2. LIBERDADE E SOBERANIA
Soberania diz respeito ao poder político e de decisão dentro
do território nacional, em especial no que se refere à defesa
dos interesses nacionais.
Liberdade é a condição daquele que é livre; capacidade de
agir por si próprio; autodeterminação; independência; e,
autonomia.
4. O conceito de nação é definido por certos aspectos culturais
de um povo, que os diferenciam em relação a todos os outros
povos. A língua, a comida, os costumes, as crenças, a cultura,
o modo de ser e as tradições são alguns dos aspectos que
fazem com que uma população se reconheça como
pertencente a uma mesma nação.
A esse sentimento de pertencimento a uma nação chamamos
de nacionalismo. O nacionalismo pode contribuir para a
autoestima dos povos e para ajudar a desenvolver nas pessoas
a vontade de melhorar o país.
8. BRASIL [COLÔNIA - IMPÊRIO]
Os ideais de emancipação chegaram à América portuguesa,
porém, diferentemente do que aconteceu na América
espanhola, o processo de independência não aconteceu por
meio de guerras contra a dominação metropolitana. No
território português, esse processo se manifestou por meio de
um gradual afrouxamento dos laços coloniais e com acordos
entre as elites brasileiras.
9. No final de 1807, D. João, príncipe regente de Portugal,
demais membros da Família Real portuguesa e membros da
Corte lusa, transferiram-se para o Brasil fugindo das tropas
francesas que invadiram Portugal.
10. Foram necessários oito naus, três fragatas, três brigues e duas
escunas para o transporte. Outros 4 navios da esquadra
britânica acompanhavam a corte.
Além das pessoas foram embarcados no dia 29 de novembro
de 1807, móveis, documentos, dinheiro, obras de arte e a real
biblioteca.
COM 62 BARCOS E MAIS DE 10 MIL A BORDO, A FAMÍLIA REAL
FUGIU DE PORTUGAL PARA O BRASIL
11. Ainda naquele 29 de novembro, dia da partida de Lisboa, a
esquadra portuguesa – composta por 19 navios – encontrou-
se com a frota britânica que a escoltaria até o Brasil – outras
13 embarcações. Essa deve ter sido uma cena monumental,
de ficar gravada para o resto da vida na memória de quem a
testemunhou: 32 barcos de guerra, mais uns 30 navios
mercantes, preparando-se para a travessia oceânica. Às três
horas da tarde, o comandante da Armada britânica, Sidney
Smith, ordenou uma salva de 21 tiros de canhão. Estava
marcado o início da penosa jornada da família real em
direção à colônia.
12. Travessia e chegada da Família Real
A viagem ocorreu em condições insalubres e durou 54 dias até Salvador
(BA), onde desembarcou no dia 22 de janeiro de 1808. Na capital baiana
foram recebidos com festas e ali permaneceram por mais de um mês.
No período em que esteve na Bahia, o Príncipe Regente assinou o Tratado
de Abertura dos Portos às Nações Amigas e criou a Escola de Cirurgia da
Bahia.
No dia 26 de fevereiro, a corte partiu para o Rio de Janeiro, que seria
declarada capital do Império.
A chegada no Rio de Janeiro ocorreu em 8 de março de 1808.
Havia poucos alojamentos disponíveis para acomodar a comitiva palaciana
e muitas residências foram solicitadas para recebê-los. Quartéis e
conventos também foram usados para acomodar a corte.
13. Pesquisa sobre a viagem da Família Real
para o Brasil.
1. Qual a distância, em quilômetros, de Portugal a Salvador e ao Rio
de Janeiro?
2. Qual é o tempo médio que hoje duram essas viagens por meio de
transporte marítimo e aéreo?
3. Quanto tempo a Família Real levou para realizar a viagem entre
1807 e 1808?
4. Qual tipo de navio os portugueses utilizaram para essa viagem?
14. Ao desembarcar na colônia, uma das primeiras medidas do príncipe
regente foi decretar a abertura dos portos do Brasil às nações
amigas.
Essa medida colocava fim ao chamado pacto colonial implantado
desde os primeiros tempos coloniais. Esse pacto tinha por objetivo
garantir aos portugueses o monopólio comercial do Brasil.
Ao abrir os portos às nações amigas, esse privilégio português
chegava ao fim e o Brasil poderia realizar transações comerciais com
muitos outros países, principalmente com a Inglaterra.
Em 1810, entraram em vigor alguns outros tratados de amizade e
comércio estabelecidos com os ingleses, cujos produtos chegavam ao
Brasil com impostos reduzidos.
15. Ainda em 1808, o governo fundou no Rio de Janeiro o Banco
do Brasil, que passou a emitir papel-moeda e a liberar
créditos, e autorizou a criação de indústrias manufatureiras,
algo proibido pela metrópole até então.
Outra mudança importante ocorreu em 1815, quando o Brasil
foi elevado à condição de Reino Unido de Portugal, Brasil e
Algarves, condição que não alterou o status político da
colônia. Para muitos historiadores, esse foi o marco inicial do
processo de emancipação política e administrativa do Brasil.
16. No ano de 1695 surgiu a primeira moeda
oficial do Brasil.
A primeira moeda do Brasil, o real, no plural
réis, que é diferente da atual unidade
monetária do país.
Ela foi utilizada entre os anos de 1695 e
1942, e, mesmo já no período republicano,
as moedas que circulavam ainda faziam
referência ao período monárquico do Brasil.
Em 1695 surgiram pela primeira vez as
moedas de 1.000, 2.000 e 4.000 réis, em
ouro, e de 20, 40, 80, 160, 320 e 640 réis, em
prata. Pode ser observado o símbolo do
Reino de Portugal e o nome de Pedro II Rei de
Portugal escrito em latim. O valor desta
moeda era de 640 réis e era chamada
também de patacão.
17. Perguntas sobre a primeira moeda do Brasil:
1. Alguém já viu uma moeda destas?
2. Qual é o símbolo que aparece nesta moeda?
3. Podemos identificar o valor desta moeda?
4. O que podemos ler na moeda?
5. O nome desta moeda refere-se a que tipo de governo?
6. Quais foram os tipos de governo exercidos no Brasil no
período que esta moeda (réis) foi utilizada no Brasil (1695 a
1942)?
18. Administração joanina
Em 1808, o Rio de Janeiro era uma cidade pequena, com uma
população de cerca de 60 mil pessoas e habitações precárias. A
chegada da Família Real alterou a rotina do local e foram
realizadas diversas reformas. Ruas e estradas foram
pavimentadas e alargadas, algumas praças ganharam chafarizes e
novas residências e prédios públicos foram construídos.
Nesse período, foram fundadas duas escolas médico-cirúrgicas,
uma em Salvador e outra no Rio de Janeiro. Foram também
criados, no Rio de Janeiro, a Imprensa Régia, a Biblioteca Real e
o Jardim Botânico.
19. A publicação de jornais, livros e panfletos estava proibida na
colônia e a criação da Imprensa Régia pôs fim à proibição.
Com ela, começou a ser publicado o jornal Gazeta do Rio de
Janeiro que divulgava apenas notícias e artigos a serviço do
governo.
A manutenção das despesas reais, o luxo da corte e todas as
outras novidades introduzidas pela Família Real eram pagas
pela população por meio de impostos, o que provocou
grande insatisfação popular.
22. A população pobre sofria com o aumento dos preços e
com a falta de emprego, o que agravava a insatisfação geral
não só dos habitantes do Rio de Janeiro, mas também de
outras regiões do Brasil.
Em Pernambuco, por exemplo, a população chegou a pegar
em armas, dando origem ao movimento emancipacionista
conhecido como Revolução Pernambucana (1817).
Os revoltosos chegaram a constituir um governo próprio e a
redigir uma constituição inspirada em princípios iluministas.
Ainda que as forças portuguesas tenham reprimido o
movimento, ele evidenciou como as tensões sociais cresciam
rapidamente na colônia portuguesa.
23. A vinda da Família Real para o Brasil provocou impacto
também para a população indígena que aqui vivia.
Em maio de 1808, o príncipe regente D. João assinou uma
carta régia que decretava a Guerra Justa contra os botocudos,
nome genérico dado a alguns grupos indígenas que ocupavam
o interior dos atuais estados de Minas Gerais, Espírito Santo e
Bahia.
O objetivo era liberar as terras em que esses indígenas viviam
para promover a colonização dessa região, o que acabou
acontecendo, apesar da forte resistência indígena.