SlideShare uma empresa Scribd logo
Hegel e Karl Marx e a contradição na concepção da História
Analisaroparadoxoconceitual presente entreessasduasconcepçõesdahistória,aduas
figurasenfaticamente paradigmáticas,oumelhor,adoismodelosde produçãodo
conhecimento,noslevaauma noção aproximadade comoas concepçõesde ambossão
contraditórias,se comparadasumacom a outra. Em um primeiroplanoHegel.Emsegundo
momentopartindode umacrítica ao modeloanteriorforamproduzidasasideiasde Marx.
Analisaropensamentohegelianoemrelaçãoàhistória,é retratá-lacomopossuidorade
um espíritopróprio.A histórianãoestariasubordinadaaação de particularidadesindividuais
ou coletivas,sobretudoasmassaspopularesnão teriamo poderde interferirnotranscurso
já estabelecidopelaprópriaciência.
Nesse casoemespecíficoHegel lançaasbasespara uma produçãoque seriamaistarde
elaboradapelomodelopositivista,que mesmose afastandoumpoucodaconcepçãode Hegel,
não seriamenostotalizante,onde asindividualidadesaté que seriampossuidorasdodom
peculiarde determinarosrumosdosacontecimentos,masessesindivíduosparticularesseriam
os líderespolíticos,osgrandeshomensde estado,e nãoossubalternosde umasociedade
plural.
A histórianosmoldesdopensamentohegelianotemvidaprópria,segue seurumode
maneiralineare jáestabelecidaemumaideiade particularidade invisível,ondeasproduções
dos Homensnadaafetariamesse ciclode existênciadaHistória.
No entantoKarl Marx parte de uma aversãoao modelohegeliano,esseporsuavez
concebe a históriacomosimplesresultadodasdiversasproduçõeshumanas.Aopartirda
análise doHomemcomoprincipal inspiraçãoemumprimeiromomentode seupensamento,
Marx define omaterialismohistórico,e insere nahistória,ainclusãodasmassaspopularesna
construçãoe constante transformaçãodoscursos da históriahumana.
Dessamaneira,ossujeitossingularesfazemparte daconstrução,e nãoexistiriauma
históriafictíciapossuidorade umespiritoprópriodeterminandoseusrumosatravésdos
tempos.Opensamentode Marx iriaresultarna análise econômicadosmodosde produção
dos sereshumanos,dessamaneirasurge acrítica marxistaaocapitalismo,poronde Marx irá
explicaromodode produção capitalistacomofrutode um processode transformaçãodos
modosque o antecederam.Destaforma,omodoasiático,o escravistaantigo,ofeudal,seriam
os modosque formularamatravésdostempososalicercesdocapitalismoatual.
Em relação ao pensamentode Marx,e sua influêncianaproduçãodo conhecimento
histórico,temososurgimentode umaanálise menostotalizante dahistória.Umavezque,o
sujeitosingular,emsuma,oproletariadoemumprimeiromomento,tornara-se maisum
objetode análise dohistoriador.Emsumao historiadormarxistaque buscariaaconsciência
dessaclasse,emculminânciacoma criação de ideaisrevolucionários.Partindosempreda
aversãoaos princípiosburguesese capitalistas –principal pontodiscutidoporKarl Max emsua
trajetórianaprodução de suas ideias.
Hegel e karl marx e a contradição na concepção da história

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Os sujeitos historicos ee joao aldeia
Os sujeitos historicos ee joao aldeiaOs sujeitos historicos ee joao aldeia
Os sujeitos historicos ee joao aldeia
Elisio Estanque
 
ANTROPOLOGIA_DA_INDIVIDUACAO_Estudos_sob.pdf
ANTROPOLOGIA_DA_INDIVIDUACAO_Estudos_sob.pdfANTROPOLOGIA_DA_INDIVIDUACAO_Estudos_sob.pdf
ANTROPOLOGIA_DA_INDIVIDUACAO_Estudos_sob.pdf
Beatriz Ribeiro
 

Mais procurados (11)

Uma leitura atual sobre a construção política e social na filosofia de Blaise...
Uma leitura atual sobre a construção política e social na filosofia de Blaise...Uma leitura atual sobre a construção política e social na filosofia de Blaise...
Uma leitura atual sobre a construção política e social na filosofia de Blaise...
 
Os sujeitos historicos ee joao aldeia
Os sujeitos historicos ee joao aldeiaOs sujeitos historicos ee joao aldeia
Os sujeitos historicos ee joao aldeia
 
3322 11573-1-pb categoria conflito
3322 11573-1-pb categoria conflito3322 11573-1-pb categoria conflito
3322 11573-1-pb categoria conflito
 
Dialética de Heraclito a Marx
Dialética de Heraclito a MarxDialética de Heraclito a Marx
Dialética de Heraclito a Marx
 
ANTROPOLOGIA_DA_INDIVIDUACAO_Estudos_sob.pdf
ANTROPOLOGIA_DA_INDIVIDUACAO_Estudos_sob.pdfANTROPOLOGIA_DA_INDIVIDUACAO_Estudos_sob.pdf
ANTROPOLOGIA_DA_INDIVIDUACAO_Estudos_sob.pdf
 
Guérin d.-marxismo-e-anarquismo
Guérin d.-marxismo-e-anarquismoGuérin d.-marxismo-e-anarquismo
Guérin d.-marxismo-e-anarquismo
 
Prolegômenos a uma nova teoria do espaço ficcional
Prolegômenos a uma nova teoria do espaço ficcionalProlegômenos a uma nova teoria do espaço ficcional
Prolegômenos a uma nova teoria do espaço ficcional
 
Karl marx
Karl marxKarl marx
Karl marx
 
Revista Contra a Corrente. N. 6
Revista Contra a Corrente. N. 6Revista Contra a Corrente. N. 6
Revista Contra a Corrente. N. 6
 
O entre lugar_e_os_estudos_culturais_-_marcos_souza
O entre lugar_e_os_estudos_culturais_-_marcos_souzaO entre lugar_e_os_estudos_culturais_-_marcos_souza
O entre lugar_e_os_estudos_culturais_-_marcos_souza
 
Daniel colson nietzsche e o anarquismo
Daniel colson nietzsche e o anarquismoDaniel colson nietzsche e o anarquismo
Daniel colson nietzsche e o anarquismo
 

Último

PERFIL M DO LUBANGO e da Administraçao_041137.pptx
PERFIL M DO LUBANGO e da Administraçao_041137.pptxPERFIL M DO LUBANGO e da Administraçao_041137.pptx
PERFIL M DO LUBANGO e da Administraçao_041137.pptx
tchingando6
 
5ca0e9_ea0307e5baa1478490e87a15cb4ee530.pdf
5ca0e9_ea0307e5baa1478490e87a15cb4ee530.pdf5ca0e9_ea0307e5baa1478490e87a15cb4ee530.pdf
5ca0e9_ea0307e5baa1478490e87a15cb4ee530.pdf
edjailmax
 
GRAMÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA UM GUIA COMPLETO DO IDIOMA.pdf
GRAMÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA UM GUIA COMPLETO DO IDIOMA.pdfGRAMÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA UM GUIA COMPLETO DO IDIOMA.pdf
GRAMÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA UM GUIA COMPLETO DO IDIOMA.pdf
rarakey779
 
curso-de-direito-administrativo-celso-antonio-bandeira-de-mello_compress.pdf
curso-de-direito-administrativo-celso-antonio-bandeira-de-mello_compress.pdfcurso-de-direito-administrativo-celso-antonio-bandeira-de-mello_compress.pdf
curso-de-direito-administrativo-celso-antonio-bandeira-de-mello_compress.pdf
LeandroTelesRocha2
 
05_Caderno_Algebra_Funcao_Logaritmica_Progressoes_2012 - 340 IMPRESSOS.pdf
05_Caderno_Algebra_Funcao_Logaritmica_Progressoes_2012 - 340 IMPRESSOS.pdf05_Caderno_Algebra_Funcao_Logaritmica_Progressoes_2012 - 340 IMPRESSOS.pdf
05_Caderno_Algebra_Funcao_Logaritmica_Progressoes_2012 - 340 IMPRESSOS.pdf
miguelfisica8479
 
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdfHans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
rarakey779
 

Último (20)

Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptxSlides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
 
PERFIL M DO LUBANGO e da Administraçao_041137.pptx
PERFIL M DO LUBANGO e da Administraçao_041137.pptxPERFIL M DO LUBANGO e da Administraçao_041137.pptx
PERFIL M DO LUBANGO e da Administraçao_041137.pptx
 
Apresentação de vocabulário fundamental em contexto de atendimento
Apresentação de vocabulário fundamental em contexto de atendimentoApresentação de vocabulário fundamental em contexto de atendimento
Apresentação de vocabulário fundamental em contexto de atendimento
 
Tesis de Maestría de Pedro Sousa de Andrade (Resumen).pdf
Tesis de Maestría de Pedro Sousa de Andrade (Resumen).pdfTesis de Maestría de Pedro Sousa de Andrade (Resumen).pdf
Tesis de Maestría de Pedro Sousa de Andrade (Resumen).pdf
 
5ca0e9_ea0307e5baa1478490e87a15cb4ee530.pdf
5ca0e9_ea0307e5baa1478490e87a15cb4ee530.pdf5ca0e9_ea0307e5baa1478490e87a15cb4ee530.pdf
5ca0e9_ea0307e5baa1478490e87a15cb4ee530.pdf
 
Desastres ambientais e vulnerabilidadess
Desastres ambientais e vulnerabilidadessDesastres ambientais e vulnerabilidadess
Desastres ambientais e vulnerabilidadess
 
Exercícios de Queda Livre e Lançamento Vertical.pptx
Exercícios de Queda Livre e Lançamento Vertical.pptxExercícios de Queda Livre e Lançamento Vertical.pptx
Exercícios de Queda Livre e Lançamento Vertical.pptx
 
PowerPoint Folha de cálculo Excel 5 e 6 anos do ensino básico
PowerPoint Folha de cálculo Excel 5 e 6 anos do ensino básicoPowerPoint Folha de cálculo Excel 5 e 6 anos do ensino básico
PowerPoint Folha de cálculo Excel 5 e 6 anos do ensino básico
 
Sequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental I
Sequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental ISequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental I
Sequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental I
 
América Latina: Da Independência à Consolidação dos Estados Nacionais
América Latina: Da Independência à Consolidação dos Estados NacionaisAmérica Latina: Da Independência à Consolidação dos Estados Nacionais
América Latina: Da Independência à Consolidação dos Estados Nacionais
 
História do Brasil e Geral - Cláudio Vicentino
História do Brasil e Geral - Cláudio VicentinoHistória do Brasil e Geral - Cláudio Vicentino
História do Brasil e Geral - Cláudio Vicentino
 
GRAMÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA UM GUIA COMPLETO DO IDIOMA.pdf
GRAMÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA UM GUIA COMPLETO DO IDIOMA.pdfGRAMÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA UM GUIA COMPLETO DO IDIOMA.pdf
GRAMÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA UM GUIA COMPLETO DO IDIOMA.pdf
 
curso-de-direito-administrativo-celso-antonio-bandeira-de-mello_compress.pdf
curso-de-direito-administrativo-celso-antonio-bandeira-de-mello_compress.pdfcurso-de-direito-administrativo-celso-antonio-bandeira-de-mello_compress.pdf
curso-de-direito-administrativo-celso-antonio-bandeira-de-mello_compress.pdf
 
CADERNO DO FUTURO 6- Apostila de Língua Portugesa
CADERNO DO FUTURO 6- Apostila de Língua PortugesaCADERNO DO FUTURO 6- Apostila de Língua Portugesa
CADERNO DO FUTURO 6- Apostila de Língua Portugesa
 
05_Caderno_Algebra_Funcao_Logaritmica_Progressoes_2012 - 340 IMPRESSOS.pdf
05_Caderno_Algebra_Funcao_Logaritmica_Progressoes_2012 - 340 IMPRESSOS.pdf05_Caderno_Algebra_Funcao_Logaritmica_Progressoes_2012 - 340 IMPRESSOS.pdf
05_Caderno_Algebra_Funcao_Logaritmica_Progressoes_2012 - 340 IMPRESSOS.pdf
 
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdfHans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
 
Aproveitando as ferramentas do Tableau para criatividade e produtividade
Aproveitando as ferramentas do Tableau para criatividade e produtividadeAproveitando as ferramentas do Tableau para criatividade e produtividade
Aproveitando as ferramentas do Tableau para criatividade e produtividade
 
Junho Violeta - Sugestão de Ações na Igreja
Junho Violeta - Sugestão de Ações na IgrejaJunho Violeta - Sugestão de Ações na Igreja
Junho Violeta - Sugestão de Ações na Igreja
 
"Está o lascivo e doce passarinho " de Luís Vaz de Camões
"Está o lascivo e   doce passarinho " de Luís Vaz de Camões"Está o lascivo e   doce passarinho " de Luís Vaz de Camões
"Está o lascivo e doce passarinho " de Luís Vaz de Camões
 
04_GuiaDoCurso_Neurociência, Psicologia Positiva e Mindfulness.pdf
04_GuiaDoCurso_Neurociência, Psicologia Positiva e Mindfulness.pdf04_GuiaDoCurso_Neurociência, Psicologia Positiva e Mindfulness.pdf
04_GuiaDoCurso_Neurociência, Psicologia Positiva e Mindfulness.pdf
 

Hegel e karl marx e a contradição na concepção da história

  • 1. Hegel e Karl Marx e a contradição na concepção da História Analisaroparadoxoconceitual presente entreessasduasconcepçõesdahistória,aduas figurasenfaticamente paradigmáticas,oumelhor,adoismodelosde produçãodo conhecimento,noslevaauma noção aproximadade comoas concepçõesde ambossão contraditórias,se comparadasumacom a outra. Em um primeiroplanoHegel.Emsegundo momentopartindode umacrítica ao modeloanteriorforamproduzidasasideiasde Marx. Analisaropensamentohegelianoemrelaçãoàhistória,é retratá-lacomopossuidorade um espíritopróprio.A histórianãoestariasubordinadaaação de particularidadesindividuais ou coletivas,sobretudoasmassaspopularesnão teriamo poderde interferirnotranscurso já estabelecidopelaprópriaciência. Nesse casoemespecíficoHegel lançaasbasespara uma produçãoque seriamaistarde elaboradapelomodelopositivista,que mesmose afastandoumpoucodaconcepçãode Hegel, não seriamenostotalizante,onde asindividualidadesaté que seriampossuidorasdodom peculiarde determinarosrumosdosacontecimentos,masessesindivíduosparticularesseriam os líderespolíticos,osgrandeshomensde estado,e nãoossubalternosde umasociedade plural. A histórianosmoldesdopensamentohegelianotemvidaprópria,segue seurumode maneiralineare jáestabelecidaemumaideiade particularidade invisível,ondeasproduções dos Homensnadaafetariamesse ciclode existênciadaHistória. No entantoKarl Marx parte de uma aversãoao modelohegeliano,esseporsuavez concebe a históriacomosimplesresultadodasdiversasproduçõeshumanas.Aopartirda análise doHomemcomoprincipal inspiraçãoemumprimeiromomentode seupensamento, Marx define omaterialismohistórico,e insere nahistória,ainclusãodasmassaspopularesna construçãoe constante transformaçãodoscursos da históriahumana. Dessamaneira,ossujeitossingularesfazemparte daconstrução,e nãoexistiriauma históriafictíciapossuidorade umespiritoprópriodeterminandoseusrumosatravésdos tempos.Opensamentode Marx iriaresultarna análise econômicadosmodosde produção dos sereshumanos,dessamaneirasurge acrítica marxistaaocapitalismo,poronde Marx irá explicaromodode produção capitalistacomofrutode um processode transformaçãodos modosque o antecederam.Destaforma,omodoasiático,o escravistaantigo,ofeudal,seriam os modosque formularamatravésdostempososalicercesdocapitalismoatual. Em relação ao pensamentode Marx,e sua influêncianaproduçãodo conhecimento histórico,temososurgimentode umaanálise menostotalizante dahistória.Umavezque,o sujeitosingular,emsuma,oproletariadoemumprimeiromomento,tornara-se maisum objetode análise dohistoriador.Emsumao historiadormarxistaque buscariaaconsciência dessaclasse,emculminânciacoma criação de ideaisrevolucionários.Partindosempreda aversãoaos princípiosburguesese capitalistas –principal pontodiscutidoporKarl Max emsua trajetórianaprodução de suas ideias.