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RELEVOS PREDOMINANTEMENTE CONSTRUTIVOS

O relevo é de um modo geral, fruto da ação contínua de duas forças: endógenas (de natureza geológica) e
exógenas (de natureza climática). Em formas de relevo mais jovens as forças endógenas predominam
largamente, como as que se procurará mostrar abaixo. A origem destas forças endógenas são os movimentos do
manto _correntes de convecção_ conforme se pode ver abaixo:




        Esses movimentos acabam cindindo a crosta terrestre, que é dividida em placas tectônicas, as quais por
sua vez servem de assoalho para os oceanos e dão forma aos continentes. Como estas são movimentadas pelo
tectonismo, as formas de continentes e oceanos estão em uma muito lenta, mas constante transformação. Nas
áreas de encontro destas placas tectônicas têm-se uma série de fenômenos geológicos construtores de relevo:
dobramentos, falhamentos, rifts, horsts, grabens, arcos insulares e vulcões.
Entre estes movimentos formadores um dos mais significativos é a subducção, que ocorre quando uma placa
tectônica oceânica, mais pesada e composta de basaltos, entra sob uma placa continental, feita de material mais
leve [granitos]. Tal movimento fornece energia para os mais fortes terremotos que já existiram, são responsáveis
pelo maior arco vulcânico do mundo (o Círculo de Fogo do Pacífico), pelas mais profundas fossas oceânicas e
pela formação da maior das cordilheiras, a dos Andes.




A subducção porém, é só um dos resultados de movimentos tectônicos convergentes, sendo o outro a colisão
continental, na qual duas placas continentais convergem, eliminando o oceano entre elas e, num segundo
momento, formando arcos montanhosos muito altos, como o Himalaia, que resulta da colisão entre as placas
euro-asiática e indo-australiana, além de terremotos.
Dos movimentos divergentes, o mais comum é a obducção, que produz falhamentos e termina por separar
continente, criando, além de falhas, vulcões, rifts, lagos, mares e finalmente, oceanos:
Durante o processo de cisão continental e formação de oceanos, formam-se os rifts, dos quais o mais digno de
destaque é o grande Vale do Rift africando, resultado de um falhamento que acabará por cindir a áfrica,
partindo-a em dois e que criou, além de grandes vulcões como os montes Kenya e Kilimandjaro, enormes e
muito profundos lagos tectônicos, como o Niassa e o Tanganica:




Ato contínuo, quando a África finalmente se cindir surgirá uma dorsal oceânica, ciomo a mostrada logio abaixo
(“corteza” é crosta, em castelhano):




        O mapa abaixo, do relevo submarino, mostra dorsais no meio de quase todos os oceanos. Estas dorsais
são verdadeiras cordilheiras submersas que não raro são tão altas que acabam por emergir, formando ilhas como
a Islândia e arquipélagos, como o de Açores.
Aliás, em função sobretudo das descobertas do Pré-sal, o relevo submarino vem crescendo em
importância nos vestibulares.




        Portanto, evite a rebeldia e olhe com bastante cuidado a nomenclatura do relevo oceânico, pode ser que
caia e pode ser que você precise sabê-la!
Outro tipo de movimento tectônico é o tangencial, pelo qual duas placas deslizam uma ao lado da outra, na
mesma direção mas em sentido contrário.




Este tipo de processo conduz a falhamentos como o encontrado na Falha de San Andreas, na Califórnia,
provocado pelo deslizamento para o noroeste da placa Juan de Fuca, que segue deslizando ao lado da placa
Norteamericana, que segue para o oeste.
Em relação aos movimentos convergentes o resultado deles vai depender em grande medida do tipo de
rocha que converge: rochas cristalinas que, por definição, têm pouca ou nenhuma plasticidade, não se dobram,
dando origem a dois tipos de estruturas: horsts e grabens:
Já se as rochas forem plásticas, teremos a formação de dobramentos, responsáveis pela formação de
grandes arcos montanhosos, como se pode ver abaixo:




       Reparem que, como se trata de rochas mais plásticas, as rochas não “quebram” como nas falhas,
produzindo horsts e grabens, mas ao contrário se dobram, produzindo sinclinais e anticlinais, que podem ser
bem observadas nas imagens abaixo:




       Os vulcões, que dissipam energia tectônica na forma de calor, libera não apenas magma, mas também
gases, sobretudo CO2, SO2 e H2O. Tais gases _sobretudo os dois primeiros_ interferem não apenas no
ambiente, como até mesmo no clima global. O primeiro é reconhecidamente um gaz indutor de efeito estufa, ao
passo que o segundo provoca desde chuva ácida em um nível regional _ caso seja lançado na troposfera_ até,
em conjunto com outros aerossóis, promover redução das temperaturas globais (e consequentemente, secas).
Além disso, alguns vulcões estão muito próximos a grandes cidades, como é o caso da Cidade do México
(Popocatepetl), Nápoles (Vesúvio) e Tóquio (Fuji). Recentemente a explosão de vulcões na Islândia e no Chile
tiveram grande efeito sobre a aviação, chegando a impedir que ela fosse possível em voos sobre a Europa
Ocidental e o sul da América do Sul, respectivamente.
HOT SPOT
       Hot Spot: pontos de anomalia termal no interior da terra, ligados a sistemas de convecção do manto e
responsáveis pelo vulcanismo que ocorre no interior de placas tectônicas. Podem formar desde super vulcões,
como o de Yellowstone, nos EUA até arcos de ilhas, como o Havaí e as Galápagos.
KARST

       Carste ou Carso ou ainda Karst, também conhecido como relevo cárstico ou sistema cárstico, é um tipo
de relevo geológico caracterizado pela dissolução química (corrosão) das rochas, que leva ao aparecimento de
uma série de características físicas, tais como cavernas, dolinas, vales secos, vales cegos, cones cársticos, rios
subterrâneos, canhões fluviocársicos, paredões rochosos expostos e lapiás. O relevo cárstico ocorre
predominantemente em terrenos constituídos de rocha calcária, mas também pode ocorrer em outros tipos de
rochas carbonáticas, como o mármore e rochas dolomíticas.
RELEVO BRASILEIRO

       Uma das primeiras classificações feitas no Brasil sobre o relevo do país começou a ser produzida nos anos 1940 pelo
geógrafo e geomorfólogo brasileiro Aroldo de Azevedo. Professor da USP, Aroldo publicou seu trabalho em 1949. A
classificação baseava-se no critério da altimetria que dividia o Brasil em planícies, áreas de até 200 metros de altitude, e
planaltos, áreas superiores a 200 metros de altitude.

        Aroldo baseou seu trabalho nas informações produzidas sobre o território até então e em trabalhos de campo onde
partiu para a observação direta do relevo. Ele dividiu o Brasil em quatro planaltos e quatro planícies. Os planaltos são:
Planalto das Guianas, Planalto Atlântico, Planalto Central e Planalto Meridional

        As planícies são: Planície Amazônica, Planície do Pantanal, Planície Costeira, Planície do Pampa ou Gaúcha


Veja o mapa com a classificação de relevo de Aroldo de Azevedo:




        No final dos anos 1950 surgiu uma nova classificação de relevo para o Brasil, elaborada pelo geógrafo e
geomorfólogo Aziz Nacib Ab'Sáber. Também professor da USP, Ab'Sáber elaborou uma classificação mais complexa do que a
de seu antecessor. Introduziu a abordagem morfoclimática, que considera os efeitos do clima sobre o relevo. Identificam-
se sete planaltos e três planíciesna classificação de Aziz. Os planaltos são: Planalto das Guianas, Planalto Central, Planalto
Meridional, Planalto Nordestino, Planalto do Maranhão-Piauí, Planalto Uruguaio Sul-Riograndense e Serras e Planaltos do
Leste e Sudeste; As planícies são: Planície Amazônica, Planície do Pantanal e Planície Costeira.
Veja o mapa com a classificação de relevo de Aziz Ab'Sáber:




        Em 1989 foi divulgada a nova classificação de relevos do Brasil elaborada pelo professor Jurandyr Ross, do
Laboratório de Geomorfologia do Departamento de Geografia da USP. Ele usou no seu trabalho os dados produzidos
peloProjeto Radam Brasil.

        Esse projeto, que restringia-se ao mapeamento por radar da Amazônia, foi ampliado para todo o Brasil em 1975.
No levantamento dos dados foi utilizado o avião Caravelle que sobrevoou o país a uma altitude média de 12 km e a uma
velocidade    média   de    690   Km/h.   O   professor   Jurandyr   Ross      fez   parte   da   equipe   do   Radam   Brasil.
A nova classificação, com 28 unidades de relevo, considerou, além das características morfoestruturais (estruturas
geológicas) e morfoclimáticas, as características morfoesculturais do relevo, ou seja, a ação dos agentes externos. E
introduz o conceito de depressão, inexistente nas classificações anteriores.

        As depressões são formas de relevo que apresentam altitudes mais baixas do que as existentes ao redor, já que
elas circundam planaltos. Nas áreas de contato entre os planaltos e as depressões, costumam surgir escarpas quase
verticais, demonstrando o efeito da erosão diferencial. Os sedimentos erodidos constituem a estrutura aplanada das
depressões enquanto as rochas resistentes à erosão constituem os planaltos. No Brasil, existem 11 depressões e elas são
divididas, para fins MORFOCLIMÁTICOS (maneira como costumam aparecer nos vestibulares) nos dois gruposa seguir:

Depressão Periférica ou Sedimentar: em regiões onde há erosão e sedimentação, mas mais a última que a primeira,
normalmente margeando planícies.

Depressão Marginal ou Cristalina: em regiões onde há erosão e sedimentação, mas mais a primeira que a última,
normalmente margeando planaltos.

Os planaltos, segundo a classificação de Jurandyr Ross, correspondem às estruturas que cobrem a maior parte do território
e são consideradas formas residuais, ou seja, constituídas por rochas que resistiram ao trabalho de erosão, mas que a ela
estão submetidas. Do ponto de vista do vestibular, o que interessa é a classificação para fins morfoclimáticos, a saber:

Planaltos Escarpados: formados por rochas cristalinas submetidas a erosão fluvial.

Planaltos Tabuliformes: formados por rochas muito antigas e desgastadas submetidas a erosão pluvial.

Planaltos Mamelonares: estruturas cristalinas antigas, muito intemperizadas, sujeitas a erosão química. Possuem a mesma
forma, ligeiramente arredondada.

Planaltos Cuestiformes: Submetidas a duas fases erosivas: uma pluvial (úmida) e outra eólica (seca), que se alternam
anualmente.

Nas planícies, onde predomina o trabalho de acumulação de sedimentos, as constituições das rochas se diferenciam dos
planaltos e das depressões por serem formadas por sedimentação recente, com origem no Quaternário.
PLANALTOS ESCARPADOS
PLANALTO TABULIFORME




PLANALTO MAMELONAR
PLANALTO CUESTIFORME
PLANÍCIE FLUVIAL




PLANÍCIE LITORÂNEA
PLANÍCIE LACUSTRE




DEPRESSÕES
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  • 1. RELEVOS PREDOMINANTEMENTE CONSTRUTIVOS O relevo é de um modo geral, fruto da ação contínua de duas forças: endógenas (de natureza geológica) e exógenas (de natureza climática). Em formas de relevo mais jovens as forças endógenas predominam largamente, como as que se procurará mostrar abaixo. A origem destas forças endógenas são os movimentos do manto _correntes de convecção_ conforme se pode ver abaixo: Esses movimentos acabam cindindo a crosta terrestre, que é dividida em placas tectônicas, as quais por sua vez servem de assoalho para os oceanos e dão forma aos continentes. Como estas são movimentadas pelo tectonismo, as formas de continentes e oceanos estão em uma muito lenta, mas constante transformação. Nas áreas de encontro destas placas tectônicas têm-se uma série de fenômenos geológicos construtores de relevo: dobramentos, falhamentos, rifts, horsts, grabens, arcos insulares e vulcões.
  • 2. Entre estes movimentos formadores um dos mais significativos é a subducção, que ocorre quando uma placa tectônica oceânica, mais pesada e composta de basaltos, entra sob uma placa continental, feita de material mais leve [granitos]. Tal movimento fornece energia para os mais fortes terremotos que já existiram, são responsáveis pelo maior arco vulcânico do mundo (o Círculo de Fogo do Pacífico), pelas mais profundas fossas oceânicas e pela formação da maior das cordilheiras, a dos Andes. A subducção porém, é só um dos resultados de movimentos tectônicos convergentes, sendo o outro a colisão continental, na qual duas placas continentais convergem, eliminando o oceano entre elas e, num segundo momento, formando arcos montanhosos muito altos, como o Himalaia, que resulta da colisão entre as placas euro-asiática e indo-australiana, além de terremotos. Dos movimentos divergentes, o mais comum é a obducção, que produz falhamentos e termina por separar continente, criando, além de falhas, vulcões, rifts, lagos, mares e finalmente, oceanos:
  • 3. Durante o processo de cisão continental e formação de oceanos, formam-se os rifts, dos quais o mais digno de destaque é o grande Vale do Rift africando, resultado de um falhamento que acabará por cindir a áfrica, partindo-a em dois e que criou, além de grandes vulcões como os montes Kenya e Kilimandjaro, enormes e muito profundos lagos tectônicos, como o Niassa e o Tanganica: Ato contínuo, quando a África finalmente se cindir surgirá uma dorsal oceânica, ciomo a mostrada logio abaixo
  • 4. (“corteza” é crosta, em castelhano): O mapa abaixo, do relevo submarino, mostra dorsais no meio de quase todos os oceanos. Estas dorsais são verdadeiras cordilheiras submersas que não raro são tão altas que acabam por emergir, formando ilhas como a Islândia e arquipélagos, como o de Açores.
  • 5. Aliás, em função sobretudo das descobertas do Pré-sal, o relevo submarino vem crescendo em importância nos vestibulares. Portanto, evite a rebeldia e olhe com bastante cuidado a nomenclatura do relevo oceânico, pode ser que caia e pode ser que você precise sabê-la!
  • 6. Outro tipo de movimento tectônico é o tangencial, pelo qual duas placas deslizam uma ao lado da outra, na mesma direção mas em sentido contrário. Este tipo de processo conduz a falhamentos como o encontrado na Falha de San Andreas, na Califórnia, provocado pelo deslizamento para o noroeste da placa Juan de Fuca, que segue deslizando ao lado da placa Norteamericana, que segue para o oeste.
  • 7. Em relação aos movimentos convergentes o resultado deles vai depender em grande medida do tipo de rocha que converge: rochas cristalinas que, por definição, têm pouca ou nenhuma plasticidade, não se dobram, dando origem a dois tipos de estruturas: horsts e grabens:
  • 8. Já se as rochas forem plásticas, teremos a formação de dobramentos, responsáveis pela formação de grandes arcos montanhosos, como se pode ver abaixo: Reparem que, como se trata de rochas mais plásticas, as rochas não “quebram” como nas falhas, produzindo horsts e grabens, mas ao contrário se dobram, produzindo sinclinais e anticlinais, que podem ser bem observadas nas imagens abaixo: Os vulcões, que dissipam energia tectônica na forma de calor, libera não apenas magma, mas também gases, sobretudo CO2, SO2 e H2O. Tais gases _sobretudo os dois primeiros_ interferem não apenas no ambiente, como até mesmo no clima global. O primeiro é reconhecidamente um gaz indutor de efeito estufa, ao passo que o segundo provoca desde chuva ácida em um nível regional _ caso seja lançado na troposfera_ até, em conjunto com outros aerossóis, promover redução das temperaturas globais (e consequentemente, secas). Além disso, alguns vulcões estão muito próximos a grandes cidades, como é o caso da Cidade do México (Popocatepetl), Nápoles (Vesúvio) e Tóquio (Fuji). Recentemente a explosão de vulcões na Islândia e no Chile tiveram grande efeito sobre a aviação, chegando a impedir que ela fosse possível em voos sobre a Europa Ocidental e o sul da América do Sul, respectivamente.
  • 9.
  • 10. HOT SPOT Hot Spot: pontos de anomalia termal no interior da terra, ligados a sistemas de convecção do manto e responsáveis pelo vulcanismo que ocorre no interior de placas tectônicas. Podem formar desde super vulcões, como o de Yellowstone, nos EUA até arcos de ilhas, como o Havaí e as Galápagos.
  • 11. KARST Carste ou Carso ou ainda Karst, também conhecido como relevo cárstico ou sistema cárstico, é um tipo de relevo geológico caracterizado pela dissolução química (corrosão) das rochas, que leva ao aparecimento de uma série de características físicas, tais como cavernas, dolinas, vales secos, vales cegos, cones cársticos, rios subterrâneos, canhões fluviocársicos, paredões rochosos expostos e lapiás. O relevo cárstico ocorre predominantemente em terrenos constituídos de rocha calcária, mas também pode ocorrer em outros tipos de rochas carbonáticas, como o mármore e rochas dolomíticas.
  • 12.
  • 13. RELEVO BRASILEIRO Uma das primeiras classificações feitas no Brasil sobre o relevo do país começou a ser produzida nos anos 1940 pelo geógrafo e geomorfólogo brasileiro Aroldo de Azevedo. Professor da USP, Aroldo publicou seu trabalho em 1949. A classificação baseava-se no critério da altimetria que dividia o Brasil em planícies, áreas de até 200 metros de altitude, e planaltos, áreas superiores a 200 metros de altitude. Aroldo baseou seu trabalho nas informações produzidas sobre o território até então e em trabalhos de campo onde partiu para a observação direta do relevo. Ele dividiu o Brasil em quatro planaltos e quatro planícies. Os planaltos são: Planalto das Guianas, Planalto Atlântico, Planalto Central e Planalto Meridional As planícies são: Planície Amazônica, Planície do Pantanal, Planície Costeira, Planície do Pampa ou Gaúcha Veja o mapa com a classificação de relevo de Aroldo de Azevedo: No final dos anos 1950 surgiu uma nova classificação de relevo para o Brasil, elaborada pelo geógrafo e geomorfólogo Aziz Nacib Ab'Sáber. Também professor da USP, Ab'Sáber elaborou uma classificação mais complexa do que a de seu antecessor. Introduziu a abordagem morfoclimática, que considera os efeitos do clima sobre o relevo. Identificam- se sete planaltos e três planíciesna classificação de Aziz. Os planaltos são: Planalto das Guianas, Planalto Central, Planalto Meridional, Planalto Nordestino, Planalto do Maranhão-Piauí, Planalto Uruguaio Sul-Riograndense e Serras e Planaltos do Leste e Sudeste; As planícies são: Planície Amazônica, Planície do Pantanal e Planície Costeira.
  • 14. Veja o mapa com a classificação de relevo de Aziz Ab'Sáber: Em 1989 foi divulgada a nova classificação de relevos do Brasil elaborada pelo professor Jurandyr Ross, do Laboratório de Geomorfologia do Departamento de Geografia da USP. Ele usou no seu trabalho os dados produzidos peloProjeto Radam Brasil. Esse projeto, que restringia-se ao mapeamento por radar da Amazônia, foi ampliado para todo o Brasil em 1975. No levantamento dos dados foi utilizado o avião Caravelle que sobrevoou o país a uma altitude média de 12 km e a uma velocidade média de 690 Km/h. O professor Jurandyr Ross fez parte da equipe do Radam Brasil. A nova classificação, com 28 unidades de relevo, considerou, além das características morfoestruturais (estruturas geológicas) e morfoclimáticas, as características morfoesculturais do relevo, ou seja, a ação dos agentes externos. E introduz o conceito de depressão, inexistente nas classificações anteriores. As depressões são formas de relevo que apresentam altitudes mais baixas do que as existentes ao redor, já que elas circundam planaltos. Nas áreas de contato entre os planaltos e as depressões, costumam surgir escarpas quase verticais, demonstrando o efeito da erosão diferencial. Os sedimentos erodidos constituem a estrutura aplanada das depressões enquanto as rochas resistentes à erosão constituem os planaltos. No Brasil, existem 11 depressões e elas são divididas, para fins MORFOCLIMÁTICOS (maneira como costumam aparecer nos vestibulares) nos dois gruposa seguir: Depressão Periférica ou Sedimentar: em regiões onde há erosão e sedimentação, mas mais a última que a primeira, normalmente margeando planícies. Depressão Marginal ou Cristalina: em regiões onde há erosão e sedimentação, mas mais a primeira que a última, normalmente margeando planaltos. Os planaltos, segundo a classificação de Jurandyr Ross, correspondem às estruturas que cobrem a maior parte do território e são consideradas formas residuais, ou seja, constituídas por rochas que resistiram ao trabalho de erosão, mas que a ela estão submetidas. Do ponto de vista do vestibular, o que interessa é a classificação para fins morfoclimáticos, a saber: Planaltos Escarpados: formados por rochas cristalinas submetidas a erosão fluvial. Planaltos Tabuliformes: formados por rochas muito antigas e desgastadas submetidas a erosão pluvial. Planaltos Mamelonares: estruturas cristalinas antigas, muito intemperizadas, sujeitas a erosão química. Possuem a mesma forma, ligeiramente arredondada. Planaltos Cuestiformes: Submetidas a duas fases erosivas: uma pluvial (úmida) e outra eólica (seca), que se alternam anualmente. Nas planícies, onde predomina o trabalho de acumulação de sedimentos, as constituições das rochas se diferenciam dos planaltos e das depressões por serem formadas por sedimentação recente, com origem no Quaternário.