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. 39
Já vimos dados que comprovam que não é a maioria dos jovens que têm um
episódio reprodutivo em suas biografias. Mostramos que, dentre os 4634 jo-
vens entrevistados, 29,6% das mulheres e 21,4% dos homens declararam pelo
menos uma gravidez na adolescência, sendo a maioria dos episódios repro-
dutivos em torno dos 18 e 19 anos (Aquino et al., 2003; 2006). Jovens com
gravidez ou com filhos não constituem as trajetórias prevalentes. Entretanto,
é importante examinar tais percursos, pois o debate contemporâneo em torno
da “reprodução precoce” continua bastante acalorado.
Relembrando, considera-se gravidez na adolescência aquela antes dos vinte
anos completos. Podem ocorrer entre casais de adolescentes, ou entre casais
em que apenas um/a integrante do par é adolescente, aspectos que contribuem
para forjar dinâmicas peculiares às distintas situações encontradas. Há a ten-
dência de considerar este acontecimento como necessariamente negativo na
vida dos/as jovens pais e mães. Até o final deste Módulo esperamos demons-
trar que a história não é bem assim... Há uma heterogeneidade de significados,
contextos e situações subjacentes à ocorrência de um episódio reprodutivo na
juventude. Ele pode representar um encurtamento da transição para a vida
adulta, aquisição do estatuto de adulto, negociação dos papéis geracionais no
grupo familiar, realização de projeto pessoal de autonomização e individua-
lização, autonomização do/a jovem em relação à família de origem, desvio de
O contexto relacional e
social da gravidez na adolescência
Jovens com
gravidez ou
com filhos não
constituem
as trajetórias
prevalentes.
. 40
uma trajetória regular/linear, acidente de percurso no início da experimentação e aprendizado
afetivo-sexual, constituição de novo núcleo conjugal, reprodução da história familiar etc. Assim,
é impossível pensar apenas em uma causa para explicar a questão.
Em primeiro lugar, pode-se observar que há uma manutenção do padrão relacional apre-
sentado na iniciação sexual, principalmente para as trajetórias das moças. Por exemplo, há
repetição de certos elementos do início da vida sexual delas. As mulheres engravidam de par-
ceiros mais velhos que elas (35% de 2 a 4 anos e 39% 5 anos e mais) e em relacionamento de
namoro, seja com o primeiro parceiro sexual, ou outro considerado estável. Já os homens têm
menos histórias de gravidez; suas parceiras têm a mesma idade e a gravidez também ocorre
em relacionamentos considerados estáveis. Portanto, como abordamos no Módulo de gênero,
há uma lógica em torno do masculino e do feminino que organiza o encontro de parceiros,
imprimindo características hegemônicas na formação do par conjugal: a mulher tende a se re-
lacionar com homens mais velhos, enquanto os rapazes o fazem com mulheres mais novas ou
com a mesma idade. Por exemplo, ainda hoje há estranheza diante de casais em que a mulher
tem idade superior à do homem. Este padrão também está presente no fenômeno da gravidez
na adolescência, pois as adolescentes tenderam a experimentar a gravidez com homens mais
velhos, em contraste com os rapazes entrevistados, cujas parceiras na primeira gravidez antes
dos 20 anos eram da mesma idade ou mais novas.
Ainda que em menor quantidade, a proporção de gestações com parcerias eventuais é fre-
qüentemente alardeada e utilizada como exemplo de promiscuidade ou inconseqüência ju-
venil. Talvez este dado seja indevidamente confundido com o fato de que os/as jovens engra-
vidam quando ainda moram com suas famílias de origem, o que se observou com 74,2% das
mulheres e 86,6% dos homens, que engravidaram antes dos 20 anos. Isto significa que a maior
parte das gestações se dá fora de uma união conjugal, o que não implica que esta situação se
mantenha necessariamente ao longo das negociações entre parceiros e/ou com suas famílias
de origem em torno da gestação. Conforme apontado pela literatura, nas últimas décadas tem
havido um aumento da proporção de gravidez e de nascimentos na juventude, fora dos mar-
cos de uma união conjugal estável. Esta “ilegitimidade” também contribui para transformar a
gravidez na adolescência em um problema social.
No momento
da entrevista
somente um
terço seguia
utilizando algum
método, apesar
de não quererem
engravidar.
Isso sugere um
afrouxamento
nas práticas
contraceptivas
com o
estabelecimento
de relações
estáveis, (...)
Há, também,
mudanças no tipo
de método, com
aumento do uso
da pílula e queda
do preservativo
masculino, o que
indica não apenas
o decréscimo
da proteção
para gravidez,
como também
das doenças
sexualmente
transmissíveis.
. 41
| Distribuição percentual dos/das jovens de 18 a 24 anos com pelo menos uma gravidez,
segundo tipo de parceria no primeiro episódio reprodutivo e grupo etário à época, por sexo
A mudança no comportamento preventivo/contraceptivo desde o início da vida sexual ativa é
um fato: apesar de 70% dos/as jovens entrevistados/as declararem usar algum tipo de proteção
na primeira relação sexual, no momento da entrevista somente um terço seguia utilizando
algum método, apesar de não quererem engravidar. Isso sugere um afrouxamento nas prá-
ticas contraceptivas com o estabelecimento de
relações estáveis, como já descrito na literatura
sobre o tema (BEMFAM/DHS, 1997; Almeida et
al., 2006; Cabral, 2003; Leal e Rieth, 1998). Há,
também, mudanças no tipo de método, com au-
mento do uso da pílula e queda do preservativo
masculino, o que indica não apenas o decrésci-
mo da proteção para gravidez, como também
das doenças sexualmente transmissíveis (Paiva,
1996). Já argumentamos acerca do aprendizado
da sexualidade e, como não podia deixar de ser,
Você certamente já ouviu alguém dizer: “É muito
mais fácil se prevenir” ou ainda “Tem muita infor-
mação, os métodos estão aí, só não se previne quem
não quer”. Mas será que é tão simples assim? Será
que a contracepção se resume a questões de infor-
mação e/ou prevenção? Os depoimentos de jovens
estudantes do ensino médio do Rio de Janeiro dão
pistas para complexificar esta questão: “A informa-
ção existe, mas às vezes você não consegue absorver
toda a informação que vem até você”; “A informa-
ção tá na mídia mas não está na prática”; “Muitas
vezes a menina tem medo da mãe descobrir que ela
já transa e não carrega a camisinha ou não toma a
pílula por isso”.
Até 19
(n = 682)
MulheresHomens
20 e mais
(n = 174)
Até 19
(n = 377)
20 e mais
(n = 171)
FONTE: Pesquisa GRAVAD, 2002.
POPULAÇÃO: Jovens de 18 a 24 anos, Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA)
NOTA: (*) Iniciação sexual..
0 20 40 60 80 100
%
Parceiro eventualOutro FixoParceiro da IS*
24,1
21,0
10,6 80,6 8,8
64,8 14,2
71,8 4,1
56,3 41,4 2,5
. 42
supomos haver uma aprendizagem das regras contraceptivas. Consideramos que ambos os
processos contêm as marcas da lógica de gênero, que prescreve condutas “mais adequadas” a
homens e mulheres. Assim, uma gravidez pode ocorrer nesse percurso, tendo em vista que a
interiorização das lógicas de contracepção e seu subseqüente controle estão em processo de
assimilação. Contudo, relembramos a visão predominante na sociedade – de que a sexuali-
dade deve se dar de forma espontânea – o que também traz constrangimentos para o modo
como moças e rapazes se acercam da contracepção e sexualidade.
1. O nível de escolaridade da mãe tem sido usado nas pesquisas como uma variável proxy de classe social, que melhor situa os jovens em termos de seu
meio social. Além de ser de simples utilização, ela costuma ser melhor declarada do que, por exemplo, a profissão ou escolaridade do pai, ou até a renda
familiar.
| Proporção de jovens de 18 a 24 anos que engravidaram antes dos 20 anos, segundo tipo de
método contraceptivo utilizado na iniciação sexual e na primeira gravidez, por sexo
FONTE: Pesquisa GRAVAD, 2002.
POPULAÇÃO: Jovens de 18 a 24 anos, Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA)
| Na iniciacão sexual
Nenhum
Preservativo masculino
Pílula
Outros
| Na primeira gravidez
Nenhum
Preservativo masculino
Pílula
Outros
| Método anticoncepcional usado
| Sexo (%)
47,7
40,5
8,6
3,2
68,6
12,2
14,3
4,9
Mulheres
45,6
45,5
6,3
2,6
63,7
19,1
12,1
5
Homens
Sabe-se que a gravidez na adolescência não se distribui do mesmo modo entre diferentes gru-
pos sociais; possui magnitude, contextos e significados distintos. De fato, ela está mais presente
entre grupos mais pobres da população, mas também ocorre entre jovens com maior nível de
escolarização e renda, ainda que em menor proporção.Veremos como os condicionamentos de
gênero e classe social se manifestam nas diferenças encontradas na reprodução juvenil.
A pesquisa traz dados de gravidez segundo renda familiar per capita, grau de escolarização
do/a jovem ou de sua mãe.1
A ocorrência de gravidez antes dos vinte anos variou inversamen-
te, tanto em relação à renda quanto à escolaridade, ou seja, quanto menor a renda ou a escola-
. 43
ridade, maior a proporção de gestações declaradas. Os contrastes são maiores nas declarações
femininas em que, por exemplo, a proporção de gravidez entre aquelas com renda familiar
mensal per capita muito baixa (53,8%) é quase seis vezes mais do que o valor observado entre
as que possuíam renda alta (9,7%). Entretanto, ao compararmos jovens de mesma origem
social, destaca-se o fato de que os/as que permanecem estudando ou alcançam escolaridade
maior que a de suas mães declaram proporção menor de gravidez. Aliás, o percentual encon-
trado se aproxima do observado entre moças mais ricas e escolarizadas. Assim, as interpre-
tações deterministas quanto à classe social que, muitas vezes, afirmam que a maternidade/
paternidade é o único destino ou alternativa para os jovens mais pobres, precisam ser relati-
vizadas. Voltamos à importância da escola neste processo. Veja professor/a, como um projeto
de escolarização individual e a consecutiva manutenção do/a jovem na escola, são capazes de
ampliar os horizontes pessoais e profissionais, favorecendo que o momento de início das car-
reiras reprodutivas seja repensado e posicionado.
Outro aspecto presente nos debates acerca da gravidez na adolescência diz respeito à sua dis-
tribuição desigual segundo grupos étnicos-raciais. Há diferenças somente quando conside-
ra-se o conjunto de moças entrevistadas: a gravidez antes dos 20 anos é mais relatada pelas
mulheres que se declararam pretas (35,5%) ou pardas (34,8%) em contraposição às brancas
(23,4%) – não foram encontradas diferenças significantes segundo as cidades estudadas. Vale
mencionar que elas são também as que têm menor renda e escolaridade. Já entre os homens
são bastante distintos os percentuais de declaração de gravidez na adolescência entre pretos
(36,8%), relativamente aos brancos (15,8%) e pardos (16,4%).
É importante reconhecer que a socialização primária dos jovens contém elementos preciosos
para a compreensão de suas trajetórias reprodutivas. Acrescente-se que os atributos de gênero
desempenham importante papel nesta questão. Podemos citar a distribuição das tarefas do-
mésticas, freqüentemente muito desigual para meninos e meninas. Outros estudos já mostra-
ram os tipos de atividades que tradicionalmente cada um desempenha no âmbito doméstico:
eles lavam carro, limpam quintal, jogam lixo fora; elas cozinham, arrumam a casa, cuidam de
irmãos/ãs menores. As diferenças em termos de tempo livre para brincar e os tipos de ativi-
dades lúdicas, acabam, muitas vezes, por reforçar os papéis de gênero (Heilborn, 1997; Ma-
deira, 1997). A pesquisa perguntou aos jovens acerca de seu grau de envolvimento nas tarefas
domésticas, quando tinham entre 15 e 18 anos: as moças que se declararam como “principais
responsáveis pelas tarefas domésticas” engravidaram quase quatro vezes mais do que aquelas
que disseram que “não tinham nenhuma obrigação”.
Ao compararmos
jovens de mesma
origem social,
destaca-se o fato
de que os/as que
permanecem
estudando
ou alcançam
escolaridade maior
que a de suas
mães declaram
proporção menor
de gravidez.
. 44
Este resultado demonstra que a socialização familiar e de gênero é significativa para o desen-
lace das trajetórias biográficas. O intenso envolvimento com o trabalho doméstico configura a
modelação de uma visão de mundo, em que ser mãe/dona-de-casa é central para a identidade
feminina. Neste ponto, uma dupla determinação de classe social e de gênero se faz presente,
tendo em vista que as declarações variam segundo o meio social: as moças cujas mães têm me-
nores níveis de escolaridade declaram mais ter significativas atribuições no âmbito doméstico.
É evidente que não defendemos a idéia de determinação ou de causalidade, mas indicamos
que este é mais um importante elemento, presente nos contextos de vida de jovens que engra-
vidam. Em um dos estudos derivados da pesquisa Gravad (COSTA, 2002, p. 47), realizado com
moças que foram mães antes dos 15 anos, é marcante o fato de que as moças, desde pequenas,
já desempenhavam papéis alocados a mulheres adultas, muito antes de serem, de fato, mães:
“Desde pequenininha, eu tava com cinco anos, minha irmã devia estar com quatro, três, eu já
tomava conta dela, pra minha mãe trabalhar [...] eu não tive infância, como eu falo também,
eu não tenho adolescência, né? [...] muitas vezes eu tive que parar de estudar pra tomar conta
dos menino, lavar, passar, cozinhar, arrumar [...].” (Depoimento de uma moça de 16 anos,
com filho, responsável pelo cuidado de crianças desde os sete anos de idade).
| Moças com gravidez antes dos 20 anos e grau de participação em tarefas domésticas
(entre 15 e 18 anos)
FONTE: Pesquisa GRAVAD, 2002.
POPULAÇÃO: Jovens de 18 a 24 anos, Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA)
0 10 20 30 40 50 60
Principal responsável
Dividia igualmente
com os outros
Ajudava
Não tinha
nenhuma obrigação
54,3
%
31,9
24,1
16,9
. 45
E a escola? Qual a importância da escolarização neste processo?
A escola é o lugar por excelência do aprendizado do convívio social, e o/a professor/a é uma
referência na vida das crianças, adolescentes e jovens. Sabemos do carinho que sentimos na re-
lação com os/as alunos/as no dia-a-dia e a importância que os/as professores/as têm na formação
pessoal,apesar das adversidades enfrentadas no processo de educação em nosso país.A passagem
pela escola é uma etapa primordial em nosso desenvolvimento, em todos os aspectos da vida.
Éinegávelaimportânciadaescola,nadisseminaçãodeinformaçõescientíficassobresexualidade
e reprodução. Entretanto, também são notórias as dificuldades dos/as professores/as para lidar
com esses temas, que incluem emoções e outras subjetividades.Além da necessidade de acesso a
informação adequada que qualifique sua intervenção, muitos/as professores/as temem abordar
os temas relativos à sexualidade por considerá-los de foro íntimo, por desconhecimento, por te-
mor da reação dos familiares dos/as alunos/as,por timidez ou vergonha etc.Com tantos receios,
deixam de assumir plenamente sua parcela de responsabilidade como educadores/as.
Vimos que a escola é um lugar de encontro de amigos/as e de possíveis parceiros/as sexuais. A
escola é citada como uma das principais fontes de informação pelos/as jovens sobre gravidez,
relação sexual e prevenção de DST/Aids, mas, sobretudo deste último tema. Verificamos que
jovens com menor escolaridade declaram pelo menos um episódio de gravidez, em maior
proporção. O que educadores/as podem fazer a partir destes dados? Como utilizar estas infor-
mações em suas propostas pedagógicas?
A trajetória escolar dos jovens no Brasil, na maioria das vezes, apresenta dificuldades, muitas
das quais antecedem a gravidez. A pesquisa Gravad registrou grande proporção de defasagem
entre idade e série, além de interrupções dos estudos (Almeida, 2008).A proporção de trajetó-
rias irregulares (ou seja, com defasagem idade-série, repetências ou interrupção) é muito alta,
próxima a 70% entre as mulheres e 76% entre os homens. Os dados são mais desfavoráveis
para os jovens moradores de Salvador, comparativamente aos do Rio de Janeiro ou Porto Ale-
gre.Almeida (2008) constata que jovens de ambos os sexos, com menor renda mensal familiar,
negros/as e cujas mães possuem baixa escolaridade são os que possuem em menor proporção
trajetórias regulares de estudo (ou seja, linear, sem interrupções). No que concerne às moças,
aquelas com maior responsabilidade doméstica entre os 15 e 18 anos também são as que
apresentam maior irregularidade em seu percurso escolar. Do mesmo modo, moças e rapazes
com trajetória irregular, iniciaram mais cedo a vida sexual, com menor uso de contracepção/
proteção na primeira vez.
Estes dados compõem uma parte do contexto em que a gravidez se dá: jovens com escolari-
dade irregular apresentam em maior proporção (comparativamente àqueles com percurso
A escola é citada
como uma das
principais fontes
de informação
pelos/as jovens
sobre gravidez,
relação sexual
e prevenção de
DST/Aids.
(...) a pesquisa
mostrou que
o episódio
reprodutivo
ocorre, muitas
vezes, depois
que os/as jovens
já tinham
abandonado
completamente os
estudos, sobretudo
entre os homens.
. 46
regular) pelo menos um episódio reprodutivo na adolescência. Assim, o argumento, bastante
comum, de que a gravidez é um evento negativo na vida dos jovens porque os tira da escola,
precisa ser visto com cautela, na medida em que pode ser apenas mais um elemento, em uma
trajetória com tantos obstáculos. Mais ainda, a pesquisa mostrou que o episódio reprodutivo
ocorre, muitas vezes, depois que os/as jovens já tinham abandonado completamente os estu-
dos, sobretudo entre os homens.
| Proporção de jovens que declararam pelo menos uma gravidez antes dos 20 anos,
segundo tipo de trajetória escolar, por sexo2
FONTE: Pesquisa GRAVAD, 2002.
POPULAÇÃO: Jovens de 18 a 24 anos, Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA)
2. Estudo completo em Almeida, 2008.
Irregular com interrupção
Irregular sem interrupção
Regular
Face a um fenômeno de múltiplas dimensões, no que concerne ao processo de transição juve-
nil, um dos grandes desafios é conseguir manter o/a jovem na escola e favorecer a construção
de um projeto de vida que englobe outras possibilidades, além da reprodução. A pesquisa
revelou que jovens com melhor percurso escolar estão mais expostos às informações sobre
gravidez e contracepção, começam a namorar e iniciam a vida sexual mais tarde, referem
mais uso de métodos contraceptivos na iniciação sexual. Ainda que uma gravidez não prevista
também possa acontecer com estes/as jovens, ela se apresenta em menor proporção, e o nas-
cimento de um filho não é seu principal desfecho, o que pode indicar uma sobreposição do
projeto escolar ao reprodutivo.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
HomensMulheres
45,7
17,4
8,4
27,5
20,1
3
. 47
Em outras palavras, a gravidez na adolescência é um evento que acontece no Brasil, tanto com
jovens em situações desfavorecidas como com aqueles de classes médias e altas, apesar destes
casos serem menos freqüentes. No caso dos/as jovens pobres, muitas vezes a maternidade e a
paternidade tornam-se alternativas para obter reconhecimento social. Alguns jovens têm tão
poucas oportunidades que, ao se tornarem pais e mães – apesar das adversidades – se sentem
valorizados socialmente, aspiram ter a própria família, sentem-se “adultos”, donos de suas
vidas, a despeito da tenra idade.

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Gravidez na adolescência e contextos sociais

  • 1. . 39 Já vimos dados que comprovam que não é a maioria dos jovens que têm um episódio reprodutivo em suas biografias. Mostramos que, dentre os 4634 jo- vens entrevistados, 29,6% das mulheres e 21,4% dos homens declararam pelo menos uma gravidez na adolescência, sendo a maioria dos episódios repro- dutivos em torno dos 18 e 19 anos (Aquino et al., 2003; 2006). Jovens com gravidez ou com filhos não constituem as trajetórias prevalentes. Entretanto, é importante examinar tais percursos, pois o debate contemporâneo em torno da “reprodução precoce” continua bastante acalorado. Relembrando, considera-se gravidez na adolescência aquela antes dos vinte anos completos. Podem ocorrer entre casais de adolescentes, ou entre casais em que apenas um/a integrante do par é adolescente, aspectos que contribuem para forjar dinâmicas peculiares às distintas situações encontradas. Há a ten- dência de considerar este acontecimento como necessariamente negativo na vida dos/as jovens pais e mães. Até o final deste Módulo esperamos demons- trar que a história não é bem assim... Há uma heterogeneidade de significados, contextos e situações subjacentes à ocorrência de um episódio reprodutivo na juventude. Ele pode representar um encurtamento da transição para a vida adulta, aquisição do estatuto de adulto, negociação dos papéis geracionais no grupo familiar, realização de projeto pessoal de autonomização e individua- lização, autonomização do/a jovem em relação à família de origem, desvio de O contexto relacional e social da gravidez na adolescência Jovens com gravidez ou com filhos não constituem as trajetórias prevalentes.
  • 2. . 40 uma trajetória regular/linear, acidente de percurso no início da experimentação e aprendizado afetivo-sexual, constituição de novo núcleo conjugal, reprodução da história familiar etc. Assim, é impossível pensar apenas em uma causa para explicar a questão. Em primeiro lugar, pode-se observar que há uma manutenção do padrão relacional apre- sentado na iniciação sexual, principalmente para as trajetórias das moças. Por exemplo, há repetição de certos elementos do início da vida sexual delas. As mulheres engravidam de par- ceiros mais velhos que elas (35% de 2 a 4 anos e 39% 5 anos e mais) e em relacionamento de namoro, seja com o primeiro parceiro sexual, ou outro considerado estável. Já os homens têm menos histórias de gravidez; suas parceiras têm a mesma idade e a gravidez também ocorre em relacionamentos considerados estáveis. Portanto, como abordamos no Módulo de gênero, há uma lógica em torno do masculino e do feminino que organiza o encontro de parceiros, imprimindo características hegemônicas na formação do par conjugal: a mulher tende a se re- lacionar com homens mais velhos, enquanto os rapazes o fazem com mulheres mais novas ou com a mesma idade. Por exemplo, ainda hoje há estranheza diante de casais em que a mulher tem idade superior à do homem. Este padrão também está presente no fenômeno da gravidez na adolescência, pois as adolescentes tenderam a experimentar a gravidez com homens mais velhos, em contraste com os rapazes entrevistados, cujas parceiras na primeira gravidez antes dos 20 anos eram da mesma idade ou mais novas. Ainda que em menor quantidade, a proporção de gestações com parcerias eventuais é fre- qüentemente alardeada e utilizada como exemplo de promiscuidade ou inconseqüência ju- venil. Talvez este dado seja indevidamente confundido com o fato de que os/as jovens engra- vidam quando ainda moram com suas famílias de origem, o que se observou com 74,2% das mulheres e 86,6% dos homens, que engravidaram antes dos 20 anos. Isto significa que a maior parte das gestações se dá fora de uma união conjugal, o que não implica que esta situação se mantenha necessariamente ao longo das negociações entre parceiros e/ou com suas famílias de origem em torno da gestação. Conforme apontado pela literatura, nas últimas décadas tem havido um aumento da proporção de gravidez e de nascimentos na juventude, fora dos mar- cos de uma união conjugal estável. Esta “ilegitimidade” também contribui para transformar a gravidez na adolescência em um problema social. No momento da entrevista somente um terço seguia utilizando algum método, apesar de não quererem engravidar. Isso sugere um afrouxamento nas práticas contraceptivas com o estabelecimento de relações estáveis, (...) Há, também, mudanças no tipo de método, com aumento do uso da pílula e queda do preservativo masculino, o que indica não apenas o decréscimo da proteção para gravidez, como também das doenças sexualmente transmissíveis.
  • 3. . 41 | Distribuição percentual dos/das jovens de 18 a 24 anos com pelo menos uma gravidez, segundo tipo de parceria no primeiro episódio reprodutivo e grupo etário à época, por sexo A mudança no comportamento preventivo/contraceptivo desde o início da vida sexual ativa é um fato: apesar de 70% dos/as jovens entrevistados/as declararem usar algum tipo de proteção na primeira relação sexual, no momento da entrevista somente um terço seguia utilizando algum método, apesar de não quererem engravidar. Isso sugere um afrouxamento nas prá- ticas contraceptivas com o estabelecimento de relações estáveis, como já descrito na literatura sobre o tema (BEMFAM/DHS, 1997; Almeida et al., 2006; Cabral, 2003; Leal e Rieth, 1998). Há, também, mudanças no tipo de método, com au- mento do uso da pílula e queda do preservativo masculino, o que indica não apenas o decrésci- mo da proteção para gravidez, como também das doenças sexualmente transmissíveis (Paiva, 1996). Já argumentamos acerca do aprendizado da sexualidade e, como não podia deixar de ser, Você certamente já ouviu alguém dizer: “É muito mais fácil se prevenir” ou ainda “Tem muita infor- mação, os métodos estão aí, só não se previne quem não quer”. Mas será que é tão simples assim? Será que a contracepção se resume a questões de infor- mação e/ou prevenção? Os depoimentos de jovens estudantes do ensino médio do Rio de Janeiro dão pistas para complexificar esta questão: “A informa- ção existe, mas às vezes você não consegue absorver toda a informação que vem até você”; “A informa- ção tá na mídia mas não está na prática”; “Muitas vezes a menina tem medo da mãe descobrir que ela já transa e não carrega a camisinha ou não toma a pílula por isso”. Até 19 (n = 682) MulheresHomens 20 e mais (n = 174) Até 19 (n = 377) 20 e mais (n = 171) FONTE: Pesquisa GRAVAD, 2002. POPULAÇÃO: Jovens de 18 a 24 anos, Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) NOTA: (*) Iniciação sexual.. 0 20 40 60 80 100 % Parceiro eventualOutro FixoParceiro da IS* 24,1 21,0 10,6 80,6 8,8 64,8 14,2 71,8 4,1 56,3 41,4 2,5
  • 4. . 42 supomos haver uma aprendizagem das regras contraceptivas. Consideramos que ambos os processos contêm as marcas da lógica de gênero, que prescreve condutas “mais adequadas” a homens e mulheres. Assim, uma gravidez pode ocorrer nesse percurso, tendo em vista que a interiorização das lógicas de contracepção e seu subseqüente controle estão em processo de assimilação. Contudo, relembramos a visão predominante na sociedade – de que a sexuali- dade deve se dar de forma espontânea – o que também traz constrangimentos para o modo como moças e rapazes se acercam da contracepção e sexualidade. 1. O nível de escolaridade da mãe tem sido usado nas pesquisas como uma variável proxy de classe social, que melhor situa os jovens em termos de seu meio social. Além de ser de simples utilização, ela costuma ser melhor declarada do que, por exemplo, a profissão ou escolaridade do pai, ou até a renda familiar. | Proporção de jovens de 18 a 24 anos que engravidaram antes dos 20 anos, segundo tipo de método contraceptivo utilizado na iniciação sexual e na primeira gravidez, por sexo FONTE: Pesquisa GRAVAD, 2002. POPULAÇÃO: Jovens de 18 a 24 anos, Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) | Na iniciacão sexual Nenhum Preservativo masculino Pílula Outros | Na primeira gravidez Nenhum Preservativo masculino Pílula Outros | Método anticoncepcional usado | Sexo (%) 47,7 40,5 8,6 3,2 68,6 12,2 14,3 4,9 Mulheres 45,6 45,5 6,3 2,6 63,7 19,1 12,1 5 Homens Sabe-se que a gravidez na adolescência não se distribui do mesmo modo entre diferentes gru- pos sociais; possui magnitude, contextos e significados distintos. De fato, ela está mais presente entre grupos mais pobres da população, mas também ocorre entre jovens com maior nível de escolarização e renda, ainda que em menor proporção.Veremos como os condicionamentos de gênero e classe social se manifestam nas diferenças encontradas na reprodução juvenil. A pesquisa traz dados de gravidez segundo renda familiar per capita, grau de escolarização do/a jovem ou de sua mãe.1 A ocorrência de gravidez antes dos vinte anos variou inversamen- te, tanto em relação à renda quanto à escolaridade, ou seja, quanto menor a renda ou a escola-
  • 5. . 43 ridade, maior a proporção de gestações declaradas. Os contrastes são maiores nas declarações femininas em que, por exemplo, a proporção de gravidez entre aquelas com renda familiar mensal per capita muito baixa (53,8%) é quase seis vezes mais do que o valor observado entre as que possuíam renda alta (9,7%). Entretanto, ao compararmos jovens de mesma origem social, destaca-se o fato de que os/as que permanecem estudando ou alcançam escolaridade maior que a de suas mães declaram proporção menor de gravidez. Aliás, o percentual encon- trado se aproxima do observado entre moças mais ricas e escolarizadas. Assim, as interpre- tações deterministas quanto à classe social que, muitas vezes, afirmam que a maternidade/ paternidade é o único destino ou alternativa para os jovens mais pobres, precisam ser relati- vizadas. Voltamos à importância da escola neste processo. Veja professor/a, como um projeto de escolarização individual e a consecutiva manutenção do/a jovem na escola, são capazes de ampliar os horizontes pessoais e profissionais, favorecendo que o momento de início das car- reiras reprodutivas seja repensado e posicionado. Outro aspecto presente nos debates acerca da gravidez na adolescência diz respeito à sua dis- tribuição desigual segundo grupos étnicos-raciais. Há diferenças somente quando conside- ra-se o conjunto de moças entrevistadas: a gravidez antes dos 20 anos é mais relatada pelas mulheres que se declararam pretas (35,5%) ou pardas (34,8%) em contraposição às brancas (23,4%) – não foram encontradas diferenças significantes segundo as cidades estudadas. Vale mencionar que elas são também as que têm menor renda e escolaridade. Já entre os homens são bastante distintos os percentuais de declaração de gravidez na adolescência entre pretos (36,8%), relativamente aos brancos (15,8%) e pardos (16,4%). É importante reconhecer que a socialização primária dos jovens contém elementos preciosos para a compreensão de suas trajetórias reprodutivas. Acrescente-se que os atributos de gênero desempenham importante papel nesta questão. Podemos citar a distribuição das tarefas do- mésticas, freqüentemente muito desigual para meninos e meninas. Outros estudos já mostra- ram os tipos de atividades que tradicionalmente cada um desempenha no âmbito doméstico: eles lavam carro, limpam quintal, jogam lixo fora; elas cozinham, arrumam a casa, cuidam de irmãos/ãs menores. As diferenças em termos de tempo livre para brincar e os tipos de ativi- dades lúdicas, acabam, muitas vezes, por reforçar os papéis de gênero (Heilborn, 1997; Ma- deira, 1997). A pesquisa perguntou aos jovens acerca de seu grau de envolvimento nas tarefas domésticas, quando tinham entre 15 e 18 anos: as moças que se declararam como “principais responsáveis pelas tarefas domésticas” engravidaram quase quatro vezes mais do que aquelas que disseram que “não tinham nenhuma obrigação”. Ao compararmos jovens de mesma origem social, destaca-se o fato de que os/as que permanecem estudando ou alcançam escolaridade maior que a de suas mães declaram proporção menor de gravidez.
  • 6. . 44 Este resultado demonstra que a socialização familiar e de gênero é significativa para o desen- lace das trajetórias biográficas. O intenso envolvimento com o trabalho doméstico configura a modelação de uma visão de mundo, em que ser mãe/dona-de-casa é central para a identidade feminina. Neste ponto, uma dupla determinação de classe social e de gênero se faz presente, tendo em vista que as declarações variam segundo o meio social: as moças cujas mães têm me- nores níveis de escolaridade declaram mais ter significativas atribuições no âmbito doméstico. É evidente que não defendemos a idéia de determinação ou de causalidade, mas indicamos que este é mais um importante elemento, presente nos contextos de vida de jovens que engra- vidam. Em um dos estudos derivados da pesquisa Gravad (COSTA, 2002, p. 47), realizado com moças que foram mães antes dos 15 anos, é marcante o fato de que as moças, desde pequenas, já desempenhavam papéis alocados a mulheres adultas, muito antes de serem, de fato, mães: “Desde pequenininha, eu tava com cinco anos, minha irmã devia estar com quatro, três, eu já tomava conta dela, pra minha mãe trabalhar [...] eu não tive infância, como eu falo também, eu não tenho adolescência, né? [...] muitas vezes eu tive que parar de estudar pra tomar conta dos menino, lavar, passar, cozinhar, arrumar [...].” (Depoimento de uma moça de 16 anos, com filho, responsável pelo cuidado de crianças desde os sete anos de idade). | Moças com gravidez antes dos 20 anos e grau de participação em tarefas domésticas (entre 15 e 18 anos) FONTE: Pesquisa GRAVAD, 2002. POPULAÇÃO: Jovens de 18 a 24 anos, Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) 0 10 20 30 40 50 60 Principal responsável Dividia igualmente com os outros Ajudava Não tinha nenhuma obrigação 54,3 % 31,9 24,1 16,9
  • 7. . 45 E a escola? Qual a importância da escolarização neste processo? A escola é o lugar por excelência do aprendizado do convívio social, e o/a professor/a é uma referência na vida das crianças, adolescentes e jovens. Sabemos do carinho que sentimos na re- lação com os/as alunos/as no dia-a-dia e a importância que os/as professores/as têm na formação pessoal,apesar das adversidades enfrentadas no processo de educação em nosso país.A passagem pela escola é uma etapa primordial em nosso desenvolvimento, em todos os aspectos da vida. Éinegávelaimportânciadaescola,nadisseminaçãodeinformaçõescientíficassobresexualidade e reprodução. Entretanto, também são notórias as dificuldades dos/as professores/as para lidar com esses temas, que incluem emoções e outras subjetividades.Além da necessidade de acesso a informação adequada que qualifique sua intervenção, muitos/as professores/as temem abordar os temas relativos à sexualidade por considerá-los de foro íntimo, por desconhecimento, por te- mor da reação dos familiares dos/as alunos/as,por timidez ou vergonha etc.Com tantos receios, deixam de assumir plenamente sua parcela de responsabilidade como educadores/as. Vimos que a escola é um lugar de encontro de amigos/as e de possíveis parceiros/as sexuais. A escola é citada como uma das principais fontes de informação pelos/as jovens sobre gravidez, relação sexual e prevenção de DST/Aids, mas, sobretudo deste último tema. Verificamos que jovens com menor escolaridade declaram pelo menos um episódio de gravidez, em maior proporção. O que educadores/as podem fazer a partir destes dados? Como utilizar estas infor- mações em suas propostas pedagógicas? A trajetória escolar dos jovens no Brasil, na maioria das vezes, apresenta dificuldades, muitas das quais antecedem a gravidez. A pesquisa Gravad registrou grande proporção de defasagem entre idade e série, além de interrupções dos estudos (Almeida, 2008).A proporção de trajetó- rias irregulares (ou seja, com defasagem idade-série, repetências ou interrupção) é muito alta, próxima a 70% entre as mulheres e 76% entre os homens. Os dados são mais desfavoráveis para os jovens moradores de Salvador, comparativamente aos do Rio de Janeiro ou Porto Ale- gre.Almeida (2008) constata que jovens de ambos os sexos, com menor renda mensal familiar, negros/as e cujas mães possuem baixa escolaridade são os que possuem em menor proporção trajetórias regulares de estudo (ou seja, linear, sem interrupções). No que concerne às moças, aquelas com maior responsabilidade doméstica entre os 15 e 18 anos também são as que apresentam maior irregularidade em seu percurso escolar. Do mesmo modo, moças e rapazes com trajetória irregular, iniciaram mais cedo a vida sexual, com menor uso de contracepção/ proteção na primeira vez. Estes dados compõem uma parte do contexto em que a gravidez se dá: jovens com escolari- dade irregular apresentam em maior proporção (comparativamente àqueles com percurso A escola é citada como uma das principais fontes de informação pelos/as jovens sobre gravidez, relação sexual e prevenção de DST/Aids. (...) a pesquisa mostrou que o episódio reprodutivo ocorre, muitas vezes, depois que os/as jovens já tinham abandonado completamente os estudos, sobretudo entre os homens.
  • 8. . 46 regular) pelo menos um episódio reprodutivo na adolescência. Assim, o argumento, bastante comum, de que a gravidez é um evento negativo na vida dos jovens porque os tira da escola, precisa ser visto com cautela, na medida em que pode ser apenas mais um elemento, em uma trajetória com tantos obstáculos. Mais ainda, a pesquisa mostrou que o episódio reprodutivo ocorre, muitas vezes, depois que os/as jovens já tinham abandonado completamente os estu- dos, sobretudo entre os homens. | Proporção de jovens que declararam pelo menos uma gravidez antes dos 20 anos, segundo tipo de trajetória escolar, por sexo2 FONTE: Pesquisa GRAVAD, 2002. POPULAÇÃO: Jovens de 18 a 24 anos, Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) 2. Estudo completo em Almeida, 2008. Irregular com interrupção Irregular sem interrupção Regular Face a um fenômeno de múltiplas dimensões, no que concerne ao processo de transição juve- nil, um dos grandes desafios é conseguir manter o/a jovem na escola e favorecer a construção de um projeto de vida que englobe outras possibilidades, além da reprodução. A pesquisa revelou que jovens com melhor percurso escolar estão mais expostos às informações sobre gravidez e contracepção, começam a namorar e iniciam a vida sexual mais tarde, referem mais uso de métodos contraceptivos na iniciação sexual. Ainda que uma gravidez não prevista também possa acontecer com estes/as jovens, ela se apresenta em menor proporção, e o nas- cimento de um filho não é seu principal desfecho, o que pode indicar uma sobreposição do projeto escolar ao reprodutivo. 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 HomensMulheres 45,7 17,4 8,4 27,5 20,1 3
  • 9. . 47 Em outras palavras, a gravidez na adolescência é um evento que acontece no Brasil, tanto com jovens em situações desfavorecidas como com aqueles de classes médias e altas, apesar destes casos serem menos freqüentes. No caso dos/as jovens pobres, muitas vezes a maternidade e a paternidade tornam-se alternativas para obter reconhecimento social. Alguns jovens têm tão poucas oportunidades que, ao se tornarem pais e mães – apesar das adversidades – se sentem valorizados socialmente, aspiram ter a própria família, sentem-se “adultos”, donos de suas vidas, a despeito da tenra idade.