1. UNIARAXA
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS.
DISCIPLINA: CONTABILIDADE INTERNACIONAL- 5° PERIODO
POR QUE HARMONIZAR
O desenvolvimento tecnológico acentuado na área de comunicações, o avanço nos meios
de transporte e o crescimento do comércio internacional fortalecem a interdependência
entre diversas nações, trazendo o fenômeno da globalização de mercados, aproximando
cada vez o mundo nas últimas décadas.
A contabilidade é a principal linguagem dos negócios, e esse processo de comunicação é
dificultado pela existência de diferenças internacionais no financial reporting.(relatórios
financeiros).
Como minimizar a questão das diferenças internacionais?
De uma forma geral, tanto em nível de empresas, entidades profissionais, clientes,
instituições de ensino, há um consenso favorável para uma harmonização de padrões
contábeis que facilite a comunicação e contribuam para reduzir as diferenças internacionais
no financial reporting, permitindo a comparabilidade das informações.
É verdade que o termo harmonização tem sido algumas vezes associado incorretamente
com “padronização” de normas contábeis. Harmonização é um processo que busca
preservar as particularidades inerentes a cada país, mas que permita reconciliar os
sistemas contábeis com outros países de modo a melhorar a troca de informações a serem
interpretadas e compreendidas, enquanto padronização é um processo de uniformização
de critérios não admitindo flexibilização.
HARMONIZAÇÃO CONTÁBIL
A globalização é uma realidade a despeito das críticas quanto suas conseqüências, e os
sistemas de informações em todos os níveis estão sendo moldados ou adaptados para
serem válidos em qualquer lugar do planeta. A Internet é o exemplo mais real do que se
pode chamar de mundo globalizado, e já não existem mais fronteiras: O capital financeiro
move- se na velocidade do som (quer dizer, das linhas telefônicas) e a informação é um
produto de consumo. Neste cenário, as informações produzidas pela contabilidade são
utilizadas para a tomada de decisões sobre alocação do capital de investidores em locais
diferentes de sua origem, muitas vezes em localização geográfica oposta. Mas para que as
informações contábeis possam ser úteis para o tomador de decisão econômica, principal
objetivo da contabilidade, é preciso diminuir as diferenças regionais para tornar-se uma
linguagem universal.
Diferentes modelos contábeis adotados em cada região do mundo pode resultar em
tendências diferentes sobre a performance de uma empresa, por exemplo, que a posição
extremamente conservadora da Alemanha em contraposição à subjetividade e a
flexibilidade do modelo Britânico apoiado no “True and Fair View” faz com que o lucro
mensurado por um ou outro modelo seja diferente, quando não divergente.
True e fair view, ou “Visão Justa e Verdadeira”, é um conceito de origem anglo-saxã que
está sendo incorporado às demonstrações contábeis das empresas multinacionais.
Julga-se natural o fato de que toda demonstração contábil espelhe uma visão justa e
verdadeira das contas das empresas, senão por que ela existiria? Afinal, um relatório contábil não é
concebido para ser “maquiado” ou transmitir falsas informações.
Mas, tal conclusão não é tão óbvia assim se considerarmos que existe mais de um
organismo internacional encarregado de emitir normas contábeis para empresas que operam fora
das fronteiras nacionais. O IASC (International Accounting Standards Board) e o FASB (Financial
Accounting Standards Board) são exemplos de organizações da espécie – a primeira está sediada
2. na Europa, enquanto a última, nos Estados Unidos. Pergunta-se, a essa altura: se a verdade
contábil não é uma só, o que seria então uma “visão justa e verdadeira”?
O mundo todo, preocupado com o modo de viabilizar o fluxo eficiente de capitais entre
países, mobiliza-se na tentativa de encontrar soluções de consenso, através da elaboração
de padrões internacionais de contabilidade e auditoria, desenvolvidos de um lado, pelo
Comitê Internacional de Normas Contábeis (Iasc - International Accounting Standard
Commitee) e por outro a Federação Internacional de Contadores (Ifac- International
Accounting Federation Commitee ) de Nova York. Segundo MOREIRA (26/02/99:c-8), “A
necessidade de um conjunto de normas genuinamente internacionais, para apresentação
de balanços e peças contábeis, intensificou-se com as recentes crises financeiras nos
países emergentes.
Em outubro o Banco Mundial (Bird) pediu às cinco grandes firmas de contabilidade e
auditoria não colocar seu nomes em balanços publicados nas economias asiáticas, a
menos que fossem preparados com base em padrões internacional”. Ainda, informa
MOREIRA, “a norma em preparação no Iasc será examinada em maio,(...), pela
Organização Internacional de valores Mobiliários (Iosco). Se aprovada a Iosco vai estimular
as comissões de valores nacionais a esforçar-se para incluí-las nas normas domésticas.
Isto exigirá mudanças na lei tributária e na lei societária, e levará tempo".
A idéia do IASC é de que a empresa, ou investidor, que preferir limitar-se a seu país,
continue seguindo a regra local. “Mas quem quer aventurar-se no exterior passará a ter um
referencial único para examinar os balanços.”
Neste contexto, a compreensão dos modelos de contabilidade adotados em cada país
permite um melhor entendimento quanto ao potencial de alterações que cada um destes
podem aceitar e se harmonizarem num modelo unificado (ou globalizado) diminuindo os
possíveis conflitos de utilizar um padrão que possa ferir valores culturais de um
determinado grupo social.
Pode-se dizer que a prática contábil tem se moldado no tempo e no espaço (aqui com
conotação geográfica) às necessidades de seus usuários, gerando vários modelos.
Foram analisadas as propostas de FRANK(1979) e de Rui MOTA(1990) de agrupamento
dos modelos contábeis segundo os padrões culturais , tendo sido observadas algumas
diferenças entre as classificações, sobretudo naquelas sociedades onde o modelo contábil
adotado encontrava-se em uma área fronteiriça entre dois modelos.
Fortes evidências para endossar o argumento da ascendência dos fatores ambientais e
culturais sobre a prática contábil, presente em várias pesquisas elencadas neste trabalho,
entre eles GRAY(1988), FRANK(1979), HOFSTEDE(1980), MOTA(1990), foram
encontradas nas analises dos modelos contábeis: Britânico, Norte Americano, da Europa e
América Latina, Brasileiro, da Europa do Norte e da Rússia e Estados Independentes. Em
cada um dos modelos analisados, o conjunto de práticas contábeis que compõe o sistema
em uso em cada sociedade, se formou através dos fatos históricos, ou seja, das
experiências práticas de cada grupo social e, portanto, o modelo contábil foi delineado em
conseqüência do modelo cultural e social.
Pôde-se constatar que valores sociais, culturais, tanto quanto os valores contábeis, não
são estáticos. Estão constantemente interagindo com o ambiente externo, através dos
relacionamentos comerciais entre países, da instalação de empresas multinacionais, da
globalização dos mercados de capitais. Já que a contabilidade é o produto do meio,
identificar e entender e prever como os fatores culturais e ambientais afetam a prática
contábil não pode ser negligenciado quando se pretende aperfeiçoar a Teoria Contábil e
desenvolver um modelo útil e que seja aplicável mundialmente. O sistema contábil
internacional, para ser eficiente, deve ser compatível com os valores contábeis de cada
país.
HARMONIZAÇÃO DAS PRÁTICAS CONTÁBEIS MUNDIAIS
Em janeiro de 2006, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e o Instituto dos Auditores
Independentes do Brasil (IBRACON) divulgaram o primeiro estudo sobre as principais
3. diferenças entre as Práticas Contábeis Adotadas no Brasil e as Normas Internacionais de
Contabilidade (IFRS), resultado de um trabalho comum integrado por profissionais das
duas entidades que se empenharam em analisar esses conjuntos de normas de
contabilidade e sumariar as principais diferenças existentes.
Este estudo tomou por base as práticas contábeis adotadas no Brasil, vigentes em
dezembro de 2005, bem como as IFRSs(Normas Internacionais de Relatorios Financeiros)
divulgadas pelo International Accounting Standards Board(Comitê das Normas
Internacionais de Contabilidade- (IASB)), entidade internacional responsável pela emissão
das Normas Internacionais de Contabilidade, na última edição disponível.
Apesar de as normas contábeis estarem em permanente processo de evolução e,
conseqüentemente, existirem estudos e processos em andamento para novas alterações,
tanto as locais quanto as internacionais, a edição de 2005 das IFRSs é considerada pelo
IASB como uma plataforma estável, de forma que foi considerada apropriada pelos
profissionais envolvidos no projeto para ser uma razoável base de comparação neste
momento.
Revisão por pares - peer-review
O Peer review é o processo que consiste na avaliação do trabalho dos cientistas pelos
seus pares. Na prática funciona (em linhas gerais) da seguinte forma:
1) O manuscrito é submetido a uma revista
2) Os editores da revista analisam se tem qualidade e ou interesse para o jornal em
questão
3) Se sim, mandam o manuscrito a 2 ou mais reviewers da área , isto é, pessoas que
tenham artigos publicados no campo de investigação do trabalho em questão
Todo este processo é normalmente sigiloso e apenas têm acesso aos manuscritos os
autores(!), os editores da revista e os reviewers a quem o manuscrito foi enviado. Neste
processo, os autores desconhecem a identidade dos reviewers mas estes sabem quem
são os autores (vai no manuscrito).
Aquelas publicações e prêmios que não passaram pela revisão paritária tendem a ser
vistos com desconfiança pelos acadêmicos e profissionais de várias áreas.
Cibely Almeida
Março/2012
Mãos a obra!!!!!!
1. Relacione Harmonização com Globalização.
A globalização é uma realidade a despeito das críticas quanto suas conseqüências, e
os sistemas de informações em todos os níveis estão sendo moldados ou adaptados
para serem válidos em qualquer lugar do planeta. Para que as informações contábeis
possam ser úteis para o tomador de decisão econômica, principal objetivo da
contabilidade, é preciso diminuir as diferenças regionais para tornar-se uma
linguagem universal, portanto a harmonização é fator preponderante na globalização
2. Como minimizar a questão das diferenças internacionais?
Diminuindo a disparidade de poder nas relações econômicas entre os países.
4. Atuando nas conversões das demonstrações contábeis do padrão brasileiro, para o
padrão internacional, ou seja, tratando as mudanças na contabilidade de forma
harmônica.
3. Em cada um dos modelos analisados, o conjunto de práticas contábeis que compõe
o sistema em uso em cada sociedade, se formou através dos fatos históricos, ou
seja, das experiências práticas de cada grupo social e, portanto, o modelo contábil
foi delineado em conseqüência do modelo cultural e social. Justifique.
A contabilidade, considerada a linguagem dos negócios, não poderia ser um
elo de ligação (comunicação) entre os diversos países se não respeitasse a
cultura, ambiente, geografia etc, de cada pais. É através da historia que
conhecemos o passado para tomar decisões no presente e fazer projeções
para o futuro.
4. Diferentes modelos contábeis adotados em cada região do mundo pode resultar em
tendências diferentes sobre a performance de uma empresa, o que isso implica na
harmonização?
Pôde-se constatar que valores sociais, culturais, tanto quanto os valores
contábeis, não são estáticos. Estão constantemente interagindo com o
ambiente externo, através dos relacionamentos comerciais entre países, da
instalação de empresas multinacionais, da globalização dos mercados de
capitais. Já que a contabilidade é o produto do meio, identificar e entender e
prever como os fatores culturais e ambientais afetam a prática contábil não
pode ser negligenciado quando se pretende aperfeiçoar a Teoria Contábil e
desenvolver um modelo útil e que seja aplicável mundialmente. O sistema
contábil internacional, para ser eficiente, deve ser compatível com os valores
contábeis de cada país. Harmonizar sim, porem respeitando as diferenças de
cada pais.
5. True e fair view, ou “Visão Justa e Verdadeira”, é um conceito de origem anglo-saxã que
está sendo incorporado às demonstrações contábeis das empresas multinacionais. Qual o
objetivo da aplicação deste conceito?
Julga-se natural o fato de que toda demonstração contábil espelhe uma visão justa e
verdadeira das contas das empresas, senão por que ela existiria? Afinal, um relatório
contábil não é concebido para ser “maquiado” ou transmitir falsas informações
6. O Peer review é o processo que consiste na avaliação do trabalho dos cientistas
pelos seus pares., como você vê esse processo dentro da auditoria Brasileira?
Há a constatação de que os auditores independentes exercem um papel
fundamental no aprimoramento da credibilidade da informação financeira, ao
opinarem se as demonstrações contábeis preparadas pela administração da
empresa realmente representam a situação financeira atual e o desempenho
passado da empresa auditada. E se para isto é necessário o processo de Peer
review e a nossa auditoria segue os padrões internacionais, esse processo é
fundamental no Brasil.