Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Feminismo negro
1. Feminismo Negro
MULHER => termo insuficiente para
dar conta da realidade de todas as
mulheres. Comumente servia para
referir a apenas algumas mulheres, as
brancas, de camadas médias urbanas.
MULHER NEGRA => historicamente
considerada mulher de segunda
classe, foi socializada para ser
independente e desembaraçada,
ocupou o espaço público antes da
mulher branca.
bell hooks
2. PRESSUPOSTOS
⇒ Visão humanista de comunidade
⇒ O empoderamento não é visto como um
fim em si mesmo
⇒Empoderar-se é empoderar a si e aos
outros, mulheres e homens negros para
romper as relações de opressão
⇒ Mulheres negras como sujeitos ativos,
não vítimas objetificadas
⇒ Perspectiva de mudança social anti-
sexista, anti-racista, anti-elitista e anti-
homofóbica através da mudanças das
instituições sociais e das consciências
individuais
3. BASES DO FEMINISMO NEGRO
Herança de luta – as experiências históricas diferenciadas deixaram
nas mulheres negras as marcas das lutas pela superação do racismo,
sexismo, classismo
Busca por reconhecimento como mulher negra – luta pela
eliminação dos estereótipos e recusa ao silêncio
Independência de pensamento e ação – pensamento político e
investigação teórica andam juntos
Empoderamento no cotidiano – estratégias de empoderamento
através da religião, da educação, das irmandades, dos grupos de
advocacy, das organizações de reivindicação e proteção aos direitos
civis.
4. DESAFIOS DO FEMINISMO NEGRO
1 – Ampliar as estratégias de apoio entre negras e mulheres de
países subdesenvolvidos e em desenvolvimento;
2 – Promover reflexões sobre a natureza e objetivos do movimento
3 – Determinar recursos e estratégias para alcançar mulheres que
têm pouco ou nenhum acesso ao movimento
4 – Associar conquistas individuais às lutas da população negra
(acesso à universidade, lutas por trabalho)
5 – Desenvolver uma subjetividade feminina negra
6 – Reconhecimento e respeito das diferenças entre mulheres
negras
7 – Estreitar alianças com o feminismo e outros movimentos sociais
em direção ao estabelecimento de uma sociedade mais justa.
5. LÉLIA GONZALEZ (01/02/1935 a 10/07/1994)
Mineira de nascimento, filha de um ferroviário negro e de uma
empregada doméstica de origem indígena e penúltima de
dezoito irmãos, migrou para o Rio de Janeiro em 1942. Pioneira
do feminismo negro no Brasil. Iniciou sua vida laboral como
babá e tornou-se professora universitária da Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro. Engajou-se na luta
contra o racismo e sexismo na década de 70, no Rio de Janeiro,
ainda um período de forte repressão dos governos militares.
Pioneira nos cursos sobre Cultura Negra, o qual destacamos o 1º
Curso de Cultura Negra na Escola de Artes Visuais no Parque
Lage. Foi uma das fundadoras do Movimento Negro Unificado
(MNU). Em 1983 fundou, em conjunto com outras mulheres
negras, o Nzinga - Coletivo de Mulheres Negras. Entre 1981 e
1986, militou no Partido dos Trabalhadores (PT), sendo parte do
seu Diretório Nacional entre 1981 e 1984. Foi candidata a
deputada federal em 1982. Em 1986, estava no Partido
Democrático Trabalhista (PDT), por onde se candidatou como
deputada estadual, conquistando uma suplência.
Lélia Gonzalez
6. Psicóloga maranhense, com Mestrado em Psicologia
Social na Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São
Paulo. Começou a participar dos movimentos negros
paulistas na década de 80. Ajudou a criar várias entidades
de valorização das mulheres negras e de combate à
discriminação racial, como a organização Coletivo de
Mulheres Negras, em 1983, e o Instituto Geledés da
Mulher Negra, em 1988, no qual foi coordenadora de
saúde e tratou de temas como esterilização e aborto.
Anos depois, ela se tornou uma das principais lideranças
na luta contra o racismo, não só no Brasil como no
mundo. Em 2001, foi indicada pelo governo brasileiro e
eleita relatora-geral da 3a Conferência Mundial contra o
Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e a
Intolerância Correlata, da ONU, realizada em Durban, na
África do Sul. Atualmente, assumiu a Coordenação de
Combate ao Racismo e à Discriminação Racial da
Unesco.
Edna Roland
EDNA ROLAND
7. Paulistana do bairro da Lapa, Sueli Carneiro é
Doutora em Filosofia. Em 1984, o governo de
São Paulo criou o Conselho Estadual da
Condição Feminina. Alertado pelo programa da
radialista negra Marta Arruda de que não havia
negras entre as 32 conselheiras convocadas, o
conselho convidou Tereza Santos, que militava
no movimento negro ao lado de Sueli, teórica
da questão da mulher negra. Na gestão
seguinte, foi a vez de Sueli fazer parte do
conselho. Em 1988, foi convidada para integrar
o Conselho Nacional da Condição Feminina, em
Brasília. Antes de partir, no entanto, fundou o
Geledés, Instituto da Mulher Negra, primeira
organização negra e feminista independente de
São Paulo.
Sueli Carneiro
SUELI CARNEIRO
8. Historiadora, pesquisadora, professora de
relações internacionais da Universidade Estácio
de Sá - RJ. Ex-Secretária de Direitos Humanos do
Estado do Rio de Janeiro (2002).
Conselheira do Conselho Nacional dos Direitos da
Mulher (1999-2003).
LUIZA BAIRROS, Socióloga, professora da
Universidade Católica de Salvador, feminista
negra. É uma das fundadoras do Movimento
Negro Unificado. Pesquisadora Associada ao
CRH/UFBA e Consultora da UNESCO.
Wânia Sant´anna
Luiza Bairros
WÂNIA SANT’ANNA
9. Interseccionalidade
Abuso dos direitos das mulheres => tema incluído nos discursos dos direitos humanos,
mas considerado a partir das experiências dos homens (tortura, detenção ilegal)
=>mulheres estupradas, espancadas sob custódia e que sofriam de violência doméstica
não estavam incluídas entre as vítimas de violação dos DHs
Princípio da igualdade de gênero
V
Carta das Nações Unidas (1945)
Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948)
Convenção para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres
(1979)
Princípio da não-discriminação com base na raça
V
Convenção Internacional para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial
(1965)
Conferência Mundial contra o Racismo, Discrminação Racial, Xenofobia e Intolerância
Correlata (2001)
10. INTERSECCIONALIDADE DA DISCRIMINAÇÃO => invisível
RISCOS DAS ANÁLISE DAS DISCRIMINAÇÕES DE GÊNERO E RACIAL:
Superinclusão – o problema interseccional é visto como problema
de gênero apenas.
Ex: discurso sobre o tráfico de mulheres – há o reconhecimento da
dimensão racial do problema, mas as soluções apontadas não
consideram a interseção das distintas dimensões.
Subinclusão – um conjunto de mulheres subordinadas enfrenta um
problema, mas este não é percebido como problema de gênero ou
existem distinções de gênero entre homens e mulheres de um
mesmo grupo étnico ou racial.
Ex: esterelização das mulheres marginalizadas, não tratada como
questão racial
12. OPRESSÃO INTERSECCIONAL
- Estupros motivados por questões étnicas
- Linchamentos de homens negros nos EUA
- Dúvida da honestidade das mulheres que procuram pela proteção das
autoridades
- Ataque aos direitos reprodutivos de mulheres pobres (esterelização,
controle de natalidade etc.)
- Discriminação no emprego, na educação e outras esferas
SUBORDINAÇÃO INTERSECCIONAL ESTRUTURAL
- A discriminação de gênero ocorre dentro de uma estrutura racial e de
classe
- A discriminação racial ocorre dentro de uma estrutura de gênero. Ex:
Na música, as mulheres são expostas como objetos sexuais por serem
afetadas pelo gênero, mas por serem negras são associadas aos
estereótipos raciais predominantes (negros como sexualmente
quentes, preguiçosos, feios...)