Este documento analisa relatórios de avaliação externa de três agrupamentos de escolas e refere-se às bibliotecas escolares. Encontrou-se que as referências às bibliotecas são inconsistentes entre os relatórios e que elas são pouco valorizadas no seu papel educativo, aparecendo mais no âmbito de recursos. A biblioteca de um dos agrupamentos teve poucas referências surpreendentemente.
1. Plano Anual de Actividades das BE’s do Agrupamento Vertical de Escolas Cego do Maio – Ano lectivo 2010/11
IGE – Inspecção Geral da Educação MAABE
Quadro de referência para a avaliação de escolas e agrupamentos Quadro de referência para avaliação das BE’s
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de Avaliação Externa
Relatórios
Análise crítica
Agrupamento Vertical
de Escolas Cego do Maio
2. Análise Crítica dos Relatórios da Avaliação Externa das Escolas – IGE
IGE – Inspecção
Geral da Educação
Agrupamento de Escolas Abel Varzim
(Barcelos) – 2007
Agrupamento de Escolas António
Correia de Oliveira (Esposende) – 2008
Agrupamento Vertical de Escolas Cego
do Maio (Póvoa de Varzim) – 2010
1
Delfim Fernandes (Novembro 2010)
I – Introdução Sem referências Sem referências Sem referências
II – Caracterização do
Agrupamento
(…) dispõe de espaços adequados à sua
oferta educativa com destaque para a
biblioteca escolar que reúne vasta
documentação em diferentes suportes de
informação e se assume como uma aposta
firme da escola na promoção dos hábitos de
leitura e pesquisa.
A Escola sede desenvolve as suas
actividades em cinco blocos
diferenciados, garantindo o
funcionamento continuo das suas
valências, entre as 8,30 e as 16,35 horas
(reprografia, papelaria, serviços
administrativos, bar e biblioteca).
Sem referências
Análise Crítica de três Relatórios da Avaliação Externa das Escolas (IGE) e suas referências às BE’s
A amostra seleccionada é constituída por relatórios de três Agrupamentos de Escolas da Região Norte, nomeadamente o Agrupamento de Escolas Abel
Varzim (Barcelos), de Novembro de 2007, o Agrupamento de Escolas António Correia de Oliveira (Esposende), de Novembro de 2008, e o Agrupamento Vertical
de Escolas Cego do Maio (Póvoa de Varzim), de Janeiro de 2010.
A escolha destas escolas não foi ao acaso: a primeira escolhi-a por ser a da minha terra de origem; a segunda, porque nela trabalhei, tendo criado a Biblioteca
Escolar, e a terceira por ser a escola onde estou a trabalhar.
Passemos à análise das referências às Bibliotecas Escolares (BE) nos relatórios de Avaliação Externa da Inspecção Geral de Educação (IGE).
IGE – Inspecção
Geral da Educação
Agrupamento de Escolas Abel Varzim
(Barcelos) – 2007
Agrupamento de Escolas António
Correia de Oliveira (Esposende) – 2008
Agrupamento Vertical de Escolas Cego
do Maio (Póvoa de Varzim) – 2010
3. Análise Crítica dos Relatórios da Avaliação Externa das Escolas – IGE
IGE – Inspecção
Geral da Educação
Agrupamento de Escolas Abel Varzim
(Barcelos) – 2007
Agrupamento de Escolas António
Correia de Oliveira (Esposende) – 2008
Agrupamento Vertical de Escolas Cego
do Maio (Póvoa de Varzim) – 2010
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Delfim Fernandes (Novembro 2010)
III – Conclusões da Avaliação por Domínio
1.Resultados Sem referências Sem referências Sem referências
2. Prestação do serviço
educativo
2.4. Abrangência do currículo e
valorização dos saberes e da
aprendizagem
O projecto de animação e divulgação da
Biblioteca da EB 2,3 está na primeira linha
da valorização dos saberes e da
aprendizagem dado que se encontra aberta
durante o horário lectivo e existe uma
política bem definida de formação dos
novos utilizadores (alunos do 5° ano). Os
professores de Estudo Acompanhado destas
turmas conduzem os alunos à Biblioteca
(…) de modo a incutir-lhes hábitos da
leitura, da escrita e da investigação, O “Baú
dos livros escolares” é um exemplo de
biblioteca itinerante (…).
Sem referências
O Agrupamento desenvolve diversos
projectos a nível local e nacional que
potenciam a formação integral dos alunos,
nomeadamente a nível das componentes
culturais, sociais, artísticas, ambientais e
desportivas. Neste âmbito é de destacar o
trabalho desenvolvido nos clubes existentes
e na Biblioteca Escolar/Centro de
Recursos Educativos.
3. Organização e gestão
escolar
3.2. Gestão dos recursos humanos
Para colmatar eventuais ausências dos
docentes, a EB 2,3 implementou o
funcionamento da sala de estudo, o clube
das ciências exactas, a biblioteca escolar…
Sem referências Sem referências
4. Liderança Sem referências Sem referências Sem referências
5. Capacidade de auto-
regulação e melhoria
do Agrupamento
Sem referências Sem referências Sem referências
4. Análise Crítica dos Relatórios da Avaliação Externa das Escolas – IGE
IGE – Inspecção
Geral da Educação
Agrupamento de Escolas Abel Varzim
(Barcelos) – 2007
Agrupamento de Escolas António
Correia de Oliveira (Esposende) – 2008
Agrupamento Vertical de Escolas Cego
do Maio (Póvoa de Varzim) – 2010
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Delfim Fernandes (Novembro 2010)
IV – Avaliação por Factor
1. Resultados
1.1.Sucesso Académico
(…) a sala de estudo e o apoio à leitura na
Biblioteca (…)
1.2.Participação e Desenvolvimento
Cívico
(…) a Biblioteca da EB2,3 é uma valência
promotora da participação e
desenvolvimento cívico dos alunos através
da apresentação e exposição de trabalhos
das turmas ao longo do ano lectivo e dos
concursos permanentes (…) a “Hora do
conto infantil” que promove a participação
das crianças da educação pré-escolar e dos
alunos da educação especial (…).
Sem referências
1.4. Valorização e impacto das
aprendizagens
As frequentes exposições temáticas e outras
formas de divulgação dos trabalhos dos
alunos, nomeadamente no Jornal Mar de
Letras (…)
2. Prestação do serviço
educativo
2.4. Abrangência do currículo e
valorização dos saberes e da
aprendizagem
(…) juntamente com outros, o projecto de
animação e divulgação da Biblioteca da EB
2,3 está na primeira linha da valorização
dos saberes e da aprendizagem dado que se
encontra aberta durante o horário lectivo e
existe uma política bem definida de
formação dos novos utilizadores (alunos do
5° ano). Os professores (…) conduzem os
alunos à Biblioteca onde lhes são dadas a
conhecer as regras de utilização do espaço e
dos recursos (…). O “Baú dos livros
escolares” é um exemplo de biblioteca
itinerante (…).
Sem referências
2.4. Abrangência do currículo e
valorização dos saberes e da
aprendizagem
O Agrupamento valoriza as dimensões
artísticas, culturais, ambientais, desportivas
e sociais através da promoção de diferentes
acções e projectos desenvolvidos pelos
diferentes órgãos e estruturas de
coordenação e supervisão, individualmente
ou em parceria com instituições da região.
Neste âmbito, são de destacar os clubes
(…) a dinamização da Biblioteca Escolar/
Centro de Recursos Educativos (…)
5. Análise Crítica dos Relatórios da Avaliação Externa das Escolas – IGE
IGE – Inspecção
Geral da Educação
Agrupamento de Escolas Abel Varzim
(Barcelos) – 2007
Agrupamento de Escolas António
Correia de Oliveira (Esposende) – 2008
Agrupamento Vertical de Escolas Cego
do Maio (Póvoa de Varzim) – 2010
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Delfim Fernandes (Novembro 2010)
3. Organização e Gestão
Escolar
3.2. Gestão dos recursos humanos
(…) Para colmatar eventuais ausências dos
docentes, a EB 2,3 implementou o
funcionamento da sala de estudo, o clube
das ciências exactas, a biblioteca escolar,
(…)
3.3. Gestão dos recursos materiais e
financeiros
O refeitório, a biblioteca e outros recursos
da Escola sede encontram-se acessíveis e
organizados (…)
3.3. Gestão dos recursos materiais e
financeiros
(…) a biblioteca da Escola-Sede, integrada
na Rede de Bibliotecas Escolares que
apresenta boas condições de habitabilidade
e bom acervo bibliográfico, também a da
EB1/JI do Século se encontra integrada na
Rede de Bibliotecas Escolares (…).
3.4. Participação dos pais e outros
elementos da comunidade educativa
(…) Existe um trabalho de promoção e de
integração do Agrupamento na
comunidade, através de diversas actividades
de que se destacam palestras dirigidas a
toda a comunidade escolar, divulgação dos
trabalhos feitos por alunos, abertura da
Biblioteca à comunidade e a feira do livro.
4. Liderança
4.4. Parcerias, protocolos e projectos:
No domínio da participação em programas,
destaca-se o Projecto de Educação para a
Saúde, a Rede de Bibliotecas Escolares, o
Plano de Acção da Matemática ou o Plano
Nacional de Leitura (…).
4.4. Parcerias, protocolos e projectos
Quanto à participação em projectos
nacionais relevam o Projecto de Educação
para a Saúde, a Rede de Bibliotecas
Escolares, o Plano de Acção para a
Matemática e o Plano Nacional de Leitura
(…).
4.2. Motivação e empenho
No Agrupamento recorre-se a diversos
meios, enquanto instrumentos de
mobilização dos diferentes agentes da
comunidade educativa, entre os quais (…) o
Jornal Escolar – Mar de Letras (…).
4.4. Parcerias, protocolos e projectos
O Agrupamento encontra-se envolvido em
diversos projectos nacionais (Plano de
Acção para a Matemática, Plano Nacional
de Leitura, Educação para a Saúde, Rede de
Bibliotecas Escolares (…).
6. Análise Crítica dos Relatórios da Avaliação Externa das Escolas – IGE
IGE – Inspecção
Geral da Educação
Agrupamento de Escolas Abel Varzim
(Barcelos) – 2007
Agrupamento de Escolas António
Correia de Oliveira (Esposende) – 2008
Agrupamento Vertical de Escolas Cego
do Maio (Póvoa de Varzim) – 2010
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Delfim Fernandes (Novembro 2010)
Comentário Crítico
Após a leitura dos documentos que norteiam a avaliação propostos pela RBE (Rede de Bibliotecas Escolares) e pela IGE (Inspecção-Geral de Educação),
encontramos uma linha comum nos seus pressupostos de recolha de evidências, definição de pontos fortes e pontos fracos e elaboração de um plano de melhoria.
Relativamente à presença da BE nos relatórios da IGE, ela não é regular, ocupando lugar no âmbito da oferta de serviços e recursos, mas pouco valorizada no
domínio pedagógico e/ou educativo. Do estudo comparativo efectuado pode concluir-se que não há uma uniformidade nas referências à BE nos relatórios de avaliação
externa da IGE.
Dos relatórios analisados, e conhecendo bem a BE/CRE do Agrupamento de Escolas António Correia de Oliveira, surpreendeu-me as poucas referências à
mesma no relatório da IGE.
Podemos já concluir que, nos relatórios da IGE, a BE não só não é suficientemente valorizada, como há disparidade na forma como as referências às suas
dinâmicas são apontadas, diluídas nos diferentes campos/domínios.
Efectuando o cruzamento do MAABE, factor de avaliação interna da escola, com o processo de avaliação externa realizado pela Inspecção Geral de Educação
(IGE), a BE é pouco referenciada na avaliação por Domínios. Raramente é colocada a atenção no serviço educativo que a BE constitui, bem como são poucas as
5. Capacidade de auto-
regulação e melhoria
do Agrupamento.
Sem referências
5.1. Auto-avaliação:
A informação conseguida é abrangente
tendo sido tratada em formato de relatório
de auto-avaliação, divulgada em vários
órgãos e disponibilizado na Escola sede
em vários locais (por exemplo, na
Biblioteca).
Sem referências
V – Considerações Finais Sem referências Sem referências Sem referências
7. Análise Crítica dos Relatórios da Avaliação Externa das Escolas – IGE
IGE – Inspecção
Geral da Educação
Agrupamento de Escolas Abel Varzim
(Barcelos) – 2007
Agrupamento de Escolas António
Correia de Oliveira (Esposende) – 2008
Agrupamento Vertical de Escolas Cego
do Maio (Póvoa de Varzim) – 2010
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Delfim Fernandes (Novembro 2010)
referências relativamente ao apoio ao desenvolvimento curricular e às competências de leitura e de literacia. Curioso é também verificar que os relatórios enunciam
várias medidas de combate ao insucesso escolar, nas quais incluem algumas vezes o PNL, mas ignoram a função da BE neste processo de promoção da leitura.
É também possível perceber que o domínio da IGE onde é mais referida a presença da BE é o Domínio 2 – Prestação de Serviço Educativo, encontrando-se
os outros Domínios mais carecidos de referências efectuadas, o que demonstra o parco contributo da BE, quer nos resultados, quer na capacidade de auto-regulação e
melhoria da escola. Este último mostra claramente a falta de cultura de auto-avaliação nas BE’s, que urge generalizar com urgência.
Já no que se refere à avaliação externa por Factores, o papel da BE aparece muito bem referenciado, no caso da nossa amostra, com uma grave lacuna em
relação à BE/CRE do Agrupamento de Escolas António Correia de Oliveira.
Mesmo assim, podemos dizer que o MAABE está contextualizado na dinâmica interna da escola e no diálogo que a BE estabelecer com os seus elementos e
com a comunidade educativa em geral. A abertura da avaliação da BE à avaliação da escola integra-a numa política e estratégia global conduzida pela escola ao longo
do ano, tomando em conta os seus resultados no processo de planeamento do ano seguinte. O propósito da auto-avaliação será então apoiar o desenvolvimento das
BE’s e demonstrar a sua contribuição e impacto no ensino/aprendizagem, de modo a que responda cada vez mais às necessidades da escola na prossecução da sua
missão e dos seus objectivos. Daí, talvez a necessidade do Professor Bibliotecário, para além de ter lugar no Conselho Pedagógico, fazer parte da Comissão de Auto-
Avaliação da Escola/Agrupamento, aliás como já o referi num post no Fórum da sessão anterior, que me pareceu ter sido mal interpretado.
Sendo a BE entendida como um centro de aprendizagem e de construção de saberes, o trabalho a desencadear tenderá a compreender uma acção conjunta dos
docentes, com a acção predominante de uma equipa responsável pela gestão e dinamização desta estrutura.