quando Enéas
acorda, procura e encontra o corpo do defunto no exato lugar em
que jazia, como soubera pelo aviso que teve no sonho, e o sepulta
conforme o pedido que recebera no mesmo sonho. Como a
realidade era igual à que teve no sonho, passou a crer que é
necessário sempre enterrar os mortos para que seja permitido às
almas atingirem a sua última morada. Sonhou, assim, que as leis
do Inferno nos impedem de entrar na morada eterna enquanto os
nossos corpos não recebem uma sepultura. Ora, se algum homem
adotar tal crença, não estará ele se afastando demais do caminho
da Verdade?
CAPÍTULO XI
19. O homem é tão fraco que crê que viu a alma de alguém caso este
morto lhe apareça em sonho. Mas se sonha com uma pessoa viva,
fica-se demonstrado que não viu nem o corpo nem a alma dela,
mas somente a sua imagem, como se os mortos não pudessem
aparecer do mesmo modo que os vivos, sob a forma de imagens
semelhantes.
Eis a narração de um fato que ouvi em Milão: certo credor
reclamava o pagamento de um dívida e exibia a cautela assinada
por um senhor recém-falecido ao seu filho, que ignorava que o pai
havia efetuado o pagamento do empréstimo [antes de falecer]. O
jovem, muito aborrecido, estranhava o fato de seu pai não ter-lhe
falado nada sobre a existência dessa dívida, embora o testamento
tenha sido feito. Em sua extrema angústia, eis que vê o seu pai
aparecer-lhe em sonho indicando o lugar onde se encontrava o
recibo que anulava a cautela; ao encontrar o recibo, mostrou-o ao
credor e anulou a reclamação mentirosa, recuperando o
documento assinado que não fora devolvido a seu pai quando do
pagamento da dívida.
Eis aí um fato em que se supõe que a alma do defunto tenha se
preocupado com o seu filho, vindo a seu encontro enquanto
dormia, para avisar-lhe o que este ignorava, livrando-o de uma
séria preocupação.
Praticamente na mesma época em que me contaram esse fato,
enquanto eu ainda residia em Milão, aconteceu a Eulógio, ótimo
professor de Cartago e meu discípulo nessa arte, como ele mesmo
me recordou, o seguinte acontecimento (que ele próprio me
narrou quando retornei à África): ele estava fazendo um curso
sobre as obras de Cícero e preparava uma lição sobre certa
passagem obscura que não conseguia compreender. Tal
preocupação não o deixava dormir, mas eis que, de repente, eu
lhe apareço durante o sono e explico-lhe as frases que lhe eram
incompreensíveis. Ora, certamente não era eu, mas a minha
imagem - sem eu o saber! Eu estava bem longe, do outro lado do
mar, ocupado com um outro trabalho ou talvez dormindo, sem
sentir qualquer tipo de preocupação com as dificuldades dele...
20. Como, então, se produziram tais fenômenos? Não sei. Mas seja
como for, por que razão devemos acreditar que os mortos nos
aparecem em sonhos, na mesma forma de imagem, como acontece
com os vivos? Uns e outros ignoram completamente serem objeto
de aparições e também não se preocupam em saber para quem,
onde e quando aconteceram.
CAPÍTULO XII
Algumas visões, ocorridas durante o estado de vigília, são
semelhantes aos sonhos. Acontecem a pessoas que estão com os
sentimentos conturbados, como os frenéticos e os loucos de todo
gênero. Conversam consigo mesmos, como se falassem com outras
pessoas presentes ou ausentes, vivas ou falecidas, cujas imagens
aparecem-lhes à frente dos olhos. Mas os vivos não sabem que
essas pessoas imaginam estar conversando com eles, já que de
fato não se encontram lá, nem falam nada. Essas visões
imaginárias surgem da perturbação dos sentidos. Do mesmo modo,
aqueles que já deixaram esta vida aparecem a pessoas que têm o
cérebro perturbado, como se estivessem presentes, sendo que, de
fato, não estão lá, mas bem longe, e nem supõem que alguém
tenha percebido as suas imagens em uma visão imaginária.
Abordemos um outro fato semelhante: existem pessoas que ficam
sem o domínio dos sentidos ainda mais do que ao dormir.
Absorvidas que ficam em suas visões imaginárias, julgam ver vivos
e mortos. Ao retornar ao uso da razão, declaram os nomes dos
falecidos que viram, e as pessoas que os escutam acreditam que
realmente tal fato se verificou. Os ouvintes, contudo, não
percebem que nessas mesmas visões apareceram pessoas vivas que
não estiveram lá de verdade e que sequer souberam do ocorrido.
Isso aconteceu com um homem chamado Curma, habitante de
Tullium, município próximo a Hipona, que era membro do
Conselho Municipal, pequeno magistrado da aldeia e simples
camponês. Caindo doente, entrou em profundo estado de letargia
e ficou como que morto durante vários dias; como exalava
pouquíssimo ar pelas narinas, indicando um grau mínimo de vida,
21. não foi sepultado; mas não mexia nenhum membro e seus olhos e
outros sentidos permaneciam insensíveis a qualquer tipo de
estímulo. Mesmo assim, tinha visões como aqueles que dormem e
as contou alguns dias depois, quando se libertou do sono. Assim
disse quando abriu os olhos: "Vão imediatamente à casa do Curma
ferreiro e vejam o que está acontecendo por lá". Ao chegarem lá,
ficaram sabendo que esse Curma havia falecido no exato momento
em que o primeiro saía do estado letárgico e retornava à vida com
sentidos. Interessados pelo ocorrido, os assistentes interrogaram-
no e ele lhes disse que o Curma ferreiro havia recebido ordem de
comparecer perante Deus no mesmo momento em que ele havia
sido reenviado para este mundo. Lá, no outro mundo que voltara,
ficara sabendo que não era o Curma da Cúria Municipal que
deveria se apresentar à mansão dos mortos, mas o Curma ferreiro.
Nas visões que teve durante os sonhos, o Curma da Cúria Municipal
reconheceu entre os mortos alguns vivos que conhecera aqui,
sendo tratados de acordo com os méritos que cada um teve
durante a vida.
Eu talvez acreditaria nessa história se todas as pessoas que viu
fossem realmente falecidas, isto é, se o doente não tivesse visto
em seus sonhos outras pessoas que ainda vivem, como, por
exemplo, clérigos da sua região e, entre outros, um padre que lhe
disse para se batizar em Hipona, a quem ele respondeu: "Eu já fui
batizado". Portanto, em sua visão, ele percebera também padres,
clérigos e eu mesmo, ou seja, seres vivos. E entre estes, vira
outros mortos.
Portanto, por que não havemos de crer que ele viu esses mortos
da mesma forma como viu a nós, isto é, viu uns e outros sem que
ninguém soubesse disso e estando todos eles distantes? Pois tivera
para si uma rerpresentação imaginária de pessoas e lugares; ele
viu a propriedade onde aquele padre morava com seus clérigos,
viu Hipona onde eu o tinha batizado - como alegara. Mas, de fato,
ele não estivera nesses lugares onde tinha a ilusão de ter estado;
ele ignorava o que aí se fazia no momento da visão. Se ele
realmente tivesse estado ali, certamente saberia o que ali se
fazia. Portanto, foi uma espécie de visão em que os objetos não se
22. apresentam como são na realidade, mas sob a sombra de suas
imagens.
Finalmente, esse homem ainda contou que, na última das suas
visões, ele fora levado ao Paraíso e lá lhe disseram, antes de o
devolverem aos seus: "Ide e faze-te batizar se quiserdes um dia
estar nesta morada de bem-aventurados". Avisado de receber o
batismo de minhas mãos, ele respondeu que já o recebera, mas a
voz que lhe falava insistiu: "Ide e faze-te batizar realmente porque
o teu batismo é imaginário". Assim, após sua cura, ele veio a
Hipona próximo do tempo da Páscoa; e fez-se inscrever na lista
dos aspirantes [ao batismo], sendo desconhecido de mim e de
muitos outros. Não confiou suas visões a mim ou a outros padres...
Recebeu o batismo e, terminados os dias santos, retornou para a
sua casa. Fiquei sabendo da história dois anos depois - ou até mais
- por um amigo comum que foi fazer uma refeição em minha casa,
quando falávamos sobre esse tipo de assunto. Mais tarde,
consegui, depois de muita insistência, que me contasse a história,
na presença de seus concidadãos, gente honrada, que se
apresentaram como testemunhas da realidade dos fatos: a sua
estranha doença, seus longos dias de morte aparente, o caso do
outro Curma, ferreiro - conforme narrado acima -, enfim, todos os
pormenores que se lembrava. E todos testemunharam já terem
ouvido essa narração de sua boca, à medida que ele a divulgava.
Conclui-se, assim, que ele vira seu batismo, a mim, Hipona, a
basílica e o batistério não na realidade, mas na imagem, da
mesma forma como vira outras pessoas vivas, sem que elas tenham
percebido isto. Logo, por que não admitir que ele viu os mortos
sem que estes tenham percebido?
33Virgílio, "Eneida" VI,337.
CAPÍTULO XIII
Por que não podemos atribuir a anjos essas operações permitidas
pela Providência Divina, que sabe se servir sabiamente dos bons e
dos maus, conforme a inescrutável profundidade de seus
23. julgamentos? Essas visões podem servir tanto para instruir quanto
para enganar os vivos, para consolá-los ou assustá-los, sendo cada
um tratado com misericórdia ou com rigor por aquele que a Igreja
não celebra em vão "a misericórdia e a justiça"34.
Entenda como quiser isto que vou falar agora: se acaso os mortos
intervissem nos problemas dos vivos, aparecendo-nos e falando-
nos durante o sono, a minha piedosa mãe (para não falar de outras
pessoas) não me abandonaria uma noite sequer, pois ela sempre
me seguiu por terra e mar, sempre partilhou comigo a sua vida.
Para mim é difícil crer que uma vida mais feliz a tornou
indiferente para comigo, a ponto de não mais me consolar nas
tristezas, justo eu que fui seu grande amor e a quem ela jamais
quis ver triste!
Certamente as palavras do Salmo são verdadeiras: "Meu pai e
minha mãe me abandonaram, mas o Senhor me acolheu"35.
Ora, se os nossos pais nos abandonaram, como podem eles se
interessarem por nossos problemas? E se ficam indiferentes, que
outros mortos poderiam se inquietar pelo que fazemos ou
sofremos? Assim declara o profeta Isaías: "Porque tu é que és o
nosso Pai. Abraão não nos conheceu, nem Israel soube de nós"36.
Se os grandes patriarcas desconheceram o destino do povo do qual
eram a fonte e cuja raça saiu como fruto de sua fé em Deus, como
seria possível aos mortos intervir, para conhecer e proteger nos
negócios e empreendimentos dos vivos? E como poderíamos
declarar bem-aventurados os santos que morreram antes das
nossas infelicidades se eles continuassem sensíveis às desolações
da vida humana? Acaso não estaríamos enganados se disséssemos
que eles se encontram em um lugar de absoluta tranquilidade se
porventura eles se inquietassem com a atormentada existência dos
vivos? O que significaria, então, esta promessa feita por Deus em
benefício do piedoso rei Josias, de que ele morreria antes dos
males que estavam para se abater sobre sua nação e seu povo,
para que não sentisse tristeza de ver tal tragédia? Eis a Palavra de
Deus: "Direis ao rei de Judá que vos enviou a consultar o Senhor:
24. 'Eis o que diz o Senhor Deus de Israel: como ouviste as palavras do
livros e o teu coração se atemorizou a ponto de te humilhares
diante do Senhor, após ouvir as palavras contra esta terra e seus
habitantes, que virão a ser objeto de espanto e reprovação, e
também por rasgardes as vestes e chorardes diante de Mim, eu te
escutei - diz o Senhor - e por isso te farei descansar com teus pais
e sereis sepultado em paz, para que teus olhos não vejam o mal
que farei cair sobre esta terra"37.
Aterrorizado por essas ameaças de Deus, Josias chorou e rasgou
suas vestes, mas a certeza de que sua morte precederia as
desgraças que estavam por vir, bem como a certeza de que fora
chamado a gozar a paz no repouso, sem ter que ver aqueles males,
devolveram-lhe a serenidade da alma.
Portanto, as almas dos mortos encontram-se em um lugar onde
não podem ver o que se passa ou acontece aos homens da terra. E
como poderiam partilhar das misérias dos vivos se estão a suportar
as próprias penas, caso as tenham merecido, ou estão em paz
repousando, como foi prometido a Josias? Aí não sofrem nem por
si, nem por outros, pois se livraram de todas as penas por
suportarem a dor pessoal e a compaixão por outrem quando viviam
sobre a terra.
CAPÍTULO XIV
Alguém me dirá por objeção: se os mortos não se interessam pelos
vivos então porque aquele rico que passava tormentos no Inferno
suplicou a Abraão para que enviasse Lázaro a seus cinco irmãos
vivos, para convencê-los a mudar de vida e, assim, evitarem
aquele lugar de sofrimentos?38. Será que é possivel deduzir dessa
passagem que ele sabia o que seus irmãos faziam ou sofriam nesse
tempo? Estava ele preocupado com os vivos, sem saber o que
faziam, da mesma forma como nos preocupamos com os mortos,
sem sabermos o que fazem? Na verdade, se não nos
interessássemos por eles, também não oraríamos na intenção
deles. Aliás, Abraão não enviou Lázaro à terra, mas respondeu ao
25. condenado que seus irmãos tinham Moisés e os profetas; deveriam
ouvi-los se desejassem escapara daqueles suplícios...
Neste ponto, pode-se novamente objetar: "como poderia Abraão
ignorar o que se passava sobre a terra, já que sabia viver Moisés e
os profetas, isto é, seus escritos, e que, seguindo-os, escapariam
dos tormentos do Inferno? Ele não sabia também que o rico havia
gozado as delícias e que o pobre Lázaro vivera na miséria e no
sofrimento, pois disse: 'Filho, lembra-te de que recebeste teus
bens em vida e Lázaro, por sua vez, os males'39? Logo, Abraão
conhecia os fatos referentes aos vivos e não aos mortos". É certo,
mas esses fatos ele podia não ter conhecimento no momento em
que ocorreram, mas após o falecimento dos dois e sob as
indicações do próprio Lázaro. Desse modo, a palavra do profeta
não está desmentida: "Abraão não nos conheceu"40.
CAPÍTULO XV
Convenhamos que os mortos ignoram o que acontece na terra,
pelo menos no momento em que ocorrem. Pode vir a conhecer
mais tarde, por intermédio daqueles que vão ao seu encontro,
uma vez falecidos. Certamente, não ficam sabendo de tudo, mas
apenas aquilo que lhe for autorizado saber e que têm necessidade
de saber.
Os anjos, que velam sobre as coisas deste mundo, também podem
lhes revelar alguns pontos que julguem convenientes a cada um,
por Aquele que tudo governa, pois se os anjos não tivessem o
poder de estarem presentes tanto na morada dos vivos quanto na
dos mortos, o próprio Senhor Jesus não teria dito: "Aconteceu que
o pobre [Lázaro] morreu e foi levado pelos anjos ao seio de
Abraão"41. Eles estão, assim, ora na terra, ora no céu, já que foi
da terra que levaram aquele homem que Deus os confiou.
As almas dos mortos também podem conhecer alguns
acontecimentos aqui da terra por revelação do Espírito Santo,
acontecimentos estes cujo conhecimento seja necessário. E isto
não se restringe somente a fatos passados ou presentes, mas
26. também futuros. É assim que os homens - não todos, mas apenas
os profetas - conheceram durante sua vida mortal, não todas as
coisas, mas apenas aquelas que a Providência Divina julgava bom
lhes revelar.
A Sagrada Escritura atesta-nos que alguns mortos foram enviados a
certas pessoas vivas e, da mesma forma, algumas pessoas foram
até a morada dos mortos: Paulo foi arrebatado até o Paraíso42; e
o profeta Samuel, após sua morte, apareceu a Saul, ainda vivo, e
lhe predisse o futuro43. É bem verdade que alguns não admitem
que tenha sido Samuel que apareceu, já que sua alma não acatava
a tais procedimentos mágicos, como dizem. Julgam, assim, que foi
outro espírito que se submete a essa arte maléfica que se revestiu
de uma imagem semelhante a dele. Mas o livro do Eclesiástico,
atribuído a Jesus, filho de Sirac - cujas semelhanças de estilo
poderiam ser do próprio Salomão -, relata-nos um elogio aos
Patriarcas onde afirma que "Samuel profetizou mesmo depois de
morrer"44, e isto não poderia se referir a outra coisa a não ser
essa aparição do defunto Samuel a Saul. Alguém poderia discutir a
autoridade desse livro, sob o pretexto de que não se encontra no
cânon dos hebreus, mas existe um outro texto que nos convida a
admitir esse envio de mortos aos vivos: trata-se da passagem das
aparições de Moisés e Elias no [monte] Tabor. O que dizer de
Moisés, cujo livro do Deuteronômio nos certifica da sua morte45,
aparecendo vivo ao lado de Elias - que não morreu - como lemos
no Evangelho?46
CAPÍTULO XVI
Tudo o que foi escrito até agora serve para resolvermos esta
questão: como os mártires que se interessam pelas coisas humanas
se manifestam, atendendo as nossas orações, uma vez que os
mortos ignoram o que fazem os vivos?
Com efeito, sabemos, não por vagos rumores, mas por
testemunhas dignas de fé, que o confessor Félix - cujo túmulo tu
veneras piedosamente como santo asilo - deu não apenas mostras
de seus benefícios, mas até de sua presença, ao aparecer aos
27. olhos dos homens durante o cerco da cidade de Nola pelos
bárbaros.
Esses fatos excepcionais acontecem graças à permissão divina e
estão longe de entrar na ordem normalmente estabelecida para
cada espécie de criatura. Não podemos concluir pelo fato da água
ter se transformado em vinho pela palavra do Senhor47, que a
água tenha poder de operar por si mesma essa transformação pela
propriedade natural de seus elementos, visto que tratou-se de
uma operação divina excepcional e até única! Também o fato de
Lázaro ter ressuscitado48 não significa que todo morto possa se
levantar quando quiser ou que possa ser normalmente acordado
como qualquer homem adormecido. Uns são os limites do poder
humano; outras são as marcas do poder divino. Uns são fatos
naturais; outros, miraculosos, ainda que Deus esteja presente na
natureza para a manter na existência e a natureza tenha seu lugar
inclusive para os milagres.
Assim, é necessário não crer que todos os defuntos - sem excessão
- podem intervir nos problemas dos vivos apenas pelo fato de que
os mártires tenham obtido curas ou prestado outros socorros. É
preciso compreender, ao invés, que é por causa do poder de Deus
que os mártires intervêem nos nossos interesses, pois os mortos
não possuem tal poder por sua própria natureza.
Há, porém, uma questão que ultrapassa os limites da minha
inteligência: como os mártires, que sem sombra de dúvida
socorrem seus devotos, aparecem... em pessoa e no mesmo
momento? em vários lugares e afastados uns dos outros? sua ação
se faz notar apenas onde se encontra o seu túmulo ou em qualquer
outro lugar? se permanecem confinados na morada reservada a
seus méritos, longe de qualquer relacionamento com os mortais,
contentam-se em interceder pelas necessidades daqueles que lhes
suplicam? oram da mesma forma que nós oramos pelos mortos,
sem estar presentes e sem saber onde estão e o que fazem?
Não será Deus, o Deus onipotente e onipresente, que não se acha
confinado em nós e muito menos afastado de nós, que atende as
28. orações dos mártires, servindo do ministério dos anjos, cuja ação
se estende sobre todas as coisas, para distribuir o consolo aos
homens que Ele julga ser necessário para enfrentar as misérias da
vida presente? Não será Ele que, com poder admirável e infinita
bondade, faz resplandecer os méritos dos mártires onde Ele o
quer, quando quer, como quer, especialmente nos locais onde se
ergueram suas sepulturas, por saber que a lembrança dos
sofrimentos suportados em confissão a Cristo, nos é útil para nos
confirmar na fé?
Repito: esta é uma questão muito elevada e complexa para mim,
de forma que não a posso explicá-la a fundo... Dessas duas
hipóteses que indiquei, qual será a verdadeira? Talvez os dois
processos sejam empregados em conjunto, de maneira que, às
vezes, os mártires nos atendem com sua presença pessoal, e, às
vezes, por intermédio dos anjos que tomam a sua forma. Não ouso
decidir e preferiria esclarecer-me junto a homens sábios que
conheçam o assunto. Não digo que ignore ou imagine que saiba
pois é impossível que não haja alguém que saiba porque Deus, em
suas liberalidades, concede certos dons a alguns e outros dons a
outros, conforme o ensino do Apóstolo que diz que a ação do
Espírito Santo manifesta-se em cada um de acordo com uma
utilidade comum. Eis o que diz Paulo:
"Cada um recebe o dom de manifestar o Espírito para utilidade de
todos. A um, o Espírito dá a mensagem da sabedoria; a outro, a
palavra da ciência segundo o mesmo Espírito; a outro, o mesmo
Espírito dá a fé; a outro, ainda, o único e mesmo Espírito concede
o dom das curas; a outro, o poder de fazer milagres; a outro, a
profecia; a outro, o discernimento dos espíritos; a outro, o dom de
falar em línguas; a outro, ainda, o dom de as interpretar. Mas tudo
isso é realizado pelo único e mesmo Espírito, que distribui os seus
dons a cada um conforme lhe apraz"49.
Ora, entre todos esses dons elencados pelo Apóstolo, quem
recebeu o dom do discernimento dos espíritos é que conhece essas
questões - que agora tratamos - da forma como é necessário
conhecer.
29. CAPÍTULO XVII
Creio que esse é o caso do famoso monge João, a quem o
imperador Teodósio Magno consultou a respeito de uma guerra
civil. De fato, ele possuía o dom da profecia... Mas eu não duvido
que os dons [do Espírito] sejam distribuídos um por pessoa, isto é,
acho que é possível a uma mesma pessoa receber diversos dons.
Certa vez, esse monge João soube que uma mulher muito piedosa
desejava vê-lo. Então, através de seu marido, ela insistiu em
marcar uma entrevista, mas ele recusou, como costumava a fazer
quando se tratava de mulheres. Contudo, disse ao marido: "Ide e
dize à tua esposa que ela me verá esta noite durante o sono". E,
de fato, ela o viu dando-lhe conselhos convenientes a uma mulher
cristã casada. Quando acordou, essa mulher contou tudo a seu
marido, que conhecera pessoalmente esse homem de Deus e o
reconheceu tal como ela o descreveu. O casal, então, revelou esse
fato a um senhor que me comunicou, senhor esse sério, nobre e
digno de fé.
Ora, se me fosse possível encontrar esse santo monge que, como
me disseram, se deixava interrogar pacientemente, sabendo
responder tudo com grande sabedoria, perguntar-lhe-ia algo que
nos interessa aqui: se ele realmente se apresentou a essa mulher
que dormia, pessoalmente, sob os traços aparentes do seu corpo,
tal como os nossos corpos se apresentam a nós mesmos durante
nossos sonhos; ou se a visão ocorreu pelo ministério dos anjos ou
outra modalidade, enquanto ele mesmo fazia outra coisa ou até
mesmo dormia, tendo seus próprios sonhos... E, caso confirmasse
esta segunda hipótese, perguntar-lhe-ia se foi por uma revelação
do Espírito de profecia que pôde prometer sua aparição naquela
noite, durante o sonho da mulher.
Ora, se ele se apresentou pessoalmente em sonho à mulher, ele o
fez por uma graça extraordinária e não por meios naturais, isto é,
por um dom de Deus e não por seu próprio e natural poder. Mas,
se essa mulher o viu enquanto ele fazia uma outra coisa (por
exemplo: estivesse ele dormindo e tendo seus próprios sonhos), o
30. fato se assemelhará ao que lemos nos Atos dos Apóstolos, quando
o Senhor Jesus, falando a Ananias sobre Saulo, revela-lhe que
Saulo vê Ananias ir até ele, ao passo que este nada sabia sobre
isso50.
Porém, qualquer que fosse a resposta dada pelo monge João, esse
homem de Deus, às minhas perguntais, eu ainda o teria
questionado sobre os mártires. Perguntar-lhe-ia se eles aparecem
pessoalmente durante o sono ou outro modo, sob figura que lhes
apraz. E perguntaria, principalmente, como explicar o fato de
dêmonios que habitam pessoas possessas queixarem-se de ser
atormentados pelos mártires, a ponto de suplicarem que sejam
poupados. Ainda lhe perguntaria se a sua intervenção se produz
por ordem de Deus e pelo ministério dos anjos, para a glorificação
dos santos e utilidade dos homens, já que os mártires encontram-
se em repouso, longe de nós, em visões mais altas, contentando-se
em orar por nossa intenção. De fato, em Milão, junto à sepultura
de Gervásio e Protásio, quando se pronunciava os nomes desses
heróis e dos falecidos comemorados com eles, os demônios
gritavam o nome de Ambrósio, que ainda era vivo, suplicando-lhe
que os poupasse. E o bispo encontrava-se longe dali, ignorando o
que se passava e entretido com outras ocupações...
Será que podemos pensar que os mártires às vezes agem por
presença efetiva e outras vezes pelos ministérios dos anjos?
Podemos discernir o modo empregado por eles? Sob quais sinais
podemos reconhecer isso? Somente quem recebeu esse dom do
Espírito Santo é que pode discernir, pois é o Espírito que distribui
os favores particulares a cada um, conforme lhe apraz.
Creio que o monge João, a meu pedido, poderia me esclarecer
sobre essas dificuldades. Em sua escola eu poderia aprender o
verdadeiro e correto conhecimento, ou até mesmo poderia crer -
mesmo sem o compreender - naquilo que me afirmasse saber com
certeza. Talvez até ele me responderia com as seguintes palavras
da Escritura:
31. "Não procures saber o que excede a tua capacidade e não
especules o que ultrapassa as tuas forças; mas creia sempre no
que Deus te mandou"51.
Com gratidão, eu também acolheria esse conselho, pois não é de
pouco proveito, nas coisas obscuras e incertas - e que não
podemos compreender, adquirir a convicção clara e correta de
que elas não devem ser investigadas, ou seja, convencer-se de que
não é nocivo ignorar aquilo que se quer saber, imaginando que
poderíamos tirar proveito em o saber.
34cf. Sl 100,1.
35cf. Sl 26,10.
36cf. Is 63,16.
37cf. 2Rs 22,18-20.
38cf. Lc 16,27.
39cf. Lc 16,25.
40v. nota 36.
41cf. Lc 16,22.
42cf. 2Cor 12,2.
43cf. 1Sm 28,15-19.
44cf. Eclo 46,23.
45cf. Dt 34,5.
46cf. Mt 17,3.
47cf. Jo 2,9.
48cf. Jo 11,44.
49cf. 1Cor 12,7-11.
50cf. At 9,12.
51cf. Eclo 3,22.
CAPÍTULO XVIII
Conforme o que expomos anteriormente, eis o que devemos
pensar a respeito dos benefícios prestados aos mortos a quem
dedicamos os nossos cuidados: nossas súplicas só lhes serão
proveitosas se forem oferecidas de modo conveniente, no
sacrifício do altar, em nossas orações e esmolas. Também é
necessário dizer que [nossas súplicas] não serão proveitosas a
32. todos a quem pretendemos ajudas, mas tão somente àqueles que
tornaram-se dignos, durante a vida, de receber tal benefício.
Contudo, como não podemos discernir quem sejam, convém
apresentar súplicas a todos os regenerados, para que não
omitemos alguém entre aqueles que possam se servir desses
benefícios. Melhor ainda é que haja sobras dessas boas obras,
mesmo oferecidas para aqueles que não podem se beneficiar
delas, para que não venham a faltar para aqueles que podem tirar
proveito. Entretanto, é mais natural que sejam oferecidas pelos
amigos, a fim de que tais cuidados também sejam prestados mais
tarde à nós.
Tudo o que se faz quanto ao sepultamento digno dos falecidos não
é para obter a sua salvação, mas para cumprir um dever de
humanidade, conforme o sentimento natural de que "ninguém
odeia a sua própria carne"52. Portanto, é certo que se tenha pelo
corpo do próximo o cuidado que ele próprio não pode mais se dar
por ter deixado esta vida. E, já que esse cuidado é tido até mesmo
por aqueles que negam a ressurreição da carne, nada mais justo
que aqueles que crêem [na ressurreição] o façam ainda com maior
solicitude. Assim, que o cuidado tributado a esse corpo sem vida -
mas que haverá de ressuscitar e permanecer por toda a eternidade
- se constitua no testemunho claro dessa mesma fé.
Quanto à sepultura próxima ao túmulo dos mártires, eis a única
utilidade que me parece trazer para o defunto: colocando-a sob a
proteção dos mártires, ela torna mais viva a caridade daqueles
que oram por ele.
Tais são as respostas que posso apresentar às tuas questões.
Desculpa-me se me estendi por demais, mas isso decorre do prazer
e afeição que sinto ao conversar contigo. Peço-te que me
escrevas, para que eu possa conhecer as impressões que Vossa
Venerável Caridade sentiu ao ler este trabalho.
Sem sombra de dúvida, o portador desta carta torna-la-á mais
agradável. Trata-se do nosso irmão no sacerdócio, Candidiano, que
conheci por ter-me trazido as tuas cartas. Acolhi-o de corações e
33. vejo-o partir com pesar, pois sua presença na caridade de Cristo
foi grande consolo para mim. Graças à sua insistência - devo
confessar - vi-me obrigado a responder-te, pois o meu coração
está sobrecarregado por muitas e muitas preocupações; se ele não
me lembrasse frequentemente, certamente teria me esquecido e
o teu pedido ficaria sem resposta.
52cf. Ef 5,29.