O “manifesto” da bolota
E se por alguma razão, após a expansão marítima dos povos europeus nos séculos XIV e XV, a população
mundial tivesse sofrido um aumento exponencial? Certamente que a utilização de recursos naturais durante esse
período teria sido muito mais intensa. E se na época renascentista as civilizações ocidentais tivessem as
tecnologias de hoje? Provavelmente teriam utilizado em larga escala os jazigos minerais e petrolíferos, e teriam
consumido muitos mais recursos hídricos e biológicos de modo a suportar uma população em rápido
crescimento. E sendo seres humanos como nós, talvez apenas quando a escassez desses recursos se
repercutisse na população, sobretudo nas classes mais influentes e com maior capacidade económica,
começassem a tomar sérias medidas de gestão e conservação. Mas, talvez já fosse tarde de mais. Felizmente, e
porque não ocorreu nenhum aumento populacional significativo como o que se observa hoje, não foi exatamente
isso que sucedeu.
[1] O documento discute a importância histórica dos carvalhais para o desenvolvimento das civilizações humanas e como eles forneceram recursos vitais como alimento, abrigo e combustível. [2] Hoje, os carvalhais nativos quase desapareceram devido à ação humana, mas podem ser recuperados plantando bolotas. [3] O documento propõe dedicar um "Dia Mundial da Bolota" anual para coletar e plantar bolotas com o objetivo de restaurar os carvalhais e
O documento discute a perda da biodiversidade. Ele define biodiversidade e explica que a maior biodiversidade está nas regiões tropicais, como a Amazônia. O documento também discute as causas da perda de biodiversidade, incluindo desmatamento e atividades humanas, e as consequências, como aquecimento global. Ele sugere soluções como plantar árvores e reduzir o consumo.
1. A biodiversidade refere-se à variabilidade entre os seres vivos e os ecossistemas da Terra. Inclui diversidade genética, entre espécies e dos ecossistemas.
2. As principais ameaças à biodiversidade são a destruição e fragmentação de habitats, introdução de espécies invasoras e sobre-exploração.
3. A preservação da biodiversidade é importante por motivos éticos, econômicos e pelos benefícios indiretos como serviços ecossistêmicos. Manter a biodiversidade é es
O documento discute a biodiversidade, incluindo sua definição e importância. Ele também aborda os hotspots de biodiversidade globalmente e no Brasil, com foco na Amazônia e Cerrado, além de exemplos históricos da destruição da biodiversidade na Ilha Maurício.
A biodiversidade refere-se à variedade de vida no planeta Terra e inclui a diversidade genética, orgânica e ecológica. Ela é fundamental para o equilíbrio dos ecossistemas e possui valor econômico, social e científico. Sua preservação é essencial para a sustentabilidade.
O documento discute a perda da biodiversidade devido a ações humanas como desmatamento, poluição, caça excessiva e mudanças climáticas. Ele identifica esses problemas, sugere soluções como tratamento de esgoto, leis para caça e desmatamento sustentável, e conclui que pequenas ações de cada pessoa podem ajudar a proteger a fragil biodiversidade da Terra.
O documento discute o trabalho realizado por alunas do curso de Pedagogia sobre conteúdos de Ciências. O trabalho foi desenvolvido para a disciplina de Ciências: Conteúdos e Métodos e aborda temas como seres vivos, ecossistemas, origem da água e produção de lixo. O material produzido será doado para a brinquedoteca da faculdade para auxiliar em aulas práticas com crianças.
Resgatar a Humanidade, Alcide Gonçalves e Jorge Moreira, O Instalador, março ...Jorge Moreira
A palavra ‘humanidade’ deriva do latim’ humanitas’ e ‘humanitatis’, que significa cultura, civilização, natureza humana, carácter, sentimento, bondade, benevolência, cortesia e compaixão. Trata-se de uma palavra que exprime uma série de qualidades nobres, que residem profundamente no coração do ser humano.
Mas, esta palavra, significa também um conjunto de seres humanos, sendo ‘humanos’, relativo ao homem, que por sua vez é derivado de ‘homo’, relacionado como ‘humus’, terra. Quando vamos à raiz das coisas, acabamos por perceber que a Humanidade é simultaneamente um conjunto de qualidades e seres da terra. Isto sugere, que no sentido lato, todos os seres da terra podem ser considerados Humanidade. Todas as espécies, incluindo a Homo sapiens. Na verdade, não estaríamos cá sem o papel das outras espécies, tanto no que concerne a nível evolutivo, como ecológico. Não conseguiríamos existir e viver sem o contributo delas. Mas a palavra ‘terra’ também significa chão, solo, território, região de origem, nação, ou o próprio planeta Terra. Neste contexto, a Humanidade pode também ser considerada toda a Terra - a nossa grande Mãe. Há um traço de familiaridade cósmica.
[1] O documento discute a importância histórica dos carvalhais para o desenvolvimento das civilizações humanas e como eles forneceram recursos vitais como alimento, abrigo e combustível. [2] Hoje, os carvalhais nativos quase desapareceram devido à ação humana, mas podem ser recuperados plantando bolotas. [3] O documento propõe dedicar um "Dia Mundial da Bolota" anual para coletar e plantar bolotas com o objetivo de restaurar os carvalhais e
O documento discute a perda da biodiversidade. Ele define biodiversidade e explica que a maior biodiversidade está nas regiões tropicais, como a Amazônia. O documento também discute as causas da perda de biodiversidade, incluindo desmatamento e atividades humanas, e as consequências, como aquecimento global. Ele sugere soluções como plantar árvores e reduzir o consumo.
1. A biodiversidade refere-se à variabilidade entre os seres vivos e os ecossistemas da Terra. Inclui diversidade genética, entre espécies e dos ecossistemas.
2. As principais ameaças à biodiversidade são a destruição e fragmentação de habitats, introdução de espécies invasoras e sobre-exploração.
3. A preservação da biodiversidade é importante por motivos éticos, econômicos e pelos benefícios indiretos como serviços ecossistêmicos. Manter a biodiversidade é es
O documento discute a biodiversidade, incluindo sua definição e importância. Ele também aborda os hotspots de biodiversidade globalmente e no Brasil, com foco na Amazônia e Cerrado, além de exemplos históricos da destruição da biodiversidade na Ilha Maurício.
A biodiversidade refere-se à variedade de vida no planeta Terra e inclui a diversidade genética, orgânica e ecológica. Ela é fundamental para o equilíbrio dos ecossistemas e possui valor econômico, social e científico. Sua preservação é essencial para a sustentabilidade.
O documento discute a perda da biodiversidade devido a ações humanas como desmatamento, poluição, caça excessiva e mudanças climáticas. Ele identifica esses problemas, sugere soluções como tratamento de esgoto, leis para caça e desmatamento sustentável, e conclui que pequenas ações de cada pessoa podem ajudar a proteger a fragil biodiversidade da Terra.
O documento discute o trabalho realizado por alunas do curso de Pedagogia sobre conteúdos de Ciências. O trabalho foi desenvolvido para a disciplina de Ciências: Conteúdos e Métodos e aborda temas como seres vivos, ecossistemas, origem da água e produção de lixo. O material produzido será doado para a brinquedoteca da faculdade para auxiliar em aulas práticas com crianças.
Resgatar a Humanidade, Alcide Gonçalves e Jorge Moreira, O Instalador, março ...Jorge Moreira
A palavra ‘humanidade’ deriva do latim’ humanitas’ e ‘humanitatis’, que significa cultura, civilização, natureza humana, carácter, sentimento, bondade, benevolência, cortesia e compaixão. Trata-se de uma palavra que exprime uma série de qualidades nobres, que residem profundamente no coração do ser humano.
Mas, esta palavra, significa também um conjunto de seres humanos, sendo ‘humanos’, relativo ao homem, que por sua vez é derivado de ‘homo’, relacionado como ‘humus’, terra. Quando vamos à raiz das coisas, acabamos por perceber que a Humanidade é simultaneamente um conjunto de qualidades e seres da terra. Isto sugere, que no sentido lato, todos os seres da terra podem ser considerados Humanidade. Todas as espécies, incluindo a Homo sapiens. Na verdade, não estaríamos cá sem o papel das outras espécies, tanto no que concerne a nível evolutivo, como ecológico. Não conseguiríamos existir e viver sem o contributo delas. Mas a palavra ‘terra’ também significa chão, solo, território, região de origem, nação, ou o próprio planeta Terra. Neste contexto, a Humanidade pode também ser considerada toda a Terra - a nossa grande Mãe. Há um traço de familiaridade cósmica.
O documento discute a importância da ecologia e do meio ambiente para a humanidade de acordo com a perspectiva espírita. Aponta que devemos ter preocupação com a manutenção do planeta enquanto aqui estivermos para nossa evolução espiritual e que precisamos agir agora para preservar os recursos naturais para as gerações futuras.
Este documento fornece informações sobre a biodiversidade e ações que as pessoas podem tomar para ajudar a protegê-la. O documento foi traduzido e adaptado pela Comissão Europeia para promover a campanha "Biodiversidade. Estamos todos juntos nisto". Ele contém 52 sugestões de ações que as pessoas podem tomar para apoiar a biodiversidade em suas vidas diárias.
O documento discute a história da permacultura e suas bases, incluindo: (1) A permacultura surgiu como uma alternativa sustentável à agricultura convencional, buscando imitar os ecossistemas naturais; (2) Ela foi desenvolvida por Bill Mollison e David Holmgren na Austrália na década de 1970; (3) A permacultura envolve o design consciente de sistemas agrícolas diversificados, estáveis e resilientes para prover alimentos e outros recursos de forma sustentável.
Este documento fornece um resumo de ecossistemas, cadeias alimentares e biomas. Define ecossistema como o conjunto de comunidades que interagem em uma região e com fatores ambientais. Descreve que cadeias alimentares transferem matéria e energia entre produtores, consumidores e decompositores. Lista exemplos de biomas como florestas tropicais, temperadas e de mangue.
Este documento fornece um resumo de ecossistemas, cadeias alimentares e biomas. Define ecossistema como o conjunto de comunidades que interagem em uma região e com fatores ambientais. Descreve as três partes da cadeia alimentar: produtores, consumidores e decompositores. Lista exemplos de biomas como florestas tropicais e temperadas.
O documento discute a importância dos solos para a sobrevivência dos seres vivos e para a agricultura. Explica que os solos fornecem nutrientes para as plantas e são a base para a produção de alimentos. No entanto, as atividades humanas como desmatamento e uso excessivo de agrotóxicos podem prejudicar os solos e afetar o meio ambiente e a saúde.
O documento discute os impactos ambientais da evolução humana desde as sociedades de caçadores-coletores até a sociedade industrial atual. Aborda temas como o uso de recursos naturais, poluição, mudanças climáticas e a necessidade de se alcançar o desenvolvimento sustentável.
1) Uma mineração de cascalho próxima a uma aldeia Guarani está causando impactos socioambientais na comunidade e território.
2) Os Guarani dependem do equilíbrio com o meio ambiente para sua sobrevivência cultural e física.
3) A mineração ameaça a perambulação Guarani e a preservação da Mata Atlântica nessa região.
O documento discute o tema "Meio Ambiente" e fornece sugestões para abordá-lo em diferentes disciplinas escolares como matemática, português, ciências, geografia e informática. Também lista dicas de filmes e livros relacionados ao meio ambiente.
Telecurso 2000 aula 44 eu preciso pescar para comernetoalvirubro
a) O documento descreve as diferentes formas como o homem obteve seu alimento ao longo da história, desde a época de caçador-coletor até a era industrial.
b) No período de caçador-coletor, o homem dependia diretamente dos recursos da natureza para sua alimentação, dificultando o crescimento populacional.
c) A agricultura e a criação de animais permitiram ao homem produzir seu próprio alimento de forma mais segura, favorecendo o aumento da população.
Este documento fornece orientações sobre pequenas ações que as pessoas podem tomar para ajudar a proteger a biodiversidade. Ele explica o que é a biodiversidade e por que é importante, e fornece 52 sugestões de ações que as pessoas podem incorporar em suas vidas diárias para apoiar a conservação da natureza.
Novas narrativas no semiárido brasileiro apres.antonio barbo sa - asa-brasilProjeto Redesan
O documento discute as condições históricas e socioeconômicas do semiárido brasileiro, destacando o papel das famílias agricultoras na convivência com a região e as soluções apresentadas ao longo do tempo para combater a seca, como o programa de cisternas rurais e a articulação de subsistemas de produção e infraestrutura hídrica.
O documento discute a relação entre seres humanos e o meio ambiente. Ele explica que o meio ambiente inclui tanto áreas naturais quanto cidades, e destaca a biodiversidade e interdependência entre espécies na Terra. Também aborda como a industrialização e o consumismo afetaram os ecossistemas ao longo do tempo.
O documento discute a relação entre seres humanos e o meio ambiente. Ele explica que o meio ambiente inclui tanto áreas naturais quanto cidades, e destaca a biodiversidade da Terra e os impactos causados pela revolução industrial e pelo consumismo na natureza. A sustentabilidade é apresentada como um equilíbrio entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental.
O documento discute a relação entre seres humanos e o meio ambiente. Aponta que o meio ambiente inclui cidades urbanas, não apenas florestas e praias. Explora como a humanidade depende e impacta a natureza através da história, desde a domesticação de plantas e animais até a revolução industrial e o consumismo moderno, com consequências como o desaparecimento de espécies. Também discute a criação de reservas naturais e o desenvolvimento sustentável.
O documento discute a relação entre seres humanos e o meio ambiente. Ele explica que o meio ambiente inclui tanto áreas naturais quanto cidades, e destaca a biodiversidade da Terra e os impactos causados pela revolução industrial e pelo consumismo na natureza. A sustentabilidade é apresentada como um equilíbrio entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental.
1) Os abutres desempenham um papel importante na manutenção da saúde dos ecossistemas, comendo carcaças, mas estão ameaçados pela perda de habitat e envenenamento.
2) Protetores solares podem matar plâncton quando ingredientes como dióxido de titânio reagem com a luz do sol, formando compostos tóxicos e prejudicando a cadeia alimentar marinha.
3) São necessários novos modelos rurais e urbanos sustentáveis que minimizem o impacto ambiental da produção
NÃO HÁ MOTIVOS PARA COMEMORAR HOJE O DIA INTERNACIONAL DA MÃE TERRA.pdfFaga1939
Este artigo mostra que a humanidade está perdendo a batalha contra as forças do mal que promovem a devastação do meio ambiente do planeta Terra com a exaustão de seus recursos naturais, a poluição do ar, dos mares, rios e lagos, o surgimento de novas pandemias e o aquecimento global resultante da emissão de gases do efeito estufa para as mais altas camadas da atmosfera terrestre que tende a produzir a mudança climática catastrófica em nosso planeta. É devido a tudo isto que não há motivos para comemorar o Dia Internacional da Terra.
O documento discute a importância do desenvolvimento sustentável e como a civilização da Ilha de Páscoa colapsou ao esgotar os recursos naturais da ilha sem considerar as gerações futuras. O conceito de sustentabilidade surgiu para garantir que o desenvolvimento atenda às necessidades atuais sem comprometer o futuro. A história da Ilha de Páscoa mostra como o excesso de desmatamento levou a sociedade rapa nui à fome, guerra e declínio cultural.
O documento descreve como as árvores das florestas tropicais abrigam uma grande diversidade de organismos, incluindo abelhas, aranhas, borboletas, pássaros e mamíferos. Menciona que uma única árvore pode constituir um pequeno ecossistema, servindo de moradia para dezenas de espécies diferentes.
O documento discute a importância da ecologia e do meio ambiente para a humanidade de acordo com a perspectiva espírita. Aponta que devemos ter preocupação com a manutenção do planeta enquanto aqui estivermos para nossa evolução espiritual e que precisamos agir agora para preservar os recursos naturais para as gerações futuras.
Este documento fornece informações sobre a biodiversidade e ações que as pessoas podem tomar para ajudar a protegê-la. O documento foi traduzido e adaptado pela Comissão Europeia para promover a campanha "Biodiversidade. Estamos todos juntos nisto". Ele contém 52 sugestões de ações que as pessoas podem tomar para apoiar a biodiversidade em suas vidas diárias.
O documento discute a história da permacultura e suas bases, incluindo: (1) A permacultura surgiu como uma alternativa sustentável à agricultura convencional, buscando imitar os ecossistemas naturais; (2) Ela foi desenvolvida por Bill Mollison e David Holmgren na Austrália na década de 1970; (3) A permacultura envolve o design consciente de sistemas agrícolas diversificados, estáveis e resilientes para prover alimentos e outros recursos de forma sustentável.
Este documento fornece um resumo de ecossistemas, cadeias alimentares e biomas. Define ecossistema como o conjunto de comunidades que interagem em uma região e com fatores ambientais. Descreve que cadeias alimentares transferem matéria e energia entre produtores, consumidores e decompositores. Lista exemplos de biomas como florestas tropicais, temperadas e de mangue.
Este documento fornece um resumo de ecossistemas, cadeias alimentares e biomas. Define ecossistema como o conjunto de comunidades que interagem em uma região e com fatores ambientais. Descreve as três partes da cadeia alimentar: produtores, consumidores e decompositores. Lista exemplos de biomas como florestas tropicais e temperadas.
O documento discute a importância dos solos para a sobrevivência dos seres vivos e para a agricultura. Explica que os solos fornecem nutrientes para as plantas e são a base para a produção de alimentos. No entanto, as atividades humanas como desmatamento e uso excessivo de agrotóxicos podem prejudicar os solos e afetar o meio ambiente e a saúde.
O documento discute os impactos ambientais da evolução humana desde as sociedades de caçadores-coletores até a sociedade industrial atual. Aborda temas como o uso de recursos naturais, poluição, mudanças climáticas e a necessidade de se alcançar o desenvolvimento sustentável.
1) Uma mineração de cascalho próxima a uma aldeia Guarani está causando impactos socioambientais na comunidade e território.
2) Os Guarani dependem do equilíbrio com o meio ambiente para sua sobrevivência cultural e física.
3) A mineração ameaça a perambulação Guarani e a preservação da Mata Atlântica nessa região.
O documento discute o tema "Meio Ambiente" e fornece sugestões para abordá-lo em diferentes disciplinas escolares como matemática, português, ciências, geografia e informática. Também lista dicas de filmes e livros relacionados ao meio ambiente.
Telecurso 2000 aula 44 eu preciso pescar para comernetoalvirubro
a) O documento descreve as diferentes formas como o homem obteve seu alimento ao longo da história, desde a época de caçador-coletor até a era industrial.
b) No período de caçador-coletor, o homem dependia diretamente dos recursos da natureza para sua alimentação, dificultando o crescimento populacional.
c) A agricultura e a criação de animais permitiram ao homem produzir seu próprio alimento de forma mais segura, favorecendo o aumento da população.
Este documento fornece orientações sobre pequenas ações que as pessoas podem tomar para ajudar a proteger a biodiversidade. Ele explica o que é a biodiversidade e por que é importante, e fornece 52 sugestões de ações que as pessoas podem incorporar em suas vidas diárias para apoiar a conservação da natureza.
Novas narrativas no semiárido brasileiro apres.antonio barbo sa - asa-brasilProjeto Redesan
O documento discute as condições históricas e socioeconômicas do semiárido brasileiro, destacando o papel das famílias agricultoras na convivência com a região e as soluções apresentadas ao longo do tempo para combater a seca, como o programa de cisternas rurais e a articulação de subsistemas de produção e infraestrutura hídrica.
O documento discute a relação entre seres humanos e o meio ambiente. Ele explica que o meio ambiente inclui tanto áreas naturais quanto cidades, e destaca a biodiversidade e interdependência entre espécies na Terra. Também aborda como a industrialização e o consumismo afetaram os ecossistemas ao longo do tempo.
O documento discute a relação entre seres humanos e o meio ambiente. Ele explica que o meio ambiente inclui tanto áreas naturais quanto cidades, e destaca a biodiversidade da Terra e os impactos causados pela revolução industrial e pelo consumismo na natureza. A sustentabilidade é apresentada como um equilíbrio entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental.
O documento discute a relação entre seres humanos e o meio ambiente. Aponta que o meio ambiente inclui cidades urbanas, não apenas florestas e praias. Explora como a humanidade depende e impacta a natureza através da história, desde a domesticação de plantas e animais até a revolução industrial e o consumismo moderno, com consequências como o desaparecimento de espécies. Também discute a criação de reservas naturais e o desenvolvimento sustentável.
O documento discute a relação entre seres humanos e o meio ambiente. Ele explica que o meio ambiente inclui tanto áreas naturais quanto cidades, e destaca a biodiversidade da Terra e os impactos causados pela revolução industrial e pelo consumismo na natureza. A sustentabilidade é apresentada como um equilíbrio entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental.
1) Os abutres desempenham um papel importante na manutenção da saúde dos ecossistemas, comendo carcaças, mas estão ameaçados pela perda de habitat e envenenamento.
2) Protetores solares podem matar plâncton quando ingredientes como dióxido de titânio reagem com a luz do sol, formando compostos tóxicos e prejudicando a cadeia alimentar marinha.
3) São necessários novos modelos rurais e urbanos sustentáveis que minimizem o impacto ambiental da produção
NÃO HÁ MOTIVOS PARA COMEMORAR HOJE O DIA INTERNACIONAL DA MÃE TERRA.pdfFaga1939
Este artigo mostra que a humanidade está perdendo a batalha contra as forças do mal que promovem a devastação do meio ambiente do planeta Terra com a exaustão de seus recursos naturais, a poluição do ar, dos mares, rios e lagos, o surgimento de novas pandemias e o aquecimento global resultante da emissão de gases do efeito estufa para as mais altas camadas da atmosfera terrestre que tende a produzir a mudança climática catastrófica em nosso planeta. É devido a tudo isto que não há motivos para comemorar o Dia Internacional da Terra.
O documento discute a importância do desenvolvimento sustentável e como a civilização da Ilha de Páscoa colapsou ao esgotar os recursos naturais da ilha sem considerar as gerações futuras. O conceito de sustentabilidade surgiu para garantir que o desenvolvimento atenda às necessidades atuais sem comprometer o futuro. A história da Ilha de Páscoa mostra como o excesso de desmatamento levou a sociedade rapa nui à fome, guerra e declínio cultural.
O documento descreve como as árvores das florestas tropicais abrigam uma grande diversidade de organismos, incluindo abelhas, aranhas, borboletas, pássaros e mamíferos. Menciona que uma única árvore pode constituir um pequeno ecossistema, servindo de moradia para dezenas de espécies diferentes.
A Abolicao do Trabalho-por Bob Black.pdfJoão Soares
No artigo intitulado “The Original Affluent Society” (Idade da Pedra, Sociedade da Abundância), o antropólogo Marshall Sahlins ao estudar os colectores de caça fez explodir o mito Hobbesiano. Os colectores de caça trabalham muito menos do que nós. Além disso, é difícil distinguir esse trabalho daquilo que nós consideramos hoje como divertimento. Sahlins diz que o “trabalho” dos caçadores e colectores em busca de alimento é intermitente e melhor do que o trabalho permanente. O descanso é abundante. Ao contrário da maioria de nós, dormem durante o dia. O trabalho que fazem — trabalham uma média de 4 horas por dia e supondo que aquilo que fazem é aos nossos olhos trabalho —, são esforços que parecem ser efectuados com habilidade e que provocam a evolução da capacidade física e intelectual. O trabalho indiferenciado em grande escala, como disse Sahlins, é impossível. Este tipo de trabalho (como modernamente também se designa, não qualificado), só se tomou possível com a industrialização.
The Open Society and Its Enemies- K. PopperJoão Soares
Written in political exile in New Zealand during the Second World War and published in two volumes in 1945, The Open Society and its Enemies was hailed by Bertrand Russell as a 'vigorous and profound defence of democracy'. This legendary attack on the philosophies of Plato, Hegel and Marx prophesied the collapse of communism in Eastern Europe and exposed the fatal flaws of socially engineered political systems. It remains highly readable, erudite and lucid and as essential reading today as on publication in 1945. It is available here in a special centenary single-volume edition.
DANÇAR O ZEN: APRENDIZADO E POÉTICAS DE UM PROCESSOJoão Soares
O documento discute um processo criativo experimental que relaciona o zen budismo, danças brasileiras e técnicas teatrais. O processo é ilustrado pela coreografia "O Touro e o Vazio", que incorpora elementos dos ritos zen, da estética anime japonesa e danças nordestinas brasileiras. A coreografia explora como essas diferentes técnicas e aprendizados podem traduzir a história do corpo que dança em busca de um "acontecer poético".
How Google enables Big Oil’s greenwashing-Final ReportJoão Soares
For the first time, the Center for Countering Digital Hate comprehensively details how Google enables Big Oil’s greenwashing. We reveal that nearly half of the $23.7 million spent on Google search ads by oil and gas companies in the last two years have targeted search terms on environmental sustainability. The five companies studied in this report, ExxonMobil, British Petroleum (BP), Chevron, Shell, and Aramco, have polluted our search results while Google raked in their dirty money.
The Entropy Law and the Economic ProcessJoão Soares
"Every few generations a great seminal book comes along that challenges economic analysis and through its findings alters men's thinking and the course of societal change. This is such a book, yet it is more. It is a "poetic" philosophy, mathematics, and science of economics. It is the quintessence of the thought that has been focused on the economic reality. Henceforce all economists must take these conclusions into account lest their analyses and scholarship be found wanting. "The entropy of the physical universe increases constantly because there is a continuous and irrevocable qualitative degradation of order into chaos. The entropic nature of the economic process, which degrades natural resources and pollutes the environment, constitutes the present danger. The earth is entropically winding down naturally, and economic advance is accelerating the process. Man must learn to ration the meager resources he has so profligately squandered if he is to survive in the long run when the entropic degradation of the sun will be the crucial factor, "for suprising as it may seem, the entire stock of natural resources is not worth more than a few days of sunlight!" Georgescu-Rogen has written our generation's classic in the field of economics."— Library Journal
E-Livro - Elogio da Loucura, por Erasmo de RoterdãoJoão Soares
Esta célebre é incontornável obra, ainda que com mais de 500 anos, continua atual. O autor levanta o véu que cobre e tolda o olhar e humano, numa denúncia dos comportamentos sociais. É introduzida a linha do Humanismo nesta amálgama satírica.
Constituição da República Portuguesa 1976João Soares
O documento apresenta a Constituição da República Portuguesa, aprovada em 1976 após a Revolução dos Cravos. Ela estabelece Portugal como uma república democrática e socialista, comprometida com a independência nacional, os direitos humanos e a transição para o socialismo. A Constituição também define os princípios fundamentais do Estado, como a soberania popular e o Estado de Direito, assim como os direitos e deveres dos cidadãos portugueses.
War is a crime against humanity: The Story of War Resisters’ InternationalJoão Soares
This document provides a summary of the book "War is a Crime Against Humanity: The Story of War Resisters' International" by Devi Prasad. It details the history and work of the War Resisters' International organization from its founding in the 1920s through 1975. The document contains 13 chapters that describe the growth of pacifism and nonviolent movements throughout history, the founding and early work of WRI opposing World War I and conscription, and WRI's efforts to support war resisters and promote peace during and after World War II and through various 20th century conflicts. It also includes appendices with details on WRI conferences, leadership, publications, and affiliates around the world.
Extending Russia: Competing from Advantageous GroundJoão Soares
This report examines a range of possible means to extend Russia. As the 2018 National Defense Strategy recognized, the United States is currently locked in a great-power competition with Russia. This report seeks to define areas where the United States can compete to its own advantage. Drawing on quantitative and qualitative data from Western and Russian sources, this report examines Russia's economic, political, and military vulnerabilities and anxieties. It then analyzes potential policy options to exploit them — ideologically, economically, geopolitically, and militarily (including air and space, maritime, land, and multidomain options). After describing each measure, this report assesses the associated benefits, costs, and risks, as well as the likelihood that measure could be successfully implemented and actually extend Russia. Most of the steps covered in this report are in some sense escalatory, and most would likely prompt some Russian counter-escalation. Some of these policies, however, also might prompt adverse reactions from other U.S. adversaries — most notably, China — that could, in turn, stress the United States. Ultimately, this report concludes that the most attractive U.S. policy options to extend Russia — with the greatest benefits, highest likelihood of success, and least risk — are in the economic domain, featuring a combination of boosting U.S. energy production and sanctions, providing the latter are multilateral. In contrast, geopolitical measures to bait Russia into overextending itself and ideological measures to undermine the regime's stability carry significant risks. Finally, many military options — including force posture changes and development of new capabilities — could enhance U.S. deterrence and reassure U.S. allies, but only a few are likely to extend Russia, as Moscow is not seeking parity with the United States in most domains.
Pensar Portugal – A modernidade de um país antigoJoão Soares
Pensar Portugal – A Modernidade de um País Antigo é um livro de pequenos ensaios de ciências sociais e humanas, que apresentam e discutem assuntos e problemas relativos a Portugal. São ensaios que constituem estudos de caso, embora tenham a forma de crónicas. O ponto de vista não é propriamente filosófico, nem estético, nem político. É um exercício de compreensão do mundo contemporâneo, tendo as ciências sociais e humanas como enquadramento teórico. Estes ensaios filiam-se no reconhecimento de um pensamento da prática, e também no reconhecimento da importância do imaginário em toda a estruturação social. O livro está organizado em seis partes. Cada parte é iniciada por um capítulo teórico. A função destes capítulos é a de enquadrar, teórica e metodologicamente, os pequenos ensaios, colocadas no registo específico de cada uma das partes do livro.
Bulletin of the Atomic Scientisits 2024-Doomsday-Clock-StatementJoão Soares
The document summarizes the 2024 Doomsday Clock statement from the Bulletin of the Atomic Scientists. It finds that humanity faces an unprecedented level of danger from nuclear weapons, climate change, disruptive technologies, and other threats. The Doomsday Clock remains set at 90 seconds to midnight, the closest it has ever been to catastrophe. Key threats include an increased risk of nuclear war due to conflicts like Ukraine, an accelerating climate crisis, and dangers from emerging technologies like AI and biotechnology if left unchecked. Urgent global cooperation is needed to reduce threats and move the clock further from midnight.
The Man in The High Castle Philip K. DickJoão Soares
This document provides bibliographic and copyright information for the novel "The Man in the High Castle" by Philip K. Dick. It includes a dedication to the author's wife, acknowledgments for sources used, and the beginning of Chapter 1 which introduces the main character Mr. Robert Childan and describes his antique store in San Francisco.
o homem do castelo alto - philip k. dickJoão Soares
1) O documento apresenta uma introdução a uma nova edição do livro "O Homem do Castelo Alto" de Philip K. Dick, traduzido para português.
2) O autor revisita um texto introdutório que escreveu há 27 anos sobre a obra e pensamento de Philip K. Dick.
3) A introdução discute a vida e carreira de Philip K. Dick, sua visão do mundo, influências filosóficas e religiosas, e como isso é refletido em sua ficção científica.
Falsas catástrofes invisíveis e ameaças de destruiçãoJoão Soares
This document summarizes and critiques a news article claiming that Africa's oldest baobab trees are dying at an unprecedented rate that may be caused by climate change. The summary critiques several aspects of the original claim:
1) It is normal for older trees and species to die, yet the article provides no baseline rate of baobab mortality to say if the current rate is truly unprecedented.
2) The article only speculates that climate change "may" be the cause, providing no actual evidence of a link between climate change and baobab deaths.
3) There are no population figures for baobabs across Africa to determine mortality rates, yet the article claims the rate of death is increasing
Introdução ao pensamento feminista negroJoão Soares
O texto defende um feminismo que abarque as 99% das mulheres, especialmente as mais vulneráveis e marginalizadas, como mulheres negras, pobres, indígenas, trabalhadoras domésticas e LGBTQIA+. O feminismo proposto é anticapitalista, antirracista, ecossocialista e contra a opressão de gênero, classe e raça.
Queer Palestine and the Empire of CritiqueJoão Soares
This document provides background on the author's personal experiences coming to terms with his queer identity as a Palestinian. He describes growing up feeling different from his peers and hearing anti-gay messages. During college, he began exploring queer identities but still felt isolated due to differences in experiences. Exposure to queer communities in the US and Middle East helped his acceptance. The author's academic work has focused on critiquing universalizing of Western LGBT concepts and embracing a nuanced understanding of queer identities and experiences of Arabs. His journey highlights tensions between queer and Arab identities but also their connections within himself.
Neste livro me dediquei a falar mais sobre o dromedário que é da família dos camelos, também chamado de camelo árabe ou camelo de uma corcunda. O camelo de duas corcundas é comum na Ásia. Como estive em Dubai, Egito e em Israel onde reina absoluto os dromedários e foi com esta espécie que tive bastante contato em maio de 2023. Animal domesticável, forte, resistente, útil para transporte de pessoas e carga, fornece leite para alimentação humana e também carne e pele para confecção de roupas ou tendas. Sem o auxílio destes animais seria muito mais difícil a vida humana nos desertos.
Camelos são maquinas criadas por Deus com todos os equipamentos biológicos completíssimos para as condições do deserto. Suas patas, olhos, pele, estômago, palato e cada detalhe foram pensados por Deus para colocar esta máquina biológica em atividade no deserto.
representações gráficas que apresentam dados climáticos climogramas .pdfEVERALDODEOLIVEIRA2
CLIMOGRAMAS - Os climogramas são representações gráficas que apresentam dados
climáticos, combinando informações sobre temperatura e precipitação
ao longo de um determinado período de tempo. Esses gráficos são
ferramentas valiosas para entender e comparar os padrões climáticos
de diferentes regiões.
Um climograma típico tem duas escalas verticais, uma para a
temperatura e outra para a precipitação, enquanto a escala horizontal
representa os meses do ano. A temperatura é frequentemente
representada por barras ou linhas, enquanto a precipitação é indicada por barras ou colunas.
2. Índice
O manifesto da bolota 1
O manual da bolota 4
O Dia Mundial da Bolota 5
A sua origem
O blog “bologta: a bolota que tem um blog”
Comemoração do “Dia Mundial da Bolota”
Adesão ao “Dia Mundial da Bolota”
Uma iniciativa independente
A recolha das bolotas 6
Constituição de uma bolota
Época de recolha das bolotas
As bolotas que se podem recolher
Recolha da árvore ou do solo
A seleção das árvores 7
Escolha as espécies autóctones
Cuidado com as espécies exóticas
Idade e saúde dos carvalhos
Carvalhos autóctones
A seleção das bolotas 11
Seleção em casa ou no laboratório
Para “matar o bicho”…e fungos indesejados
Secagem
A sementeira de bolotas 12
Tipo de solo
Profundidade de sementeira
Modalidades de sementeira
Sementeira ou acondicionamento após a seleção
Semear no campo
Semear em viveiro
Semear em vasos
Localização do “bolotário” ou do viveiro
A rega das bolotas 15
Hidratação do embrião
Frequência e cuidados na rega
Os pequenos carvalhos 16
Época de germinação
Ervas daninhas
Rega
Rega durante o verão
Época e local de plantação
Plantação definitiva
Semear bolotas ou plantar carvalhitos?
Extração das árvores de um viveiro
Árvores e arbustos
Bichos… e outros percalços 19
Aprender com a experiência
Lagartas
A espera
Anexo I - Como construir pacotinhos para as bolotas 20
Anexo II - Como construir vasos para as bolotas 21
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3. O “manifesto” da bolota
E se por alguma razão, após a expansão marítima dos povos europeus nos séculos XIV e XV, a
população mundial tivesse sofrido um aumento exponencial? Certamente que a utilização de
recursos naturais durante esse período teria sido muito mais intensa. E se na época renascentista
as civilizações ocidentais tivessem as tecnologias de hoje? Provavelmente teriam utilizado em
larga escala os jazigos minerais e petrolíferos, e teriam consumido muitos mais recursos hídricos e
biológicos de modo a suportar uma população em rápido crescimento. E sendo seres humanos
como nós, talvez apenas quando a escassez desses recursos se repercutisse na população,
sobretudo nas classes mais influentes e com maior capacidade económica, começassem a tomar
sérias medidas de gestão e conservação. Mas, talvez já fosse tarde de mais. Felizmente, e porque
não ocorreu nenhum aumento populacional significativo como o que se observa hoje, não foi
exatamente isso que sucedeu.
Mas, e se tivesse acontecido? Que recursos teriam sobrado? Todas as civilizações edificaram-se e
desenvolveram-se com recursos naturais. Sem eles, as civilizações regridem, desaparecem,
guerreiam-se entre si para se apoderarem do pouco que ainda está disponível. O que teria
chegado até hoje? Será que no século XXI existiria alguma verdadeira civilização? Seres humanos
haveria certamente, mas as civilizações só se constroem com recursos naturais. Se os nossos
antepassados tivessem esgotados as matérias-primas e ecossistemas de que agora dependemos,
o que teria sobrado para nós? Certamente muito pouco, assim como muito pouco haveria da
nossa civilização e do nosso modo de vida atual. E não tenhamos a ilusão de que alguma
tecnologia nos valeria. Todas as tecnologias que dispomos só são possíveis pois usamos recursos
naturais para as construir e pôr a funcionar. E como será daqui alguns séculos? Como serão as
civilizações? Que recursos lhes vamos deixar? E quais lhes queremos deixar? Como seremos
lembrados pela História? A civilização do salto tecnológico ou a responsável pelo declínio
civilizacional? Também só haverá História se houver civilização. Uma coisa é certa, um futuro com
milhares de milhões de seres humanos, tal como hoje acontece, só ocorrerá se lhes deixarmos
recursos, ou então a Terra transformar-se-á numa espécie de Ilha da Páscoa a girar em torno do
Sol, e nós as suas gigantes cabeças!
O ser humano sempre necessitou dos recursos naturais para a sua sobrevivência. Ainda hoje, a
nossa dependência é total. A água e o oxigénio, os alimentos e medicamentos, as fontes de
energia e as matérias-primas que possibilitam o nosso estilo de vida moderno provêm todos eles,
sem exceção, da Natureza. E assim foi ao longo de toda a nossa História.
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4. Apesar da vastidão do nosso planeta, apenas parte é habitável. Necessitamos de terra firme e de
temperaturas não demasiadamente extremas para podermos estabelecer populações em larga
escala. Sendo o Homem o único animal que consegue viver em todos os biomas, apenas em
alguns locais se edificaram verdadeiras civilizações e ocorreu um profundo aumento populacional.
Curiosamente (ou não), quase todas emergiram em áreas semelhantes, desenvolvendo-se onde
haviam bosques e florestas.
Observando a distribuição atual da população humana, as grandes concentrações ocorrem na
Índia e sudeste asiático, nas zonas tropicais da África e América, na Europa e restante região
mediterrânea e em algumas regiões do continente norte-americano. Quando cruzamos estes
dados com um qualquer mapa dos principais biomas, a distribuição parece tirada a “papel-
químico” com a das florestas tropicais, das florestas de caducifólias e do bosque mediterrâneo.
Onde há árvores, ou melhor, onde havia, e temperaturas não demasiadamente baixas, é onde se
encontram os grandes aglomerados humanos.
Para compreendermos melhor esta relação, talvez seja necessário pensarmos naquilo que uma
população humana precisa para sobreviver e se expandir: água, alimento, abrigo, combustível,
medicamentos e algumas matérias-primas. Tudo isto pode ser retirado das árvores? A resposta é
sim! Mas a floresta proporciona-nos muito mais recursos que aqueles que se obtêm diretamente
das árvores. Elas são o suporte da biodiversidade. Delas dependem muitos animais, plantas,
fungos, protistas e bactérias que o Homem utiliza diariamente. São também as florestas que
proporcionaram muito do atual solo agrícola e permitem uma maior fiabilidade e previsibilidade
dos ciclos hidrológicos, fundamentais para o estabelecimento e crescimento de qualquer
comunidade. Em suma, foi nestes bosques e florestas que o Homem encontrou os recursos
necessários à sua sobrevivência. O reverso da medalha foi a drástica redução e fragmentação
destes biomas.
Atualmente, a destruição das florestas tropicais encontra-se a um ritmo avassalador, com
consequências dramáticas, sobejamente conhecidas. Por estranho que nos possa parecer,
fenómeno semelhante ocorreu na Europa central e do sul, e ao longo da parte meridional da
América do Norte. As civilizações ocidentais, onde se encontram os países mais ricos e
desenvolvidos, edificaram-se em zonas outrora ocupadas por florestas em que a maioria das
espécies se reproduzia a partir da germinação de uma semente muito particular, a bolota. Estes
carvalhais, quer fossem de folha caduca ou persistente, atingissem porte arbóreo acentuado ou
não ultrapassassem o tamanho de um arbusto, dominavam a maioria destas regiões. E hoje, o que
sobrou desses ecossistemas? Apesar da velocidade da regressão destes biomas não ser
comparável ao ritmo da desflorestação observada nos trópicos, a redução total de área dos
bosques e florestas das regiões temperadas é muito, mas mesmo muito superior ao ponto de que
os poucos carvalhais existentes não serem ecossistemas naturais, pois de alguma forma já
sofreram intervenção do Homem.
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5. A interferência humana nos carvalhais primitivos já ocorreu, e este facto é irreversível. Mas não se
pense que a ocupação antrópica é necessariamente um fator negativo para os ecossistemas. Os
montados, onde o sobreiro e a azinheira dominam, são um dos melhores exemplos em que
árvores, sustentabilidade ambiental e atividades humanas se conjugam quase na perfeição. No
entanto, a inexistência de carvalhais naturais não deixa de ser revelador da extensão da
intervenção humana. Do mesmo modo, também só o Homem poderá inverter, ou pelo menos,
compensar parcialmente o seu impacto na Natureza e permitir que os carvalhais autóctones
recuperem um pouco da sua extensão original. Os benefícios diretos no ambiente, tais como o
aumento da biodiversidade, melhores recursos hídricos, a recuperação dos solos, a diminuição do
aquecimento global, da poluição atmosférica e do risco de incêndio são algumas consequências
diretas extremamente benéficas para nós. Basta apenas que cresçam mais carvalhos.
Todos os carvalhos se desenvolvem a partir de uma bolota. É da germinação de muitas destas
sementes que se formam os carvalhais. Se queremos participar na conservação da Natureza,
necessitamos de recuperá-los. Basta para isso semearmos bolotas. Simples, não é? Bastaria
apenas um dia por ano em que recolhêssemos e semeássemos bolotas de espécies autóctones,
diretamente no campo, ou as levássemos para casa e as colocássemos em vasos. No ano seguinte
teríamos carvalhos para plantar.
Os diferentes biomas que constituem a biosfera encontram-se interligados e interdependentes. A
melhoria num dos seus componentes tem efeitos positivos e multiplicativos em todos os outros.
O inverso também acontece. Apesar da grande capacidade regenerativa da Natureza, os
equilíbrios naturais globais encontram-se interligados, de um modo que a ciência ainda não
conseguiu desvendar a sua total complexidade. Os carvalhos não existem em todos os
continentes. Apenas no hemisfério norte, essencialmente em regiões temperadas e
mediterrâneas, é que ocorrem naturalmente as plantas do género Quercus sp. Contudo, uma
parte significativa da população mundial vive nestes locais. Para muitos, é aí que nós vivemos, e é
aí que a nossa ação pode ser decisiva e é aí que podemos fazer algo para nós, por nós e pelos
nossos, os de hoje e os de amanhã. E quase que basta apenas um dia. Um dia em que a nossa
insignificante ação local, na força que a união faz, seja um dia verdadeiramente mundial. Esse dia
pode ser qualquer um… mas também pode ter data marcada. Vamos fazer do dia 10 de novembro
um dia de contributo para o nosso mundo. Vamos transformá-lo no Dia Mundial da Bolota.
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6. O Manual da Bolota
Pensar global, agir local…
Sustentabilidade ambiental…
Captura de carbono…
Defesa da floresta autóctone…
Proteção da Natureza…
Educação ambiental…
Como abordar estas preocupações ambientais individualmente, numa escola ou noutra
organização? Que atividades podem mobilizar uma comunidade e contribuir para uma efetiva
mudança local?
Este manual pretende ser um auxiliar para todos que queiram realizar atividades de conservação
da Natureza que fomentem, efetivamente, uma nova atitude relativamente ao nosso património
natural.
A primeira edição foi concebida com base na nossa experiência, assim como numa aprofundada
pesquisa bibliográfica. Optámos por elaborar um manual sucinto e de fácil consulta, ao invés de
um trabalho mais extenso sobre carvalhos e bolotas e a sua propagação. A edição de 2019, tal
como sucedeu com as edições de 2012 a 2018, surge com ligeiras modificações relativamente à
original (2011).
O Manual da Bolota 2019 está longe de estar completo. Deverá servir para uma implementação
inicial deste tipo de atividades. O local onde vivemos e as espécies que utilizamos obrigam-nos a
adotar técnicas e processos específicos. Nesta aprendizagem surgem novas soluções que, com a
vossa colaboração, constarão certamente no Manual da Bolota 2020.
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7. O Dia Mundial da Bolota - 10 de Novembro
Em 2019 vamos comemorar o 11º Dia Mundial da Bolota.
A sua origem
Sem a influência do Homem, grande parte do nosso país seria um enorme carvalhal. Quando o
percorremos, de norte para sul ou do litoral para o interior, observamos, com enorme
preocupação, que na maioria do território pouco ou nada existe destas florestas autóctones. Foi
com esta preocupação que iniciámos uma série de atividades de recuperação ambiental.
O Dia Mundial da Bolota, oficialmente, ainda não existe. Este nome arrojado surgiu para chamar a
atenção para este problema, sendo um pretexto para a união de esforços no sentido da
preservação e recuperação da Natureza e Educação Ambiental. Apesar disso, é já comemorado
um pouco por todo o país… e em diversos países!
Comemorámos, em 2009, na Escola Secundária Quinta das Palmeiras, na cidade da Covilhã, o 1º
Dia Mundial da Bolota. E ainda não conseguimos parar!
O blog “bologta: a bolota que tem um blog”
Este blog funciona como um ponto de encontro através do qual se divulgam as atividades
realizadas e a realizar, partilham informações da nossa flora e trocam experiências sobre a
germinação e propagação de bolotas e carvalhos, encontrando-se disponível para todas as
pessoas.
Comemoração do “Dia Mundial da Bolota”
Esta data pode ser assinalada de diversas formas. As mais comuns têm sido a distribuição e
sementeira de bolotas, mas outras atividades tais como caminhadas, workshops sobre sementeira
e reflorestação, plantação de carvalhitos, concursos de fotografias ou até a confeção de alimentos
com bolotas são sempre muito concorridas.
Apesar da diversidade de atividades, privilegiamos a distribuição de bolotas de carvalhos
autóctones de Portugal aos alunos, funcionários e professores da nossa escola. Para tal,
elaboramos pacotinhos de papel, com cerca de 5 a 10 bolotas, que contêm impressas instruções
para a sementeira e germinação destas sementes (ver como construir pacotinhos em anexo). A
sementeira pode ser realizada no campo ou em casa, em pequenos vasos, envolvendo,
preferencialmente, todas as pessoas lá de casa. Assim, no ano seguinte, todos terão pequenos
carvalhos para plantar.
Mas este dia pode ser comemorado de qualquer outra forma (ou mesmo noutra data). O
importante é que façamos algo que contribua para a proteção e requalificação da nossa floresta
autóctone.
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8. Adesão ao “Dia Mundial da Bolota”
A comemoração desta data é feita livremente. É apenas um pretexto para a realização de
atividades que promovam a conservação dos carvalhais autóctones de cada região... semeando
bolotas, plantando pequenos carvalhos, entre muitas outras atividades. E em qualquer altura se
pode comemorar o Dia Mundial da Bolota, desde que hajam bolotas e/ou pequenos carvalhitos
autóctones! Poderão dar-nos o vosso feedback e partilhar as vossas experiências para o nosso e-
mail (bologta@gmail.com). Sigam-nos também em http://bologta.blogspot.com.
Uma iniciativa independente
O Dia Mundial da Bolota é uma criação do autor deste manual, tendo surgido em 2009 na Escola
Secundária Quinta das Palmeiras (Covilhã). É uma iniciativa inteiramente independente que não
movimenta qualquer quantia monetária, encargo ou obrigatoriedade de fidelização. O tipo de
atividades a implementar fica ao critério dos aderentes, podendo eles próprios criar novas ideias e
estratégias que enriqueçam este dia. Pedimos apenas que partilhem connosco o que fizeram para
que esta iniciativa tome, de ano para ano, uma maior expressão e relevância.
A recolha das bolotas
Constituição de uma bolota
A bolota é o fruto dos carvalhos (Quercus sp.). A parte superior chama-se cúpula que rodeia,
parcialmente, uma única semente - um aquénio. Para “compreendermos” melhor as bolotas,
convém dominar alguns termos botânicos:
Aquénio - fruto seco, indeiscente e monospérmico, isto é, provido de uma só semente.
Indeiscente - Fruto que não abre naturalmente.
Monospérmico - Com uma única semente.
Época de recolha das bolotas
A melhor época para a recolha é do final de outubro até meados de novembro, altura em que os
carvalhos se encontram em plena produção de bolotas, as quais apresentam um tom acastanhado
quando maduras. No entanto, a época ideal varia de espécie para espécie e de local para local. O
melhor é ir acompanhando a maturação das bolotas das diversas espécies de cada região.
As bolotas que se podem recolher
Recolha apenas bolotas maduras, mas seja um pouco seletivo. As melhores são as que
apresentam um aspeto saudável, com bom calibre e sem sinais de “bicho” ou fungos. Bolotas
demasiadamente escuras ou leves, quando comparadas com outras da mesma espécie, devem ser
evitadas. Mas não seja cuidadoso em demasia. Nesta fase, privilegie o número relativamente à
qualidade. Em casa, ou no laboratório, poderá proceder a uma seleção mais rigorosa (ver “Seleção
das bolotas”).
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9. Recolha da árvore ou do solo
As bolotas não têm que ser recolhidas diretamente da árvore, apesar destas, quando maduras,
serem as mais indicadas. Se assim fosse, muitas seriam colhidas imaturas e a quantidade seria
muito escassa, pois as árvores mais produtivas são bastante altas. Pode recolhê-las diretamente
do chão, desde que não tenham caído há demasiado tempo - após uma noite ventosa encontram-
se muitas acabadas de cair. O aquénio da bolota, quando saudável e maduro, separa-se
espontaneamente da cúpula, pelo que deve-se evitar recolher bolotas em que o aquénio e a
cúpula permanecem juntos. Se recolher bolotas de espécies diferentes não as misture pois o local
de sementeira/plantação para uma espécie pode não ser o indicado para outra.
A seleção das árvores
Apesar de o termo “carvalho” ser aplicado, geralmente, a árvores de folha caduca, ele
corresponde a todas as espécies do género Quercus, as quais produzem bolotas. Os carvalhos
autóctones de Portugal incluem espécies arbustivas e arbóreas, de folha caduca, marcescente
(permanece seca na árvore) ou persistente.
Escolha as espécies autóctones
A melhor forma de selecionar a(s) espécie(s) a semear é pela observação local. Os carvalhos que
encontramos serão, por princípio, caraterísticos da região. São eles que nos fornecem facilmente as
bolotas para semear e estão, por seleção natural, melhor “adaptados” às condições ambientais desse
meio. Para a implementação de plantações com interesse económico de algumas espécies de carvalhos
(Quercus sp.) existe atualmente a necessidade de se utilizarem sementes certificadas, de acordo com a
legislação em vigor (Decreto-Lei n.º 205/2003, de 12 de setembro). Para plantações com vista à
formação de povoamentos florestais, sugerimos a consulta técnica do ICNF (ou outra entidade
especializada). Em todo o caso, deixamos aqui alguns links para leituras mais especializadas:
http://bologta.blogspot.pt/2017/05/boas-praticas-florestais-publicacao-da.html; http://bologta.blogspot.pt/2017/09/elaboracao-de-projetos-florestais.html
Cuidado com as espécies exóticas
Em alguns locais existem plantações de espécies introduzidas (ex.: Quercus rubra – carvalho-
americano) que, por serem exóticas, interferem negativamente nos ecossistemas nacionais. Estas
espécies não deverão ser utilizadas. A identificação de alguns carvalhos em jardins e viveiros
comerciais nem sempre é a mais correta. Tenha atenção às características de cada espécie. Se
necessário recorra a bibliografia especializada (recomendamos a consulta da Flora Ibérica que
também se encontra on-line, ou o portal http://flora-on.pt/ ambos podem ser acedidos através a
partir do nosso blog http://bologta.blogspot.com/) .
Idade e saúde dos carvalhos
Prefira sementes de árvores não muito jovens nem demasiado velhas. Não apanhe bolotas de
árvores doentes. Se possível, recolha-as de várias árvores, pois a variabilidade genética será maior.
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10. Carvalhos autóctones
Espécies de carvalhos autóctones de Portugal continental*:
- Quercus coccifera (carrasco)
- Quercus suber (sobreiro)
- Quercus ilex subsp. ballota (azinheira)
- Quercus canariensis (carvalho-de-monchique)
- Quercus robur (carvalho-alvarinho)
- Quercus pyrenaica (carvalho-negral)
- Quercus faginea subsp. broteroi (carvalho-cerquinho) e Quercus faginea subsp. faginea (pedamarro)
- Quercus lusitanica (carvalhiça)
* Esta lista está de acordo com “Flora Ibérica”. No entanto, para Q. coccifera tem sido sugerido a existência de 2
subespécies: susbp. coccifera e subsp. rivasmartinezii
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Distribuição dos carvalhos (Quercus sp.) autóctones portugueses Caraterísticas
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Árvore
(A)
arbusto
(a)
Folha
caduca
(c)
marcescente
(m)
persistente
(p)
Q. coccifera
Carrasco
X X X X X X X X X a p
Q. ilex ballota
Azinheira
X X X X X X X X X X A p
Q. suber
Sobreiro
X X X X X X X X X X X A p
Q. robur
Carvalho-alvarinho
X X X X X X X A c
Q. pyrenaica
Carvalho-negral
X X X X X X X X X A/a c/m
Q. canariensis
Carvalho-de-monchique
X A m
Q. faginea faginea
Pedamarro
X X X A/a m
Q. faginea broteroi
Carvalho-cerquinho
X X X X X X A/a m
Q. lusitanica
Carvalhiça
X X X X X X X a m
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11. No mapa seguinte encontram-se as zonas de predomínio das espécies arbóreas mais significativas
em Portugal continental.
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12. Nos mapas seguintes, pode observar-se a distribuição das espécies de carvalhos autóctones
portuguesas na Península Ibérica:
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Q. coccifera (carrasco) Q. ilex ballota (azinheira) Q. suber (sobreiro)
Q. robur (carvalho-alvarinho) Q. pyrenaica (carvalho-negral) Q.canariensis(carvalho-de-monchique)
Q.fagineafaginea(pedamarro) Q.fagineabroteroi(carvalho-cerquinho) Q. lusitanica (carvalhiça)
Mapas obtidos em www.plantasyhongos.es/angiospermas/Quercus.htm
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13. A seleção das bolotas
A recolha de bolotas no campo nunca é muito seletiva. É preferível apanhar uma grande
quantidade do que sermos muito seletivos e no final do dia chegarmos a casa “de mãos a abanar”.
Seleção em casa ou no laboratório
Para elegermos as boas sementes devemos colocá-las (apenas o aquénio) num recipiente com
água. As boas bolotas são como os ovos… ficam no fundo. As que flutuam já não estão em
condições. Selecione as que ficaram no fundo. Verifique-as novamente, eliminando aquelas que
apresentam buracos ou fungos. Prefira as que apresentam boa forma, cor e tamanho.
Frequentemente, algumas bolotas já apresentam sinais de germinação, o que indica que o
embrião está vivo e de boa saúde, por isso não as elimine. Com um pouco de prática este
procedimento torna-se muito intuitivo. Após a seleção poderá passar diretamente para a fase de
secagem ou para o termotratamento.
Para “matar o bicho”… e fungos indesejados
Neste momento já tem bolotas muito boas. No entanto, ainda poderá melhorar a sua qualidade.
Mesmo que não sejam observáveis buracos, algumas ainda estão infetadas com insetos que as
utilizam como alimento. A sua eliminação é muito simples e não requer qualquer tratamento
químico. Coloque-as cerca de 2 horas em água a 42ºC. Lembre-se que quando as colocar nesta
água quente, a temperatura diminui. Reaqueça-a e inicie a contagem das 2 horas quando a água
atingir novamente os 42ºC (esta temperatura corresponde a água muito quente, mas ainda
suportável para a nossa pele). Este procedimento não deverá provocar qualquer dano na bolota.
No entanto, em algumas espécies, este tratamento térmico pode originar uma germinação mais
precoce. O procedimento descrito – termotratamento – nunca deve ser realizado em bolotas que
já apresentam sinais de germinação.
Ao armazenar bolotas durante um período mais longo de tempo (2-3 meses no máximo, no frio e
assegurando a presença de alguma humidade), podem surgir fungos que, a longo prazo,
diminuem a qualidade das bolotas. Para evitar esta situação, podem pulverizar-se as sementes
com um pouco de álcool etílico, misturando-as de seguida.
Secagem
Espalhe as sementes de modo a que percam o excesso de água do seu exterior. Pode limpá-las
com um pano, mas evite a sua exposição ao sol. Tenha atenção que esta secagem deve ser muito
ligeira. Este procedimento, a ser realizado, deve ser efetuado de modo a não provocar qualquer
desidratação no interior das bolotas, servindo apenas para que estas não ganhem fungos
enquanto não são semeadas ( e o armazenamento seja no frio) ou para que possam ser colocadas
em pacotinhos de papel para serem distribuídas.
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14. A sementeira das bolotas
Tipo de solo
Observe o tipo de solo em que os carvalhos de onde recolheu as bolotas vivem. A menos que
note sinais de subdesenvolvimento, esse tipo de substrato será indicado. Os nossos carvalhos
autóctones são, de um modo geral, pouco exigentes relativamente à constituição do solo. Com
exceção do sobreiro, carvalho-alvarinho, carvalho-negral, carvalho-de-Monchique e a carvalhiça
que não toleram terrenos calcários, mesmo em solos pobres algumas espécies sobrevivem.
Para a sementeira em vaso/viveiro não é necessário comprar “terra de jardim”. No entanto, os
resultados são melhores se o solo apresentar alguma matéria orgânica e porosidade. Uma boa
possibilidade consiste em misturar um terço de terra do carvalhal onde recolheu as bolotas com
dois terços de um substrato mais apropriado para jardinagem. Solos muito compactos e/ou
argilosos, pedregosos, arenosos, sem capacidade de retenção de água devem ser evitados.
Um substrato adequado possibilitará um maior sucesso da germinação e do desenvolvimento das
jovens árvores, mas existem muitos outros fatores. O teor de humidade no interior da semente é
absolutamente essencial – um bom solo sem pequenas regas frequentes será uma desilusão.
Profundidade de sementeira
As bolotas devem ser semeadas horizontalmente, sem a cúpula, a uma profundidade 1 a 2 vezes o
seu comprimento, consoante o local onde se efetua. O “bico” da bolota (a extremidade oposta à
cúpula) deve estar no centro do vaso/cova pois é daí que se inicia a germinação.
Modalidades de sementeira
Recomendamos sempre a sementeira no outono ou início do inverno. Para semear na primavera é
necessário acondicionar adequadamente as sementes, o que no caso das bolotas nem sempre é
fácil. Além disso, a capacidade de germinação das bolotas diminui rapidamente com o passar do
tempo.
Sugerimos quatro modalidades: recolha e sementeira imediata; seleção para semear no campo;
seleção para semear em viveiro; e seleção para semear em vasos.
Sementeira ou acondicionamento após a seleção
As bolota podem ser semeadas logo após a recolha e seleção. Alternativamente, podem ser
acondicionadas no frigorífico, num recipiente que permita que “respirem”, para serem semeadas
até algumas (poucas) semanas após a colheita. Para sementeiras mais tardias, até meados do
inverno, poderão ser acondicionadas em tabuleiros em camadas intercaladas com areia húmida
ou outro substrato. Em todo o caso, devem ser sempre asseguradas condições que mantenham o
embrião, no interior da bolota, com humidade adequada. Se o embrião desidratar, não germinará.
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15. Semear no campo
As bolotas semeadas no campo ficam sujeitas à predação por aves e mamíferos. Convém, neste
caso, colocar 1 a 3 bolotas (sem cúpula) em cada cova, a uma profundidade de 2 vezes o
comprimento da semente, e depois de cobertas com terra, calcar o solo que as cobre. Deste
modo, ficarão menos acessíveis aos predadores e, caso sejam descobertas, talvez alguma do trio
escape (para povoamentos florestais, utilize apenas 1 por cova, de origem certificada). Uma outra
possibilidade consiste em abrir 3 covas muito juntas, colocando 1 bolota em cada cova, mas a
diferentes profundidades. Isto é particularmente importante em áreas com javalis.
Tenha atenção ao tipo de solo, orientação das encostas, disponibilidade de luz e água no local. Se
possível, semeie as bolotas num local que replique as condições que existiam no bosque onde as
recolheu. Cada espécie de carvalho ocupa um nicho ecológico próprio.
De um modo geral, evite locais demasiado expostos à luz ou com demasiada sombra, locais muito
encharcados ou encharcáveis, assim como muito secos. Atente à existência de outras árvores que
retirem excessivamente a luz ou que, tal como o eucalipto, a acácia (mimosa) ou o carvalho-
americano, não permitem o desenvolvimento de outras plantas. Em zonas recém-queimadas,
poderá ser necessário esperar alguma regeneração natural para semear bolotas, o que poderá
demorar 1 a 2 anos. Previamente, poderá espalhar sementes de espécies pioneiras – pinheiros,
bétulas, entre outras.
Por fim, analise a zona de sementeira com a seguinte perspetiva… se considerar que será sujeita a
agressões tais como o pastoreio, limpeza de mato, ou outras, não avance com a tarefa, pois os
pequenos carvalhos que irão germinar serão destruídos antes de apresentarem um porte arbóreo.
Se possível, contacte uma entidade pública (câmara municipal, junta de freguesia, parque natural,
entre outros) ou um particular que possua um terreno e que esteja interessado na preservação
ambiental. A preservação da Natureza é muito mais eficaz quanto mais pessoas e entidades
estiverem envolvidas.
Semear em viveiro
Se semear no chão num local protegido – viveiro – abra covas em fileira, colocando uma bolota
por cova, de profundidade 1 a 2 vezes o seu comprimento. Mantenha algum espaço entre elas de
modo a que quando se obtiverem pequenas árvores estas possam ser retiradas com a raiz,
individualmente, sem interferirem com as outras (espaçadas, no mínimo, 15cm entre si). No
entanto, os pequenos carvalhos retirados do viveiro perdem grande parte da raiz durante a
repicagem, pelo que pode ser um método pouco viável. Convém calcar o solo e no inverno cobrir
o local com folhas ou palha para as proteger da geada, assim como ter cuidados com a hidratação
do solo durante todo o ano.
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16. Semear em vasos
A sementeira em vasos permite a germinação das bolotas em qualquer casa. As pequenas plantas
crescem e desenvolvem-se junto a nós, o que para muitas pessoas é motivador.
Os vasos poderão ser construídos a partir de garrafas de plástico, sendo essencial que o recipiente
utilizado seja afunilado inferiormente e com uma abertura central no fundo. Assim, o excesso de
água é sempre drenado. Igualmente importante, é permitir que a raiz não se enrole no fundo do
recipiente. Ao ser exposta ao ar (na abertura central do fundo), essa porção morrerá, mas a que
se encontra na terra sobrevive e mantém-se mais saudável. O carvalhito irá desenvolver mais
raízes, reforçando o sistema radicular no restante substrato do vaso. A abertura central do fundo
nunca deverá contactar água ou solo de modo a que a raiz não cresça além desta abertura (caso
isso aconteça enrolará, o que não é conveniente) (ver como construir vasos em anexo).
As garrafas de plástico de são muito fáceis de obter. Deste modo faz-se a reutilização de um
resíduo, juntando-se facilmente uma grande quantidade de recipientes. No entanto, este tipo de
recipiente deixa passar a luz, podendo provocar um aquecimento adicional durante o verão, o que
pode prejudicar as raízes. Este inconveniente pode ser diminuído se na época estival forem
revestidos com algum tipo de material opaco, ou colocados permanentemente à sombra.
O volume de solo que estes recipientes podem conter é, para a maioria das espécies, suficiente
para a germinação das bolotas. No entanto, quanto maior for o volume de solo maior é o sucesso
na germinação e desenvolvimento dos pequenos carvalhos. A reutilização de recipientes de
grande volume proporciona um meio mais estável, com maior capacidade de retenção de água e
disponibilidade de nutrientes para as pequenas árvores, mas também apresenta algumas
limitações. Para uma mesma quantidade de bolotas será necessário assegurar um maior
fornecimento de solo e, futuramente, o transporte para o local definitivo de plantação não será
tão prático. Será tudo uma questão de quantidade vesus qualidade.
A sementeira em vasos tem ainda a vantagem de na altura da plantação as pequenas árvores
estarem aptas a serem transportadas. Acresce que estes recipientes podem ser mudados de lugar
em qualquer altura, o que pode ser necessário na eventualidade do local escolhido inicialmente
não se demonstrar o mais adequado.
Nesta modalidade, enche-se cada recipiente com terra até cerca de 5cm do topo, coloca-se 1
bolota, horizontalmente e com a extremidade mais aguda da bolota no centro do vaso. Tapa-se
com terra o equivalente ao comprimento da semente. Juntam-se os diversos recipientes num
mesmo local, o “bolotário”.
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17. Existem no mercado tabuleiros alveolares para árvores. Em espécies de raízes profundas, como é
o caso dos carvalhos, cada alvéolo deve ter no mínimo 400-500ml de volume. Qualquer que seja o
recipiente, é necessário que a parte inferior esteja aberta de modo a que a raiz cresça
verticalmente e passando a profundidade do solo do fundo do recipiente, fique exposta ao ar e
morra essa parte exposta. Assim, a raiz não enrola, ganha menos infeções fúngicas e mantém-se
uma certa proporção entre a parte aérea e o volume radicular.
Localização do “bolotário” ou do viveiro
O local do viveiro ou onde se colocam os vasos – bolotário - poderá ter uma ligeira exposição
solar, sem ser excessiva (evitar a exposição a sul), assim como estar protegido contra os ventos
dominantes e animais que possam alimentar-se das bolotas ou dos pequenos carvalhos.
A rega das bolotas
Hidratação do embrião
Se a sementeira tiver sido efetuada no campo, a água da chuva será a forma natural das sementes
permanecerem hidratadas. No entanto, se as semeou num local próximo de si (ex.: no seu jardim)
poderá regá-las com regularidade.
Se a sementeira for em vasos ou mesmo em viveiro, a rega é absolutamente essencial. Não é
necessário encharcar as sementes. Este tratamento não implica a sua germinação mais rápida mas
é fundamental para manter alguma (e não demasiada) humidade no solo, o que mantém o
conteúdo hídrico da semente. Sem água no seu interior a bolota não se conserva e, chegada a
primavera, não germinará.
Frequência e cuidados na rega
A frequência deste procedimento deve adequar-se às condições do meio – localização, época do
ano, permeabilidade do terreno, etc. Importa manter o solo sempre húmido mas não encharcado.
A colocação da água, que não deverá ser calcária para algumas espécies, deve ser cuidadosa para
evitar o arrastamento da terra. As regas devem ser, de preferência, de manhã.
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18. Os pequenos carvalhos
Época de germinação
Após a dormência durante o inverno, grande parte das bolotas germinarão. Algumas começam a
exibir o caulículo (parte aérea) logo no início de fevereiro ou mesmo antes. Outras dão sinal de
vida apenas em finais de junho. Convém esclarecer que quando a parte aérea se torna visível, já a
germinação se iniciou semanas antes, mas não é visível, pois a primeira estrutura a surgir é a
radícula que se desenvolve para o interior do solo.
Ervas daninhas
Surgirão, certamente, outras plantas nos vasos ou no viveiro. Convém que sejam retiradas
manualmente (monda manual). No entanto, se ainda não estiver familiarizado com o aspeto de
um pequeno carvalho “recém-nascido”, não realize esta ação sob pena de o destruir. Espere que
alguns carvalhos despontem. Poderá confirmar que o aspeto das suas folhas e a sua maior
consistência os distinguem das herbáceas que aí se desenvolveram. Proceda então à monda.
Rega
Mantenha o solo húmido, mas não encharcado. A frequência desta ação varia consoante as
condições ambientais e a espécie em causa. Não espere que as pequenas plantas apresentem
sinais de secura. No entanto, a rega excessiva também pode desidratar as plantas se o
escoamento e/ou o tipo de solo não for adequado.
Rega durante o verão
O período estival é o mais complicado para qualquer árvore, especialmente quando jovem. As
altas temperaturas, o elevado número de horas de luz natural (fotoperíodo), a intensidade
luminosa acentuada e a ausência de precipitação sujeitam-nas a um grande stress hídrico.
Os carvalhos envasados possuem pouco solo a envolver a raiz, havendo menor disponibilidade de
água e um maior sobreaquecimento da parte subterrânea. Os vasos devem ser colocados à
sombra, num local fresco, de modo a diminuir a evaporação da pouca água disponível. Por baixo
dos vasos poderão ser colocados recipientes com água, funcionando como reservatório que
ameniza a temperatura e aumenta a humidade.
Para carvalhos já plantados, em viveiro ou em local definitivo, a sombra pode ser assegurada pelas
plantas que crescem em redor. Como a raiz dos carvalhos é muito profunda, ao contrário do que
acontece com a maioria das herbáceas, não haverá competição por água. É importante que
durante a plantação se faça uma pequena depressão em redor do local onde se coloca a árvore,
servindo de coletor natural da pouca precipitação que vai surgindo.
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19. A instalação de um sistema de rega “gota-a-gota” nem sempre é muito eficiente. Devido à
profundidade atingida pela raiz dos carvalhos, as pequenas gotas dificilmente formam uma coluna
de água que chegue à maioria da raiz, perdendo-se água por evaporação e para outras plantas de
raízes mais superficiais. A constante circulação da água pode também prejudicar as caraterísticas
do solo, acidificando-o, por exemplo. É mais vantajoso uma rega com um maior volume de líquido
que pela pressão criada pelo seu próprio peso, atinja maior profundidade. As regas devem ser
efetuadas quando o solo apresenta baixa temperatura, ou seja, durante a noite ou de manhã.
Época e local de plantação
Com este procedimento, os seus pequenos carvalhos serão definitivamente colocados na
Natureza. A escolha do local é fundamental para o futuro desenvolvimento das árvores (reveja o
item “Semear no campo”).
Muitas escolas e instituições plantam simbolicamente uma árvore no “Dia da árvore” que
corresponde ao início da primavera. Curiosamente, para os tipos climáticos existentes em Portugal
continental, não é uma data aconselhável. O final do outono e o início do inverno são as melhores
épocas. Se possível, para as espécies de folha caduca ou marcescente (folha que seca sem se
desprender da árvore), plante as pequenas árvores após a queda das folhas (ou após secarem, nas
espécies marcescentes).
Plantação definitiva
Na véspera regue os carvalhos que vai plantar. A plantação definitiva implica traumatismos na raiz.
De modo a diminuir o impacto neste órgão, a planta deve ser retirada do vaso (ou do solo – veja
“Extração das árvores de um viveiro”) com muito cuidado e plantada juntamente com o torrão de
terra que a envolve.
Abra uma cova um pouco mais profunda do que o torrão de terra que envolve a raiz. Coloque um
pouco do solo superficial no fundo da cova. Insira a raiz de modo a que o início da parte aérea da
planta fique ligeiramente abaixo da superfície. A depressão servirá como coletor natural da água
da chuva. Calque a terra para que a planta não possa ser arrancada. Se possível, regue novamente
os carvalhos.
Semear bolotas ou plantar carvalhitos?
A sementeira em vasos permite-nos seguir o processo de germinação das bolotas e o
desenvolvimento dos carvalhitos. O desenvolvimento inicial nestes recipientes confere alguma
proteção às jovens plantas contra condições meteorológicas e climáticas desfavoráveis, para além
de proteger da ação de alguns predadores, tais como o javali. Dá-nos também a certeza e a
satisfação, na altura de plantar, que já temos árvores num determinado local.
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20. Semear as bolotas diretamente no campo não permite seguir o crescimento nem cuidar das
pequenas árvores. No entanto, também não teremos o trabalho de cuidar e transplantar, como
acontece quando recorremos a vasos ou viveiro. E é muito mais fácil semear várias centenas de
bolotas do que plantar algumas dezenas de carvalhos.
De um modo geral, as árvores que se desenvolvem a partir de sementes colocadas diretamente
no solo tendem a crescer melhor e mais depressa devido, possivelmente, a um melhor
desenvolvimento radicular. A sementeira direta permite um crescimento da raiz sem
constrangimentos. Nos carvalhos, árvores de raiz muito profunda, ainda antes de se observar
qualquer parte aérea, já a raiz poderá ter vários dezenas de centímetros de comprimento.
Enquanto houver reservas nutritivas na semente, a raiz poderá atingir zonas mais profundas em
busca de água e nutrientes inorgânicos, assegurando um crescimento mais rápido.
Também em épocas desfavoráveis, como a maior parte da biomassa da árvore se encontra
profundamente no solo, as condições adversas superficiais não influenciarão tanto a raiz que se
encontra num meio mais estável. Acresce ainda que o transplante de árvores, por mais cuidadoso
que seja, provoca sempre danos, o que retarda o crescimento da planta.
O estabelecimento de associações simbióticas com outros seres vivos - nomeadamente a
formação de micorrizas (associações entre as raízes e micélios de fungos existentes no solo) serão
mais facilmente estabelecidas com árvores que resultaram da germinação direta de sementes na
Natureza.
A definição da estratégia a seguir - semear bolotas ou plantar carvalhitos – depende de vários
fatores, sendo que a decisão final deve ser ponderada caso a caso.
Extração das árvores de um viveiro
É um procedimento invasivo que deve ser feito com muito cuidado. Insira uma pá obliquamente
de modo a retirar a raiz. Para atenuar os efeitos de uma manipulação inexperiente, aconselhamos
que não separe a raiz do torrão de terra que a envolve. A porção a retirar deverá ter o dobro ou o
triplo de comprimento da parte aérea. Coloque num saco ou recipiente, mantendo a planta
vertical e assegurando que a raiz não desidrata. Este processo requer que a árvore passe para o
local da plantação definitiva o mais brevemente possível.
Os carvalhos são árvores de raiz profunda, devendo este facto ser tomado em conta durante a
retirada da pequena árvore do viveiro (repicagem). De modo a diminuir os danos provocados na
raiz durante este processo, devem ser regados abundantemente antes da repicagem.
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21. Árvores e arbustos
O termo “carvalho” aplica-se, geralmente, apenas a árvores. No entanto, algumas espécies
apresentam apenas um desenvolvimento arbustivo. Sabemos que as atividades de requalificação
ambiental são mais atrativas se na nossa mente o resultado final for uma floresta bem
desenvolvida. No entanto, alguns dos nossos carvalhos – Quercus coccifera (carrasco) e Quercus
lusitanica (carvalhiça) – que não ultrapassam geralmente o porte arbustivo, são também
elementos fundamentais dos nossos ecossistemas e “merecem” a mesma atenção que os
restantes, apesar de nunca se tornarem tão majestosos e imponentes quanto as restantes
espécies deste género (Quercus sp.).
Bichos… e outros percalços
Aprender com a experiência
Cada bolota é um ser vivo único. Apesar dos carvalhos as produzirem em grande quantidade,
apenas uma pequena parte delas originará uma árvore ou arbusto adulto. Não são, por isso, seres
programáveis ou obedientes às nossas ordens e desejos. Para cada uma existiria um
procedimento próprio e singular, impossível de ser totalmente conhecido.
Apesar de este manual pretender ser um auxiliar para o sucesso da sua germinação e propagação,
só com a prática se vão conseguindo, de ano para ano, melhorar os procedimentos e adaptá-los às
especificidades de cada espécie e de cada local. Por isso, não desanime se nem tudo correr logo
como deseja. Analise o que terá feito corretamente e pense em soluções para melhorar. O
importante é nunca desistir!
Lagartas
As bolotas são os locais escolhidos por alguns insetos para que a sua descendência se desenvolva.
Por isso, quando se guardam as bolotas, mesmo quando sujeitas a tratamento para eliminar estas
“pragas”, irão surgir “visitantes” indesejados capazes de furar papel, cartão e recipientes de
plástico, podendo aparecer em locais improváveis. Quanto maior for o tempo entre a recolha e a
sementeira, e se a temperatura de acondicionamento for elevada, mais lagartas surgirão.
A espera
Nem todas as bolotas que semeou irão germinar, mesmo que as condições e procedimentos
tenham sido perfeitos. E cada uma germinará ao seu ritmo. Os carvalhos são plantas de
crescimento lento. Não espere encontrar, após poucos anos, uma floresta no local onde semeou
ou plantou os pequenos carvalhos. Vai demorar mais algum tempo… por isso mesmo, não deixe
para o ano o que pode semear no próximo Dia Mundial da Bolota!
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22. Anexo I
Como construir pacotinhos para as bolotas
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23. 21
Anexo II
Como construir vasos para as bolotas
Reutilize uma garrafa de 500ml a 2 litros. Vai necessitar de um canivete e uma tesoura.
Para saber mais… http://bologta.blogspot.com
Coloque a rolha e encha com alguma terra. A rolha é
usada exclusivamente neste passo de modo a segurar a
terra. Após o enchimento retire definitivamente a rolha.
O aspeto final do vaso deverá ser este: a garrafa
invertida com terra colocada sobre o copo perfurado, o
qual suporta a garrafa, permite arejamento da raiz e
possibilita a recolha de alguma água em excesso, a qual
deve ser regularmente retirada. Verifique sempre se o
gargalo se encontra a alguma distância do fundo do copo.
Corte o fundo da garrafa de modo a obter um pequeno “copo” que permita que o gargalo
fique inserido no copo, mas sem tocar no fundo.
Com a tesoura, abra 4 pequenos orifícios a meio da lateral do copo. Assim, permite que o ar
circule e que o copo funcione como colector do excesso de água.
Verifique se ao colocar a garrafa invertida dentro do copo, o gargalo não toca no fundo.
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24. NOTAS / OBSERVAÇÕES / APONTAMENTOS
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Textos e fotografias: Jorge Carecho
Escola Secundária Quinta das Palmeiras – Covilhã
Outubro 2019
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