SlideShare uma empresa Scribd logo
Na orla de uma grande
floresta fica um humilde
casebre…
…onde mora um pobre fabricante de vassouras, a esposa e os dois filhinhos: Maria e Joãozinho…
O dia está lindo
Joãozinho!
É pena termos de
trabalhar!
Sim…
Hoje não estou
com vontade de
fazer vassouras
para o papá!
… E como estes
remendos são
cansativos…
Olá, Qué-qué,
seu ganso tolinho!
Queres ajudar-me no
serviço?
1
Olha, Qué-Qué…
Vou fazer-te um
boné novo com
esta meia!
Nunca vi ganso mais elegante!
Anda, Joãozinho…
Vamos dançar com o Qué-Qué!
Vou cantar uma canção
da minha autoria!
Ai,ai,ai, que fome terrível!
Quem me dera manteiga e
pão comível…
Cantar sobre
alimentos de nada nos
valerá!
Estou faminto,
Maria!
Se encontrasse
ao menos
um resto
de comida…
É inútil! O nosso armário está vazio
como sempre, Joãozinho!
Sim… Não há
dúvida…
2
Não fiques triste, Joãozinho…
Talvez a mamã nos traga comida
quando vier para casa!
… mas talvez NÃO traga!
Talvez…
Maria, não seria maravilhoso
se pudéssemos comer
tudo o que quiséssemos?
Até posso ver
o que quero…
Bolinhos de ovos…
…pão-de-ló
com manteiga…
Pára, Joãozinho!
Assim, a nossa
fome piora!
Temos um casebre cheio de luz do sol!
Para quê transformá-lo
na casa do desespero?
Tristeza e
Desespero!
Saiam desta casa!
3
Pronto!
Apesar de tudo,
fazes-me rir,
Maria!
Anda!
Vamos dançar!
Espera!
Primeiro preciso de
calçar os sapatos.
Vamos
sapatos…
Quero que
dancem!
Com as mãos
faço pléc,
pléc, pléc!
Isso!
Formidável,
Peludinho!
Anda dançar
connosco,
Peludinho!
Com os pés
faço tléc,
tléc, tléc!
4
Olha! Até o tapete
faz coro connosco!
O banco de trabalho do Joãozinho…E então os móveis começam a dançar.
…as panelas e as caçarolas também entram na
…e até o velho fogão começa a gingar…
Todos em MARCHA!
Tá-rá-rá-ti-tum!
connosco!
5
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O que se passa aqui?
A mamã!
Vocês dançam e saltam
como se estivessem
num circo!
De repente tudo volta aos seus lugares.
Maria, não
cerziste uma
única meia!
E tu, não amarraste
uma só vassoura
desde que eu saí!
Vou dar-vos
uma surra aos dois!
6
Oh! Lá se foi o jarro
com todo
o leite!
Era o único alimento
que havia em casa…
Que faremos agora?
A culpa foi vossa,
ouviram? Toda vossa!
Tomem! Vão à floresta
com esta cesta e colham
morangos para a ceia!
E tragam a cesta cheia
ouviram?
Dificuldades!
É só isso
que me aparece!
O leite derramado e o meu
jarro quebrado em mil
pedaços!
7
Anda, Maria…
Conheço um atalho para o lugar
onde há muitos morangos!
Esperem…
Alguém vem aí a cantar!
Isso significa que
são horas da ceia…
Temos de colher os
morangos sem demora!
É o Papá a chegar!
Trá-lá-lá-lá…
Trá-lá-lá-lá! Trá-lá-lá-lá!
Quem canta seus males
espanta…
Trá-lá-lá-lá! Oh!Oh! Estamos famintos
e o meu marido vem
para casa a cantar!
Vives num mundo de sonhos, marido!
Que motivos temos para cantar?Pára de
berrar!
Trá-lá-lá-lá!
Olá, mulher!
8
Olha para o nosso
armário, vazio.
Isso não te faz
parar de cantar?
Espera até veres o
que eu trouxe nesta
cesta!
Uma festa! Será toucinho…
farinha?
Onde arranjaste tudo
isto?
Vou contar-te!
Ovos… feijão…
batatas…arroz!
Sim… E olha!
SALSICHAS!
Lembras-te de como parti
triste hoje cedo,
com a minha carga de
vassouras?
Sim… Tinhas
poucas esperanças
de vender alguma.
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três ricos casamentos.”
Ao vassoureiro!E a bom preço!
Viva!
Vamos brindar!
Obrigado,
boa mulher!
“Enchi o peito e gritei…
Comprem vassouras! Com-
prem vassouras!.”
“Então, todos os convidados vieram
a correr comprar-me as vassouras,
e vendi tudo!.”
9
Eh… Onde estão as
crianças?
Olha para o soalho,
marido!
O jarro… quebrado!
E o leite
entornado!
As crianças fizeram
outra travessura?
Travessura? Isto
chama-se destruição!
Quando cheguei a casa, eles
estavam aos saltos e
faziam uma terrível
balbúrdia aqui!
Ah… Não precisas de
contar o resto.
Ficaste furiosa e
perseguiste-os com uma
vassoura, quebrando o jarro!
Por que não te mantens
calma como eu?
Onde estão as crianças?
Isso mesmo! Na floresta.!
Mandei-as
buscar morangos!
Na FLORESTA NEGRA?
Não digas!
Mulher! Como tiveste
coragem de as mandar para
aquela terrível floresta?
Nada lhes
acontecerá!
Mas esta noite não haverá lua
nem estrelas… E já está a
escurecer!
Não pensei nisso!
ROSINA!
SOPA DE CRIANÇAS!
Já te esqueceste de
que aquela floresta é
habitada pela Rosina,
a terrível feiticeira?
A Rosina cozinhará o
Joãozinho e a Maria
num caldeirão,
com tempero e tudo!
Sim…
E depois
vai
comê-las!
10
DEPRESSA!
Temos de encontrar
os nossos filhos!
JOÃOZINHO! MARIA!
JOÃOZINHO!
MARIA!
Eh! Eh! Eh!
Até eles correm perigo
na Floresta Negra!
Eu, Rosina Malvada,
vou “ajudá-los”
a encontrar
as crianças…
Eh! Eh! Eh!
Hii! Hii!
Marido!
O que foi aquilo?
Algum pássaro
grande!
11
As crianças não podem estar longe…
Saíram de casa há pouco tempo!
MAMÃ!
Ouve! É a voz
da Maria!
Veio daquela
direcção!
Maria!
Onde estás?
PAPÁ!
ESTAMOS AQUI!
Ouviste?
Era a voz do Joãozinho…
Nesta direcção!
Não compreendo!
Nesta parte da floresta
não há morangos!
12
JOÃOZINHO! MARIA! Nenhuma resposta!
Tenho medo!
Calma… Havemos de
os encontrar!
De os encontrar, hein?
Mas só EU sei onde
eles estão!
Entretanto… Joãozinho!
Encontrei os
morangos
Eu colho os morangos, Maria!
Os espinhos podem rasgar as tuas
roupas!
Mas…
E as tuas?
As minhas já estão
rasgadas… Vai colher
algumas flores!
Está bem!
Teremos morangos para
comer e flores para a mesa!
13
Ah… Lá estão os
dois!
Aquelas crianças darão uma sopa
deliciosa, mas tenho de ter muito
cuidado para as capturar!
Nunca vi flores
mais lindas!
Maria! A cesta já
está cheia!
Óptimo! Aqui está a tua
recompensa, nobre colhedor de
morangos !
Bolas, Maria!
Coroas de flores são próprias para
meninas!
Usa-a tu!
14
Muito bem! Agora sou rainha da floresta e
armo-o cavaleiro, Sir Joãozinho!
Cuco! Cuco!
Armas-me
cavaleiro cuco? Não, tolinho…
… foi aquele pássaro
que disse cuco!
Quer um morango,
Sir Cuco?
Bolas! Como ele é guloso!
Ele devia comer
delicadamente, assim!
Não… Assim…
15
Tome mais,
Sir Cuco.
!
Agora, três morangos
para ti, Maria!
…e três para ti,
Joãozinho!
Come mais! E tu também!
Joãozinho!
Esvaziaste a cesta!
Tu comeste tanto
como eu!
O que vai dizer a mamã?
Temos de ir depressa
colher morangos!
Não podemos!
Está a ficar tão escuro que nem
veremos os morangos!
16
Maria! Onde
é o caminho?!
Eu pensei
q-que sabias!
Oh! Estamos perdidos! Não tenhas medo!
Joãozinho… Olha!
Um monstro!
Havemos de encontrar
o caminho!
N-Não! É apenas um
toro de árvore!
Oh! Enormes
braços tentam
agarrar-nos!
Não! É apenas o
vento a agitar
os galhos
das árvores!
17
Uma luz! Uma luz!
Talvez seja o papá!
Ou talvez algum duende!
Venham…
Vamos esconder-nos atrás
das raízes desta árvore!
E-Está a aproximar-se! Psiu!
Ele pode ouvir-nos!
Olá, meninos!
Q-Quem é o senhor?
Sou o homem dos sonhos, queridinhos!
Homem dos sonhos?
Vá-se embora!
O senhor mete-nos medo
Ah… Mas uma
pitada de areia da
minha maleta vai
mudar isso!
Não é lindo
com areia?
Pare! Caiu nos
nossos olhos!
18
Óóóh!
Que sono
terrível!
Eu também! Então
durmam, meus
caros…
Nada temam… Os anjos da
floresta velarão por vocês a
noite toda!
Os catorze anjos da noite reúnem-se à volta das crianças cansadas e velam-lhes o sono.
19
Então, quando os primeiros raios do sol afugentam a escuridão da floresta…
Acordem!
Já é dia!
Zzz…
Ahn?
Estão na floresta e eu sou a
fada do orvalho!
Onde estamos?
Quem é a senhora?
Todas as manhãs
rego as flores e os
arbustos!
Também
tem de nos
regar?
Claro!
Todos precisam de
lavar o rosto
pela manhã!
Bom dia,
passarinho!
A floresta é linda de manhã!
Sim, mas não podemos
perder tempo, Maria!
20
Temos de colher morangos e voltar para
casa… Os nossos pais devem
estar preocupados!
Onde está a nossa cesta?
Perdêmo-la!
Olha!
O que é aquilo?
Oh, Joãozinho!
É uma linda casa!
É maravilhosa! Digna de uma
Princesa!
Maria, esta casa é feita
de chocolate e bolo!
Pára com isso,
ganso tolinho!
Vou chamar o Peludinho!
Ele também vai querer
um bocadinho!
Que bom!Vês? Prova um pedaço!
21
O Peludinho e o Qué-Qué
não querem vir,
Maria!
Têm medo!
Larguem-me!
Vou buscar
mais bolo!
O Qué-Qué tentou
afastar-me
da casa!
Não importa… Vou
atirar-lhe um pedaço de
chocolate!
… E olha esta parede de chocolate!
Deliciosa! E tenho
tanta fome!
GATINHO, GATINHO,
QUEM ESTÁ A COMER A
MINHA CASINHA?
Foi uma voz vinda da casa? O vento, hein?
Eh! Eh! Eh!Foi o vento…
Come um bocado de
chupa-chupa!
22
GATINHO, GATINHO,
QUEM ESTÁ A COMER
A MINHA CASINHA?
Maria,
aquilo foi
uma voz!
Deve ser a da
Princesa que vive
na linda casa!
Não…
Esta casa deve ser a do
confeiteiro do Rei!
Eh, confeiteiro!
Há dois ratinhos a
roer a sua casa!
Ah!dois ratinhos
que vão servir para
uma boa sopa!
Podemos entrar para a visitar,
Princesa Confeiteira?
Claro…
Será um prazer!
23
ELA É MÁ!
FOGE, Maria!
Mais devagar,
meus caros!
Ah! Um peixe na linha! SOLTE O MEU IRMÃO!
QUEM É VOCÊ?
SOLTE-ME, SUA
FEIOSA!
Oh! Crianças tão macias e tão
malcriadas!
Sou Rosina Malvada, a
bondade em pessoa…
É por isso que as crianças
visitam a minha casa!
Vocês são tão bonitinhos, tão
doces, tão apetitosos para
se comer!
UMA FEITICEIRA!
Já ouvimos
falar de si!
24
Venham crianças… Têm de
ficar para o jantar!
Mas NÓS
seremos o jantar!
Muito bem,
Joãozinho!
Tolinhos… Não
podem escapar da
Rosina!
Agora, corre!
Abracadabra, meus menininhos!
Não se movam, fiquem quietinhos!
Para nenhum lado vocês vão correr!
O que lhes mando terão de fazer!
As crianças param de repente, quase no ar.
E-Ela enfeitiçou-nos…
Estamos imobilizados!
Agora os óculos mágicos
vão entrar em acção!
25
Óculos mágicos,
vão buscar as
crianças!
ÓCULOS
MÁGICOS!
Não os sigas!
N-Não posso evitar!
Foge, Maria! Não me sigas!
Eu também estou
sob o encanto!
Estão a entrar naquela jaula… E
tenho de segui-los!
Hii!Hii!
Este está no papo!
Estás preso,
meu rato!
Viste o que posso fazer, Maria?
É inútil tentares escapar!
Aonde vai?
A casa,
buscar comida
para o Joãozinho!
Ele está magro
demais…
Preciso de o engordar!
Fica onde estás, Maria!
Jamais abandonaria o
meu irmão!
26
Ela é uma feiticeira,
Joãozinho!
É perversa!
Psiu!
Fala baixo!
Ela tem poderes
mágicos…
Obedece-lhe!
Sim, Maria!
Isto engordará o pobrezinho!
Então, morre de fome!
Anda, Maria!
NÃO COMEREI!COME!
Ajuda-me a pôr a mesa, Maria!
Oh! A sua casa
é tão feia
por dentro!
Anda…
Olha para a lareira…
OLHA!
Tudo segundo o plano,
hein, gatinho?
Ah! Ah! Ah!
Ela tem um enorme forno
e uma lareira com fogo,
Joãozinho!
Pretende fazer
uma sopa
connosco!
27
Quando chegar a hora,
tenta empurrá-la
para dentro do forno,
Maria!
MARIA! Está a chamar-me…
Tenho de ir!
Olha…
Ela deixou a
chave da
jaula ali no
chão.
Abre a porta da jaula para
eu estar livre
quando chegar
a nossa
oportunidade!
Depressa,
antes que a Rosina venha!
Pronto!
Está aberta!
Está bem,
Rosina!
A mesa está posta, Rosina!
MARIA, ONDE
ESTÁS?
Aqui, Rosina…
Saí um pouco
para apanhar
sol!
Ah…Aproveita
enquanto podes,
queridinha!
Põe a mesa com
estes pratos!
Óptimo!
Muito bem!
Preciso de alimentar
o fogo ainda mais!
Vai ver o fogo agora…
Está óptimo para um
assado!
S-Sim!
Chega mais perto, menina,
para poderes ver o assado!
MAIS PERTO!
Não compreendo…
Mostre-me como quer que
eu faça!
28
Menina burra! Quero
que te inclines,
assim…
Vês?
Depressa,
Joãozinho!
Estamos salvos,
Maria!
O forno está a
mover-se…
AFASTA-TE!
DESAPARECEU!
Tudo desapareceu…
A casa de chocolate e
tudo!
29
E… O que é isto?
CRIANÇAS!
Sim! Também
fomos salvos!
LIVRES PARA O
RESTO DA VIDA!
Estão de olhos
fechados!
Toca-nos e os
nossos olhos
abrir-se-ão!
Toca-lhes, Maria…
Estão enfeitiçados!
JÁ PODEMOS VER!
JÁ PODEMOS VER!
E SOMOS LIVRES…
LIVRES!
A feiticeira transformou-nos em assados, mas
tu quebraste o encanto e transfor-
maste-nos em crianças
novamente!
Ouve, mulher!
Vozes de crianças!
30
31
O MEU
JOÃOZINHO!
A MINHA
MARIA!
PAPÁ!
MAMÃ!
Finalmente! Adeus, Joãozinho e Maria…
Nós também temos de voltar
para junto dos nossos pais!
Adeus, meninos!
O Peludinho
encontrou uma
enorme peça de
assado!
É a feiticeira Rosina!
Jamais tornará a fazer mal
a alguém!
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  • 1. Na orla de uma grande floresta fica um humilde casebre… …onde mora um pobre fabricante de vassouras, a esposa e os dois filhinhos: Maria e Joãozinho… O dia está lindo Joãozinho! É pena termos de trabalhar! Sim… Hoje não estou com vontade de fazer vassouras para o papá! … E como estes remendos são cansativos… Olá, Qué-qué, seu ganso tolinho! Queres ajudar-me no serviço? 1
  • 2. Olha, Qué-Qué… Vou fazer-te um boné novo com esta meia! Nunca vi ganso mais elegante! Anda, Joãozinho… Vamos dançar com o Qué-Qué! Vou cantar uma canção da minha autoria! Ai,ai,ai, que fome terrível! Quem me dera manteiga e pão comível… Cantar sobre alimentos de nada nos valerá! Estou faminto, Maria! Se encontrasse ao menos um resto de comida… É inútil! O nosso armário está vazio como sempre, Joãozinho! Sim… Não há dúvida… 2
  • 3. Não fiques triste, Joãozinho… Talvez a mamã nos traga comida quando vier para casa! … mas talvez NÃO traga! Talvez… Maria, não seria maravilhoso se pudéssemos comer tudo o que quiséssemos? Até posso ver o que quero… Bolinhos de ovos… …pão-de-ló com manteiga… Pára, Joãozinho! Assim, a nossa fome piora! Temos um casebre cheio de luz do sol! Para quê transformá-lo na casa do desespero? Tristeza e Desespero! Saiam desta casa! 3
  • 4. Pronto! Apesar de tudo, fazes-me rir, Maria! Anda! Vamos dançar! Espera! Primeiro preciso de calçar os sapatos. Vamos sapatos… Quero que dancem! Com as mãos faço pléc, pléc, pléc! Isso! Formidável, Peludinho! Anda dançar connosco, Peludinho! Com os pés faço tléc, tléc, tléc! 4
  • 5. Olha! Até o tapete faz coro connosco! O banco de trabalho do Joãozinho…E então os móveis começam a dançar. …as panelas e as caçarolas também entram na …e até o velho fogão começa a gingar… Todos em MARCHA! Tá-rá-rá-ti-tum! connosco! 5
  • 6. Oh! O que se passa aqui? A mamã! Vocês dançam e saltam como se estivessem num circo! De repente tudo volta aos seus lugares. Maria, não cerziste uma única meia! E tu, não amarraste uma só vassoura desde que eu saí! Vou dar-vos uma surra aos dois! 6
  • 7. Oh! Lá se foi o jarro com todo o leite! Era o único alimento que havia em casa… Que faremos agora? A culpa foi vossa, ouviram? Toda vossa! Tomem! Vão à floresta com esta cesta e colham morangos para a ceia! E tragam a cesta cheia ouviram? Dificuldades! É só isso que me aparece! O leite derramado e o meu jarro quebrado em mil pedaços! 7
  • 8. Anda, Maria… Conheço um atalho para o lugar onde há muitos morangos! Esperem… Alguém vem aí a cantar! Isso significa que são horas da ceia… Temos de colher os morangos sem demora! É o Papá a chegar! Trá-lá-lá-lá… Trá-lá-lá-lá! Trá-lá-lá-lá! Quem canta seus males espanta… Trá-lá-lá-lá! Oh!Oh! Estamos famintos e o meu marido vem para casa a cantar! Vives num mundo de sonhos, marido! Que motivos temos para cantar?Pára de berrar! Trá-lá-lá-lá! Olá, mulher! 8
  • 9. Olha para o nosso armário, vazio. Isso não te faz parar de cantar? Espera até veres o que eu trouxe nesta cesta! Uma festa! Será toucinho… farinha? Onde arranjaste tudo isto? Vou contar-te! Ovos… feijão… batatas…arroz! Sim… E olha! SALSICHAS! Lembras-te de como parti triste hoje cedo, com a minha carga de vassouras? Sim… Tinhas poucas esperanças de vender alguma. “Quando cheguei à aldeia, realizavam-se três ricos casamentos.” Ao vassoureiro!E a bom preço! Viva! Vamos brindar! Obrigado, boa mulher! “Enchi o peito e gritei… Comprem vassouras! Com- prem vassouras!.” “Então, todos os convidados vieram a correr comprar-me as vassouras, e vendi tudo!.” 9
  • 10. Eh… Onde estão as crianças? Olha para o soalho, marido! O jarro… quebrado! E o leite entornado! As crianças fizeram outra travessura? Travessura? Isto chama-se destruição! Quando cheguei a casa, eles estavam aos saltos e faziam uma terrível balbúrdia aqui! Ah… Não precisas de contar o resto. Ficaste furiosa e perseguiste-os com uma vassoura, quebrando o jarro! Por que não te mantens calma como eu? Onde estão as crianças? Isso mesmo! Na floresta.! Mandei-as buscar morangos! Na FLORESTA NEGRA? Não digas! Mulher! Como tiveste coragem de as mandar para aquela terrível floresta? Nada lhes acontecerá! Mas esta noite não haverá lua nem estrelas… E já está a escurecer! Não pensei nisso! ROSINA! SOPA DE CRIANÇAS! Já te esqueceste de que aquela floresta é habitada pela Rosina, a terrível feiticeira? A Rosina cozinhará o Joãozinho e a Maria num caldeirão, com tempero e tudo! Sim… E depois vai comê-las! 10
  • 11. DEPRESSA! Temos de encontrar os nossos filhos! JOÃOZINHO! MARIA! JOÃOZINHO! MARIA! Eh! Eh! Eh! Até eles correm perigo na Floresta Negra! Eu, Rosina Malvada, vou “ajudá-los” a encontrar as crianças… Eh! Eh! Eh! Hii! Hii! Marido! O que foi aquilo? Algum pássaro grande! 11
  • 12. As crianças não podem estar longe… Saíram de casa há pouco tempo! MAMÃ! Ouve! É a voz da Maria! Veio daquela direcção! Maria! Onde estás? PAPÁ! ESTAMOS AQUI! Ouviste? Era a voz do Joãozinho… Nesta direcção! Não compreendo! Nesta parte da floresta não há morangos! 12
  • 13. JOÃOZINHO! MARIA! Nenhuma resposta! Tenho medo! Calma… Havemos de os encontrar! De os encontrar, hein? Mas só EU sei onde eles estão! Entretanto… Joãozinho! Encontrei os morangos Eu colho os morangos, Maria! Os espinhos podem rasgar as tuas roupas! Mas… E as tuas? As minhas já estão rasgadas… Vai colher algumas flores! Está bem! Teremos morangos para comer e flores para a mesa! 13
  • 14. Ah… Lá estão os dois! Aquelas crianças darão uma sopa deliciosa, mas tenho de ter muito cuidado para as capturar! Nunca vi flores mais lindas! Maria! A cesta já está cheia! Óptimo! Aqui está a tua recompensa, nobre colhedor de morangos ! Bolas, Maria! Coroas de flores são próprias para meninas! Usa-a tu! 14
  • 15. Muito bem! Agora sou rainha da floresta e armo-o cavaleiro, Sir Joãozinho! Cuco! Cuco! Armas-me cavaleiro cuco? Não, tolinho… … foi aquele pássaro que disse cuco! Quer um morango, Sir Cuco? Bolas! Como ele é guloso! Ele devia comer delicadamente, assim! Não… Assim… 15
  • 16. Tome mais, Sir Cuco. ! Agora, três morangos para ti, Maria! …e três para ti, Joãozinho! Come mais! E tu também! Joãozinho! Esvaziaste a cesta! Tu comeste tanto como eu! O que vai dizer a mamã? Temos de ir depressa colher morangos! Não podemos! Está a ficar tão escuro que nem veremos os morangos! 16
  • 17. Maria! Onde é o caminho?! Eu pensei q-que sabias! Oh! Estamos perdidos! Não tenhas medo! Joãozinho… Olha! Um monstro! Havemos de encontrar o caminho! N-Não! É apenas um toro de árvore! Oh! Enormes braços tentam agarrar-nos! Não! É apenas o vento a agitar os galhos das árvores! 17
  • 18. Uma luz! Uma luz! Talvez seja o papá! Ou talvez algum duende! Venham… Vamos esconder-nos atrás das raízes desta árvore! E-Está a aproximar-se! Psiu! Ele pode ouvir-nos! Olá, meninos! Q-Quem é o senhor? Sou o homem dos sonhos, queridinhos! Homem dos sonhos? Vá-se embora! O senhor mete-nos medo Ah… Mas uma pitada de areia da minha maleta vai mudar isso! Não é lindo com areia? Pare! Caiu nos nossos olhos! 18
  • 19. Óóóh! Que sono terrível! Eu também! Então durmam, meus caros… Nada temam… Os anjos da floresta velarão por vocês a noite toda! Os catorze anjos da noite reúnem-se à volta das crianças cansadas e velam-lhes o sono. 19
  • 20. Então, quando os primeiros raios do sol afugentam a escuridão da floresta… Acordem! Já é dia! Zzz… Ahn? Estão na floresta e eu sou a fada do orvalho! Onde estamos? Quem é a senhora? Todas as manhãs rego as flores e os arbustos! Também tem de nos regar? Claro! Todos precisam de lavar o rosto pela manhã! Bom dia, passarinho! A floresta é linda de manhã! Sim, mas não podemos perder tempo, Maria! 20
  • 21. Temos de colher morangos e voltar para casa… Os nossos pais devem estar preocupados! Onde está a nossa cesta? Perdêmo-la! Olha! O que é aquilo? Oh, Joãozinho! É uma linda casa! É maravilhosa! Digna de uma Princesa! Maria, esta casa é feita de chocolate e bolo! Pára com isso, ganso tolinho! Vou chamar o Peludinho! Ele também vai querer um bocadinho! Que bom!Vês? Prova um pedaço! 21
  • 22. O Peludinho e o Qué-Qué não querem vir, Maria! Têm medo! Larguem-me! Vou buscar mais bolo! O Qué-Qué tentou afastar-me da casa! Não importa… Vou atirar-lhe um pedaço de chocolate! … E olha esta parede de chocolate! Deliciosa! E tenho tanta fome! GATINHO, GATINHO, QUEM ESTÁ A COMER A MINHA CASINHA? Foi uma voz vinda da casa? O vento, hein? Eh! Eh! Eh!Foi o vento… Come um bocado de chupa-chupa! 22
  • 23. GATINHO, GATINHO, QUEM ESTÁ A COMER A MINHA CASINHA? Maria, aquilo foi uma voz! Deve ser a da Princesa que vive na linda casa! Não… Esta casa deve ser a do confeiteiro do Rei! Eh, confeiteiro! Há dois ratinhos a roer a sua casa! Ah!dois ratinhos que vão servir para uma boa sopa! Podemos entrar para a visitar, Princesa Confeiteira? Claro… Será um prazer! 23
  • 24. ELA É MÁ! FOGE, Maria! Mais devagar, meus caros! Ah! Um peixe na linha! SOLTE O MEU IRMÃO! QUEM É VOCÊ? SOLTE-ME, SUA FEIOSA! Oh! Crianças tão macias e tão malcriadas! Sou Rosina Malvada, a bondade em pessoa… É por isso que as crianças visitam a minha casa! Vocês são tão bonitinhos, tão doces, tão apetitosos para se comer! UMA FEITICEIRA! Já ouvimos falar de si! 24
  • 25. Venham crianças… Têm de ficar para o jantar! Mas NÓS seremos o jantar! Muito bem, Joãozinho! Tolinhos… Não podem escapar da Rosina! Agora, corre! Abracadabra, meus menininhos! Não se movam, fiquem quietinhos! Para nenhum lado vocês vão correr! O que lhes mando terão de fazer! As crianças param de repente, quase no ar. E-Ela enfeitiçou-nos… Estamos imobilizados! Agora os óculos mágicos vão entrar em acção! 25
  • 26. Óculos mágicos, vão buscar as crianças! ÓCULOS MÁGICOS! Não os sigas! N-Não posso evitar! Foge, Maria! Não me sigas! Eu também estou sob o encanto! Estão a entrar naquela jaula… E tenho de segui-los! Hii!Hii! Este está no papo! Estás preso, meu rato! Viste o que posso fazer, Maria? É inútil tentares escapar! Aonde vai? A casa, buscar comida para o Joãozinho! Ele está magro demais… Preciso de o engordar! Fica onde estás, Maria! Jamais abandonaria o meu irmão! 26
  • 27. Ela é uma feiticeira, Joãozinho! É perversa! Psiu! Fala baixo! Ela tem poderes mágicos… Obedece-lhe! Sim, Maria! Isto engordará o pobrezinho! Então, morre de fome! Anda, Maria! NÃO COMEREI!COME! Ajuda-me a pôr a mesa, Maria! Oh! A sua casa é tão feia por dentro! Anda… Olha para a lareira… OLHA! Tudo segundo o plano, hein, gatinho? Ah! Ah! Ah! Ela tem um enorme forno e uma lareira com fogo, Joãozinho! Pretende fazer uma sopa connosco! 27
  • 28. Quando chegar a hora, tenta empurrá-la para dentro do forno, Maria! MARIA! Está a chamar-me… Tenho de ir! Olha… Ela deixou a chave da jaula ali no chão. Abre a porta da jaula para eu estar livre quando chegar a nossa oportunidade! Depressa, antes que a Rosina venha! Pronto! Está aberta! Está bem, Rosina! A mesa está posta, Rosina! MARIA, ONDE ESTÁS? Aqui, Rosina… Saí um pouco para apanhar sol! Ah…Aproveita enquanto podes, queridinha! Põe a mesa com estes pratos! Óptimo! Muito bem! Preciso de alimentar o fogo ainda mais! Vai ver o fogo agora… Está óptimo para um assado! S-Sim! Chega mais perto, menina, para poderes ver o assado! MAIS PERTO! Não compreendo… Mostre-me como quer que eu faça! 28
  • 29. Menina burra! Quero que te inclines, assim… Vês? Depressa, Joãozinho! Estamos salvos, Maria! O forno está a mover-se… AFASTA-TE! DESAPARECEU! Tudo desapareceu… A casa de chocolate e tudo! 29
  • 30. E… O que é isto? CRIANÇAS! Sim! Também fomos salvos! LIVRES PARA O RESTO DA VIDA! Estão de olhos fechados! Toca-nos e os nossos olhos abrir-se-ão! Toca-lhes, Maria… Estão enfeitiçados! JÁ PODEMOS VER! JÁ PODEMOS VER! E SOMOS LIVRES… LIVRES! A feiticeira transformou-nos em assados, mas tu quebraste o encanto e transfor- maste-nos em crianças novamente! Ouve, mulher! Vozes de crianças! 30
  • 31. 31 O MEU JOÃOZINHO! A MINHA MARIA! PAPÁ! MAMÃ! Finalmente! Adeus, Joãozinho e Maria… Nós também temos de voltar para junto dos nossos pais! Adeus, meninos! O Peludinho encontrou uma enorme peça de assado! É a feiticeira Rosina! Jamais tornará a fazer mal a alguém! Estamos livres da feiticeira! Vamos cantar em coro! Oh! Que dia feliz! Oh! Que dia feliz! O Capitão Z, Maio, 1959 Adaptação