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JB NEWS
Informativo Nr. 433
Editoria: Ir Jerônimo Borges
Loja Templários da Nova Era – GLSC
Quinta-feira 20h00 – Templo Obreiros da Paz
Praia de Canasvieiras
Florianópolis (SC) 05 de novembro de 2011
Índice deste sábado*
1. Almanaque
2. O que é Maçom? (repasse do Ir. Jocely Xavier Araujo)
3. A preparação física do Recipiendário ( Ir. Cristiane Lopes)
4. As Constituições de 1723 (Ir. Ambrosio Peters)
5. Perguntas e Respostas com o Ir. Pedro Juk
6. Destaques JB
* Pesquisas e artigos da edição de hoje:
Arquivo próprio - Internet - Colaboradores –
Blogs - http:pt.wikipedia.org
Imagens: próprias e www.google.com.br
Livros Indicados
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1 – Almanaque
Hoje, 05 de novembro de 2011,
é o 309º. dia do calendário gregoriano.
Faltam 56 para acabar o ano.
Eventos Históricos:
 1538 - Termina o 1º cerco de Diu
 1605 - Atentado da Pólvora, planeado por Guy Fawkes para explodir as Casas
do Parlamento em Londres, mas falhado
 1688 - Revolução Gloriosa: Guilherme e Maria desembarcam em Devon com
um grande exército holandês para depor o rei Jaime
 1770 - Itapetininga é elevada à categoria de vila
 1838 - Início do esfacelamento dos Estados Unidos da América Central:
Honduras deixam a federação
 1877 - Emancipação do município de Manhuaçu (Minas Gerais, Brasil)
 1897 - Presidente Prudente de Morais sofre atentado
 1912 - Fundado o Clube Esportivo Rio Branco
 1935 - Surge o Monopoly, jogo que foi levado ao Brasil com o nome de Banco
Imobiliário.
 1937 - Adolf Hitler preside um encontro secreto onde discutiu seus planos para
adquirir o "espaço vital" ao povo alemão
 1945 - Colômbia é admitida como Estado-Membro da ONU
 1962 - Fundação do primeiro Interact Club do mundo
 1965 - Editada a lei que oficializa o nome da Universidade Federal Fluminense
 1966 - Inauguração do Estádio Lomanto Júnior em Vitória da Conquista, Bahia,
Brasil
 1982 - Inauguração da Usina hidrelétrica de Itaipu na fronteira entre o Brasil e o
Paraguai, a maior do mundo na época
 1994 - É publicada uma carta do ex-presidente dos Estados Unidos, Ronald
Reagan, anunciando que ele sofre de Alzheimer
 1996 - Benazir Bhutto é destituída do cargo de primeira-ministra do Paquistão
 2006
o O atleta brasileiro Marílson dos Santos vence a Maratona de Nova York.
o Saddam Hussein é condenado à morte na forca.
 2008 - Barack Obama é eleito Presidente dos Estados Unidos.
Históricos maçõnicos do dia:
(Fonte: “o Livro dos Dias” e arquivo pessoal)
1737:
Iniciado Frederick Lewes, Príncipe de Gales, filho mais velho do Rei
George II, por Jean Théophilo Désaguliers.
1849:
Nasce, em Salvador, Bahia, o Irmão Rui Barbosa, que não foi um gigante
somente em Direito. Foi exímio advogado, jornalista, escritor, político e
orador. A extensão de sua cultura, atestam-na as inúmeras citações que
acompanham, valorizam e enriquecem suas obras, as quais devem ser bem
lembradas neste dia dedicado a Cultura Nacional.
1989:
Foi fundada a Grande Loja Maçônica do Estado de Tocantins.
1997:
Fundação da ARLS União do Vale nr. 69, de Blumenau (GLSC)
2 – O que é Maçom?
Repasse do Ir Jocely Xavier Araujo VM da Loja “Laelia Purpurata”
Nr. 3496 – Balneário Camboriú, com texto de autoria desconhecida,
apresentado vez por outra pelo Ir. Niralci da Silveira em suas visitas
às Lojas)
O QUE É MAÇOM?
Mãe, explica para mim, com bastante clareza, o que é Maçom?
Perguntou o filho a sua mãe.
-Por que pergunta, meu filho? Disse a mãe do garoto.
-Meu pai é Maçom, é justo que eu saiba!
A mãe, com grande ternura e afeto, passando-lhe as mãos puras
pelos cabelos, fê-lo sentar-se ao seu lado e começou a narrar a
bela e verdadeira descrição:
- Maçom, meu querido filho, é um homem instruído, homem de boa
conduta, que não permite que nenhuma má paixão vibre em seu
coração, que também não admite que em seu cérebro nasça sequer
uma idéia de injustiça ou de maldade,que procura sempre a
verdade e, por sua conduta ou honradez, se mostra um exemplo.
Em qualquer causa, atua como justo. Considera o lar, um Templo. É
um estudioso que não se cansa de aprender, respeita todas
opiniões. É contrário a todas opressões, ao humilde, dá a sua mão.
Cumpre com os deveres do lar, conserva como virtude material, a
caridade.
Abomina o mal,está sempre pronto para correr em defesa da
virtude, ampara os velhos e dá conselho aos jovens. Perdoa toda
ofensa e sua grande obra, é atingir a perfeição do homem, que
despeito de todos os escrúpulos, ninguém isenta de defeitos.
De qualquer forma, meu filho , creio que defini a personalidade de
um Maçom, porque, tracei-te o retrato de teu pai.
O menino, beijando sua mãe, agradecido, sussurrou-lhe no ouvido:
MÃE! TENHO ORGULHO DO MEU PAI!
3 – A Preparação física do Recipiendário
Pesquisa: Ir.'. Cristiane Lopes - M.'. I.'. - Or.'. de Curitiba – PR
Depois de ter privado o Recipiendário de seus "metais", ele é
despojado de uma parte de suas roupas. Ele se apresenta do
seguinte modo:
 braço e pé esquerdos descobertos,
 perna e joelho direitos desnudos,
 pé direito descalço.
Plantageneta pensa "que os pormenores dessa 'toalete' não só são
próprios para dar ao Recipiendário a impressão desagradável de
que ele é diminuído em sua dignidade humana, mas ainda que
assim ridicularmente ataviado ele deve parecer grotesco". Ele diz,
sem por certo ter compreendido o antiquíssimo simbolismo dessa
pseudodesvalorização, que, "levando em conta a mentalidade
moderna, seria melhor renunciar a esse costume, que corre o risco
de diminuir o real valor iniciático da cerimônia de recepção".
Para Oswad Wirth, mais simbolista e mais profundamente
iniciático, "a região do coração é posta a descoberto como alusão à
absoluta sinceridade do Recipiendário; a nudez do joelho pretende
que, ao dobrá-lo, ele entre diretamente em contato com o solo
sagrado, que ele pisa, por sua vez com o pé descalço".
"Mas por que, diz ainda Wirth, o outro pé continua calçado? Será
indispensável executar mancando os primeiros passos que levam à
Iniciação? Paira um mistério sobre o rito do pé descalçado. Sem a
perda de uma de suas sandálias, Jasão não teria empreendido a
conquista do Tosão de Ouro."
Wirth continua: "Eliphas Lévi sugere que a preparação física do
Recipiendário ensina-lhe a levar em conta a alternância das ações
mágicas. A toda corrente positiva intencionalmente desencadeada
corresponde uma contra corrente negativa oculta; quando o
profano se lança na ação, ele muitas vezes despreza a reação fatal
que prevê o iniciado. Há muito que meditar sobre esses assuntos.
Oswald Wirth não precisa bem o seu pensamento e deixa o
estudioso entregue às suas meditações.
Gédalge explica essa preparação física do Recipiendário por um
simbolismo astrológico; ela estabelece uma relação entre as partes
descobertas do corpo e os signos do Zodíaco:
"As partes do corpo do Recipiendário postas a nu: garganta, ombro,
braço esquerdo, coração, joelho e perna direita, pé esquerdo, ou
seja: Touro, Gêmeos (lado passivo), Leão, Capricórnio e Aquário
(lado ativo), e, enfim, Peixes, constituem em uma aplicação do
Zodíaco Fisiológico:
Touro é o símbolo do trabalho, da perseverança e do desinteresse;
é também o emblema do obediência e da força, eo significado
desse signo é confirmado pelo devotamento ao Servico e pelo Amor
fraterno representado por Peixes (aqui, do ;ado passivo). Pelo
contrário, os dois primeiros signos: Capricórnio e Aquário (joelho e
perna) estão em atividade (lado direito); eles representam,
astrologicamente, o Serviço Universal. O Leão (coração) encontra
sua manifestação no Amor perfeito, criador da Harmonia Universal.
Enfim, por seu lado intelectual, o signo de Gêmeos vem completar
o conjunto desses símbolos e formar um contrapeso para os signos
de Serviço. É a razão equilibrando a sensibilidade.
* * *
De uma forma geral, o simbolismo da preparação física é
interpretado da seguinte forma:
1º - O coração descoberto em sinal de sinceridade e franqueza.
2º - O joelho direito desnudo para marcar os sentimentos de
humildade que devem ser os do Iniciado.
3º - O pé esquerdo descalço, em sinal de respeito.
Ora, essa preparação física do Recipiendário apresenta um caráter
inibidor, isto é, de retenção, que convém assinalar:
1º - A atenção do Recipiendário é atraída para o coração,
considerado como sede da afetividade. Ensina-se-lhe com isso que
ele deverá tomar cuidado com os arroubos sentimentais, aos quais
cedem muito facilmente a maioria dos homens.
2º - O joelho direito é aquele que se põe em terra na genuflexão,
isto é, no ato de submissão a alguém. Desse modo, estando
descoberto, o joelho torna-se particularmente sensível e isso incita
o Recipiendário a realizar a genuflexão com mais circunspecção.
3º - O pé esquerdo é descalçado e sabemos que, de acordo com a
expressão popular, toda "caminhada decidida" é feita começando-
se com o pé esquerdo. Neste caso, a partida está longe de ser
assegurada; o pé esquerdo, descalço, estrava a caminhada e o
Recipiendário é obrigado a se apoiar solidamente no pé direito,
lado ativo: preponderância da "razão" sobre o "sentimentalismo".
BIBLIOGRAFIA:
A Simbólica Maçônica - Jules Boucher
4 – As Constituições de 1723
Irmão Ambrósio Peters.
Escritor, Historiador Filosofo e Livre Pensador
Uma estranha e difusa nebulosidade parece pairar sobre aqueles
primeiros anos que se seguiram à fundação da Grande Loja da
Inglaterra, quando foi dado o grande passo inicial de nossa
Maçonaria Especulativa, numa arrancada intelectual que viria a ser
objeto de contradições e controvérsias nos séculos seguintes.
Esse silêncio deixou sem respostas concretas perguntas como:
Quem foi o idealista?
Porque foi fundada a Maçonaria?
Quais foram realmente as quatro Lojas que estavam presentes
naquele dia de 1717?
A respeito parece que dispomos de uma única fonte de
informações: a segunda edição, a de 1738, das Constituições.
Quando em 1723 se publicou pela primeira vez a “The Constitutions
of the Free-Masons, Containing History, Charges, Regulations, S &
C, of the Must Ancient and Right Worshipful Fraternity”, dita de
Anderson, nada foi consignado sobre a fundação da Grande Loja da
Inglaterra.
Somente a segunda edição, a de 1738, foi acrescida por Anderson
de um adendo contendo dados sobre o 24 de junho de 1717,
evidentemente com base em uma tradição oral, sobre cuja exatidão
há que por restrições porque relativas a um período não
documentado de mais de vinte anos. As primeiras atas de que
dispomos das reuniões da Grande Loja da Inglaterra são do início
de 1723, ano da edição das “Constituições”.
Habitualmente, apenas dois nomes aparecem ligados àquela
primeira edição: James Anderson e Jean Theophile Desagulliers.
Mas há um outro nome, muito raramente mencionado, mas que a
nosso ver teve um papel não menos destacado nos eventos da
época dos primeiros movimentos da Grande Loja da Inglaterra,
principalmente na elaboração das “Constituições”. Esse nome é
John Toland.
A imprecisão histórica que marca os primeiros anos e os primeiros
atos da Maçonaria Especulativa, também paira sobre a autoria e
outros fatos ligados às “Constituições” de 1723. Algumas questões
intrigantes não podem deixar de ser postas na busca de uma
elucidação.
Quem foi na realidade o encarregado, ou os encarregados, de
redigir as “Constituições” segundo os velhos costumes, ou melhor,
de fazer uma compilação resumida destes? Battista di Vallemina,
em seu artigo “Sub Specie Historiae, Sub Specie Aeternitatis”, da
revista HIRAM, publicado no número 78 de “O Prumo”, teria
recebido a incumbência “James Anderson juntamente com outros
Irmãos”. Provavelmente Anderson, por uma questão de simples
ordem alfabética, foi apenas o primeiro da lista. No decorrer dos
anos, “os outros” foram sendo relegados e a redação inicial
atribuída apenas a Anderson, quando ele, na realidade, poderá ter
sido apenas o redator ou o relator. Há quem espose essa teoria.
Quem poderia estar entre estes outros, ou entre os da comissão de
quatorze notáveis encarregados de revisar a redação dita de
Anderson? Há dados que apontam em direção a Jean Theophile
Desagulliers, que fez a apresentação oficial, como também em
direção a John Toland. Quem foram estes dois, e quem foi na
realidade James Anderson?
James Anderson foi um pastor e pregador presbiteriano, bastante
ativo, mas de pouca evidência. Nascido na Escócia em 1680,
faleceu em Londres no ano de 1746. Doutorou-se em Teologia,
fixou residência em Londres ainda antes de 1710 e aí comprou os
direitos de vicariato de uma capela presbiteriana, na qual pregou
permanentemente até pouco antes de sua morte. Ao que tudo
indica, foi sempre um pastor devotado à sua religião e, portanto, por
todos os pontos de vista lógicos, um TEÍSTA. É este o sentido claro
que imprimiu a todos os sermões que publicou. Era também um
maçom assíduo, pois pertencia a mais de uma Loja. Não foi
protagonista de nenhuma idéia pessoal nova no campo da filosofia
ou da teologia. Não trouxe nenhuma contribuição nova nesses
campos.
John Toland, raramente mencionado nas obras maçônicas,
mereceu uma menção especial na obra “A Era de Luiz XIV”, dos
historiadores Ariel e Will Durant, com a citação dos traços principais
de sua revolucionária linha de pensamento, dizendo, inclusive, o
que é raro em historiadores profanos, que Toland talvez fosse
membro da “Grande Loja Matriz” da Maçonaria, que se
estabelecera em Londres no ano de 1717. O escritor maçom Nicola
Aslan também o cita nessa condição em seu livro “Landmarques e
outros Problemas Maçônicos”. Destaque-se a citação dos “Durant”,
pois Maçonaria parece um assunto proibido para historiadores
profanos.
Toland era um DEÍSTA convicto e, portanto, um racionalista.
Afirmava categoricamente que a razão é o único fundamento de
nossa certeza e que, crer na divindade das escrituras ou no sentido
divino de qualquer de suas passagens sem prova racional ou
evidente consistência, é lamentável credulidade. Mas, apesar disso,
julgava todas as verdades cristãs perfeitamente razoáveis. Seu livro
“Christianity not Misterious”, publicado quando tinha apenas 26
anos de idade, foi publicamente queimado em frente ao edifício do
Parlamento Irlandês.
Foi forçado a uma fuga precipitada, primeiro para Londres e depois
para o continente europeu. Seus pensamentos eram
demasiadamente avançados para sua época, principalmente os
relacionados com os movimentos da matéria e a reacionalidade do
sobrenatural. São dele as palavras “que todos os homens falem
livremente o que pensam sem jamais serem estigmatizados ou
punidos a não ser pelas suas más ações” a base do pensamento
maçônico.
Para ele, o livre pensamento deveria ser um dever e um privilégio
exclusivo de uma minoria culta, não devendo haver censura mútua
entre os componentes dessa minoria. Seu opúsculo “Phanteisticus”
expunha o credo e o ritual de uma sociedade secreta imaginária,
cujos membros rejeitariam todas as revelações sobrenaturais e
adotariam unia nova religião baseada em uma filosofia que
identificaria com Deus e o Universo. Compare com o artigo 1º das
“Constituições”.
Toland, como quase todos os grandes idealistas, morreu pobre, em
Londres, no ano de 1722.
E Jean Theophile Desagulliers? Nasceu em La Rochelle, na França,
no ano de 1683. Já no ano de 1685, sua família teve que emigrar
para a livre Inglaterra, porque a revogação do Edito de Nantes pelo
Rei Luiz XIV, tornou a vida dos protestantes impossível na França.
Foi educado em Oxford e ordenou-se diácono presbiteriano no ano
de 1710, quando Anderson, também clérigo presbiteriano, já se
domiciliara em Londres. Obviamente se conheciam e se
encontravam.
Desagulliers, cientista parcamente conhecido por suas pesquisas
no campo da física, era, no entanto, amigo de Isaac Newton e
membro efetivo da “Royal Society” que abrigava muitos dos maiores
cientistas da Europa de então. No campo da física, limitou-se a
ampliar as pesquisas de Stephen Gray, e foi o primeiro a descrever
a condutibilidade elétrica dos materiais, e introduziu a palavra
“isoladores” para os materiais não condutores.
Um homem de comportamento exemplar socialmente, professor
emérito em diversos estabelecimentos de ensino, capelão do
príncipe de Gales, é autor de diversos trabalhos literários
publicados em revistas e de uma dezena de livros. Como Anderson,
era um clérigo presbiteriano influente. Não defendeu
particularmente nenhuma idéia inovadora no campo filosófico-
teológico.
Desagulliers conservou-se presbiteriano convicto e, portanto, um
TEISTA. Pertencente a um sistema religioso baseado em uma
revelação divina, que defendia ardentemente em seu dever de
clérigo, não pode ter sido um DEÍSTA e nem se tomado
racionalista.
De princípios morais rígidos, clérigo em evidência, cientista de
alguma notabilidade, amigo dos membros da Royal Society, seria
um homem que a Maçonaria se orgulharia de ter entre seus
membros. Foi seu terceiro Grão-Mestre em 1719. Por sua projeção
social, deve ter sido convidado a colaborar na redação das
“Constituições” de 1723, auxiliando Anderson, que era seu colega e
certamente amigo, juntamente com alguns outros Irmãos.
Não existem atas, correspondências ou quaisquer outros
documentos relativos à Grande Loja da Inglaterra do período
1717/1723. Teriam sido todos destruídos propositadamente, não se
sabe por qual motivo. Tudo o que se sabe desse período,
conhecemo-lo através de adendo às “Constituições” de 1738,
escrito pessoalmente por Anderson.
Anderson era, obviamente, um “TEISTA” convicto, e provam-no os
seus sermões publicados, reveladores, que são do que
habitualmente pregava sua paróquia. Não há nada que indique ter
tido alguma vez outra linha de pensamento. Toland era um
“DEÍSTA” publica-
mente confesso, e seus princípios filosóficos se aproximam dos
ideais maçônicos ainda hoje propugnados. Desagulliers, um
experimentador no campo da eletricidade, como conhecedor da
natureza, poderia ter se aproximada do deísmo, mas sua condição
de clérigo protestante convicto evidentemente o manteve TEÍSTA. A
projeção histórica de Toland é conhecida no campo da filosofia e
teologia. Desagulliers obteve alguma notoriedade com suas
experiências com condutibilidade elétrica, mas era desconhecido
como pensador. Anderson é historicamente um desconhecido.
Analisando as condições e a projeção intelectual de cada um dos
três, nos será permitido conjecturar quais as suas influências
pessoais na elaboração do documento-mãe da Maçonaria
Especulativa.
Permitimo-nos prevenir os leitores de que os pensamentos
expressos a seguir são pessoais, e como tais devem ser encarados.
Em nossa análise, vamos ater-nos ao artigo primeiro “1 - O que diz
respeito a Deus e a Religião”, e ao artigo “VI da Conduta” em seu
item 2º.
Os demais itens das “Constituições” são uma compilação em
resumo das “Old Charges”, e contém regras de comportamento em
geral para os Maçons, tanto em Loja como fora dela, e não contém
nenhuma particularidade filosófica - religiosa como a contida nos
dois artigos citados.
Transcrevemos a seguir o artigo 1º das “Constituições” de 1723, em
tradução ditada por Nicola Aslan, em seu livro “Landmarques e
outros Problemas Maçônicos” Rio, Aurora, que o transcreveu de
Plantagenet e a considera uma tradução muito aproximada do
original inglês.
“Um Maçom é obrigado, por sua dependência à Ordem, a obedecer
à Lei Moral; e se entende corretamente o Ofício, nunca será um
estúpido ATEU nem um LIBERTINO irreligioso. Porém, embora nos
tempos antigos, os Maçons fossem obrigados, em todos os países
a seguir a religião do país ou da nação, qualquer que ela fosse,
considera-se hoje mais conveniente obrigá-los unicamente para
com a religião sobre a qual todos os homens estão de acordo,
deixando a cada um as suas opiniões pessoais. Esta religião
consiste em serem homens bons e sinceros, homens honrados e
probos, quaisquer que sejam as denominações ou crenças que
podem distinguí-los, pelo que a Maçonaria se tornará o centro de
União e o meio de conciliar, por uma amizade sincera, pessoas que
teriam ficado perpetuamente separadas.”
Há traduções e resumos demasiadamente livres que devem ser
lidos com reserva, como, por exemplo, a anexa à “Constituição e
Regulamento Geral” do G.O.R.S. que, particularizando, diz “Leis e
Costumes” em lugar de “Lei Moral”, ou então “Religioso Livre
Pensador” em lugar de “Libertino Irreligioso”, expressões que não
se identificam, e se afastam do sentido original.
Detenhamo-nos em alguns tópicos do artigo acima transcrito.
“... por sua dependência”; este excerto consta do original inglês sob
o vocábulo “tenure”. É um termo jurídico-moral medieval e significa
exatamente isto, dependência, como a que obriga o Maçom para
com sua Loja ou sua Obediência, quando aceita os ditames e
princípios maçônicos ao se iniciar. “... Obedecer a Lei Moral...”
Qual Lei Moral? Evidentemente a Lei Moral Cristã, os princípios
morais cristãos, único código de procedimentos conhecido na
Europa de então. Essa primeira obrigação maçônica tem sua razão
de ser porque na época a decadência moral na Inglaterra era um
fato altamente preocupante. Toda a sociedade, desde a mais alta
aristocracia até a classe mais pobre, estava em desagregação
moral. A licenciosidade dos costumes levava ao ateísmo, e este à
libertinagem em todos os ambientes, não se excluindo o próprio
clero entre cujos membros a pouca instrução e ausência de
comportamento moral digno era uma tônica.
Este item sobre a Lei Moral poderia ter sido escrito tanto por
Anderson, como por Desagulliers ou por Toland, ou mesmo por
qualquer outro membro da Grande Loja, pois a obediência a
princípios morais estabelecidos qualifica um homem como de bons
costumes, qualidade exigida de todo aquele que pretendesse se
filiar à Maçonaria.
“... nunca será nem um estúpido ateu nem um libertino irreligioso...”
Parece um brado de alerta e uma repreensão, apropriadamente dita
por qualquer pregador de qualquer igreja cristã em uma sociedade
em desagregação. O ateísmo já se tornara dominante nos meios
aristocráticos e nas classes mais pobres. A classe média, não a
mais numerosa, mantinha por conveniência um comportamento
público mais moderado e moralizador, provavelmente por
necessidade egoística de status social, embora na vida privada não
fossem assim. Era um a teísmo inconseqüente, porque negava
simploriamente a existência de Deus, sem se preocupar em propor
outra solução para as origens do Universo e nem outra justificação
para procedimentos éticos. Era assim um ateísmo estúpido,
originado não da racionalidade, mas sim da revolta íntima contra as
intermináveis e sucessivas guerras de religião, contra o
comportamento pouco exemplar dos pastores, padres e
pregadores, contra as injustiças sociais praticadas pelas classes
dominantes, clero e aristocracia, que viviam às custas de uma
população sempre beirando a miséria e a fome total. Diante de
tantas injustiças, sem ter a quem apelar, se perguntavam: Que
Deus é esse que permite tanta miséria? Deixavam de crer nele
simplesmente por desilusão.
Esses estúpidos ateus eram, evidentemente e por conseqüência,
irreligiosos que, sem mais nenhum vínculo moral com o que quer
que fosse, se entregavam aos piores vicios, à libertinagem. A
irreligiosidade libertina, conseqüência de um ateísmo irracional,
desligava o cidadão de qualquer compromisso moral, ou de
qualquer compromisso com a Lei Moral.
Vislumbra-se, neste tópico, uma bastante clara declaração de
TEÍSMO, e então as expressões «estúpido ateu” e “libertino
irreligioso” são quase certamente de Anderson ou Desagulliers, dois
Teístas. Mas este tópico contradiz em parte o que se segue quanto
à religião natural ou universal.
“... Porém, embora nos tempos antigos os Maçons fossem
obrigados, em todos os países, a seguir a religião de seu país ou da
nação, qualquer que fosse ela, considera-se hoje mais conveniente
obrigá-los unicamente para com a religião com a qual todos estão
de acordo, deixando a cada um as suas opiniões pessoais...” Eis
uma clara e evidente declaração de iluminismo, ou de livre
pensamento, exatamente o ideal defendido por John Toland em
sem opúsculo “Phanteisticus”, antes citado. É uma declaração
aberta em favor da racionalidade no campo religioso e no campo do
pensamento: uma declaração de DEÍSMO.
Com que religião todos os homens poderiam estar de acordo?
Certamente nenhuma das religiões então dominantes, pois entre
elas não havia acordo de espécie alguma. Notamos aqui a
expressão “todos os homens”, e não “todos os cristãos”. Uma
religião assim não pode ser senão a natural, não revelada por
nenhum Deus, a religião a que se chega através da racionalidade.
Exatamente como teorizava Toland com o seu Deísmo, única
concepção que se casa com a religião natural.
Esse tópico, evidentemente, não pode ser nem de Anderson, nem
de Desagulliers, ambos clérigos presbiterianos, que sempre se
mostraram coerentes com sua religião, cujos princípios se
dedicaram a pregar. Isto é mais próprio de um livre pensador como
Toland.
“...esta religião consiste em serem os homens bons e sinceros,
homens honrados e probos, quaisquer que sejam as denominações
que possam distingui-los...”; esta declaração subentende que todas
as crenças são aceitáveis desde que conduzam os homens a um
comportamento moral exemplar, de acordo com uma Lei Moral
Universal, sem ligação com alguma religião em particular. A tese do
livre pensamento continua a ser posta em evidência, importando
não a crença ou a fé em si, mas sim a sinceridade e a liberdade
com que se busca essa crença. Nesta redação, não se pode ver
nem a mão de Anderson, nem a mão de Desagulliers, mas sim,
provavelmente, a de Toland.
“...pelo que a Maçonaria se tornará um centro de União e um meio
de conciliar, por uma amizade sincera, pessoas que teriam ficado
perpetuamente separadas...” Uma minoria culta unida em um
ambiente intelectualmente livre e sem recriminações, reunindo-se
longe da plebe inculta que não teria condições intelectuais de
participar dos debates. Para ser um Deísta, é antes de tudo
necessário ser culto; um homem inculto jamais o compreenderá.
Reforçamos que, com absoluta certeza, Anderson era um Tenista,
como o era também Desagulliers, ambos clérigos de uma religião
teísta baseada em uma verdade revelada. John Toland, com
absoluta certeza, era um DEÍSTA. Antes de prosseguir, será correto
dar aos leitores a diferenciação entre TEÍSMO e DEÍSMO.
TEISTA monoteísta, politeísta é a teoria segundo a qual há um
Deus Criador do Universo, um Deus Pessoal de existência
individualizada, revelador de uma verdade doutrinária
inquestionável. E o Deus do sistema Judaico-Cristão, do Islamismo,
ou os Deuses dos povos do Oriente Próximo.
DEISTA é a concepção filosófica ou racional de um Ser Superior, ou
uma Essência Universal, não um Deus pessoal e individualizado de
existência além e acima da matéria, mas sim uma essência
emanadora e subjacente a toda a matéria, e de tudo o que dela
advém, inclusive a vida.
Lei Moral, Estúpido Ateu, Libertino Irreligioso nos parecem termos
ligados ao Teísmo, a uma verdade revelada. Já a segunda parte,
que fala da religião com a qual todos concordam, a religião natural,
e equaciona religião com comportamento moral e social
irrepreensível, são expressões mais próprias do Deísmo. Os
Teístas seguem regras determinadas por uma religião revelada, os
Deístas, os ditames da consciência e da razão, e não de uma
religião. Isto evidencia que as “Constituições” de 1723 têm diversos
autores que conflitaram entre si, e não são somente da autoria de
Anderson, como constantemente se costuma afirmar.
O artigo “James Anderson”, de “A Trolha” nº 62, de autoria de Kurt
Prober, nos dá conta de que Anderson foi encarregado pela Grande
Loja da Inglaterra, em fins de 1721, de reestudar as antigas
constituições dos Maçons Operativos para reformá-las e elaborar
uma Carta Magna de teor mais prático e conciso. Daí devemos
concluir que até 1723 a Grande Loja regulava seus procedimentos
pelas antigas constituições góticas.
Anderson, na última reunião anual da Grande Loja, dezembro de
1721, apresentou seu primeiro manuscrito a um grupo de 14 Irmãos
competentes, uma comissão que lhe fez diversas modificações
quais modificações? e apresentou um projeto definitivo em reunião
do dia 25 de janeiro de 1722.
Cerca de um ano depois, em 17/01/1723, esse projeto foi
apresentado oficialmente à Grande Loja, já impresso, tendo sido
aprovado e adotado imediatamente. Somente a partir daí é que
datam os primeiros documentos formais e oficiais da Maçonaria
Especulativa. Nessa edição de 1723, nada consta a respeito dos
acontecimentos relativos à fundação da Grande Loja, em 1717.
John Toland viu-se atacado de moléstia incurável no ano de 1721, e
veio a falecer no ano seguinte, em 1722. As "Constituições" tiveram
sua elaboração encetadas exatamente no ano em que Toland se
viu doente e foram aprovados e divulgados logo a seguir ao seu
passamento para o Oriente Eterno. Podem ser meras coincidências,
mas podem também indicar divergências fortes entre Deístas e
Teístas a respeito da filosofia básica a ser adotada, pois claros
princípios deístas e teístas, apesar de conflitantes, se misturam no
parágrafo inicial. Possivelmente tenham sido aplainadas as
dissensões com o afastamento de Toland. Elas podem estar,
outrossim, na base das notícias, não confirmadas de todo, de que
os documentos da fase inicial da Grande Loja foram
propositadamente destruídos em 1720. E uma mera conjectura.
Mas deve-se também considerar que em 1721 assumiu o Grão-
Mestrado o primeiro nobre, o Duque de Montague e, segundo
Anderson, a intenção inicial da Grande Loja era ser governada por
um nobre. Então pode-se supor que ela se manteve em compasso
de espera até que um aristocrata no Grão-Mestrado lhe desse o
impulso inicial, o que anula a suposição anterior.
Mas, onde estaria o grande idealista que deu ou lançou a idéia da
fundação de um organismo centralizador da Maçonaria? A nosso
ver, foi John Toland, esse batalhador desconhecido.
A grande Loja, em sua fase inicial, de 1717 a 1723, teve cinco
Grão-Mestres: Anthony Sayer, George Pine, Jean Theophile
Desagulliers, o Duque de Montagne e o Duque de Wharton; Sayer e
Pine da burguesia, Desagulliers cientista e pregador presbiteriano e
os dois últimos, da Nobreza.
Mas todos esses dados, como os demais a respeito da primeira
fase da Grande Loja, são baseados exclusivamente em
informações pessoais consignadas por James Anderson em um
anexo à edição de 1738. Assim, Anderson recompôs uma história
de 21 anos atrás, simplesmente louvado em lembranças pessoais
ou colhidas de terceiros Irmãos. Acrescenta-se a isto que Anderson
esteve afastado do convívio dos Irmãos da Grande Loja por um
longo espaço de 10 anos, de 1725 a 1735, o que complica ainda
mais a confiabilidade de suas informações.
A que se deve o afastamento de Anderson da Grande Loja por um
longo período de dez anos? Há quem creia que foi devido à sua
discordância quanto a afirmações deístas incluídas nas
Constituições. Há outros que crêem nos mais plausíveis motivos de
ordem financeira.
Anderson, durante os mandatos de Pine e Desagulliers, teria
passado por dificílima crise financeira e, para não ir preso, como era
costume naquela época, teria tido o auxilio dos Irmãos no
pagamento de suas dívidas. Em 1723, quando as “Constituições”
foram apresentadas à Grande Loja em caráter oficial, elas já
estavam impressas e prontas para a comercialização. Quem
usufruiu os lucros comerciais de sua venda e distribuição? Teria
sido Anderson? Lembremo-nos de que ele não desfrutava de
situação financeira estável. Pode estar aí um ponto de dissensão,
que poderia ter levado Anderson a se afastar da Grande Loja.
Ou por motivos financeiros ou por discordâncias acerca de
princípios filosóficos, o certo é que Anderson deixou a Grande Loja
no ano de 1725. Voltou em 1735, e logo a seguir providenciou uma
nova edição das “Constituições”. Que ele teve influência direta
nessa iniciativa provam-no algumas alterações introduzidas e o
anexo com o relato dos acontecimentos anteriores a 1723, relativos
à fundação da Grande Loja.
Necessário, ainda, destacar o que está inserido ao final do item 2º
do parágrafo VI das “Constituições”: “...Por causa disso, nenhum
ressentimento ou brigas particulares devem transpor a porta da Loja
Maçônica, muito menos quaisquer querelas sobre religião, sobre a
nação, ou sobre política de estado, porque nós, sendo Maçons,
pertencemos todos à religião católica acima mencionada; nós
somos também de todas as nações, idiomas, grupos e expressões;
nós somos, decididamente, contra a política, que nunca contribuiu e
nunca contribuirá para o bem estar da Loja Maçônica. Esta
obrigação foi sempre observada e tida em alta conta, especialmente
após a reforma na Grã-Bretanha, ou desde a dissensão ou
secessão dessas nações da comunhão de Roma”.
Eis aí uma clara declaração de Teísmo, e mais um teísmo definido,
o da religião católica, evidentemente não a católica romana, mas
sim a católica anglicana. A Igreja Anglicana adotou todos os
dogmas e todos os itens de fé da Igreja Romana, com exceção da
autoridade do Papa. Como se posicionaram perante isto Anderson
e Desagulliers,, que eram presbiterianos e, portanto, claramente em
oposição à igreja católica, por uma questão de princípios?
Parece ter havido pressão para que permanecesse a ligação
explícita com a igreja anglicana, e os opositores conseguiram
introduzir um adendo, dizendo que pertencemos a todas as nações,
idiomas, etc., numa referência ao que consta do artigo 1º.
Fala-se também em “igreja católica acima mencionada”, mas não se
encontra nenhuma menção anterior à igreja católica, o que parece
demonstrar que essa menção teria estado no artigo 1º que pode ter
sido totalmente substituído. Aliás, o artigo 1º parece uma peça
totalmente desligada do restante do texto, como se fosse um
enxerto feito poste-dormente. Podem residir nestes dois artigos as
emendas que Anderson se refere quando fala das feitas pela
comissão de quatorze membros notáveis encarregada de fazer a
revisão do original manuscrito.
Ao seguir as recomendações da Grande Loja da Inglaterra,
providenciando uma compilação e adaptação dos “Antigos Deveres"
(ou Constituições Góticas), do que sabemos apenas através do
próprio Anderson, ele incluiu uma história da Maçonaria calcada nas
lendas dos antigos Maçons Operativos, que adaptou aos contos
bíblicos, compondo um relato fantasioso sem bases históricas.
Essa história de Anderson deu à Maçonaria um conteúdo milenar
inverossímil e inverídico, até mesmo danoso, que prejudicou mais
do que beneficiou a Ordem. Todos nós estamos sempre dispostos a
ampliar a abrangência dos relatos de Anderson a tal ponto de
vermos escrito por aí, e com preocupante freqüência, que os
princípios maçônicos teriam sido gravados no coração de Adão
ainda no paraíso. Se não houvesse sido escrito esse relato,
provavelmente não teríamos essas tantas inverdades a respeito de
nossa história, e que pululam por aí.
Em suma, somos de opinião que as Constituições de 1723, bem
como todos os documentos que as acompanham, podem ter tido
uma redação inicial e preparatória de Anderson, mas o seu
conteúdo recebeu a colaboração e as emendas de diversos outros
Irmãos, entre os quais avultam Desagulliers e Toland. Mas o cerne
do artigo 1º e a parte final do artigo VI, item 2, com seu conteúdo
francamente deísta, são provavelmente de Toland. Mas a
contradição flagrante permaneceu.
São justamente esses dois tópicos das “Constituições” que
traduzem a tendência filosófica central da Maçonaria Especulativa
surgida em 1717. Certamente Toland foi o grande idealista, cujo
nome permanece indevidamente nas
5 – Perguntas e Respostas - Ir Pedro Juk
O Respeitável Irmão Giovanni José
Mondini, sem declinar o nome da Loja e
Oriente, Grande Loja de Santa Catarina,
apresenta a seguinte questão:
giovanni@maqmundi.com.br
Você tem algum texto que fale sobre o REAA,
porém que aborde as origens, semelhanças, diferenças entre o
Rito aplicado no GOB, GOSC e GLSC.
É que participei de uma sessão quinta-feira passada, na
Palmeira da Paz do GOB em Blumenau, e tem muitas
diferenças em relação ao da GLSC aplicada em minha Loja.
Segundo meu tio, César de Souza, da Palmeira da Paz, a forma
que eles estão aplicando, esta bem próxima do rito original.
Que por exemplo os capuzes usados nas iniciações, foram
acrescentados depois, não fazem parte do rito original. Outra
questão também, eles acendem uma só vela, no grau de
aprendiz e nós acendemos as três, e muitas outras diferenças.
CONSIDERAÇÕES:
1 - Quanto às diferenças do Rito Escocês Antigo e Aceito em
relação às Obediências, não existe um texto específico, todavia a
melhor maneira é fazer confrontação dos respectivos rituais e se
debruçar em profunda pesquisa orientada pelo método acadêmico.
Isso envolve discernimento e astúcia na busca das raízes e
vertentes do Rito desde os meados do Século XVII.
Não há como se dissertar a História se baseando apenas nos rituais
editados do Brasil, pois a particularidade e essência desse sistema
não são originárias do solo brasileiro.
Particularmente no Brasil, o Rito Escocês é uma verdadeira colcha
de retalhos devida primeira à miscelânea de ritos conforme a
publicação de rituais de outrora.
A prática maçônica regular no Brasil (1.801) começaria com dois
ritos específicos, o Moderno, ou Francês e o Adonhiramita.
Como o aparecimento no Brasil do Rito Escocês Antigo e Aceito
oficialmente em 1.832 através de Francisco Gê Acayaba de
Montezuma, o Visconde de Jequitinhonha, o rito tomou grande
profusão, provavelmente pelo oferecimento dos chamados “altos
graus”.
Sem um ritual específico para o simbolismo naquela oportunidade,
não tardaria o aparecimento das misturas ao gosto do que “era
bonito”, cujo resultado desaguaria em práticas sumariamente
enxertadas. Assim, seguem alguns exemplos: a prova da Taça
Sagrada (Adonhiramita); inversão das Colunas B e J (Moderno e
Adonhiramita); a prova teatral do perjuro (Adonhiramita); formação
do pálio com espadas (Adonhiramita); acendimento das Luzes
(Adonhiramita), etc.
Muitos desses costumes quase que se tornariam normas
consuetudinárias no escocesismo, digamos brasileiro, ficando assim
longe da realidade doutrinária proposta pelo Rito em questão que
embora de nome “escocês” é de origem francesa.
O curioso é que mesmo dentro do próprio sistema “escocês”,
também as Lojas Capitulares deixariam sua influência no
simbolismo - a grade divisória do Oriente e o desnível entre este e o
Ocidente.
Outro aspecto viria com a cisão de 1.927 no Grande Oriente do
Brasil que resultaria na criação das Grandes Lojas Estaduais. Por
esse feitio outras anomalias se instalariam no já desfigurado rito
devido à busca de reconhecimento para a nova Obediência nas
Grandes Lojas Americanas, cuja prática era (e é até hoje) do Rito
de York (americano). Seguem assim outros exemplos: a cor azul do
avental (vermelho no Rito Escocês), muito embora o GOB também
usasse aventais azuis, porém no Rito Moderno e Adonhiramita
(certo); Altar dos Juramentos no centro do Ocidente (York); leitura
do Salmo 133 (York); o uso de bastões pelos Diáconos (York); o
cruzamento de bastões que foi reforçado por um terceiro do Mestre
de Cerimônias e inventou-se um pálio com bastões (inexistente no
Rito Escocês), etc.
Assim, por um longo tempo essas práticas se misturaram e
enxertaram completamente o Rito Escocês Antigo e Aceito.
A base mais aceita para o original do rito está no Ritual de 1.804 do
Grande Oriente da França que tem por apoio a origem dos antigos
e posteriormente adaptado à Maçonaria de vertente latina. Assim, o
verdadeiro Rito Escocês Antigo e Aceito no seu simbolismo possui
aventais vermelhos (Conselho de Lausane – 1.875), Diáconos não
portam bastão; não existe pálio, prova da Taça e alegoria do
perjuro; Coluna B à esquerda de quem entra e J à direita; Altar dos
Juramentos próximo e em frente ao Altar ocupado pelo Venerável
Mestre; Primeiro Vigilante no Norte e Segundo no Sul; não existe
cerimonial de acendimento de Luzes nem o de incensar a Sala da
Loja; a Cadeia de União é apenas para a transmissão da Palavra
Semestral; o amargo e o doce ficam na Câmara de Reflexão para
observação e meditação do Candidato, etc.
Dentre outras práticas é original no Rito Escocês a transmissão da
Palavra Sagrada (referência aos antigos); as Colunas Zodiacais; a
decoração da Abóbada Celeste; o Pavimento Mosaico de forma
oblíqua em toda a extensão, inclusive no átrio; a leitura do Livro da
Lei em João, capítulo 1, vs. 1 - 5 (Grau de Aprendiz).
2 – Quanto à visita e a Loja onde o Irmão presenciou o uso de
capuz na Iniciação posse lhe afirmar que isso não está previsto no
Ritual do Grande Oriente do Brasil no Rito Escocês Antigo e Aceito.
O que está previsto sim é o uso do capuz pelo Experto nos
trabalhos junto à Câmara de Reflexão com o Candidato, cuja
intenção é de que simbolicamente o mesmo não conheça o seu
guia. Esse procedimento é reservado apenas no momento
específico pelo qual o Candidato não esteja vendado e nunca
dentro do Templo na Cerimônia de Iniciação. Nesse sentido o
procedimento é tradicional no Rito.
Quanto ao acendimento de uma só vela (luz) se a referência é feita
às Luzes acesas sobre o Altar ocupado pelo Venerável Mestre e
nas respectivas mesas dos Vigilantes, também posse lhe afirmar
que no Ritual de Aprendiz do GOB está previsto que três Luzes
estarão acesas, não apenas uma. Se estiverem acendendo uma só
Luz, é puro descumprimento do Ritual – só existem Luzes litúrgicas
acesas junto às Três Luzes da Loja – Venerável, Primeiro e
Segundo Vigilantes.
Finalizando, ficam aqui colocadas algumas questões que acabam
por diferenciar práticas de um único Rito de acordo com as
Obediências brasileiras e os seus respectivos rituais. O Grande
Oriente do Brasil fez uma significativa revisão dos mesmos por volta
dos anos de 1.997 e 1.998, buscando dar uma roupagem mais
próxima da originalidade, embora muitas questões ainda mereçam
melhor atenção, o que significa que ainda resta um bom caminho
para percorrer.
T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
NOV/2011
6 – Destaques JB
Loja Obreiros do oriente nr. 245
O Ir Silvio Feijó, para informar que a sua Loja em Porto
Alegre, “Obreiros do Oriente nr 245”, está recebendo
diariamente o JB News. Segundo o Ir. Silvio, “os irmãos, estão
apreciando, como diria o gaúcho (uma barbaridade)”.
Terras Sangrentas
Do Ir Anatoli Oliynik: Convido-os para conhecerem o livro
“TERRAS SANGRENTAS” de Timoty Snayder” cuja reportagem
foi postada no blog “NOTÍCIAS DA UCRÂNIA”.
Aqueles que não conhecem o que foi o COMUNISMO
SOVIÉTICO e NAZISMO ALEMÃO: AS DUAS FACES DE UMA
MESMA MOEDA! http://noticiasdaucrania.blogspot.com/ e
desejam conhecê-lo, terão oportunidade de fazê-lo. Pena que a
obra só pode ser encontrada em inglês e em ucraniano.
Quem sabe dentro de 80 anos seja traduzido aqui no Brasil,
tempo que levou a obra de Julien Benda “A Traição dos
Intelectuais”. Sejam bem-vindos ! Anatoli / Oksana
ARLS Harmonia nº 26 –
O Ir. Claudio Rodrigues, valoroso Obreiro da Loja Harmonia
nr. 26, situada Av.Brasil, 478 - bairro Santa Efigênia Belo
Horizonte -MG com reuniões às 5ªs. Feiras às 20 hs. no
Templo 402 do Palácio Maçônico da Grande Loja de Minas
Gerais, comunicando que aquela Oficina também começa a
disponibilizar para os seus ilustres Obreiros as edições diárias
do JB News.
A equipe do JB News se sensibiliza e agradece a
deferência, colocando o seu espaço a inteira disposição.
Obrigado Manos.
Um TAFao Ir e Amigo
JOEL Guimarães de Oliveira. M
da A R L S “Prof Clementino Brito” n° 2.115
GOB- SC - Or de Florianópolis, SC
Foto quando de uma de suas marcantes palestras
na Loja Templários da Nova Era em abril de 2008
O Ir Adilson Zotovici
de São Bernardo do Campo,
nos brinda semanalmente,
aos sábados,
com os seus significativos versos.
CUIDADOS COM A PRIMEIRA
IMPRESSÃO
Não pratiques vitupérios
A quem poderá ser teu igual !
Não engendres despautérios
A quem possa achar-te anormal !
Nem conduzas a cemitérios
A quem não conheça o cerimonial !
Obedeças os augustos mistérios,
Conforme prescreve, o ritual !
Assim, não fugirás da razão,
A quem possa amanhã, te cobrar !
Não magoarás o coração
De quem em ti, confiar,
Não sofrerás punição
De quem possa te pilhar
Não desestimularás a progressão
De alguém, que vem para somar !
Pois, labor de longo alcance
É a consagrada Iniciação !
Construída lance a lance
Com amor, seriedade e devoção !
Para que o trabalho avance,
E do candidato, haja compreensão !
Pois não haverá segunda chance,
De uma primeira impressão !
Adilson Zotovici
ARLS Chequer Nassif-169
S.Bernardo do Campo
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  • 1. JB NEWS Informativo Nr. 433 Editoria: Ir Jerônimo Borges Loja Templários da Nova Era – GLSC Quinta-feira 20h00 – Templo Obreiros da Paz Praia de Canasvieiras Florianópolis (SC) 05 de novembro de 2011 Índice deste sábado* 1. Almanaque 2. O que é Maçom? (repasse do Ir. Jocely Xavier Araujo) 3. A preparação física do Recipiendário ( Ir. Cristiane Lopes) 4. As Constituições de 1723 (Ir. Ambrosio Peters) 5. Perguntas e Respostas com o Ir. Pedro Juk 6. Destaques JB * Pesquisas e artigos da edição de hoje: Arquivo próprio - Internet - Colaboradores – Blogs - http:pt.wikipedia.org Imagens: próprias e www.google.com.br
  • 3. MARINA’S PALACE HOTEL Em Florianópolis visite o hotel da Família Maçônica na Praia de Canasvieiras. Rua Manoel Mancellos Moura esquina com Rua Madre Maria Vilac Reservas: (48) 3266-0010 – 3266-0271 Para Irmãos desconto especial. Fale com o Ir Moura Restaurante Suíte dormitório com 3 camas
  • 4. 1 – Almanaque Hoje, 05 de novembro de 2011, é o 309º. dia do calendário gregoriano. Faltam 56 para acabar o ano. Eventos Históricos:  1538 - Termina o 1º cerco de Diu  1605 - Atentado da Pólvora, planeado por Guy Fawkes para explodir as Casas do Parlamento em Londres, mas falhado  1688 - Revolução Gloriosa: Guilherme e Maria desembarcam em Devon com um grande exército holandês para depor o rei Jaime  1770 - Itapetininga é elevada à categoria de vila  1838 - Início do esfacelamento dos Estados Unidos da América Central: Honduras deixam a federação  1877 - Emancipação do município de Manhuaçu (Minas Gerais, Brasil)  1897 - Presidente Prudente de Morais sofre atentado  1912 - Fundado o Clube Esportivo Rio Branco  1935 - Surge o Monopoly, jogo que foi levado ao Brasil com o nome de Banco Imobiliário.  1937 - Adolf Hitler preside um encontro secreto onde discutiu seus planos para adquirir o "espaço vital" ao povo alemão  1945 - Colômbia é admitida como Estado-Membro da ONU  1962 - Fundação do primeiro Interact Club do mundo  1965 - Editada a lei que oficializa o nome da Universidade Federal Fluminense  1966 - Inauguração do Estádio Lomanto Júnior em Vitória da Conquista, Bahia, Brasil  1982 - Inauguração da Usina hidrelétrica de Itaipu na fronteira entre o Brasil e o Paraguai, a maior do mundo na época  1994 - É publicada uma carta do ex-presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, anunciando que ele sofre de Alzheimer  1996 - Benazir Bhutto é destituída do cargo de primeira-ministra do Paquistão  2006 o O atleta brasileiro Marílson dos Santos vence a Maratona de Nova York. o Saddam Hussein é condenado à morte na forca.  2008 - Barack Obama é eleito Presidente dos Estados Unidos.
  • 5. Históricos maçõnicos do dia: (Fonte: “o Livro dos Dias” e arquivo pessoal) 1737: Iniciado Frederick Lewes, Príncipe de Gales, filho mais velho do Rei George II, por Jean Théophilo Désaguliers. 1849: Nasce, em Salvador, Bahia, o Irmão Rui Barbosa, que não foi um gigante somente em Direito. Foi exímio advogado, jornalista, escritor, político e orador. A extensão de sua cultura, atestam-na as inúmeras citações que acompanham, valorizam e enriquecem suas obras, as quais devem ser bem lembradas neste dia dedicado a Cultura Nacional. 1989: Foi fundada a Grande Loja Maçônica do Estado de Tocantins. 1997: Fundação da ARLS União do Vale nr. 69, de Blumenau (GLSC)
  • 6. 2 – O que é Maçom? Repasse do Ir Jocely Xavier Araujo VM da Loja “Laelia Purpurata” Nr. 3496 – Balneário Camboriú, com texto de autoria desconhecida, apresentado vez por outra pelo Ir. Niralci da Silveira em suas visitas às Lojas) O QUE É MAÇOM? Mãe, explica para mim, com bastante clareza, o que é Maçom? Perguntou o filho a sua mãe. -Por que pergunta, meu filho? Disse a mãe do garoto. -Meu pai é Maçom, é justo que eu saiba! A mãe, com grande ternura e afeto, passando-lhe as mãos puras pelos cabelos, fê-lo sentar-se ao seu lado e começou a narrar a bela e verdadeira descrição: - Maçom, meu querido filho, é um homem instruído, homem de boa conduta, que não permite que nenhuma má paixão vibre em seu coração, que também não admite que em seu cérebro nasça sequer uma idéia de injustiça ou de maldade,que procura sempre a verdade e, por sua conduta ou honradez, se mostra um exemplo. Em qualquer causa, atua como justo. Considera o lar, um Templo. É um estudioso que não se cansa de aprender, respeita todas opiniões. É contrário a todas opressões, ao humilde, dá a sua mão. Cumpre com os deveres do lar, conserva como virtude material, a caridade. Abomina o mal,está sempre pronto para correr em defesa da virtude, ampara os velhos e dá conselho aos jovens. Perdoa toda ofensa e sua grande obra, é atingir a perfeição do homem, que despeito de todos os escrúpulos, ninguém isenta de defeitos. De qualquer forma, meu filho , creio que defini a personalidade de um Maçom, porque, tracei-te o retrato de teu pai. O menino, beijando sua mãe, agradecido, sussurrou-lhe no ouvido: MÃE! TENHO ORGULHO DO MEU PAI!
  • 7. 3 – A Preparação física do Recipiendário Pesquisa: Ir.'. Cristiane Lopes - M.'. I.'. - Or.'. de Curitiba – PR Depois de ter privado o Recipiendário de seus "metais", ele é despojado de uma parte de suas roupas. Ele se apresenta do seguinte modo:  braço e pé esquerdos descobertos,  perna e joelho direitos desnudos,  pé direito descalço. Plantageneta pensa "que os pormenores dessa 'toalete' não só são próprios para dar ao Recipiendário a impressão desagradável de que ele é diminuído em sua dignidade humana, mas ainda que assim ridicularmente ataviado ele deve parecer grotesco". Ele diz, sem por certo ter compreendido o antiquíssimo simbolismo dessa pseudodesvalorização, que, "levando em conta a mentalidade moderna, seria melhor renunciar a esse costume, que corre o risco de diminuir o real valor iniciático da cerimônia de recepção". Para Oswad Wirth, mais simbolista e mais profundamente iniciático, "a região do coração é posta a descoberto como alusão à absoluta sinceridade do Recipiendário; a nudez do joelho pretende que, ao dobrá-lo, ele entre diretamente em contato com o solo sagrado, que ele pisa, por sua vez com o pé descalço". "Mas por que, diz ainda Wirth, o outro pé continua calçado? Será indispensável executar mancando os primeiros passos que levam à
  • 8. Iniciação? Paira um mistério sobre o rito do pé descalçado. Sem a perda de uma de suas sandálias, Jasão não teria empreendido a conquista do Tosão de Ouro." Wirth continua: "Eliphas Lévi sugere que a preparação física do Recipiendário ensina-lhe a levar em conta a alternância das ações mágicas. A toda corrente positiva intencionalmente desencadeada corresponde uma contra corrente negativa oculta; quando o profano se lança na ação, ele muitas vezes despreza a reação fatal que prevê o iniciado. Há muito que meditar sobre esses assuntos. Oswald Wirth não precisa bem o seu pensamento e deixa o estudioso entregue às suas meditações. Gédalge explica essa preparação física do Recipiendário por um simbolismo astrológico; ela estabelece uma relação entre as partes descobertas do corpo e os signos do Zodíaco: "As partes do corpo do Recipiendário postas a nu: garganta, ombro, braço esquerdo, coração, joelho e perna direita, pé esquerdo, ou seja: Touro, Gêmeos (lado passivo), Leão, Capricórnio e Aquário (lado ativo), e, enfim, Peixes, constituem em uma aplicação do Zodíaco Fisiológico: Touro é o símbolo do trabalho, da perseverança e do desinteresse; é também o emblema do obediência e da força, eo significado desse signo é confirmado pelo devotamento ao Servico e pelo Amor fraterno representado por Peixes (aqui, do ;ado passivo). Pelo contrário, os dois primeiros signos: Capricórnio e Aquário (joelho e perna) estão em atividade (lado direito); eles representam, astrologicamente, o Serviço Universal. O Leão (coração) encontra sua manifestação no Amor perfeito, criador da Harmonia Universal. Enfim, por seu lado intelectual, o signo de Gêmeos vem completar o conjunto desses símbolos e formar um contrapeso para os signos de Serviço. É a razão equilibrando a sensibilidade. * * * De uma forma geral, o simbolismo da preparação física é interpretado da seguinte forma: 1º - O coração descoberto em sinal de sinceridade e franqueza.
  • 9. 2º - O joelho direito desnudo para marcar os sentimentos de humildade que devem ser os do Iniciado. 3º - O pé esquerdo descalço, em sinal de respeito. Ora, essa preparação física do Recipiendário apresenta um caráter inibidor, isto é, de retenção, que convém assinalar: 1º - A atenção do Recipiendário é atraída para o coração, considerado como sede da afetividade. Ensina-se-lhe com isso que ele deverá tomar cuidado com os arroubos sentimentais, aos quais cedem muito facilmente a maioria dos homens. 2º - O joelho direito é aquele que se põe em terra na genuflexão, isto é, no ato de submissão a alguém. Desse modo, estando descoberto, o joelho torna-se particularmente sensível e isso incita o Recipiendário a realizar a genuflexão com mais circunspecção. 3º - O pé esquerdo é descalçado e sabemos que, de acordo com a expressão popular, toda "caminhada decidida" é feita começando- se com o pé esquerdo. Neste caso, a partida está longe de ser assegurada; o pé esquerdo, descalço, estrava a caminhada e o Recipiendário é obrigado a se apoiar solidamente no pé direito, lado ativo: preponderância da "razão" sobre o "sentimentalismo". BIBLIOGRAFIA: A Simbólica Maçônica - Jules Boucher
  • 10. 4 – As Constituições de 1723 Irmão Ambrósio Peters. Escritor, Historiador Filosofo e Livre Pensador Uma estranha e difusa nebulosidade parece pairar sobre aqueles primeiros anos que se seguiram à fundação da Grande Loja da Inglaterra, quando foi dado o grande passo inicial de nossa Maçonaria Especulativa, numa arrancada intelectual que viria a ser objeto de contradições e controvérsias nos séculos seguintes. Esse silêncio deixou sem respostas concretas perguntas como: Quem foi o idealista? Porque foi fundada a Maçonaria? Quais foram realmente as quatro Lojas que estavam presentes naquele dia de 1717? A respeito parece que dispomos de uma única fonte de informações: a segunda edição, a de 1738, das Constituições.
  • 11. Quando em 1723 se publicou pela primeira vez a “The Constitutions of the Free-Masons, Containing History, Charges, Regulations, S & C, of the Must Ancient and Right Worshipful Fraternity”, dita de Anderson, nada foi consignado sobre a fundação da Grande Loja da Inglaterra. Somente a segunda edição, a de 1738, foi acrescida por Anderson de um adendo contendo dados sobre o 24 de junho de 1717, evidentemente com base em uma tradição oral, sobre cuja exatidão há que por restrições porque relativas a um período não documentado de mais de vinte anos. As primeiras atas de que dispomos das reuniões da Grande Loja da Inglaterra são do início de 1723, ano da edição das “Constituições”. Habitualmente, apenas dois nomes aparecem ligados àquela primeira edição: James Anderson e Jean Theophile Desagulliers. Mas há um outro nome, muito raramente mencionado, mas que a nosso ver teve um papel não menos destacado nos eventos da época dos primeiros movimentos da Grande Loja da Inglaterra, principalmente na elaboração das “Constituições”. Esse nome é John Toland. A imprecisão histórica que marca os primeiros anos e os primeiros atos da Maçonaria Especulativa, também paira sobre a autoria e outros fatos ligados às “Constituições” de 1723. Algumas questões intrigantes não podem deixar de ser postas na busca de uma elucidação. Quem foi na realidade o encarregado, ou os encarregados, de redigir as “Constituições” segundo os velhos costumes, ou melhor, de fazer uma compilação resumida destes? Battista di Vallemina, em seu artigo “Sub Specie Historiae, Sub Specie Aeternitatis”, da revista HIRAM, publicado no número 78 de “O Prumo”, teria recebido a incumbência “James Anderson juntamente com outros Irmãos”. Provavelmente Anderson, por uma questão de simples ordem alfabética, foi apenas o primeiro da lista. No decorrer dos anos, “os outros” foram sendo relegados e a redação inicial atribuída apenas a Anderson, quando ele, na realidade, poderá ter sido apenas o redator ou o relator. Há quem espose essa teoria. Quem poderia estar entre estes outros, ou entre os da comissão de quatorze notáveis encarregados de revisar a redação dita de Anderson? Há dados que apontam em direção a Jean Theophile Desagulliers, que fez a apresentação oficial, como também em
  • 12. direção a John Toland. Quem foram estes dois, e quem foi na realidade James Anderson? James Anderson foi um pastor e pregador presbiteriano, bastante ativo, mas de pouca evidência. Nascido na Escócia em 1680, faleceu em Londres no ano de 1746. Doutorou-se em Teologia, fixou residência em Londres ainda antes de 1710 e aí comprou os direitos de vicariato de uma capela presbiteriana, na qual pregou permanentemente até pouco antes de sua morte. Ao que tudo indica, foi sempre um pastor devotado à sua religião e, portanto, por todos os pontos de vista lógicos, um TEÍSTA. É este o sentido claro que imprimiu a todos os sermões que publicou. Era também um maçom assíduo, pois pertencia a mais de uma Loja. Não foi protagonista de nenhuma idéia pessoal nova no campo da filosofia ou da teologia. Não trouxe nenhuma contribuição nova nesses campos. John Toland, raramente mencionado nas obras maçônicas, mereceu uma menção especial na obra “A Era de Luiz XIV”, dos historiadores Ariel e Will Durant, com a citação dos traços principais de sua revolucionária linha de pensamento, dizendo, inclusive, o que é raro em historiadores profanos, que Toland talvez fosse membro da “Grande Loja Matriz” da Maçonaria, que se estabelecera em Londres no ano de 1717. O escritor maçom Nicola Aslan também o cita nessa condição em seu livro “Landmarques e outros Problemas Maçônicos”. Destaque-se a citação dos “Durant”, pois Maçonaria parece um assunto proibido para historiadores profanos. Toland era um DEÍSTA convicto e, portanto, um racionalista. Afirmava categoricamente que a razão é o único fundamento de nossa certeza e que, crer na divindade das escrituras ou no sentido divino de qualquer de suas passagens sem prova racional ou evidente consistência, é lamentável credulidade. Mas, apesar disso, julgava todas as verdades cristãs perfeitamente razoáveis. Seu livro “Christianity not Misterious”, publicado quando tinha apenas 26 anos de idade, foi publicamente queimado em frente ao edifício do Parlamento Irlandês. Foi forçado a uma fuga precipitada, primeiro para Londres e depois para o continente europeu. Seus pensamentos eram demasiadamente avançados para sua época, principalmente os relacionados com os movimentos da matéria e a reacionalidade do sobrenatural. São dele as palavras “que todos os homens falem
  • 13. livremente o que pensam sem jamais serem estigmatizados ou punidos a não ser pelas suas más ações” a base do pensamento maçônico. Para ele, o livre pensamento deveria ser um dever e um privilégio exclusivo de uma minoria culta, não devendo haver censura mútua entre os componentes dessa minoria. Seu opúsculo “Phanteisticus” expunha o credo e o ritual de uma sociedade secreta imaginária, cujos membros rejeitariam todas as revelações sobrenaturais e adotariam unia nova religião baseada em uma filosofia que identificaria com Deus e o Universo. Compare com o artigo 1º das “Constituições”. Toland, como quase todos os grandes idealistas, morreu pobre, em Londres, no ano de 1722. E Jean Theophile Desagulliers? Nasceu em La Rochelle, na França, no ano de 1683. Já no ano de 1685, sua família teve que emigrar para a livre Inglaterra, porque a revogação do Edito de Nantes pelo Rei Luiz XIV, tornou a vida dos protestantes impossível na França. Foi educado em Oxford e ordenou-se diácono presbiteriano no ano de 1710, quando Anderson, também clérigo presbiteriano, já se domiciliara em Londres. Obviamente se conheciam e se encontravam. Desagulliers, cientista parcamente conhecido por suas pesquisas no campo da física, era, no entanto, amigo de Isaac Newton e membro efetivo da “Royal Society” que abrigava muitos dos maiores cientistas da Europa de então. No campo da física, limitou-se a ampliar as pesquisas de Stephen Gray, e foi o primeiro a descrever a condutibilidade elétrica dos materiais, e introduziu a palavra “isoladores” para os materiais não condutores. Um homem de comportamento exemplar socialmente, professor emérito em diversos estabelecimentos de ensino, capelão do príncipe de Gales, é autor de diversos trabalhos literários publicados em revistas e de uma dezena de livros. Como Anderson, era um clérigo presbiteriano influente. Não defendeu particularmente nenhuma idéia inovadora no campo filosófico- teológico. Desagulliers conservou-se presbiteriano convicto e, portanto, um TEISTA. Pertencente a um sistema religioso baseado em uma revelação divina, que defendia ardentemente em seu dever de
  • 14. clérigo, não pode ter sido um DEÍSTA e nem se tomado racionalista. De princípios morais rígidos, clérigo em evidência, cientista de alguma notabilidade, amigo dos membros da Royal Society, seria um homem que a Maçonaria se orgulharia de ter entre seus membros. Foi seu terceiro Grão-Mestre em 1719. Por sua projeção social, deve ter sido convidado a colaborar na redação das “Constituições” de 1723, auxiliando Anderson, que era seu colega e certamente amigo, juntamente com alguns outros Irmãos. Não existem atas, correspondências ou quaisquer outros documentos relativos à Grande Loja da Inglaterra do período 1717/1723. Teriam sido todos destruídos propositadamente, não se sabe por qual motivo. Tudo o que se sabe desse período, conhecemo-lo através de adendo às “Constituições” de 1738, escrito pessoalmente por Anderson. Anderson era, obviamente, um “TEISTA” convicto, e provam-no os seus sermões publicados, reveladores, que são do que habitualmente pregava sua paróquia. Não há nada que indique ter tido alguma vez outra linha de pensamento. Toland era um “DEÍSTA” publica- mente confesso, e seus princípios filosóficos se aproximam dos ideais maçônicos ainda hoje propugnados. Desagulliers, um experimentador no campo da eletricidade, como conhecedor da natureza, poderia ter se aproximada do deísmo, mas sua condição de clérigo protestante convicto evidentemente o manteve TEÍSTA. A projeção histórica de Toland é conhecida no campo da filosofia e teologia. Desagulliers obteve alguma notoriedade com suas experiências com condutibilidade elétrica, mas era desconhecido como pensador. Anderson é historicamente um desconhecido. Analisando as condições e a projeção intelectual de cada um dos três, nos será permitido conjecturar quais as suas influências pessoais na elaboração do documento-mãe da Maçonaria Especulativa. Permitimo-nos prevenir os leitores de que os pensamentos expressos a seguir são pessoais, e como tais devem ser encarados. Em nossa análise, vamos ater-nos ao artigo primeiro “1 - O que diz respeito a Deus e a Religião”, e ao artigo “VI da Conduta” em seu item 2º.
  • 15. Os demais itens das “Constituições” são uma compilação em resumo das “Old Charges”, e contém regras de comportamento em geral para os Maçons, tanto em Loja como fora dela, e não contém nenhuma particularidade filosófica - religiosa como a contida nos dois artigos citados. Transcrevemos a seguir o artigo 1º das “Constituições” de 1723, em tradução ditada por Nicola Aslan, em seu livro “Landmarques e outros Problemas Maçônicos” Rio, Aurora, que o transcreveu de Plantagenet e a considera uma tradução muito aproximada do original inglês. “Um Maçom é obrigado, por sua dependência à Ordem, a obedecer à Lei Moral; e se entende corretamente o Ofício, nunca será um estúpido ATEU nem um LIBERTINO irreligioso. Porém, embora nos tempos antigos, os Maçons fossem obrigados, em todos os países a seguir a religião do país ou da nação, qualquer que ela fosse, considera-se hoje mais conveniente obrigá-los unicamente para com a religião sobre a qual todos os homens estão de acordo, deixando a cada um as suas opiniões pessoais. Esta religião consiste em serem homens bons e sinceros, homens honrados e probos, quaisquer que sejam as denominações ou crenças que podem distinguí-los, pelo que a Maçonaria se tornará o centro de União e o meio de conciliar, por uma amizade sincera, pessoas que teriam ficado perpetuamente separadas.” Há traduções e resumos demasiadamente livres que devem ser lidos com reserva, como, por exemplo, a anexa à “Constituição e Regulamento Geral” do G.O.R.S. que, particularizando, diz “Leis e Costumes” em lugar de “Lei Moral”, ou então “Religioso Livre Pensador” em lugar de “Libertino Irreligioso”, expressões que não se identificam, e se afastam do sentido original. Detenhamo-nos em alguns tópicos do artigo acima transcrito. “... por sua dependência”; este excerto consta do original inglês sob o vocábulo “tenure”. É um termo jurídico-moral medieval e significa exatamente isto, dependência, como a que obriga o Maçom para com sua Loja ou sua Obediência, quando aceita os ditames e princípios maçônicos ao se iniciar. “... Obedecer a Lei Moral...” Qual Lei Moral? Evidentemente a Lei Moral Cristã, os princípios morais cristãos, único código de procedimentos conhecido na Europa de então. Essa primeira obrigação maçônica tem sua razão de ser porque na época a decadência moral na Inglaterra era um
  • 16. fato altamente preocupante. Toda a sociedade, desde a mais alta aristocracia até a classe mais pobre, estava em desagregação moral. A licenciosidade dos costumes levava ao ateísmo, e este à libertinagem em todos os ambientes, não se excluindo o próprio clero entre cujos membros a pouca instrução e ausência de comportamento moral digno era uma tônica. Este item sobre a Lei Moral poderia ter sido escrito tanto por Anderson, como por Desagulliers ou por Toland, ou mesmo por qualquer outro membro da Grande Loja, pois a obediência a princípios morais estabelecidos qualifica um homem como de bons costumes, qualidade exigida de todo aquele que pretendesse se filiar à Maçonaria. “... nunca será nem um estúpido ateu nem um libertino irreligioso...” Parece um brado de alerta e uma repreensão, apropriadamente dita por qualquer pregador de qualquer igreja cristã em uma sociedade em desagregação. O ateísmo já se tornara dominante nos meios aristocráticos e nas classes mais pobres. A classe média, não a mais numerosa, mantinha por conveniência um comportamento público mais moderado e moralizador, provavelmente por necessidade egoística de status social, embora na vida privada não fossem assim. Era um a teísmo inconseqüente, porque negava simploriamente a existência de Deus, sem se preocupar em propor outra solução para as origens do Universo e nem outra justificação para procedimentos éticos. Era assim um ateísmo estúpido, originado não da racionalidade, mas sim da revolta íntima contra as intermináveis e sucessivas guerras de religião, contra o comportamento pouco exemplar dos pastores, padres e pregadores, contra as injustiças sociais praticadas pelas classes dominantes, clero e aristocracia, que viviam às custas de uma população sempre beirando a miséria e a fome total. Diante de tantas injustiças, sem ter a quem apelar, se perguntavam: Que Deus é esse que permite tanta miséria? Deixavam de crer nele simplesmente por desilusão. Esses estúpidos ateus eram, evidentemente e por conseqüência, irreligiosos que, sem mais nenhum vínculo moral com o que quer que fosse, se entregavam aos piores vicios, à libertinagem. A irreligiosidade libertina, conseqüência de um ateísmo irracional, desligava o cidadão de qualquer compromisso moral, ou de qualquer compromisso com a Lei Moral.
  • 17. Vislumbra-se, neste tópico, uma bastante clara declaração de TEÍSMO, e então as expressões «estúpido ateu” e “libertino irreligioso” são quase certamente de Anderson ou Desagulliers, dois Teístas. Mas este tópico contradiz em parte o que se segue quanto à religião natural ou universal. “... Porém, embora nos tempos antigos os Maçons fossem obrigados, em todos os países, a seguir a religião de seu país ou da nação, qualquer que fosse ela, considera-se hoje mais conveniente obrigá-los unicamente para com a religião com a qual todos estão de acordo, deixando a cada um as suas opiniões pessoais...” Eis uma clara e evidente declaração de iluminismo, ou de livre pensamento, exatamente o ideal defendido por John Toland em sem opúsculo “Phanteisticus”, antes citado. É uma declaração aberta em favor da racionalidade no campo religioso e no campo do pensamento: uma declaração de DEÍSMO. Com que religião todos os homens poderiam estar de acordo? Certamente nenhuma das religiões então dominantes, pois entre elas não havia acordo de espécie alguma. Notamos aqui a expressão “todos os homens”, e não “todos os cristãos”. Uma religião assim não pode ser senão a natural, não revelada por nenhum Deus, a religião a que se chega através da racionalidade. Exatamente como teorizava Toland com o seu Deísmo, única concepção que se casa com a religião natural. Esse tópico, evidentemente, não pode ser nem de Anderson, nem de Desagulliers, ambos clérigos presbiterianos, que sempre se mostraram coerentes com sua religião, cujos princípios se dedicaram a pregar. Isto é mais próprio de um livre pensador como Toland. “...esta religião consiste em serem os homens bons e sinceros, homens honrados e probos, quaisquer que sejam as denominações que possam distingui-los...”; esta declaração subentende que todas as crenças são aceitáveis desde que conduzam os homens a um comportamento moral exemplar, de acordo com uma Lei Moral Universal, sem ligação com alguma religião em particular. A tese do livre pensamento continua a ser posta em evidência, importando não a crença ou a fé em si, mas sim a sinceridade e a liberdade com que se busca essa crença. Nesta redação, não se pode ver nem a mão de Anderson, nem a mão de Desagulliers, mas sim, provavelmente, a de Toland.
  • 18. “...pelo que a Maçonaria se tornará um centro de União e um meio de conciliar, por uma amizade sincera, pessoas que teriam ficado perpetuamente separadas...” Uma minoria culta unida em um ambiente intelectualmente livre e sem recriminações, reunindo-se longe da plebe inculta que não teria condições intelectuais de participar dos debates. Para ser um Deísta, é antes de tudo necessário ser culto; um homem inculto jamais o compreenderá. Reforçamos que, com absoluta certeza, Anderson era um Tenista, como o era também Desagulliers, ambos clérigos de uma religião teísta baseada em uma verdade revelada. John Toland, com absoluta certeza, era um DEÍSTA. Antes de prosseguir, será correto dar aos leitores a diferenciação entre TEÍSMO e DEÍSMO. TEISTA monoteísta, politeísta é a teoria segundo a qual há um Deus Criador do Universo, um Deus Pessoal de existência individualizada, revelador de uma verdade doutrinária inquestionável. E o Deus do sistema Judaico-Cristão, do Islamismo, ou os Deuses dos povos do Oriente Próximo. DEISTA é a concepção filosófica ou racional de um Ser Superior, ou uma Essência Universal, não um Deus pessoal e individualizado de existência além e acima da matéria, mas sim uma essência emanadora e subjacente a toda a matéria, e de tudo o que dela advém, inclusive a vida. Lei Moral, Estúpido Ateu, Libertino Irreligioso nos parecem termos ligados ao Teísmo, a uma verdade revelada. Já a segunda parte, que fala da religião com a qual todos concordam, a religião natural, e equaciona religião com comportamento moral e social irrepreensível, são expressões mais próprias do Deísmo. Os Teístas seguem regras determinadas por uma religião revelada, os Deístas, os ditames da consciência e da razão, e não de uma religião. Isto evidencia que as “Constituições” de 1723 têm diversos autores que conflitaram entre si, e não são somente da autoria de Anderson, como constantemente se costuma afirmar. O artigo “James Anderson”, de “A Trolha” nº 62, de autoria de Kurt Prober, nos dá conta de que Anderson foi encarregado pela Grande Loja da Inglaterra, em fins de 1721, de reestudar as antigas constituições dos Maçons Operativos para reformá-las e elaborar uma Carta Magna de teor mais prático e conciso. Daí devemos concluir que até 1723 a Grande Loja regulava seus procedimentos pelas antigas constituições góticas.
  • 19. Anderson, na última reunião anual da Grande Loja, dezembro de 1721, apresentou seu primeiro manuscrito a um grupo de 14 Irmãos competentes, uma comissão que lhe fez diversas modificações quais modificações? e apresentou um projeto definitivo em reunião do dia 25 de janeiro de 1722. Cerca de um ano depois, em 17/01/1723, esse projeto foi apresentado oficialmente à Grande Loja, já impresso, tendo sido aprovado e adotado imediatamente. Somente a partir daí é que datam os primeiros documentos formais e oficiais da Maçonaria Especulativa. Nessa edição de 1723, nada consta a respeito dos acontecimentos relativos à fundação da Grande Loja, em 1717. John Toland viu-se atacado de moléstia incurável no ano de 1721, e veio a falecer no ano seguinte, em 1722. As "Constituições" tiveram sua elaboração encetadas exatamente no ano em que Toland se viu doente e foram aprovados e divulgados logo a seguir ao seu passamento para o Oriente Eterno. Podem ser meras coincidências, mas podem também indicar divergências fortes entre Deístas e Teístas a respeito da filosofia básica a ser adotada, pois claros princípios deístas e teístas, apesar de conflitantes, se misturam no parágrafo inicial. Possivelmente tenham sido aplainadas as dissensões com o afastamento de Toland. Elas podem estar, outrossim, na base das notícias, não confirmadas de todo, de que os documentos da fase inicial da Grande Loja foram propositadamente destruídos em 1720. E uma mera conjectura. Mas deve-se também considerar que em 1721 assumiu o Grão- Mestrado o primeiro nobre, o Duque de Montague e, segundo Anderson, a intenção inicial da Grande Loja era ser governada por um nobre. Então pode-se supor que ela se manteve em compasso de espera até que um aristocrata no Grão-Mestrado lhe desse o impulso inicial, o que anula a suposição anterior. Mas, onde estaria o grande idealista que deu ou lançou a idéia da fundação de um organismo centralizador da Maçonaria? A nosso ver, foi John Toland, esse batalhador desconhecido. A grande Loja, em sua fase inicial, de 1717 a 1723, teve cinco Grão-Mestres: Anthony Sayer, George Pine, Jean Theophile Desagulliers, o Duque de Montagne e o Duque de Wharton; Sayer e Pine da burguesia, Desagulliers cientista e pregador presbiteriano e os dois últimos, da Nobreza.
  • 20. Mas todos esses dados, como os demais a respeito da primeira fase da Grande Loja, são baseados exclusivamente em informações pessoais consignadas por James Anderson em um anexo à edição de 1738. Assim, Anderson recompôs uma história de 21 anos atrás, simplesmente louvado em lembranças pessoais ou colhidas de terceiros Irmãos. Acrescenta-se a isto que Anderson esteve afastado do convívio dos Irmãos da Grande Loja por um longo espaço de 10 anos, de 1725 a 1735, o que complica ainda mais a confiabilidade de suas informações. A que se deve o afastamento de Anderson da Grande Loja por um longo período de dez anos? Há quem creia que foi devido à sua discordância quanto a afirmações deístas incluídas nas Constituições. Há outros que crêem nos mais plausíveis motivos de ordem financeira. Anderson, durante os mandatos de Pine e Desagulliers, teria passado por dificílima crise financeira e, para não ir preso, como era costume naquela época, teria tido o auxilio dos Irmãos no pagamento de suas dívidas. Em 1723, quando as “Constituições” foram apresentadas à Grande Loja em caráter oficial, elas já estavam impressas e prontas para a comercialização. Quem usufruiu os lucros comerciais de sua venda e distribuição? Teria sido Anderson? Lembremo-nos de que ele não desfrutava de situação financeira estável. Pode estar aí um ponto de dissensão, que poderia ter levado Anderson a se afastar da Grande Loja. Ou por motivos financeiros ou por discordâncias acerca de princípios filosóficos, o certo é que Anderson deixou a Grande Loja no ano de 1725. Voltou em 1735, e logo a seguir providenciou uma nova edição das “Constituições”. Que ele teve influência direta nessa iniciativa provam-no algumas alterações introduzidas e o anexo com o relato dos acontecimentos anteriores a 1723, relativos à fundação da Grande Loja. Necessário, ainda, destacar o que está inserido ao final do item 2º do parágrafo VI das “Constituições”: “...Por causa disso, nenhum ressentimento ou brigas particulares devem transpor a porta da Loja Maçônica, muito menos quaisquer querelas sobre religião, sobre a nação, ou sobre política de estado, porque nós, sendo Maçons, pertencemos todos à religião católica acima mencionada; nós somos também de todas as nações, idiomas, grupos e expressões; nós somos, decididamente, contra a política, que nunca contribuiu e nunca contribuirá para o bem estar da Loja Maçônica. Esta
  • 21. obrigação foi sempre observada e tida em alta conta, especialmente após a reforma na Grã-Bretanha, ou desde a dissensão ou secessão dessas nações da comunhão de Roma”. Eis aí uma clara declaração de Teísmo, e mais um teísmo definido, o da religião católica, evidentemente não a católica romana, mas sim a católica anglicana. A Igreja Anglicana adotou todos os dogmas e todos os itens de fé da Igreja Romana, com exceção da autoridade do Papa. Como se posicionaram perante isto Anderson e Desagulliers,, que eram presbiterianos e, portanto, claramente em oposição à igreja católica, por uma questão de princípios? Parece ter havido pressão para que permanecesse a ligação explícita com a igreja anglicana, e os opositores conseguiram introduzir um adendo, dizendo que pertencemos a todas as nações, idiomas, etc., numa referência ao que consta do artigo 1º. Fala-se também em “igreja católica acima mencionada”, mas não se encontra nenhuma menção anterior à igreja católica, o que parece demonstrar que essa menção teria estado no artigo 1º que pode ter sido totalmente substituído. Aliás, o artigo 1º parece uma peça totalmente desligada do restante do texto, como se fosse um enxerto feito poste-dormente. Podem residir nestes dois artigos as emendas que Anderson se refere quando fala das feitas pela comissão de quatorze membros notáveis encarregada de fazer a revisão do original manuscrito. Ao seguir as recomendações da Grande Loja da Inglaterra, providenciando uma compilação e adaptação dos “Antigos Deveres" (ou Constituições Góticas), do que sabemos apenas através do próprio Anderson, ele incluiu uma história da Maçonaria calcada nas lendas dos antigos Maçons Operativos, que adaptou aos contos bíblicos, compondo um relato fantasioso sem bases históricas. Essa história de Anderson deu à Maçonaria um conteúdo milenar inverossímil e inverídico, até mesmo danoso, que prejudicou mais do que beneficiou a Ordem. Todos nós estamos sempre dispostos a ampliar a abrangência dos relatos de Anderson a tal ponto de vermos escrito por aí, e com preocupante freqüência, que os princípios maçônicos teriam sido gravados no coração de Adão ainda no paraíso. Se não houvesse sido escrito esse relato, provavelmente não teríamos essas tantas inverdades a respeito de nossa história, e que pululam por aí.
  • 22. Em suma, somos de opinião que as Constituições de 1723, bem como todos os documentos que as acompanham, podem ter tido uma redação inicial e preparatória de Anderson, mas o seu conteúdo recebeu a colaboração e as emendas de diversos outros Irmãos, entre os quais avultam Desagulliers e Toland. Mas o cerne do artigo 1º e a parte final do artigo VI, item 2, com seu conteúdo francamente deísta, são provavelmente de Toland. Mas a contradição flagrante permaneceu. São justamente esses dois tópicos das “Constituições” que traduzem a tendência filosófica central da Maçonaria Especulativa surgida em 1717. Certamente Toland foi o grande idealista, cujo nome permanece indevidamente nas
  • 23. 5 – Perguntas e Respostas - Ir Pedro Juk O Respeitável Irmão Giovanni José Mondini, sem declinar o nome da Loja e Oriente, Grande Loja de Santa Catarina, apresenta a seguinte questão: giovanni@maqmundi.com.br Você tem algum texto que fale sobre o REAA, porém que aborde as origens, semelhanças, diferenças entre o Rito aplicado no GOB, GOSC e GLSC. É que participei de uma sessão quinta-feira passada, na Palmeira da Paz do GOB em Blumenau, e tem muitas diferenças em relação ao da GLSC aplicada em minha Loja. Segundo meu tio, César de Souza, da Palmeira da Paz, a forma que eles estão aplicando, esta bem próxima do rito original. Que por exemplo os capuzes usados nas iniciações, foram acrescentados depois, não fazem parte do rito original. Outra questão também, eles acendem uma só vela, no grau de aprendiz e nós acendemos as três, e muitas outras diferenças. CONSIDERAÇÕES: 1 - Quanto às diferenças do Rito Escocês Antigo e Aceito em relação às Obediências, não existe um texto específico, todavia a melhor maneira é fazer confrontação dos respectivos rituais e se debruçar em profunda pesquisa orientada pelo método acadêmico.
  • 24. Isso envolve discernimento e astúcia na busca das raízes e vertentes do Rito desde os meados do Século XVII. Não há como se dissertar a História se baseando apenas nos rituais editados do Brasil, pois a particularidade e essência desse sistema não são originárias do solo brasileiro. Particularmente no Brasil, o Rito Escocês é uma verdadeira colcha de retalhos devida primeira à miscelânea de ritos conforme a publicação de rituais de outrora. A prática maçônica regular no Brasil (1.801) começaria com dois ritos específicos, o Moderno, ou Francês e o Adonhiramita. Como o aparecimento no Brasil do Rito Escocês Antigo e Aceito oficialmente em 1.832 através de Francisco Gê Acayaba de Montezuma, o Visconde de Jequitinhonha, o rito tomou grande profusão, provavelmente pelo oferecimento dos chamados “altos graus”. Sem um ritual específico para o simbolismo naquela oportunidade, não tardaria o aparecimento das misturas ao gosto do que “era bonito”, cujo resultado desaguaria em práticas sumariamente enxertadas. Assim, seguem alguns exemplos: a prova da Taça Sagrada (Adonhiramita); inversão das Colunas B e J (Moderno e Adonhiramita); a prova teatral do perjuro (Adonhiramita); formação do pálio com espadas (Adonhiramita); acendimento das Luzes (Adonhiramita), etc. Muitos desses costumes quase que se tornariam normas consuetudinárias no escocesismo, digamos brasileiro, ficando assim longe da realidade doutrinária proposta pelo Rito em questão que embora de nome “escocês” é de origem francesa. O curioso é que mesmo dentro do próprio sistema “escocês”, também as Lojas Capitulares deixariam sua influência no simbolismo - a grade divisória do Oriente e o desnível entre este e o Ocidente. Outro aspecto viria com a cisão de 1.927 no Grande Oriente do Brasil que resultaria na criação das Grandes Lojas Estaduais. Por esse feitio outras anomalias se instalariam no já desfigurado rito devido à busca de reconhecimento para a nova Obediência nas Grandes Lojas Americanas, cuja prática era (e é até hoje) do Rito de York (americano). Seguem assim outros exemplos: a cor azul do avental (vermelho no Rito Escocês), muito embora o GOB também usasse aventais azuis, porém no Rito Moderno e Adonhiramita (certo); Altar dos Juramentos no centro do Ocidente (York); leitura do Salmo 133 (York); o uso de bastões pelos Diáconos (York); o cruzamento de bastões que foi reforçado por um terceiro do Mestre
  • 25. de Cerimônias e inventou-se um pálio com bastões (inexistente no Rito Escocês), etc. Assim, por um longo tempo essas práticas se misturaram e enxertaram completamente o Rito Escocês Antigo e Aceito. A base mais aceita para o original do rito está no Ritual de 1.804 do Grande Oriente da França que tem por apoio a origem dos antigos e posteriormente adaptado à Maçonaria de vertente latina. Assim, o verdadeiro Rito Escocês Antigo e Aceito no seu simbolismo possui aventais vermelhos (Conselho de Lausane – 1.875), Diáconos não portam bastão; não existe pálio, prova da Taça e alegoria do perjuro; Coluna B à esquerda de quem entra e J à direita; Altar dos Juramentos próximo e em frente ao Altar ocupado pelo Venerável Mestre; Primeiro Vigilante no Norte e Segundo no Sul; não existe cerimonial de acendimento de Luzes nem o de incensar a Sala da Loja; a Cadeia de União é apenas para a transmissão da Palavra Semestral; o amargo e o doce ficam na Câmara de Reflexão para observação e meditação do Candidato, etc. Dentre outras práticas é original no Rito Escocês a transmissão da Palavra Sagrada (referência aos antigos); as Colunas Zodiacais; a decoração da Abóbada Celeste; o Pavimento Mosaico de forma oblíqua em toda a extensão, inclusive no átrio; a leitura do Livro da Lei em João, capítulo 1, vs. 1 - 5 (Grau de Aprendiz). 2 – Quanto à visita e a Loja onde o Irmão presenciou o uso de capuz na Iniciação posse lhe afirmar que isso não está previsto no Ritual do Grande Oriente do Brasil no Rito Escocês Antigo e Aceito. O que está previsto sim é o uso do capuz pelo Experto nos trabalhos junto à Câmara de Reflexão com o Candidato, cuja intenção é de que simbolicamente o mesmo não conheça o seu guia. Esse procedimento é reservado apenas no momento específico pelo qual o Candidato não esteja vendado e nunca dentro do Templo na Cerimônia de Iniciação. Nesse sentido o procedimento é tradicional no Rito. Quanto ao acendimento de uma só vela (luz) se a referência é feita às Luzes acesas sobre o Altar ocupado pelo Venerável Mestre e nas respectivas mesas dos Vigilantes, também posse lhe afirmar que no Ritual de Aprendiz do GOB está previsto que três Luzes estarão acesas, não apenas uma. Se estiverem acendendo uma só Luz, é puro descumprimento do Ritual – só existem Luzes litúrgicas acesas junto às Três Luzes da Loja – Venerável, Primeiro e Segundo Vigilantes. Finalizando, ficam aqui colocadas algumas questões que acabam por diferenciar práticas de um único Rito de acordo com as
  • 26. Obediências brasileiras e os seus respectivos rituais. O Grande Oriente do Brasil fez uma significativa revisão dos mesmos por volta dos anos de 1.997 e 1.998, buscando dar uma roupagem mais próxima da originalidade, embora muitas questões ainda mereçam melhor atenção, o que significa que ainda resta um bom caminho para percorrer. T.F.A. PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com NOV/2011
  • 27. 6 – Destaques JB Loja Obreiros do oriente nr. 245 O Ir Silvio Feijó, para informar que a sua Loja em Porto Alegre, “Obreiros do Oriente nr 245”, está recebendo diariamente o JB News. Segundo o Ir. Silvio, “os irmãos, estão apreciando, como diria o gaúcho (uma barbaridade)”. Terras Sangrentas Do Ir Anatoli Oliynik: Convido-os para conhecerem o livro “TERRAS SANGRENTAS” de Timoty Snayder” cuja reportagem foi postada no blog “NOTÍCIAS DA UCRÂNIA”. Aqueles que não conhecem o que foi o COMUNISMO SOVIÉTICO e NAZISMO ALEMÃO: AS DUAS FACES DE UMA MESMA MOEDA! http://noticiasdaucrania.blogspot.com/ e desejam conhecê-lo, terão oportunidade de fazê-lo. Pena que a obra só pode ser encontrada em inglês e em ucraniano. Quem sabe dentro de 80 anos seja traduzido aqui no Brasil, tempo que levou a obra de Julien Benda “A Traição dos Intelectuais”. Sejam bem-vindos ! Anatoli / Oksana ARLS Harmonia nº 26 – O Ir. Claudio Rodrigues, valoroso Obreiro da Loja Harmonia nr. 26, situada Av.Brasil, 478 - bairro Santa Efigênia Belo Horizonte -MG com reuniões às 5ªs. Feiras às 20 hs. no Templo 402 do Palácio Maçônico da Grande Loja de Minas Gerais, comunicando que aquela Oficina também começa a disponibilizar para os seus ilustres Obreiros as edições diárias do JB News. A equipe do JB News se sensibiliza e agradece a deferência, colocando o seu espaço a inteira disposição. Obrigado Manos.
  • 28.
  • 29. Um TAFao Ir e Amigo JOEL Guimarães de Oliveira. M da A R L S “Prof Clementino Brito” n° 2.115 GOB- SC - Or de Florianópolis, SC Foto quando de uma de suas marcantes palestras na Loja Templários da Nova Era em abril de 2008
  • 30. O Ir Adilson Zotovici de São Bernardo do Campo, nos brinda semanalmente, aos sábados, com os seus significativos versos. CUIDADOS COM A PRIMEIRA IMPRESSÃO Não pratiques vitupérios A quem poderá ser teu igual ! Não engendres despautérios A quem possa achar-te anormal ! Nem conduzas a cemitérios A quem não conheça o cerimonial ! Obedeças os augustos mistérios, Conforme prescreve, o ritual !
  • 31. Assim, não fugirás da razão, A quem possa amanhã, te cobrar ! Não magoarás o coração De quem em ti, confiar, Não sofrerás punição De quem possa te pilhar Não desestimularás a progressão De alguém, que vem para somar ! Pois, labor de longo alcance É a consagrada Iniciação ! Construída lance a lance Com amor, seriedade e devoção ! Para que o trabalho avance, E do candidato, haja compreensão ! Pois não haverá segunda chance, De uma primeira impressão ! Adilson Zotovici ARLS Chequer Nassif-169 S.Bernardo do Campo