SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 10
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Hidráulica e Ambiental
Mestrado em Saneamento Ambiental
Fortaleza - Ceará. Fevereiro - 2014

INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
AMBIENTAL
Ecologia e Sustentabilidade/Ciclos Biogeoquímicos
Uma revisão bibliográfica sobre aspectos relacionados à Ecologia e dinâmica dos
seres vivos.

Autor: José Demontier Vieira de Souza Filho
Docente: Marisete Dantas de Aquino
RESUMO
A biosfera é o conjunto de todas as condições possíveis para que haja a presença de vida. Tendo isto, a ecologia se ocupa em estudar
as relações entre os seres vivos e o meio em que vivem. Os conceitos básicos de ecologia permitem tipificar tal ciência. Os
componentes bióticos e abióticos formam a dinâmica da natureza, permitindo que a mesma exista. Como regra, o controle de
populações é feito involuntariamente, por meio de cadeias alimentares, seguindo os níveis tróficos. Ademais, as interações entre os
seres vivos permitem que haja relações amigáveis ou hostis, como método de sobrevivência postulada pelo pragmatismo de Darwin. A
natureza se faz atuante por meio de ciclos como obediência à conservação da matéria. Os ciclos biogeoquímicos cedem e recebem
matéria, criando um desenvolvimento sustentável. Os ciclos do carbono, do oxigênio, do nitrogênio, do cálcio e do fósforo são
fundamentais para a manutenção da vida na biosfera.
Palavras-chave: natureza, meio ambiente, matéria, ciclos, elementos químicos.

ABSTRACT
The biosphere is the set of all possible conditions so that there is the presence of life . With this , the ecology is engaged in studying
the relationships between living things and the environment in which they live. The basic concepts of ecology allow typify such a
science . The biotic and abiotic components form the dynamic nature, allowing it to exist. As a rule , the control populations is done
unintentionally through food chains following trophic levels . Moreover , the interactions between living organisms allow for too
friendly or hostile relations as a method of survival pragmatism postulated by Darwin . The nature becomes active through cycles as
obedience to the conservation of matter . Biogeochemical cycles yield and receiving area, creating sustainable development . Cycles of
carbon, oxygen , nitrogen , calcium and phosphorus are essential for the maintenance of life in the biosphere .
Keywords : nature , environment , matter, cycles , chemical elements

INTRODUÇÃO
A biosfera é o conjunto de todas as condições pertinentes para que haja vida na Terra. O meio ambiente, o
local onde as plantas e os animais prevalecem e se desenvolvem. O homem também faz parte deste meio, sendo
o principal modificador de suas dinâmicas. Alguns efeitos naturais como chuvas em elevados potenciais,
erupções vulcânicas e calor excessivo contribuem para pequenos desajustes, entretanto o homem lidera no que
tange à apreciações nocivas ao meio ambiente.
Os componentes bióticos e abióticos se juntam para dinamizar o meio ambiente, onde é factível que os
animais exerçam laços de comunidade uns com os outros. Relações harmônicas e desarmônicas fazem parte do
cotidiano de um ecossistema. Obedecendo ao critério existencial e seletivo do botânico inglês Charles Darwin,
os crescimentos de uma população serão controlados por outros, somando-se ainda, os fatores exteriores que
dificultam a prevalência de uma raça. O homem é o maior predador da natureza, não tendo um outro para lhe
controlar. Cada população possui seus aspectos peculiares, onde os fatores abióticos se mostram
essencialmente úteis para a sustentabilidade delas.
Quando um nível trófico se apresenta, tomando como exemplo os produtores (seres autótrofos), existirão
os consumidores e por fim, decompositores. A matéria que fora cedida pelo meio ambiente precisa retornar
como metodologia de equilíbrio natural. Nada se perde, apenas se transforma. Carbono, nitrogênio, oxigênio,
enxofre, cálcio, fósforo, água, se combinam formando aminoácidos, que formam proteínas; carboidratos;
lipídios; proteínas com agentes quelantes (hemoglobina); que de uma forma estruturam; rochas; minerais
complexos, dão origem aos seres vivos e seres não vivos. Cada elemento químico obedece à uma dinâmica de
complexação e estruturação, sendo portanto devolvidos ao meio ambiente depois de „executarem‟ suas
„funções‟. Os ciclos biogeoquímicos se fazem muito importantes para que haja uma harmonia material na
biosfera. Infelizmente, a ação degradante das atividades humanas tem gerado prejuízos quase que irreparáveis
ao meio ambiente, muitas das vezes, indeléveis.
ECOLOGIA E SUSTENTABILIDADE
Segundo Murgel (1987), a definição de Ecologia é
dada pelo estudo das interações dos seres vivos
com o meio em que vive. Em 1866, o botânico
alemão Ernest Haeckel afirmou que a ecologia é os
costumes dos seres vivos em um meio. Murgel
também define Etologia, esta que estuda o
comportamento dos seres vivos. A distinção básica
entre as duas denominações reside nas
associações orgânicas. Isto se explica porque
todos os seres vivos interagem de alguma forma
com o meio, exprimindo então os seus
comportamentos mediante tais iniciativas. Daí, tais
considerações tornam-se interessantes, pois é
razoável compreender a dinâmica da natureza,
como o deslocamento periódico de aves, formação
de formigueiros, a reprodução animal etc.
Naturalmente, há outras definições ensejadas.
A ecologia desempenha um papel fundamental no
funcionamento da natureza, pois o crescimento
dos seres vivos e as tarefas desempenhadas por
eles, sendo estas as correlações biológicas,
garantem a sustentabilidade da humanidade, sob o
ponto de vista existencial.Outro exemplo disto é a
absorção de dióxido de carbono por algas
marinhas, que contribuem então produzindo
oxigênio, sendo daí uma das maiores fontes do
mesmo (Murgel, 1987). A decomposição da matéria
orgânica, promovendo a devolução de compostos
químicos à natureza também se faz aplicável. As
relações de produção e consumo ocorrem de modo
sustentável, sendo então regidas pela natureza.
Por entendimento, ecologia e sustentabilidade são
questões ambivalentes.
Nos dias atuais, fazer referência ao termo
sustentabilidade permite abrir espaço para
discussões acerca deste termo, surgindo então
diversas definições. Cavalcanti (2004) afirma que
a sustentabilidade cria oportunidades para
desenvolvimento monetário, a concentração de
capital em si, de forma que o processo de
alimentação produtivo é contínuo sem danos
exteriores.No ambiente empresarial, naturalmente
fabril, o termo sustentabilidade possui presença
cativa devido à empregabilidade de tal como meio
de otimizar a concorrência de mercado em face
aos levantes em prol do meio ambiente. Souza

(2005) corrobora que para que haja uma definição
ampla de sustentabilidade, deve haver além das
melhorias nos âmbitos econômicos e sociais, a
preservação da natureza. No caso do Brasil, este é
um país privilegiado, pois a sua enorme abundância
de recursos naturais permite um crescimento
sustentável sem que haja „sufoco‟ das máquinas de
produções fabris (Baitelo, 2008).
Com a expansão do capitalismo, redução de custos
e otimização de produção são considerados
fatores de sobrevivência, entretanto, o consumo
voraz de matéria-prima sem uma devida reposição
gera o descabimento de produção, uma vez que os
recursos exaurem, e fica-se impossibilitado fazer
mais. Além disto, a natureza „reage‟ às explorações
desenfreadas, trazendo danos para os próprios
exploradores.Neste ponto de vista, é importante
salientar que o homem relacione de forma
harmoniosa o crescimento econômico e o
desenvolvimento sustentável para que não
enfrente consequências desastrosas (Veiga,
2005).
A Comissão Brundt-land (WCED, 1987) determina
que para que um desenvolvimento seja
considerado sustentável, ele deve prover as
necessidades do tempo presente sem
comprometer o futuro. Um exemplo bem claro
disto é o uso dos recursos hídricos. Os usos
consultivos e não consultivos de águas podem
gerar onerações futuras caso não haja uma
política de manejo e consumo. O desmatamento
descontrolado gera descobrimento do solo e com
precipitações pluviométricas, a terra encharcada
cisalha e provoca os desmoronamentos. O porvir
da humanidade precisa ser considerado para que
qualquer alteração do espaço não traga prejuízos.
Para Almeida (2002), a sustentabilidade é
composta por três dimensões: econômica, social e
ambiental. A dimensão econômica confere-se a
todas as atividades lícitas que geram riqueza e
provimentos financeiros para a sobrevivência do
homem. Na esfera social, os parâmetros sociais
(educação, moradia, segurança) são os que
provêm bem-estar. Na esfera ambiental, as
considerações acerca do tratamento dado à
natureza devido às operações industriais e de
exploração. Deste modo, um desenvolvimento
sustentável é ainda a melhor forma de usar os
recursos naturais e humanos sem gerar
problemas futuros, independente do segmento. O
reflorestamento é uma conduta tipicamente
sustentável, embora que no Brasil se enfrente
sérios problemas em relação à derrubada de
árvores, em sua grande maioria, de forma
criminosa.
Ecologia e sustentabilidade formam uma
coesão importante na atualidade devido ao forte
laço de dependência entre os dois. A
sustentabilidade está aliada ao progresso
econômico, que visa „explorar‟ e depois „repor‟,
criando um ciclo de produtividade intermitente. A
ecologia, dedicada a observar as interações entre
seres vivos e meio ambientes, „calcula‟ os
possíveis impactos de um desenvolvimento
sustentável intenso. A fuga de animas para a zona
urbana devido à presença de uma obra sem viés
sustentável abre a atenção da ecologia devido à
precisão em rever as condições que geraram tal
situação. Assim, fatores físicos e químicos também
influem na dinâmica da vida. O despejo de
poluentes em um rio de forma descontrolada faz
com que os índices de DBO e DQO se elevem
significativamente, provocando a mortandade de
peixe e/ou outros organismos aquáticos. Resíduos
líquidos em temperaturas altas diminuem a
solubilidade do oxigênio dissolvido, trazendo males
biológicos. O desmatamento altera a constituição
do solo e os fatores bióticos (Murgel, 1987). As
interações com ciências básicas são importantes
para fomentarem meios de análise crítica para a
determinação de um desenvolvimento sustentável
e preservação da vida.
Para Andrewartha (1971), os principais
enfoques da ecologia são perspectivas, habitat,
organismos e gestão. Com o passar dos anos, os
enfoques tornaram-se descritivos e experimentais.
O enfoque descritivo leva em consideração os
levantamentos e monitoramentos da fauna, flora e
fatores abióticos (luz, água, pressão). O enfoque
experimental tem como premissa a teorização de
suspeições obtidas em campo para determinação
de experimentos em laboratórios. Contudo, pode

haver um distanciamento entre enfoque descritivo
e experimental, sendo de grande necessidade, um
cuidado elevado no que tange aos levantamentos
(Murgel, 1987).
Os conceitos básicos utilizados em ecologia têm
por função classificar as circunstâncias em que
vivem os seres vivos (Davis, 2005). Habitat é um
local onde uma espécie vive. Nicho ecológico
consiste nas condições oferecidas para um ser
viver e reproduzir-se. População é um conjunto de
indivíduos da mesma espécie. Uma comunidade é
um conjunto de espécies, ou seja, formada por
várias populações. O ecossistema é a junção de
fatores bióticos com fatores abióticos. A biosfera é
o conjunto de todas as condições possíveis para
que exista e prevaleça a vida (Burrows, 1990). Com
tais definições, os estudos da ecologia produzem
resultados palpáveis devido ao empirismo de suas
observações. O oceano é um exemplo de
comunidade, pois nele existem diversas populações
de seres marinhos. Um ecossistema é considerado
uma rica fonte de observações em virtude das
interações entre a luz, o ar, o calor e seres vivos.
Tais apontamentos serviram apenas para ilustrar
de forma direta alguns conceitos de ecologia, que
obedecendo aos detalhes, aumentaria bastante o
volume deste parágrafo caso fosse necessário
englobar todos então.
Os componentes bióticos de um ecossistema
são representados pelos seres vivos que compõem
a comunidade. São organismos que dependem do
consumo da matéria orgânica e também os
responsáveis pela produção primária, ou seja, os
fixadores de gás carbônico. Estes seres convertem
tal gás em glicose por meio de um mecanismo
denominado de fotossíntese. A fotossíntese
consiste na absorbância da luz solar por meio de
pigmentos vegetais classificados como clorofila.
Tal interação gera reações de conversão do gás
carbônico mediante o consumo de vapor d‟água em
glicose e com excesso de oxigênio. Já os fatores
abióticos são conjugados pelo ambiente físico e
fatores químicos e físicos, como terrenos,
pressão, gases, temperatura, calor e nutrientes. A
radiação solar é um fator abiótico muito
importante, pois sem ela a fotossíntese seria
incapacitada de realizar-se (Murgel, 1987).
O princípio da renovação de Lavoisier é
plenamente aplicável num ecossistema. Matéria
orgânica é degradada para obtenção de energia e
por final, energia é convertida em matéria
orgânica, sustentando os seres vivos num ciclo
naturalmente perfeito. O procedimento de geração
de matéria e consumo final por meio de um agente
denominado decompositor é dito cadeia alimentar.
De acordo com Vasconcellos (1997), como forma
direta, para que haja a existência de uma cadeia
alimentar, é obrigatória a presença de um
produtor e de um decompositor, favorecendo
então uma „ciclicidade‟ ou rotação alimentar. Os
componentes mais simples de uma cadeia
alimentar são os produtores, animais e
decompositores. Os produtores são seres que
fabricam seu próprio alimento (seres autótrofos).
Os animais obtém energia por meio das gerações
dos produtores, garantindo então a constância de
sobrevivência. Os decompositores atuam na
desagregação da matéria orgânica dos animais,
promovendo a devolução dos elementos químicos
constituintes, como carbono, fósforo, enxofre,
metano, nitrogênio, cálcio etc (Bowler, 1998).
Níveis tróficos são „estaturas‟ que compõe a
cadeia alimentar, esta já descrita no parágrafo
anterior. Podem ser considerados também como
„estágios de consumo‟. As plantas, que obtém sua
subsistência por meio da absorção de luz e
promoção da fotossíntese, são consideradas
produtoras, estando elas no nível trófico 1 (um). Os
animais herbívoros, alimentam-se de folhas e
alguns outros vegetais, consomem o material
gerado pelos produtores primários, sendo então
denominados de consumidores primários,
ocupando então o nível trófico 2 (dois). Os
carnívoros primários, vão em busca dos ocupantes
do nível trófico dois, sendo consumidores
secundários e logo ocupam o nível trófico 3 (três).
Os carnívoros secundários ocupam o nível trófico
4 (quatro), o homem portanto. Não havendo então
um predador natural para este, com sua morte,
bactérias e fungos saprófitos atuam como
decompositores, ocupando então o último nível da
cadeia alimentar, que equivale justamente ao ponto
de devolução de elementos químicos e demais
produtos à natureza, fechando então o ciclo de
sobrevivência (Ab‟Saber, 1997). Para Ceballos

(1995), um exemplo de níveis tróficos (grau um)
pode ser encontrado em corpos d‟água, onde a
proliferação de algas se dá pelo aumento da
poluição, o que pode „eutrofizar‟ um lago. Um
prejuízo advindo disto é a baixa penetração de
oxigênio na água, o que provoca um
desbalanceamento deste elemento, fundamental à
sobrevivência de peixes. Concentrações elevadas
de nitrogênio e fósforo totais contribuem
significativamente para que haja eutrofização
(Murgel, 1987).
As relações entre seres vivos são bastante
conhecidas na natureza. A sobrevivência de uma
planta depende da quantidade de luz solar que
incide sobre suas folhas para que haja fotossíntese
e obtenção de energia. Animais herbívoros, que se
alimentam de arbustos, necessitam de um
ambiente propício para tal (Murgel, 1987). Ademais,
as relações são tangíveis de associações para que
haja benefício mútuo entre dois ou mais seres. Um
exemplo bem comum disto é a ave conhecida como
mutum, que pousa no costado de touros e vacas e
se alimenta de pequenos seres, mosquitos ou
outros voadores que estão pousados. Os bois não
tem manejo para livrarem-se dos pestilentos e
permite que a ave se alimente sobre seu corpo.
Isto se caracteriza como um tipo de relação
harmônica, ou seja, ocorrem benefícios bilaterais.
Indivíduos da mesma espécie se relacionam de
forma intraespecífica; indivíduos de espécies
diferentes se relacionam de forma interespecífica.
Em algumas delas, ocorre interações
desarmônicas, quando os benefícios são
unilaterais (Ceballos, 1995).
O conceito de sociedade pode ser descrito como
indivíduos pertencentes à uma mesma espécie que
cooperam pela divisão do trabalho e de benefícios.
Isto pode ser denotado pela morfologia corporal,
caracterizando o tipo de tarefa que exercem.
Colônia pode ser descrita como seres com poucas
diferenças morfológicas que desempenham
atividades semelhantes. Apesar da distinção,
podem conviver harmonicamente (Hutchinson,
1957).
Os tipos de relações que podem ser consideradas
harmônicas são: mutualismo (indivíduos de
espécies diferentes se associam criando
benefícios
mútuos);protocooperação
(são
indivíduos que cooperam entre si sem
estabelecimento de interdependência, mas
ensejam benefícios);inquilismo (uma espécie utiliza
a morfologia do outro como forma de abrigar-se,
notadamente, sem haver prejuízos, configurandose como uma relação interespecífica do tipo
harmônica, onde apenas uma espécie se beneficia)
e comensalismo (uma espécie se alimenta dos
nutrientes da outra sem causar prejuízos, como o
peixe-piloto que se une ao tubarão para ingerir os
restos da presa atacados por este, aumentando a
sua velocidade de locomoção) (Levin, 1999).
As relações consideradas desarmônicas são:
canibalismo (um indivíduo se alimenta do outro
quando há desnível de forças de sobrevivência);
competição (dois indivíduos competem entre si
para que haja consumo de um único
substrato);amensalismo (uma espécie libera uma
substância considerada nociva para que haja
inibição
da
sobrevivência
de
uma
outra);predatismo (indivíduo propicia a morte do
outro paras se alimentar, não sendo uma questão
de defesa, mas de ingestão propriamente dito) e
parasitismo (indivíduo obtém benefícios quando se
associa a outro, causando prejuízos a este) (Levin,
1999).

CICLOS BIOGEOQUÍMICOS
A natureza trabalha de forma intermitente para
sustentabilidade do meio ambiente, cedendo
matéria e recebendo matéria, como ocorre com a
decomposição dos seres vivos, na forma de
carbono, nitrogênio, enxofre, fósforo etc. Segundo
Aurélio (1986), a palavra ciclo deriva do grego
kýklosque significa fenômenos que se repetem ou
acontecimentos que se renovam. Assim, os
processos de obtenção e devolução de elementos
químicos e demais matérias no meio ambiente são
tratados como Ciclos Biogeoquímicos.
Para Murgel (1987), ciclos biogeoquímicos são
regenerações em que os compostos químicos
alterados se reconstituem ao final do ciclo,
enquanto para o aspecto físico das rochas,
puramente, não há regeneração, necessariamente.

População consiste em um conjunto de
indivíduos de uma mesma espécie. Ao mencionar
tal, é importante caracterizá-la. O primeiro
aspecto a ser considerado é a densidade
populacional, consistindo na concentração de
indivíduos por unidade de área ou volume (Caswel,
1976). No que tange às interações, as relações
entre presas e predadores são outra consideração
a respeito das populações. Uma quantidade
enorme de vespas pode ser dizimada quando uma
população expressiva de sapos está em atividade
de predação. Em relação à dinâmica, os
movimentos temporais emigração e imigração
consistem em mais uma consideração sobre a
ecologia das populações. Sabe-se que algumas
aves fazem deslocamentos periódicos em busca de
calor e reprodução, notabilizando-se como um
processo migratório (Chave, 2004). Os fatores
existenciais como natalidade e mortalidade são
respectivamente, a capacidade de uma espécie
ampliar a sua população e a morte de indivíduos
em um determinado intervalo de tempo e espaço
(Wiener, 1948). Valem mencionar que interferem
diretamente no comportamento da ecologia da
população os componentes bióticos e abióticos,
bem como as relações ecológicas intraespecíficas
e interespecíficas e a própria atividade do homem,
que quase sempre traz prejuízos enormes à
natureza.
De acordo com o mesmo autor, os elementos
indispensáveis para a implementação de um
ecossistema são substâncias inorgânicas (ferro,
fósforo, carbono, nitrogênio, molibdênio),
substâncias orgânicas (proteínas, lipídios,
carboidratos), fatores abióticos (pressão,
temperatura, calor, transferências de massas),
produtores, consumidores e decompositores.
Estabelecendo uma covalência entre todos estes
fatores, surgem como método de regeneração
material, os ciclos biogeoquímicos.
A importância dos ciclos biogeoquímicos é
fundamental para que prevaleça a continuidade do
meio ambiente. Isto se dá pela exigência dos
ecossistemas na obtenção de energia para a
alimentação das atividades dos seres vivos.
Contrariando-se hipoteticamente o Princípio de
Lavoisier, se houvesse a destituição total da
matéria após o processamento da mesma, a vida
não mais existiria. Ademais, mesmo com a
prevalência de tal Princípio, sem mecanismos de
reparação material, os elementos químicos
ficariam dispersos no meio ambiente,
incapacitando a evolução da vida. Por fim, sem os
ciclos biogeoquímicos, o curso total das águas, do
ar, do carbono, do enxofre e de demais elementos
não proporcionaria a continuidade da biosfera
(Cairns, 1977).
Atualmente, com as intervenções irregulares
humanas, alguns ciclos biogeoquímicos estão
sofrendo alterações significativas. A exploração de
rochas fosfatadas gera graves problemas de
poluição junto às minas fosfáticas. O uso do
fósforo para produção de ácido fosfórico e
fertilizantes causa problemas ao solo devido ao
uso indevido e com as pluviosidades, as águas
escorrem para os mananciais (Clarke, 1974). É
sabido que os elementos fósforo e nitrogênio são
aceleradores dos processos de eutrofização dos
corpos d‟água. A eutrofização consiste no
crescimento desordenado de algas e/ou outros
vegetais aquáticos, estes que consomem oxigênio e
elevam os níveis de DBO e DQO (Ferri, 1974).
Os principais tipos de ciclos biogeoquímicos são o
do nitrogênio, fósforo, enxofre, mercúrio, carbono
e água (Odum, 1969). O nitrogênio é proveniente
diretamente das células dos seres vivos, nas
proteínas principalmente, como radical do tipo NH2.
Este radical é oxidado após a sua liberação no
meio ambiente, sendo então nitrificado, assumindo
as formas de NO2- e NO3-(Murgel, 1987).Após isto,
as plantas usam as formas de nitrogênio oxidadas
para própria nutrição. As bactérias
desnitrificantesdevolvem ao ar, o nitrogênio na
forma de N2. Para que haja fechamento do ciclo do
nitrogênio, as bactérias fixadoras de oxigênio,
algas cianofíceas e raízes bulbares fixadoras de
nitrogênio, o retiram do ar.
Odum (1969) afirmou em seus trabalhos que o ar é
a maior „caixa‟ de reserva de nitrogênio,
assumindo a contagem de aproximadamente 80%
em massa. Considerando os fenômenos de
transferência de massa ocorridos entre água e
gases e também fatores de solubilidade, as

precipitações auxiliam vigorosamente na
deposição de nitrogênio no solo. Entretanto, a
intervenção do homem tem alterado o Ciclo do
Nitrogênio devido à poluição, quando gases
nitrogenados são lançados em grande excesso dos
escapamentos dos veículos automotores. O NO2 é
considerado um intermediário no processamento
de nitrogênio pela natureza, mas o excesso deste
causa um desequilíbrio, gerando um efeito
atmosférico conhecido como smog fotoquímico.
Este consiste no acastanhamento do céu devido à
grandes quantidades de NO2 e traz consequências
respiratórias e pluviométricas, uma vez que
reações químicas com o vapor d‟água e oxigênio
produzem ácido sulfúrico diluído, que com as
chuvas, trazem problemas de corrosão e
abaixamento abrupto do pH dos solos (Brittin,
1972).
A água é o elemento inorgânico mais importante da
natureza. A constituição mássica do homem possui
em média mais de 63% de água (Murgel, 1987).
Atuando como regulador de temperatura, a água
também participa dos processos de transporte de
nutrientes. Abundante em alguns lugares e escasso
em outros, este elemento se faz como um fator
limitante à sobrevivência dos animais quando não
ocorre o fornecimento necessário (Ministério do
Interior, 1977).
O ciclo da água é aparentemente simples, pois
consiste na precipitação pluviométrica,
abastecimento dos corpos d‟água, consumo
realizado por animais e plantas. Faz parte também,
a evaporação natural por meio da energia solar,
evapotranspiração, ascendência atmosférica,
gerando o recarregamento das nuvens e novas
precipitações. A água também se infiltra nos solos,
indo até os lençóis freáticos. A devastação de
florestas representa um problema associado ao
ciclo da água, pois as precipitações caem sobre o
solo, tornando-o poroso e factível ao cisalhamento
mecânico.
Em lugares onde o ciclo da água não atende às
necessidades plenas, são construídos barragens,
açudes, vertedouros, lagoas e outros
reservatórios de superfície como forma de prover
abastecimento (Rocha, 1972).
O ciclo do carbono começa pelo excesso de gás
carbônico (CO2) existente na atmosfera natural.
Dados da NASA (Estados Unidos) afirmam que a
atmosfera de Marte é puramente formada pelo
gás. Na atmosfera terráquea, cerca de 80% é
formado por nitrogênio gasoso e o restante por
oxigênio gasoso, gás carbônico, gases nobres
(Xenônio, Hélio, Argônio) e outros (Cairns, 1977).

uma reposição efetiva de fósforo. Na ausência
dele, os fertilizantes e ou outros produtos que
derivem do mesmo, poderão sofrer inflação devido
às baixíssimas produções pela indisponibilidade de
fósforo (Klopper, 1973). O oxigênio, presente na
atmosfera em mais de 20% em massa, é produzido
pelas plantas e consumido pelos animais (Murgel,
1987).

Depois de fixado pelas plantas após o processo de
fotossíntese, o gás carbônico é reagido então com
o vapor d‟água presente na atmosfera e com a
interferência de luz solar, como catalisador de
reação, é formado glicose e oxigênio gasoso
(Murgel, 1987). A glicose é consumida por animais e
pelo homem, devolvendo o CO2 na forma de
respiração. Ao morrerem, estes indivíduos sofrem
a ação de bactérias e fungos saprófitos, cedendo
então carbono na forma de proteínas,
carboidratos, metano e pequenos traços de
carbono 14, um isótopo do elemento químico que
possui natureza radioativa (Jackson, 1974).

Participando de atividades ímpares para a
sobrevivência dos seres vivos, o oxigênio é
utilizado pelo homem para queimar glicose e
produzir energia, consistindo em um mecanismo de
respiração denominado de aeróbio (Ferri, 1974). O
gás produzido pela combustão da glicose, o dióxido
de carbono, é liberado para a atmosfera e sendo
então capturado pelas plantas para que haja a
promoção da fotossíntese. Outras formas de
oxigênio também são encontradas na natureza,
como os óxidos. A hematita (Fe2O3) é um minério
muito importante utilizado na metalurgia, sendo
que os usos do calor e de carvão, são aplicados

As rochas sedimentares, os combustíveis fósseis e
as plantas também são ricas fontes de carbono. A
queima dos derivados de petróleo e o corte
irregular de árvores, estas que funcionam como
capturadoras de gás carbônico têm permitido o
acúmulo de CO2 na atmosfera, causando
desequilíbrios ambientais, desregulando o efeito
estufa.

para que haja a desoxidação e produção de ferro
elementar (Costa e Silva, 1980). O ozônio, uma
forma molecular do tipo O3, é outra variação do
oxigênio.

Os vegetais liberam fósforo para a natureza na
forma oxidada, ou seja, fosfatos, por meio da
decomposição orgânica. O grande reservatório de
fósforo são as rochas, sendo então considerado
um elemento finito (Murgel, 1987). O elemento
fósforo é retirado por meio de erupções
vulcânicas, processos erosivos e atividades
humanas. Infelizmente, grandes quantidades do
elemento vão para os mares, sedimentando nos
fundos dos oceanos ou capturados por animais
marinhos.
Como as perdas de fósforo estão sendo muito
relevantes em soma às explorações e havendo
poucas restituições, estima-se que em alguns
anos, vai faltar fósforo nas formas disponíveis. As
atividades de peixes e aves, bem como o uso da
água do mar não estão sendo capazes de garantir

O ciclo do cálcio inicia a partir da desagregação
física de rochas sedimentares do tipo calcárias,
como chuvas, excesso de temperaturas altas,
regime de infiltração de água e atividades bióticas.
Raramente o cálcio é encontrado na forma
elementar, mas sim como mármore, calcário e
apatita (Murgel, 1987). Com as desagregações
rochosas, o cálcio é transposto para o ambiente no
fomento de corrigir a acidez dos solos, uma vez
que este reage com a água e forma íons hidroxilas,
funcionados de caráter básico. Os vegetais
absorvem cálcio em várias modalidades, sendo a
principal, o oxalato de cálcio.
Os animais, com a ingestão de plantas e
considerando também o perfil fágico do homem
como consumidores finais ingerem cálcio, este que
fará a constituição de ossos, dentes e corrente
sanguínea, uma vez que o elemento é corretor de
acidez do plasma. Ao findar, com a morte, a
decomposição permite a devolução de cálcio para
a natureza, fechando o seu ciclo (Klopper, 1973).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] MURGEL, Samuel. ROCHA, Aristides. Elementos de Ciências do Ambiente, 2ª Edição, São Paulo, 1987.
[2] CAVALCANTI, Clóvis. “Desenvolvimento sustentável e gestão dos recursos naturais: referências conceptuais e de política”. In:
Programa de Comunicação Ambiental, CST. Educação, ambiente e sociedade. Serra: Companhia Siderúrgica de Tubarão, 2004.
[3] SOUZA, Nali de J. de. Desenvolvimento Econômico. São Paulo: Atlas, 5º ed. Revisada, 2005.
[4] BAITELO, Ricardo. A caminho da sustentabilidade energética: como desenvolver um mercado de renováveis no Brasil. Greenpeace
Brasil, 2008.
[5] VEIGA, José Eli da.Desenvolvimento sustentável: o desafio do século XXI. Rio de Janeiro: Garamond, 2005.
[6] WORLD COMISSION ON ENVIROMENTAL AND DEVELOPMENT (WCED). Our common future. Oxford: Oxford University Press, 1987.
[7] ALMEIDA, F. O bom negócio da sustentabilidade. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002.
[8] ANDREWARTHA, H.G. 1971. Introduction to the Study of Animal Populations. Chicago Univ. Press, Chicago, EUA.
[9] DAVIS, Mark, A; PERGL, Jan; TRUSCOTT, Anne-Marie; KOLLMANN, Johannes; BAKKER, Jan P; DOMENECH, Roser; PRACH, Karel; PRIEURRICHARD, Anne-Hélène; VEENEKLAAS, Roos M.; PYSEK, Petr; Del MORAL, Roger; HOBBS, Richard J.; COLLINS, Scott L.; PICKETT, Steward T.
A.; REICH, Peter B. Vegetation change: areunifying concept in plant ecology. Perspectives in Plant Ecology, Evolution andSystematics, v.
7, n. 1, p. 69-76. Mar., 2005.
[10] VAN ANDEL, Jelte; BAKKER, Jan. P.; GROOTJANS A. P. Mechanisms of Vegetation Succession: a review of concepts and perspectives.
Acta botanicaneerlandica, v. 42, n. 4, p. 413-433, Dec., 1993.
[11] VASCONCELLOS, A. Ecologia: Ecossistema e cadeia alimentar. USP, 1998.
[12] BOWLER, Peter J. Historia Fontana de lasCienciasAmbientales. Trad: ELIER, Robert. Carretera-México: Fondo de Cultura Económica,
1998 p. 369-406.
[13] AB'SABER, Aziz Nacib; TUNDISI, José Galizia; FORNERIS, Liliana; MARINO, Marilza Cordeiro; ROCHA, Odete; TUNDISI, Takako;
SCHAEFFER-NOVELLI, Yara; VUONO, Yara Strufaldi de; WATANABE, Shigueo, ed. Sucessão. In: Academia de Ciências de Estado de São
Paulo. Glossário de Ecologia. 2 ed. São Paulo: ACIESP, 1997. p. 221-222.
[14] CEBALLOS, B. S. O. Utilização de indicadores microbiológicos na tipologia de ecossistemas aquáticos do trópico semi-árido. 1995.
192f. Tese (Doutorado) - Departamento de Hidráulica e Saneamento.Escola de Engenharia de São Carlos. Universidade de São Paulo,
São Paulo.
[15] HUTCHINSON, E.G. 1957. A treatise in limnology, v. 1. Wiley.
[16] LEVIN, S. 1999. Fragile Dominion.Complexity and the Commons.Massachusetts, Perseus Books.
[17] CASWELL, Hal. Community Structure: a neutral model analysis. Ecological Monographs: v. 46, n. 3, p. 327-354. Jul., 1976.
[18] CHAVE, Jérôme. Neutral theory and community ecology.Ecology Letters, v. 7, p.241-253. 2004.
[19] WIENER, N. 1948. Cybernetics, or control and communication in the animal and the machine.Cambridge, Massachusetts: The
Technology Press; New York: JohnWiley & Sons, Inc.
[20] FERREIRA, A.B.H. Novo dicionário da Língua Portuguesa, 2ª edição, Rio de Janeiro, 1986.
[21] CAIRNS, J. Recovery and restoration of damaged ecosystems. Charlotteville, Universityof Virginia, 1977.
[22] CLARKE, G.L. Elementos de Ecologia, Barcelona, Omega, 1974.
[23] FERRI, M.G. Ecologia, São Paulo, 1974.
[24] ODUM, E.P. Ecologia, São Paulo, 1969.
[25] BRITTIN, W.E. Air and water pollution. Colorado Associated University Press, 1972.
[26] BRASIL – Ministério do Interior. Programa de Estações Ecológicas, 1977.
[27] ROCHA, A.A. Problemas ecológicos decorrentes da construção de barragens, São Paulo, 1972.
[28] JACKSON, W. Man and environment, USA, 1974.
[29] KLOPPER, P.H. Behaviour aspects of Ecology. New York, Prentice Hall, 1973.
[30] COSTA E SILVA, A L. e MEI, P. R. Aços e ligas especiais. ABM, São Paulo, 1980.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Mais procurados (20)

Introduçao a ciência do ambiente 2014
Introduçao a ciência do ambiente 2014Introduçao a ciência do ambiente 2014
Introduçao a ciência do ambiente 2014
 
Percepção Ambiental TAIM (marcelo)
Percepção Ambiental TAIM   (marcelo)Percepção Ambiental TAIM   (marcelo)
Percepção Ambiental TAIM (marcelo)
 
Futuyma evolução ciência e sociedade
Futuyma   evolução ciência e sociedadeFutuyma   evolução ciência e sociedade
Futuyma evolução ciência e sociedade
 
Treinamento Responsabilidade Social e Meio Ambiente
Treinamento Responsabilidade Social e Meio AmbienteTreinamento Responsabilidade Social e Meio Ambiente
Treinamento Responsabilidade Social e Meio Ambiente
 
Atividade individual 002
Atividade individual 002Atividade individual 002
Atividade individual 002
 
Ecossistemas agropecuarios
Ecossistemas agropecuariosEcossistemas agropecuarios
Ecossistemas agropecuarios
 
Apost ecologia e biotecnologia
Apost ecologia e biotecnologiaApost ecologia e biotecnologia
Apost ecologia e biotecnologia
 
Apostila ecologia
Apostila ecologiaApostila ecologia
Apostila ecologia
 
Ma desafio e perspectivas
Ma desafio e perspectivasMa desafio e perspectivas
Ma desafio e perspectivas
 
Ecologia
EcologiaEcologia
Ecologia
 
fluxo de energia nos ecossistemas
fluxo de energia nos ecossistemasfluxo de energia nos ecossistemas
fluxo de energia nos ecossistemas
 
Ecologia geral aula 02
Ecologia geral aula 02Ecologia geral aula 02
Ecologia geral aula 02
 
Ambiente
AmbienteAmbiente
Ambiente
 
Hábitat e nicho
Hábitat e nichoHábitat e nicho
Hábitat e nicho
 
Ecologia
EcologiaEcologia
Ecologia
 
Individuos nos ecossistemas
Individuos nos ecossistemasIndividuos nos ecossistemas
Individuos nos ecossistemas
 
1 parte ecologia
1 parte ecologia1 parte ecologia
1 parte ecologia
 
03 ecologia relacoes troficas
03 ecologia   relacoes troficas03 ecologia   relacoes troficas
03 ecologia relacoes troficas
 
Ecossistemas - Nível superior
Ecossistemas - Nível superior Ecossistemas - Nível superior
Ecossistemas - Nível superior
 
Ecologia - Fundamentos
Ecologia - FundamentosEcologia - Fundamentos
Ecologia - Fundamentos
 

Destaque

Quimica ambiental
Quimica ambientalQuimica ambiental
Quimica ambientalPaulo Vaz
 
Livro Coleta e Tratamento de esgoto sanitário
Livro Coleta e Tratamento de esgoto sanitárioLivro Coleta e Tratamento de esgoto sanitário
Livro Coleta e Tratamento de esgoto sanitárioJoão Ricardo Bertoncini
 
Poluição ambiental
Poluição ambientalPoluição ambiental
Poluição ambientalfefemrc
 
Indicadores Biológicos da qualidade da água
Indicadores Biológicos da qualidade da águaIndicadores Biológicos da qualidade da água
Indicadores Biológicos da qualidade da águaPedro Phalesia
 
Aula 06 classificação do petroleo e introdução ao refino
Aula 06   classificação do petroleo e introdução ao refinoAula 06   classificação do petroleo e introdução ao refino
Aula 06 classificação do petroleo e introdução ao refinoAnderson Pontes
 
Livros petróleo
Livros petróleoLivros petróleo
Livros petróleoSunnah
 
Integração do parque de refino com a indústria petroquímica de primeira geração
Integração do parque de refino com a indústria petroquímica de primeira geraçãoIntegração do parque de refino com a indústria petroquímica de primeira geração
Integração do parque de refino com a indústria petroquímica de primeira geraçãoJunior Ozono
 
Julian Silva Carvalho - “Implementação de Boas Práticas Agrícolas e Certifica...
Julian Silva Carvalho - “Implementação de Boas Práticas Agrícolas e Certifica...Julian Silva Carvalho - “Implementação de Boas Práticas Agrícolas e Certifica...
Julian Silva Carvalho - “Implementação de Boas Práticas Agrícolas e Certifica...PIFOZ
 
Determinação de íon cianeto em solução aquosa, utilizando eletrodo seletivo
Determinação de íon cianeto em solução aquosa, utilizando eletrodo seletivoDeterminação de íon cianeto em solução aquosa, utilizando eletrodo seletivo
Determinação de íon cianeto em solução aquosa, utilizando eletrodo seletivoRoberto Emery-Trindade
 
TIR - Taxa Interna de Retorno. O que é isso?
TIR - Taxa Interna de Retorno. O que é isso?TIR - Taxa Interna de Retorno. O que é isso?
TIR - Taxa Interna de Retorno. O que é isso?Roberto Emery-Trindade
 
Aula 3 prof° pedro - ibrapeq
Aula 3   prof° pedro - ibrapeqAula 3   prof° pedro - ibrapeq
Aula 3 prof° pedro - ibrapeqPedro Monteiro
 
Aula de ecologia curso completo
Aula de ecologia   curso completoAula de ecologia   curso completo
Aula de ecologia curso completoNelson Costa
 

Destaque (20)

Quimica ambiental
Quimica ambientalQuimica ambiental
Quimica ambiental
 
Livro Coleta e Tratamento de esgoto sanitário
Livro Coleta e Tratamento de esgoto sanitárioLivro Coleta e Tratamento de esgoto sanitário
Livro Coleta e Tratamento de esgoto sanitário
 
Poluição ambiental
Poluição ambientalPoluição ambiental
Poluição ambiental
 
Indicadores Biológicos da qualidade da água
Indicadores Biológicos da qualidade da águaIndicadores Biológicos da qualidade da água
Indicadores Biológicos da qualidade da água
 
Comb petroleo e gasolina
Comb petroleo e gasolinaComb petroleo e gasolina
Comb petroleo e gasolina
 
Aula 06 classificação do petroleo e introdução ao refino
Aula 06   classificação do petroleo e introdução ao refinoAula 06   classificação do petroleo e introdução ao refino
Aula 06 classificação do petroleo e introdução ao refino
 
Livros petróleo
Livros petróleoLivros petróleo
Livros petróleo
 
Integração do parque de refino com a indústria petroquímica de primeira geração
Integração do parque de refino com a indústria petroquímica de primeira geraçãoIntegração do parque de refino com a indústria petroquímica de primeira geração
Integração do parque de refino com a indústria petroquímica de primeira geração
 
Julian Silva Carvalho - “Implementação de Boas Práticas Agrícolas e Certifica...
Julian Silva Carvalho - “Implementação de Boas Práticas Agrícolas e Certifica...Julian Silva Carvalho - “Implementação de Boas Práticas Agrícolas e Certifica...
Julian Silva Carvalho - “Implementação de Boas Práticas Agrícolas e Certifica...
 
Apostila trat-esgoto capitulo-5
Apostila trat-esgoto capitulo-5Apostila trat-esgoto capitulo-5
Apostila trat-esgoto capitulo-5
 
Determinação de íon cianeto em solução aquosa, utilizando eletrodo seletivo
Determinação de íon cianeto em solução aquosa, utilizando eletrodo seletivoDeterminação de íon cianeto em solução aquosa, utilizando eletrodo seletivo
Determinação de íon cianeto em solução aquosa, utilizando eletrodo seletivo
 
Esgotos- Resumo
Esgotos- ResumoEsgotos- Resumo
Esgotos- Resumo
 
Seguranca no-trabalho
Seguranca no-trabalhoSeguranca no-trabalho
Seguranca no-trabalho
 
TIR - Taxa Interna de Retorno. O que é isso?
TIR - Taxa Interna de Retorno. O que é isso?TIR - Taxa Interna de Retorno. O que é isso?
TIR - Taxa Interna de Retorno. O que é isso?
 
corpos de agua
corpos de aguacorpos de agua
corpos de agua
 
Ind.petroquimicas
Ind.petroquimicasInd.petroquimicas
Ind.petroquimicas
 
Aula 3 prof° pedro - ibrapeq
Aula 3   prof° pedro - ibrapeqAula 3   prof° pedro - ibrapeq
Aula 3 prof° pedro - ibrapeq
 
Industria de Alimentos
Industria de AlimentosIndustria de Alimentos
Industria de Alimentos
 
Aula de ecologia curso completo
Aula de ecologia   curso completoAula de ecologia   curso completo
Aula de ecologia curso completo
 
O que é octanagem
O que é octanagemO que é octanagem
O que é octanagem
 

Semelhante a Introdução à Ecologia e Ciclos Biogeoquímicos

Educaoambiental meioambiente-090401122701-phpapp02
Educaoambiental meioambiente-090401122701-phpapp02Educaoambiental meioambiente-090401122701-phpapp02
Educaoambiental meioambiente-090401122701-phpapp02Jose Aldo Ramires
 
Educaoambiental meioambiente-090401122701-phpapp02
Educaoambiental meioambiente-090401122701-phpapp02Educaoambiental meioambiente-090401122701-phpapp02
Educaoambiental meioambiente-090401122701-phpapp02Jose Aldo Ramires
 
PCN meio ambiente
PCN meio ambientePCN meio ambiente
PCN meio ambienteklimata
 
Meioambiente
MeioambienteMeioambiente
Meioambienteisabela30
 
Apostila pericia ambiental
Apostila   pericia ambientalApostila   pericia ambiental
Apostila pericia ambientalAngel Lopes Casa
 
Aula_1_Introdução à Biologia da Conservação.pptx
Aula_1_Introdução à Biologia da Conservação.pptxAula_1_Introdução à Biologia da Conservação.pptx
Aula_1_Introdução à Biologia da Conservação.pptxRicardoDosSantosfred
 
enemem100dias-apostila-biologia.pdf
enemem100dias-apostila-biologia.pdfenemem100dias-apostila-biologia.pdf
enemem100dias-apostila-biologia.pdfJaqueline Silveira
 
Meio ambiente sustentabilidade e agroecologia
Meio ambiente sustentabilidade e agroecologiaMeio ambiente sustentabilidade e agroecologia
Meio ambiente sustentabilidade e agroecologiaSandro Marcelo de Caires
 
1 introdução a ciêncrdfwegweTGWEGWElogia.pdf
1 introdução a ciêncrdfwegweTGWEGWElogia.pdf1 introdução a ciêncrdfwegweTGWEGWElogia.pdf
1 introdução a ciêncrdfwegweTGWEGWElogia.pdfGabrielCampos419216
 
O futuro do planeta uma questão de ética e educação
O futuro do planeta   uma questão de ética e educaçãoO futuro do planeta   uma questão de ética e educação
O futuro do planeta uma questão de ética e educaçãobabins
 
Monitoramento in situ_da_biodiversidade_versao_final_05.12.2013
Monitoramento in situ_da_biodiversidade_versao_final_05.12.2013Monitoramento in situ_da_biodiversidade_versao_final_05.12.2013
Monitoramento in situ_da_biodiversidade_versao_final_05.12.2013Reicla Larissa Villela
 

Semelhante a Introdução à Ecologia e Ciclos Biogeoquímicos (20)

Educ amb-ciclos-biogeoquimicos
Educ amb-ciclos-biogeoquimicosEduc amb-ciclos-biogeoquimicos
Educ amb-ciclos-biogeoquimicos
 
Biodiversidade
BiodiversidadeBiodiversidade
Biodiversidade
 
Educaoambiental meioambiente-090401122701-phpapp02
Educaoambiental meioambiente-090401122701-phpapp02Educaoambiental meioambiente-090401122701-phpapp02
Educaoambiental meioambiente-090401122701-phpapp02
 
Educaoambiental meioambiente-090401122701-phpapp02
Educaoambiental meioambiente-090401122701-phpapp02Educaoambiental meioambiente-090401122701-phpapp02
Educaoambiental meioambiente-090401122701-phpapp02
 
Atividade individual 002
Atividade individual 002Atividade individual 002
Atividade individual 002
 
Pcn 10.3 Tt Meio Ambiente
Pcn   10.3   Tt Meio AmbientePcn   10.3   Tt Meio Ambiente
Pcn 10.3 Tt Meio Ambiente
 
Meioambiente
MeioambienteMeioambiente
Meioambiente
 
PCN meio ambiente
PCN meio ambientePCN meio ambiente
PCN meio ambiente
 
Meioambiente
MeioambienteMeioambiente
Meioambiente
 
Meioambiente
MeioambienteMeioambiente
Meioambiente
 
Meioambiente
MeioambienteMeioambiente
Meioambiente
 
Apostila pericia ambiental
Apostila   pericia ambientalApostila   pericia ambiental
Apostila pericia ambiental
 
Aula_1_Introdução à Biologia da Conservação.pptx
Aula_1_Introdução à Biologia da Conservação.pptxAula_1_Introdução à Biologia da Conservação.pptx
Aula_1_Introdução à Biologia da Conservação.pptx
 
enemem100dias-apostila-biologia.pdf
enemem100dias-apostila-biologia.pdfenemem100dias-apostila-biologia.pdf
enemem100dias-apostila-biologia.pdf
 
Meio ambiente sustentabilidade e agroecologia
Meio ambiente sustentabilidade e agroecologiaMeio ambiente sustentabilidade e agroecologia
Meio ambiente sustentabilidade e agroecologia
 
1 introdução a ciêncrdfwegweTGWEGWElogia.pdf
1 introdução a ciêncrdfwegweTGWEGWElogia.pdf1 introdução a ciêncrdfwegweTGWEGWElogia.pdf
1 introdução a ciêncrdfwegweTGWEGWElogia.pdf
 
O futuro do planeta uma questão de ética e educação
O futuro do planeta   uma questão de ética e educaçãoO futuro do planeta   uma questão de ética e educação
O futuro do planeta uma questão de ética e educação
 
Unidade i a vida e o ambiente
Unidade i   a vida e o ambienteUnidade i   a vida e o ambiente
Unidade i a vida e o ambiente
 
Ecologia Básica
Ecologia BásicaEcologia Básica
Ecologia Básica
 
Monitoramento in situ_da_biodiversidade_versao_final_05.12.2013
Monitoramento in situ_da_biodiversidade_versao_final_05.12.2013Monitoramento in situ_da_biodiversidade_versao_final_05.12.2013
Monitoramento in situ_da_biodiversidade_versao_final_05.12.2013
 

Introdução à Ecologia e Ciclos Biogeoquímicos

  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL Programa de Pós-Graduação em Engenharia Hidráulica e Ambiental Mestrado em Saneamento Ambiental Fortaleza - Ceará. Fevereiro - 2014 INTRODUÇÃO À ENGENHARIA AMBIENTAL Ecologia e Sustentabilidade/Ciclos Biogeoquímicos Uma revisão bibliográfica sobre aspectos relacionados à Ecologia e dinâmica dos seres vivos. Autor: José Demontier Vieira de Souza Filho Docente: Marisete Dantas de Aquino
  • 2. RESUMO A biosfera é o conjunto de todas as condições possíveis para que haja a presença de vida. Tendo isto, a ecologia se ocupa em estudar as relações entre os seres vivos e o meio em que vivem. Os conceitos básicos de ecologia permitem tipificar tal ciência. Os componentes bióticos e abióticos formam a dinâmica da natureza, permitindo que a mesma exista. Como regra, o controle de populações é feito involuntariamente, por meio de cadeias alimentares, seguindo os níveis tróficos. Ademais, as interações entre os seres vivos permitem que haja relações amigáveis ou hostis, como método de sobrevivência postulada pelo pragmatismo de Darwin. A natureza se faz atuante por meio de ciclos como obediência à conservação da matéria. Os ciclos biogeoquímicos cedem e recebem matéria, criando um desenvolvimento sustentável. Os ciclos do carbono, do oxigênio, do nitrogênio, do cálcio e do fósforo são fundamentais para a manutenção da vida na biosfera. Palavras-chave: natureza, meio ambiente, matéria, ciclos, elementos químicos. ABSTRACT The biosphere is the set of all possible conditions so that there is the presence of life . With this , the ecology is engaged in studying the relationships between living things and the environment in which they live. The basic concepts of ecology allow typify such a science . The biotic and abiotic components form the dynamic nature, allowing it to exist. As a rule , the control populations is done unintentionally through food chains following trophic levels . Moreover , the interactions between living organisms allow for too friendly or hostile relations as a method of survival pragmatism postulated by Darwin . The nature becomes active through cycles as obedience to the conservation of matter . Biogeochemical cycles yield and receiving area, creating sustainable development . Cycles of carbon, oxygen , nitrogen , calcium and phosphorus are essential for the maintenance of life in the biosphere . Keywords : nature , environment , matter, cycles , chemical elements INTRODUÇÃO A biosfera é o conjunto de todas as condições pertinentes para que haja vida na Terra. O meio ambiente, o local onde as plantas e os animais prevalecem e se desenvolvem. O homem também faz parte deste meio, sendo o principal modificador de suas dinâmicas. Alguns efeitos naturais como chuvas em elevados potenciais, erupções vulcânicas e calor excessivo contribuem para pequenos desajustes, entretanto o homem lidera no que tange à apreciações nocivas ao meio ambiente. Os componentes bióticos e abióticos se juntam para dinamizar o meio ambiente, onde é factível que os animais exerçam laços de comunidade uns com os outros. Relações harmônicas e desarmônicas fazem parte do cotidiano de um ecossistema. Obedecendo ao critério existencial e seletivo do botânico inglês Charles Darwin, os crescimentos de uma população serão controlados por outros, somando-se ainda, os fatores exteriores que dificultam a prevalência de uma raça. O homem é o maior predador da natureza, não tendo um outro para lhe controlar. Cada população possui seus aspectos peculiares, onde os fatores abióticos se mostram essencialmente úteis para a sustentabilidade delas. Quando um nível trófico se apresenta, tomando como exemplo os produtores (seres autótrofos), existirão os consumidores e por fim, decompositores. A matéria que fora cedida pelo meio ambiente precisa retornar como metodologia de equilíbrio natural. Nada se perde, apenas se transforma. Carbono, nitrogênio, oxigênio, enxofre, cálcio, fósforo, água, se combinam formando aminoácidos, que formam proteínas; carboidratos; lipídios; proteínas com agentes quelantes (hemoglobina); que de uma forma estruturam; rochas; minerais complexos, dão origem aos seres vivos e seres não vivos. Cada elemento químico obedece à uma dinâmica de complexação e estruturação, sendo portanto devolvidos ao meio ambiente depois de „executarem‟ suas „funções‟. Os ciclos biogeoquímicos se fazem muito importantes para que haja uma harmonia material na biosfera. Infelizmente, a ação degradante das atividades humanas tem gerado prejuízos quase que irreparáveis ao meio ambiente, muitas das vezes, indeléveis.
  • 3. ECOLOGIA E SUSTENTABILIDADE Segundo Murgel (1987), a definição de Ecologia é dada pelo estudo das interações dos seres vivos com o meio em que vive. Em 1866, o botânico alemão Ernest Haeckel afirmou que a ecologia é os costumes dos seres vivos em um meio. Murgel também define Etologia, esta que estuda o comportamento dos seres vivos. A distinção básica entre as duas denominações reside nas associações orgânicas. Isto se explica porque todos os seres vivos interagem de alguma forma com o meio, exprimindo então os seus comportamentos mediante tais iniciativas. Daí, tais considerações tornam-se interessantes, pois é razoável compreender a dinâmica da natureza, como o deslocamento periódico de aves, formação de formigueiros, a reprodução animal etc. Naturalmente, há outras definições ensejadas. A ecologia desempenha um papel fundamental no funcionamento da natureza, pois o crescimento dos seres vivos e as tarefas desempenhadas por eles, sendo estas as correlações biológicas, garantem a sustentabilidade da humanidade, sob o ponto de vista existencial.Outro exemplo disto é a absorção de dióxido de carbono por algas marinhas, que contribuem então produzindo oxigênio, sendo daí uma das maiores fontes do mesmo (Murgel, 1987). A decomposição da matéria orgânica, promovendo a devolução de compostos químicos à natureza também se faz aplicável. As relações de produção e consumo ocorrem de modo sustentável, sendo então regidas pela natureza. Por entendimento, ecologia e sustentabilidade são questões ambivalentes. Nos dias atuais, fazer referência ao termo sustentabilidade permite abrir espaço para discussões acerca deste termo, surgindo então diversas definições. Cavalcanti (2004) afirma que a sustentabilidade cria oportunidades para desenvolvimento monetário, a concentração de capital em si, de forma que o processo de alimentação produtivo é contínuo sem danos exteriores.No ambiente empresarial, naturalmente fabril, o termo sustentabilidade possui presença cativa devido à empregabilidade de tal como meio de otimizar a concorrência de mercado em face aos levantes em prol do meio ambiente. Souza (2005) corrobora que para que haja uma definição ampla de sustentabilidade, deve haver além das melhorias nos âmbitos econômicos e sociais, a preservação da natureza. No caso do Brasil, este é um país privilegiado, pois a sua enorme abundância de recursos naturais permite um crescimento sustentável sem que haja „sufoco‟ das máquinas de produções fabris (Baitelo, 2008). Com a expansão do capitalismo, redução de custos e otimização de produção são considerados fatores de sobrevivência, entretanto, o consumo voraz de matéria-prima sem uma devida reposição gera o descabimento de produção, uma vez que os recursos exaurem, e fica-se impossibilitado fazer mais. Além disto, a natureza „reage‟ às explorações desenfreadas, trazendo danos para os próprios exploradores.Neste ponto de vista, é importante salientar que o homem relacione de forma harmoniosa o crescimento econômico e o desenvolvimento sustentável para que não enfrente consequências desastrosas (Veiga, 2005). A Comissão Brundt-land (WCED, 1987) determina que para que um desenvolvimento seja considerado sustentável, ele deve prover as necessidades do tempo presente sem comprometer o futuro. Um exemplo bem claro disto é o uso dos recursos hídricos. Os usos consultivos e não consultivos de águas podem gerar onerações futuras caso não haja uma política de manejo e consumo. O desmatamento descontrolado gera descobrimento do solo e com precipitações pluviométricas, a terra encharcada cisalha e provoca os desmoronamentos. O porvir da humanidade precisa ser considerado para que qualquer alteração do espaço não traga prejuízos. Para Almeida (2002), a sustentabilidade é composta por três dimensões: econômica, social e ambiental. A dimensão econômica confere-se a todas as atividades lícitas que geram riqueza e provimentos financeiros para a sobrevivência do homem. Na esfera social, os parâmetros sociais (educação, moradia, segurança) são os que provêm bem-estar. Na esfera ambiental, as considerações acerca do tratamento dado à
  • 4. natureza devido às operações industriais e de exploração. Deste modo, um desenvolvimento sustentável é ainda a melhor forma de usar os recursos naturais e humanos sem gerar problemas futuros, independente do segmento. O reflorestamento é uma conduta tipicamente sustentável, embora que no Brasil se enfrente sérios problemas em relação à derrubada de árvores, em sua grande maioria, de forma criminosa. Ecologia e sustentabilidade formam uma coesão importante na atualidade devido ao forte laço de dependência entre os dois. A sustentabilidade está aliada ao progresso econômico, que visa „explorar‟ e depois „repor‟, criando um ciclo de produtividade intermitente. A ecologia, dedicada a observar as interações entre seres vivos e meio ambientes, „calcula‟ os possíveis impactos de um desenvolvimento sustentável intenso. A fuga de animas para a zona urbana devido à presença de uma obra sem viés sustentável abre a atenção da ecologia devido à precisão em rever as condições que geraram tal situação. Assim, fatores físicos e químicos também influem na dinâmica da vida. O despejo de poluentes em um rio de forma descontrolada faz com que os índices de DBO e DQO se elevem significativamente, provocando a mortandade de peixe e/ou outros organismos aquáticos. Resíduos líquidos em temperaturas altas diminuem a solubilidade do oxigênio dissolvido, trazendo males biológicos. O desmatamento altera a constituição do solo e os fatores bióticos (Murgel, 1987). As interações com ciências básicas são importantes para fomentarem meios de análise crítica para a determinação de um desenvolvimento sustentável e preservação da vida. Para Andrewartha (1971), os principais enfoques da ecologia são perspectivas, habitat, organismos e gestão. Com o passar dos anos, os enfoques tornaram-se descritivos e experimentais. O enfoque descritivo leva em consideração os levantamentos e monitoramentos da fauna, flora e fatores abióticos (luz, água, pressão). O enfoque experimental tem como premissa a teorização de suspeições obtidas em campo para determinação de experimentos em laboratórios. Contudo, pode haver um distanciamento entre enfoque descritivo e experimental, sendo de grande necessidade, um cuidado elevado no que tange aos levantamentos (Murgel, 1987). Os conceitos básicos utilizados em ecologia têm por função classificar as circunstâncias em que vivem os seres vivos (Davis, 2005). Habitat é um local onde uma espécie vive. Nicho ecológico consiste nas condições oferecidas para um ser viver e reproduzir-se. População é um conjunto de indivíduos da mesma espécie. Uma comunidade é um conjunto de espécies, ou seja, formada por várias populações. O ecossistema é a junção de fatores bióticos com fatores abióticos. A biosfera é o conjunto de todas as condições possíveis para que exista e prevaleça a vida (Burrows, 1990). Com tais definições, os estudos da ecologia produzem resultados palpáveis devido ao empirismo de suas observações. O oceano é um exemplo de comunidade, pois nele existem diversas populações de seres marinhos. Um ecossistema é considerado uma rica fonte de observações em virtude das interações entre a luz, o ar, o calor e seres vivos. Tais apontamentos serviram apenas para ilustrar de forma direta alguns conceitos de ecologia, que obedecendo aos detalhes, aumentaria bastante o volume deste parágrafo caso fosse necessário englobar todos então. Os componentes bióticos de um ecossistema são representados pelos seres vivos que compõem a comunidade. São organismos que dependem do consumo da matéria orgânica e também os responsáveis pela produção primária, ou seja, os fixadores de gás carbônico. Estes seres convertem tal gás em glicose por meio de um mecanismo denominado de fotossíntese. A fotossíntese consiste na absorbância da luz solar por meio de pigmentos vegetais classificados como clorofila. Tal interação gera reações de conversão do gás carbônico mediante o consumo de vapor d‟água em glicose e com excesso de oxigênio. Já os fatores abióticos são conjugados pelo ambiente físico e fatores químicos e físicos, como terrenos, pressão, gases, temperatura, calor e nutrientes. A radiação solar é um fator abiótico muito importante, pois sem ela a fotossíntese seria incapacitada de realizar-se (Murgel, 1987).
  • 5. O princípio da renovação de Lavoisier é plenamente aplicável num ecossistema. Matéria orgânica é degradada para obtenção de energia e por final, energia é convertida em matéria orgânica, sustentando os seres vivos num ciclo naturalmente perfeito. O procedimento de geração de matéria e consumo final por meio de um agente denominado decompositor é dito cadeia alimentar. De acordo com Vasconcellos (1997), como forma direta, para que haja a existência de uma cadeia alimentar, é obrigatória a presença de um produtor e de um decompositor, favorecendo então uma „ciclicidade‟ ou rotação alimentar. Os componentes mais simples de uma cadeia alimentar são os produtores, animais e decompositores. Os produtores são seres que fabricam seu próprio alimento (seres autótrofos). Os animais obtém energia por meio das gerações dos produtores, garantindo então a constância de sobrevivência. Os decompositores atuam na desagregação da matéria orgânica dos animais, promovendo a devolução dos elementos químicos constituintes, como carbono, fósforo, enxofre, metano, nitrogênio, cálcio etc (Bowler, 1998). Níveis tróficos são „estaturas‟ que compõe a cadeia alimentar, esta já descrita no parágrafo anterior. Podem ser considerados também como „estágios de consumo‟. As plantas, que obtém sua subsistência por meio da absorção de luz e promoção da fotossíntese, são consideradas produtoras, estando elas no nível trófico 1 (um). Os animais herbívoros, alimentam-se de folhas e alguns outros vegetais, consomem o material gerado pelos produtores primários, sendo então denominados de consumidores primários, ocupando então o nível trófico 2 (dois). Os carnívoros primários, vão em busca dos ocupantes do nível trófico dois, sendo consumidores secundários e logo ocupam o nível trófico 3 (três). Os carnívoros secundários ocupam o nível trófico 4 (quatro), o homem portanto. Não havendo então um predador natural para este, com sua morte, bactérias e fungos saprófitos atuam como decompositores, ocupando então o último nível da cadeia alimentar, que equivale justamente ao ponto de devolução de elementos químicos e demais produtos à natureza, fechando então o ciclo de sobrevivência (Ab‟Saber, 1997). Para Ceballos (1995), um exemplo de níveis tróficos (grau um) pode ser encontrado em corpos d‟água, onde a proliferação de algas se dá pelo aumento da poluição, o que pode „eutrofizar‟ um lago. Um prejuízo advindo disto é a baixa penetração de oxigênio na água, o que provoca um desbalanceamento deste elemento, fundamental à sobrevivência de peixes. Concentrações elevadas de nitrogênio e fósforo totais contribuem significativamente para que haja eutrofização (Murgel, 1987). As relações entre seres vivos são bastante conhecidas na natureza. A sobrevivência de uma planta depende da quantidade de luz solar que incide sobre suas folhas para que haja fotossíntese e obtenção de energia. Animais herbívoros, que se alimentam de arbustos, necessitam de um ambiente propício para tal (Murgel, 1987). Ademais, as relações são tangíveis de associações para que haja benefício mútuo entre dois ou mais seres. Um exemplo bem comum disto é a ave conhecida como mutum, que pousa no costado de touros e vacas e se alimenta de pequenos seres, mosquitos ou outros voadores que estão pousados. Os bois não tem manejo para livrarem-se dos pestilentos e permite que a ave se alimente sobre seu corpo. Isto se caracteriza como um tipo de relação harmônica, ou seja, ocorrem benefícios bilaterais. Indivíduos da mesma espécie se relacionam de forma intraespecífica; indivíduos de espécies diferentes se relacionam de forma interespecífica. Em algumas delas, ocorre interações desarmônicas, quando os benefícios são unilaterais (Ceballos, 1995). O conceito de sociedade pode ser descrito como indivíduos pertencentes à uma mesma espécie que cooperam pela divisão do trabalho e de benefícios. Isto pode ser denotado pela morfologia corporal, caracterizando o tipo de tarefa que exercem. Colônia pode ser descrita como seres com poucas diferenças morfológicas que desempenham atividades semelhantes. Apesar da distinção, podem conviver harmonicamente (Hutchinson, 1957). Os tipos de relações que podem ser consideradas harmônicas são: mutualismo (indivíduos de espécies diferentes se associam criando
  • 6. benefícios mútuos);protocooperação (são indivíduos que cooperam entre si sem estabelecimento de interdependência, mas ensejam benefícios);inquilismo (uma espécie utiliza a morfologia do outro como forma de abrigar-se, notadamente, sem haver prejuízos, configurandose como uma relação interespecífica do tipo harmônica, onde apenas uma espécie se beneficia) e comensalismo (uma espécie se alimenta dos nutrientes da outra sem causar prejuízos, como o peixe-piloto que se une ao tubarão para ingerir os restos da presa atacados por este, aumentando a sua velocidade de locomoção) (Levin, 1999). As relações consideradas desarmônicas são: canibalismo (um indivíduo se alimenta do outro quando há desnível de forças de sobrevivência); competição (dois indivíduos competem entre si para que haja consumo de um único substrato);amensalismo (uma espécie libera uma substância considerada nociva para que haja inibição da sobrevivência de uma outra);predatismo (indivíduo propicia a morte do outro paras se alimentar, não sendo uma questão de defesa, mas de ingestão propriamente dito) e parasitismo (indivíduo obtém benefícios quando se associa a outro, causando prejuízos a este) (Levin, 1999). CICLOS BIOGEOQUÍMICOS A natureza trabalha de forma intermitente para sustentabilidade do meio ambiente, cedendo matéria e recebendo matéria, como ocorre com a decomposição dos seres vivos, na forma de carbono, nitrogênio, enxofre, fósforo etc. Segundo Aurélio (1986), a palavra ciclo deriva do grego kýklosque significa fenômenos que se repetem ou acontecimentos que se renovam. Assim, os processos de obtenção e devolução de elementos químicos e demais matérias no meio ambiente são tratados como Ciclos Biogeoquímicos. Para Murgel (1987), ciclos biogeoquímicos são regenerações em que os compostos químicos alterados se reconstituem ao final do ciclo, enquanto para o aspecto físico das rochas, puramente, não há regeneração, necessariamente. População consiste em um conjunto de indivíduos de uma mesma espécie. Ao mencionar tal, é importante caracterizá-la. O primeiro aspecto a ser considerado é a densidade populacional, consistindo na concentração de indivíduos por unidade de área ou volume (Caswel, 1976). No que tange às interações, as relações entre presas e predadores são outra consideração a respeito das populações. Uma quantidade enorme de vespas pode ser dizimada quando uma população expressiva de sapos está em atividade de predação. Em relação à dinâmica, os movimentos temporais emigração e imigração consistem em mais uma consideração sobre a ecologia das populações. Sabe-se que algumas aves fazem deslocamentos periódicos em busca de calor e reprodução, notabilizando-se como um processo migratório (Chave, 2004). Os fatores existenciais como natalidade e mortalidade são respectivamente, a capacidade de uma espécie ampliar a sua população e a morte de indivíduos em um determinado intervalo de tempo e espaço (Wiener, 1948). Valem mencionar que interferem diretamente no comportamento da ecologia da população os componentes bióticos e abióticos, bem como as relações ecológicas intraespecíficas e interespecíficas e a própria atividade do homem, que quase sempre traz prejuízos enormes à natureza. De acordo com o mesmo autor, os elementos indispensáveis para a implementação de um ecossistema são substâncias inorgânicas (ferro, fósforo, carbono, nitrogênio, molibdênio), substâncias orgânicas (proteínas, lipídios, carboidratos), fatores abióticos (pressão, temperatura, calor, transferências de massas), produtores, consumidores e decompositores. Estabelecendo uma covalência entre todos estes fatores, surgem como método de regeneração material, os ciclos biogeoquímicos. A importância dos ciclos biogeoquímicos é fundamental para que prevaleça a continuidade do meio ambiente. Isto se dá pela exigência dos ecossistemas na obtenção de energia para a alimentação das atividades dos seres vivos. Contrariando-se hipoteticamente o Princípio de
  • 7. Lavoisier, se houvesse a destituição total da matéria após o processamento da mesma, a vida não mais existiria. Ademais, mesmo com a prevalência de tal Princípio, sem mecanismos de reparação material, os elementos químicos ficariam dispersos no meio ambiente, incapacitando a evolução da vida. Por fim, sem os ciclos biogeoquímicos, o curso total das águas, do ar, do carbono, do enxofre e de demais elementos não proporcionaria a continuidade da biosfera (Cairns, 1977). Atualmente, com as intervenções irregulares humanas, alguns ciclos biogeoquímicos estão sofrendo alterações significativas. A exploração de rochas fosfatadas gera graves problemas de poluição junto às minas fosfáticas. O uso do fósforo para produção de ácido fosfórico e fertilizantes causa problemas ao solo devido ao uso indevido e com as pluviosidades, as águas escorrem para os mananciais (Clarke, 1974). É sabido que os elementos fósforo e nitrogênio são aceleradores dos processos de eutrofização dos corpos d‟água. A eutrofização consiste no crescimento desordenado de algas e/ou outros vegetais aquáticos, estes que consomem oxigênio e elevam os níveis de DBO e DQO (Ferri, 1974). Os principais tipos de ciclos biogeoquímicos são o do nitrogênio, fósforo, enxofre, mercúrio, carbono e água (Odum, 1969). O nitrogênio é proveniente diretamente das células dos seres vivos, nas proteínas principalmente, como radical do tipo NH2. Este radical é oxidado após a sua liberação no meio ambiente, sendo então nitrificado, assumindo as formas de NO2- e NO3-(Murgel, 1987).Após isto, as plantas usam as formas de nitrogênio oxidadas para própria nutrição. As bactérias desnitrificantesdevolvem ao ar, o nitrogênio na forma de N2. Para que haja fechamento do ciclo do nitrogênio, as bactérias fixadoras de oxigênio, algas cianofíceas e raízes bulbares fixadoras de nitrogênio, o retiram do ar. Odum (1969) afirmou em seus trabalhos que o ar é a maior „caixa‟ de reserva de nitrogênio, assumindo a contagem de aproximadamente 80% em massa. Considerando os fenômenos de transferência de massa ocorridos entre água e gases e também fatores de solubilidade, as precipitações auxiliam vigorosamente na deposição de nitrogênio no solo. Entretanto, a intervenção do homem tem alterado o Ciclo do Nitrogênio devido à poluição, quando gases nitrogenados são lançados em grande excesso dos escapamentos dos veículos automotores. O NO2 é considerado um intermediário no processamento de nitrogênio pela natureza, mas o excesso deste causa um desequilíbrio, gerando um efeito atmosférico conhecido como smog fotoquímico. Este consiste no acastanhamento do céu devido à grandes quantidades de NO2 e traz consequências respiratórias e pluviométricas, uma vez que reações químicas com o vapor d‟água e oxigênio produzem ácido sulfúrico diluído, que com as chuvas, trazem problemas de corrosão e abaixamento abrupto do pH dos solos (Brittin, 1972). A água é o elemento inorgânico mais importante da natureza. A constituição mássica do homem possui em média mais de 63% de água (Murgel, 1987). Atuando como regulador de temperatura, a água também participa dos processos de transporte de nutrientes. Abundante em alguns lugares e escasso em outros, este elemento se faz como um fator limitante à sobrevivência dos animais quando não ocorre o fornecimento necessário (Ministério do Interior, 1977). O ciclo da água é aparentemente simples, pois consiste na precipitação pluviométrica, abastecimento dos corpos d‟água, consumo realizado por animais e plantas. Faz parte também, a evaporação natural por meio da energia solar, evapotranspiração, ascendência atmosférica, gerando o recarregamento das nuvens e novas precipitações. A água também se infiltra nos solos, indo até os lençóis freáticos. A devastação de florestas representa um problema associado ao ciclo da água, pois as precipitações caem sobre o solo, tornando-o poroso e factível ao cisalhamento mecânico. Em lugares onde o ciclo da água não atende às necessidades plenas, são construídos barragens, açudes, vertedouros, lagoas e outros reservatórios de superfície como forma de prover abastecimento (Rocha, 1972).
  • 8. O ciclo do carbono começa pelo excesso de gás carbônico (CO2) existente na atmosfera natural. Dados da NASA (Estados Unidos) afirmam que a atmosfera de Marte é puramente formada pelo gás. Na atmosfera terráquea, cerca de 80% é formado por nitrogênio gasoso e o restante por oxigênio gasoso, gás carbônico, gases nobres (Xenônio, Hélio, Argônio) e outros (Cairns, 1977). uma reposição efetiva de fósforo. Na ausência dele, os fertilizantes e ou outros produtos que derivem do mesmo, poderão sofrer inflação devido às baixíssimas produções pela indisponibilidade de fósforo (Klopper, 1973). O oxigênio, presente na atmosfera em mais de 20% em massa, é produzido pelas plantas e consumido pelos animais (Murgel, 1987). Depois de fixado pelas plantas após o processo de fotossíntese, o gás carbônico é reagido então com o vapor d‟água presente na atmosfera e com a interferência de luz solar, como catalisador de reação, é formado glicose e oxigênio gasoso (Murgel, 1987). A glicose é consumida por animais e pelo homem, devolvendo o CO2 na forma de respiração. Ao morrerem, estes indivíduos sofrem a ação de bactérias e fungos saprófitos, cedendo então carbono na forma de proteínas, carboidratos, metano e pequenos traços de carbono 14, um isótopo do elemento químico que possui natureza radioativa (Jackson, 1974). Participando de atividades ímpares para a sobrevivência dos seres vivos, o oxigênio é utilizado pelo homem para queimar glicose e produzir energia, consistindo em um mecanismo de respiração denominado de aeróbio (Ferri, 1974). O gás produzido pela combustão da glicose, o dióxido de carbono, é liberado para a atmosfera e sendo então capturado pelas plantas para que haja a promoção da fotossíntese. Outras formas de oxigênio também são encontradas na natureza, como os óxidos. A hematita (Fe2O3) é um minério muito importante utilizado na metalurgia, sendo que os usos do calor e de carvão, são aplicados As rochas sedimentares, os combustíveis fósseis e as plantas também são ricas fontes de carbono. A queima dos derivados de petróleo e o corte irregular de árvores, estas que funcionam como capturadoras de gás carbônico têm permitido o acúmulo de CO2 na atmosfera, causando desequilíbrios ambientais, desregulando o efeito estufa. para que haja a desoxidação e produção de ferro elementar (Costa e Silva, 1980). O ozônio, uma forma molecular do tipo O3, é outra variação do oxigênio. Os vegetais liberam fósforo para a natureza na forma oxidada, ou seja, fosfatos, por meio da decomposição orgânica. O grande reservatório de fósforo são as rochas, sendo então considerado um elemento finito (Murgel, 1987). O elemento fósforo é retirado por meio de erupções vulcânicas, processos erosivos e atividades humanas. Infelizmente, grandes quantidades do elemento vão para os mares, sedimentando nos fundos dos oceanos ou capturados por animais marinhos. Como as perdas de fósforo estão sendo muito relevantes em soma às explorações e havendo poucas restituições, estima-se que em alguns anos, vai faltar fósforo nas formas disponíveis. As atividades de peixes e aves, bem como o uso da água do mar não estão sendo capazes de garantir O ciclo do cálcio inicia a partir da desagregação física de rochas sedimentares do tipo calcárias, como chuvas, excesso de temperaturas altas, regime de infiltração de água e atividades bióticas. Raramente o cálcio é encontrado na forma elementar, mas sim como mármore, calcário e apatita (Murgel, 1987). Com as desagregações rochosas, o cálcio é transposto para o ambiente no fomento de corrigir a acidez dos solos, uma vez que este reage com a água e forma íons hidroxilas, funcionados de caráter básico. Os vegetais absorvem cálcio em várias modalidades, sendo a principal, o oxalato de cálcio. Os animais, com a ingestão de plantas e considerando também o perfil fágico do homem como consumidores finais ingerem cálcio, este que fará a constituição de ossos, dentes e corrente sanguínea, uma vez que o elemento é corretor de acidez do plasma. Ao findar, com a morte, a decomposição permite a devolução de cálcio para a natureza, fechando o seu ciclo (Klopper, 1973).
  • 9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] MURGEL, Samuel. ROCHA, Aristides. Elementos de Ciências do Ambiente, 2ª Edição, São Paulo, 1987. [2] CAVALCANTI, Clóvis. “Desenvolvimento sustentável e gestão dos recursos naturais: referências conceptuais e de política”. In: Programa de Comunicação Ambiental, CST. Educação, ambiente e sociedade. Serra: Companhia Siderúrgica de Tubarão, 2004. [3] SOUZA, Nali de J. de. Desenvolvimento Econômico. São Paulo: Atlas, 5º ed. Revisada, 2005. [4] BAITELO, Ricardo. A caminho da sustentabilidade energética: como desenvolver um mercado de renováveis no Brasil. Greenpeace Brasil, 2008. [5] VEIGA, José Eli da.Desenvolvimento sustentável: o desafio do século XXI. Rio de Janeiro: Garamond, 2005. [6] WORLD COMISSION ON ENVIROMENTAL AND DEVELOPMENT (WCED). Our common future. Oxford: Oxford University Press, 1987. [7] ALMEIDA, F. O bom negócio da sustentabilidade. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002. [8] ANDREWARTHA, H.G. 1971. Introduction to the Study of Animal Populations. Chicago Univ. Press, Chicago, EUA. [9] DAVIS, Mark, A; PERGL, Jan; TRUSCOTT, Anne-Marie; KOLLMANN, Johannes; BAKKER, Jan P; DOMENECH, Roser; PRACH, Karel; PRIEURRICHARD, Anne-Hélène; VEENEKLAAS, Roos M.; PYSEK, Petr; Del MORAL, Roger; HOBBS, Richard J.; COLLINS, Scott L.; PICKETT, Steward T. A.; REICH, Peter B. Vegetation change: areunifying concept in plant ecology. Perspectives in Plant Ecology, Evolution andSystematics, v. 7, n. 1, p. 69-76. Mar., 2005. [10] VAN ANDEL, Jelte; BAKKER, Jan. P.; GROOTJANS A. P. Mechanisms of Vegetation Succession: a review of concepts and perspectives. Acta botanicaneerlandica, v. 42, n. 4, p. 413-433, Dec., 1993. [11] VASCONCELLOS, A. Ecologia: Ecossistema e cadeia alimentar. USP, 1998. [12] BOWLER, Peter J. Historia Fontana de lasCienciasAmbientales. Trad: ELIER, Robert. Carretera-México: Fondo de Cultura Económica, 1998 p. 369-406. [13] AB'SABER, Aziz Nacib; TUNDISI, José Galizia; FORNERIS, Liliana; MARINO, Marilza Cordeiro; ROCHA, Odete; TUNDISI, Takako; SCHAEFFER-NOVELLI, Yara; VUONO, Yara Strufaldi de; WATANABE, Shigueo, ed. Sucessão. In: Academia de Ciências de Estado de São Paulo. Glossário de Ecologia. 2 ed. São Paulo: ACIESP, 1997. p. 221-222. [14] CEBALLOS, B. S. O. Utilização de indicadores microbiológicos na tipologia de ecossistemas aquáticos do trópico semi-árido. 1995. 192f. Tese (Doutorado) - Departamento de Hidráulica e Saneamento.Escola de Engenharia de São Carlos. Universidade de São Paulo, São Paulo. [15] HUTCHINSON, E.G. 1957. A treatise in limnology, v. 1. Wiley. [16] LEVIN, S. 1999. Fragile Dominion.Complexity and the Commons.Massachusetts, Perseus Books. [17] CASWELL, Hal. Community Structure: a neutral model analysis. Ecological Monographs: v. 46, n. 3, p. 327-354. Jul., 1976. [18] CHAVE, Jérôme. Neutral theory and community ecology.Ecology Letters, v. 7, p.241-253. 2004. [19] WIENER, N. 1948. Cybernetics, or control and communication in the animal and the machine.Cambridge, Massachusetts: The Technology Press; New York: JohnWiley & Sons, Inc. [20] FERREIRA, A.B.H. Novo dicionário da Língua Portuguesa, 2ª edição, Rio de Janeiro, 1986. [21] CAIRNS, J. Recovery and restoration of damaged ecosystems. Charlotteville, Universityof Virginia, 1977. [22] CLARKE, G.L. Elementos de Ecologia, Barcelona, Omega, 1974.
  • 10. [23] FERRI, M.G. Ecologia, São Paulo, 1974. [24] ODUM, E.P. Ecologia, São Paulo, 1969. [25] BRITTIN, W.E. Air and water pollution. Colorado Associated University Press, 1972. [26] BRASIL – Ministério do Interior. Programa de Estações Ecológicas, 1977. [27] ROCHA, A.A. Problemas ecológicos decorrentes da construção de barragens, São Paulo, 1972. [28] JACKSON, W. Man and environment, USA, 1974. [29] KLOPPER, P.H. Behaviour aspects of Ecology. New York, Prentice Hall, 1973. [30] COSTA E SILVA, A L. e MEI, P. R. Aços e ligas especiais. ABM, São Paulo, 1980.