Este documento discute a paixão russa pela destruição através da lente do anarquismo. Figuras como Bakunin e Kropotkin promoveram ideias anarquistas na Rússia no século XIX que defendiam a destruição do Estado czarista e da sociedade burguesa. No entanto, havia desacordo sobre os métodos, com Tolstoi defendendo a não-violência e outros apoiando ações terroristas. O anarquismo teve um papel na Revolução Russa, mas foi minimizado pela historiografia sovi
1) O documento discute as relações entre anarquismo e marxismo, analisando como o pensamento de Marx e Engels evoluiu ao longo do tempo e como foi distorcido por sucessores.
2) Aponta que o anarquismo construtivo e coletivista se aproxima mais do marxismo original do que outras vertentes anarquistas.
3) Discute como anarquistas e marxistas influenciaram-se mutuamente no passado, com Bakunin traduzindo O Capital e Proudhon influenciando o jovem Marx
Este documento resume o livro "A Teoria do Romance" de Georg Lukács. O livro é considerado um clássico do estudo do gênero romance e aplica conceitos da filosofia de Hegel à estética. Embora Lukács tenha posteriormente se distanciado da obra devido à sua adesão ao marxismo, o livro permaneceu uma referência fundamental para reflexões estéticas, inclusive as de inspiração marxista.
A teoria da Historia e o romance historico em LukacsCarlo Romani
O documento discute a teoria da história após a Revolução de 1848. A revolução levou a uma reorientação dos objetivos burgueses de democracia revolucionária para um liberalismo de compromisso. Isso levou a uma revisão das concepções de progresso histórico, com ênfase na evolução linear em vez do conflito dialético. Muitos historiadores e escritores adotaram visões a-históricas, negando a transformação social. Isso influenciou os romances históricos da época, como Salammbô de
Este documento discute as origens e contexto do Romantismo. O movimento surgiu na Europa no século 18 em meio à ascensão da burguesia e da Revolução Francesa. Isso levou a uma maior liberdade de expressão e um novo público leitor mais amplo. O Romantismo enfatizou o individualismo, o sentimentalismo e o culto à natureza como uma reação contra a racionalidade da era clássica.
Algumas Palavras aos meus Jovens Irmãos da Rússia - Mikhail BakuninBlackBlocRJ
1) O documento discute a influência de Bakunin na juventude revolucionária russa no século XIX, incentivando-os a "ir ao povo" e lutar pela liberdade e socialismo de forma descentralizada.
2) A carta "Algumas palavras aos meus jovens irmãos da Rússia", escrita por Bakunin em 1869, encorajava a juventude a se colocar na vanguarda dos movimentos populares contra o Império Russo de forma abnegada.
3) Bakunin argumenta que a força da
1) O documento descreve as origens e contexto do Romantismo, incluindo a ascensão da burguesia e os efeitos da Revolução Francesa na liberdade de expressão e no surgimento de um novo público leitor.
2) As principais características do Romantismo incluem o individualismo, o sentimentalismo e o culto à natureza. Os românticos glorificavam o singular e o íntimo e viam os sentimentos como mais importantes que a racionalidade.
3) Formas de evasão como o isolamento na natureza er
O prólogo de Herbert Marcuse analisa o 18 de Brumário de Marx, destacando como a obra antecipou a dinâmica da sociedade burguesa tardia e a liquidação de seu período liberal. Marx mostra como a república parlamentarista se transforma em um aparato político-militar autoritário sob Luís Bonaparte, à medida que a burguesia não consegue mais tomar decisões por conta própria. O movimento socialista também entra em declínio nessa fase. Marcuse explica como a sociedade burguesa acaba optando
“O que é a autoridade? E a força inevitável das leis naturais que se manifestam no encadeamento e na sucessão fatal dos fenômenos do mundo físico e do mundo social? Efetivamente, contra estas leis, a revolta é não somente proibida, é também impossível. Podemos conhecê-las mal, ou ainda não conhecê-las, mas não podemos desobedecê-las porque elas constituem a base e as próprias condições de nossa existência: elas nos envolvem, nos penetram, regulam todos os nossos movimentos, pensamentos e atos; mesmo quando pensamos desobedecê-las, não fazemos outra coisa que manifestar sua onipotência.
1) O documento discute as relações entre anarquismo e marxismo, analisando como o pensamento de Marx e Engels evoluiu ao longo do tempo e como foi distorcido por sucessores.
2) Aponta que o anarquismo construtivo e coletivista se aproxima mais do marxismo original do que outras vertentes anarquistas.
3) Discute como anarquistas e marxistas influenciaram-se mutuamente no passado, com Bakunin traduzindo O Capital e Proudhon influenciando o jovem Marx
Este documento resume o livro "A Teoria do Romance" de Georg Lukács. O livro é considerado um clássico do estudo do gênero romance e aplica conceitos da filosofia de Hegel à estética. Embora Lukács tenha posteriormente se distanciado da obra devido à sua adesão ao marxismo, o livro permaneceu uma referência fundamental para reflexões estéticas, inclusive as de inspiração marxista.
A teoria da Historia e o romance historico em LukacsCarlo Romani
O documento discute a teoria da história após a Revolução de 1848. A revolução levou a uma reorientação dos objetivos burgueses de democracia revolucionária para um liberalismo de compromisso. Isso levou a uma revisão das concepções de progresso histórico, com ênfase na evolução linear em vez do conflito dialético. Muitos historiadores e escritores adotaram visões a-históricas, negando a transformação social. Isso influenciou os romances históricos da época, como Salammbô de
Este documento discute as origens e contexto do Romantismo. O movimento surgiu na Europa no século 18 em meio à ascensão da burguesia e da Revolução Francesa. Isso levou a uma maior liberdade de expressão e um novo público leitor mais amplo. O Romantismo enfatizou o individualismo, o sentimentalismo e o culto à natureza como uma reação contra a racionalidade da era clássica.
Algumas Palavras aos meus Jovens Irmãos da Rússia - Mikhail BakuninBlackBlocRJ
1) O documento discute a influência de Bakunin na juventude revolucionária russa no século XIX, incentivando-os a "ir ao povo" e lutar pela liberdade e socialismo de forma descentralizada.
2) A carta "Algumas palavras aos meus jovens irmãos da Rússia", escrita por Bakunin em 1869, encorajava a juventude a se colocar na vanguarda dos movimentos populares contra o Império Russo de forma abnegada.
3) Bakunin argumenta que a força da
1) O documento descreve as origens e contexto do Romantismo, incluindo a ascensão da burguesia e os efeitos da Revolução Francesa na liberdade de expressão e no surgimento de um novo público leitor.
2) As principais características do Romantismo incluem o individualismo, o sentimentalismo e o culto à natureza. Os românticos glorificavam o singular e o íntimo e viam os sentimentos como mais importantes que a racionalidade.
3) Formas de evasão como o isolamento na natureza er
O prólogo de Herbert Marcuse analisa o 18 de Brumário de Marx, destacando como a obra antecipou a dinâmica da sociedade burguesa tardia e a liquidação de seu período liberal. Marx mostra como a república parlamentarista se transforma em um aparato político-militar autoritário sob Luís Bonaparte, à medida que a burguesia não consegue mais tomar decisões por conta própria. O movimento socialista também entra em declínio nessa fase. Marcuse explica como a sociedade burguesa acaba optando
“O que é a autoridade? E a força inevitável das leis naturais que se manifestam no encadeamento e na sucessão fatal dos fenômenos do mundo físico e do mundo social? Efetivamente, contra estas leis, a revolta é não somente proibida, é também impossível. Podemos conhecê-las mal, ou ainda não conhecê-las, mas não podemos desobedecê-las porque elas constituem a base e as próprias condições de nossa existência: elas nos envolvem, nos penetram, regulam todos os nossos movimentos, pensamentos e atos; mesmo quando pensamos desobedecê-las, não fazemos outra coisa que manifestar sua onipotência.
O documento apresenta biografias de importantes escritores russos como Franz Kafka, Fiódor Dostoiévski, Leon Tolstói e Mikhail Bakhtin. Detalha aspectos de suas vidas e obras, influências recebidas e exercidas, principais conceitos desenvolvidos.
Algumas palavras a_meus_jovens_irmaos_da_russiamoratonoise
Este documento apresenta uma carta escrita por Mikhail Bakunin em 1869 dirigida à juventude revolucionária russa. Nele, Bakunin elogia a coragem e resistência dos jovens diante da repressão do governo czarista. Ele argumenta que a luta deles não é mera rebeldia juvenil, mas expressa uma necessidade vital do povo russo. Bakunin incentiva os jovens a "ir ao povo", trabalhando e lutando ao lado dos camponeses e operários para derrubar o Império Russo.
A Revolução Russa de 1917 começou com a Revolução de Fevereiro que derrubou o regime czarista e estabeleceu um governo provisório. Entretanto, os bolcheviques liderados por Lênin se opuseram a este governo por ele não ser socialista o suficiente, defendendo em suas Teses de Abril o fim da guerra, reforma agrária e poder total aos sovietes. Em outubro, os bolcheviques tomaram o poder através da Revolução de Outubro, dando início ao primeiro Estado socialista no mundo
O documento descreve a ascensão e queda do comunismo na Rússia no início do século XX. Detalha as divisões entre bolcheviques e mencheviques no Partido Operário Social-Democrata da Rússia e como Lenin e os bolcheviques tomaram o poder após a Revolução de Outubro de 1917, levando à Guerra Civil Russa.
Exercício GABARITO para 9ª ano dissertativo REVOLUÇÃO RUSSA.docxRAFAELASCARI1
O documento descreve a situação da Rússia antes da Revolução de 1917, incluindo sua economia agrária e atrasada, governo autocrático sob o czar Nicolau II, e as condições miseráveis da população. Também discute a divisão do Partido Operário Social-Democrata Russo em facções menchevique e bolchevique em 1903.
Destaques Enciclopédia 22-12-2014 a 28-12-2014Umberto Neves
Este documento fornece um resumo dos principais acontecimentos históricos de 22 de dezembro de 2014, bem como biografias resumidas de figuras importantes nascidas ou falecidas nesta data. As informações são baseadas principalmente na Wikipédia e outras fontes on-line.
O documento descreve o contexto histórico e artístico do Realismo e do Naturalismo na segunda metade do século XIX. Apresenta como essas correntes refletiam as transformações sociais trazidas pela Revolução Industrial e pelo capitalismo, retratando de forma crítica a sociedade da época através de obras focadas no cotidiano e na condição humana. Também destaca autores e características dessas correntes na literatura brasileira.
O documento apresenta um resumo da biografia e do pensamento do anarquista russo Mikhail Bakunin, destacando sua influência no desenvolvimento do anarquismo como ideologia, teoria e estratégia revolucionária no século XIX. Discutem-se suas principais obras e atuação na Associação Internacional dos Trabalhadores, onde defendeu posições antiautoritárias em oposição ao marxismo. Apesar de sua importância histórica, o pensamento de Bakunin é pouco conhecido no Brasil, sendo al
Um outro olhar sobre stálin - Ludo MartensJohnny Ribeiro
Este documento apresenta um prefácio de Carlos Costa à edição portuguesa do livro "Um Outro Olhar Sobre Stáline" de Ludo Martens, que analisa a figura de Stáline e desmonta as principais mentiras sobre ele. Inclui também uma nota do tradutor sobre a importância da obra para compreender a história da União Soviética.
O documento resume a literatura do pré-modernismo no Brasil entre 1902 e 1922. O pré-modernismo representou uma transição entre a tradição literária do século XIX e a modernidade, mesclando estilos antigos e novos. Abordou temas como a denúncia da realidade brasileira, o regionalismo e os tipos humanos marginalizados. Alguns autores principais foram Graça Aranha, Euclides da Cunha e Monteiro Lobato, que retrataram a sociedade brasileira de forma crítica em obras como Canaã, Os Sert
Considerações acerca da poesia de Chacal e a geração da poesia marginal, surgida no início dos anos 1970. Aula preparada para turma de 3ª série do Ensino Médio.
O documento apresenta biografias de importantes pensadores anarquistas e militantes libertários como William Godwin, Pierre-Joseph Proudhon, Mikhail Bakunin, Max Stirner, Liev Tolstoi e Piotr Kropotkin. Resume brevemente as principais ideias e contribuições de cada um para o desenvolvimento do pensamento anarquista ao longo dos séculos XIX e XX.
Literatura do Romantismo e Pré Rafaelitashcaslides
O documento discute o movimento literário Romantismo na Europa no século 18 e 19, incluindo características, autores e obras importantes. Aborda a Irmandade Pré-Rafaelita e a pintura "Ofélia Morta" de John Everett Millais.
O documento descreve o contexto e origens do Romantismo na Europa. A ascensão da burguesia levou a maior liberdade de expressão e alfabetização, criando um novo público leitor para os escritores românticos. O movimento se caracterizou pelo individualismo, sentimentalismo e culto à natureza, com ênfase nos sentimentos e na subjetividade contra a racionalidade clássica.
O documento relata trechos do último diário escrito por Zalmen Gradowsky em abril de 1944 no campo de concentração de Auschwitz. Ele descreve sua vida desde o gueto, a deportação e seu trabalho no Sonderkommando, grupo de judeus forçados a retirar corpos das câmaras de gás. O documento também menciona uma revolta liderada por membros do Sonderkommando que explodiu um crematório em outubro de 1944.
1. O documento descreve os crimes e atrocidades cometidos pelos regimes comunistas ao redor do mundo no século XX, resultando em cerca de 100 milhões de mortes.
2. Os regimes comunistas utilizaram o terror como principal instrumento para tomar e manter o poder, incluindo massacres em larga escala, deportações, fome e repressão de opositores.
3. O livro fornece detalhes sobre os crimes cometidos na União Soviética, China, Coreia do Norte, Camboja e outros países sob regimes comunistas
Sobre as Origens e o Desenvolvimento do Estado Moderno no Ocidente.pdfAntonioVieira539017
Este documento discute as origens e desenvolvimento do Estado moderno no Ocidente segundo diferentes teóricos como Marx, Weber e Clastres. Apresenta que para Marx o Estado surge com a divisão das sociedades em classes enquanto para Weber o Estado moderno se desenvolveu plenamente apenas no século XVIII com instituições racionais. Por fim, discute a ausência de consenso entre historiadores sobre o momento exato do surgimento do Estado moderno.
As contribuições de Walter Benjamim no que se refere à teoria materialista da...aa. Rubens Lima
Pesquisa sobre as contribuições de Walter Benjamim no que se refere à teoria materialista da arte.
Também, a critica de Theodor Wiesengrund-Adorno ao otimismo de Benjamim diante da função revolucionária da arte cinematográfica.
O documento descreve o contexto histórico e literário pré-modernista no Brasil, marcado por conflitos políticos, sociais e culturais. A sociedade brasileira da época estava dividida entre forças conservadoras, representando o passado, e novas forças sociais emergentes, representando a necessidade de mudança. Obra de Euclides da Cunha, Os Sertões retrata de forma dramática o conflito de Canudos e questiona as visões deterministas e preconceituosas da época sobre o Nordeste e
Plataforma internacional do_anarquismo_revolucionariomoratonoise
1) O documento apresenta os fundamentos do pensamento bakuninista no contexto da Primeira Internacional dos Trabalhadores no século XIX.
2) Defende que o materialismo histórico de Bakunin fornece uma análise crítica da sociedade para orientar a prática revolucionária.
3) Aponta que o bakuninismo se opõe ao idealismo burguês e defende que o único valor é o trabalho coletivo, em oposição aos salários individuais do capitalismo.
Pietro ferrua a breve existência da seção brasileira do centro internacional ...moratonoise
1. O documento descreve a breve existência da seção brasileira do Centro Internacional de Pesquisas sobre o Anarquismo (C.I.R.A. Brasil) entre 1967 e 1969.
2. O C.I.R.A. Brasil realizou atividades como manter correspondência com militantes e grupos anarquistas de vários países, colaborar com editoras para publicar obras sobre anarquismo e reunir documentos para pesquisa.
3. No entanto, as atividades do grupo foram dificultadas pela ditadura militar no
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O documento descreve o contexto histórico e artístico do Realismo e do Naturalismo na segunda metade do século XIX. Apresenta como essas correntes refletiam as transformações sociais trazidas pela Revolução Industrial e pelo capitalismo, retratando de forma crítica a sociedade da época através de obras focadas no cotidiano e na condição humana. Também destaca autores e características dessas correntes na literatura brasileira.
O documento apresenta um resumo da biografia e do pensamento do anarquista russo Mikhail Bakunin, destacando sua influência no desenvolvimento do anarquismo como ideologia, teoria e estratégia revolucionária no século XIX. Discutem-se suas principais obras e atuação na Associação Internacional dos Trabalhadores, onde defendeu posições antiautoritárias em oposição ao marxismo. Apesar de sua importância histórica, o pensamento de Bakunin é pouco conhecido no Brasil, sendo al
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O documento resume a literatura do pré-modernismo no Brasil entre 1902 e 1922. O pré-modernismo representou uma transição entre a tradição literária do século XIX e a modernidade, mesclando estilos antigos e novos. Abordou temas como a denúncia da realidade brasileira, o regionalismo e os tipos humanos marginalizados. Alguns autores principais foram Graça Aranha, Euclides da Cunha e Monteiro Lobato, que retrataram a sociedade brasileira de forma crítica em obras como Canaã, Os Sert
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Literatura do Romantismo e Pré Rafaelitashcaslides
O documento discute o movimento literário Romantismo na Europa no século 18 e 19, incluindo características, autores e obras importantes. Aborda a Irmandade Pré-Rafaelita e a pintura "Ofélia Morta" de John Everett Millais.
O documento descreve o contexto e origens do Romantismo na Europa. A ascensão da burguesia levou a maior liberdade de expressão e alfabetização, criando um novo público leitor para os escritores românticos. O movimento se caracterizou pelo individualismo, sentimentalismo e culto à natureza, com ênfase nos sentimentos e na subjetividade contra a racionalidade clássica.
O documento relata trechos do último diário escrito por Zalmen Gradowsky em abril de 1944 no campo de concentração de Auschwitz. Ele descreve sua vida desde o gueto, a deportação e seu trabalho no Sonderkommando, grupo de judeus forçados a retirar corpos das câmaras de gás. O documento também menciona uma revolta liderada por membros do Sonderkommando que explodiu um crematório em outubro de 1944.
1. O documento descreve os crimes e atrocidades cometidos pelos regimes comunistas ao redor do mundo no século XX, resultando em cerca de 100 milhões de mortes.
2. Os regimes comunistas utilizaram o terror como principal instrumento para tomar e manter o poder, incluindo massacres em larga escala, deportações, fome e repressão de opositores.
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Pierre joseph proudhon sobre o princípio da associaçãomoratonoise
O documento discute o princípio da associação como solução revolucionária proposta por alguns teóricos. O autor argumenta que a associação não é um princípio diretor nem uma força industrial, e sim um dogma rígido que leva a sistemas excludentes em vez de progredir a sociedade. A associação por si só não tem poder de organização ou produção.
1) Os anarquistas continuaram ativos e influentes nos sindicatos de São Paulo nos anos 1930, contrariando a visão de que o movimento anarquista havia declinado nessa época.
2) A Federação Operária de São Paulo (FOSP), de orientação anarquista, exercia influência sobre diversos sindicatos importantes em São Paulo nos anos 1930.
3) Apesar da perda gradual de influência nos sindicatos devido à repressão policial e disputas políticas, os anarquistas permaneceram ativos por meio de publicações,
1) O documento discute a organização da sociedade sem autoridade, substituindo o sistema político-religioso por um sistema econômico baseado na livre associação e contratos voluntários.
2) Esse novo sistema teria como princípios a igualdade, liberdade, progresso contínuo e harmonia de interesses em vez de antagonismos.
3) A organização industrial espontânea substituiria o governo, centralizando a sociedade através de acordos econômicos em vez de leis e hierarquias políticas.
1) O documento apresenta informações sobre o autor Pierre-Joseph Proudhon e sobre seu livro Sistema das Contradições Econômicas ou Filosofia da Miséria. 2) Proudhon era um operário francês que se tornou um dos primeiros teóricos anarquistas. 3) O livro, publicado originalmente em 1846, analisa as contradições do sistema econômico da época e defende uma visão socialista.
1. O autor discute as idéias de governo direto, legislação direta e governo simplificado propostas por outros pensadores como Rittinghausen, Considerant e Ledru-Rollin. Ele argumenta que essas idéias na verdade não superam o princípio do governo, apenas o reduzem ao absurdo.
2. A sociedade está progredindo para além da necessidade de qualquer forma de governo, seja ele direto ou indireto, devido ao avanço das idéias e complexidade dos interesses humanos.
3. Ao negar completamente o gover
Republica francesa federacao_revolucionaria_das_comunasmoratonoise
O documento propõe a abolição do Estado francês e o estabelecimento de uma Federação Revolucionária de Comunas após a derrota da França na guerra contra a Prússia. Os comitês federados de cada comuna exerceriam o poder e enviariam delegados para uma Convenção Revolucionária em Lyon para organizar a defesa do país. Bakunin acreditava que apenas o povo organizado revolucionariamente poderia salvar a França da situação desastrosa em que se encontrava.
A empresa está enfrentando desafios financeiros devido à queda nas vendas e precisa cortar custos. O diretor financeiro recomenda demitir funcionários para economizar em folha de pagamento ou negociar reduções salariais para evitar demissões.
Proudhon analisa as contradições econômicas da propriedade privada e outras instituições sociais. Ele argumenta que cada elemento econômico, como a propriedade, tem aspectos positivos e negativos. A solução é equilibrar esses elementos contraditórios através da síntese, para evitar a miséria e a proletarização. Seu método busca estabelecer o ativo e o passivo de cada instituição social na "contabilidade transcendente" da sociedade.
O documento discute como o sistema capitalista leva à exploração do trabalho e à pobreza do proletariado. Afirma que a propriedade e o capital significam o direito de viver à custa do trabalho alheio, forçando os trabalhadores a venderem sua força de trabalho pelo menor preço possível sob a ameaça da fome. Isso mantém o ciclo de pobreza e exploração do proletariado.
O documento define ideologia como uma estrutura conceitual que serve dois propósitos: 1) propor um objetivo ou modelo social a ser alcançado e 2) fornecer elementos conceituais para entender a realidade. Ideologias são sistemas de representações que permitem pensar criticamente sobre a sociedade e direcionar a ação política.
O documento discute os problemas da propriedade privada e como ela leva à exploração e empobrecimento dos trabalhadores. A propriedade privada permite que os proprietários cobrem aluguéis cada vez maiores, forçando os trabalhadores a produzirem mais com menos para pagar. Isso os leva à dívida e eventual ruína. A propriedade privada é impossível porque destrói a sociedade através da espoliação e assassinato dos trabalhadores.
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1) O documento discute os fatores essenciais da produção (trabalho, terra e maquinaria) e como o sistema capitalista não os aproveita de forma eficiente, gerando desperdício e desemprego.
2) Defende uma economia socializada na qual os meios de produção pertencem à comunidade e são geridos pelos trabalhadores para atender às necessidades das pessoas.
3) Argumenta que apenas o trabalho humano, físico ou intelectual, é produtivo e deve ser remunerado, enquanto outras formas de renda como j
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Este documento resume as discussões e decisões do 4o Congresso Operário do Rio Grande do Sul sobre a organização dos trabalhadores. Houve debates entre os que defendiam a organização sindical e os que preferiam associações proletárias. Foi decidido criar uma "Federação Operária Regional Gaúcha" e um "Comitê de Reorganização da Confederação Operária Brasileira" para publicar o jornal "A Voz do Trabalhador".
O documento é uma introdução de Nicolau Maquiavel ao seu livro "O Príncipe". Ele dedica a obra a Lourenço de Médici, filho de Pedro de Médici, oferecendo seus conhecimentos sobre governar principados adquiridos ao longo de sua vida. Maquiavel explica que não enfeitou a obra com ornamentos, mas sim focou na variedade da matéria e gravidade do assunto.
O documento discute os princípios do anarquismo. Afirma que o anarquismo defende a liberdade individual e social através de uma sociedade livre e igualitária sem estado. Também argumenta que o anarquismo está relacionado à natureza humana e à consciência da opressão e injustiça na sociedade moderna.
Neno vasco concepção anarquista do sindicalismomoratonoise
A empresa está enfrentando desafios financeiros devido à pandemia e precisa cortar custos. O diretor financeiro recomenda demitir funcionários, cortar benefícios e adiar investimentos para preservar caixa e garantir a sobrevivência da empresa até o final do ano.
1. 51
verve
Paixão russa de destruir
a paixão russa de destruir
georges nivat*
“O anarquismo é principalmente uma criação dos
russos”. Assim começa, em l´Idée russe,1
a reflexão de
Nicolas Berdiaeff sobre o que ele chama de paixão russa
de destruir. Uma paixão teorizada e colocada em prática
no século XIX pela classe superior russa, ou seja, a no-
breza. Bakunin, o príncipe Kropoktin, ou ainda o conde
Leon Tolstoi criaram todo um corpus de textos que é um
catecismo do anarquismo, e que se transformou em uma
verdadeira poética da anarquia.
É claro que, antes deles, os anarquistas e suas idéias
não eram estranhas ao povo russo, e tinham gerado toda
uma lenda popular em contraponto à história oficial do
Império. Podemos mesmo dizer que a crônica lendária
das revoltas, dos salteadores, e das inúmeras jacqueries,2
formavam uma espécie de contra-história da Rússia. Aos
*
Professor emérito na Universidade de Genebra, publicou Vers la fin du mythe
russe e Russie-Europe, la fin du schisme. Lausane, Ed. L´Âge d´Homme, 1988;
Impressions de Russie, l´an I, e Regards sur la Russie de l´an VI. Paris, Ed. De
Fallois, 1993.
verve, 9: 51-59, 2006
2. 52
9
2006
salteadores precipitando-se em hordas a partir do Les-
te, juntavam-se os cismáticos de todo tipo que fugiam
da Rússia central, entre os quais o proto-papa Avvakoum.
Ditada a seus discípulos do fundo de sua prisão de gelo
de Poustozersk, sua notável Vida, traduzida magnifica-
mente para o francês por Pierre Pascal, mostra muitos
aspectos de um anarquista em nome de Deus.
Bakunin foi um senhor russo da têmpera de
Avvakoum. Para ele, os vilarejos russos, com sua tra-
dição de comunismo primitivo, ou seja, o comunismo
da comunidade do mir,3
deviam incendiar toda a Eu-
ropa burguesa, passando pelos camponeses do Jura
suíço ou da Calábria italiana. Aos olhos de Bakunin,
Marx era apenas um pan-germanista hegeliano. O
estágio último da humanidade chama-se revolta. Em
1842, Bakunin termina seu ensaio sobre a Reação na
Alemanha,4
e lança sua divisa da “paixão pela destrui-
ção”, uma paixão que, para ele, é “o único caminho
em direção ao verdadeiro cristianismo.” Aliás, aquele
hegeliano, que vê na contradição um “conceito total,
absoluto, verdadeiro”, também faz apelo ao Apocalip-
se, que condena severamente os Mornos. “Confiemos
no eterno espírito que destrói e que aniquila, simples-
mente porque ele é a fonte insondável e eternamente
criadora de toda vida.” Pois a paixão da destruição é
também uma paixão criativa. Em seu livro Deus e o
Estado, Bakunin ataca a religião estabelecida, assim
como a ciência e os positivistas. “Se Deus existisse,
seria preciso aboli-lo”, ele declara, invertendo ironi-
camente a fórmula de Voltaire. Quando um chefe de
Estado fala de Deus, monarquista ou republicano, “po-
dem ter certeza que está pronto para tosar um pouco
mais seu povo rebanho.”
Alexandre Herzen deixou-nos um belo retrato de
Bakunin, em um capítulo de suas memórias, Passado
3. 53
verve
Paixão russa de destruir
e meditações,5
mas ele não se refere, por uma razão evi-
dente, a um episódio muito estranho da vida de Baku-
nin: o da Confissão. Bakunin havia inquietado muito par-
ticularmente o poder czarista ao dominar o famoso Con-
gresso eslavo de Praga, convocado em 1848, para anunciar
a liberação dos povos eslavos do jugo dos déspotas. Vinda
a reação, ele foi entregue às autoridades czaristas pelo
governo suíço da época. Passou três meses preso em for-
talezas, primeiro em Pedro-e-Paulo em São Petersburgo,
depois na antiga fortaleza sueca de Shlusselbung. Foi lá
que ele redigiu, de sua própria iniciativa, a propósito de
seu carcereiro-chefe, o Imperador Nicolau I, uma sur-
preendente Confissão, que só foi publicada em 1923, na
Rússia soviética, satisfeita em golpear o prestígio dos
anarquistas com essa publicação. Nesse documento, ele
professa a propósito do czar, “carrasco dos povos”, um ódio
comum pelo Ocidente burguês, e o imperador deve ter
lido com prazer (anotado de seu próprio punho): “Penso
que, mais na Rússia que em outros lugares, é preciso
haver um poder ditatorial forte, preocupado unicamente
em educar e esclarecer as massas.” Mais tarde, tendo
escapado da Sibéria, Bakunin instala-se na Suíça, em
Genebra, onde exerceu uma forte influência sobre os
anarquistas suíços, principalmente do Jura. Ele também
se rendeu ao encanto ambíguo de um jovem cínico vindo
da Rússia, que chegou a Genebra em 1869, Nietcháiev, o
famoso autor do Catecismo revolucionário,6
que prega uma
organização fechada da conjuração revolucionária e uma
abjuração total de qualquer consideração moral na esco-
lha dos meios. Foi transposta a passagem teórica da anar-
quia à ditadura absoluta. O crime também compareceu
para selar a equipe dos conjurados: o assassinato do es-
tudante Ivanov em Moscou, que se tornou, nos Demônios
de Dostoievski, o assassinato de Chatov pelo grupo de
Piotr Verkhovenski.
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A luta ou a fuga
Assim, o Catecismo revolucionário enunciava no pará-
grafo sexto: “Duro para consigo mesmo, o revolucioná-
rio também deve ser duro com os outros. Todos os senti-
mentos de ternura que tornam o homem efeminado,
como os laços de parentesco, a amizade, o amor, a grati-
dão, e mesmo a honra, devem ser sufocados pela paixão
única e fria pela causa revolucionária.” Foi só a contra-
gosto que Bakunin abriu os olhos para os aspectos in-
quietantes e mesmo pérfidos de Nietcháiev. Sua longa
carta de ruptura enviada de Locarno em dois de junho
de 1870 (e publicada pelo historiador Michael Confino) é
notável pelo sentimento de constrangimento e de pusi-
lanimidade do autor da carta, um nobre russo libertá-
rio, ainda embaraçado em suas noções de honra, mas
fascinado por um louco saído do povo. Nessa longa decla-
ração de amor frustrado, Bakunin afirma: “Se fosse pre-
ciso escolher entre a bandidagem e o roubo daqueles
que ocupam o trono, e o roubo e a bandidagem do povo,
sem hesitar eu me colocaria ao lado desse último.” A
ditadura será coletiva e invisível. “Pequenos grupos não
desejando nada para si”, conduzirão o oceano popular
desenfreado para “a organização da mais completa li-
berdade popular”.
O príncipe Kropotkin, outro grande anarquista, conta,
em suas Notas de um revlucionário, que o irmão do czar
Alexandre II veio visitá-lo na sua cela da fortaleza Pedro-
e-Paulo. Dirigia-se a ele chamando-o de “príncipe”, e ti-
nha dificuldade de entender o engajamento de Kropok-
tin. O príncipe conheceu muitas outras prisões, entre as
quais a de Lyon em 1882, após a explosão do café Belle-
cour. Tanto na França como em outros lugares, ele se
via rodeado de um enxame de agentes da polícia secreta
czarista, a Okhrana. Kropotkin conheceu todos os dra-
mas do anarquismo russo: a “degoevtchina”, do nome de
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Paixão russa de destruir
um anarquista recrutado pela Okhrana e que foi obri-
gado por seus camaradas a assassinar, em 1883, um
chefe da polícia; o “azeftchina”, do nome de Azef, sem
dúvida um agente da Ohkrana, mas que, para se fazer
confiar por seus camaradas, tinha assassinado o mi-
nistro do interior Plehvé; e finalmente a “bogrovtchina”,
do nome de um revolucionário, colaborador da Okhrana
que, em 1911, no Grande Teatro de Kiev, na presença
do Imperador Nicolau II, assassinou a queima-roupa o
Primeiro ministro Stolypine, numa decisão individual
(Soljenitsin transforma-o em episódio central de seu
romance histórico Agosto 14). Os estragos do “entrismo”
dos terroristas do partido socialista revolucionário na
polícia secreta (e vice-versa) foram enormes. Consulta-
do freqüentemente nesses episódios de duplas lealda-
des ambíguas, o velho príncipe acreditava que os fins
não justificavam todos os meios, e condenava esse “en-
trismo” fatal. Mas ele foi derrotado pela lógica perversa
dos dois inimigos. Andrei Biély consagrou seu grande
romance Petersburgo a uma descrição poética e policial
dessa extraordinária confusão do terror e da repressão
secreta, ao longo episódio da Provocação que marca a
época anarquista da Rússia. Como em seu romance,
uma bomba tiquetaqueava no ventre do país, que pren-
dia a respiração...
O debate sobre a utilização ou não da violência na
instauração de uma anarquia a serviço da felicidade de
todos assumiu na Rússia um relevo particular. Aos ter-
roristas da Vontade do povo que abateram o czar liberta-
dor Alexandre II, no dia em que ele tinha sobre sua es-
crivaninha o projeto de uma Constituição de seu mi-
nistro Loris-Melikov, depois aos combatentes do Partido
dos socialistas revolucionários que exterminaram os
dignatários (como se vê no relato patético de Leonid
Andreev, O Governante), opôs-se o conde Tolstoi, que pre-
gava uma outra anarquia. Tolstoi abominava da mes-
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ma forma o regime czarista, e não era menos odiado
por ele, mas ele era o apóstolo da não-violência, que
retirava do ensinamento do Evangelho. Em seu roman-
ce Ressurreição (1899), Tolstoi retratou revolucionári-
os na prisão. São eles que educam Katioucha, a prosti-
tuta vítima de um sedutor, e falsamente acusada de
um crime. O estudo dos rascunhos de Ressurreição
mostra quanto, na primeira redação, Tolstoi era mais
severo com os revolucionários. Ele vê na sua ação o
resultado de pulsões sexuais insatisfeitas... Na versão
final, atenua um pouco essa tese, mas ainda perma-
nece uma forte condenação do recurso à violência re-
volucionária. O príncipe Nekhlioudov, o sedutor de Ka-
tioucha, encontra, atravessando o rio Ienisseï, um
adepto da seita dos “begoun” ou seita dos fugitivos. Re-
cusa do imposto, recusa do sorteio para o recrutamen-
to militar, e mesmo recusa do estado civil, o begoun
recusa-se a dizer seu nome. Sente-se que Tolstoi ad-
mira profundamente o modo de vida desses fugitivos e
enxerga aí uma solução plausível para a violência, so-
lução que ele irá adotar in extremis, fugindo de sua casa
para ir morrer numa pequena estação anônima, em
Astapovo.
Os negros e os vermelhos
O anarquismo foi um componente da revolução rus-
sa que a historiografia soviética naturalmente mini-
mizou, e mesmo mascarou. No Journal de Russie de
Pierre Pascal,7
que fundou em Moscou o grupo bolche-
vista francês, vê-se que os anarquistas estão muito
presentes. Ele mesmo tinha dois amigos anarquistas
italianos que vieram para Moscou, e juntos eles fun-
daram uma espécie de comuna, numa vila requisita-
da de Ialta. Ali discutiam à exaustão para decidir se
tinham o direito de ter um caseiro para o inverno, ou
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Paixão russa de destruir
seja, se era certo recorrer a um trabalho alugado, ou
em outras palavras, à exploração do homem pelo ho-
mem... A bandeira negra dos anarquistas flutuou uma
última vez nas ruas de Moscou no funeral de Kropotkin,
em 1921.
Nestor Makhno, por sua vez, morreu em Paris. Brutal,
incendiário, ele reuniu em 1917, na Ucrânia submetida
aos alemães pelo tratado de Brest-Litovsk, um exército
de quase quarenta e cinco mil homens sob a bandeira
negra. Suas façanhas guerreiras impressionaram Lênin.
Kiev, às voltas com a guerra civil, mudava de mãos a
cada mês. A anarquia varria vitoriosamente as ricas ter-
ras do tchernoziom. Makhno recusava a lei, o regulamen-
to, a justiça. Cabia ao povo aplicar soberanamente a jus-
tiça, fora de qualquer lei escrita. Makhno foi pouco a pou-
co sendo vencido pelo Exército Vermelho, Kiev foi libertada
de seu ataman8
nacionalista Petlioura. No romance A Tor-
rente de ferro, Serafimovitch mostra como a massa anar-
quista dos partisans conseguiu pouco a pouco se auto-
disciplinar e, em suma, se bolchevizar. A literatura sovi-
ética passa assim, pouco a pouco, ao elogio da vida
elementar, à celebração da vontade dos homens em ves-
tes de couro e de punho inflexível: os comissários.
Duas semanas após os funerais de Kropotkin em
Moscou, Kronstadt e seus marinheiros vermelhos se
sublevavam contra a ditadura dos bolchevistas, e os ma-
rinheiros socialistas e anarquistas lançavam seu fa-
moso SOS para o mundo inteiro. Trotski veio retomar
a ilha revoltada graças à cavalaria vermelha. A ditadu-
ra do proletariado estrangulava a velha liberdade anar-
quista russa, nascida nos caminhos do bandido Stenka
Razine, o velho sonho da justiça popular e direta.9
“Abre-te, abismo sangrento,
E na plenitude do ser,
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Diante do povo, o mundo e as estrelas
Que brilhe a tua justiça!”
Maximilien Volochine, 5 de janeiro de 1923.
Tradução do francês por Martha Gambini.
Notas
1
Nicolas Berdiaeff. L´idée russe. Problèmes essentiels de la pensée russe au XIXe. et
début du XXe. siècle. Tradução e notas de H. Arjakowsky. Paris, Ed. Marne,
1969.
2
Diz-se das insurreições dos camponeses contra a nobreza.
3
O mir é a comuna camponesa.
4
O livro foi publicado sob o pseudônimo de Jules Elysard.
5
Alexandre Herzen. Passe et méditations. Tradução e apresentação de Daria
Olivier. Lausanne, Ed. L´Âge d´Homme, 1974.
6
Os principais documentos que permitem avaliar a amplidão do domínio que
Nietcháiev exerceu sobre Bakunin foram publicados pelo historiador Michael
Confino em Cahiers du monde russe et soviétique. Paris, Ed. Mouton, La Haye,
1966-1967.
7
Pierre Pascal. “Mon Journal de Russie, 1918-1921”, in Communisme. Lausan-
ne, Ed. L´Âge d´Homme, 1977.
8
Diz-se do chefe eleito dos clãs cossacos, na época de sua independência.
9
Cf. Ante Ciliga. L´Insurrection de Cronstadt et la destinée de la révolution russe.
Paris, Ed. Allia, 1998. Esse curto texto, escrito por um comunista desencanta-
do, foi inicialmente publicado na revista de Boris Souvarine, Le Contrat social.
9. 59
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RESUMO
Uma genealogia do anarquismo russo, enfatizando os percursos
de Bakunin, Kropotkin, Tolstoi e Makhno, frente à Rússia do sé-
culo XIX e começo do XX e no interior do próprio anarquismo.
Delineiam-se a idéia de revolução, ou a paixão por destruir, assim
como o anarquismo pacifista, como respostas contundentes, e não
conciliadoras, diante da ordem estabelecida.
Palavras-chave: Anarquismo, Rússia, revolução, terrorismo.
ABSTRACT
Genealogy of Russian anarchism, privileging Bakunin, Kropotkin,
Tolstoi and Makhno’s journeys in the Russian context of the 19th
Century and beginning of the 20th
and inside anarchism itself. It
delineates the idea of revolution, or the passion for destruction,
as well as the pacifist anarchism, as firm, and not conciliating,
answers for the established order.
Keywords: Anarchism, Russia, revolution, terrorism.
Indicado para publicação em 25 de junho de 2005.