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Ruth Rocha
Ilustrações de Walter Ono
Eu ia para a escola
todos os dias de
manhã e, quando
chegava, logo, logo
eu tinha que me
meter no vidro.
É, no vidro!
Se não passasse de ano, era um horror. Você tinha que
usar o mesmo vidro do ano passado.
Coubesse ou não coubesse.
Aliás nunca ninguém se preocupou em saber se a gente
cabia nos vidros.
E, pra falar a verdade, ninguém cabia direito.
Dizem, nem sei se é verdade, que muitas meninas
usavam vidros até em casa. E alguns meninos também.
Uma vez um colega
meu disse para a
professora que
existem lugares
onde as escolas não
usam vidro
nenhum, e as
crianças podem
crescer à vontade.
Então a professora
respondeu que era
mentira, que isso
era conversa de
comunistas.
Mas, uma vez, veio para a minha escola um menino que
parece que era favelado, carente, essas coisas que as
pessoas dizem pra não dizer que é pobre.
Aí não tinha vidro pra botar esse menino.
Então, o Firuli, ele se
chamava Firuli, começou
assistir às aulas sem estar
dentro do vidro.
E os professores não
gostavam nada disso...
Já no outro dia a coisa
tinha engrossado.
Já tinha oito meninos que
não queriam saber de
entrar nos vidros.
Os professores das outras classes levaram cada aluno
para ver o que estava acontecendo...
Na pressa de sair, começaram a esbarrar uns nos
outros e os vidros começaram a cair e a quebrar.
Então eles
descobriram que a
maior parte dos
vidros estava
quebrada e que ia
ficar muito caro
comprar aquela
vidraria toda de novo.
E que, de agora em
diante, ia ser assim:
Nada de vidro...
E foi assim que
na minha terra
começaram a
aparecer
as escolas
experimentais.
Analisando o texto de Ruth Rocha, responda aos questionamentos:
1. Nas escolas em que o grupo estudou,
as práticas pedagógicas buscavam a uniformidade?
2. Como eram tratados os alunos que agiam como Firuli?
O grupo conheceu algum aluno como ele?
3. Qual a analogia que a autora faz ao considerar a escola
Como “escola de vidro?”
4. Além das escolas, é possível usar “vidros” em outros lugares?
Onde são esses lugares?
5. Como seria para o grupo uma escola” fora do vidro?

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Escolas sem vidros

  • 2. Eu ia para a escola todos os dias de manhã e, quando chegava, logo, logo eu tinha que me meter no vidro. É, no vidro!
  • 3. Se não passasse de ano, era um horror. Você tinha que usar o mesmo vidro do ano passado. Coubesse ou não coubesse.
  • 4. Aliás nunca ninguém se preocupou em saber se a gente cabia nos vidros. E, pra falar a verdade, ninguém cabia direito.
  • 5. Dizem, nem sei se é verdade, que muitas meninas usavam vidros até em casa. E alguns meninos também.
  • 6. Uma vez um colega meu disse para a professora que existem lugares onde as escolas não usam vidro nenhum, e as crianças podem crescer à vontade. Então a professora respondeu que era mentira, que isso era conversa de comunistas.
  • 7. Mas, uma vez, veio para a minha escola um menino que parece que era favelado, carente, essas coisas que as pessoas dizem pra não dizer que é pobre. Aí não tinha vidro pra botar esse menino.
  • 8. Então, o Firuli, ele se chamava Firuli, começou assistir às aulas sem estar dentro do vidro. E os professores não gostavam nada disso...
  • 9. Já no outro dia a coisa tinha engrossado. Já tinha oito meninos que não queriam saber de entrar nos vidros.
  • 10.
  • 11. Os professores das outras classes levaram cada aluno para ver o que estava acontecendo... Na pressa de sair, começaram a esbarrar uns nos outros e os vidros começaram a cair e a quebrar.
  • 12. Então eles descobriram que a maior parte dos vidros estava quebrada e que ia ficar muito caro comprar aquela vidraria toda de novo. E que, de agora em diante, ia ser assim: Nada de vidro...
  • 13. E foi assim que na minha terra começaram a aparecer as escolas experimentais.
  • 14. Analisando o texto de Ruth Rocha, responda aos questionamentos: 1. Nas escolas em que o grupo estudou, as práticas pedagógicas buscavam a uniformidade? 2. Como eram tratados os alunos que agiam como Firuli? O grupo conheceu algum aluno como ele? 3. Qual a analogia que a autora faz ao considerar a escola Como “escola de vidro?” 4. Além das escolas, é possível usar “vidros” em outros lugares? Onde são esses lugares? 5. Como seria para o grupo uma escola” fora do vidro?