Conferência SC 24 | Estratégias de precificação: loja própria e marketplace
Os Google Glass e o impacto nos eventos
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OS GOOGLE GLASS
VÃO TER IMPACTO NA
MEETINGS INDUSTRY?
Espera-se que em 2014 os Google Glass cheguem aos consumidores finais. De que forma
este novo gadget pode impactar a meetings industry? Fomos tentar saber.
Ainda não estão no mercado, mas
já toda a gente fala deles. O que são,
afinal, os Google Glass? Parecem uns
óculos normalíssimos - e são usados
como se disso se tratassem, - a grande
diferença é que têm uma câmara, liga-
ção à Internet, e uma pequena tela onde
é visualizada a informação. É possível
tirar fotos, gravar vídeos, fazer video-
chamadas, obter direcções, mandar
e receber mensagens, pesquisar no
Google e traduzir textos. A marca prevê
que em 2014 o produto chegue ao mer-
cado – para já está em fase de testes.
Luís Rasquilha dedica-se na Ayr
Consulting à observação e antecipação
de tendências de mercado. Acredita que
os Google Glass vão mudar o sector dos
eventos e dos congressos. “A transfor-
mação tecnológica e de conectividade
que vivemos está orientada para que
novos gadgets e novas funcionalida-
des mudem modelos de actuacão. Os
Google Glass representam isso - uma
TECNOLOGIA
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WWW.EVENTPOINT.COM.PT
mudança comportamental assente
nesta transformação ou aumento ex-
ponencial da conectividade”, explica à
Event Point. E de que forma? O especia-
lista responde: “No acesso e partilha de
informação, na adição de experiências
e conteúdos prévios e posteriores ao
evento, e na forma de alargar o âmbito
do evento, que ultrapassa as fronteiras
físicas. Desde utilizar oradores que
estão fisicamente noutro lugar, a mo-
mentos que podem ser transmitidos,
partilhados, ou acompanhados em
tempo real, assistiremos a um conjunto
de novas utilizações”. Utilizações essas
que vão nascer na sequência da disse-
minação da ferramenta.
Luís Rasquilha vê vários aspectos positi-
vos no uso dos Google Glass em eventos.
Desde logo o aumento exponencial da
partilha e interacção. “A lógica é a de
acelerar o processo de conectar pessoas”.
Seguramente,LuísRasquilhavaiserum
utilizadordosGlass,incluindo-osnasua
actividadeenquantoorador.“Jáfizemos
umprimeirotesteprojectandoaimagem
daaudiênciavistadopalconumecrã
lateralaodaprojecção.Pelomenoséuma
experiênciadivertida.Masprocuraremos
optimizaressautilizaçãoàmedidaque
formosevoluindonoconhecimentodo
gadgetedassuaspotencialidades”,afirma.
Ernie Smith, jornalista do Associations
Now, escreve quais as principais poten-
cialidades do equipamento, depois de
o ter testado num evento nos Estados
Unidos. Uma delas é a possibilidade de
tirar fotografias às pessoas que vamos
conhecendo nos eventos ou nas confe-
rências e adicionar notas a cada uma.
Especialmente útil para quem tem difi-
culdade em lembrar-se de rostos. Ernie
Smith não sabe se isto é o futuro, mas
dá o benefício da dúvida. Se os Google
Glass forem bem sucedidos em algum
sector, diz ele, será mesmo no dos even-
tos. Traci Browne, da Event Tech Brief,
realça as potencialidades dos Glass nas
feiras, na demonstração de produtos e
serviços e na partilha com outras pes-
soas, por exemplo através de Hangout.
Isto significa que mais pessoas têm
acesso à informação.
A TER EM CONTA
Dede Mulligan, da Smart Source,
avisa no blogue da empresa que, se os
Google Glass se tornarem populares,
há que ter atenção à largura de banda
nos espaços para eventos. É que além
dos delegados levarem portáteis,
smartphones, tablets, vão passar a
levar este novo gadget e é mais uma
ferramenta a exigir Internet. Esta
responsável lembra ainda questões de
privacidade que necessitam ser acaute-
ladas. Os participantes têm, por exem-
plo, de saber que podem ser filmados
“de frente, de trás, dos lados durante
as conferências. Se isso já acontece
com os smartphones ou iPads, a dife-
rença é que as pessoas vêem o aparelho
e sabem que estão a ser filmadas”. Com
os Glass podem estar a ser filmadas
sem se aperceberem. No entender
de Luís Rasquilha, esta é “uma falsa
questão”. “É a mesma [questão] que
hoje qualquer smartphone tem, muda
apenas o device. Hoje posso fotografar
e filmar com um smartphone e colocar
online em qualquer rede. Os Google
Glass só aceleram esse processo”.
Outra questão que se levanta é a de
perceber se o uso do aparelho pode
prejudicar as relações interpessoais
nos eventos. A empresa americana
Attendify, que trabalha no sector das
aplicações móveis para eventos, reflec-
tiu sobre este assunto. “Ao concentrar-
-se nos Glass, a atenção do utilizador
muda de uma forma muito notória,
causando disrupção nas conversas e,
no contexto dos eventos, criando uma
interacção muito estranha com alguém
que se calhar acabou de conhecer”, es-
creve a empresa no blogue. No fundo,
em vez de aproximar, o aparelho pode
afastar as pessoas. E a ideia de fazer
eventos é exactamente a contrária.
Terão que aparecer uma espécie de
Glass-Free Zones para fomentar o
networking em eventos?
APLICAÇÃO PARA
MODERADORES
APRESENTADA NA
FRESH 2014
A sli.do lançou na mais recente edição
da Fresh Conference a primeira apli-
cação Google Glass para moderadores
de eventos. A aplicação permite aos
moderadores estar a par das principais
questões colocadas pelo público. A
solução foi experimentada durante a
conferência e vai estar disponível para
clientes seleccionados da sli.do antes
de estar acessível ao restante público.
VAI À WTM? QUER
EXPERIMENTAR OS
GLASS?
A Mooveteam, empresa espanhola no
sector das tecnologias para eventos, so-
bretudo ao nível dos jogos, integrou os
Google Glass na sua última participação
na EIBTM e pretende voltar a fazê-lo na
WTM América Latina. Os visitantes da
feira vão poder experimentar os Google
Glass na Innovation Zone Play Area.
Além disso, a empresa vai dar algumas
formações de 20 minutos sobre a fer-
ramenta. A feira, de que a Event Point é
media partner, realiza-se de 23 a 25 de
Abril, em São Paulo.
TECNOLOGIA