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P ROFUTURO : PROGRAMA DE ESTUDOS DO FUTURO
                                                             Editor científico: James Terence Coulter Wright
                                                             Avaliação: Doublé Blind Review pelo SEER/OJS
                                                             Revisão: Gramatical, normativa e de formatação




 A PROPOSAL FOR A FORECASTING MODEL FOR MOBILE PHONE MARKET
                                         GROWTH IN BRAZIL

                                   Luís Fernando Ascenção Guedes
                  Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Administração
                                   Universidade de São Paulo, USP, Brasil
                                              lguedes@usp.br

                                          Liliana Vasconcellos
                   Professora do Programa de Pós-Graduação em Administração
                           Fundação Instituto de Administração, FIA, Brasil
                                            lilianav@fia.com.br



ABSTRACT


      The Information Era is characterized by the core role that communication
      and connectivity, in an ample sense, play in social life. Amongst the modes
      that users may link into voice and data networks, one of the most
      prominent has been that of cellular telephony. This determines the
      relevance of volumes of mobile telephones in operation in Brazil over the
      next years in discussions concerning the strategic planning of corporations
      in the segment. In this article, the objective is to define a mathematical
      model that addresses the calculation of the quantity of wireless terminals in
      operation in Brazil over the upcoming years, as a behavioural function of
      the following variables along time: GNP per capita, population and percent
      growth of the GNP. To this effect, a quantitative research was undertaken,
      based on secondary data obtained in previous investigations and linear and
      polynomial regression was employed to correlate the GNP per capita with
      mobile telephony density. A high correlation (97,5%) between telephonic
      density and Brazil´s GNP growth from 2004 to 2007 was duly verified. This
      correlation is likewise high in Russia, India and China. Furthermore, it was
      established that the limiting value of the sound correlation between GNP per
      capita and mobile telephony density is in and around U$ 20.000,00 and that
      the wireless penetration limit is approximately 120%. Thus, considering the
      various economic growth rates, it is estimated that mobile telephony
      penetration in Brazil will require 5 to 11 years to reach peak levels.

      Key-words: Mobile telephony. Prediction model. Telecommunications.


Future Studies Research Journa l        ISSN 2175-5825      São Paulo, v. 1, n. 1, pp. 28-48, Jan./Jun. 2009
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P ROFUTURO : PROGRAMA DE ESTUDOS DO FUTURO
                                                     Editor científico: James Terence Coulter Wright
                                                     Avaliação: Doublé Blind Review pelo SEER/OJS
                                                     Revisão: Gramatical, normativa e de formatação




    UMA PROPOSTA DE MODELO PREDITIVO PARA O CRESCIMENTO DA
                              TELEFONIA CELULAR NO BRASIL



RESUMO


      A Era da Informação caracteriza-se pelo papel central que a comunicação e
      a conectividade, em sentido amplo, desempenham na vida social. Dentre as
      formas pelas quais os usuários podem se conectar a redes de voz ou dados,
      uma das que mais têm se destacado é a telefonia celular. Isso torna a
      determinação da quantidade de telefones celulares que estarão em
      operação no Brasil nos próximos anos uma discussão relevante para o
      planejamento estratégico das empresas do setor. Neste artigo, objetiva-se
      definir um modelo matemático adequado ao cálculo da quantidade de
      terminais celulares em operação no Brasil para os próximos anos, como
      função do comportamento das seguintes variáveis ao longo do tempo: PIB
      per capta, população, e crescimento percentual do PIB. Para tanto,
      desenvolveu-se uma pesquisa quantitativa, com base em dados secundários
      obtidos em levantamentos anteriores, e empregou-se a regressão linear e
      polinomial para correlacionar o PIB per capta com a densidade da telefonia
      celular. Observou-se uma alta correlação (97,5%) entre a densidade
      telefônica e o crescimento do PIB do Brasil entre 2004 e 2007. Essa
      correlação também é alta na Rússia, Índia e China. Além disso, constatou-
      se que o valor limitante da boa correlação entre o PIB per capta e a
      densidade de telefonia celular gira em torno de U$ 20.000,00, e o limite da
      penetração da telefonia celular é de aproximadamente 120%. Assim,
      levando em conta as várias taxas de crescimento econômico, estima-se que
      a penetração telefônica celular levará entre 5 e 11 anos para atingir seu
      teto no Brasil.


      Palavras-chave: Telefonia celular. Modelo de predição. Telecomunicações.




Future Studies Research Journa l   ISSN 2175-5825   São Paulo, v. 1, n. 1, pp. 28-48, Jan./Jun. 2009
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A proposal for a forecasting model for mobile phone market growth in Brazil
                  Uma proposta de modelo preditivo para o crescimento da telefonia celular no Brasil



1 INTRODUÇÃO


            Em sentido amplo, a Era da Informação caracteriza-se pelo papel central
que a comunicação e a conectividade desempenham na vida social. Não se
concebe o mundo atual sem que pessoas e empresas possam conectar-se de
forma plena, salvo alguns condicionantes políticos e a falta de infra-estrutura
típica de países em estágios iniciais de desenvolvimento.

            No   primeiro          trimestre   de       2009,   a     União       Internacional         de
Telecomunicações, órgão ligado às Nações Unidas, estimou que houvesse cerca
de 4,2 bilhões de celulares no mundo, no caso, cerca de 56 celulares ativos para
cada 100 habitantes do planeta (International Telecommunication Union [ITU],
2009).

            O Brasil tem se inserido de modo substancial na sociedade da
informação, tanto que, em maio de 2009, contava com mais de 157 milhões de
telefones celulares habilitados, 42 milhões de telefones fixos (Agência Nacional
de Telecomunicações [ANATEL], 2009), e cerca de 54 milhões de usuários de
Internet (Teleco, 2009).

            Dentre as formas pelas quais os usuários podem se conectar às redes de
voz ou dados, uma das que mais tem obtido relevância é a telefonia celular. Nos
últimos anos, a aparência, as funcionalidades e a tecnologia do telefone celular
passaram por diversas transformações. Além de simplificar o acesso à rede de
voz,    o    celular    congrega       tocadores    digitais    de   música,       vídeo,     máquinas
fotográficas, filmadoras digitais, processadores de texto, interfaces para acesso a
contas de correio eletrônico, plataformas de acesso à Internet e outras funções
que viabilizam a conexão entre usuários de todo o mundo.

            O uso da telefonia celular em larga escala gera impactos sociais
importantes, pois na medida em que os usuários incorporam as funcionalidades
deste meio de comunicação ao seu cotidiano (Machado, 2006), a ausência,
mesmo que momentânea dessas facilidades, é fonte de grande frustração.
Segundo Ling (2004), as comunicações móveis estão mudando a forma como as
pessoas interagem, principalmente quando se trata das gerações mais novas dos
grandes centros urbanos.



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Luís Fernando Ascenção Guedes e Liliana Vasconcellos



          Da mesma forma que os telefones móveis têm sido adotados pelos
indivíduos, as empresas também os têm amplamente utilizado para estreitar a
comunicação entre seus empregados e grupos de interesse, dentre os quais:
clientes, fornecedores e parceiros (Krotov & Junglas, 2006). Esses dispositivos
móveis são instrumentos cada vez mais importantes para a comunicação e para
a produtividade dos profissionais em trânsito, pois possibilitam o acesso remoto,
virtual e instantâneo a quaisquer aplicações corporativas que estejam conectadas
à Internet.

          Além disso, outros aplicativos disponíveis no próprio aparelho celular
contribuem para o aumento da produtividade, tais como GPS para localização na
cidade ou rastreamento de veículos; agenda de compromissos e contatos
sincronizada com a estação de trabalho, telefonia via Internet, processadores de
texto, leitura e edição de planilhas de cálculo, dispositivo para armazenamento
de dados, entre outros. O acesso aos aplicativos on line, em qualquer momento
ou lugar da área de cobertura, define o paradigma “qualquer coisa, a qualquer
hora, em qualquer lugar” (Sadler et al, 2006), que traz decorrências diversas
para a sociedade e desafia as operadoras a manterem uma infra-estrutura
complexa e de altíssima disponibilidade.



1.1 PROBLEMA E OBJETIVO


          O problema de pesquisa concentra-se na determinação da quantidade de
telefones celulares habilitados que estará em operação no Brasil nos próximos
anos, discussão relevante para o planejamento estratégico das empresas do
setor. A análise é conduzida através da extrapolação de dados sócio-econômicos
e de penetração de telefonia móvel celular no Brasil e nos países congêneres,
considerando os indicadores de crescimento que se observa e as limitações
existentes para o crescimento da densidade de telefonia celular.

          Tendo em vista esse problema de pesquisa, o objetivo do presente artigo
é definir um modelo matemático adequado ao cálculo da quantidade de terminais
celulares em operação no Brasil para os próximos anos, como função do
comportamento das seguintes variáveis ao longo do tempo: PIB per capta,
população e crescimento percentual do PIB.



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A proposal for a forecasting model for mobile phone market growth in Brazil
                  Uma proposta de modelo preditivo para o crescimento da telefonia celular no Brasil



          O presente trabalho é composto por introdução, Métodos e técnicas de
pesquisa, revisão bibliográfica, análise preditiva do crescimento da base de
celulares, considerações finais e referências bibliográficas.


2 MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA


          A pesquisa exploratória pode ser formalmente compreendida como uma
atividade racional e sistemática, eminentemente processual, que visa elaborar
respostas       robustas      para    o   problema      analisado,      aliando       conhecimentos
disponíveis ao uso criterioso de métodos, técnicas e outros procedimentos
científicos (Gil, 2002). É de esperar que a pesquisa ganhe destaque quando o
objeto em estudo ainda não esteja suficientemente documentado ou, por sua
natureza, não tenha sido conceitualmente apreendido de modo eficaz. Gil (1999)
salienta que a pesquisa exploratória é indicada quando as informações
disponíveis acerca de um fenômeno de interesse encontram-se dispersas - com
inferências muito gerais e pouco eficazes - em face do grau de incerteza que as
envolve.

          O presente trabalho se utiliza da metodologia de pesquisa exploratória,
visto que busca a construção e geração de “insights”, oferecendo ao leitor um
instrumento conceitualmente embasado e capaz de predizer, com alguma
acurácia, a quantidade de telefones celulares em operação no Brasil nos
próximos anos. Fundamentalmente, a construção do trabalho se dá através de
uma pesquisa quantitativa, a partir da análise de dados secundários obtidos em
levantamentos anteriores, abordagem que, de acordo com Creswell (2003), é
mais adequada quando o objetivo consiste em compreender fatores que
influenciam ou predizem um resultado.

          A análise dos dados foi conduzida através da aplicação de regressão
linear e polinomial, relacionando PIB per capta (Purchase Power Parity [PPP]) e
densidade de telefonia celular. De acordo com Montgomery, Pech e Vining
(2001), análise de regressão é uma metodologia estatística que utiliza a relação
entre duas ou mais variáveis quantitativas, ou qualitativas, de forma que uma
variável possa ser predita a partir de outra ou outras. A regressão linear, cuja
relação entre as variáveis é modelada por uma reta, é uma das utilizadas nos
estudos estatísticos, dada a relativa simplicidade de cálculo e robustez.

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Luís Fernando Ascenção Guedes e Liliana Vasconcellos



3 ATORES RELEVANTES DO SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES


          A indústria da Tecnologia da Informação congrega uma ampla gama de
segmentos tecnológicos, que vão da produção de partes componentes de
equipamentos ao desenvolvimento de plataformas de serviço que atendam as
crescentes necessidades de conectividade e disponibilidade dos serviços dos
consumidores.

          Segundo Neves (2002, p. 16), o setor de telecomunicações pode ser
dividido em quatro grandes segmentos: Serviço Telefônico Fixo Comutado,
Serviços de Telefonia Móvel, Serviços de Comunicação de Massa (radiodifusão e
TV por assinatura) e Serviços Multimídia (comunicação de dados, linha
dedicada).

          Destaca-se que as operadoras de telecomunicações fixas e móveis, os
desenvolvedores           de       aplicações   e       os   fornecedores         de     infra-estrutura
desempenham um papel crítico na difusão de soluções tecnológicas para uma
ampla gama de públicos (Fransman, 2002), indo do cliente de baixo poder
aquisitivo (típico usuário de telefonia pré-paga) a corporações multinacionais que
demandam soluções específicas para seus problemas.

          Algumas das empresas mais relevantes do setor de telecomunicações do
Brasil foram monopólios estatais até meados da década de 90, quando foram
privatizadas e passaram por um profundo processo de reestruturação. A
privatização possibilitou a formação de operadoras entrantes, fomentando um
cenário de competição que elevou substancialmente a oferta, disponibilidade e
qualidade dos serviços prestados à população. As operadoras de telefonia fixa e
celular desempenham papel central como agentes propulsores da cadeia que
desenvolve e oferece inovações tecnológicas no setor.

          O modelo de camadas proposto por Fransman (2002) representa a
indústria contemporânea de telecomunicações e é composto por seis camadas
interdependentes, de modo que a camada superior faz uso de serviços e infra-
estrutura providos pelas camadas inferiores. O modelo é representado na Figura
1.



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A proposal for a forecasting model for mobile phone market growth in Brazil
                  Uma proposta de modelo preditivo para o crescimento da telefonia celular no Brasil




                                      Camada 6: Consumidores


                          Camada 5: Aplicação (informação processada)
                     Produtos: empacotamento de conteúdo Ex.: Bloomberg, UOL,
                                             Reuters
                      Camada 4: Navegação e middleware (disponibilização de
                       informação) Produtos: browsers, search engines, páginas
                             amarelas Ex.: Explorer, Google, Lycos, Yahoo
                          Camada 3: Provedor de conexão ou de acesso
                    Produtos: e-mail, voz sobre IP, acesso à Internet, servidor web
                                            Ex.: AOL, UOL
                        Camada 2: Rede para circulação de dados digitais
                    Produtos: voz, imagem, informação. Ex.: AT&T, BT, NTT, MCI,
                              WorldCom, Qwest, Telefônica, Sprint etc.
                               Camada 1: Equipamentos e Software
                   Produtos: aparelhos e centrais telefônicas, softwares de tarifação
                                 etc. Ex.: Ericsson, CISCO, Siemens

Figura 1: Estrutura do setor de telecomunicações
Fonte: SBRAGIA et al, 2006, p. 14


          Embora a indústria das telecomunicações tenha experimentado um
crescimento importante nos últimos dez anos, é de se destacar que as
tecnologias que facilitam o acesso à internet, via banda larga e a partir de
sistemas de telefonia móvel celular, ainda estão no primeiro estágio de evolução,
enquanto a telefonia fixa já está num estágio superior de maturidade
tecnológica. Marchetti e Prado (2006) mencionam um estudo conduzido no Brasil
pela consultoria Pyramid Research, que identificou o estágio de evolução das
tecnologias de telecomunicações (Figura 2).



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Luís Fernando Ascenção Guedes e Liliana Vasconcellos




Figura 2: Estágio de evolução das tecnologias de conectividade
Observação: O tamanho das circunferências indica o volume de recursos movimentados
            em cada um dos estágios.
Fonte: Marchetti e Prado (2006, p. 232)


          A definição de tecnologia que possui maior aderência a esta pesquisa é a
definição apresentada e discutida por Dosi (1984, pp.13-4):

          Tecnologia é um conjunto de fragmentos de conhecimento, não só diretamente
          práticos - relacionados a problemas concretos e a dispositivos teóricos - know-
          how, métodos, procedimentos, experiências de sucesso e fracasso, mas
          também, é claro, dispositivos práticos e equipamentos. Os dispositivos físicos
          existentes incorporam os resultados do desenvolvimento da tecnologia em uma
          atividade definida de resolução de problemas. Ao mesmo tempo, a parte
          'desincorporada' da tecnologia consiste na habilidade específica, na experiência
          decorrente dos esforços passados e das soluções tecnológicas passadas, em
          conjunto com o conhecimento e as conquistas do estado da arte.


3.1 TRAJETÓRIA TECNOLÓGICA DA TELEFONIA CELULAR


          Pode-se definir como comunicação móvel aquela que possibilita o
movimento relativo entre partes ou entre as partes sistêmicas envolvidas. Como
exemplo, tem-se a comunicação entre aeronaves, entre aeronaves e uma base

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A proposal for a forecasting model for mobile phone market growth in Brazil
                  Uma proposta de modelo preditivo para o crescimento da telefonia celular no Brasil



terrena, entre veículos, a telefonia celular, a computação móvel e algumas
classes de sistemas de telemetria.

          As primeiras experiências tecnológicas de transmissão de voz sem fio
tiveram lugar nos Estados Unidos e Japão no início dos anos 50, porém, os
serviços comerciais de telefonia móvel só começaram a ser oferecidos em
meados dos anos 70. Os primeiros terminais móveis eram transportáveis,
pesavam cerca de um quilograma e tinham autonomia de bateria limitada a 20
minutos de conversação.

          Em qualquer sistema de comunicação é desejada a transmissão da maior
quantidade de informação no menor intervalo de tempo. Dada a qualidade
esperada na recepção, cada tipo de informação (voz, dados, vídeo) necessita de
determinada largura de banda e potência de transmissão. Por outro lado, se esta
informação está sendo transmitida na forma analógica ou digital, os requisitos
para os sistemas de transmissão e recepção são diferentes.

          Na     comunicação       móvel     analógica,     o    aumento        na    qualidade        da
transmissão é alcançado através do aumento da potência de transmissão, porém
com limitações importantes de ordem prática. Sabe-se que a transmissão
analógica tem como grandes desvantagens a pequena imunidade a ruídos e o
reduzido número de possibilidades de serviços a serem oferecidos, além do
pequeno grau de segurança na comunicação. A atratividade da comunicação
digital frente à analógica é superlativa, tanto que, hoje, praticamente não há
mais sistemas analógicos em operação comercial no mundo.

          No que se refere à evolução dos terminais celulares, a demanda
crescente por serviços sofisticados pressionou os fabricantes a desenvolverem
consistentemente inovações em materiais e componentes eletrônicos, de modo a
imprimir nos aparelhos maior durabilidade, leveza e poder computacional,
suportando aplicações cada vez mais complexas.

          Entre as inovações nos materiais utilizados na confecção de aparelhos
está a substituição do material do chassi, anteriormente de plástico, por uma liga
de magnésio (mais leve e com maior resistência a choques mecânicos), e a
utilização de vidro quimicamente endurecido no visor dos aparelhos, substituindo
novamente o plástico, que é menos resistente e durável.




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Luís Fernando Ascenção Guedes e Liliana Vasconcellos



3.1.1 Evolução das gerações de telefonia celular


          Os sistemas analógicos da primeira geração de telefonia celular foram
desenvolvidos para prover serviços de transmissão de voz somente. Dentre eles,
destaca-se o sistema Advanced Mobile Phone System (AMPS), adotado pelos
Estados Unidos e pela maioria dos países sul-americanos. No sistema AMPS, um
canal de voz é alocado durante toda a chamada, cada terminal utiliza um par de
freqüências de rádio para transmitir e outro para receber informações, o
tamanho das células varia de 0,5 km a 10 km, sendo necessária alta potência de
transmissão do terminal móvel. O sistema analógico possui características
estruturais que limitam seriamente seu raio de cobertura geográfica, além de,
mesmo com uso de alta potência de transmissão, não atingir razoável
capacidade de transmissão de dados. A despeito de ser uma enorme evolução
tecnológica do seu tempo, os sistemas analógicos estão muito aquém das
demandas do mercado.

          A geração que sucedeu a rede analógica trouxe importantes benefícios
para o usuário, tanto em termos de qualidade das chamadas, quanto na oferta
de serviços de valor agregado e qualidade dos aparelhos celulares. A segunda
geração, também chamada 2G, foi implementada por um conjunto de padrões,
dentre os quais se destacam três: Time Division Multiple Access (TDMA), Global
System for Mobile Communication (GSM) e o Code Division Multiple Access
(CDMA). A predominância absoluta foi o padrão GSM, adotado em praticamente
toda a Europa, Ásia, Oriente Médio e África. Em termos objetivos, sob o ponto de
vista do usuário, o sistema é pouco relevante, pois as funcionalidades entregues
por todos eles são semelhantes. Uma possível diferença estaria na qualidade e
preço dos celulares em si, haja vista que os celulares GSM, por usufruir de maior
benefício decorrente da escala, chegam aos consumidores com preços mais
baixos e têm maior diversidade de modelos. Sob o ponto de vista das
operadoras, o GSM, por ser de arquitetura aberta, permite a combinação de
componentes de vários fabricantes, tornando a implementação mais flexível e
econômica. Como desvantagem do GSM pode-se indicar a dificuldade de
implementação do roaming, tendo em vista o plano de freqüências no qual opera
as redes brasileiras e internacionais. Somente aparelhos chamados tri-band
(900MHz, 1.800MHz e 1.900 MHz) podem fazer roaming automático em redes na


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A proposal for a forecasting model for mobile phone market growth in Brazil
                  Uma proposta de modelo preditivo para o crescimento da telefonia celular no Brasil



Europa, por exemplo. Atualmente, no entanto, a maioria dos celulares já é
equipada com receptores das três faixas de freqüência, que são padrão no Brasil,
nos EUA e na Europa.

          A segunda geração foi aprimorada e incrementada ao longo de seu ciclo
de vida, consolidando uma geração intermediária. A essa geração atribuiu-se o
nome de 2,5G. Seus principais atributos diferenciais são o incremento na
velocidade de transmissão de dados (dez vezes maior) e a oferta de serviços de
valor agregado, os quais faziam uso dessa maior velocidade como, por exemplo,
envio de mensagens multimídia (fotos e vídeos em baixa resolução) e acesso à
Internet. Os principais padrões da 2,5G foram o CDMA 1xRTT (evolução do
padrão CDMA) e o EDGE (baseado no padrão GSM).

          O próximo passo na evolução tecnológica da rede de telecomunicações
foi o advento da Terceira Geração (3G), que entre outras características
possibilita o acesso à Internet em banda larga em ambiente de mobilidade.
Aparelhos celulares e modems podem ser utilizados para servirem como pontos
móveis de acesso à Internet de alta velocidade (em muitos casos dez ou até
vinte vezes maior do que a velocidade provida pela 2,5G), abrindo um grande
leque de possibilidades de serviços e aplicações que as operadoras e seus
parceiros de negócio estão ávidos para explorar. Entre essas aplicações estão as
baseadas em localização, na qual os serviços de informação, marketing ou
mesmo meteorológico podem ser oferecidos com base na localidade na qual o
cliente se encontra a cada momento. Os padrões mais importantes das redes 3G
são o CDMA 1xEV-DO e os padrões que são a evolução do GSM: W-CDMA (ou
Wideband CDMA) e o HSPDA (High-Speed Downlink Packet Access).

          O principal objetivo comercial das operadoras celular com a adoção do 3G
é incrementar suas receitas por meio de serviços com valor agregado, que se
sobrepõem ao serviço de voz e com ele não se confundem. Esta é uma questão
de crucial relevância para operadoras que atuam em mercados saturados,
próximos à saturação, e que têm experimentado alguma queda nas receitas
derivadas de serviços de voz, fruto da competição acirrada, muitas vezes,
fundamentada em guerra de preços. Para algumas operadoras, no entanto, o
aumento de capacidade proporcionado pelas tecnologias 3G serviu para resolver
problemas de congestionamento nos serviços de voz.

          A Figura 3 ilustra a relação entre as gerações e o Quadro 1 detalha as

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Luís Fernando Ascenção Guedes e Liliana Vasconcellos



gerações da telefonia celular com algumas características técnicas.




Figura 3: Roadmap da evolução para a 3G
Fonte: autores


                                                  LARGURA DE
      GERAÇÃO                TECNOLOGIA                                   TAXA DE TRANSMISSÃO
                                                  BANDA(HZ)
         1G           AMPS                             30 kHz            Menor ou igual a 16.2kb/s
                      TDMA                             30 kHz
         2G           CDMA                           1,25 MHz            Menor ou igual a 28.8kb/s
                      GSM                             200 kHz
                      GPRS                            200 kHz            Menor ou igual a 144kb/s
        2,5G          CDMA20001X                     1,25 MHz            Menor ou igual a 144kb/s
                      EDGE                            200 kHz             Menor ou igual a 2mb/s
                      WCDMA                            5 MHz              Menor ou igual a 2mb/s
                      CDMA20001XEVDV                 1,25 MHz             Menor ou igual a 2mb/s
         3G
                      CDMA20001XEVDO                 1,25 MHz             Menor ou igual a 2mb/s
                      HSDPA                            5 MHz              Menor ou igual a 10mb/s

Quadro 1: Alguns detalhes sobre as gerações de telefonia celular
Fonte: autores


3.2 O MERCADO DE CELULARES NO BRASIL


          O Gráfico 1 ilustra a evolução da quantidade de telefones celulares em
operação no Brasil, e a relação da quantidade de telefones por 100 habitantes
desde julho de 2000.




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A proposal for a forecasting model for mobile phone market growth in Brazil
                                                                         Uma proposta de modelo preditivo para o crescimento da telefonia celular no Brasil




                                                                                                                        Telefones celulares em operação no Brasil
                                                                                                                                                                            Terminais                            Densidade (%)
                                        160                                                                                                                                                                                                                                                                                                                       80



                                        140                                                                                                                                                                                                                                                                                                                       70



                                        120                                                                                                                                                                                                                                                                                                                       60
    Quantidade de celulares (milhões)




                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                       Densidade (cel/100 hab)
                                        100                                                                                                                                                                                                                                                                                                                       50



                                        80                                                                                                                                                                                                                                                                                                                        40



                                        60                                                                                                                                                                                                                                                                                                                        30



                                        40                                                                                                                                                                                                                                                                                                                        20



                                        20                                                                                                                                                                                                                                                                                                                        10



                                          0                                                                                                                                                                                                                                                                                                                       0
                                                                jan/01




                                                                                                    jan/02




                                                                                                                                        jan/03




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                                                                                                                                                                                                                  jan/05




                                                                                                                                                                                                                                                      jan/06




                                                                                                                                                                                                                                                                                          jan/07




                                                                                                                                                                                                                                                                                                                              jan/08
                                              jul/00




                                                                                  jul/01




                                                                                                                      jul/02




                                                                                                                                                          jul/03




                                                                                                                                                                                               jul/04




                                                                                                                                                                                                                                    jul/05




                                                                                                                                                                                                                                                                        jul/06




                                                                                                                                                                                                                                                                                                            jul/07




                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                jul/08
                                                                         abr/01




                                                                                                             abr/02




                                                                                                                                                 abr/03




                                                                                                                                                                                      abr/04




                                                                                                                                                                                                                           abr/05




                                                                                                                                                                                                                                                               abr/06




                                                                                                                                                                                                                                                                                                   abr/07




                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                       abr/08
                                                       out/00




                                                                                           out/01




                                                                                                                               out/02




                                                                                                                                                                   out/03




                                                                                                                                                                                                        out/04




                                                                                                                                                                                                                                             out/05




                                                                                                                                                                                                                                                                                 out/06




                                                                                                                                                                                                                                                                                                                     out/07




                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                         out/08
Gráfico 1: Telefones celulares em operação no Brasil entre jul./2000 e
           out./08
Fonte: ANATEL (2009)


                                              Mesmo quando se observa que a população aumentou no período de
julho de 2000 a outubro de 2008 (Gráfico 1), a correlação entre a quantidade de
terminais e a densidade telefônica celular (medida em quantidade de celulares
por 100 habitantes) é extremamente elevada, sugerindo que o crescimento
vegetativo da população é medida indireta relevante para a quantidade de
celulares ativos no País no período considerado.

                                              O Gráfico 2 ilustra a quantidade agregada de adições líquidas à base de
celulares ativos no Brasil (Net add/Base Total) entre 2000 e 2008. Essa
quantidade refere-se à diferença entre os celulares que foram habilitados no
período e aqueles de saíram de operação, levando-se em conta todas as
operadoras atuantes no País. No Gráfico 2, encontra-se a densidade ou
penetração telefônica (celulares por 100 habitantes) que, como vimos no Gráfico
1, cresce acentuadamente no período. Na análise do Gráfico 2, nota-se que as
adições líquidas têm comportamento um tanto errático, variando em média 22%
ao ano, com desvio padrão relativamente alto no período (6,9%).



Future Studies Research Journa l                                                                                                                 ISSN 2175-5825                                                                 São Paulo, v. 1, n. 1, pp. 28-48, Jan./Jun. 2009
                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                 40
Luís Fernando Ascenção Guedes e Liliana Vasconcellos



                                                       Adições líquidas como percentual da base
                                                                    Net add/ Base total          Penetração
   80%
                                                                                                                                        75%


   70%
                                                                                                                            64%


   60%
                                                                                                                   53%

   50%                                                                                                47%



   40%                                                                                    37%



   30%                                                                  26%

                                                         20%
   20%                                       17%
                              35%
                                                                                          29%
                                                                        25%                           24%
   10%                                       19%         18%                                                                17%         16%
                                    14%                                                                            14%

    0%
                          2000              2001        2002            2003           2004           2005        2006      2007       2008




Gráfico 2: Adições líquidas à base e penetração celular no Brasil
Fonte: ANATEL (2009)


4 ANÁLISE PREDITIVA DO CRESCIMENTO DA BASE DE CELULARES


                          Não obstante a evolução da telefonia celular no País, o gráfico que mais
interessa no âmbito deste trabalho é o Gráfico 3, que correlaciona a densidade
telefônica no Brasil com o crescimento do PIB no período compreendido entre
2004 e 2007, conforme apresentado a seguir.


                                     BRASIL - Relação entre PIB per capta e Densidade da telefonia celular
                                                                 (2004-2007)
                         80
                         70           y = 0,0219x - 144,78
                                           R² = 0,9749
     Celulares/100 hab




                         60
                         50
                         40
                         30
                         20
                         10
                         0
                         8.200,00           8.400,00         8.600,00          8.800,00         9.000,00      9.200,00   9.400,00    9.600,00

                                                                                PIB per capta (PPP)


Gráfico 3: Correlação entre PIB per capta e a densidade de telefonia
           celular no Brasil
Fontes: FMI, World Economic Outlook Database, ITU World Telecommunication/ICT
Indicators Database


Future Studies Research Journa l                                 ISSN 2175-5825                   São Paulo, v. 1, n. 1, pp. 28-48, Jan./Jun. 2009
                                                                                                                                                41
A proposal for a forecasting model for mobile phone market growth in Brazil
                                            Uma proposta de modelo preditivo para o crescimento da telefonia celular no Brasil



                                  Surpreende a alta correlação entre as duas variáveis no período
observado (97,5%). De modo a qualificar a suposição de que esse fenômeno
poderia ser observado em economias similares a do Brasil, estendeu-se o estudo
aos outros países emergentes da BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China). Os
Gráficos 4, 5 e 6 apresentam os resultados deste estudo.


                                      RÚSSIA - Relação entre PIB per capta e Densidade da telefonia celular
                                                                  (2004-2007)
                                140
                                120    y = 0,0208x - 149,95
                                            R² = 0,9515
   Celulares/100 hab




                                100
                                 80
                                 60
                                 40
                                 20
                                 0
                                 9.500,00   10.000,00 10.500,00 11.000,00 11.500,00 12.000,00 12.500,00 13.000,00 13.500,00

                                                                         PIB per capta (PPP)



Gráfico 4: Relação entre PIB per capta e densidade de telefonia celular
           na Rússia
Fontes: FMI, World Economic Outlook Database, ITU World Telecommunication/ICT
        Indicators Database.



                                      ÍNDIA - Relação entre PIB per capta e Densidade da telefonia celular
                                                                  (2004-2007)
                                 25
                                       y = 0,0177x - 51,677
                                 20         R² = 0,9508
            Celulares/100 hab




                                 15

                                 10

                                  5

                                  0
                                 3.000,00       3.200,00      3.400,00        3.600,00         3.800,00       4.000,00       4.200,00

                                                                         PIB per capta (PPP)


Gráfico 5: Relação entre PIB per capta e densidade de telefonia celular
           na Índia
Fontes: FMI, World Economic Outlook Database, ITU World Telecommunication/ICT
        Indicators Database.

Future Studies Research Journa l                              ISSN 2175-5825             São Paulo, v. 1, n. 1, pp. 28-48, Jan./Jun. 2009
                                                                                                                                        42
Luís Fernando Ascenção Guedes e Liliana Vasconcellos



                             CHINA - Relação entre PIB per capta e Densidade da telefonia
                                                 celular (2004-2007)


                       50   y = 0,0063x - 12,033
                                 R² = 0,9958
   Celulares/100 hab




                       40

                       30

                       20

                       10

                       0
                       5.500,00     6.000,00      6.500,00     7.000,00     7.500,00      8.000,00       8.500,00     9.000,00
                                                               PIB per capta (PPP)



Gráfico 6: Relação entre PIB per capta e densidade de telefonia celular
           na China
Fontes: FMI, World Economic Outlook Database, ITU World Telecommunication/ICT
        Indicators Database.


                        A Tabela 1 correlaciona os dados de densidade de telefones celulares com
a evolução do PIB per capta dos países estudados, no caso, Brasil, Rússia, Índia
e China.


   Tabela 1: Evolução do PIB per capta e densidade de telefonia celular

                   PAÍS               BRASIL                   RÚSSIA                    ÍNDIA                   CHINA
                                  PIB PER                 PIB PER                   PIB PER                 PIB PER
                                               DENSI.                   DENS.                    DENS.                   DENS.
                                  CAPTA                   CAPTA                      CAPTA                  CAPTA

  2004                        8.333,28         36,13     9.971,72         51,2    3.093,07       4,45     5.974,67      25,76
  2005                        8.656,99         46,79    10.984,15         84,6    3.402,86       6,53     6.743,39      30,09
  2006                        9.108,41         52,59    12.096,28     106,4       3.736,69      13,43     7.597,66      35,09
  2007                        9.531,21  63,90           13.210,28  119,3          4.031,33 20,70          8.485,71 41,60
  PIB X DENS.                      97,5%                     95,15%                   95,08%                  99,58%

Fontes: FMI, World Economic Outlook Database, ITU World Telecommunication/ICT
        Indicators Database


                        Em todos os casos, ajustou-se a linha de tendência polinomial que se
mostrou a mais adequada à conformação dos dados. Nos países com alta
correlação entre as variáveis densidade e PIB per capta, o valor de R2 das linhas
de tendência mostrou-se consideravelmente elevado, indicando que se pode
considerar razoável uma previsão baseada na equação que se determinou para
cada país (Tabela 2).


Future Studies Research Journa l                        ISSN 2175-5825           São Paulo, v. 1, n. 1, pp. 28-48, Jan./Jun. 2009
                                                                                                                                 43
A proposal for a forecasting model for mobile phone market growth in Brazil
                  Uma proposta de modelo preditivo para o crescimento da telefonia celular no Brasil



    Tabela 2: Correlação PIB per capta x Densidade de telefonia celular

                                    PAÍS                            R²
                                   Brasil                       0,975
                                   Rússia                       0,951
                                   Índia                        0,951
                                   China                        0,996




            Não obstante os dados mostrarem-se comportados para o período em
análise, nota-se que há um limitante na boa correlação entre PIB per capta e
densidade de telefonia celular, valor que se encontra por volta de US$
20.000,00. Da mesma forma, parece haver, de fato, um limite em torno de
120% na penetração da telefonia celular, exceto na Itália, onde esse valor chega
a 141%.

            A Tabela 3 e o Gráfico 7 ilustram uma amostra maior de países e situam
o limite da correlação significativa entre PIB per capta e densidade telefônica.


         Tabela 3: PIB per capta e densidade de telefonia celular por país

                 PAÍS                             PIB PER CAPTA                      DENSID. CELULAR

Índia                                                   $   2.700                          20,7
China                                                   $   5.300                          41,6
Colômbia                                                $   6.700                          68,0
Costa Rica                                              $ 10.300                           42,1
Uruguai                                                 $ 11.600                           93,9
Venezuela                                               $ 12.200                           86,8
México                                                  $ 12.800                          64,87
Argentina                                               $ 13.300                          102,7
Chile                                                   $ 13.900                           76,7
Rússia                                                  $ 14.900                          119,3
Brasil                                                  $   9.700                          63,9
Coréia do Sul                                           $ 24.783                           89,8
Itália                                                  $ 30.400                          141,5
Japão                                                   $ 33.600                           82,4
Alemanha                                                $ 34.200                          121,5
Reino Unido                                             $ 35.100                          121,8
Austrália                                               $ 36.300                          21,26
Canadá                                                  $ 38.400                           60,4
EUA                                                     $ 45.800                           84,4

Fonte: FMI, World Economic Outlook Database, Abril 2008. Produto interno bruto com
       base na paridade do poder de comprar per capta referentes ao ano de 2007.



Future Studies Research Journa l       ISSN 2175-5825        São Paulo, v. 1, n. 1, pp. 28-48, Jan./Jun. 2009
                                                                                                          44
Luís Fernando Ascenção Guedes e Liliana Vasconcellos




Gráfico 7: Relação entre PIB per capta e densidade de telefonia celular
Fontes: FMI, World Economic Outlook Database, ITU World Telecommunication/ICT
        Indicators Database


                         Dessa forma, uma estimativa razoavelmente adequada para a densidade
de telefonia celular pode ser feita com base na regressão obtida acima, até o
limite de US$20.000 do PIB per capta e 120% da penetração telefônica em
termos agregados do País (soma de todos os telefones celulares ativos sobre a
população residente). A simulação do Gráfico 8 define o valor teto de 120% para
a penetração telefônica e indica o PIB per capta correspondente.


                             BRASIL - Relação entre PIB per capta e Densidade da telefonia celular
                                       (2004-2007) e Projeção para 120% de densidade
                       140
                             y = 0,022x - 146,31
                       120
                                 R² = 0,9977
   Celulares/100 hab




                       100
                                                                                                PIB per capta
                        80                                                                      US$12.090,00
                        60
                        40
                        20
                         0
                        7.000,00      8.000,00     9.000,00       10.000,00         11.000,00   12.000,00       13.000,00

                                                              PIB per capta (PPP)


Gráfico 8: Simulação para densidade telefônica de 120%
Fontes: FMI, World Economic Outlook Database, ITU World Telecommunication/ICT
Indicators Database.


Future Studies Research Journa l                   ISSN 2175-5825          São Paulo, v. 1, n. 1, pp. 28-48, Jan./Jun. 2009
                                                                                                                        45
A proposal for a forecasting model for mobile phone market growth in Brazil
                  Uma proposta de modelo preditivo para o crescimento da telefonia celular no Brasil



          Assumindo para o caso brasileiro algumas premissas de crescimento
anual médio do PIB per capta, chega-se ao valor alvo de US$12.090, que pode
ser atingido entre 5,6 e 11,1 anos, de acordo com a estimativa de crescimento
do PIB adotada (Tabela 4).




 Gráfico 9: Tempo para atingir 120% de penetração telefônica de
            celulares por estimativa de crescimento do PIB



   Tabela 4: Estimativa de crescimento do PIB e tempo para atingir US$
                                               12.090

          ESTIMATIVA DE CRESC ANUAL PIB                   TEMPO PARA PIB DE US$12.090      (ANOS)
                          4,0%                                                 5,6
                          3,5%                                                 6,4
                          3,0%                                                 7,5
                          2,5%                                                 8,9
                          2,0%                                                11,1




5 CONSIDERAÇÕES FINAIS


          A telefonia celular tem se tornado cada vez mais relevante na vida dos
cidadãos de países desenvolvidos e também de países em desenvolvimento. Em
que pese o aprimoramento da rede e dos serviços com as ondas sucessivas de

Future Studies Research Journa l     ISSN 2175-5825       São Paulo, v. 1, n. 1, pp. 28-48, Jan./Jun. 2009
                                                                                                       46
Luís Fernando Ascenção Guedes e Liliana Vasconcellos



 evolução (2G, 2,5G e recentemente 3G), observa-se que há forte correlação
 entre a melhoria média da condição econômica da população (medida em termos
 do PIB per capta) e a utilização sistemática de uma linha de telefonia móvel
 celular. No caso dos países emergentes mais significativos, como Brasil, Rússia,
 Índia e China, essa característica mostrou-se relativamente acentuada nos dados
 relativos ao período compreendido entre 2004 e 2007, disponibilizados pela
 União Internacional de Telecomunicações (ITU).

           Tendo em vista uma amostra mais ampla de países, verifica-se que a
 densidade de telefones celulares atinge o teto em 1,2 celulares por habitante
 residente, não importando o quão rico seja o país. Na tabela 5, utilizando a
 regressão dos dados relacionados ao Brasil e considerando-se as possíveis taxas
 de crescimento econômico, estima-se cenários que indicam o tempo necessário
 para a densidade de telefonia celular atingir 120% e a quantidade de celulares
 ativos no País (Tabela 5).


  Tabela 5: Cálculo do tempo para atingir a densidade de telefonia celular
          de 120% e quantidade estimada de celulares ativos no Brasil


    ESTIMATIVA DE        TEMPO PARA PIB DE                         POPULAÇÃO            QTE. ESTIMADA DE
  CRESC. ANUAL PIB      US$12.090      (ANOS)                       ESTIMADA               CELULARES


         4,0%                        5,6                        197.217.942             236.661.530
         3,5%                        6,4                        198.747.941             238.497.529
         3,0%                        7,5                        200.210.470             240.252.564
         2,5%                        8,9                        202.945.021             243.534.025
         2,0%                       11,1                        205.445.403             246.534.483

Fonte: IBGE


           Com base na análise dos dados, pressupõe-se que o teto da penetração
 da telefonia celular no Brasil atinja seu teto entre 5 e 11 anos, variando de
 acordo com o crescimento médio do País nesse intervalo de tempo. Espera-se
 que este estudo possa contribuir para o planejamento estratégico das operadoras
 de telefonia celular, de modo que novas fontes de receita - como jogos on line,
 acesso à internet, distribuição de músicas e outros conteúdos - possam
 compensar a já vislumbrada saturação do mercado no que se refere ao aumento
 da base de clientes.



 Future Studies Research Journa l          ISSN 2175-5825   São Paulo, v. 1, n. 1, pp. 28-48, Jan./Jun. 2009
                                                                                                         47
A proposal for a forecasting model for mobile phone market growth in Brazil
                  Uma proposta de modelo preditivo para o crescimento da telefonia celular no Brasil



                                          REFERÊNCIAS


Agência Nacional de Telecomunicações. Recuperado em janeiro de 2009, de
  <www.anatel.gov.br>.

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  methods approaches (2a ed.). Thousand Oaks: Sage Publications.

Dosi, G. (1984). Technical change and industrial transformation: the theory and
  an application to the semiconductor industry. Londres: Macmillan.

Fransman, M. (2002, october). Mapping the evolving telecoms industry: the uses
   and shortcomings of the layer model. Telecommunications Policy, 26 (9),
   473. Recuperado em janeiro de 2007, de <http://www.telecomvisions.
   com/>.

Gil, A. C. (1999). Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas.

International Telecommunication Union. Recuperado em Janeiro de 2009, de
   <http://www. itu.int/net/ home/index.aspx>.

Krotov, V. & Junglas, I. (2006). Mobile technology as an enabler of organizational
  agility. Proceedings of The International Conference on Mobile Business.

Ling, R. (2004). The mobile connection: the cell phone's impact on society. San
   Francisco, CA: Morgan Kaufmann.

Machado, C. B. (2006, janeiro/junho). O impacto da tecnologia móvel na vida
  Cotidiana. Think, Caderno de Artigos e Casos da ESPM, 4 (1), 36-39.

Marchetti, R. Z. & Prado, P. H. M. (2006). Setor de telecomunicações e energia
  elétrica: em ritmo de mudança. In Mircrosoft (org.). Lucratividade pela
  Inovação: como eliminar ineficiências nos seus negócios e na cadeia de valor.
  Rio de Janeiro: Campus.

Montgomery, D. C.; Peck, E. A. & Vining, G. G. (2001). Introduction to linear
  regression analysis (1a ed.). (Wiley series in probability and statistics: Texts,
  References, and Pocketbooks Section). New York: Wiley-Interscience.

Neves, M. dos S. (2002). O setor de telecomunicações. In Banco Nacional de
  Desenvolvimento Econômico Social (org.). BNDS 50 Anos: Histórias Setoriais.
  Recuperado    em   janeiro   de   2007,     de    <http://www.bndes.gov.br/
  conhecimento/publicacoes/catalogo/livsetorial.asp>

Sadler, T. D.; AmirshokoohI, A.; Kazempour, M. & Allspaw, K. M. (2006).
  Socioscience and ethics in science classrooms: teacher perspectives and
  strategies. Journal of Research in Science Teaching, 43, 353-376.

Sbragia, R.; Galina, S. V. R.; Campanario, M. A. & Silva, M. M. (2004). Panorama
  Setorial em Telecomunicações. In: R. Sbragia & S. V. R. Galina (org.). Gestão
  da inovação no setor de telecomunicações. São Paulo: PGT/USP, 3-37.

Teleco Informação e Serviços de Telecomunicações. Recuperado em Fevereiro de
   2009, de <www.teleco.com.br>.



Future Studies Research Journa l     ISSN 2175-5825       São Paulo, v. 1, n. 1, pp. 28-48, Jan./Jun. 2009
                                                                                                       48

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  • 1. P ROFUTURO : PROGRAMA DE ESTUDOS DO FUTURO Editor científico: James Terence Coulter Wright Avaliação: Doublé Blind Review pelo SEER/OJS Revisão: Gramatical, normativa e de formatação A PROPOSAL FOR A FORECASTING MODEL FOR MOBILE PHONE MARKET GROWTH IN BRAZIL Luís Fernando Ascenção Guedes Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Administração Universidade de São Paulo, USP, Brasil lguedes@usp.br Liliana Vasconcellos Professora do Programa de Pós-Graduação em Administração Fundação Instituto de Administração, FIA, Brasil lilianav@fia.com.br ABSTRACT The Information Era is characterized by the core role that communication and connectivity, in an ample sense, play in social life. Amongst the modes that users may link into voice and data networks, one of the most prominent has been that of cellular telephony. This determines the relevance of volumes of mobile telephones in operation in Brazil over the next years in discussions concerning the strategic planning of corporations in the segment. In this article, the objective is to define a mathematical model that addresses the calculation of the quantity of wireless terminals in operation in Brazil over the upcoming years, as a behavioural function of the following variables along time: GNP per capita, population and percent growth of the GNP. To this effect, a quantitative research was undertaken, based on secondary data obtained in previous investigations and linear and polynomial regression was employed to correlate the GNP per capita with mobile telephony density. A high correlation (97,5%) between telephonic density and Brazil´s GNP growth from 2004 to 2007 was duly verified. This correlation is likewise high in Russia, India and China. Furthermore, it was established that the limiting value of the sound correlation between GNP per capita and mobile telephony density is in and around U$ 20.000,00 and that the wireless penetration limit is approximately 120%. Thus, considering the various economic growth rates, it is estimated that mobile telephony penetration in Brazil will require 5 to 11 years to reach peak levels. Key-words: Mobile telephony. Prediction model. Telecommunications. Future Studies Research Journa l ISSN 2175-5825 São Paulo, v. 1, n. 1, pp. 28-48, Jan./Jun. 2009 28
  • 2. P ROFUTURO : PROGRAMA DE ESTUDOS DO FUTURO Editor científico: James Terence Coulter Wright Avaliação: Doublé Blind Review pelo SEER/OJS Revisão: Gramatical, normativa e de formatação UMA PROPOSTA DE MODELO PREDITIVO PARA O CRESCIMENTO DA TELEFONIA CELULAR NO BRASIL RESUMO A Era da Informação caracteriza-se pelo papel central que a comunicação e a conectividade, em sentido amplo, desempenham na vida social. Dentre as formas pelas quais os usuários podem se conectar a redes de voz ou dados, uma das que mais têm se destacado é a telefonia celular. Isso torna a determinação da quantidade de telefones celulares que estarão em operação no Brasil nos próximos anos uma discussão relevante para o planejamento estratégico das empresas do setor. Neste artigo, objetiva-se definir um modelo matemático adequado ao cálculo da quantidade de terminais celulares em operação no Brasil para os próximos anos, como função do comportamento das seguintes variáveis ao longo do tempo: PIB per capta, população, e crescimento percentual do PIB. Para tanto, desenvolveu-se uma pesquisa quantitativa, com base em dados secundários obtidos em levantamentos anteriores, e empregou-se a regressão linear e polinomial para correlacionar o PIB per capta com a densidade da telefonia celular. Observou-se uma alta correlação (97,5%) entre a densidade telefônica e o crescimento do PIB do Brasil entre 2004 e 2007. Essa correlação também é alta na Rússia, Índia e China. Além disso, constatou- se que o valor limitante da boa correlação entre o PIB per capta e a densidade de telefonia celular gira em torno de U$ 20.000,00, e o limite da penetração da telefonia celular é de aproximadamente 120%. Assim, levando em conta as várias taxas de crescimento econômico, estima-se que a penetração telefônica celular levará entre 5 e 11 anos para atingir seu teto no Brasil. Palavras-chave: Telefonia celular. Modelo de predição. Telecomunicações. Future Studies Research Journa l ISSN 2175-5825 São Paulo, v. 1, n. 1, pp. 28-48, Jan./Jun. 2009 29
  • 3. A proposal for a forecasting model for mobile phone market growth in Brazil Uma proposta de modelo preditivo para o crescimento da telefonia celular no Brasil 1 INTRODUÇÃO Em sentido amplo, a Era da Informação caracteriza-se pelo papel central que a comunicação e a conectividade desempenham na vida social. Não se concebe o mundo atual sem que pessoas e empresas possam conectar-se de forma plena, salvo alguns condicionantes políticos e a falta de infra-estrutura típica de países em estágios iniciais de desenvolvimento. No primeiro trimestre de 2009, a União Internacional de Telecomunicações, órgão ligado às Nações Unidas, estimou que houvesse cerca de 4,2 bilhões de celulares no mundo, no caso, cerca de 56 celulares ativos para cada 100 habitantes do planeta (International Telecommunication Union [ITU], 2009). O Brasil tem se inserido de modo substancial na sociedade da informação, tanto que, em maio de 2009, contava com mais de 157 milhões de telefones celulares habilitados, 42 milhões de telefones fixos (Agência Nacional de Telecomunicações [ANATEL], 2009), e cerca de 54 milhões de usuários de Internet (Teleco, 2009). Dentre as formas pelas quais os usuários podem se conectar às redes de voz ou dados, uma das que mais tem obtido relevância é a telefonia celular. Nos últimos anos, a aparência, as funcionalidades e a tecnologia do telefone celular passaram por diversas transformações. Além de simplificar o acesso à rede de voz, o celular congrega tocadores digitais de música, vídeo, máquinas fotográficas, filmadoras digitais, processadores de texto, interfaces para acesso a contas de correio eletrônico, plataformas de acesso à Internet e outras funções que viabilizam a conexão entre usuários de todo o mundo. O uso da telefonia celular em larga escala gera impactos sociais importantes, pois na medida em que os usuários incorporam as funcionalidades deste meio de comunicação ao seu cotidiano (Machado, 2006), a ausência, mesmo que momentânea dessas facilidades, é fonte de grande frustração. Segundo Ling (2004), as comunicações móveis estão mudando a forma como as pessoas interagem, principalmente quando se trata das gerações mais novas dos grandes centros urbanos. Future Studies Research Journa l ISSN 2175-5825 São Paulo, v. 1, n. 1, pp. 28-48, Jan./Jun. 2009 30
  • 4. Luís Fernando Ascenção Guedes e Liliana Vasconcellos Da mesma forma que os telefones móveis têm sido adotados pelos indivíduos, as empresas também os têm amplamente utilizado para estreitar a comunicação entre seus empregados e grupos de interesse, dentre os quais: clientes, fornecedores e parceiros (Krotov & Junglas, 2006). Esses dispositivos móveis são instrumentos cada vez mais importantes para a comunicação e para a produtividade dos profissionais em trânsito, pois possibilitam o acesso remoto, virtual e instantâneo a quaisquer aplicações corporativas que estejam conectadas à Internet. Além disso, outros aplicativos disponíveis no próprio aparelho celular contribuem para o aumento da produtividade, tais como GPS para localização na cidade ou rastreamento de veículos; agenda de compromissos e contatos sincronizada com a estação de trabalho, telefonia via Internet, processadores de texto, leitura e edição de planilhas de cálculo, dispositivo para armazenamento de dados, entre outros. O acesso aos aplicativos on line, em qualquer momento ou lugar da área de cobertura, define o paradigma “qualquer coisa, a qualquer hora, em qualquer lugar” (Sadler et al, 2006), que traz decorrências diversas para a sociedade e desafia as operadoras a manterem uma infra-estrutura complexa e de altíssima disponibilidade. 1.1 PROBLEMA E OBJETIVO O problema de pesquisa concentra-se na determinação da quantidade de telefones celulares habilitados que estará em operação no Brasil nos próximos anos, discussão relevante para o planejamento estratégico das empresas do setor. A análise é conduzida através da extrapolação de dados sócio-econômicos e de penetração de telefonia móvel celular no Brasil e nos países congêneres, considerando os indicadores de crescimento que se observa e as limitações existentes para o crescimento da densidade de telefonia celular. Tendo em vista esse problema de pesquisa, o objetivo do presente artigo é definir um modelo matemático adequado ao cálculo da quantidade de terminais celulares em operação no Brasil para os próximos anos, como função do comportamento das seguintes variáveis ao longo do tempo: PIB per capta, população e crescimento percentual do PIB. Future Studies Research Journa l ISSN 2175-5825 São Paulo, v. 1, n. 1, pp. 28-48, Jan./Jun. 2009 31
  • 5. A proposal for a forecasting model for mobile phone market growth in Brazil Uma proposta de modelo preditivo para o crescimento da telefonia celular no Brasil O presente trabalho é composto por introdução, Métodos e técnicas de pesquisa, revisão bibliográfica, análise preditiva do crescimento da base de celulares, considerações finais e referências bibliográficas. 2 MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA A pesquisa exploratória pode ser formalmente compreendida como uma atividade racional e sistemática, eminentemente processual, que visa elaborar respostas robustas para o problema analisado, aliando conhecimentos disponíveis ao uso criterioso de métodos, técnicas e outros procedimentos científicos (Gil, 2002). É de esperar que a pesquisa ganhe destaque quando o objeto em estudo ainda não esteja suficientemente documentado ou, por sua natureza, não tenha sido conceitualmente apreendido de modo eficaz. Gil (1999) salienta que a pesquisa exploratória é indicada quando as informações disponíveis acerca de um fenômeno de interesse encontram-se dispersas - com inferências muito gerais e pouco eficazes - em face do grau de incerteza que as envolve. O presente trabalho se utiliza da metodologia de pesquisa exploratória, visto que busca a construção e geração de “insights”, oferecendo ao leitor um instrumento conceitualmente embasado e capaz de predizer, com alguma acurácia, a quantidade de telefones celulares em operação no Brasil nos próximos anos. Fundamentalmente, a construção do trabalho se dá através de uma pesquisa quantitativa, a partir da análise de dados secundários obtidos em levantamentos anteriores, abordagem que, de acordo com Creswell (2003), é mais adequada quando o objetivo consiste em compreender fatores que influenciam ou predizem um resultado. A análise dos dados foi conduzida através da aplicação de regressão linear e polinomial, relacionando PIB per capta (Purchase Power Parity [PPP]) e densidade de telefonia celular. De acordo com Montgomery, Pech e Vining (2001), análise de regressão é uma metodologia estatística que utiliza a relação entre duas ou mais variáveis quantitativas, ou qualitativas, de forma que uma variável possa ser predita a partir de outra ou outras. A regressão linear, cuja relação entre as variáveis é modelada por uma reta, é uma das utilizadas nos estudos estatísticos, dada a relativa simplicidade de cálculo e robustez. Future Studies Research Journa l ISSN 2175-5825 São Paulo, v. 1, n. 1, pp. 28-48, Jan./Jun. 2009 32
  • 6. Luís Fernando Ascenção Guedes e Liliana Vasconcellos 3 ATORES RELEVANTES DO SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES A indústria da Tecnologia da Informação congrega uma ampla gama de segmentos tecnológicos, que vão da produção de partes componentes de equipamentos ao desenvolvimento de plataformas de serviço que atendam as crescentes necessidades de conectividade e disponibilidade dos serviços dos consumidores. Segundo Neves (2002, p. 16), o setor de telecomunicações pode ser dividido em quatro grandes segmentos: Serviço Telefônico Fixo Comutado, Serviços de Telefonia Móvel, Serviços de Comunicação de Massa (radiodifusão e TV por assinatura) e Serviços Multimídia (comunicação de dados, linha dedicada). Destaca-se que as operadoras de telecomunicações fixas e móveis, os desenvolvedores de aplicações e os fornecedores de infra-estrutura desempenham um papel crítico na difusão de soluções tecnológicas para uma ampla gama de públicos (Fransman, 2002), indo do cliente de baixo poder aquisitivo (típico usuário de telefonia pré-paga) a corporações multinacionais que demandam soluções específicas para seus problemas. Algumas das empresas mais relevantes do setor de telecomunicações do Brasil foram monopólios estatais até meados da década de 90, quando foram privatizadas e passaram por um profundo processo de reestruturação. A privatização possibilitou a formação de operadoras entrantes, fomentando um cenário de competição que elevou substancialmente a oferta, disponibilidade e qualidade dos serviços prestados à população. As operadoras de telefonia fixa e celular desempenham papel central como agentes propulsores da cadeia que desenvolve e oferece inovações tecnológicas no setor. O modelo de camadas proposto por Fransman (2002) representa a indústria contemporânea de telecomunicações e é composto por seis camadas interdependentes, de modo que a camada superior faz uso de serviços e infra- estrutura providos pelas camadas inferiores. O modelo é representado na Figura 1. Future Studies Research Journa l ISSN 2175-5825 São Paulo, v. 1, n. 1, pp. 28-48, Jan./Jun. 2009 33
  • 7. A proposal for a forecasting model for mobile phone market growth in Brazil Uma proposta de modelo preditivo para o crescimento da telefonia celular no Brasil Camada 6: Consumidores Camada 5: Aplicação (informação processada) Produtos: empacotamento de conteúdo Ex.: Bloomberg, UOL, Reuters Camada 4: Navegação e middleware (disponibilização de informação) Produtos: browsers, search engines, páginas amarelas Ex.: Explorer, Google, Lycos, Yahoo Camada 3: Provedor de conexão ou de acesso Produtos: e-mail, voz sobre IP, acesso à Internet, servidor web Ex.: AOL, UOL Camada 2: Rede para circulação de dados digitais Produtos: voz, imagem, informação. Ex.: AT&T, BT, NTT, MCI, WorldCom, Qwest, Telefônica, Sprint etc. Camada 1: Equipamentos e Software Produtos: aparelhos e centrais telefônicas, softwares de tarifação etc. Ex.: Ericsson, CISCO, Siemens Figura 1: Estrutura do setor de telecomunicações Fonte: SBRAGIA et al, 2006, p. 14 Embora a indústria das telecomunicações tenha experimentado um crescimento importante nos últimos dez anos, é de se destacar que as tecnologias que facilitam o acesso à internet, via banda larga e a partir de sistemas de telefonia móvel celular, ainda estão no primeiro estágio de evolução, enquanto a telefonia fixa já está num estágio superior de maturidade tecnológica. Marchetti e Prado (2006) mencionam um estudo conduzido no Brasil pela consultoria Pyramid Research, que identificou o estágio de evolução das tecnologias de telecomunicações (Figura 2). Future Studies Research Journa l ISSN 2175-5825 São Paulo, v. 1, n. 1, pp. 28-48, Jan./Jun. 2009 34
  • 8. Luís Fernando Ascenção Guedes e Liliana Vasconcellos Figura 2: Estágio de evolução das tecnologias de conectividade Observação: O tamanho das circunferências indica o volume de recursos movimentados em cada um dos estágios. Fonte: Marchetti e Prado (2006, p. 232) A definição de tecnologia que possui maior aderência a esta pesquisa é a definição apresentada e discutida por Dosi (1984, pp.13-4): Tecnologia é um conjunto de fragmentos de conhecimento, não só diretamente práticos - relacionados a problemas concretos e a dispositivos teóricos - know- how, métodos, procedimentos, experiências de sucesso e fracasso, mas também, é claro, dispositivos práticos e equipamentos. Os dispositivos físicos existentes incorporam os resultados do desenvolvimento da tecnologia em uma atividade definida de resolução de problemas. Ao mesmo tempo, a parte 'desincorporada' da tecnologia consiste na habilidade específica, na experiência decorrente dos esforços passados e das soluções tecnológicas passadas, em conjunto com o conhecimento e as conquistas do estado da arte. 3.1 TRAJETÓRIA TECNOLÓGICA DA TELEFONIA CELULAR Pode-se definir como comunicação móvel aquela que possibilita o movimento relativo entre partes ou entre as partes sistêmicas envolvidas. Como exemplo, tem-se a comunicação entre aeronaves, entre aeronaves e uma base Future Studies Research Journa l ISSN 2175-5825 São Paulo, v. 1, n. 1, pp. 28-48, Jan./Jun. 2009 35
  • 9. A proposal for a forecasting model for mobile phone market growth in Brazil Uma proposta de modelo preditivo para o crescimento da telefonia celular no Brasil terrena, entre veículos, a telefonia celular, a computação móvel e algumas classes de sistemas de telemetria. As primeiras experiências tecnológicas de transmissão de voz sem fio tiveram lugar nos Estados Unidos e Japão no início dos anos 50, porém, os serviços comerciais de telefonia móvel só começaram a ser oferecidos em meados dos anos 70. Os primeiros terminais móveis eram transportáveis, pesavam cerca de um quilograma e tinham autonomia de bateria limitada a 20 minutos de conversação. Em qualquer sistema de comunicação é desejada a transmissão da maior quantidade de informação no menor intervalo de tempo. Dada a qualidade esperada na recepção, cada tipo de informação (voz, dados, vídeo) necessita de determinada largura de banda e potência de transmissão. Por outro lado, se esta informação está sendo transmitida na forma analógica ou digital, os requisitos para os sistemas de transmissão e recepção são diferentes. Na comunicação móvel analógica, o aumento na qualidade da transmissão é alcançado através do aumento da potência de transmissão, porém com limitações importantes de ordem prática. Sabe-se que a transmissão analógica tem como grandes desvantagens a pequena imunidade a ruídos e o reduzido número de possibilidades de serviços a serem oferecidos, além do pequeno grau de segurança na comunicação. A atratividade da comunicação digital frente à analógica é superlativa, tanto que, hoje, praticamente não há mais sistemas analógicos em operação comercial no mundo. No que se refere à evolução dos terminais celulares, a demanda crescente por serviços sofisticados pressionou os fabricantes a desenvolverem consistentemente inovações em materiais e componentes eletrônicos, de modo a imprimir nos aparelhos maior durabilidade, leveza e poder computacional, suportando aplicações cada vez mais complexas. Entre as inovações nos materiais utilizados na confecção de aparelhos está a substituição do material do chassi, anteriormente de plástico, por uma liga de magnésio (mais leve e com maior resistência a choques mecânicos), e a utilização de vidro quimicamente endurecido no visor dos aparelhos, substituindo novamente o plástico, que é menos resistente e durável. Future Studies Research Journa l ISSN 2175-5825 São Paulo, v. 1, n. 1, pp. 28-48, Jan./Jun. 2009 36
  • 10. Luís Fernando Ascenção Guedes e Liliana Vasconcellos 3.1.1 Evolução das gerações de telefonia celular Os sistemas analógicos da primeira geração de telefonia celular foram desenvolvidos para prover serviços de transmissão de voz somente. Dentre eles, destaca-se o sistema Advanced Mobile Phone System (AMPS), adotado pelos Estados Unidos e pela maioria dos países sul-americanos. No sistema AMPS, um canal de voz é alocado durante toda a chamada, cada terminal utiliza um par de freqüências de rádio para transmitir e outro para receber informações, o tamanho das células varia de 0,5 km a 10 km, sendo necessária alta potência de transmissão do terminal móvel. O sistema analógico possui características estruturais que limitam seriamente seu raio de cobertura geográfica, além de, mesmo com uso de alta potência de transmissão, não atingir razoável capacidade de transmissão de dados. A despeito de ser uma enorme evolução tecnológica do seu tempo, os sistemas analógicos estão muito aquém das demandas do mercado. A geração que sucedeu a rede analógica trouxe importantes benefícios para o usuário, tanto em termos de qualidade das chamadas, quanto na oferta de serviços de valor agregado e qualidade dos aparelhos celulares. A segunda geração, também chamada 2G, foi implementada por um conjunto de padrões, dentre os quais se destacam três: Time Division Multiple Access (TDMA), Global System for Mobile Communication (GSM) e o Code Division Multiple Access (CDMA). A predominância absoluta foi o padrão GSM, adotado em praticamente toda a Europa, Ásia, Oriente Médio e África. Em termos objetivos, sob o ponto de vista do usuário, o sistema é pouco relevante, pois as funcionalidades entregues por todos eles são semelhantes. Uma possível diferença estaria na qualidade e preço dos celulares em si, haja vista que os celulares GSM, por usufruir de maior benefício decorrente da escala, chegam aos consumidores com preços mais baixos e têm maior diversidade de modelos. Sob o ponto de vista das operadoras, o GSM, por ser de arquitetura aberta, permite a combinação de componentes de vários fabricantes, tornando a implementação mais flexível e econômica. Como desvantagem do GSM pode-se indicar a dificuldade de implementação do roaming, tendo em vista o plano de freqüências no qual opera as redes brasileiras e internacionais. Somente aparelhos chamados tri-band (900MHz, 1.800MHz e 1.900 MHz) podem fazer roaming automático em redes na Future Studies Research Journa l ISSN 2175-5825 São Paulo, v. 1, n. 1, pp. 28-48, Jan./Jun. 2009 37
  • 11. A proposal for a forecasting model for mobile phone market growth in Brazil Uma proposta de modelo preditivo para o crescimento da telefonia celular no Brasil Europa, por exemplo. Atualmente, no entanto, a maioria dos celulares já é equipada com receptores das três faixas de freqüência, que são padrão no Brasil, nos EUA e na Europa. A segunda geração foi aprimorada e incrementada ao longo de seu ciclo de vida, consolidando uma geração intermediária. A essa geração atribuiu-se o nome de 2,5G. Seus principais atributos diferenciais são o incremento na velocidade de transmissão de dados (dez vezes maior) e a oferta de serviços de valor agregado, os quais faziam uso dessa maior velocidade como, por exemplo, envio de mensagens multimídia (fotos e vídeos em baixa resolução) e acesso à Internet. Os principais padrões da 2,5G foram o CDMA 1xRTT (evolução do padrão CDMA) e o EDGE (baseado no padrão GSM). O próximo passo na evolução tecnológica da rede de telecomunicações foi o advento da Terceira Geração (3G), que entre outras características possibilita o acesso à Internet em banda larga em ambiente de mobilidade. Aparelhos celulares e modems podem ser utilizados para servirem como pontos móveis de acesso à Internet de alta velocidade (em muitos casos dez ou até vinte vezes maior do que a velocidade provida pela 2,5G), abrindo um grande leque de possibilidades de serviços e aplicações que as operadoras e seus parceiros de negócio estão ávidos para explorar. Entre essas aplicações estão as baseadas em localização, na qual os serviços de informação, marketing ou mesmo meteorológico podem ser oferecidos com base na localidade na qual o cliente se encontra a cada momento. Os padrões mais importantes das redes 3G são o CDMA 1xEV-DO e os padrões que são a evolução do GSM: W-CDMA (ou Wideband CDMA) e o HSPDA (High-Speed Downlink Packet Access). O principal objetivo comercial das operadoras celular com a adoção do 3G é incrementar suas receitas por meio de serviços com valor agregado, que se sobrepõem ao serviço de voz e com ele não se confundem. Esta é uma questão de crucial relevância para operadoras que atuam em mercados saturados, próximos à saturação, e que têm experimentado alguma queda nas receitas derivadas de serviços de voz, fruto da competição acirrada, muitas vezes, fundamentada em guerra de preços. Para algumas operadoras, no entanto, o aumento de capacidade proporcionado pelas tecnologias 3G serviu para resolver problemas de congestionamento nos serviços de voz. A Figura 3 ilustra a relação entre as gerações e o Quadro 1 detalha as Future Studies Research Journa l ISSN 2175-5825 São Paulo, v. 1, n. 1, pp. 28-48, Jan./Jun. 2009 38
  • 12. Luís Fernando Ascenção Guedes e Liliana Vasconcellos gerações da telefonia celular com algumas características técnicas. Figura 3: Roadmap da evolução para a 3G Fonte: autores LARGURA DE GERAÇÃO TECNOLOGIA TAXA DE TRANSMISSÃO BANDA(HZ) 1G AMPS 30 kHz Menor ou igual a 16.2kb/s TDMA 30 kHz 2G CDMA 1,25 MHz Menor ou igual a 28.8kb/s GSM 200 kHz GPRS 200 kHz Menor ou igual a 144kb/s 2,5G CDMA20001X 1,25 MHz Menor ou igual a 144kb/s EDGE 200 kHz Menor ou igual a 2mb/s WCDMA 5 MHz Menor ou igual a 2mb/s CDMA20001XEVDV 1,25 MHz Menor ou igual a 2mb/s 3G CDMA20001XEVDO 1,25 MHz Menor ou igual a 2mb/s HSDPA 5 MHz Menor ou igual a 10mb/s Quadro 1: Alguns detalhes sobre as gerações de telefonia celular Fonte: autores 3.2 O MERCADO DE CELULARES NO BRASIL O Gráfico 1 ilustra a evolução da quantidade de telefones celulares em operação no Brasil, e a relação da quantidade de telefones por 100 habitantes desde julho de 2000. Future Studies Research Journa l ISSN 2175-5825 São Paulo, v. 1, n. 1, pp. 28-48, Jan./Jun. 2009 39
  • 13. A proposal for a forecasting model for mobile phone market growth in Brazil Uma proposta de modelo preditivo para o crescimento da telefonia celular no Brasil Telefones celulares em operação no Brasil Terminais Densidade (%) 160 80 140 70 120 60 Quantidade de celulares (milhões) Densidade (cel/100 hab) 100 50 80 40 60 30 40 20 20 10 0 0 jan/01 jan/02 jan/03 jan/04 jan/05 jan/06 jan/07 jan/08 jul/00 jul/01 jul/02 jul/03 jul/04 jul/05 jul/06 jul/07 jul/08 abr/01 abr/02 abr/03 abr/04 abr/05 abr/06 abr/07 abr/08 out/00 out/01 out/02 out/03 out/04 out/05 out/06 out/07 out/08 Gráfico 1: Telefones celulares em operação no Brasil entre jul./2000 e out./08 Fonte: ANATEL (2009) Mesmo quando se observa que a população aumentou no período de julho de 2000 a outubro de 2008 (Gráfico 1), a correlação entre a quantidade de terminais e a densidade telefônica celular (medida em quantidade de celulares por 100 habitantes) é extremamente elevada, sugerindo que o crescimento vegetativo da população é medida indireta relevante para a quantidade de celulares ativos no País no período considerado. O Gráfico 2 ilustra a quantidade agregada de adições líquidas à base de celulares ativos no Brasil (Net add/Base Total) entre 2000 e 2008. Essa quantidade refere-se à diferença entre os celulares que foram habilitados no período e aqueles de saíram de operação, levando-se em conta todas as operadoras atuantes no País. No Gráfico 2, encontra-se a densidade ou penetração telefônica (celulares por 100 habitantes) que, como vimos no Gráfico 1, cresce acentuadamente no período. Na análise do Gráfico 2, nota-se que as adições líquidas têm comportamento um tanto errático, variando em média 22% ao ano, com desvio padrão relativamente alto no período (6,9%). Future Studies Research Journa l ISSN 2175-5825 São Paulo, v. 1, n. 1, pp. 28-48, Jan./Jun. 2009 40
  • 14. Luís Fernando Ascenção Guedes e Liliana Vasconcellos Adições líquidas como percentual da base Net add/ Base total Penetração 80% 75% 70% 64% 60% 53% 50% 47% 40% 37% 30% 26% 20% 20% 17% 35% 29% 25% 24% 10% 19% 18% 17% 16% 14% 14% 0% 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Gráfico 2: Adições líquidas à base e penetração celular no Brasil Fonte: ANATEL (2009) 4 ANÁLISE PREDITIVA DO CRESCIMENTO DA BASE DE CELULARES Não obstante a evolução da telefonia celular no País, o gráfico que mais interessa no âmbito deste trabalho é o Gráfico 3, que correlaciona a densidade telefônica no Brasil com o crescimento do PIB no período compreendido entre 2004 e 2007, conforme apresentado a seguir. BRASIL - Relação entre PIB per capta e Densidade da telefonia celular (2004-2007) 80 70 y = 0,0219x - 144,78 R² = 0,9749 Celulares/100 hab 60 50 40 30 20 10 0 8.200,00 8.400,00 8.600,00 8.800,00 9.000,00 9.200,00 9.400,00 9.600,00 PIB per capta (PPP) Gráfico 3: Correlação entre PIB per capta e a densidade de telefonia celular no Brasil Fontes: FMI, World Economic Outlook Database, ITU World Telecommunication/ICT Indicators Database Future Studies Research Journa l ISSN 2175-5825 São Paulo, v. 1, n. 1, pp. 28-48, Jan./Jun. 2009 41
  • 15. A proposal for a forecasting model for mobile phone market growth in Brazil Uma proposta de modelo preditivo para o crescimento da telefonia celular no Brasil Surpreende a alta correlação entre as duas variáveis no período observado (97,5%). De modo a qualificar a suposição de que esse fenômeno poderia ser observado em economias similares a do Brasil, estendeu-se o estudo aos outros países emergentes da BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China). Os Gráficos 4, 5 e 6 apresentam os resultados deste estudo. RÚSSIA - Relação entre PIB per capta e Densidade da telefonia celular (2004-2007) 140 120 y = 0,0208x - 149,95 R² = 0,9515 Celulares/100 hab 100 80 60 40 20 0 9.500,00 10.000,00 10.500,00 11.000,00 11.500,00 12.000,00 12.500,00 13.000,00 13.500,00 PIB per capta (PPP) Gráfico 4: Relação entre PIB per capta e densidade de telefonia celular na Rússia Fontes: FMI, World Economic Outlook Database, ITU World Telecommunication/ICT Indicators Database. ÍNDIA - Relação entre PIB per capta e Densidade da telefonia celular (2004-2007) 25 y = 0,0177x - 51,677 20 R² = 0,9508 Celulares/100 hab 15 10 5 0 3.000,00 3.200,00 3.400,00 3.600,00 3.800,00 4.000,00 4.200,00 PIB per capta (PPP) Gráfico 5: Relação entre PIB per capta e densidade de telefonia celular na Índia Fontes: FMI, World Economic Outlook Database, ITU World Telecommunication/ICT Indicators Database. Future Studies Research Journa l ISSN 2175-5825 São Paulo, v. 1, n. 1, pp. 28-48, Jan./Jun. 2009 42
  • 16. Luís Fernando Ascenção Guedes e Liliana Vasconcellos CHINA - Relação entre PIB per capta e Densidade da telefonia celular (2004-2007) 50 y = 0,0063x - 12,033 R² = 0,9958 Celulares/100 hab 40 30 20 10 0 5.500,00 6.000,00 6.500,00 7.000,00 7.500,00 8.000,00 8.500,00 9.000,00 PIB per capta (PPP) Gráfico 6: Relação entre PIB per capta e densidade de telefonia celular na China Fontes: FMI, World Economic Outlook Database, ITU World Telecommunication/ICT Indicators Database. A Tabela 1 correlaciona os dados de densidade de telefones celulares com a evolução do PIB per capta dos países estudados, no caso, Brasil, Rússia, Índia e China. Tabela 1: Evolução do PIB per capta e densidade de telefonia celular PAÍS BRASIL RÚSSIA ÍNDIA CHINA PIB PER PIB PER PIB PER PIB PER DENSI. DENS. DENS. DENS. CAPTA CAPTA CAPTA CAPTA 2004 8.333,28 36,13 9.971,72 51,2 3.093,07 4,45 5.974,67 25,76 2005 8.656,99 46,79 10.984,15 84,6 3.402,86 6,53 6.743,39 30,09 2006 9.108,41 52,59 12.096,28 106,4 3.736,69 13,43 7.597,66 35,09 2007 9.531,21 63,90 13.210,28 119,3 4.031,33 20,70 8.485,71 41,60 PIB X DENS. 97,5% 95,15% 95,08% 99,58% Fontes: FMI, World Economic Outlook Database, ITU World Telecommunication/ICT Indicators Database Em todos os casos, ajustou-se a linha de tendência polinomial que se mostrou a mais adequada à conformação dos dados. Nos países com alta correlação entre as variáveis densidade e PIB per capta, o valor de R2 das linhas de tendência mostrou-se consideravelmente elevado, indicando que se pode considerar razoável uma previsão baseada na equação que se determinou para cada país (Tabela 2). Future Studies Research Journa l ISSN 2175-5825 São Paulo, v. 1, n. 1, pp. 28-48, Jan./Jun. 2009 43
  • 17. A proposal for a forecasting model for mobile phone market growth in Brazil Uma proposta de modelo preditivo para o crescimento da telefonia celular no Brasil Tabela 2: Correlação PIB per capta x Densidade de telefonia celular PAÍS R² Brasil 0,975 Rússia 0,951 Índia 0,951 China 0,996 Não obstante os dados mostrarem-se comportados para o período em análise, nota-se que há um limitante na boa correlação entre PIB per capta e densidade de telefonia celular, valor que se encontra por volta de US$ 20.000,00. Da mesma forma, parece haver, de fato, um limite em torno de 120% na penetração da telefonia celular, exceto na Itália, onde esse valor chega a 141%. A Tabela 3 e o Gráfico 7 ilustram uma amostra maior de países e situam o limite da correlação significativa entre PIB per capta e densidade telefônica. Tabela 3: PIB per capta e densidade de telefonia celular por país PAÍS PIB PER CAPTA DENSID. CELULAR Índia $ 2.700 20,7 China $ 5.300 41,6 Colômbia $ 6.700 68,0 Costa Rica $ 10.300 42,1 Uruguai $ 11.600 93,9 Venezuela $ 12.200 86,8 México $ 12.800 64,87 Argentina $ 13.300 102,7 Chile $ 13.900 76,7 Rússia $ 14.900 119,3 Brasil $ 9.700 63,9 Coréia do Sul $ 24.783 89,8 Itália $ 30.400 141,5 Japão $ 33.600 82,4 Alemanha $ 34.200 121,5 Reino Unido $ 35.100 121,8 Austrália $ 36.300 21,26 Canadá $ 38.400 60,4 EUA $ 45.800 84,4 Fonte: FMI, World Economic Outlook Database, Abril 2008. Produto interno bruto com base na paridade do poder de comprar per capta referentes ao ano de 2007. Future Studies Research Journa l ISSN 2175-5825 São Paulo, v. 1, n. 1, pp. 28-48, Jan./Jun. 2009 44
  • 18. Luís Fernando Ascenção Guedes e Liliana Vasconcellos Gráfico 7: Relação entre PIB per capta e densidade de telefonia celular Fontes: FMI, World Economic Outlook Database, ITU World Telecommunication/ICT Indicators Database Dessa forma, uma estimativa razoavelmente adequada para a densidade de telefonia celular pode ser feita com base na regressão obtida acima, até o limite de US$20.000 do PIB per capta e 120% da penetração telefônica em termos agregados do País (soma de todos os telefones celulares ativos sobre a população residente). A simulação do Gráfico 8 define o valor teto de 120% para a penetração telefônica e indica o PIB per capta correspondente. BRASIL - Relação entre PIB per capta e Densidade da telefonia celular (2004-2007) e Projeção para 120% de densidade 140 y = 0,022x - 146,31 120 R² = 0,9977 Celulares/100 hab 100 PIB per capta 80 US$12.090,00 60 40 20 0 7.000,00 8.000,00 9.000,00 10.000,00 11.000,00 12.000,00 13.000,00 PIB per capta (PPP) Gráfico 8: Simulação para densidade telefônica de 120% Fontes: FMI, World Economic Outlook Database, ITU World Telecommunication/ICT Indicators Database. Future Studies Research Journa l ISSN 2175-5825 São Paulo, v. 1, n. 1, pp. 28-48, Jan./Jun. 2009 45
  • 19. A proposal for a forecasting model for mobile phone market growth in Brazil Uma proposta de modelo preditivo para o crescimento da telefonia celular no Brasil Assumindo para o caso brasileiro algumas premissas de crescimento anual médio do PIB per capta, chega-se ao valor alvo de US$12.090, que pode ser atingido entre 5,6 e 11,1 anos, de acordo com a estimativa de crescimento do PIB adotada (Tabela 4). Gráfico 9: Tempo para atingir 120% de penetração telefônica de celulares por estimativa de crescimento do PIB Tabela 4: Estimativa de crescimento do PIB e tempo para atingir US$ 12.090 ESTIMATIVA DE CRESC ANUAL PIB TEMPO PARA PIB DE US$12.090 (ANOS) 4,0% 5,6 3,5% 6,4 3,0% 7,5 2,5% 8,9 2,0% 11,1 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A telefonia celular tem se tornado cada vez mais relevante na vida dos cidadãos de países desenvolvidos e também de países em desenvolvimento. Em que pese o aprimoramento da rede e dos serviços com as ondas sucessivas de Future Studies Research Journa l ISSN 2175-5825 São Paulo, v. 1, n. 1, pp. 28-48, Jan./Jun. 2009 46
  • 20. Luís Fernando Ascenção Guedes e Liliana Vasconcellos evolução (2G, 2,5G e recentemente 3G), observa-se que há forte correlação entre a melhoria média da condição econômica da população (medida em termos do PIB per capta) e a utilização sistemática de uma linha de telefonia móvel celular. No caso dos países emergentes mais significativos, como Brasil, Rússia, Índia e China, essa característica mostrou-se relativamente acentuada nos dados relativos ao período compreendido entre 2004 e 2007, disponibilizados pela União Internacional de Telecomunicações (ITU). Tendo em vista uma amostra mais ampla de países, verifica-se que a densidade de telefones celulares atinge o teto em 1,2 celulares por habitante residente, não importando o quão rico seja o país. Na tabela 5, utilizando a regressão dos dados relacionados ao Brasil e considerando-se as possíveis taxas de crescimento econômico, estima-se cenários que indicam o tempo necessário para a densidade de telefonia celular atingir 120% e a quantidade de celulares ativos no País (Tabela 5). Tabela 5: Cálculo do tempo para atingir a densidade de telefonia celular de 120% e quantidade estimada de celulares ativos no Brasil ESTIMATIVA DE TEMPO PARA PIB DE POPULAÇÃO QTE. ESTIMADA DE CRESC. ANUAL PIB US$12.090 (ANOS) ESTIMADA CELULARES 4,0% 5,6 197.217.942 236.661.530 3,5% 6,4 198.747.941 238.497.529 3,0% 7,5 200.210.470 240.252.564 2,5% 8,9 202.945.021 243.534.025 2,0% 11,1 205.445.403 246.534.483 Fonte: IBGE Com base na análise dos dados, pressupõe-se que o teto da penetração da telefonia celular no Brasil atinja seu teto entre 5 e 11 anos, variando de acordo com o crescimento médio do País nesse intervalo de tempo. Espera-se que este estudo possa contribuir para o planejamento estratégico das operadoras de telefonia celular, de modo que novas fontes de receita - como jogos on line, acesso à internet, distribuição de músicas e outros conteúdos - possam compensar a já vislumbrada saturação do mercado no que se refere ao aumento da base de clientes. Future Studies Research Journa l ISSN 2175-5825 São Paulo, v. 1, n. 1, pp. 28-48, Jan./Jun. 2009 47
  • 21. A proposal for a forecasting model for mobile phone market growth in Brazil Uma proposta de modelo preditivo para o crescimento da telefonia celular no Brasil REFERÊNCIAS Agência Nacional de Telecomunicações. Recuperado em janeiro de 2009, de <www.anatel.gov.br>. Creswell, J. W. (2003). Research design: qualitative, quantitative and mixed methods approaches (2a ed.). Thousand Oaks: Sage Publications. Dosi, G. (1984). Technical change and industrial transformation: the theory and an application to the semiconductor industry. Londres: Macmillan. Fransman, M. (2002, october). Mapping the evolving telecoms industry: the uses and shortcomings of the layer model. Telecommunications Policy, 26 (9), 473. Recuperado em janeiro de 2007, de <http://www.telecomvisions. com/>. Gil, A. C. (1999). Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas. International Telecommunication Union. Recuperado em Janeiro de 2009, de <http://www. itu.int/net/ home/index.aspx>. Krotov, V. & Junglas, I. (2006). Mobile technology as an enabler of organizational agility. Proceedings of The International Conference on Mobile Business. Ling, R. (2004). The mobile connection: the cell phone's impact on society. San Francisco, CA: Morgan Kaufmann. Machado, C. B. (2006, janeiro/junho). O impacto da tecnologia móvel na vida Cotidiana. Think, Caderno de Artigos e Casos da ESPM, 4 (1), 36-39. Marchetti, R. Z. & Prado, P. H. M. (2006). Setor de telecomunicações e energia elétrica: em ritmo de mudança. In Mircrosoft (org.). Lucratividade pela Inovação: como eliminar ineficiências nos seus negócios e na cadeia de valor. Rio de Janeiro: Campus. Montgomery, D. C.; Peck, E. A. & Vining, G. G. (2001). Introduction to linear regression analysis (1a ed.). (Wiley series in probability and statistics: Texts, References, and Pocketbooks Section). New York: Wiley-Interscience. Neves, M. dos S. (2002). O setor de telecomunicações. In Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (org.). BNDS 50 Anos: Histórias Setoriais. Recuperado em janeiro de 2007, de <http://www.bndes.gov.br/ conhecimento/publicacoes/catalogo/livsetorial.asp> Sadler, T. D.; AmirshokoohI, A.; Kazempour, M. & Allspaw, K. M. (2006). Socioscience and ethics in science classrooms: teacher perspectives and strategies. Journal of Research in Science Teaching, 43, 353-376. Sbragia, R.; Galina, S. V. R.; Campanario, M. A. & Silva, M. M. (2004). Panorama Setorial em Telecomunicações. In: R. Sbragia & S. V. R. Galina (org.). Gestão da inovação no setor de telecomunicações. São Paulo: PGT/USP, 3-37. Teleco Informação e Serviços de Telecomunicações. Recuperado em Fevereiro de 2009, de <www.teleco.com.br>. Future Studies Research Journa l ISSN 2175-5825 São Paulo, v. 1, n. 1, pp. 28-48, Jan./Jun. 2009 48