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UTILITARISMO ÉTICO
FILOSOFIA – 3°BIMESTRE
Prof. Wagner Stefani
O UTILITARISMO ÉTICO
 OBJETOS DO CONHECIMENTO
 • Jeremy Bentham: a criação do utilitarismo.
 • John Stuart Mill: o utilitarismo qualitativo.
UTILITARISMO – ÉTICO
O utilitarismo é uma doutrina
que avalia a moral e, sobretudo,
as consequências dos atos
humanos. Caracteriza-se pela
ideia de que as condutas
adotadas devem promover a
felicidade ou prazer do coletivo,
evitando assim as ações que
levam ao sofrimento e a dor.
Para começar: Horror e canibalismo em alto mar: a tragédia
do Mignonette
A criação do utilitarismo ético
 Jeremy Bentham (1748-1832) foi um filósofo inglês,
além de economista e especialista em direito jurídico
que viveu entre os séculos XVIII e XIX, período marcado
por grandes transformações políticas, econômicas e
sociais. Seu pensamento herdou valores do Iluminismo
e refletiu as mudanças da época, como a Revolução
Industrial, a ascensão econômica da burguesia, a
Revolução Francesa e a Independência dos Estados
Unidos.
O UTILITARIMSO QUANTITATIVO
 Bentham estudou Direito, mas não exerceu a
advocacia; direcionou sua atenção à Filosofia do
Direito e à Filosofia Moral.
 O pensador era um grande crítico do Direito inglês
e assumia uma postura reformista em relação às
leis, tendo por objetivo o aprimoramento social e
político da sociedade.
 Sociedade da sua época:
 * Êxodo Rural
 * Revolução Industrial – exploração trabalhista –
problemas sociais – criminalidade – Pobreza
extrema -
Princípio ético da Utilidade
 Para Jeremy Bentham, a utilidade
estaria no prazer coletivo, na
garantia dos interesses e na
promoção da maior felicidade
possível da comunidade em geral.
Dessa maneira, o princípio
utilitarista representaria a
maximização do útil como regra
de ação dos indivíduos e das
instituições sociais, como o
governo e o sistema de justiça.
O hedonismo e o utilitarismo na busca pelo prazer
 A palavra “hedonismo” vem do grego antigo e
significa “prazer”. Como corrente filosófica, o
hedonismo afirma que o prazer tem papel
central para a humanidade, e o objetivo da
vida é maximizar o prazer e minimizar a dor.
 O prazer seria toda fonte de alegria,
satisfação, gosto, alívio, euforia e sentimentos
similares. Já a dor seria toda forma a ser
desprezada, como agonia, sofrimento,
desconforto, medo e tristeza.
Semelhança e diferença entre Utilitarismo e Hendonismo
 A abordagem do utilitarismo se assemelha à do
hedonismo, porque deposita na felicidade o
valor de toda ação.
 Mas é uma ética normativa mais altruísta:
enquanto o hedonismo defende uma inclinação
egoísta do indivíduo na busca pelo próprio bem,
o utilitarismo serve de valor moral para a
utilidade geral em maximizar a felicidade (ou
prazer) do maior número possível de pessoas.
Jeremy Bentham: concepção do princípio de utilidade
 Agir conforme a maior felicidade ou bem-estar possível das pessoas afetadas
pela ação; uma boa ação seria aquela que apresenta utilidade, ou seja, que
produz mais felicidade ou prazer.
 O filósofo fundou o princípio utilitarista a partir de uma noção ética da avaliação
das consequências e efeitos das ações, por meio da reflexão sobre se as condutas
são eticamente corretas ou não
Jeremy Bentham: concepção do princípio de utilidade
 Bentham batizou esse preceito
responsável por respaldar ou
impedir qualquer ação conforme a
felicidade ou o sofrimento das
pessoas de princípio da felicidade
ou princípio da maior felicidade.
Esse fundamento se estenderia
como uma moral a ser aplicada em
todos os campos da vida, seja na
avaliação das ações dos indivíduos,
seja na política, no Direito e até
mesmo na economia.
Jeremy Bentham: concepção do princípio de utilidade –
exemplos
 Um exemplo de aplicação da moral utilitarista
é a defesa a um ato terrorista, como o que
aconteceu em 11 de setembro de 2001, em
que foram destruídas as Torres Gêmeas, em
Nova York (Estados Unidos). Em uma situação
similar, se um avião fosse sequestrado e
direcionado a um prédio e houvesse tempo
para impedir o ataque, o governo derrubaria o
avião antes de atingir o alvo. A vida seria
sacrificada, inclusive a de pessoas inocentes a
bordo, em favor do maior número de vidas
que seriam poupadas.
Jeremy Bentham: concepção do princípio de utilidade –
exemplos
 Arrebanhando mendigos. Bentham afirmou que, apesar de haver mendigos que
se sentiam felizes na mendicância, a maioria se sentia mais feliz amparado em
abrigos. Assim, o filósofo inglês propôs o deslocamento dos moradores de rua
para reformatórios.
Jeremy Bentham: O cálculo da felicidade
 Bentham apresentou uma visão quantitativa de bem-estar ao propor o cálculo da felicidade, expressão
matemática do grau de felicidade sentida pelos indivíduos. O valor de uma dor ou prazer seria medido
de acordo com variáveis definidas, conforme as definições a seguir:
 • Intensidade: um prazer intenso é mais útil que um prazer de baixa intensidade;
 • Duração: um prazer longo é mais útil que um prazer passageiro;
 • Certeza: um prazer é mais útil se tiver a certeza de que será realizado;
 • Proximidade: um prazer imediato é mais útil do que um prazer a ser realizado em um futuro distante;
 • Fecundidade: um prazer que leva a outros prazeres é mais útil do que um prazer único;
 • Pureza: um prazer que não produz sofrimentos posteriores é mais útil do que um prazer que pode levar
a possíveis sofrimentos;
 • Extensão: um prazer usufruído por muitos é mais útil do que um prazer vivido individualmente.
Jeremy Bentham: utilitarismo quantitativo
 O utilitarismo é uma postura ética consequencial, ou seja, valoriza as
consequências das ações para avaliar o que é certo; ele diverge, por exemplo, do
dever moral na Filosofia de Immanuel Kant (1724--1804), que privilegia a
finalidade como critério para a moralidade. Para Kant, o dever é o princípio de
toda moralidade, independente das consequências das ações.
Diferença: Jeremy Bentham X Immanuel Kant
Soldados nazistas ocupando a Polônia em
1939, início da Segunda Guerra Mundial.
Na moral kantiana, se, durante o governo
nazista na Alemanha, um grupo de judeus
tivesse que passar por um soldado
nazista, ele teria que dizer sua origem,
mesmo sabendo que seus integrantes
seriam presos e mortos pelos alemães,
pois é dever moral dizer a verdade,
independente das consequências da
ação.
Já na análise utilitarista, mentir para o
soldado alemão seria uma ação
justificada pela consequente
sobrevivência e felicidade do grupo de
judeus.
O panóptico de Bentham
 Jeremy Bentham desenvolveu um projeto
para suprir a necessidade de vigiar indivíduos
que precisam ser assistidos, como pessoas
com distúrbios mentais, infratores e, até
mesmo, crianças em instituições, como
prisões, orfanatos, manicômios, etc. O
filósofo desenvolveu uma proposta
arquitetônica que permitisse a vigília
constante e o controle dos assistidos sem que
eles soubessem se estavam ou não sendo
observados. O princípio de vigília constante
seria um instrumento de controle chamado
de panóptico.
O panóptico de Bentham X BBB X O anel do poder
Jeremy Bentham
John Stuart Mill: O utilitarismo qualitativo
 John Stuart Mill (1806-1873) foi
um filósofo britânico, um dos mais
famosos e influentes do século
XIX, e seguidor de Jeremy
Bentham. Embora discordasse de
algumas afirmações de seu
antecessor, Mill relatou que o
contato com o pensamento moral
benthaniano, ainda na
adolescência, foi decisivo na
estruturação de seu pensamento.
John Stuart Mill: O utilitarismo qualitativo
 Para Bentham, não existiam diferenças qualitativas entre as formas de prazer;
seu viés hedonista era estritamente igualitário e não distinguia prazeres simples
– como comer pipoca e assistir a um seriado – de prazeres sofisticados e
complexos.
 Para Stuart Mill - o prazer era medido quantitativamente: prazeres intelectuais,
como adquirir conhecimento científico, seriam superiores aos prazeres
sensoriais, como assistir a vídeos de entretenimento.
Utilitarismo quantitativo versus utilitarismo qualitativo
A imagem a seguir representa o famoso
dilema do bonde, idealizado pela
filósofa britânica Philippa Foot (1920-
2010), que permite refletir sobre a
posição dos utilitaristas. Vamos
considerar que a pessoa amarrada ao
trilho, sozinha, seja um cientista que
descobriu a cura do câncer e as outras
cinco pessoas sejam indivíduos
comuns. O bonde está fora de controle
e não pode ser parado; é possível
apenas escolher a direção que ele
seguirá.
Utilitarismo quantitativo versus utilitarismo qualitativo
 Se nos ampararmos no pensamento utilitarista quantitativo de Jeremy
Bentham, pelo Princípio da Maior Felicidade, devemos defender que o bonde
seja desviado para a esquerda, atropelando o cientista, já que sua morte
representaria um sofrimento menor em relação à morte de cinco pessoas. Se
considerarmos o princípio utilitarista qualitativo de John Stuart Mill, contudo,
devemos argumentar que o bonde seja extraviado para a direita, salvando o
cientista, que produziria felicidade a um número maior de pessoas com a
descoberta do câncer.
O pensamento liberal de Mill
 Mill era defensor do liberalismo; mas,
diferente dos liberais, que
tradicionalmente legitimam suas ideias a
partir dos direitos fundamentais e
naturais do ser humano (direito à vida, à
liberdade e à propriedade, por exemplo),
Mill defendia que os governos fossem
garantidores das liberdades básicas para
que os indivíduos pudessem desenvolver
e exercitar suas capacidades em busca da
maior felicidade possível, praticando o
utilitarismo.
O pensamento liberal de Mill
 Na obra Sobre a Liberdade (1859), Mill reflete sobre o papel do Estado e a relação com
seus governados, defendendo a liberdade e admitindo que a única forma de intervenção
legítima do Estado é aquela destinada à prevenção de danos às pessoas.
 Dessa forma, os indivíduos seriam detentores de toda a liberdade possível e
responsáveis pelas consequências de seus atos, desde que suas ações não
prejudicassem outras pessoas.
 Por exemplo, podemos pensar em ações de indivíduos que põem em risco a própria
saúde, como os que consomem álcool excessivamente: na perspectiva de Mill, não
caberia ao Estado intervir diretamente nesses casos, a não ser quando a ação pudesse
causar danos a terceiros – se um pai, devido ao alcoolismo, deixasse de prover a
segurança ou sustento de seus filhos, por exemplo.
O pensamento liberal de Mill
 Mill desenvolve o conceito de princípio de dano, segundo o qual o exercício das
liberdades básicas deve ser garantido, mas limitado em situações que possam
causar prejuízos a terceiros.
O pensamento liberal de Mill
 Para Mill, a liberdade era indispensável para a ampliação do espírito humano e,
consequentemente, para a felicidade. Ao defender as liberdades básicas, ele
evidenciou a importância da liberdade de expressão e argumentou que
compreender sua relevância incentivaria a defesa das liberdades individuais em
geral. Assim, no pensamento do filósofo, a defesa das liberdades de expressão
estabelecia as bases do liberalismo.

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  • 1. UTILITARISMO ÉTICO FILOSOFIA – 3°BIMESTRE Prof. Wagner Stefani
  • 2. O UTILITARISMO ÉTICO  OBJETOS DO CONHECIMENTO  • Jeremy Bentham: a criação do utilitarismo.  • John Stuart Mill: o utilitarismo qualitativo.
  • 3. UTILITARISMO – ÉTICO O utilitarismo é uma doutrina que avalia a moral e, sobretudo, as consequências dos atos humanos. Caracteriza-se pela ideia de que as condutas adotadas devem promover a felicidade ou prazer do coletivo, evitando assim as ações que levam ao sofrimento e a dor.
  • 4. Para começar: Horror e canibalismo em alto mar: a tragédia do Mignonette
  • 5. A criação do utilitarismo ético  Jeremy Bentham (1748-1832) foi um filósofo inglês, além de economista e especialista em direito jurídico que viveu entre os séculos XVIII e XIX, período marcado por grandes transformações políticas, econômicas e sociais. Seu pensamento herdou valores do Iluminismo e refletiu as mudanças da época, como a Revolução Industrial, a ascensão econômica da burguesia, a Revolução Francesa e a Independência dos Estados Unidos.
  • 6. O UTILITARIMSO QUANTITATIVO  Bentham estudou Direito, mas não exerceu a advocacia; direcionou sua atenção à Filosofia do Direito e à Filosofia Moral.  O pensador era um grande crítico do Direito inglês e assumia uma postura reformista em relação às leis, tendo por objetivo o aprimoramento social e político da sociedade.  Sociedade da sua época:  * Êxodo Rural  * Revolução Industrial – exploração trabalhista – problemas sociais – criminalidade – Pobreza extrema -
  • 7. Princípio ético da Utilidade  Para Jeremy Bentham, a utilidade estaria no prazer coletivo, na garantia dos interesses e na promoção da maior felicidade possível da comunidade em geral. Dessa maneira, o princípio utilitarista representaria a maximização do útil como regra de ação dos indivíduos e das instituições sociais, como o governo e o sistema de justiça.
  • 8. O hedonismo e o utilitarismo na busca pelo prazer  A palavra “hedonismo” vem do grego antigo e significa “prazer”. Como corrente filosófica, o hedonismo afirma que o prazer tem papel central para a humanidade, e o objetivo da vida é maximizar o prazer e minimizar a dor.  O prazer seria toda fonte de alegria, satisfação, gosto, alívio, euforia e sentimentos similares. Já a dor seria toda forma a ser desprezada, como agonia, sofrimento, desconforto, medo e tristeza.
  • 9. Semelhança e diferença entre Utilitarismo e Hendonismo  A abordagem do utilitarismo se assemelha à do hedonismo, porque deposita na felicidade o valor de toda ação.  Mas é uma ética normativa mais altruísta: enquanto o hedonismo defende uma inclinação egoísta do indivíduo na busca pelo próprio bem, o utilitarismo serve de valor moral para a utilidade geral em maximizar a felicidade (ou prazer) do maior número possível de pessoas.
  • 10. Jeremy Bentham: concepção do princípio de utilidade  Agir conforme a maior felicidade ou bem-estar possível das pessoas afetadas pela ação; uma boa ação seria aquela que apresenta utilidade, ou seja, que produz mais felicidade ou prazer.  O filósofo fundou o princípio utilitarista a partir de uma noção ética da avaliação das consequências e efeitos das ações, por meio da reflexão sobre se as condutas são eticamente corretas ou não
  • 11. Jeremy Bentham: concepção do princípio de utilidade  Bentham batizou esse preceito responsável por respaldar ou impedir qualquer ação conforme a felicidade ou o sofrimento das pessoas de princípio da felicidade ou princípio da maior felicidade. Esse fundamento se estenderia como uma moral a ser aplicada em todos os campos da vida, seja na avaliação das ações dos indivíduos, seja na política, no Direito e até mesmo na economia.
  • 12. Jeremy Bentham: concepção do princípio de utilidade – exemplos  Um exemplo de aplicação da moral utilitarista é a defesa a um ato terrorista, como o que aconteceu em 11 de setembro de 2001, em que foram destruídas as Torres Gêmeas, em Nova York (Estados Unidos). Em uma situação similar, se um avião fosse sequestrado e direcionado a um prédio e houvesse tempo para impedir o ataque, o governo derrubaria o avião antes de atingir o alvo. A vida seria sacrificada, inclusive a de pessoas inocentes a bordo, em favor do maior número de vidas que seriam poupadas.
  • 13. Jeremy Bentham: concepção do princípio de utilidade – exemplos  Arrebanhando mendigos. Bentham afirmou que, apesar de haver mendigos que se sentiam felizes na mendicância, a maioria se sentia mais feliz amparado em abrigos. Assim, o filósofo inglês propôs o deslocamento dos moradores de rua para reformatórios.
  • 14. Jeremy Bentham: O cálculo da felicidade  Bentham apresentou uma visão quantitativa de bem-estar ao propor o cálculo da felicidade, expressão matemática do grau de felicidade sentida pelos indivíduos. O valor de uma dor ou prazer seria medido de acordo com variáveis definidas, conforme as definições a seguir:  • Intensidade: um prazer intenso é mais útil que um prazer de baixa intensidade;  • Duração: um prazer longo é mais útil que um prazer passageiro;  • Certeza: um prazer é mais útil se tiver a certeza de que será realizado;  • Proximidade: um prazer imediato é mais útil do que um prazer a ser realizado em um futuro distante;  • Fecundidade: um prazer que leva a outros prazeres é mais útil do que um prazer único;  • Pureza: um prazer que não produz sofrimentos posteriores é mais útil do que um prazer que pode levar a possíveis sofrimentos;  • Extensão: um prazer usufruído por muitos é mais útil do que um prazer vivido individualmente.
  • 15. Jeremy Bentham: utilitarismo quantitativo  O utilitarismo é uma postura ética consequencial, ou seja, valoriza as consequências das ações para avaliar o que é certo; ele diverge, por exemplo, do dever moral na Filosofia de Immanuel Kant (1724--1804), que privilegia a finalidade como critério para a moralidade. Para Kant, o dever é o princípio de toda moralidade, independente das consequências das ações.
  • 16. Diferença: Jeremy Bentham X Immanuel Kant Soldados nazistas ocupando a Polônia em 1939, início da Segunda Guerra Mundial. Na moral kantiana, se, durante o governo nazista na Alemanha, um grupo de judeus tivesse que passar por um soldado nazista, ele teria que dizer sua origem, mesmo sabendo que seus integrantes seriam presos e mortos pelos alemães, pois é dever moral dizer a verdade, independente das consequências da ação. Já na análise utilitarista, mentir para o soldado alemão seria uma ação justificada pela consequente sobrevivência e felicidade do grupo de judeus.
  • 17. O panóptico de Bentham  Jeremy Bentham desenvolveu um projeto para suprir a necessidade de vigiar indivíduos que precisam ser assistidos, como pessoas com distúrbios mentais, infratores e, até mesmo, crianças em instituições, como prisões, orfanatos, manicômios, etc. O filósofo desenvolveu uma proposta arquitetônica que permitisse a vigília constante e o controle dos assistidos sem que eles soubessem se estavam ou não sendo observados. O princípio de vigília constante seria um instrumento de controle chamado de panóptico.
  • 18. O panóptico de Bentham X BBB X O anel do poder
  • 20. John Stuart Mill: O utilitarismo qualitativo  John Stuart Mill (1806-1873) foi um filósofo britânico, um dos mais famosos e influentes do século XIX, e seguidor de Jeremy Bentham. Embora discordasse de algumas afirmações de seu antecessor, Mill relatou que o contato com o pensamento moral benthaniano, ainda na adolescência, foi decisivo na estruturação de seu pensamento.
  • 21. John Stuart Mill: O utilitarismo qualitativo  Para Bentham, não existiam diferenças qualitativas entre as formas de prazer; seu viés hedonista era estritamente igualitário e não distinguia prazeres simples – como comer pipoca e assistir a um seriado – de prazeres sofisticados e complexos.  Para Stuart Mill - o prazer era medido quantitativamente: prazeres intelectuais, como adquirir conhecimento científico, seriam superiores aos prazeres sensoriais, como assistir a vídeos de entretenimento.
  • 22. Utilitarismo quantitativo versus utilitarismo qualitativo A imagem a seguir representa o famoso dilema do bonde, idealizado pela filósofa britânica Philippa Foot (1920- 2010), que permite refletir sobre a posição dos utilitaristas. Vamos considerar que a pessoa amarrada ao trilho, sozinha, seja um cientista que descobriu a cura do câncer e as outras cinco pessoas sejam indivíduos comuns. O bonde está fora de controle e não pode ser parado; é possível apenas escolher a direção que ele seguirá.
  • 23. Utilitarismo quantitativo versus utilitarismo qualitativo  Se nos ampararmos no pensamento utilitarista quantitativo de Jeremy Bentham, pelo Princípio da Maior Felicidade, devemos defender que o bonde seja desviado para a esquerda, atropelando o cientista, já que sua morte representaria um sofrimento menor em relação à morte de cinco pessoas. Se considerarmos o princípio utilitarista qualitativo de John Stuart Mill, contudo, devemos argumentar que o bonde seja extraviado para a direita, salvando o cientista, que produziria felicidade a um número maior de pessoas com a descoberta do câncer.
  • 24. O pensamento liberal de Mill  Mill era defensor do liberalismo; mas, diferente dos liberais, que tradicionalmente legitimam suas ideias a partir dos direitos fundamentais e naturais do ser humano (direito à vida, à liberdade e à propriedade, por exemplo), Mill defendia que os governos fossem garantidores das liberdades básicas para que os indivíduos pudessem desenvolver e exercitar suas capacidades em busca da maior felicidade possível, praticando o utilitarismo.
  • 25. O pensamento liberal de Mill  Na obra Sobre a Liberdade (1859), Mill reflete sobre o papel do Estado e a relação com seus governados, defendendo a liberdade e admitindo que a única forma de intervenção legítima do Estado é aquela destinada à prevenção de danos às pessoas.  Dessa forma, os indivíduos seriam detentores de toda a liberdade possível e responsáveis pelas consequências de seus atos, desde que suas ações não prejudicassem outras pessoas.  Por exemplo, podemos pensar em ações de indivíduos que põem em risco a própria saúde, como os que consomem álcool excessivamente: na perspectiva de Mill, não caberia ao Estado intervir diretamente nesses casos, a não ser quando a ação pudesse causar danos a terceiros – se um pai, devido ao alcoolismo, deixasse de prover a segurança ou sustento de seus filhos, por exemplo.
  • 26. O pensamento liberal de Mill  Mill desenvolve o conceito de princípio de dano, segundo o qual o exercício das liberdades básicas deve ser garantido, mas limitado em situações que possam causar prejuízos a terceiros.
  • 27. O pensamento liberal de Mill  Para Mill, a liberdade era indispensável para a ampliação do espírito humano e, consequentemente, para a felicidade. Ao defender as liberdades básicas, ele evidenciou a importância da liberdade de expressão e argumentou que compreender sua relevância incentivaria a defesa das liberdades individuais em geral. Assim, no pensamento do filósofo, a defesa das liberdades de expressão estabelecia as bases do liberalismo.