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Este estudo baseou‐se em
• informações obtidas através de consultas a diferentes intervenientes no processo de 
distribuição de medicamentos
• alguns trabalhos académicos publicados sobre o tema
Todo o processo está envolto em algum segredo, pelo que tivemos dificuldades em 
obter as informações de que necessitávamos. Durante a nossa pesquisa, percebemos 
que este negócio tem sofrido alterações dramáticas nos últimos tempos, com entrada 
de novos ‘players’ (muito fortes) e algumas falências de negócios existentes. Isto, pelas 
alterações profundas ao modelo de gestão de stocks e logístico, com impacto no cash‐
flow das organizações e queda forçada dos que não foram capazes de se adaptar.
Com tudo isto se foi contrariando a ideia, em que as farmácias seriam “um negócio 
garantido”.
Na apresentação que se segue, cada número entre “parênteses retos” indica “um passo 
da apresentação” – será útil para seguir a apresentação sem narração.
1
[0] – entrada do slide
De seguida, apresenta‐se o procedimento de aprovisionamento tradicional por parte das 
farmácias.
Nos símbolos distinguem‐se:
1. Laboratórios farmacêuticos (produzem os medicamentos)
2. Farmácias de venda ao público
3. Centros hospitalares (hospitais e centros de saúde)
[1] – encomenda (fluxo informação)
Cada farmácia ou centro hospitalar faz as suas encomendas diretamente aos 
laboratórios
[2] – entrega (fluxo físico)
Por sua vez os laboratórios entregam as suas encomendas diretamente às farmácias ou 
centros hospitalares
(alguns armazenistas fazem a intermediação, nos casos de farmácias muito pequenas e 
necessitarem de volumes reduzidos)
[3] + [4]
Da mesma forma se procede com os pedidos individuais para cada laboratório e 
respetiva entrega…
2
[5] + [6] + [7]
… repetindo‐se todas as farmácias (e centros hospitalares) para com cada laboratório.
[8]
Temos uma grande quantidade de entregas, com elevados custos de transporte e capital 
associados
2
Tradicionalmente as farmácias encomendavam e recebiam as suas encomendas a 
cada laboratório.
Esta forma de procedimento obrigava a «grandes quantidades / encomenda», 
forçada pelos laboratórios, com a justificação de rentabilizar 
os transportes que tinham de ser feitos; e, porque as 
encomendas eram sempre de grande quantidade, acabavam 
sempre por ter «baixo número de encomendas». Consequentemente, as 
farmácias tinham «stocks elevados», já que demoravam bastante tempo a escoar 
cada encomenda.
Isto não era problema, pois as farmácias tinham «grandes margens» e recebiam 
grande parte do dinheiro ‘a pronto’, pelo que suportavam o esforço financeiro 
(empate de capital no stock) sem preocupações.
3
[0] contexto
Na última década tudo se 
[1] Com a «Crise subprime 2008» o mudo estremeceu. Primeiro, nos estados 
unidos, mas rapidamente com reflexos na Europa.
[2] A entrada da «Troika 2011», foi o caminho natural de um conjunto de PEC’s
(plano de estabilidade e crecimento) que o governo português de então tentou 
lançar, culminando com a intervenção obrigatória da Troika e o seu plano de 
austeridade. A situação obrigava a lidar com uma a dívida herdada na Saúde de 
3.000M€ (cerca de 1/3 do orçamento para esta área), obrigando a diversas 
restrições, que nos medicamentos se materializaram pela ‘redução progressiva 
de margens’ (nota: as margens nos medicamentos são fixadas pelo estado e esta 
medida foi uma das muitas impostas pela troika)
[3] A juntar a tudo isto, fez‐se um «Corte 800M€» no orçamento anual da Saúde 
(mais uma das medidas impostas pelo memorando de entendimento com a 
Troika), que condicionou todas as despesas com produtos farmacêuticos /desde 
a prescrição ao consumo)
4
[4]
A juntar a tudo isto tivemos:
• A entrada dos medicamentos «genéricos»:
> De 12% em 2007 a 45% em 2014 (do mercado total em farmácia, ainda com 
tendência a crescer!);
> Tendência impulsionada pelo SNS, para obter poupanças, pois os 
medicamentos de marca são substancialmente mais caros.
• A «liberalização» nas farmácias
> Liberalização da propriedade das farmácias, antigamente, com aberturas muito 
controladas e obrigatoriedade de participação maioritária de licenciados em 
farmácia;
> A concorrência fez reduzir significativamente as margens.
• Surgimento das «parafarmácias»
> Medicamentos de venda livre disponíveis nas grandes superfícies;
> Esta concorrência fez baixar preços em todos os medicamentos que não 
obrigavam a receita médica
• Outros
> Imposição aumento das horas => o Estado Português obrigou as farmácias a 
alargar os horários de abertura, aumento os respetivos custos fixos
> Obrigatoriedade stocks mínimos => certos produtos têm hoje de estar 
disponíveis obrigatoriamente.
[5]
CONCLUSÃO
É urgente AUMENTAR RENTABILIDADE nas farmácias
Como melhorar?
[6]
É preciso reduzir custos…
[7]
…para melhorar as margens
A falta de reação está a levar muitas farmácias à insolvência!
4
[0]
Atualmente, mantém‐se todos os intervenientes originais…
[1]
… mas inclui‐se um novo elemento: o «operador logístico» que se encarrega da 
«consolidação» de mercadorias e «transporte» de medicamentos entre os laboratórios 
e as farmácias ou centros hospitalares.
[2]
As encomenda continuam a ser feitas diretamente pelas farmácias aos laboratórios…
[3] + [4]
… mas as entregas são processadas pelo operador logístico.
[5]
Na verdade, operador logístico processa os vários pedidos que a farmácia faz a cada 
laboratório….
[6]
… consolidando e entregando de uma só vez.
5
[7]
Quando todas as farmácias procedem de igual modo, rentabilizam‐se os transportes que 
há a fazer entre cada laboratório e o espaço de consolidação…
[8]
…assim como os transportes a fazer até cada farmácia.
5
A redução de margens trouxe às farmácias a preocupação sobre o custo do 
dinheiro, despertando atenções para os elevados stocks que eram tradicionais 
neste negócio. A primeira preocupação foi na mudança para mais «reduzidas 
quantidades / encomenda», fazendo encomendas de reaprovisionamento por 
quantidades bastante mais baixas.
A reduzida quantidade de cada encomenda potenciou um mais «elevado 
número de encomendas», de forma a garantir as mesmas vendas (mas agora 
com stocks médios mais baixos).
Estas encomendas são disparadas automaticamente pelos sistemas informáticos 
das farmácias. O facto de estes sistemas estarem dotados de tecnologia EDI, 
permite que os pedidos sejam passados aos laboratórios, diretamente para os 
próprios ERP’s (sem intervenção humana). Este processamento automático é 
capaz de processar grandes quantidades de pedidos, assegurando que não vão 
haver roturas de stock. O processamento manual destes pedidos seria impossível 
devido ao elevado custo que envolveriam.
Esta foi a forma de conseguir a redução de stock que era necessária à 
6
sobrevivência deste setor.
A redução de stocks atinge limites que antes eram impensáveis. De facto, alguns 
medicamentos poder ter ‘stock mínimo=1’, com probabilidade de rotura baixa; 
isto porque quando a única unidade em stock é vendida, o ERP da farmácia 
dispara uma encomenda automática, possibilitando a reposição em algumas 
horas.
Assim conseguem‐se os ambicionados «stocks baixos»…
‐Devido ao reduzido leadtime
‐Risco de rotura é admissível já que há encomendas e reposições diárias
‐ O dia a dia da farmácia resume‐se ao “just in time”, em que são realizadas mais 
encomendas instantâneas aquando das necessidades dos utentes, o que facilita a 
gestão e rotação de stocks2. 
… e as tão necessárias “margens melhoradas”
‐Apesar dos novos condicionalismos (estado reduz margens e impõe novos 
custos), foi possível amenizar a quebra de margem.
‐Acordo sobre número de entregas diárias, permite otimizar custos de transporte,  
custos baixos com a imobilização de produtos
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