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Nº 61 Dezembro de 2014 AE Francisco de Holanda 
50 cêntimos 
130 Anos da 
Escola Francisco de 
Holanda p.16 
Encontro de Mãos 
Dadas p.11 
Pobreza: erradica-ção 
e reflexos p.6 
Eleições do 
Conselho Geral e da 
Associação de 
Estudantes p.3 
Prémio Selo 
Europeu p.4 
Projeto 
Internacional 
Clima@EduMedia p.5 
Como é que vamos 
de leitura... p.25
2 Dezembro de 2014 
EDITORIAL 
Escola 
Francisco 
de Holanda – 
130 anos a educar 
em cidadania 
A Escola Secundária Fran-cisco 
de Holanda e, com 
ela, as demais escola do 
Agrupamento celebram 
130 anos a educar em ci-dadania. 
As escolas JI/EB1 de San-ta 
Luzia, EB1 da Pegada e 
EB2/3 Egas Moniz devem 
ser, também, chamadas 
para a celebração, pois 
nos seus anos de exis-tência 
educaram, tam-bém, 
para o exercício da 
cidadania. Além do mais, 
não podemos ignorar 
que, na segunda metade 
do século dezanove, os 
vimaranenses, quando 
reclamavam pela criação 
da escola industrial, rei-vindicavam 
pela instrução 
pública em geral. Por ou-tro 
lado, não podemos es-quecer 
que o correspon-dente 
ao 2º e 3º Ciclos do 
Ensino Básico que, hoje, 
temos na Escola Egas Mo-niz, 
chegou a ser dado na 
Escola Comercial e Indus-trial 
de Guimarães. 
Note-se que na Escola 
Industrial e Comercial 
de Guimarães - a trigési-ma 
terceira concluída do 
1.º Plano de Fomento do 
governo de António Oli-veira 
Salazar- permane-cendo 
nas antigas instala-ções 
da Quinta Proposto, 
adaptadas e ampliadas 
em 1959, passaram a ser 
ministrados os cursos do 
Ciclo Preparatório, de Te-celão- 
Mecânico, de Fian-deiro, 
de Comércio, de 
Serralheiro, de Costura e 
Bordados para uma po-pulação 
escolar de 1.000 
alunos. Só mais tarde, 
com o alargamento da 
escolaridade obrigatória 
para seis anos e a 
expansão do 2º ciclo do 
ensino básico (Reforma 
Veiga Simão) é que 
se sentiu a urgência 
de construir novas 
escolas, estritamente 
vocacionadas para o 
Ensino Preparatório. Por 
isso, faz todo o sentido 
que todas as escolas do 
Agrupamento Francisco 
de Holanda se associem 
à festa da celebração dos 
130 anos a educar em ci-dadania. 
Devem ser todas convoca-das 
para uma apurada re-flexão 
sobre o educar em 
(para) a cidadania, pois 
se a educação começa no 
berço, a educação para os 
valores (respeito pelo ou-tro, 
pela diferença, a res-ponsabilidade, 
o espírito 
de iniciativa, a partilha, 
a solidariedade,…), em 
contexto escolar, começa 
no jardim de infância. Por 
outras palavras, a escola 
deve preocupar-se cada 
vez mais em ensinar e de-senvolver 
competências 
sociais - como, por exem-plo, 
ser responsável, com-preendendo 
e atuando de 
acordo com obrigações 
éticas e legais; preocupar- 
-se com os outros; mos-trar 
empatia; respeitar os 
outros, tratando-os com 
simpatia e compaixão; es-tabelecer 
relações saluta-res 
com os indivíduos e o 
grupo; procurar soluções 
para os conflitos que sa-tisfaçam 
os interesses de 
todos os envolvidos; igno-rar, 
e não produzir, pro-vocações; 
pedir e aceitar 
ajuda - de forma a tornar 
os seus alunos mais ca-pazes 
na autorregulação 
emocional e social. 
Assim, estará a formar 
cidadãos capazes de se 
integrarem na socieda-de, 
de fazerem um bom 
trabalho nas empresas e 
constituir famílias sadias, 
sem violência doméstica, 
sem crimes. 
Assim, abre caminhos 
para a construção de uma 
sociedade mais culta e 
mais sábia. Parabéns Es-cola. 
Viva a Escola. 
Os Coordenadores 
do Encontro 
Ficha Técnica: 
Coordenadores: 
António Oliveira, 
Agostinho Ferreira, 
Helena Ferreira 
Paula Marinho 
Redação: 
Agostinho Ferreira, 
António Oliveira, 
Helena Ferreira, 
Paula Marinho, 
Ana Lage (11LH3) 
Ana Silva (12LH1) 
Anabela Mendes 
(12LH4) 
André Marques (10AV2) 
Ângela Moura (11LH3) 
Carina Baptista (11CT2) 
Cláudia Coelho (11CT2) 
Inês Fernandes (11CT2) 
João Xavier (12 LH3) 
João Pinto (11CT2) 
Margarida Machado 
(11CT7) 
Maria Inês Faria 
(11CT2) 
Sofia Macedo (10 CT2) 
Petra Carneiro (12CT6) 
Teresa Silva (11CSE1) 
Verónica Gomes (12 
CSE1) 
Revisão Ortográfica: 
Professores António 
Oliveira e Agostinho 
Ferreira 
Maquetagem – 
Professora Helena Fer-reira 
Cartoons: Professores 
Viana Paredes e José 
Falcão 
Fotografia: Sr. Cunha 
Propriedade: AE Fran-cisco 
de Holanda 
Impressão: Gráfica 
Diário do Minho 
Tiragem : 500 exem-plares 
Depósito Legal: 
49073/91
Dezembro de 2014 3 
No dia 5 de novembro 
decorreram as eleições 
dos representantes do 
pessoal docente e do pes-soal 
não docente para o 
Conselho Geral do Agru-pamento 
de Escolas Fran-cisco 
de Holanda. Houve, 
apenas uma lista candi-data 
para os representan-tes 
do pessoal docente, 
liderada pelo professor 
Rui Vítor Costa, que, num 
universo de 144 votantes, 
obteve 128 votos a favor, 
fazendo eleger os profes-sores 
Rui Vítor Poeiras 
Lobo da Costa, António 
Oliveira Alves de Sousa, 
António Augusto Almeida 
Amaro das Neves, Maria 
da Conceição Mendes Pa-checo 
Lima, Isabel Maria 
Silva Almeida Carvalho, 
Ricardo Manuel Farias 
Garrido, Filomena de Je-sus 
Sales Silva e José Abí-lio 
Vieira Alves Ferreira. 
De igual modo, para os re-presentantes 
do pessoal 
não docente, apenas, se 
apresentou uma lista a 
sufrágio, liderada pela 
assistente técnica Anabe-la 
Martins dos serviços 
administrativos da Escola 
sede, que obteve 44 vo-tos 
a favor, num total de 
54 votantes. Na qualida-de 
de representantes do 
Pessoal não Docente fo-ram 
eleitos Josefina Ana-bela 
Nogueira Martins e 
Graciete de Jesus Fernan-des 
Carvalho. 
Os representantes dos 
alunos dos alunos são 
Diogo Gonçalves e Rute 
Ferreira. Os represen-tantes 
dos pais/encarre-gados 
de educação indi-cados 
pelas respetivas 
associações e eleitos em 
assembleia de pais/en-carregados 
de educação 
são Francisco José Alves 
Ferreira e José Teixeira 
Ribeiro (Escola Secundá-ria 
Francisco de Holanda), 
Daniela Arminda Pereira 
Carneiro (EB2/3 de Egas 
Moniz) e Alfredo Meireles 
Pereira (EB1/JI de Santa 
Luzia e Escola EB1 da Pe-gada). 
Os representantes da au-tarquia, 
indicados pela 
Câmara Municipal de Gui-marães, 
são Adelina Paula 
(vereadora do pelouro da 
Educação) e Helena Pinto. 
No dia 24 de novembro, 
foi feita a primeira reu-nião, 
onde os eleitos e os 
indicados pelos órgãos 
competentes tomaram 
posse e deliberaram, por 
unanimidade, cooptar 
as seguintes instituições, 
representantes dos inte-resses 
económicos e cul-turais 
da cidade: Socie-dade 
Martins Sarmento, 
Associação Comercial e 
Industrial de Guimarães 
e Universidade do Minho. 
Este Conselho Geral exer-cerá 
funções durante os 
próximos quatro anos. No 
exercício das suas compe-tências 
terá a responsabi-lidade 
de aprovar os pla-nos 
e relatórios de gestão 
e administração escolar, 
assim como os documen-tos 
mais importantes de 
regulação da vida escolar. 
Anabela (12LH4) 
Ana Lage (11LH3) 
Nos dias 6, 7 e 8 de outu-bro 
realizou-se na nossa 
escola a campanha para 
as eleições dos corpos 
gerentes da Associação 
de Estudantes para o ano 
letivo de 2014-2015. 
As eleições foram dispu-tadas 
entre as listas M e 
W, tendo como presiden-tes 
Diogo Gonçalves e 
Henrique Pinto de Mes-quita, 
respetivamente. 
Durante os três dias de 
campanha, as listas opo-sitoras 
proporcionaram 
momentos de diversão e 
confraternização aos alu-nos, 
incutindo um espírito 
de entreajuda e fair play 
entre os mesmos. Após o 
dia da reflexão foram rea-lizadas 
as eleições. Num 
total de 1651 eleitores, 
votaram 748 alunos, ten-do 
vencido a lista M com 
402 votos. 
Assim, a Direção da As-sociação 
de Estudantes 
ficou ao cargo da lista M, 
sendo Diogo Gonçalves o 
presidente e Rute Ferreira 
a vice-presidente. 
Diogo Gonçalves é o novo 
Presidente da Direção da 
Associação de Estudan-tes. 
Com ele, marcamos 
Encontro, de que resul-tou 
um testemunho e 
quiçá uma perspetiva. 
Encontro: Diogo, o que é 
que te levou a te candi-datares 
à Associação de 
Estudantes? 
Diogo: O que me levou a 
candidatar foi uma neces-sidade 
de melhorar aquilo 
que a Associação de Estu-dantes 
desenvolvia na es-cola 
e melhorar todas as 
atividades por ela propos-tas, 
a todos os níveis. 
Encontro: Qual é a tua 
opinião sobre a Vice Pre-sidente 
e a restante equi-pa 
da AE? 
Diogo: A nossa equipa 
é maravilhosa, todas as 
pessoas estão bastante 
empenhadas em todas 
as atividades. A “minha” 
vice é qualquer coisa de 
outro mundo, é das pes-soas 
que mais trabalha e 
sem ela nada era possível. 
Encontro: Que projetos e 
objetivos tem a nova di-reção 
da Associação de 
Estudantes? 
Diogo: Nós temos vários 
projetos e temos isso 
num Plano de Ativida-des. 
Já desenvolvemos 
algumas atividades, mas 
ainda vamos desenvolver 
muitas mais. 
Encontro: Como é que ca-racterizas 
o ambiente da 
campanha? 
Diogo: Foi incrível, nunca 
houve nada assim, nun-ca 
houve tanta amizade 
entre as listas. Nenhuma 
campanha foi tão amigá-vel 
e com tanto fair-play 
como esta. Com os alu-nos 
da minha lista foi um 
ambiente espetacular, e 
não há nada como estar 
presente numa lista para 
saber o que é que se pas-sa 
lá e penso que também 
na outra lista foi o mes-mo. 
Encontro: O que é que 
pensas acerca do sistema 
educativo? E o que é que 
mudarias? 
Diogo: O facto do sistema 
educativo ser obrigatório 
é o maior ponto fraco. As 
pessoas deviam ser ensi-nadas 
a ser ensinadas e 
não a serem obrigadas a 
estudar. 
Encontro: Estavas à espe-ra 
deste resultado? 
Diogo: Sim, eu estava 
muito confiante. 
Encontro: Achas que os 
estudantes se fazem ou-vir 
tanto na escola como 
a nível nacional? 
Diogo: A nível regional, 
acho que aqui em Gui-marães 
temos uma voz 
um pouco fraca, quando 
nos comparamos a outros 
distritos. Mas penso que 
também é trabalho da 
direção da AE mudar ou 
tentar mudar isso. 
Encontro: Comparativa-mente 
com os anos ante-riores, 
achas que a nova 
direção da Associação de 
Estudantes já se está a fa-zer 
ouvir? 
Diogo: Penso que sim. 
É essa a nossa ideia, nós 
queremo-nos fazer ouvir 
e propor atividades para 
os alunos para melhorar 
em todos os sentidos a 
qualidade de estudo de-les. 
Perguntas sobre as pre-ferências 
do novo presi-dente. 
DJ preferido: Alesso 
Filme preferido: Qual-quer 
um a saga do Super- 
-Homem. 
Frase que o inspira: “Se 
as portas da perceção 
estivessem limpas, tudo 
pareceria ao homem tal 
como é: infinito.» 
Super herói que seria: 
Batman 
Personagem televisiva 
com quem trocaria de 
vida: Barney Stinson 
Google images 
Rute Ferreira e Diogo Gonçalves 
Lista M 
Lista W 
ELEIÇÕES DO 
CONSELHO GERAL 
ELEIÇÕES DA ASSOCIAÇÃO DE 
ESTUDANTES
4 Dezembro de 2014 
PROJETO DO AEFH VENCE SELO EUROPEU PARA AS LÍNGUAS 
O Projeto “Comenius” 
com a colaboração do 
jornal Encontro venceu 
o prémio Selo Europeu 
para as Línguas 2014. 
Para saber todos os de-talhes 
sobre o concurso 
o Encontro contactou a 
professora Coordena-dora 
Cristina Pereira. 
Encontro: O que é o Selo 
Europeu para as Iniciati-vas 
Inovadoras na Área 
do Ensino/Aprendizagem 
das Línguas? 
Professora Cristina Pe-reira: 
“Encorajar mais 
pessoas a aprender mais 
línguas tem uma impor-tância 
óbvia para a União 
Europeia, não apenas 
por razões de ordem co-mercial 
e industrial do 
mercado único, mas tam-bém 
para que se promo-va 
uma compreensão 
mútua e se ajude a criar 
uma cidadania europeia. 
É, pois, importante dar 
visibilidade a projetos 
inovadores e bem-sucedidos 
no campo do 
ensino/aprendizagem das 
línguas, e encorajar uma 
adoção mais alargada 
dessas abordagens. Esta 
é a meta da Comissão 
Europeia ao propor 
a criação de um Selo 
Europeu. Pretende-se que 
este selo de qualidade 
funcione como um reco-nhecimento 
do progresso 
conseguido por qualquer 
iniciativa europeia na 
área da aprendizagem das 
línguas, por modesta que 
seja, tendo-se em conta 
as circunstâncias de parti-da.” 
(Preâmbulo do Regu-lamento 
do Concurso) 
Encontro: Como proce-deu 
à candidatura a este 
projeto? 
Professora Cristina Pe-reira: 
O selo é atribuído 
anualmente a um núme-ro 
limitado de projetos 
em cada país participan-te, 
selecionados por jú-ris 
nacionais. Qualquer 
iniciativa, no contexto 
do ensino/aprendizagem 
de línguas da União Eu-ropeia, 
ao longo da vida, 
é elegível. No âmbito do 
projecto «Selo Europeu 
para as Iniciativas Ino-vadoras 
na Área do En-sino/ 
Aprendizagem das 
Línguas», puderam ser 
apresentadas candidatu-ras 
para o ano de 2014, 
através do preenchimen-to 
de formulário próprio, 
disponível na Internet em 
http://www.proalv.pt/ 
erasmusmais. 
Encontro: Quais as princi-pais 
caraterísticas do pro-jeto 
escolar “Comenius- 
-“21st Century Hazards”? 
Professora Cristina Pe-reira: 
Este projeto mul-tilateral, 
“The 21st Cen-tury 
Hazards”, assentou, 
fundamentalmente, na 
pesquisa, no estudo e na 
construção de suportes 
didáticos e metodológicos 
que visavam enriquecer a 
consciência crítica sobre 
as ameaças naturais do 
século XXI. Envolveram- 
-se alunos, jovens (10- 19 
anos) e professores (Geo-grafia, 
Biologia, Química, 
Psicologia, Português, 
Inglês e Educação Física), 
correspondendo a um 
rácio de participação de 
alunos nas mobilidades 
(14) em relação ao núme-ro 
de professores envol-vidos 
(10) num trabalho 
de colaboração transdis-ciplinar, 
confluindo para o 
desenvolvimento de dife-rentes 
atividades, produ-tos 
e resultados. O curso 
“21st Century Hazards”, 
em formato de papel e 
digital, corresponde ao 
produto final do projeto, 
havendo outros: um guia 
com atividades práticas 
sobre o estudo dos im-pactos 
das ameaças, um 
guia de primeiros socor-ros 
em formato impresso 
e digital, uma webpage 
do projeto (www.cast-co-menius. 
ro), a qual remete 
para os estudos, as análi-ses, 
o curso e os conteú-dos. 
A construção destes 
produtos e todo o traba-lho 
subjacente revelou-se 
profícua ao nível da pro-ficiência 
linguística, real-çando- 
se, acima de tudo, 
a manutenção da con-fiança 
dos alunos ao per-mitir 
tarefas de oralidade 
em grupo. Neste projeto, 
foram consideradas as 
prioridades europeias re-lacionadas 
com: a contex-tualização 
da realidade da 
União Europeia; a promo-ção 
da aprendizagem e da 
diversidade linguística; a 
partilha, o conhecimento 
e a combinação de dife-rentes 
culturas; o desen-volvimento 
da cidadania 
europeia. 
O valor acrescentado ob-tido 
pela escola com a 
sua participação nesta 
parceria permitiu a pro-fessores 
e a alunos ope-racionalizarem 
um con-junto 
de dimensões que 
enriqueceram as suas 
competências. A mais de-senvolvida 
e trabalhada 
foi a oralidade, envolven-do 
os alunos ativamente 
numa comunicação com 
sentido e em diferentes 
contextos demonstrando 
assim, progressivamente, 
as competências comuni-cativas 
desenvolvidas. As 
apresentações específicas 
dos vários temas levaram 
muitos alunos a trabalhar 
a sua eficiência comunica-cional, 
a valorizar a orali-dade 
e a estarem muito 
mais recetivos e partici-pativos, 
reconhecendo a 
mais-valia das línguas 
estrangeiras no terreno. 
Os alunos adquiriram du-rante 
este processo uma 
base sólida para o con-texto 
da produção oral de 
língua estrangeira, o que 
exemplifica esta iniciativa 
global de dar resposta às 
necessidades dos alunos. 
As metodologias e abor-dagens 
pedagógicas forja-ram- 
se por via de uma co-laboração 
orientada para 
a construção de um saber 
transdisciplinar e partilha-do 
(os alunos descobrem 
e aprendem por si), de 
uma pedagogia compar-tilhada, 
inspirá-los com 
afecto para o ambiente, 
encorajando os alunos 
no estudo das línguas 
estrangeiras, encarando- 
-as como indispensáveis 
meios do desenvolvimen-to 
sociocultural. 
O domínio pedagógico 
transcurricular contri-buiu 
para uma atuação 
educativa que deu voz à 
criatividade, ajudando 
a desenvolver o próprio 
empreendedorismo dos 
alunos, tendo estes, a 
nível interno, criado um 
DVD sobre a semana de 
trabalho em Portugal, fil-mando 
e apresentando a 
sua cidade e a sua escola. 
Os alunos recorreram a 
um género musical para 
expressar as preocupa-ções 
das ameaças natu-rais 
do século 21, o Rap 
”21st Century Hazards”, 
validando, mais uma vez, 
as suas competências co-municativas 
nas línguas 
estrangeiras. O DVD tes-temunha, 
também, o al-cance 
de todo o trabalho 
realizado ao nível da pro-sódia 
na língua estrangei-ra, 
nomeadamente visível 
nas apresentações orais 
formais. 
Encontro: Ficou sur-preendida 
com a atribui-ção 
do prémio? 
Professora Cristina Perei-ra: 
Tinha consciência de 
que tínhamos um proje-to 
muito forte, acima de 
tudo pelo facto de haver, 
a nível interno, uma for-tíssima 
colaboração entre 
o projeto “21st Century 
Hazards” e o jornal esco-lar 
Encontro, principal-mente 
no que diz respei-to 
à edição especial, que 
participou no concurso 
de jornais escolares em 
2012/2013, “A Europa no 
Futuro”, promovido pelo 
Projeto Público na Escola 
e pela Rede de Bibliote-cas 
Escolares, em Parceria 
com o Gabinete de Infor-mação 
do Parlamento Eu-ropeu 
em Portugal. 
Encontro: Onde e como 
será a entrega do pré-mio? 
Professora Cristina Pe-reira: 
O prémio será en-tregue 
em Lisboa, sendo 
a cerimónia integrada na 
conferência internacional 
“Multiculturalismo, com-petitividade 
e mercados 
de trabalho”, nos dias 4 e 
5 de dezembro. 
Encontro: Qual a impor-tância 
do jornal “Encon-tro” 
na divulgação do 
projeto? 
Professora Cristina Pe-reira: 
A sua importância 
revestiu-se de um caráter 
inestimável. Constituiu a 
ponte de contacto com a 
comunidade educativa, 
não só a nível local como 
nacional, indo, inclusive, 
além fronteiras. É muito 
importante dar a conhe-cer 
à comunidade educa-tiva 
o que está a ser feito, 
pois o que faz sentido, o 
que cria riqueza é um in-vestimento 
em termos de 
perpetuação de um tra-
Dezembro de 2014 5 
Jornal Encontro... 
...em Projeto 
Internacional 
Clima@EduMedia 
...uma História 
de Prémios 
Clima@EduMedia ensi-na 
alterações climáticas 
às escolas portugue-sas 
através dos média 
O Encontro aceitou o 
convite para colaborar 
com a Faculadade de 
Letras da Universidade 
do Porto na candidatu-ra 
a um projeto interna-cional. 
Clima@EduMe-dia. 
Essa candidadtura 
foi aprovada ficando 
em primeiro lugar na 
seriação . 
O projeto “Clima@Edu- 
Media”, desenvolvido 
ao abrigo do Programa 
“AdaPT” pela Faculdade 
de Letras da Universidade 
do Porto (FLUP), pretende 
educar os estudantes de 
30 escolas do país para 
o tema das mudanças do 
clima, através do uso dos 
média. 
José Azevedo, docente da 
FLUP, investigador do CE-TAC. 
MEDIA e coordena-dor 
do projeto, refere que 
“a generalização do aces-so 
às tecnologias digitais 
abriu um vasto leque de 
possibilidades de inova-ção 
no que toca a relação 
dos média com a aprendi-zagem.” 
O desafio do “Clima@ 
EduMedia” “não é ape-nas 
produzir conteúdos 
mediáticos estimulantes 
sobre as alterações climá-ticas, 
mas também pos-sibilitar 
estratégias onde 
os alunos possam apren-der 
através do próprio 
processo de produção. A 
investigação mostra que 
proporcionar aos estu-dantes 
um espaço onde 
possam adicionar a sua 
voz à discussão pública 
sobre as alterações cli-máticas 
tem um impacto 
positivo no envolvimento 
dos mesmos com o co-nhecimento 
científico so-bre 
o tema, e ajuda a criar 
uma consciência crítica 
sobre essas alterações 
fora do contexto de sala 
de aula”, refere. 
O projeto “Clima@Edu- 
Media” é multidiscipli-nar, 
nele colaborando as 
Faculdades de Letras e 
de Ciências da U.Porto, 
bem como a sua Unidade 
de Novas Tecnologias na 
Educação. De ressaltar a 
participação de 30 esco-las 
portuguesas de todo o 
país e ainda uma parceria 
com a Universidade da Is-lândia. 
O Programa “AdaPT” foi 
criado com o objetivo de 
apoiar financeiramen-te 
a atuação em matéria 
de “Adaptação às Altera-ções 
Climáticas” em Por-tugal, 
e o seu desenvol-vimento 
foi guiado pelos 
termos estabelecidos no 
“Memorando de Enten-dimento” 
assinado entre 
Portugal, Noruega, Islân-dia 
e Liechtenstein, no 
âmbito do Mecanismo 
Financeiro do Espaço Eco-nómico 
Europeu (MFEEE/ 
EEA-Grants). 
Na “história” dos 130 
anos da Escola Secun-dária 
Francisco de Ho-landa, 
está inserido 
o percurso do jornal 
Encontro, destacando- 
-se a atribuição dos se-guintes 
prémios: 
2001/2002 – 1º lugar, no 
escalão das Escolas Se-cundárias, 
no Concurso 
Nacional de Jornais Esco-lares 
(Público na Escola); 
2002/2003 – 2º lugar (ex- 
-aequo) no escalão das 
Escolas Secundárias, no 
Concurso Nacional de Jor-nais 
Escolares (Público na 
Escola); 
2003/2004 – , recebeu o 
prémio de melhor Jornal 
de entre todos os premia-dos, 
no Concurso Nacio-nal 
de Jornais Escolares 
(Público na Escola); 
2006-2007 - Menção 
Honrosa no Concurso 
Nacional de Jornais Esco-lares 
(Público na Escola) 
e o 2º lugar no Concurso 
Regional de Jornais Es-colares, 
promovido pelo 
Gabinete de Imprensa de 
Guimarães. 
2008-2009 - 3º lugar, 
ex-aequo, (2º escalão: 
prémio para jornais de 
escolas secundárias e pro-fissionais) 
no Concurso 
Nacional de Jornais Esco-lares 
(Público na Escola). 
2010 – 2011 – Prémio de 
melhor Grafismo e Car-toon 
no Concurso Nacio-nal 
de Jornais Escolares 
(Público na Escola); 
2012-2013 – 1º lugar no 
Concurso Nacional de Jor-nais 
Escolares em suporte 
digital (Público na Escola) 
O jornal Encontro, no 
primeiro ano em que 
concorreu ao Concurso 
Nacional de Jornais Es-colares, 
promovido pelo 
projeto Público na Escola, 
no ano de 2002, ganhou 
o 1º prémio, no escalão 
das Escolas Secundárias. 
O prémio foi de 3.700 €. 
No ano de 2003, o Encon-tro 
recebeu o 2º prémio 
(ex-aequo), com o valor 
de 1.250€. 
No ano de 2004, recebeu 
o prémio de melhor Jor-nal 
de entre todos os pre-miados 
no ano anterior. 
O valor do prémio foi de 
1.250€. 
No ano de 2013 o prémio 
foi a participação numa 
sessão Euroscola no Par-lamento 
Europeu em Es-trasburgo. 
balho iniciado por alunos, 
por professores e que 
esse mesmo trabalho seja 
herdado e moldado aos 
novos tempos pelas gera-ções 
seguintes. 
Encontro: Conside-ra 
que estas inicia-tivas 
fomentam a 
motivação na apren-dizagem 
das línguas? 
Professora Cristina Perei-ra: 
Evidentemente. Equa-cionar 
uma educação/ 
formação sem adquirir-mos 
uma determinada 
proficiência em algumas 
línguas é aceitarmos 
gratuitamente uma des-vantagem 
em termos de 
competitividade. Os alu-nos 
necessitam de traba-lhar 
a sua eficiência co-municacional, 
de valorizar 
a oralidade e de estarem 
muito mais recetivos e 
participativos, reconhe-cendo 
a mais-valia das 
línguas estrangeiras no 
terreno. Estas iniciativas 
criam esse quadro real, 
contextos reais de neces-sidade 
e imposição comu-nicacional. 
Encontro: Qual a sua opi-nião 
sobre a participação 
em projetos europeus? 
Professora Cristina Perei-ra: 
É um enriquecimento 
incalculável. Durante 
o projeto testemunhei 
mudanças nos próprios 
alunos. Cresceram como 
pessoas e como alunos. 
Muitos aprenderam a 
valorizar as competências 
que tinham, mas que 
nunca evidenciaram, 
principalmente em 
termos comunicacionais. 
Outros descobriram 
capacidades que 
desconheciam. Mas o mais 
enriquecedor foi assistir e 
fazer parte de toda uma 
comunicação e vivência 
interculturais que nos 
torna necessariamente 
mais ouvintes, mais fle-xíveis, 
mais tolerantes 
,mais “nós” do que “eu”, 
pois, afinal, acabamos por 
descobrir que temos to-dos 
as mesmas preocupa-ções, 
os mesmos sonhos, 
as mesmas aspirações. 
Participar em projetos eu-ropeus 
é indubitavelmen-te 
uma mais- valia para a 
construção, em primeiro 
lugar, do “eu” e, em se-gundo, 
de uma “identida-de” 
europeia. 
Encontro: Como avalia 
o envolvimento dos alu-nos, 
professores e Agru-pamento 
no projeto pre-miado? 
Professora Cristina Pe-reira: 
Foi um privilégio 
fazer parte desta equipa 
(professores e alunos). A 
equipa foi sempre alvo de 
elogios rasgados, pelo seu 
empenho, pelo seu pro-fissionalismo, 
pela sua ri-queza 
comunicativa e pela 
sua proficiência linguísti-ca. 
Os alunos do projeto 
souberam sempre repre-sentar 
a sua escola, a sua 
cidade e o seu país. Ques-tionavam- 
nos acerca dos 
métodos utilizados para 
se ter uma relação de tra-balho 
tão positiva entre 
professores e alunos…e a 
resposta assentava e as-senta, 
necessariamente, 
no projeto educativo do 
Agrupamento. Quando se 
respeita e se confia quer 
na classe discente, quer 
na classe docente, quan-do 
se verifica uma forte 
colaboração entre vários 
projetos (projeto, jornal 
da escola), validada pelos 
preciosos contributos da 
comunidade educativa, 
então, estão reunidos to-dos 
os ingredientes para 
o que todos procuramos: 
crescer individual e cole-tivamente 
e fazer render 
a longo prazo esse cres-cimento, 
deixando uma 
incomensurável herança.
6 Dezembro de 2014 
DIA INTERNACIONAL PARA A ERRADICAÇÃO DA POBREZA 
João Xavier,12LH3 
Os alunos da Escola Se-cundária 
Francisco de 
Holanda, por iniciativa da 
Equipa da Biblioteca, par-ticiparam, 
mais uma vez, 
nas atividades que assina-laram 
o Dia Internacional 
para a Erradicação da Po-breza, 
que se comemora a 
17 de outubro. Este ano, 
entre as 11.30 e 12.30 ho-ras, 
deram as mãos aos 
seus colegas, estudantes 
da Escola Secundária Mar-tins 
Sarmento e da Escola 
Profissional Profitecla 
(polo de Guimarães), para 
formar um cordão huma-no 
na zona envolvente do 
Estádio D. Afonso Henri-ques, 
com a solicitação 
do cumprimento de um 
minuto de silêncio. A ini-ciativa, 
promovida pela 
EAPN – Rede Europeia 
Anti-Pobreza que, desde 
2010, tem vindo a mobili-zar 
a sociedade para com-bater 
a pobreza e exclu-são 
social, teve, também, 
a adesão do Município de 
Guimarães. Com o objeti-vo 
de suscitar a reflexão, 
procedeu-se à leitura do 
“Manifesto contra a Po-breza”. 
É necessário erra-dicar 
a pobreza, mas, se-gundo 
a União Europeia, 
“Portugal é o país onde há 
mais desigualdade entre 
ricos e pobres.” No mes-mo 
sentido, as estatísticas 
indicam que um em cada 
cinco portugueses vive no 
limiar da pobreza. 
Com o intuito de saber-mos 
mais sobre o sentido 
do Dia Internacional para 
a Erradicação da Pobre-za, 
o jornal “Encontro” 
entrevistou a professora 
Manuela Paredes, coor-denadora 
da Biblioteca da 
Escola Francisco de Ho-landa. 
Encontro - De onde sur-giu 
a ideia para esta ati-vidade 
da erradicação da 
pobreza? 
Professora Manuela Pa-redes 
- Em 2009 a Oikos, 
representante da “Glo-bal 
Call To Action Against 
Poverty (GCAP)”, lançou 
o desafio às escolas para 
se juntarem ao movimen-to 
"The World We Want", 
através da campanha 
denominada “Pobreza 
Zero”. Assim iniciou esta 
manifestação pelo “Mun-do 
que Queremos”. A nos-sa 
atividade denominou- 
-se: “Levanta-te contra a 
Pobreza-2009” e, como já 
referi, integrou-se numa 
proposta nacional (ela 
mesma fazendo parte da 
proposta dos grandes lí-deres 
mundiais), com o 
objetivo de pressionar 
esses líderes para cumprir 
a promessa feita de erra-dicar 
a pobreza (Objetivos 
para o Desenvolvimento 
do Milénio). 
A atividade teve lugar no 
Pavilhão Francisco de Ho-landa, 
no dia 16 de Ou-tubro 
de 2009. A adesão 
da escola refletiu-se na 
presença de 920 pessoas, 
contribuindo para alertar 
quer os presentes, pois 
muitos deles desconhe-ciam 
a iniciativa e a sua 
importância, quer os ou-tros 
países, aos quais o 
nosso se juntou.Nos anos 
seguintes, continuamos a 
unirmo-nos a esta causa, 
pois somos cidadãos do 
mundo e, às vezes, é pre-ciso 
lembrar os “adorme-cidos” 
que é preciso agir, 
tomar posição e mostrar 
que não esquecemos as 
promessas feitas pelos 
grandes líderes mundiais. 
A escola tem esse dever: 
formar cidadãos e esta é 
uma das formas de o fa- 
zermos. 
Encontro- Qual o princi-pal 
objetivo da iniciativa? 
Professora Manuela - O 
objetivo principal é mos-trarmos 
que os jovens 
não estão insensíveis ao 
que se passa no mundo. 
Por outro lado, apesar de 
se tratar de uma iniciati-va 
simbólica, a verdade 
é que, quando milhões 
de pessoas, em todo o 
mundo, se juntam, de-monstram 
o poder de or-ganizações 
da sociedade 
civil, em torno de um ob-jetivo 
comum. Este gesto 
mostra a força da união, 
na luta contra a pobreza 
e a desigualdade. E nós 
queremos que os nossos 
jovens façam parte desta 
sociedade ativa e inter-ventiva. 
Encontro - Acha que os 
alunos da nossa escola fi-caram 
sensibilizados? 
Professora Manue-la 
- Quando aderimos 
à iniciativa em 2009, os 
jovens mostraram-se sen-sibilizados. 
O facto de nos 
encontrarmos em 2014 
e continuarmos com a 
iniciativa prova que se 
verifica uma mudança 
de atitude dos nossos jo-vens. 
Como referiu a Drª 
Adelina Paula, presente, 
este ano, no evento, esta 
iniciativa não é um conví-vio 
ou uma forma de não 
ter aula. É uma iniciativa 
séria, por uma causa que 
nos diz respeito a todos. 
A atitude dos jovens, ao 
longo dos anos, tem reve-lado 
esse respeito, depois 
cabe aos professores, aos 
pais, refletir sobre o que 
foi dito. Se nos deixar-mos 
pelo momento e não 
refletirmos sobre o que 
ouvimos, então de pouco 
terá valido. No entanto, 
eu acredito que essa re-flexão 
se faz e que se dá 
lugar ao debate. 
Encontro - Existiu alguma 
dificuldade na realização 
desta atividade? 
Professora Manuela - 
Um evento deste género 
nunca é muito fácil, mas 
este ano, nós fomos con-vidados 
a participar na 
iniciativa organizada pela 
Escola Profissional Profi-tecla 
– polo de Guimarães 
(como fizéramos anos an-tes). 
A responsável pela 
organização do evento foi 
a professora Sara Garcia, 
com quem trabalhei co-laborativamente. 
Coube- 
-me convidar os profes-sores, 
que são sensíveis 
a estas causas, acompa-nhando 
os seus alunos 
para que todos pudessem 
estar presentes e unidos 
por esta causa humani-tária. 
Reitero que todos 
foram recetivos e, como 
sempre, contamos com o 
apoio da Diretora da nos-sa 
escola, Drª Rosalina Pi-nheiro. 
Encontro - Acha que 
atualmente se estão a 
perder ou a aumentar os 
princípios de solidarieda-de 
neste tipo de causas? 
Professora Manuela - 
Penso que numa socieda-de 
em que cada um vive 
para si mesmo, esque-cendo 
os valores que a 
norteiam, é reconfortante 
ver que os jovens, quan-do 
chamados a agir neste 
tipo de causas, se revelam 
solidários e sensíveis. São 
estas atitudes que me fa-zem 
acreditar que a mi-nha 
profissão vale a pena 
e que se cada um fizer um 
pequeno gesto para aju-dar 
o outro, se conseguirá 
continuar a acreditar no 
ser humano. 
Guimarães Digital 
Guimarães Digital 
Guimarães Digital 
Guimarães Digital
Dezembro de 2014 7 
Reflexos da pobreza no 
Agrupamento Escolas Francisco de Holanda 
Verónica Gomes, 12CSE1 
“23 de outubro de 2014 
Esta quinta-feira é dia de 
greve dos alunos do ensi-no 
secundário. 
Em Guimarães dezenas 
de alunos da Escola Se-cundária 
Francisco de Ho-landa 
aderiram à greve. 
Os alunos justificam o dia 
de luta com a necessidade 
de defender a escola pú-blica 
de qualidade. Uma 
situação que entendem 
que se agravará com o 
anunciado corte de 700 
milhões de euros no or-çamento 
do Ministério 
da Educação do próximo 
ano. 
Refira-se que em Guima-rães, 
apenas alunos da 
Secundária Francisco de 
Holanda aderiam à gre-ve.” 
in Guimarães Digital 
Num país em crise, os 
cortes afetam quase tudo 
e todos, incluindo o setor 
da educação. O corte de 
700M€ previsto no próxi-mo 
orçamento de Estado 
foi motivo de greve, pro-testo 
e indignação por 
parte dos nossos alunos. 
Mas esta é apenas uma 
gota no oceano da aus-teridade 
que tem vindo 
a ser aplicada em Portu-gal. 
Diariamente, somos 
bombardeados com no-tícias 
alusivas ao estado 
de crise em que o país se 
encontra, estatísticas que 
o comprovam, e como re-visão 
de prova, vemos na 
realidade do dia-a-dia o 
reflexo da recessão. 
A palavra “pobreza” tem 
vindo a tornar-se mais 
familiar. Neste artigo, 
iremos abordá-la numa 
perspetiva mais particu-lar, 
circunscrita aos jovens 
no meio escolar. Não é 
algo fácil de detetar no 
meio de salas com 30 alu-nos 
– na maioria com ida-des 
compreendidas entre 
os 15 e os 18 anos – em 
que a imagem é uma par-te 
muito importante a ter 
em conta. As roupas e o 
calçado de marca enco-brem, 
muitas vezes a rea-lidade 
difícil que é vivida 
em casa. 
O número de famílias em 
que os dois membros do 
casal estão desemprega-dos 
continua a aumen-tar. 
Não é nada fácil para 
os pais nestas condições 
sustentar a lista infindável 
de despesas, que abarca 
os muitos gastos com os 
filhos. Só ao nível da es-cola 
há que ter em conta 
o material escolar, despe-sas 
de transporte, expli-cações, 
refeições, etc. São 
gastos que têm um peso 
considerável no orçamen-to 
familiar. 
A pobreza atinge um em 
cada três jovens portu-gueses. 
Segundo Esta-tísticas 
do Eurostat, “o 
risco de pobreza entre os 
jovens portugueses dis-parou 
de 22% para 30% 
numa década”. Já os da-dos 
do INE indicam tam-bém 
que o risco de pobre-za 
entre os menores de 
18 anos está a aumentar, 
atingindo agora os 24,4% 
– mais 2,6 pontos percen-tuais 
que em 2011. 
O Agrupamento de Esco-las 
Francisco de Holanda 
tem cerca de 1700 alunos 
(pré-escolar, 1º ciclo, 2º 
ciclo, 3º ciclo e secundá-rio). 
Destes 1700 alunos, 
mais de metade (54%) 
têm direito a escalão (A 
ou B). 
Dos 1298 alunos que 
frequentam a ESFH, 585 
beneficiam da ASE (Ação 
Social Escolar). É um nú-mero 
preocupante, tendo 
a conta a evolução do nú-mero 
de alunos com esca-lão, 
a qual é apresentada 
na tabela. 
E será que a escola deve 
ter um papel nesta situa-ção? 
Será que deve assu-mir 
alguma responsabi-lidade? 
Claro que sim. O 
Governo concede apoios 
às escolas públicas, dire-cionados 
especificamente 
para os alunos com mais 
dificuldades financeiras. 
Além disso, os próprios 
estabelecimentos de en-sino 
podem e devem de-senvolver 
mecanismos 
internos que complemen-tem 
a ajuda do Estado. 
Para sabermos mais sobre 
estes recursos disponíveis 
e a forma como atuam, 
o jornal “Encontro” en-trevistou 
a Dr.ª Rosalina, 
Diretora do Agrupamento 
de Escolas Francisco de 
Holanda. 
JE – Acha que o número 
de alunos carenciados 
tem vindo a aumentar na 
ESFH? 
Dr.ª Rosalina – Claro que 
sim, é evidente e bastante 
notório. Quando comecei 
a trabalhar na direção (há 
14 anos), a escola tinha 
100 alunos com escalão, 
dos 2200 alunos no total. 
Atualmente, existem me-nos 
alunos na totalidade, 
mas o número de alunos 
carenciados aumentou 
significativamente, com-parativamente 
ao de há 
14 anos. 
JE – Quais são os meios 
ao dispor da escola para 
ajudar os alunos mais ca-renciados? 
Dr.ª Rosalina – No geral, a 
escola segue o sistema da 
Ação Social Escolar (ASE). 
Neste sistema, atribui-se 
aos alunos mais carencia-dos 
um escalão A ou B, 
que correspondem ao es-calão 
1 e 2 da Segurança 
Social, respetivamente. 
JE – Esses mesmos apoios 
têm sofrido alterações 
(porventura devido à cri-se 
no país)? 
Dr.ª Rosalina - Sim, o Go-verno 
tem vindo a restrin-gir 
as normas de acesso 
à ASE. Tais restrições são 
relativas ao IRS – os ren-dimentos 
dos pais têm de 
ser muito baixos para que 
o aluno possa beneficiar 
da ASE. No entanto, verifi-ca- 
se que, mesmo nestas 
condições, são cada vez 
mais os alunos que neces-sitam 
deste tipo de apoio. 
JE – A escola dispõe de 
medidas próprias (que 
não sejam uma diretiva 
do Governo) para ajudar 
estes alunos? 
Dr.ª Rosalina – A diretora 
deve obediência às linhas 
orientadoras do Conselho 
Geral, na prática da ação 
social. Mas podem-se 
definir algumas medidas 
concretas dentro da pró-pria 
escola. Por exemplo, 
em situações em que o 
rendimento da família de 
um aluno diminui brus-camente, 
durante um 
período de tempo (ima-ginemos 
que o pai de um 
aluno não recebe o seu 
salário, durante alguns 
meses), o Encarregado 
de Educação pode fazer 
um requerimento à esco-la, 
acedendo a um docu-mento 
que se encontra na 
página online. Além disso, 
o dinheiro que advém do 
lucro do buffet e da pape-laria 
é usado no apoio aos 
alunos mais carenciados, 
nomeadamente no finan-ciamento 
de visitas de es-tudo. 
JE – Como se poderia tor-nar 
o sistema de apoio a 
estes alunos mais eficaz? 
Dr.ª Rosalina – O Governo 
não fiscaliza consciências. 
Eu considero, ao contrá-rio 
do que muita gente 
diz, que os Governos dos 
últimos anos, apesar das 
dificuldades, têm vindo 
a promover os apoios à 
ASE. No entanto, como 
estes subsídios são atri-buídos 
com base no IRS, 
há alunos que estão a 
receber estes apoios in-devidamente, 
enquanto 
outros que realmente ne-cessitam 
não beneficiam 
deles.
8 Dezembro de 2014 
Verónica Gomes, 12CSE1 
Para se ter uma ideia do 
que acontece na EB 2,3 
Egas Moniz, Encontro 
teve a oportunidade de 
contar com o contributo 
da professora Dominique 
Silva, Coordenadora de 
Estabelecimento da Esco-la 
EB 2,3 Egas Moniz. 
JE- Acha que o número 
de alunos carenciados 
tem vindo a aumentar na 
Escola Egas Moniz? 
Professora Dominique 
- Essencialmente, o que 
se nota é que, nos últi-mos 
anos, aumentaram 
as situações em que há 
desempregados no agre-gado 
familiar (pai ou mãe 
e em alguns casos até os 
dois). 
JE - Quais são os meios de 
que a escola dispõe para 
Reflexos da pobreza no Agrupamento de 
Escolas Francisco de Holanda 
ajudar os alunos mais ca-renciados? 
Professora Dominique - 
Para além da atribuição 
do apoio “Escalão A”/ “Es-calão 
B”, é também pos-sível 
atribuir um reforço 
alimentar que consiste no 
acesso a lanche a meio da 
manhã e a meio da tarde. 
JE- Esses mesmos apoios 
têm sofrido alguma alte-ração 
(porventura devido 
à crise no país)? 
Professora Dominique - 
Por exemplo, nos últimos 
anos procurou-se promo-ver 
a reutilização dos ma-nuais 
escolares, tendo-se 
inclusivamente instau-rado 
a obrigatoriedade 
de devolução dos livros, 
em final de ciclo, nos ca-sos 
em que estes foram 
fornecidos aos alunos no 
Escola Egas Moniz 
âmbito da Ação Social Es-colar. 
JE - A escola dispõe de 
medidas próprias (que 
não sejam uma diretiva 
do Governo) para ajudar 
estes alunos? 
Professora Dominique - 
Graças aos professores 
(em particular dos direto-res 
de turma, no âmbito 
do seu campo de atua-ção 
privilegiado junto dos 
alunos e encarregados de 
educação) e ao trabalho 
atento dos assistentes 
operacionais, é possível 
detetar situações de ca-rência 
que não chegam 
ao conhecimento da es-cola 
por uma via formal 
de pedido de apoio. A co-munidade 
educativa está 
sensibilizada para as difi-culdades 
que muitas fa-mílias 
atravessam: a título 
de exemplo, está prevista 
uma recolha de donativos 
alimentares, no âmbito 
da palestra “Promoção de 
estilos de Vida/Alimenta-ção 
Saudáveis”, promo-vida 
pela Associação de 
Pais e Encarregados de 
Educação da E.B. 2, 3 Egas 
Moniz, a realizar no próxi-mo 
dia 5 de dezembro. 
JE- Como se poderia tor-nar 
o sistema de apoio a 
estes alunos mais eficaz? 
Professora Dominique 
- Devemos continuar a 
estar atentos e procurar 
proporcionar um encami-nhamento 
que produza 
uma resposta eficaz para 
cada situação. 
A POBREZA: UM 
FLAGELO PARA 
COMBATER 
A pobreza e a desigualda-de 
social atingem níveis 
cada vez mais elevados. 
Este cenário é quase dia-riamente 
retratado pela 
comunicação social, ape-lando 
para a interajuda 
entre todos e apresen-tando 
possíveis soluções 
para solucionar o proble-ma. 
Na verdade, não é ne-cessário 
uma reportagem 
televisiva para nos alertar 
de uma realidade que 
nos é tão próxima uma 
vez que, basta andar pe-las 
ruas que se vê a cada 
esquina crianças a pedir 
esmola, adultos e idosos 
sem terem o que comer 
e um teto que os abrigue. 
Tão grave quanto a exis-tência 
dos problemas é ig-norá- 
los. A resolução des-tes 
está, na maioria das 
vezes, nas mãos daqueles 
que insistem em fingir 
que, ao refugiarem-se nas 
suas futilidades, eles dei-xam 
de existir. Isto porque 
são as classes mais altas 
que têm capacidades fi-nanceiras 
para ajudar os 
mais necessitados, con-tudo, 
talvez por como-dismo, 
não o fazem. So-mente 
em raras ocasiões 
como o Natal ou a Páscoa, 
é que o espirito de cari-dade 
aumenta, mas não 
devem ajudar, somente, 
nestas alturas, pois não é 
só nestas alturas que os 
mais carenciados necessi-tam 
de comida ou de rou-pa 
mais quente e confor-tável. 
De acordo com as 
Nações Unidas, aproxima-damente 
25.000 pessoas 
morrem de fome todos 
OPINIÕES SOBRE... 
O VOLUNTARIADO 
Ajuda e sorri! 
Demorou algum tempo a 
ganhar coragem! O pre-conceito 
era grande, mas 
a vontade de ser proacti-va 
era muito maior. Após 
ultrapassar as formações 
protocolares, o barulho 
ensurdecedor das grades 
e algum receio, conheci 
uma nova realidade. Foi 
no estabelecimento pri-sional 
que tive a minha 
primeira experiência de 
voluntariado. Tornou-se 
muito importante para o 
meu crescimento pessoal 
este contacto duro com 
um modo de vida que 
desconhecia. Entendi que 
as falhas, por vezes, têm 
graves consequências e 
que, na maior parte das 
vezes, são obstáculos evo-lutivos. 
A vontade de fazer vo-luntariado 
é na minha 
perspetiva, movido pelo 
meu egoísmo. Acredito 
que em última instância 
faço este tipo de ativida-des 
para procurar o meu 
bem-estar interior. Pre-tendo 
estar tranquila e 
sentir que cumpro com a 
minha comunidade, por 
consequência tem um im-pacto 
positivo. 
Na minha opinião ser 
voluntário não neces-sita 
de haver apenas 
trabalho por parte de 
uma entidade oficial. 
Todos os dias, temos 
oportunidade de criar la-ços 
de empatia com quem 
nos rodeia e ajudar o pró-ximo. 
Esta capacidade de 
colocar-nos no lugar do 
outro e não, apenas, sim-patizar 
com as situações é 
o que faz de nós melhores 
seres humanos. 
Dessa forma, sugiro que 
procures dar um pouco 
de ti a uma causa com a 
qual te identifiques. Exis-tem 
inúmeras opções na 
tua localidade: Cruz Ver-melha 
Portuguesa, Asso-ciação 
de apoio à criança, 
Coração na Rua, abrigo de 
animais… Na nossa esco-la 
já existiram iniciativas, 
neste âmbito. Contudo 
nada te impede de se-res 
tu o impulsionador 
de uma. No meio de to-das 
estas sugestões, não 
te esqueças de começar 
pelo mais simples: olha 
para o lado e sorri! 
Margarida Machado, 11 CT7 
os dias. Infelizmente, são 
as crianças que falecem 
com mais frequência. Te-mos 
que para com o “cli-chê” 
de que “o que os 
olhos não vêm, o coração 
não sente”, porque hoje 
são eles a precisarem do 
nosso auxílio, mas quem 
sabe um dia poderemos 
ser nós. 
Portanto, é necessário 
acabar com as desigual-dades 
e estabelecer um 
mínimo de sobrevivência, 
que vá além da teoria e 
que se estabeleça defini-tivamente 
na sociedade. 
Petra Carneiro, 12CT6
Dezembro de 2014 9 
VIDA DE ESTUDANTE 
Olá, o meu nome é Antó-nio 
e estou aqui para vos 
falar da minha interessan-te 
rotina escolar e para 
vos mostrar o quão diver-tido 
é ir para as aulas...ou 
talvez não, mas isso vere-mos! 
Acordo às 07:00h, ainda 
cheio de sono e sem von-tade 
nenhuma de sair da 
cama. Saber que me es-pera 
um dia longo e cheio 
de fichas e trabalhos, que 
obviamente não posso re-cusar, 
pois não é um bom 
sentimento. 
Saio de casa às 08:00 
para apanhar o autocarro, 
sempre ocupado, o que 
impossibilita a hipótese 
de fazer a viagem senta-do. 
Chego à escola por volta 
das 8:15 e, finalmente, 
encontro pessoas que 
partilham a minha dispo-sição 
e com quem posso 
conversar sobre as novi-dades 
ocorridas na noite 
anterior. E ficamos sem-pre 
na esperança de que 
algum funcionário venha 
com a grande notícia, de 
que o professor tenha fal-tado. 
Mas tal não acon-tece. 
Chega o professor 
na hora de começar mais 
uma rotina. Fico fechado 
dentro de uma sala com 
30 alunos, durante 90 mi-nutos 
que, cá para nós, 
parece uma eternidade. 
TPC: fazer resumo das pá-ginas 
34 e 35 do manual e 
fazer os exercícios respe-tivos 
para a próxima aula 
Intervalo... até que em 
fim. Está na hora de nos 
reunirmos todos e de fa-larmos 
do quão chata fora 
a aula, ou simplesmente 
reunidos a comer os nos-sos 
lanches comprados 
na cantina ou trazidos de 
casa. 
10:10h, de volta à sala, 
desta vez com francês ... 
uma desgraça nunca vem 
só. Hoje a aula foi tããão 
aborrecida! 
TPC: ler página 67 e fazer 
os exercícios das páginas 
100 e 101. 
11:40, mais uma pausa, é 
o último intervalo da ma-nhã, 
o que significa que 
daqui a uma hora e meia 
já estou fora das (j)aulas. 
TPC: fazer um trabalho 
sobre o mercantilismo 
Francês 
Finalmente, toca às 13:20, 
que para mim é como a 
badalada da meia-noite, 
ou seja, hora de almoço. 
13:50, chego a casa para 
um bom almoço. Se con-seguir, 
até faço uma pe-quena 
sesta antes de vol-tar 
para o autocarro. 
15:20, com muito esforço 
lá me preparo uma vez 
mais para ir para a para-gem, 
desta vez o autocar-ro 
não vai tão cheio o que 
é muito reconfortante. 
Sinceramente não vale a 
pena continuar com esta 
lenga lenga, pois tudo se 
repete... aulas, intervalo, 
aulas, intervalo e mais au-las. 
18:30, saio da escola, DE 
VEZ, e chego a casa com 
carradas de TPC’s e tra-balhos 
para fazer (como 
este) e se tiver sorte ma-térias 
para estudar. 
Talvez esteja a ver as 
coisas pelo lado errado, 
mas... Numa franca opi-nião, 
imaginem-se na 
situação de, por vezes, 
não ter os fins de semana 
livres pela simples razão 
de ter de estudar para 
dois ou três testes nes-sa 
semana. Mas, vendo 
pelo lado mais positivo, 
por vezes, nem sabemos 
a sorte que temos, a sor-te 
de podermos aprender 
coisas novas, a sorte de 
termos pessoas a acre-ditar 
nas nossas capaci-dades, 
a sorte de ter um 
futuro melhor, a sorte de 
ter amizades que durarão 
para o resto das nossas 
vidas, a sorte de ter expe-riências 
que contaremos 
um dia aos nossos filhos 
e netos. 
A escola proporciona-nos 
tudo isso. Mas mais uma 
vez, para isso, é necessá-rio 
acordar as 07:00, ain-da 
cheio de sono... 
Anónimo, 11LH3 
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA 
UMA REALIDADE 
CADA VEZ MAIS 
ASSUSTADORA 
Até este ano não tinha o 
hábito de assistir ao no-ticiário. 
Todo aquele pa-lavreado 
técnico sobre 
economia, política, ges-tão 
e sei lá mais o quê (e 
não o sei, porque, como 
já disse, não assistia ao 
telejornal, ou, então, 
“assistia” ao telejornal) 
teciam o maior e o mais 
caótico dos emaranhados 
de palavras e números na 
minha cabeça. Para isso, 
já tenho a Matemática e 
companhia, não é? No en-tanto, 
este ano decidi que 
estava na altura de “dar o 
salto” e de começar a es-tar 
mais atenta àquilo que 
se passa no mundo (e vim 
a descobrir que, de facto, 
há mesmo muita coisa e 
muita gente a “passar- 
-se”). 
Bastou-me ver, algumas 
vezes, o telejornal para 
perceber logo o esquema 
da coisa. Por isso, é que, 
confesso, quando liguei 
a TV naquele dia, já não 
estava à espera de boas 
notícias, tinha só a espe-rança 
(somente porque 
essa é sempre a última a 
morrer) de notícias neu-tras, 
mas aquilo, aquilo 
para mim, foi demais. Era 
já o quarto dia consecu-tivo 
em que as luzes do 
televisor acendiam ape-nas 
para me informar que 
mais uma mulher portu-guesa, 
nos seus quarenta 
e tal anos, tinha morrido. 
A causa? Violência do-méstica, 
claro e a causa 
por detrás dessa causa? 
Bem...já lá chegaremos. 
Não é ficção, é facto! E 
mais! É facto comprovado 
por estudos estatísticos, 
se bem que não eram pre-cisos 
estudos para perce-ber 
que, de ano em ano, 
morrem cada vez mais 
mulheres e crianças, devi-do 
a maus-tratos, em Por-tugal. 
Eu consegui aperce-ber- 
me disso só de ligar a 
caixa mágica e aposto que 
não fui a única. De facto, 
não tenho memória de 
um ano assim: “caiu das 
escadas” para ali, “mor-ta 
a tiro” para acolá, “es-pancada 
até à morte” não 
sei onde. Eu é que queria 
espancar a televisão por 
me estar a dar a conhecer 
uma realidade tão cruel 
que chega a ser irreal! 
Só este ano morreram 
42 mulheres, vítimas de 
violência doméstica. 
E que tenha a decência de 
reconhecer que está pro-fundamente 
errado quem 
pensa que “só os da terri-nha” 
é que estão ligados 
a estas situações, porque 
o leque de vítimas abran-ge 
dentistas, advogadas, 
médicas, enfermeiras, 
secretárias, entre muitas 
outras. 
Remetendo, agora, como 
tinha prometido, para as 
causas da violência do-méstica, 
digo, admitindo 
a minha impotência e ig-norância, 
não sei quais 
são. Chego mesmo a re-conhecer 
que não sei. Po-rém, 
tenho uma suspeita: 
aquilo a que o povo tem 
por hábito chamar “o 
berço”. A educação meus 
caros! Infelizmente, o que 
muitos não veem é que 
a educação que é incu-tida, 
não só nas escolas, 
mas também (e principal-mente) 
em casa, é fun-damental 
na edificação 
do indivíduo. Claro que, 
se ensinarem às crian-ças, 
desde tenra idade 
(que é nessa altura que 
se aprende), o valor do 
respeito, do entendimen-to 
mútuo, da paciência, 
da compreensão, etc., 
as probabilidades de es-tas 
virem a crescer para 
se tornar pessoas com 
“p” maiúsculo são muito 
maiores do que se lhes 
levantarem o tom de voz 
ou até, passe a expressão, 
“lhes aquecerem as bo-chechas” 
quando erram. 
Porém, o problema não 
está só aí, a peste (que 
não tem mesmo outro 
nome) está enraizada 
em coisas tão aparente-mente 
inofensivas como, 
por exemplo, os video-jogos. 
Passo a expor um 
exemplo concreto. Aqui 
há tempos, os meus pri-mos 
de cinco anos vie-ram 
visitar-me e qual foi 
o meu espanto quando, 
ao tentar comunicar com 
eles, tive de fazer um es-forço 
“do outro mundo” 
para conseguir ver os seus 
olhos (só de relance), 
sempre colados na con-sola. 
“Olha lá, a que é que 
estás a jogar?», pergun-tei 
eu indignada. “Estou 
a matar as pessoas desta 
cidade e a destruir-lhes os 
tanques”, respondeu ele 
com a maior das tranqui-lidades. 
Se fosse anatomi-camente 
possível, eu juro, 
caía-me o queixo de ta-manha 
admiração, se não 
mesmo, escândalo! Como 
é que esperam que crian-ças 
que gostam de matar 
pessoas no mundo virtual 
não possam vir também a 
apreciar o sentimento de 
magoar os outros na di-mensão 
real? Já parece o 
caso do rapaz que caiu da 
varanda de sua casa, por-que 
pensava que podia 
ser como o Spiderman. 
É com tristeza que afirmo 
que muitos não dão a 
devida importância a isto. 
Se as mulheres que são 
vítimas de maus tratos 
não vos comovem, peço- 
-vos, então, que façam o 
seguinte exercício mental: 
pensem na perspetiva dos 
filhos destes casais. 
Conseguem imaginar? Eu 
acho que sou capaz de 
o fazer, talvez seja algo 
do género: chegar a casa 
sem vontade de chegar 
a casa, hesitar à entrada, 
com um esforço imenso, 
rodar a chave que há tan-tos 
anos treme só de pen-sar 
em abrir aquela porta, 
pousar a mochila a medo, 
só com o ruído do titilar 
dos dentes, ouvir um cho-ramingar 
que quem nos 
dera ser mais distante, ir 
de encontro a ele, estacar 
perante um braço pisado, 
uma figura altiva e um 
olhar que é comprome-tedor, 
mas que não é de 
cumplicidade e saber o 
que te espera... 
Para finalizar, quero só cri-ticar 
os media pela forma 
como andam a divulgar os 
casos de morte por vio-lência 
doméstica. É que, 
fazem-no como se fosse 
só mais um acontecimen-to, 
como se fosse normal. 
Desculpem, mas, na mi-nha 
opinião, não deveria 
haver nada de usual a 
envolver estas situações. 
Para além disso, penso, 
também, que o acesso a 
armas de fogo deveria ser 
mais limitado. Sei bem 
que quem quer ferir aca-ba 
sempre por arranjar 
meio para o fazer e, além 
do mais, este tipo de ins-trumento 
nem sequer é o 
primeiro na lista dos mais 
usados para fins de vio-lência 
doméstica. Porém, 
não consigo deixar de ter 
algum receio de que nos 
tornemos numa América, 
onde até miúdos de cinco 
anos têm pistolas e, pior, 
sabem como usá-las! 
Faço um último apelo, 
desta vez não a vocês, 
mas a essa entidade do 
Pólo-Norte que nunca a 
nos desilude: o Natal está 
próximo e isso significa 
que a passagem de ano 
também já está mesmo aí 
ao virar da esquina. Cos-tuma- 
se dizer: “Ano Novo, 
vida nova”, mas no nosso 
caso é mais: “Ano novo, 
país novo”. Por favor! 
Inês Fernandes, 11CT2
10 Dezembro de 2014 
ESCOLA SECUNDÁRIA FRANCISCO DE HOLANDA 
Com o objetivo de criar 
hábitos em situações de 
defesa das pessoas e de 
implementar as Medidas 
de Autoproteção (MAP), 
no passado dia 25 de no-vembro, 
pelas 10 horas e 
trinta minutos, efetuou- 
-se na Escola Secundária 
Francisco de Holanda, um 
simulacro de evacuação. 
A ação foi programada 
pela Direção e teve a co-laboração 
dos Bombeiros 
Voluntários de Guimarães 
e da Polícia de Segurança 
Pública. 
Houve seriedade e rigor 
na execução de todo o 
exercício. 
Ao toque contínuo da 
sirene, cada professor, 
em situação de aula, deu 
instruções no sentido de 
os alunos se colocarem 
em pé e em duas filas 
paralelas, no interior da 
sala, colocando-se o de 
delegado/representante 
da turma à frente (che-fe 
de fila). De seguida, o 
professor abriu a porta e 
aguardou instruções do 
Coordenador de setor. 
Recebidas as instruções, 
de imediato deu ordem 
de saída, fazendo respei-tar 
SIMULACRO DE EVACUAÇÃO DA 
a ordem das duas fi-las 
paralelas. O professor 
de cada turma, depois 
de verificar que não fi-cou 
ninguém no interior 
da sala, fechou a porta e, 
cerrando a fila, conduziu 
os alunos até ao Ponto 
de Encontro – Plataforma 
das Artes, estando já o 
trânsito cortado, pela Po-lícia 
de Segurança Pública 
que, também, colaborou 
na orientação da evacua-ção. 
No Ponto de Encon-tro, 
respeitando as instru-ções 
dos coordenadores 
desse setor, os alunos de 
cada turma, de forma or-deira, 
mantiveram-se em 
duas filas paralelas, com 
o professor à frente e o 
delegado/representante 
na retaguarda. Aí ficaram 
até receberem instruções 
no sentido de poderem 
voltar à Escola. Todos os 
utentes da escola que não 
estavam nas salas de au-las 
seguiram as instruções 
dos Coordenadores de se-tor 
e dirigiram-se para o 
Ponto de Encontro. 
Para que tudo corresse 
com calma e sem pâni-co, 
aos alunos, foram 
explicitadas as regras 
de comportamento 
em caso de emergên-cia. 
Foi explícito que, 
ao ouvir o sinal de alar-me 
para evacuação (si-rene 
contínuo), se deve 
seguir as indicações do 
coordenador de setor/ 
professor e cumprir os 
seguintes princípios bá-sicos: 
• Evitar o pânico e 
manter a calma; 
• Iniciar imediatamen-te 
a evacuação, seguin-do 
pelos corredores in-dicados 
nas Plantas de 
Emergência; 
• A evacuação deve ser 
de forma rápida e or-deira; 
• Movimentar-se em 
passo rápido, mas sem 
correr, evitando em-purrar 
outras pessoas e 
em silêncio; 
• Em situação de aula, 
o aluno responsável 
deve abrir totalmente 
a porta da sala de aula 
e, de acordo com as 
instruções, conduzir os 
restantes alunos para 
o Ponto de Encontro 
(situado na Plataforma 
das Artes); 
• O Professor deve ser o 
último a sair da sala, fe-chando 
a porta e seguindo 
imediatamente a turma; 
deve verificar se todos os 
alunos estão presentes no 
Ponto de Encontro; man-ter 
a ordem no ponto de 
encontro; 
• Não se preocupar com 
documentos, livros, pa-péis, 
vestuário, veículos, 
etc.; 
• Quem se encontrar fora 
das salas de aula deve 
seguir as sinalizações de 
saída e dirigir-se para o 
Ponto de Encontro; 
• Descer as escadas en-costado 
à parede; 
• Nunca utilizar o eleva-dor; 
• Caso exista fumo, em 
quantidade suficiente 
para dificultar a respira-ção 
e a visibilidade, prote-ger 
a boca e nariz com um 
pano e movimentar-se ga-tinhando; 
• Depois de sair do edifí-cio, 
nunca voltar ao seu 
interior por qualquer mo-tivo; 
• Não perturbar a ação 
dos bombeiros e dos 
agentes da autoridade; 
• Todos devem permane-cer 
no Ponto de Encontro 
a aguardar instruções. 
Foi ainda recomendada 
uma observação atenta 
da escola, de forma a 
proceder a uma eficaz 
perceção dos sinais de 
emergência, dos ca-minhos 
a seguir em si-tuação 
de emergência, 
a partir da sala de aula 
e ao conhecimento da 
localização do Ponto 
de Encontro. No senti-do 
de evitar acidentes, 
a organização foi im-perativa 
na solicitação 
ao cumprimento dos 
avisos e na exigência 
de respeito pelos sinais 
de segurança, meios de 
alerta e de combate a 
incêndio. 
Encontro acompanhou 
todo o exercício de eva-cuação 
que envolveu uma 
população escolar de 
1322 pessoas, constatan-do 
que o comportamento 
dos alunos foi exemplar. 
Google Images 
http://guimaraes2012.blogs.sapo.pt/7256.html
Dezembro de 2014 11 
NOTÍCIAS DA 
PEGADA 
São muitas as atividades e 
projetos em que a Escola 
Básica da Pegada está en-volvida. 
Continuamos preocupa-dos 
com o ambiente. Por 
isso, estamos a separar 
plástico, que é recolhido 
na escola pela empre-sa 
Vitrus, para ajudar na 
aquisição de camas ar-ticuladas 
e cadeiras de 
roda, e papel e cartão, 
no âmbito da campanha 
“Resíduos a Pedo”, da Re-sinorte. 
Somos solidários com as 
causas justas e, por isso, 
no dia 30 de outubro, jun-tamo- 
nos aos que quise-ram 
lembrar a importân-cia 
da deteção precoce 
do cancro da mama. Uma 
doença que pode afetar 
qualquer um. Entre ou-tras 
coisas, construímos 
um laço humano, mos-trando 
que estamos aler-ta 
para esta doença. 
Em parceria connosco 
tem trabalhado a Asso-ciação 
de Pais da Pega-da. 
Para encerrar o pri-meiro 
período letivo, a 
Associação promoverá 
uma festa-convívio com 
alunos, professores e en-carregados 
de educação. 
Será uma pequena festa 
de Natal, que pretende 
juntar a nossa escola e o 
Jardim de Infância de Azu-rém, 
a acontecer no dia 
16 de dezembro, no Sa- 
Alimentação 
No diA da alimentação 
na escoLa comi uma sande saudável 
com fIambre, ovo, alface e 
toMate 
nEste dia devemos comer alimentos bons 
Não devemos comer 
chocolaTes senão a 
Obesidade toma conta de 
nóS 
lão Paroquial de Azurém, 
a partir das 18h30. Todos 
estão convidados. 
No dia 18 de dezembro, 
com o apoio da Junta de 
Freguesia, a Associação 
levará as nossas crian-ças 
ao mundo mágico da 
“Vila Natal”, em Santa 
Maria da Feira. Uma ati-vidade 
que proporcionará 
um dia inesquecível! 
No início do mês de janei-ro, 
mantendo a tradição, 
os alunos do terceiro ano 
cantarão os Reis aos pais 
e encarregados de edu-cação. 
Queremos manter 
estreitas as ligações entre 
a escola e a comunidade, 
aproveitando para dese-jar 
um bom ano a todos. 
1º ano EB1 da Pegada 
2º ano EB1 da Pegada 
Suplemento das Escolas EB1
12 Dezembro de 2014 
Suplemento das Escolas EB1 
3º ano EB1 da Pegada 4º A EB1 da Pegada 
Escola, uma porta para o mundo 
De volta à escola 
Abrem-se as portas 
Ao conhecimento 
E ao mundo 
Voa o pensamento 
Leva-nos a viajar 
Sem sair do lugar 
Dançam as letras 
Formam palavras 
Os números saltam 
Fazem-se contas 
As ciências não faltam 
Riscos e representações 
Jogos e canções 
Entramos "pobres" 
Saímos mais "ricos" 
De tanto conhecer 
E muito ler 
Estamos a crescer 
Aprendemos a viver 
A escola é saber. 
Escrita criativa 
Dia da alimentação 
Adivinha 
Sou um meio de transporte feito de legumes. 
As minhas rodas são feitas com casca de pimento. 
Tenho um brócolo a fazer de suspensão. 
O meu acento é uma beringela. 
O meu guiador é feito com um pimento dividido em 3 
partes. 
A minha distensão é feita de curgetes. 
Quem sou eu? 
Este foi o resultado 
Depois de estudarmos o corpo Humano, resolvemos 
fazer acrósticos na área de Português. 
Corpo 
O corpo humano é 
Resistente e 
Protetor 
Os órgãos internos do corpo 
Humano trabalham muito 
Uns são autênticas 
Máquinas 
A trabalhar dia e noite, 
No nosso corpo ao mesmo tempo 
O que nos permite uma vida saudável 
Este esqueleto 
Suporta o nosso corpo 
Que tem ossos 
Unidos uns aos outros 
E têm diferentes formas 
Longos e curtos 
Estreitos e grossos 
Todos com funções diferentes 
Ossos incríveis, nós temos!
Dezembro de 2014 13 
Lindo! … Lindo!... 
Inicio este artigo, como 
representante do grupo 
Nascer do Sol, do Jardim 
de Infância de Santa Lu-zia, 
com a questão da 
Margarida de Jesus, pe-rante 
o olhar silencioso e 
expectante dos amigos. 
“ Nós somos mesmo mui-to 
importantes?” 
Quantas questões simples 
e complexas, … nesta 
interpelação singela e 
Suplemento das Escolas EB1 
JI Sala “Nascer do Sol”- 
EB1/JI Santa Luzia 
cheia de alegria de uma 
criança, que deu voz a 
todas as que esperavam a 
resposta, pois a pergunta 
também as intrigavam. 
Lindo!... Lindo!... 
Na realidade é um grupo 
de meninos e meninas, 
como tantas outras crian-ças, 
que gostam de brin-car, 
de cantar, de dançar, 
de aprender, de explorar o 
novo, de repetir o mesmo 
jogo a todo o momento, 
JI Sala “Arco-Íris”- 
EB1/JI Santa Luzia 
A MAGIA DOS 
AFETOS NO 
HALLOWEEN 
No passado dia 31 de ou-tubro, 
as crianças da sala 
Arco-Íris receberam a 
visita de duas mães que 
prepararam uma agradá-vel 
surpresa alusiva ao 
Halloween e ao tema do 
nosso projeto de sala “O 
Mundo dos Afetos – Emo-ções 
e Sentimentos”. 
Através das personagens 
da Feiticeira Melissa e da 
Doceira Miramar, com as 
suas assistentes DracBea 
e BruxiVi, as crianças vi-veram 
momentos de pura 
magia! Depois de várias 
experiências levadas a 
cabo pela Feiticeira Me-lissa 
para encontrar o Pó 
Mágico da Felicidade (o 
“Pó de Risos”), as crian-ças 
ajudaram a Doceira 
Miramar a preparar as 
bolachas do Halloween, 
em forma de pequenas 
abóboras, colocando por 
fim, o Pó Mágico. 
As crianças deliciaram-se 
a comer estas bolachinhas 
com poderes mágicos e, 
em pouco tempo, um eco 
de pequenas vozes eufó-ricas 
se fez sentir na sala 
Arco-Íris, irradiando risos 
de Alegria e Felicidade! 
EB1/JI Santa Luzia 1ºB 
Gostamos da escola porque... 
…queremos aprender. 
…aprendemos a ler e a escrever. 
…conhecemos muitos amigos. 
…gostamos de estudar. 
…fazemos atividades divertidas. 
…o professores são amigos. 
…faz-nos pensar. 
…descobrimos novas coisas. … 
...festejámos o S. Martinho. 
…temos uma biblioteca. 
mas se bem observado, 
há sempre algo de muito 
novo, na comunicação, 
na expressão, na integra-ção 
de um novo conheci-mento, 
na inclusão de um 
amigo, na…,são os raios 
do Sol, que faz da sua úni-ca 
cor, a multiplicidade de 
muitas outras. 
As cores dos afetos, das 
criações artísticas, das 
descobertas científicas, 
dos laços que prendem 
com docilidade e respeito 
o coração de todos que 
com eles convivem, do 
abraço espontâneo, da 
escolha fundamentada e 
argumentada, … 
SIM são Muito, Muito IM-PORTANTES, 
porquê? 
Porque aprendem a sen-tir, 
a gostar das pessoas 
lindas que SÃO, nas suas 
diferenças e na partilha 
de conquistas pessoais e 
do grupo, assim crescem 
em cidadania e com ale-gria.
14 Dezembro de 2014 
2º B EB1/JISanta Luzia 
Texto Coletivo 
Depois de saber que Me-linda 
tinha sido raptada 
pelo gigante Bártolo, Ro-meu 
perguntou às suas 
amigas Estrelas, qual 
seria o melhor caminho 
para chegar ao castelo do 
gigante. 
As Estrelas responderam- 
-lhe que deveria seguir 
o caminho que passava 
junto da Fonte das Águas 
Límpidas, onde encontra-ria 
um espelho mágico 
para hipnotizar os sete 
leões esfomeados que 
estavam de guarda. Disse-ram- 
lhe também para ter 
muito cuidado, pois a flo-resta 
estava cheia de bru-xas, 
morcegos e corujas. 
Romeu seguiu viagem 
com os seus amigos: a 
Suplemento das Escolas EB1 
Lua, o Vento, as Nuvens 
e as Estrelas. As Estrelas 
e a Lua iluminaram o ca-minho; 
as Nuvens junta-ram- 
se e tornaram-se tão 
negras, tão negras que 
formaram uma forte tem-pestade 
que obrigou as 
Bruxas a esconderem-se; 
o Vento empurrou-o pela 
torre do castelo que era 
mais alta do que a mais 
alta montanha do mundo 
e onde se encontrava pri-sioneira 
Melinda . 
Quando a encontrou, su-biram 
a uma Nuvem que 
os transportou a casa, 
onde o tio de Melinda os 
esperava, dando-lhes um 
carinhoso abraço. 
Conclusão da História 
«Romeu e Melinda», His-tórias 
fantásticas, de Al-berto 
Melis 
2º C EB1/JISanta Luzia 
Projeto “Uma história, 
uma aventura” 
O 2º- ano, turma C da 
EB1/JI de Santa Luzia vai 
desenvolver, ao longo do 
ano letivo de 2014/2015, 
o projeto de leitura “Uma 
história, uma aventura” 
onde envolve os pais, en-carregados 
de educação e 
famílias. 
Na primeira semana de 
cada mês, em dia e hora 
3º A EB1/JISanta Luzia 
O girassol 
Girassol amarelo 
Castanho no centro 
Tão belo que é 
Parece um coentro. 
Girassol amarelo 
Tem uma bela cor 
Toda a gente o trata 
Com muito amor. 
Girassol amarelo 
É muito perfeito 
Para florir ao sol 
Tem muito jeito. 
Girassol amarelo 
Sempre a florir 
Está no jardim 
Feliz a sorrir. 
Alegre menina 
Rosa encarnada 
Cabeça amarela 
Alegre menina 
Doce e muito bela. 
Rosa encarnada 
Pezinho espinhoso 
Alegre menina 
Coração corajoso. 
Rosa encarnada 
No jardim nascida 
Alegre menina 
No inverno despida. 
já agendada, cada alu-no, 
com o apoio de um 
elemento já inscrito no 
projeto, vai ler, explorar 
e fazer uma atividade so-bre 
uma obra da lista de 
obras para a iniciação à 
Educação Literária e dos 
livros recomendados pelo 
PNL, selecionada no dia 
da receção aos alunos, 
através do desafio Mural 
da Leitura.
Dezembro de 2014 15 
3º B EB1/JISanta Luzia 
Magusto faz-se no S.Martinho 
Acende-se uma fogueira 
Gostamos de enfarruscar a cara 
Uma festa de castanhas 
Saborosas e bem quentinhas 
Tempo frio à espera do verão de S.Martinho 
O porco se mata e o vinho se prova 
Suplemento das Escolas EB1 
3º C EB1/JISanta Luzia 4º A EB1/JISanta Luzia 
As nossas quadras do outono 
No outono há muita chuva, 
temos que nos abrigar. 
Quando parar de chover, 
Já podemos ir brincar. 
Sou o vento do outono, 
que venho para encantar. 
Às vezes deito areia para os olhos, 
que vos faço chorar. 
O outono é tão frio, 
que me escondo debaixo do cobertor. 
Com um chá quente nas mãos, 
a ouvir um cantor. 
Dia da alimentação 
No dia dezasseis de outu-bro, 
Dia da Alimentação, 
o 4º A fez espetadas na 
sala. Enquanto se prepa-ravam 
os ingredientes, 
toda a turma fazia a re-portagem 
sobre o que 
se ia passando. Cada um 
escolheu a estação que 
transmitia a reportagem. 
Depois de lermos as re-portagens, 
escolhemos a 
do Rúben para mostrar-mos 
o trabalho da turma 
nesta atividade. 
“Caros ouvintes, estamos 
em direto da Megahits 
para transmitir uma aula 
de culinária da Chef Cân-dida. 
Vai-nos ensinar a 
fazer espetadas, muito 
saudáveis! Para isso vai 
contar com a colaboração 
dos mini Chefs da turma. 
Começamos com a Chef 
Marta que descasca uma 
cenoura, depois de bem 
lavada, tirando as partes 
que não se comem. A 
nossa Chef Joana vai fa-zer 
o segundo passo que 
é cortar a cenoura às ro-delas. 
O Chef Zé dá uma 
ajuda. 
Um belo queijo é fatiado 
pela Chef Cândida! 
O Dinis, segundo Chef 
preferido de toda a gen-te, 
corta a banana em ro-delas 
idênticas e a Chef 
Sofia ajuda no projeto. A 
nossa outra Chef Sofia, 
corta as côdeas do pão 
integral que podemos 
aproveitar para fazer pão 
ralado. A Chef Isabel dá 
continuidade à tarefa mas 
desperdiça muito pão! 
A Chef Cássia como não 
estava atenta repete o 
desperdício. A professora 
corta o pão em quadradi-nhos. 
Repete-se a opera-ção 
com outro pão a ser 
cortado pelo Chef Antó-nio 
com a ajuda das Chefs 
Matilde e Maria João e… 
voilá! Tudo pronto! Cada 
Chef vai agora montar a 
sua espetada com pão 
integral, fiambre de peru, 
banana, cenoura, tomate 
e queijo. 
Tudo isto com mãos bem 
lavadas! Que delícia! 
Assim me despeço, caros 
ouvintes. Não se esque-çam 
de experimentar! 
Até ao próximo Cozinha 
com Rúben na sua rádio 
preferida, MMMegahits!” 
4º B EB1/JISanta Luzia 
16 de outubro - 
Dia Mundial da Alimentação 
Dia 16 de outubro 
Importa sempre relembrar 
Alertar e informar! 
Diferentes atividades fizemos 
A roda dos alimentos conhecemos 
Água, um alimento essencial 
Legumes,cereais, fruta, ... 
Imprescindíveis todos os alimentos são 
Muitos nutrientes nos dão 
E equilibrada será, a nossa alimentação! 
Nutricionista devemos consultar 
Também nos pode ajudar 
Assim a nossa saúde poderá melhorar! 
AÇúcar e sal 
NÃo devemos comer 
O nosso corpo vai agradecer. 
4º C EB1/JISanta Luzia 
S. Martinho 
Num dia frio de outono, 
Um soldado bem vestido 
Ajudou um pobre mendigo 
Que estava cheio de frio. 
Uma capa ao meio cortou 
E o pobre mendigo 
Com ela se agasalhou. 
E por magia 
Nesse dia 
O sol brilhou.
16 Dezembro de 2014 
ESCOLA SECUNDÁRIA FRANCISCO 
DE HOLANDA CELEBRA 130 ANOS 
Hoje, dia 3 de dezembro, 
com todo o sentido e pro-priedade, 
a Direção do 
Agrupamento de Escolas 
Francisco de Holanda, 
apresentará, em sessão 
solene, pelas 17 horas, o 
plano de atividades ine-rentes 
à celebração do 
130º aniversário da cria-ção 
da Escola Francisco de 
Holanda, a realizar ao lon-go 
do ano letivo de 2014- 
15. De facto, faz 130 anos, 
no próximo dia 3 dezem-bro, 
que foi publicado o 
decreto, no Diário do Go-verno, 
que lhe deu o esta-tuto 
de Escola Industrial 
de Guimarães. Dois dias 
depois, dia 5 de dezem-bro 
de 1884, foi publica-do, 
também no Diário do 
Governo, o decreto que 
atribuiu à Escola Indus-trial 
de Guimarães a de-nominação 
de Francisco 
de Holanda. 
Curiosamente, “O Comér-cio 
de Guimarães”, funda-do 
no ano de 1884, nas 
suas páginas, faz notícia 
dos principais eventos 
associados à Escola, não 
deixando de sublinhar, 
em tom jocoso, que a pro-metida 
escola para a cida-de 
de Guimarães nunca 
mais começava a funcio-nar. 
Era de facto uma pro-messa 
antiga, uma vez 
que o decreto régio de 20 
de dezembro de 1864 de-terminava 
a criação da Es-cola 
Industrial que só veio 
a ser confirmada a 3 de 
dezembro de 1884. E só 
começou a funcionar, no 
dia 14 de janeiro de 1885, 
com aulas de desenho 
industrial, sob a regência 
e direção de António Au-gusto 
Cardoso, num salão 
da Sociedade Martins Sar-mento, 
ao tempo instala-da, 
no Largo do Carmo. 
Para a sua implantação 
teve um papel relevante a 
1ª Exposição Industrial de 
Guimarães, realizada em 
1884, uma vez que per-mitiu 
identificar necessi-dades 
a satisfazer, ineren-tes 
à industrialização da 
região, nomeadamente a 
formação do pessoal ope-rário. 
Ora, foi nesta área 
que, ao longo dos anos, 
esta escola ganhou cré-ditos, 
norteando, até aos 
anos setenta do século 
XX, a sua missão educa-tiva 
para a formação de 
operários qualificados e 
quadros médios, dando, 
assim, respostas às neces-sidades 
do mercado de 
trabalho. 
Para assinalar a efemé-ride, 
foram colocados 
hoje outdoors nos dife-rentes 
edifícios em que 
funcionou a Escola: Casa 
de Martins Sarmento (no 
Largo do Carmo), Banco 
Millenium (Rua Paio Gal-vão), 
Casa dos Laranjais 
(Rua das Trinas), casa 
pertencente ao Barão de 
Pombeiro (confluência da 
Rua de Santa Maria com 
o Largo Cónego José Ma-ria 
Gomes), Convento de 
Santa Clara (atual edifício 
da Câmara Municipal) e 
pavilhões, construídos na 
Quinta do Proposto, que 
evoluíram para o atual 
edifício da Escola (Rua 
Alfredo Pimenta), graças 
às obras de 1959 (Estado 
Novo) e à intervenção de 
requalificação e amplia-ção, 
efetuada de 2009 a 
2011, pela empresa de-nominada 
Parque Escolar. 
De 1864 a 2014: alguns 
registos sobre a Escola 
A história da Escola Fran-cisco 
de Holanda tem sus-citado 
o interesse da co-munidade 
educativa em 
geral e dos professores 
de História em particu-lar. 
Há alguns anos, sob a 
orientação da professora 
da disciplina de História, 
Túlia Machado, já apo-sentada, 
foi feita uma 
exposição em que foram 
assinalados os principais 
eventos associados à es-cola, 
desde a sua funda-ção 
até aos nossos dias. 
Destacamos alguns: 
1864 - Criação, pelo Mi-nistro 
João Crisóstomo 
de Abreu e Sousa, através 
de decreto régio de 20 
de dezembro, da Escola 
Industrial de Guimarães, 
conjuntamente com a da 
Covilhã e Portalegre, as 
três primeiras escolas in-dustriais 
do país. 
1881 - É criada a Socieda-de 
Martins Sarmento. 
1884 – A Sociedade Mar-tins 
Sarmento começa a 
publicar a Revista de Gui-marães 
e toma a iniciati-va, 
com Alberto Sampaio 
à frente, da Exposição 
Industrial do Concelho 
destinada a mostrar as
Dezembro de 2014 17 
ESCOLA SECUNDÁRIA FRANCISCO 
DE HOLANDA CELEBRA 130 ANOS 
notáveis potencialidades 
da indústria vimaranense 
e as suas tremendas ca-rências 
em termos de tec-nologia 
e equipamentos. 
Tornava-se premente dar 
corpo ao esquecido de-creto 
de 20 de dezembro 
de 1864, que visava a cria-ção 
da Escola Industrial de 
Guimarães. Para tal, a So-ciedade 
Martins Sarmen-to, 
a Câmara Municipal de 
Guimarães, a Associação 
Artística Vimaranense e a 
imprensa local, incluindo 
o “Comércio de Guima-rães” 
conjugaram esfor-ços 
nesse sentido. 
• Chega o comboio, pela 
primeira vez, pela Trofa, 
até à estação de Vila Flor, 
em Guimarães (6 de mar-ço). 
•Soares Veloso pôs à dis-posição 
da Comissão da 
Exposição Vimaranense o 
palácio de Vila Flor (26 de 
março). Um escol de ho-mens 
de cultura e de espí-rito 
empreendedor estava 
a mudar Guimarães. 
• Surge o Comércio de 
Guimarães (14 de junho). 
• É criada a Escola de De-senho 
Industrial de Gui-marães 
por diploma de 
6 de maio, publicado no 
Diário do Governo de 7 
de maio, referendado por 
António Augusto Aguiar. 
• Sai o decreto que lhe 
dá o estatuto de Esco-la 
Industrial, que com-preenderá 
as disciplinas 
de Aritmética, Geometria 
Elementar, Contabilidade 
Industrial, Desenho e Quí-mica 
(3 de dezembro). 
• Decreto que atribui à 
Escola Industrial de Gui-marães 
a denominação 
de Francisco de Holanda 
(5 de dezembro). Come-morava- 
se então o tricen-tenário 
do Renascentista 
Francisco de Holanda. 
1885 - Começa a funcio-nar, 
sob a regência e di-reção 
de António Augusto 
Cardoso, num salão da 
Sociedade Martins Sar-mento 
ao tempo insta-lada 
no Largo do Carmo 
(14 de janeiro). Tem 153 
alunos matriculados, sen-do 
14 do sexo feminino, e 
alguns em lista de espera. 
1885 (13 de abril) - Mu-dou 
para uma casa alu-gada 
na Rua Paio Galvão, 
onde hoje funciona o 
Banco Millenium. 
1886 (1 de janeiro) - En-trou 
em funcionamento 
na Casa dos Laranjais, alu-gada 
pela Câmara Munici-pal 
de Guimarães, na Rua 
D. Luís I, hoje Rua das Tri-nas 
(1 de fevereiro), com 
três professores para três 
cadeiras essencialmente 
práticas: 
• Dr. Joaquim José de Mei-ra 
(médico) professor das 
disciplinas de Aritmética, 
Geometria Elementar e 
Contabilidade Industrial; 
• António Emílio de Qua-dro 
Flores (oficial do exér-cito) 
substituído um ano 
depois pelo Dr. Augusto 
de Matos Chaves (médi-co) 
para lecionar Química 
Industrial; 
• António Augusto Car-doso, 
professor Desenho 
Industrial. 
1887 - Visita do rei D. 
Luís a Guimarães e lança-mento 
da primeira pedra 
da escola definitiva num 
terreno adquirido para 
o efeito e pertencente à 
Quinta do Proposto. 
1888 - Criação, atra-vés 
do decreto de 30 de 
dezembro de 1886, de 
mais três cadeiras (Língua 
Francesa, Princípios de 
Física e Mecânica, Dese-nho 
de Máquinas) e, con-sequente, 
nomeação de 
novos professores: Adol-fo 
Salazar (pai do célebre 
professor Abel Salazar) e 
o Dr. Avelino Germano da 
Costa Freitas (médico). 
1889 – Nomeação do 
austríaco Afred Schwartz 
como professor de dese-nho 
de máquinas. 
1889 - Nomeação de Al-bert 
Edouard Braun, mes-tre 
de fiação de tecela-gem, 
o que demonstra a 
importância que Escola 
estava a adquirir no con-texto 
sociocultural da re-gião.
18 Dezembro de 2014 
ESCOLA SECUNDÁRIA FRANCISCO 
DE HOLANDA CELEBRA 130 ANOS 
• Entretanto, levantados 
e abertos quatro dos oito 
pavilhões, na Quinta do 
Proposto, ali se armaze-naram 
os pesados caixo-tes 
que traziam os teares 
mecânicos, máquinas de 
fiação, caldeira a vapor... 
Ainda, neste ano, chega-ram 
onze caixotes de ma-terial 
de laboratório quí-mico 
e três caixotes com 
máquinas de costura. 
1891- Aquisição coleções 
de modelos de desenho 
em gesso, aparelhos de 
fotografia, coleções de 
estampas de excelente 
qualidade com motivos 
de História da Arquitetura 
e outros. 
1901 – A Escola Francisco 
de Holanda está instalada 
nos edifícios na Quinta do 
Proposto sem condições 
mínimas para poder fun-cionar. 
1911 - O Regimento da 
Infantaria toma conta dos 
barracões do Proposto à 
exceção de um destinado 
à guarda de material ofi-cinal. 
1914 (outubro) – Instala-ção 
da Escola Industrial 
numa casa que era pro-priedade 
do Barão de 
Pombeiro - confluência da 
Rua de Santa Maria com o 
Largo Cónego José Maria 
Gomes - (24 de novem-bro). 
1914 - Instalação da Esco-la 
Industrial no Convento 
de Santa Clara (edifício 
atual da Câmara Munici-pal), 
juntamente com o 
Liceu e o Internato Muni-cipal. 
1923 – Saída dos militares 
das instalações do Pro-posto. 
• Realização de obras na 
Escola (Quinta do Propos-to) 
já com o nome de Es-cola 
Industrial e Comercial 
de Francisco de Holanda, 
graças à intervenção de 
Mariano FeIgueiras. 
• Realização nas novas 
instalações Escola Indus-trial 
(Quinta do Proposto) 
da 2ª Exposição Industrial 
e Agrícola do Concelho de 
Guimarães. 
1948 – O Ministro da Edu-cação 
- Eng° Leite Pinto 
- promulga a reforma e é 
retirado à escola o nome 
do seu patrono, Francisco 
de Holanda. 
1959 - A Escola Industrial 
e Comercial de Guimarães 
termina as suas obras que 
são as do edifício da fa-chada 
principal, corres-pondente 
ao atual Bloco 
A. 
1974 - É devolvido o nome 
de Francisco de Holanda 
(25 de Abril.) 
1979 - Confirmação em 
portaria do nome de Es-cola 
Secundária de Fran-cisco 
de Holanda (22 de 
novembro pela Portaria 
608/79) 
De julho de 2009 a abril 
de 2011 - obras de requa-lificação 
e de ampliação 
de que resultaram o atual 
edifício da Escola Secun-dária 
Francisco de Holan-da. 
2012 - Através do Despa-cho 
nº 5634-F/2012 de 26 
de abril, a extinta Direção 
Regional de Educação do 
Norte propôs a agrega-ção 
da Escola Secundá-ria 
Francisco de Holanda 
com o Agrupamento de 
Escolas Egas Moniz. A 
nova unidade orgânica 
passou a ter a designação 
de Agrupamento de Esco-las 
Francisco de Holanda, 
constituída pelas escolas 
EB1 da Pegada, EB1/JI de 
Santa Luzia, Escola EB2/3 
de Egas Moniz e Escola 
Secundária Francisco de 
Holanda. 
Ata da instalação da Escola Industrial 
Francisco de Holanda em Guimarães 
No dia primeiro do mês de Fevereiro do ano de 1886 às onze e meia horas da manhã 
em uma das salas da casa sita na rua D. Luís I desta cidade de Guimarães, oferecida 
pela câmara municipal da mesma cidade para nela se estabelecer a Escola Industrial 
denominada “Francisco de Hollanda”, estando reunidos o inspetor das Escolas Indus-triais 
e de desenho industrial da Circunscrição do norte José Guilherme de Parada e 
Silva Leitão, professor do Instituto Industrial do Porto, e o corpo docente da mesma 
Escola Industrial António Augusto da Silva Cardoso professor temporário da cadeira 
de desenho industrial, Joaquim José de Meira, professor definitivo da cadeira de arit-mética, 
geometria elementar e contabilidade industrial e António Emílio de Quadros 
Flores, professor temporário da cadeira de química industrial, o inspetor tomando 
a presidência declarou aberta a sessão. Em seguida, fazendo uma sucinta exposi-ção 
da história deste estabelecimento, disse que tendo sido primitivamente criada 
esta escola como simples escola de desenho industrial, em virtude do Decreto de 3 
de Janeiro de 1884 referendado pelo Exmo. Ministro das Obras Públicas Comércio e 
Indústria António Augusto d’Aguiar e incluída no orçamento do ano económico de 
1884 a1885 a verba para a sua dotação por proposta feita pelo deputado da Nação 
Mariano Cyrillo de Carvalho em sessão de 22 de Março do mesmo ano de 1884, fora 
mais tarde transformada em escola industrial por Decreto de 3 de Dezembro do dito 
ano passando a cadeira de desenho industrial onde na conformidade do artigo 13
Dezembro de 2014 19 
ESCOLA SECUNDÁRIA FRANCISCO 
DE HOLANDA CELEBRA 130 ANOS 
do regulamento geral das Escolas industriais e de desenho industrial de 6 de Maio 
de 1884 se professava o curso elementar de desenho e o 1º e 3º ramos dos cursos 
industriais, a fazer parte da mesma escola. Que na conformidade do citado decreto 
tinha esta escola uma organização idêntica à da Escola Industrial da Covilhã, com-preendendo 
as seguintes disciplinas professadas em três cadeiras: Aritmética, geo-metria 
elementar e contabilidade industrial; desenho industrial e química industrial 
especialmente aplicada à tinturaria, havendo além destas cadeiras dois lugares de 
guardas e um de servente. Que por Portaria de 5 de Dezembro de 1884 fora dada à 
escola a denominação de Escola Industrial “Francisco de Hollanda”. Que esta escola 
assim organizada, não poderá ser instalada logo depois da sua criação porque as 
verbas necessárias para a sua dotação só foram incluídas no orçamento geral do 
Estado no ano económico de 1885 a 1886, e portanto só havia funcionado até hoje a 
cadeira de desenho industrial primitivamente criada e para a regência da qual tinha 
sido nomeado provisoriamente o professor António Augusto da Silva Cardoso por 
Portaria de 12 de Dezembro de 1884, sendo nomeado guarda da mesma por Portaria 
de 8 de Janeiro de 1885 António de Sousa Roriz cujo nome foi retificado por Portaria 
de 7 de Fevereiro seguinte por ter vindo errado na primeira. Que a 24 de Dezembro 
de 1884 fora aberta a matrícula, inaugurando-se a cadeira a 14 de Janeiro seguinte 
na casa da Sociedade Martins Sarmento no Largo do Carmo com 104 alunos, sendo 
14 de sexo feminino; apesar de ainda não haver a mobília necessária nem o material 
de ensino indispensável porque a ilustrada direção daquela benemérita Sociedade 
com o fim de facilitar a realização de tão importante melhoramento para a cidade de 
Guimarães cedeu provisoriamente do melhor grado uma das suas salas com toda a 
mobília e material de ensino de que podia dispor continuando aí a funcionar a cadei-ra 
de desenho até que, adquirido o material de ensino mais indispensável e obtida a 
mobília necessária, foi a Escola mudada para uma casa de aluguer sita na rua de Paio 
Galvão. Que nesta casa continuou a escola a funcionar até Outubro de 1885 sendo 
regularmente frequentada não só pelos alunos que compareceram no ato da inaugu-ração, 
mas ainda por outros, que depois se matricularam e que perfaziam ao todo o 
número de 153, dos quais 43 eram do sexo feminino. Que no decorrer do ano de 1885 
se foi completando o pessoal de Escola Industrial sendo por Portaria de 27 de Abril 
nomeado o segundo guarda José Alves Correia e por ofício de 19 de Agosto de 1885 
lhe fora participada a nomeação do servente António José Capela. Que em Maio fora 
aberto concurso no Instituto Industrial do Porto para o provimento de duas cadeiras 
vagas = Aritmética, geometria elementar e contabilidade industrial e química indus-trial. 
Que para a primeira destas duas cadeiras concorreram dois candidatos ficando 
deserto o concurso da cadeira de química. Que terminadas as provas públicas dos 
candidatos admitidos ao concurso para o provimento da cadeira de aritmética em 
30 de Outubro de 1885 foi pelo júri que presidiu a este acto proposto o candi-dato 
o Snr. Joaquim José de Meira único que satisfaz a todas as provas sendo o 
mesmo por despacho de 23 de Dezembro de 1885 nomeado definitivamente 
professor daquela cadeira, e para a cadeira de química como não houvesse 
concorrentes fora pelo Governo nomeado provisoriamente por despacho de
20 Dezembro de 2014 
ESCOLA SECUNDÁRIA FRANCISCO 
DE HOLANDA CELEBRA 130 ANOS 
Fig.3 
23 de Dezembro de 1885 o Snr. António Emílio de Quadros Flores. 
Que logo que tivera conhecimento do despacho do Snr. Meira ele inspetor 
tratara de abrir a matrícula na cadeira de aritmética, que hoje deveria inaugu-rar- 
se e na qual se achavam matriculados 33 alunos. Que não poderá abrir a 
matrícula na cadeira de química pelo facto de não ter ainda a mobília neces-sária 
nem o material de ensino indispensável para se montar um laboratório 
químico, mas que já tinha feito as necessárias requisições. 
Que com relação à cadeira de desenho industrial a matrícula para o corrente 
ano letivo tinha sido aberta em Setembro de 1885 achando esta cadeira a 
funcionar com 145 alunos dos quais 51 são do sexo feminino. 
Terminada esta exposição acrescentou o Inspetor que, achando-se completo 
o pessoal da Escola e devendo ficar a funcionar desde já duas das suas ca-deiras, 
era necessário proceder-se à instalação definitiva da Escola Industrial 
Francisco d’ Hollanda e para isso tinha convocado todos os seus professores 
ali presentes a fim de que na conformidade do disposto no artigo 25 do re-gulamento 
geral das Escolas Industriais e de desenho industrial de 6 de Maio 
de 1884 se constituísse o Conselho escolar elegendo dentre si o diretor e o 
secretário. 
O Snr Professor de desenho António Augusto da Silva Cardoso pedindo a palavra 
propôs que o cargo de diretor fosse desempenhado pelo Snr. Joaquim José de Mei-ra, 
Professor definitivo da cadeira de Aritmética e o de secretário pelo Snr. António 
Emílio de Quadros Flores, professor provisório da cadeira de Química. Posta à vota-ção 
esta proposta e sendo aprovada o Inspetor declarou instalada a Escola Industrial 
“Francisco d’Hollanda” tendo por Diretor o Professor o Snr. Joaquim José de Meira, 
por secretário o Professor o Snr. António Emílio de Quadros Flores e por vogal o 
professor o Snr. António Augusto da Silva Cardoso e levantou a sessão da qual em 
seguida lavrei a presente ata que vai ser assinada por ele Inspetor e por todos os pro-fessores 
da Escola depois de lhes ser lida por mim António Emílio de Quadros Flores 
secretário que a escrevi. 
José Guilherme de Parada e Silva Leitão 
Inspetor 
Joaquim José de Meira 
António Augusto da Silva Cardoso 
António Emílio de Quadro Flores
Dezembro de 2014 21 
O BERÇO DA ESCOLA FRANCISCO DE HOLANDA 
Corria o ano de 1881, 
quando um grupo de 
vimaranenses decidiu que 
já era tempo da cidade 
prestar homenagem ao 
mais ilustre dos seus 
cidadãos, Francisco 
Martins Sarmento, 
o arqueólogo que 
desenterrou a Citânia de 
Briteiros e que, no último 
quartel do século XIX, 
atraíra para Guimarães as 
atenções dos estudiosos 
das raízes da cultura 
europeia. À partida, 
sabia-se que a missão 
não seria fácil, atendendo 
à personalidade 
reservada de Sarmento. 
O arqueólogo jamais 
aceitaria, como não 
aceitou, que lhe fizessem 
uma festa ruidosa ou 
lhe erguessem um 
monumento recordativo. 
Mas acabaria por aceitar 
que o seu nome fosse 
dado a uma associação 
que tivesse como 
finalidades a promoção 
e o desenvolvimento 
da instrução primária, 
secundária ou profissional 
no concelho. Assim 
nasceu a Sociedade 
Martins Sarmento, 
promotora da instrução 
popular no concelho de 
Guimarães. 
Os trabalhos dos dias 
iniciais da Sociedade 
Martins Sarmento 
centraram-se na criação 
de uma biblioteca 
pública e na procura 
de respostas para os 
problemas da instrução 
básica e secundária em 
Guimarães. A principal 
prioridade seria a criação 
de uma escola industrial, 
concretizando o projeto 
enunciado com força de 
lei na reforma do ensino 
industrial de 1864, mas 
nunca concretizado. 
Não tardaria muito 
para que a Sociedade 
Martins Sarmento se 
substituísse ao Estado, 
criando ela própria 
um instituto de ensino 
destinado a industriais 
(operários da indústria), 
que funcionaria na sua 
própria sede (à altura, na 
casa contígua ao palacete 
de Martins Sarmento, 
então pertencente aos 
viscondes de Pindela). As 
aulas iniciaram-se no dia 
9 de janeiro de 1883, com 
os cursos de Desenho 
Profissional, concebido 
e ministrado pelo pintor 
e fotógrafo António 
Augusto da Silva Cardoso, 
e de Francês, que teria 
João Pinto de Queirós 
como professor. 
A Exposição Industrial 
de Guimarães, que 
a Sociedade Martins 
Sarmento viria a 
promover em 1884, 
serviria para acrescentar 
argumentos à defesa da 
urgência da criação de 
uma escola industrial. 
Em março daquele ano, 
o deputado Mariano de 
Carvalho apresentou uma 
proposta para a criação de 
uma escola de desenho 
industrial em Guimarães, 
que seria aprovada. A 
direção da Sociedade 
Martins Sarmento, ao 
agradecer ao deputado 
a iniciativa, não deixou 
de notar que “no estado 
atual das indústrias locais, 
a escola de desenho, só 
de per si, não satisfaz, 
como era para desejar, 
às necessidades delas, 
reconhecidas desde 1864 
no Decreto que nesta 
data já indicava esta 
cidade como sede de uma 
escola industrial”. 
Uma escola de desenho 
não seria suficiente. 
Conjugando os seus 
esforços com outras 
instituições da cidade, não 
abandonaria o projeto 
da criação da escola 
industrial. A repercussão 
nacional da Exposição 
Industrial tornou evidente 
aos responsáveis políticos 
a justeza e a necessidade 
de tal ambição. A 3 de 
dezembro de 1884, o 
rei assinou um decreto 
que criava uma escola 
industrial em Guimarães. 
Dois dias depois, novo 
decreto batizava-a como 
Escola Industrial Francisco 
de Holanda. A aula 
inaugural aconteceria 
no dia 14 de janeiro de 
1885, na mesma sala 
do rés-do-chão da casa 
da Sociedade Martins 
Sarmento e com o mesmo 
diretor e professor do 
curso da SMS, o pintor 
António Cardoso. 
A Escola Francisco de 
Holanda nasceu na 
Sociedade Martins 
Sarmento. 
António Augusto Amaro 
das Neves, Presidente 
da Direção da Sociedade 
Martins Sarmento de 
2004 a 2013 e professor 
de História da ESFH.
22 Dezembro de 2014 
A imprensa é, também, um espaço de memórias 
“O Comércio de Guima-rães”, 
fundado no ano de 
1884, como “Periódico 
liberal, comercial, indus-trial 
e agrícola”, fazendo 
eco dos anseios dos vima-ranenses, 
sempre clamou 
pela criação da Escola In-dustrial 
Francisco de Ho-landa. 
Consultando as pá-ginas 
das suas edições de 
1884, ano da fundação da 
escola, temos exemplos 
de textos de protesto, de 
reivindicação e regozijo 
face à prometida escola. 
Assim, podemos ler no 
nº 14 (22 de julho) de “O 
Comércio de Guimarães” 
a notícia de que estaria 
iminente a publicação em 
“Diário de Governo” do 
decreto da criação da Es-cola 
Industrial de Guima-rães 
(Fig. 1). Na página 2 
do nº 20 (11 de agosto), 
sai a queixa de que o “de-cantado” 
decreto nunca 
mais vem (Fig. 2). 
Posteriormente, O Co-mércio 
de Guimarães 
publica a notícia, com o 
título de “Justiça” (Fig. 3), 
revelando que o governo 
incumbira o “excellen-tissimo 
snr. José Parada 
da Silva Leitão escolher a 
casa onde deve funcionar 
a escola de desenho in-dustrial”. 
Na página 1 do nº 40 (23 
de outubro), O Comér-cio 
de Guimarães vinca a 
sua indignação face à de-mora 
da vinda da Escola 
Industrial de Guimarães. 
Sob o título “Indifferen-tismo 
dos Governos para 
com Guimarães”, publi-ca 
“Guimarães, a patria 
de aguerridos e denoda-dos 
guerreiros, de vultos 
Fig.2 
venerandos, de heroes 
preclaros que, em tem-pos 
saudosos e gloriosos 
do passado, exaltaram e 
exalçaram o nome portu-guez 
nas assignaladas e 
bem feridas pugnas dos 
campos da batalha, nos 
certames das sciencias 
e das artes, no tirocínio 
das industrias. – Guima-rães, 
este padrão de glo-rias 
portuguezas, esta 
joia preciosa da corôa de 
Portugal, está votada ao 
Fig.1 
abandono, ao ostracismo, 
ao indifferentismo. 
Todos os governos fitam 
seus olhares complacen-tes 
e gratos sobre Gui-marães 
quando teem de 
mendigar-lhe uma obse-quidade, 
um sacrifício ou 
um deputado de feição 
governamental para com 
o seu voto applaudir e 
approvar os vexames go-vernativos 
e as imposi-ções 
tributarias; quando 
porém Guimarães precisa 
do mais pequeno melho-ramento, 
quando pede a 
mais insignificante cousa 
que imaginar-se possa, 
esses governos olham 
com desdem, com indiffe-rença, 
e com a mais negra 
ingratidão voltam-lhe as 
costas. (…) 
Prometteram-nos uma 
Escola Industrial; e nada! 
(…)” 
Na página 1 do nº 54 (15 
de dezembro), O Comér-cio 
de Guimarães publica 
o seu regozijo. Finalmente 
o “decantado” decreto da 
criação da Escola Indus-trial 
tinha sido publicado 
no Diário do Governo. 
Com o título de “A ESCO-LA 
INDUSTRIAL” publica o 
seguinte artigo: 
‘«O Commercio de Gui-marães, 
conservando-se 
alheio a qualquer filiação 
partidaria, que não sejam 
das conveniências locaes 
e das grandes medidas de 
interesse commum louva-rá 
em uns e outros o que 
em cada um houver de 
louvavel, em pregando to-dos 
os seus esforços, para 
que uma parcella do po-der 
central vele pela pros-peridade 
da terra que lhe 
é berço, e por tudo que 
directa e indirectamente, 
possa influir no aumento 
d’essa prosperidade. 
Art. prog. do Commercio 
de Guimarães 
Estão satisfeitas as aspira-ções 
de Guimarães. 
A escola industrial que 
tantas vezes nos trouxe 
ao campo da discussão, 
foi enfim decretada pelo 
governo. 
Desde que desfraldamos 
a nossa bandeira jornalís-tica, 
jamais deixamos de 
pugnar pela prosperidade 
da nossa terra, ora pe-dindo 
o primeiro pão do 
espirito profissional para 
os operarios, como muito 
bem disse um nosso colle-ga, 
ora lembrando melho-ramentos 
de reconhecida 
utilidade publica. 
Vilipendiada, engeitada e 
despresada a cidade de 
Guimarães pelos pode-res 
publicos, pertencia a 
nós, filhos queridos d’este 
solo glorioso e historico, 
visto que nos achavamos 
na imprensa, levantar a 
luva, e combater a todo o 
transe o maldito sello da 
roda! 
Na lucta, seriamos algu-mas 
vezes violentos, mas 
a causa santa que advo-gamos, 
o amor de devota-mos 
á nossa terra, absol-ve- 
nos d’esse sacrilegio, 
que comettemos. 
Em observação d’essa par-te 
do nosso programma, 
que encima este artigo, 
não podemos deixar de 
inscrever n’este momento 
os nomes dos cavalheiros, 
a quem devemos a nossa 
escola industrial, Francis-co 
de Hollanda. São elles: 
os exm.ºs srs. Conde de 
Margaride, Francisco Ri-beiro 
Martins da Costa e 
João Ferreira Franco Pinto 
Castello Branco. 
Também não devemos es-quecer 
o nome do exmoº 
sr. Marianno de Carvalho, 
a quem devemos a escola 
de desenho. 
O nosso preito a estes ca-valheiros. 
Em seguida apresenta-mos 
o decreto pelo qual 
foi creada a escola indus-trial 
n’esta cidade.” 
Fig.3
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Encontro edição61 aefh

  • 1. Nº 61 Dezembro de 2014 AE Francisco de Holanda 50 cêntimos 130 Anos da Escola Francisco de Holanda p.16 Encontro de Mãos Dadas p.11 Pobreza: erradica-ção e reflexos p.6 Eleições do Conselho Geral e da Associação de Estudantes p.3 Prémio Selo Europeu p.4 Projeto Internacional Clima@EduMedia p.5 Como é que vamos de leitura... p.25
  • 2. 2 Dezembro de 2014 EDITORIAL Escola Francisco de Holanda – 130 anos a educar em cidadania A Escola Secundária Fran-cisco de Holanda e, com ela, as demais escola do Agrupamento celebram 130 anos a educar em ci-dadania. As escolas JI/EB1 de San-ta Luzia, EB1 da Pegada e EB2/3 Egas Moniz devem ser, também, chamadas para a celebração, pois nos seus anos de exis-tência educaram, tam-bém, para o exercício da cidadania. Além do mais, não podemos ignorar que, na segunda metade do século dezanove, os vimaranenses, quando reclamavam pela criação da escola industrial, rei-vindicavam pela instrução pública em geral. Por ou-tro lado, não podemos es-quecer que o correspon-dente ao 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico que, hoje, temos na Escola Egas Mo-niz, chegou a ser dado na Escola Comercial e Indus-trial de Guimarães. Note-se que na Escola Industrial e Comercial de Guimarães - a trigési-ma terceira concluída do 1.º Plano de Fomento do governo de António Oli-veira Salazar- permane-cendo nas antigas instala-ções da Quinta Proposto, adaptadas e ampliadas em 1959, passaram a ser ministrados os cursos do Ciclo Preparatório, de Te-celão- Mecânico, de Fian-deiro, de Comércio, de Serralheiro, de Costura e Bordados para uma po-pulação escolar de 1.000 alunos. Só mais tarde, com o alargamento da escolaridade obrigatória para seis anos e a expansão do 2º ciclo do ensino básico (Reforma Veiga Simão) é que se sentiu a urgência de construir novas escolas, estritamente vocacionadas para o Ensino Preparatório. Por isso, faz todo o sentido que todas as escolas do Agrupamento Francisco de Holanda se associem à festa da celebração dos 130 anos a educar em ci-dadania. Devem ser todas convoca-das para uma apurada re-flexão sobre o educar em (para) a cidadania, pois se a educação começa no berço, a educação para os valores (respeito pelo ou-tro, pela diferença, a res-ponsabilidade, o espírito de iniciativa, a partilha, a solidariedade,…), em contexto escolar, começa no jardim de infância. Por outras palavras, a escola deve preocupar-se cada vez mais em ensinar e de-senvolver competências sociais - como, por exem-plo, ser responsável, com-preendendo e atuando de acordo com obrigações éticas e legais; preocupar- -se com os outros; mos-trar empatia; respeitar os outros, tratando-os com simpatia e compaixão; es-tabelecer relações saluta-res com os indivíduos e o grupo; procurar soluções para os conflitos que sa-tisfaçam os interesses de todos os envolvidos; igno-rar, e não produzir, pro-vocações; pedir e aceitar ajuda - de forma a tornar os seus alunos mais ca-pazes na autorregulação emocional e social. Assim, estará a formar cidadãos capazes de se integrarem na socieda-de, de fazerem um bom trabalho nas empresas e constituir famílias sadias, sem violência doméstica, sem crimes. Assim, abre caminhos para a construção de uma sociedade mais culta e mais sábia. Parabéns Es-cola. Viva a Escola. Os Coordenadores do Encontro Ficha Técnica: Coordenadores: António Oliveira, Agostinho Ferreira, Helena Ferreira Paula Marinho Redação: Agostinho Ferreira, António Oliveira, Helena Ferreira, Paula Marinho, Ana Lage (11LH3) Ana Silva (12LH1) Anabela Mendes (12LH4) André Marques (10AV2) Ângela Moura (11LH3) Carina Baptista (11CT2) Cláudia Coelho (11CT2) Inês Fernandes (11CT2) João Xavier (12 LH3) João Pinto (11CT2) Margarida Machado (11CT7) Maria Inês Faria (11CT2) Sofia Macedo (10 CT2) Petra Carneiro (12CT6) Teresa Silva (11CSE1) Verónica Gomes (12 CSE1) Revisão Ortográfica: Professores António Oliveira e Agostinho Ferreira Maquetagem – Professora Helena Fer-reira Cartoons: Professores Viana Paredes e José Falcão Fotografia: Sr. Cunha Propriedade: AE Fran-cisco de Holanda Impressão: Gráfica Diário do Minho Tiragem : 500 exem-plares Depósito Legal: 49073/91
  • 3. Dezembro de 2014 3 No dia 5 de novembro decorreram as eleições dos representantes do pessoal docente e do pes-soal não docente para o Conselho Geral do Agru-pamento de Escolas Fran-cisco de Holanda. Houve, apenas uma lista candi-data para os representan-tes do pessoal docente, liderada pelo professor Rui Vítor Costa, que, num universo de 144 votantes, obteve 128 votos a favor, fazendo eleger os profes-sores Rui Vítor Poeiras Lobo da Costa, António Oliveira Alves de Sousa, António Augusto Almeida Amaro das Neves, Maria da Conceição Mendes Pa-checo Lima, Isabel Maria Silva Almeida Carvalho, Ricardo Manuel Farias Garrido, Filomena de Je-sus Sales Silva e José Abí-lio Vieira Alves Ferreira. De igual modo, para os re-presentantes do pessoal não docente, apenas, se apresentou uma lista a sufrágio, liderada pela assistente técnica Anabe-la Martins dos serviços administrativos da Escola sede, que obteve 44 vo-tos a favor, num total de 54 votantes. Na qualida-de de representantes do Pessoal não Docente fo-ram eleitos Josefina Ana-bela Nogueira Martins e Graciete de Jesus Fernan-des Carvalho. Os representantes dos alunos dos alunos são Diogo Gonçalves e Rute Ferreira. Os represen-tantes dos pais/encarre-gados de educação indi-cados pelas respetivas associações e eleitos em assembleia de pais/en-carregados de educação são Francisco José Alves Ferreira e José Teixeira Ribeiro (Escola Secundá-ria Francisco de Holanda), Daniela Arminda Pereira Carneiro (EB2/3 de Egas Moniz) e Alfredo Meireles Pereira (EB1/JI de Santa Luzia e Escola EB1 da Pe-gada). Os representantes da au-tarquia, indicados pela Câmara Municipal de Gui-marães, são Adelina Paula (vereadora do pelouro da Educação) e Helena Pinto. No dia 24 de novembro, foi feita a primeira reu-nião, onde os eleitos e os indicados pelos órgãos competentes tomaram posse e deliberaram, por unanimidade, cooptar as seguintes instituições, representantes dos inte-resses económicos e cul-turais da cidade: Socie-dade Martins Sarmento, Associação Comercial e Industrial de Guimarães e Universidade do Minho. Este Conselho Geral exer-cerá funções durante os próximos quatro anos. No exercício das suas compe-tências terá a responsabi-lidade de aprovar os pla-nos e relatórios de gestão e administração escolar, assim como os documen-tos mais importantes de regulação da vida escolar. Anabela (12LH4) Ana Lage (11LH3) Nos dias 6, 7 e 8 de outu-bro realizou-se na nossa escola a campanha para as eleições dos corpos gerentes da Associação de Estudantes para o ano letivo de 2014-2015. As eleições foram dispu-tadas entre as listas M e W, tendo como presiden-tes Diogo Gonçalves e Henrique Pinto de Mes-quita, respetivamente. Durante os três dias de campanha, as listas opo-sitoras proporcionaram momentos de diversão e confraternização aos alu-nos, incutindo um espírito de entreajuda e fair play entre os mesmos. Após o dia da reflexão foram rea-lizadas as eleições. Num total de 1651 eleitores, votaram 748 alunos, ten-do vencido a lista M com 402 votos. Assim, a Direção da As-sociação de Estudantes ficou ao cargo da lista M, sendo Diogo Gonçalves o presidente e Rute Ferreira a vice-presidente. Diogo Gonçalves é o novo Presidente da Direção da Associação de Estudan-tes. Com ele, marcamos Encontro, de que resul-tou um testemunho e quiçá uma perspetiva. Encontro: Diogo, o que é que te levou a te candi-datares à Associação de Estudantes? Diogo: O que me levou a candidatar foi uma neces-sidade de melhorar aquilo que a Associação de Estu-dantes desenvolvia na es-cola e melhorar todas as atividades por ela propos-tas, a todos os níveis. Encontro: Qual é a tua opinião sobre a Vice Pre-sidente e a restante equi-pa da AE? Diogo: A nossa equipa é maravilhosa, todas as pessoas estão bastante empenhadas em todas as atividades. A “minha” vice é qualquer coisa de outro mundo, é das pes-soas que mais trabalha e sem ela nada era possível. Encontro: Que projetos e objetivos tem a nova di-reção da Associação de Estudantes? Diogo: Nós temos vários projetos e temos isso num Plano de Ativida-des. Já desenvolvemos algumas atividades, mas ainda vamos desenvolver muitas mais. Encontro: Como é que ca-racterizas o ambiente da campanha? Diogo: Foi incrível, nunca houve nada assim, nun-ca houve tanta amizade entre as listas. Nenhuma campanha foi tão amigá-vel e com tanto fair-play como esta. Com os alu-nos da minha lista foi um ambiente espetacular, e não há nada como estar presente numa lista para saber o que é que se pas-sa lá e penso que também na outra lista foi o mes-mo. Encontro: O que é que pensas acerca do sistema educativo? E o que é que mudarias? Diogo: O facto do sistema educativo ser obrigatório é o maior ponto fraco. As pessoas deviam ser ensi-nadas a ser ensinadas e não a serem obrigadas a estudar. Encontro: Estavas à espe-ra deste resultado? Diogo: Sim, eu estava muito confiante. Encontro: Achas que os estudantes se fazem ou-vir tanto na escola como a nível nacional? Diogo: A nível regional, acho que aqui em Gui-marães temos uma voz um pouco fraca, quando nos comparamos a outros distritos. Mas penso que também é trabalho da direção da AE mudar ou tentar mudar isso. Encontro: Comparativa-mente com os anos ante-riores, achas que a nova direção da Associação de Estudantes já se está a fa-zer ouvir? Diogo: Penso que sim. É essa a nossa ideia, nós queremo-nos fazer ouvir e propor atividades para os alunos para melhorar em todos os sentidos a qualidade de estudo de-les. Perguntas sobre as pre-ferências do novo presi-dente. DJ preferido: Alesso Filme preferido: Qual-quer um a saga do Super- -Homem. Frase que o inspira: “Se as portas da perceção estivessem limpas, tudo pareceria ao homem tal como é: infinito.» Super herói que seria: Batman Personagem televisiva com quem trocaria de vida: Barney Stinson Google images Rute Ferreira e Diogo Gonçalves Lista M Lista W ELEIÇÕES DO CONSELHO GERAL ELEIÇÕES DA ASSOCIAÇÃO DE ESTUDANTES
  • 4. 4 Dezembro de 2014 PROJETO DO AEFH VENCE SELO EUROPEU PARA AS LÍNGUAS O Projeto “Comenius” com a colaboração do jornal Encontro venceu o prémio Selo Europeu para as Línguas 2014. Para saber todos os de-talhes sobre o concurso o Encontro contactou a professora Coordena-dora Cristina Pereira. Encontro: O que é o Selo Europeu para as Iniciati-vas Inovadoras na Área do Ensino/Aprendizagem das Línguas? Professora Cristina Pe-reira: “Encorajar mais pessoas a aprender mais línguas tem uma impor-tância óbvia para a União Europeia, não apenas por razões de ordem co-mercial e industrial do mercado único, mas tam-bém para que se promo-va uma compreensão mútua e se ajude a criar uma cidadania europeia. É, pois, importante dar visibilidade a projetos inovadores e bem-sucedidos no campo do ensino/aprendizagem das línguas, e encorajar uma adoção mais alargada dessas abordagens. Esta é a meta da Comissão Europeia ao propor a criação de um Selo Europeu. Pretende-se que este selo de qualidade funcione como um reco-nhecimento do progresso conseguido por qualquer iniciativa europeia na área da aprendizagem das línguas, por modesta que seja, tendo-se em conta as circunstâncias de parti-da.” (Preâmbulo do Regu-lamento do Concurso) Encontro: Como proce-deu à candidatura a este projeto? Professora Cristina Pe-reira: O selo é atribuído anualmente a um núme-ro limitado de projetos em cada país participan-te, selecionados por jú-ris nacionais. Qualquer iniciativa, no contexto do ensino/aprendizagem de línguas da União Eu-ropeia, ao longo da vida, é elegível. No âmbito do projecto «Selo Europeu para as Iniciativas Ino-vadoras na Área do En-sino/ Aprendizagem das Línguas», puderam ser apresentadas candidatu-ras para o ano de 2014, através do preenchimen-to de formulário próprio, disponível na Internet em http://www.proalv.pt/ erasmusmais. Encontro: Quais as princi-pais caraterísticas do pro-jeto escolar “Comenius- -“21st Century Hazards”? Professora Cristina Pe-reira: Este projeto mul-tilateral, “The 21st Cen-tury Hazards”, assentou, fundamentalmente, na pesquisa, no estudo e na construção de suportes didáticos e metodológicos que visavam enriquecer a consciência crítica sobre as ameaças naturais do século XXI. Envolveram- -se alunos, jovens (10- 19 anos) e professores (Geo-grafia, Biologia, Química, Psicologia, Português, Inglês e Educação Física), correspondendo a um rácio de participação de alunos nas mobilidades (14) em relação ao núme-ro de professores envol-vidos (10) num trabalho de colaboração transdis-ciplinar, confluindo para o desenvolvimento de dife-rentes atividades, produ-tos e resultados. O curso “21st Century Hazards”, em formato de papel e digital, corresponde ao produto final do projeto, havendo outros: um guia com atividades práticas sobre o estudo dos im-pactos das ameaças, um guia de primeiros socor-ros em formato impresso e digital, uma webpage do projeto (www.cast-co-menius. ro), a qual remete para os estudos, as análi-ses, o curso e os conteú-dos. A construção destes produtos e todo o traba-lho subjacente revelou-se profícua ao nível da pro-ficiência linguística, real-çando- se, acima de tudo, a manutenção da con-fiança dos alunos ao per-mitir tarefas de oralidade em grupo. Neste projeto, foram consideradas as prioridades europeias re-lacionadas com: a contex-tualização da realidade da União Europeia; a promo-ção da aprendizagem e da diversidade linguística; a partilha, o conhecimento e a combinação de dife-rentes culturas; o desen-volvimento da cidadania europeia. O valor acrescentado ob-tido pela escola com a sua participação nesta parceria permitiu a pro-fessores e a alunos ope-racionalizarem um con-junto de dimensões que enriqueceram as suas competências. A mais de-senvolvida e trabalhada foi a oralidade, envolven-do os alunos ativamente numa comunicação com sentido e em diferentes contextos demonstrando assim, progressivamente, as competências comuni-cativas desenvolvidas. As apresentações específicas dos vários temas levaram muitos alunos a trabalhar a sua eficiência comunica-cional, a valorizar a orali-dade e a estarem muito mais recetivos e partici-pativos, reconhecendo a mais-valia das línguas estrangeiras no terreno. Os alunos adquiriram du-rante este processo uma base sólida para o con-texto da produção oral de língua estrangeira, o que exemplifica esta iniciativa global de dar resposta às necessidades dos alunos. As metodologias e abor-dagens pedagógicas forja-ram- se por via de uma co-laboração orientada para a construção de um saber transdisciplinar e partilha-do (os alunos descobrem e aprendem por si), de uma pedagogia compar-tilhada, inspirá-los com afecto para o ambiente, encorajando os alunos no estudo das línguas estrangeiras, encarando- -as como indispensáveis meios do desenvolvimen-to sociocultural. O domínio pedagógico transcurricular contri-buiu para uma atuação educativa que deu voz à criatividade, ajudando a desenvolver o próprio empreendedorismo dos alunos, tendo estes, a nível interno, criado um DVD sobre a semana de trabalho em Portugal, fil-mando e apresentando a sua cidade e a sua escola. Os alunos recorreram a um género musical para expressar as preocupa-ções das ameaças natu-rais do século 21, o Rap ”21st Century Hazards”, validando, mais uma vez, as suas competências co-municativas nas línguas estrangeiras. O DVD tes-temunha, também, o al-cance de todo o trabalho realizado ao nível da pro-sódia na língua estrangei-ra, nomeadamente visível nas apresentações orais formais. Encontro: Ficou sur-preendida com a atribui-ção do prémio? Professora Cristina Perei-ra: Tinha consciência de que tínhamos um proje-to muito forte, acima de tudo pelo facto de haver, a nível interno, uma for-tíssima colaboração entre o projeto “21st Century Hazards” e o jornal esco-lar Encontro, principal-mente no que diz respei-to à edição especial, que participou no concurso de jornais escolares em 2012/2013, “A Europa no Futuro”, promovido pelo Projeto Público na Escola e pela Rede de Bibliote-cas Escolares, em Parceria com o Gabinete de Infor-mação do Parlamento Eu-ropeu em Portugal. Encontro: Onde e como será a entrega do pré-mio? Professora Cristina Pe-reira: O prémio será en-tregue em Lisboa, sendo a cerimónia integrada na conferência internacional “Multiculturalismo, com-petitividade e mercados de trabalho”, nos dias 4 e 5 de dezembro. Encontro: Qual a impor-tância do jornal “Encon-tro” na divulgação do projeto? Professora Cristina Pe-reira: A sua importância revestiu-se de um caráter inestimável. Constituiu a ponte de contacto com a comunidade educativa, não só a nível local como nacional, indo, inclusive, além fronteiras. É muito importante dar a conhe-cer à comunidade educa-tiva o que está a ser feito, pois o que faz sentido, o que cria riqueza é um in-vestimento em termos de perpetuação de um tra-
  • 5. Dezembro de 2014 5 Jornal Encontro... ...em Projeto Internacional Clima@EduMedia ...uma História de Prémios Clima@EduMedia ensi-na alterações climáticas às escolas portugue-sas através dos média O Encontro aceitou o convite para colaborar com a Faculadade de Letras da Universidade do Porto na candidatu-ra a um projeto interna-cional. Clima@EduMe-dia. Essa candidadtura foi aprovada ficando em primeiro lugar na seriação . O projeto “Clima@Edu- Media”, desenvolvido ao abrigo do Programa “AdaPT” pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), pretende educar os estudantes de 30 escolas do país para o tema das mudanças do clima, através do uso dos média. José Azevedo, docente da FLUP, investigador do CE-TAC. MEDIA e coordena-dor do projeto, refere que “a generalização do aces-so às tecnologias digitais abriu um vasto leque de possibilidades de inova-ção no que toca a relação dos média com a aprendi-zagem.” O desafio do “Clima@ EduMedia” “não é ape-nas produzir conteúdos mediáticos estimulantes sobre as alterações climá-ticas, mas também pos-sibilitar estratégias onde os alunos possam apren-der através do próprio processo de produção. A investigação mostra que proporcionar aos estu-dantes um espaço onde possam adicionar a sua voz à discussão pública sobre as alterações cli-máticas tem um impacto positivo no envolvimento dos mesmos com o co-nhecimento científico so-bre o tema, e ajuda a criar uma consciência crítica sobre essas alterações fora do contexto de sala de aula”, refere. O projeto “Clima@Edu- Media” é multidiscipli-nar, nele colaborando as Faculdades de Letras e de Ciências da U.Porto, bem como a sua Unidade de Novas Tecnologias na Educação. De ressaltar a participação de 30 esco-las portuguesas de todo o país e ainda uma parceria com a Universidade da Is-lândia. O Programa “AdaPT” foi criado com o objetivo de apoiar financeiramen-te a atuação em matéria de “Adaptação às Altera-ções Climáticas” em Por-tugal, e o seu desenvol-vimento foi guiado pelos termos estabelecidos no “Memorando de Enten-dimento” assinado entre Portugal, Noruega, Islân-dia e Liechtenstein, no âmbito do Mecanismo Financeiro do Espaço Eco-nómico Europeu (MFEEE/ EEA-Grants). Na “história” dos 130 anos da Escola Secun-dária Francisco de Ho-landa, está inserido o percurso do jornal Encontro, destacando- -se a atribuição dos se-guintes prémios: 2001/2002 – 1º lugar, no escalão das Escolas Se-cundárias, no Concurso Nacional de Jornais Esco-lares (Público na Escola); 2002/2003 – 2º lugar (ex- -aequo) no escalão das Escolas Secundárias, no Concurso Nacional de Jor-nais Escolares (Público na Escola); 2003/2004 – , recebeu o prémio de melhor Jornal de entre todos os premia-dos, no Concurso Nacio-nal de Jornais Escolares (Público na Escola); 2006-2007 - Menção Honrosa no Concurso Nacional de Jornais Esco-lares (Público na Escola) e o 2º lugar no Concurso Regional de Jornais Es-colares, promovido pelo Gabinete de Imprensa de Guimarães. 2008-2009 - 3º lugar, ex-aequo, (2º escalão: prémio para jornais de escolas secundárias e pro-fissionais) no Concurso Nacional de Jornais Esco-lares (Público na Escola). 2010 – 2011 – Prémio de melhor Grafismo e Car-toon no Concurso Nacio-nal de Jornais Escolares (Público na Escola); 2012-2013 – 1º lugar no Concurso Nacional de Jor-nais Escolares em suporte digital (Público na Escola) O jornal Encontro, no primeiro ano em que concorreu ao Concurso Nacional de Jornais Es-colares, promovido pelo projeto Público na Escola, no ano de 2002, ganhou o 1º prémio, no escalão das Escolas Secundárias. O prémio foi de 3.700 €. No ano de 2003, o Encon-tro recebeu o 2º prémio (ex-aequo), com o valor de 1.250€. No ano de 2004, recebeu o prémio de melhor Jor-nal de entre todos os pre-miados no ano anterior. O valor do prémio foi de 1.250€. No ano de 2013 o prémio foi a participação numa sessão Euroscola no Par-lamento Europeu em Es-trasburgo. balho iniciado por alunos, por professores e que esse mesmo trabalho seja herdado e moldado aos novos tempos pelas gera-ções seguintes. Encontro: Conside-ra que estas inicia-tivas fomentam a motivação na apren-dizagem das línguas? Professora Cristina Perei-ra: Evidentemente. Equa-cionar uma educação/ formação sem adquirir-mos uma determinada proficiência em algumas línguas é aceitarmos gratuitamente uma des-vantagem em termos de competitividade. Os alu-nos necessitam de traba-lhar a sua eficiência co-municacional, de valorizar a oralidade e de estarem muito mais recetivos e participativos, reconhe-cendo a mais-valia das línguas estrangeiras no terreno. Estas iniciativas criam esse quadro real, contextos reais de neces-sidade e imposição comu-nicacional. Encontro: Qual a sua opi-nião sobre a participação em projetos europeus? Professora Cristina Perei-ra: É um enriquecimento incalculável. Durante o projeto testemunhei mudanças nos próprios alunos. Cresceram como pessoas e como alunos. Muitos aprenderam a valorizar as competências que tinham, mas que nunca evidenciaram, principalmente em termos comunicacionais. Outros descobriram capacidades que desconheciam. Mas o mais enriquecedor foi assistir e fazer parte de toda uma comunicação e vivência interculturais que nos torna necessariamente mais ouvintes, mais fle-xíveis, mais tolerantes ,mais “nós” do que “eu”, pois, afinal, acabamos por descobrir que temos to-dos as mesmas preocupa-ções, os mesmos sonhos, as mesmas aspirações. Participar em projetos eu-ropeus é indubitavelmen-te uma mais- valia para a construção, em primeiro lugar, do “eu” e, em se-gundo, de uma “identida-de” europeia. Encontro: Como avalia o envolvimento dos alu-nos, professores e Agru-pamento no projeto pre-miado? Professora Cristina Pe-reira: Foi um privilégio fazer parte desta equipa (professores e alunos). A equipa foi sempre alvo de elogios rasgados, pelo seu empenho, pelo seu pro-fissionalismo, pela sua ri-queza comunicativa e pela sua proficiência linguísti-ca. Os alunos do projeto souberam sempre repre-sentar a sua escola, a sua cidade e o seu país. Ques-tionavam- nos acerca dos métodos utilizados para se ter uma relação de tra-balho tão positiva entre professores e alunos…e a resposta assentava e as-senta, necessariamente, no projeto educativo do Agrupamento. Quando se respeita e se confia quer na classe discente, quer na classe docente, quan-do se verifica uma forte colaboração entre vários projetos (projeto, jornal da escola), validada pelos preciosos contributos da comunidade educativa, então, estão reunidos to-dos os ingredientes para o que todos procuramos: crescer individual e cole-tivamente e fazer render a longo prazo esse cres-cimento, deixando uma incomensurável herança.
  • 6. 6 Dezembro de 2014 DIA INTERNACIONAL PARA A ERRADICAÇÃO DA POBREZA João Xavier,12LH3 Os alunos da Escola Se-cundária Francisco de Holanda, por iniciativa da Equipa da Biblioteca, par-ticiparam, mais uma vez, nas atividades que assina-laram o Dia Internacional para a Erradicação da Po-breza, que se comemora a 17 de outubro. Este ano, entre as 11.30 e 12.30 ho-ras, deram as mãos aos seus colegas, estudantes da Escola Secundária Mar-tins Sarmento e da Escola Profissional Profitecla (polo de Guimarães), para formar um cordão huma-no na zona envolvente do Estádio D. Afonso Henri-ques, com a solicitação do cumprimento de um minuto de silêncio. A ini-ciativa, promovida pela EAPN – Rede Europeia Anti-Pobreza que, desde 2010, tem vindo a mobili-zar a sociedade para com-bater a pobreza e exclu-são social, teve, também, a adesão do Município de Guimarães. Com o objeti-vo de suscitar a reflexão, procedeu-se à leitura do “Manifesto contra a Po-breza”. É necessário erra-dicar a pobreza, mas, se-gundo a União Europeia, “Portugal é o país onde há mais desigualdade entre ricos e pobres.” No mes-mo sentido, as estatísticas indicam que um em cada cinco portugueses vive no limiar da pobreza. Com o intuito de saber-mos mais sobre o sentido do Dia Internacional para a Erradicação da Pobre-za, o jornal “Encontro” entrevistou a professora Manuela Paredes, coor-denadora da Biblioteca da Escola Francisco de Ho-landa. Encontro - De onde sur-giu a ideia para esta ati-vidade da erradicação da pobreza? Professora Manuela Pa-redes - Em 2009 a Oikos, representante da “Glo-bal Call To Action Against Poverty (GCAP)”, lançou o desafio às escolas para se juntarem ao movimen-to "The World We Want", através da campanha denominada “Pobreza Zero”. Assim iniciou esta manifestação pelo “Mun-do que Queremos”. A nos-sa atividade denominou- -se: “Levanta-te contra a Pobreza-2009” e, como já referi, integrou-se numa proposta nacional (ela mesma fazendo parte da proposta dos grandes lí-deres mundiais), com o objetivo de pressionar esses líderes para cumprir a promessa feita de erra-dicar a pobreza (Objetivos para o Desenvolvimento do Milénio). A atividade teve lugar no Pavilhão Francisco de Ho-landa, no dia 16 de Ou-tubro de 2009. A adesão da escola refletiu-se na presença de 920 pessoas, contribuindo para alertar quer os presentes, pois muitos deles desconhe-ciam a iniciativa e a sua importância, quer os ou-tros países, aos quais o nosso se juntou.Nos anos seguintes, continuamos a unirmo-nos a esta causa, pois somos cidadãos do mundo e, às vezes, é pre-ciso lembrar os “adorme-cidos” que é preciso agir, tomar posição e mostrar que não esquecemos as promessas feitas pelos grandes líderes mundiais. A escola tem esse dever: formar cidadãos e esta é uma das formas de o fa- zermos. Encontro- Qual o princi-pal objetivo da iniciativa? Professora Manuela - O objetivo principal é mos-trarmos que os jovens não estão insensíveis ao que se passa no mundo. Por outro lado, apesar de se tratar de uma iniciati-va simbólica, a verdade é que, quando milhões de pessoas, em todo o mundo, se juntam, de-monstram o poder de or-ganizações da sociedade civil, em torno de um ob-jetivo comum. Este gesto mostra a força da união, na luta contra a pobreza e a desigualdade. E nós queremos que os nossos jovens façam parte desta sociedade ativa e inter-ventiva. Encontro - Acha que os alunos da nossa escola fi-caram sensibilizados? Professora Manue-la - Quando aderimos à iniciativa em 2009, os jovens mostraram-se sen-sibilizados. O facto de nos encontrarmos em 2014 e continuarmos com a iniciativa prova que se verifica uma mudança de atitude dos nossos jo-vens. Como referiu a Drª Adelina Paula, presente, este ano, no evento, esta iniciativa não é um conví-vio ou uma forma de não ter aula. É uma iniciativa séria, por uma causa que nos diz respeito a todos. A atitude dos jovens, ao longo dos anos, tem reve-lado esse respeito, depois cabe aos professores, aos pais, refletir sobre o que foi dito. Se nos deixar-mos pelo momento e não refletirmos sobre o que ouvimos, então de pouco terá valido. No entanto, eu acredito que essa re-flexão se faz e que se dá lugar ao debate. Encontro - Existiu alguma dificuldade na realização desta atividade? Professora Manuela - Um evento deste género nunca é muito fácil, mas este ano, nós fomos con-vidados a participar na iniciativa organizada pela Escola Profissional Profi-tecla – polo de Guimarães (como fizéramos anos an-tes). A responsável pela organização do evento foi a professora Sara Garcia, com quem trabalhei co-laborativamente. Coube- -me convidar os profes-sores, que são sensíveis a estas causas, acompa-nhando os seus alunos para que todos pudessem estar presentes e unidos por esta causa humani-tária. Reitero que todos foram recetivos e, como sempre, contamos com o apoio da Diretora da nos-sa escola, Drª Rosalina Pi-nheiro. Encontro - Acha que atualmente se estão a perder ou a aumentar os princípios de solidarieda-de neste tipo de causas? Professora Manuela - Penso que numa socieda-de em que cada um vive para si mesmo, esque-cendo os valores que a norteiam, é reconfortante ver que os jovens, quan-do chamados a agir neste tipo de causas, se revelam solidários e sensíveis. São estas atitudes que me fa-zem acreditar que a mi-nha profissão vale a pena e que se cada um fizer um pequeno gesto para aju-dar o outro, se conseguirá continuar a acreditar no ser humano. Guimarães Digital Guimarães Digital Guimarães Digital Guimarães Digital
  • 7. Dezembro de 2014 7 Reflexos da pobreza no Agrupamento Escolas Francisco de Holanda Verónica Gomes, 12CSE1 “23 de outubro de 2014 Esta quinta-feira é dia de greve dos alunos do ensi-no secundário. Em Guimarães dezenas de alunos da Escola Se-cundária Francisco de Ho-landa aderiram à greve. Os alunos justificam o dia de luta com a necessidade de defender a escola pú-blica de qualidade. Uma situação que entendem que se agravará com o anunciado corte de 700 milhões de euros no or-çamento do Ministério da Educação do próximo ano. Refira-se que em Guima-rães, apenas alunos da Secundária Francisco de Holanda aderiam à gre-ve.” in Guimarães Digital Num país em crise, os cortes afetam quase tudo e todos, incluindo o setor da educação. O corte de 700M€ previsto no próxi-mo orçamento de Estado foi motivo de greve, pro-testo e indignação por parte dos nossos alunos. Mas esta é apenas uma gota no oceano da aus-teridade que tem vindo a ser aplicada em Portu-gal. Diariamente, somos bombardeados com no-tícias alusivas ao estado de crise em que o país se encontra, estatísticas que o comprovam, e como re-visão de prova, vemos na realidade do dia-a-dia o reflexo da recessão. A palavra “pobreza” tem vindo a tornar-se mais familiar. Neste artigo, iremos abordá-la numa perspetiva mais particu-lar, circunscrita aos jovens no meio escolar. Não é algo fácil de detetar no meio de salas com 30 alu-nos – na maioria com ida-des compreendidas entre os 15 e os 18 anos – em que a imagem é uma par-te muito importante a ter em conta. As roupas e o calçado de marca enco-brem, muitas vezes a rea-lidade difícil que é vivida em casa. O número de famílias em que os dois membros do casal estão desemprega-dos continua a aumen-tar. Não é nada fácil para os pais nestas condições sustentar a lista infindável de despesas, que abarca os muitos gastos com os filhos. Só ao nível da es-cola há que ter em conta o material escolar, despe-sas de transporte, expli-cações, refeições, etc. São gastos que têm um peso considerável no orçamen-to familiar. A pobreza atinge um em cada três jovens portu-gueses. Segundo Esta-tísticas do Eurostat, “o risco de pobreza entre os jovens portugueses dis-parou de 22% para 30% numa década”. Já os da-dos do INE indicam tam-bém que o risco de pobre-za entre os menores de 18 anos está a aumentar, atingindo agora os 24,4% – mais 2,6 pontos percen-tuais que em 2011. O Agrupamento de Esco-las Francisco de Holanda tem cerca de 1700 alunos (pré-escolar, 1º ciclo, 2º ciclo, 3º ciclo e secundá-rio). Destes 1700 alunos, mais de metade (54%) têm direito a escalão (A ou B). Dos 1298 alunos que frequentam a ESFH, 585 beneficiam da ASE (Ação Social Escolar). É um nú-mero preocupante, tendo a conta a evolução do nú-mero de alunos com esca-lão, a qual é apresentada na tabela. E será que a escola deve ter um papel nesta situa-ção? Será que deve assu-mir alguma responsabi-lidade? Claro que sim. O Governo concede apoios às escolas públicas, dire-cionados especificamente para os alunos com mais dificuldades financeiras. Além disso, os próprios estabelecimentos de en-sino podem e devem de-senvolver mecanismos internos que complemen-tem a ajuda do Estado. Para sabermos mais sobre estes recursos disponíveis e a forma como atuam, o jornal “Encontro” en-trevistou a Dr.ª Rosalina, Diretora do Agrupamento de Escolas Francisco de Holanda. JE – Acha que o número de alunos carenciados tem vindo a aumentar na ESFH? Dr.ª Rosalina – Claro que sim, é evidente e bastante notório. Quando comecei a trabalhar na direção (há 14 anos), a escola tinha 100 alunos com escalão, dos 2200 alunos no total. Atualmente, existem me-nos alunos na totalidade, mas o número de alunos carenciados aumentou significativamente, com-parativamente ao de há 14 anos. JE – Quais são os meios ao dispor da escola para ajudar os alunos mais ca-renciados? Dr.ª Rosalina – No geral, a escola segue o sistema da Ação Social Escolar (ASE). Neste sistema, atribui-se aos alunos mais carencia-dos um escalão A ou B, que correspondem ao es-calão 1 e 2 da Segurança Social, respetivamente. JE – Esses mesmos apoios têm sofrido alterações (porventura devido à cri-se no país)? Dr.ª Rosalina - Sim, o Go-verno tem vindo a restrin-gir as normas de acesso à ASE. Tais restrições são relativas ao IRS – os ren-dimentos dos pais têm de ser muito baixos para que o aluno possa beneficiar da ASE. No entanto, verifi-ca- se que, mesmo nestas condições, são cada vez mais os alunos que neces-sitam deste tipo de apoio. JE – A escola dispõe de medidas próprias (que não sejam uma diretiva do Governo) para ajudar estes alunos? Dr.ª Rosalina – A diretora deve obediência às linhas orientadoras do Conselho Geral, na prática da ação social. Mas podem-se definir algumas medidas concretas dentro da pró-pria escola. Por exemplo, em situações em que o rendimento da família de um aluno diminui brus-camente, durante um período de tempo (ima-ginemos que o pai de um aluno não recebe o seu salário, durante alguns meses), o Encarregado de Educação pode fazer um requerimento à esco-la, acedendo a um docu-mento que se encontra na página online. Além disso, o dinheiro que advém do lucro do buffet e da pape-laria é usado no apoio aos alunos mais carenciados, nomeadamente no finan-ciamento de visitas de es-tudo. JE – Como se poderia tor-nar o sistema de apoio a estes alunos mais eficaz? Dr.ª Rosalina – O Governo não fiscaliza consciências. Eu considero, ao contrá-rio do que muita gente diz, que os Governos dos últimos anos, apesar das dificuldades, têm vindo a promover os apoios à ASE. No entanto, como estes subsídios são atri-buídos com base no IRS, há alunos que estão a receber estes apoios in-devidamente, enquanto outros que realmente ne-cessitam não beneficiam deles.
  • 8. 8 Dezembro de 2014 Verónica Gomes, 12CSE1 Para se ter uma ideia do que acontece na EB 2,3 Egas Moniz, Encontro teve a oportunidade de contar com o contributo da professora Dominique Silva, Coordenadora de Estabelecimento da Esco-la EB 2,3 Egas Moniz. JE- Acha que o número de alunos carenciados tem vindo a aumentar na Escola Egas Moniz? Professora Dominique - Essencialmente, o que se nota é que, nos últi-mos anos, aumentaram as situações em que há desempregados no agre-gado familiar (pai ou mãe e em alguns casos até os dois). JE - Quais são os meios de que a escola dispõe para Reflexos da pobreza no Agrupamento de Escolas Francisco de Holanda ajudar os alunos mais ca-renciados? Professora Dominique - Para além da atribuição do apoio “Escalão A”/ “Es-calão B”, é também pos-sível atribuir um reforço alimentar que consiste no acesso a lanche a meio da manhã e a meio da tarde. JE- Esses mesmos apoios têm sofrido alguma alte-ração (porventura devido à crise no país)? Professora Dominique - Por exemplo, nos últimos anos procurou-se promo-ver a reutilização dos ma-nuais escolares, tendo-se inclusivamente instau-rado a obrigatoriedade de devolução dos livros, em final de ciclo, nos ca-sos em que estes foram fornecidos aos alunos no Escola Egas Moniz âmbito da Ação Social Es-colar. JE - A escola dispõe de medidas próprias (que não sejam uma diretiva do Governo) para ajudar estes alunos? Professora Dominique - Graças aos professores (em particular dos direto-res de turma, no âmbito do seu campo de atua-ção privilegiado junto dos alunos e encarregados de educação) e ao trabalho atento dos assistentes operacionais, é possível detetar situações de ca-rência que não chegam ao conhecimento da es-cola por uma via formal de pedido de apoio. A co-munidade educativa está sensibilizada para as difi-culdades que muitas fa-mílias atravessam: a título de exemplo, está prevista uma recolha de donativos alimentares, no âmbito da palestra “Promoção de estilos de Vida/Alimenta-ção Saudáveis”, promo-vida pela Associação de Pais e Encarregados de Educação da E.B. 2, 3 Egas Moniz, a realizar no próxi-mo dia 5 de dezembro. JE- Como se poderia tor-nar o sistema de apoio a estes alunos mais eficaz? Professora Dominique - Devemos continuar a estar atentos e procurar proporcionar um encami-nhamento que produza uma resposta eficaz para cada situação. A POBREZA: UM FLAGELO PARA COMBATER A pobreza e a desigualda-de social atingem níveis cada vez mais elevados. Este cenário é quase dia-riamente retratado pela comunicação social, ape-lando para a interajuda entre todos e apresen-tando possíveis soluções para solucionar o proble-ma. Na verdade, não é ne-cessário uma reportagem televisiva para nos alertar de uma realidade que nos é tão próxima uma vez que, basta andar pe-las ruas que se vê a cada esquina crianças a pedir esmola, adultos e idosos sem terem o que comer e um teto que os abrigue. Tão grave quanto a exis-tência dos problemas é ig-norá- los. A resolução des-tes está, na maioria das vezes, nas mãos daqueles que insistem em fingir que, ao refugiarem-se nas suas futilidades, eles dei-xam de existir. Isto porque são as classes mais altas que têm capacidades fi-nanceiras para ajudar os mais necessitados, con-tudo, talvez por como-dismo, não o fazem. So-mente em raras ocasiões como o Natal ou a Páscoa, é que o espirito de cari-dade aumenta, mas não devem ajudar, somente, nestas alturas, pois não é só nestas alturas que os mais carenciados necessi-tam de comida ou de rou-pa mais quente e confor-tável. De acordo com as Nações Unidas, aproxima-damente 25.000 pessoas morrem de fome todos OPINIÕES SOBRE... O VOLUNTARIADO Ajuda e sorri! Demorou algum tempo a ganhar coragem! O pre-conceito era grande, mas a vontade de ser proacti-va era muito maior. Após ultrapassar as formações protocolares, o barulho ensurdecedor das grades e algum receio, conheci uma nova realidade. Foi no estabelecimento pri-sional que tive a minha primeira experiência de voluntariado. Tornou-se muito importante para o meu crescimento pessoal este contacto duro com um modo de vida que desconhecia. Entendi que as falhas, por vezes, têm graves consequências e que, na maior parte das vezes, são obstáculos evo-lutivos. A vontade de fazer vo-luntariado é na minha perspetiva, movido pelo meu egoísmo. Acredito que em última instância faço este tipo de ativida-des para procurar o meu bem-estar interior. Pre-tendo estar tranquila e sentir que cumpro com a minha comunidade, por consequência tem um im-pacto positivo. Na minha opinião ser voluntário não neces-sita de haver apenas trabalho por parte de uma entidade oficial. Todos os dias, temos oportunidade de criar la-ços de empatia com quem nos rodeia e ajudar o pró-ximo. Esta capacidade de colocar-nos no lugar do outro e não, apenas, sim-patizar com as situações é o que faz de nós melhores seres humanos. Dessa forma, sugiro que procures dar um pouco de ti a uma causa com a qual te identifiques. Exis-tem inúmeras opções na tua localidade: Cruz Ver-melha Portuguesa, Asso-ciação de apoio à criança, Coração na Rua, abrigo de animais… Na nossa esco-la já existiram iniciativas, neste âmbito. Contudo nada te impede de se-res tu o impulsionador de uma. No meio de to-das estas sugestões, não te esqueças de começar pelo mais simples: olha para o lado e sorri! Margarida Machado, 11 CT7 os dias. Infelizmente, são as crianças que falecem com mais frequência. Te-mos que para com o “cli-chê” de que “o que os olhos não vêm, o coração não sente”, porque hoje são eles a precisarem do nosso auxílio, mas quem sabe um dia poderemos ser nós. Portanto, é necessário acabar com as desigual-dades e estabelecer um mínimo de sobrevivência, que vá além da teoria e que se estabeleça defini-tivamente na sociedade. Petra Carneiro, 12CT6
  • 9. Dezembro de 2014 9 VIDA DE ESTUDANTE Olá, o meu nome é Antó-nio e estou aqui para vos falar da minha interessan-te rotina escolar e para vos mostrar o quão diver-tido é ir para as aulas...ou talvez não, mas isso vere-mos! Acordo às 07:00h, ainda cheio de sono e sem von-tade nenhuma de sair da cama. Saber que me es-pera um dia longo e cheio de fichas e trabalhos, que obviamente não posso re-cusar, pois não é um bom sentimento. Saio de casa às 08:00 para apanhar o autocarro, sempre ocupado, o que impossibilita a hipótese de fazer a viagem senta-do. Chego à escola por volta das 8:15 e, finalmente, encontro pessoas que partilham a minha dispo-sição e com quem posso conversar sobre as novi-dades ocorridas na noite anterior. E ficamos sem-pre na esperança de que algum funcionário venha com a grande notícia, de que o professor tenha fal-tado. Mas tal não acon-tece. Chega o professor na hora de começar mais uma rotina. Fico fechado dentro de uma sala com 30 alunos, durante 90 mi-nutos que, cá para nós, parece uma eternidade. TPC: fazer resumo das pá-ginas 34 e 35 do manual e fazer os exercícios respe-tivos para a próxima aula Intervalo... até que em fim. Está na hora de nos reunirmos todos e de fa-larmos do quão chata fora a aula, ou simplesmente reunidos a comer os nos-sos lanches comprados na cantina ou trazidos de casa. 10:10h, de volta à sala, desta vez com francês ... uma desgraça nunca vem só. Hoje a aula foi tããão aborrecida! TPC: ler página 67 e fazer os exercícios das páginas 100 e 101. 11:40, mais uma pausa, é o último intervalo da ma-nhã, o que significa que daqui a uma hora e meia já estou fora das (j)aulas. TPC: fazer um trabalho sobre o mercantilismo Francês Finalmente, toca às 13:20, que para mim é como a badalada da meia-noite, ou seja, hora de almoço. 13:50, chego a casa para um bom almoço. Se con-seguir, até faço uma pe-quena sesta antes de vol-tar para o autocarro. 15:20, com muito esforço lá me preparo uma vez mais para ir para a para-gem, desta vez o autocar-ro não vai tão cheio o que é muito reconfortante. Sinceramente não vale a pena continuar com esta lenga lenga, pois tudo se repete... aulas, intervalo, aulas, intervalo e mais au-las. 18:30, saio da escola, DE VEZ, e chego a casa com carradas de TPC’s e tra-balhos para fazer (como este) e se tiver sorte ma-térias para estudar. Talvez esteja a ver as coisas pelo lado errado, mas... Numa franca opi-nião, imaginem-se na situação de, por vezes, não ter os fins de semana livres pela simples razão de ter de estudar para dois ou três testes nes-sa semana. Mas, vendo pelo lado mais positivo, por vezes, nem sabemos a sorte que temos, a sor-te de podermos aprender coisas novas, a sorte de termos pessoas a acre-ditar nas nossas capaci-dades, a sorte de ter um futuro melhor, a sorte de ter amizades que durarão para o resto das nossas vidas, a sorte de ter expe-riências que contaremos um dia aos nossos filhos e netos. A escola proporciona-nos tudo isso. Mas mais uma vez, para isso, é necessá-rio acordar as 07:00, ain-da cheio de sono... Anónimo, 11LH3 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA UMA REALIDADE CADA VEZ MAIS ASSUSTADORA Até este ano não tinha o hábito de assistir ao no-ticiário. Todo aquele pa-lavreado técnico sobre economia, política, ges-tão e sei lá mais o quê (e não o sei, porque, como já disse, não assistia ao telejornal, ou, então, “assistia” ao telejornal) teciam o maior e o mais caótico dos emaranhados de palavras e números na minha cabeça. Para isso, já tenho a Matemática e companhia, não é? No en-tanto, este ano decidi que estava na altura de “dar o salto” e de começar a es-tar mais atenta àquilo que se passa no mundo (e vim a descobrir que, de facto, há mesmo muita coisa e muita gente a “passar- -se”). Bastou-me ver, algumas vezes, o telejornal para perceber logo o esquema da coisa. Por isso, é que, confesso, quando liguei a TV naquele dia, já não estava à espera de boas notícias, tinha só a espe-rança (somente porque essa é sempre a última a morrer) de notícias neu-tras, mas aquilo, aquilo para mim, foi demais. Era já o quarto dia consecu-tivo em que as luzes do televisor acendiam ape-nas para me informar que mais uma mulher portu-guesa, nos seus quarenta e tal anos, tinha morrido. A causa? Violência do-méstica, claro e a causa por detrás dessa causa? Bem...já lá chegaremos. Não é ficção, é facto! E mais! É facto comprovado por estudos estatísticos, se bem que não eram pre-cisos estudos para perce-ber que, de ano em ano, morrem cada vez mais mulheres e crianças, devi-do a maus-tratos, em Por-tugal. Eu consegui aperce-ber- me disso só de ligar a caixa mágica e aposto que não fui a única. De facto, não tenho memória de um ano assim: “caiu das escadas” para ali, “mor-ta a tiro” para acolá, “es-pancada até à morte” não sei onde. Eu é que queria espancar a televisão por me estar a dar a conhecer uma realidade tão cruel que chega a ser irreal! Só este ano morreram 42 mulheres, vítimas de violência doméstica. E que tenha a decência de reconhecer que está pro-fundamente errado quem pensa que “só os da terri-nha” é que estão ligados a estas situações, porque o leque de vítimas abran-ge dentistas, advogadas, médicas, enfermeiras, secretárias, entre muitas outras. Remetendo, agora, como tinha prometido, para as causas da violência do-méstica, digo, admitindo a minha impotência e ig-norância, não sei quais são. Chego mesmo a re-conhecer que não sei. Po-rém, tenho uma suspeita: aquilo a que o povo tem por hábito chamar “o berço”. A educação meus caros! Infelizmente, o que muitos não veem é que a educação que é incu-tida, não só nas escolas, mas também (e principal-mente) em casa, é fun-damental na edificação do indivíduo. Claro que, se ensinarem às crian-ças, desde tenra idade (que é nessa altura que se aprende), o valor do respeito, do entendimen-to mútuo, da paciência, da compreensão, etc., as probabilidades de es-tas virem a crescer para se tornar pessoas com “p” maiúsculo são muito maiores do que se lhes levantarem o tom de voz ou até, passe a expressão, “lhes aquecerem as bo-chechas” quando erram. Porém, o problema não está só aí, a peste (que não tem mesmo outro nome) está enraizada em coisas tão aparente-mente inofensivas como, por exemplo, os video-jogos. Passo a expor um exemplo concreto. Aqui há tempos, os meus pri-mos de cinco anos vie-ram visitar-me e qual foi o meu espanto quando, ao tentar comunicar com eles, tive de fazer um es-forço “do outro mundo” para conseguir ver os seus olhos (só de relance), sempre colados na con-sola. “Olha lá, a que é que estás a jogar?», pergun-tei eu indignada. “Estou a matar as pessoas desta cidade e a destruir-lhes os tanques”, respondeu ele com a maior das tranqui-lidades. Se fosse anatomi-camente possível, eu juro, caía-me o queixo de ta-manha admiração, se não mesmo, escândalo! Como é que esperam que crian-ças que gostam de matar pessoas no mundo virtual não possam vir também a apreciar o sentimento de magoar os outros na di-mensão real? Já parece o caso do rapaz que caiu da varanda de sua casa, por-que pensava que podia ser como o Spiderman. É com tristeza que afirmo que muitos não dão a devida importância a isto. Se as mulheres que são vítimas de maus tratos não vos comovem, peço- -vos, então, que façam o seguinte exercício mental: pensem na perspetiva dos filhos destes casais. Conseguem imaginar? Eu acho que sou capaz de o fazer, talvez seja algo do género: chegar a casa sem vontade de chegar a casa, hesitar à entrada, com um esforço imenso, rodar a chave que há tan-tos anos treme só de pen-sar em abrir aquela porta, pousar a mochila a medo, só com o ruído do titilar dos dentes, ouvir um cho-ramingar que quem nos dera ser mais distante, ir de encontro a ele, estacar perante um braço pisado, uma figura altiva e um olhar que é comprome-tedor, mas que não é de cumplicidade e saber o que te espera... Para finalizar, quero só cri-ticar os media pela forma como andam a divulgar os casos de morte por vio-lência doméstica. É que, fazem-no como se fosse só mais um acontecimen-to, como se fosse normal. Desculpem, mas, na mi-nha opinião, não deveria haver nada de usual a envolver estas situações. Para além disso, penso, também, que o acesso a armas de fogo deveria ser mais limitado. Sei bem que quem quer ferir aca-ba sempre por arranjar meio para o fazer e, além do mais, este tipo de ins-trumento nem sequer é o primeiro na lista dos mais usados para fins de vio-lência doméstica. Porém, não consigo deixar de ter algum receio de que nos tornemos numa América, onde até miúdos de cinco anos têm pistolas e, pior, sabem como usá-las! Faço um último apelo, desta vez não a vocês, mas a essa entidade do Pólo-Norte que nunca a nos desilude: o Natal está próximo e isso significa que a passagem de ano também já está mesmo aí ao virar da esquina. Cos-tuma- se dizer: “Ano Novo, vida nova”, mas no nosso caso é mais: “Ano novo, país novo”. Por favor! Inês Fernandes, 11CT2
  • 10. 10 Dezembro de 2014 ESCOLA SECUNDÁRIA FRANCISCO DE HOLANDA Com o objetivo de criar hábitos em situações de defesa das pessoas e de implementar as Medidas de Autoproteção (MAP), no passado dia 25 de no-vembro, pelas 10 horas e trinta minutos, efetuou- -se na Escola Secundária Francisco de Holanda, um simulacro de evacuação. A ação foi programada pela Direção e teve a co-laboração dos Bombeiros Voluntários de Guimarães e da Polícia de Segurança Pública. Houve seriedade e rigor na execução de todo o exercício. Ao toque contínuo da sirene, cada professor, em situação de aula, deu instruções no sentido de os alunos se colocarem em pé e em duas filas paralelas, no interior da sala, colocando-se o de delegado/representante da turma à frente (che-fe de fila). De seguida, o professor abriu a porta e aguardou instruções do Coordenador de setor. Recebidas as instruções, de imediato deu ordem de saída, fazendo respei-tar SIMULACRO DE EVACUAÇÃO DA a ordem das duas fi-las paralelas. O professor de cada turma, depois de verificar que não fi-cou ninguém no interior da sala, fechou a porta e, cerrando a fila, conduziu os alunos até ao Ponto de Encontro – Plataforma das Artes, estando já o trânsito cortado, pela Po-lícia de Segurança Pública que, também, colaborou na orientação da evacua-ção. No Ponto de Encon-tro, respeitando as instru-ções dos coordenadores desse setor, os alunos de cada turma, de forma or-deira, mantiveram-se em duas filas paralelas, com o professor à frente e o delegado/representante na retaguarda. Aí ficaram até receberem instruções no sentido de poderem voltar à Escola. Todos os utentes da escola que não estavam nas salas de au-las seguiram as instruções dos Coordenadores de se-tor e dirigiram-se para o Ponto de Encontro. Para que tudo corresse com calma e sem pâni-co, aos alunos, foram explicitadas as regras de comportamento em caso de emergên-cia. Foi explícito que, ao ouvir o sinal de alar-me para evacuação (si-rene contínuo), se deve seguir as indicações do coordenador de setor/ professor e cumprir os seguintes princípios bá-sicos: • Evitar o pânico e manter a calma; • Iniciar imediatamen-te a evacuação, seguin-do pelos corredores in-dicados nas Plantas de Emergência; • A evacuação deve ser de forma rápida e or-deira; • Movimentar-se em passo rápido, mas sem correr, evitando em-purrar outras pessoas e em silêncio; • Em situação de aula, o aluno responsável deve abrir totalmente a porta da sala de aula e, de acordo com as instruções, conduzir os restantes alunos para o Ponto de Encontro (situado na Plataforma das Artes); • O Professor deve ser o último a sair da sala, fe-chando a porta e seguindo imediatamente a turma; deve verificar se todos os alunos estão presentes no Ponto de Encontro; man-ter a ordem no ponto de encontro; • Não se preocupar com documentos, livros, pa-péis, vestuário, veículos, etc.; • Quem se encontrar fora das salas de aula deve seguir as sinalizações de saída e dirigir-se para o Ponto de Encontro; • Descer as escadas en-costado à parede; • Nunca utilizar o eleva-dor; • Caso exista fumo, em quantidade suficiente para dificultar a respira-ção e a visibilidade, prote-ger a boca e nariz com um pano e movimentar-se ga-tinhando; • Depois de sair do edifí-cio, nunca voltar ao seu interior por qualquer mo-tivo; • Não perturbar a ação dos bombeiros e dos agentes da autoridade; • Todos devem permane-cer no Ponto de Encontro a aguardar instruções. Foi ainda recomendada uma observação atenta da escola, de forma a proceder a uma eficaz perceção dos sinais de emergência, dos ca-minhos a seguir em si-tuação de emergência, a partir da sala de aula e ao conhecimento da localização do Ponto de Encontro. No senti-do de evitar acidentes, a organização foi im-perativa na solicitação ao cumprimento dos avisos e na exigência de respeito pelos sinais de segurança, meios de alerta e de combate a incêndio. Encontro acompanhou todo o exercício de eva-cuação que envolveu uma população escolar de 1322 pessoas, constatan-do que o comportamento dos alunos foi exemplar. Google Images http://guimaraes2012.blogs.sapo.pt/7256.html
  • 11. Dezembro de 2014 11 NOTÍCIAS DA PEGADA São muitas as atividades e projetos em que a Escola Básica da Pegada está en-volvida. Continuamos preocupa-dos com o ambiente. Por isso, estamos a separar plástico, que é recolhido na escola pela empre-sa Vitrus, para ajudar na aquisição de camas ar-ticuladas e cadeiras de roda, e papel e cartão, no âmbito da campanha “Resíduos a Pedo”, da Re-sinorte. Somos solidários com as causas justas e, por isso, no dia 30 de outubro, jun-tamo- nos aos que quise-ram lembrar a importân-cia da deteção precoce do cancro da mama. Uma doença que pode afetar qualquer um. Entre ou-tras coisas, construímos um laço humano, mos-trando que estamos aler-ta para esta doença. Em parceria connosco tem trabalhado a Asso-ciação de Pais da Pega-da. Para encerrar o pri-meiro período letivo, a Associação promoverá uma festa-convívio com alunos, professores e en-carregados de educação. Será uma pequena festa de Natal, que pretende juntar a nossa escola e o Jardim de Infância de Azu-rém, a acontecer no dia 16 de dezembro, no Sa- Alimentação No diA da alimentação na escoLa comi uma sande saudável com fIambre, ovo, alface e toMate nEste dia devemos comer alimentos bons Não devemos comer chocolaTes senão a Obesidade toma conta de nóS lão Paroquial de Azurém, a partir das 18h30. Todos estão convidados. No dia 18 de dezembro, com o apoio da Junta de Freguesia, a Associação levará as nossas crian-ças ao mundo mágico da “Vila Natal”, em Santa Maria da Feira. Uma ati-vidade que proporcionará um dia inesquecível! No início do mês de janei-ro, mantendo a tradição, os alunos do terceiro ano cantarão os Reis aos pais e encarregados de edu-cação. Queremos manter estreitas as ligações entre a escola e a comunidade, aproveitando para dese-jar um bom ano a todos. 1º ano EB1 da Pegada 2º ano EB1 da Pegada Suplemento das Escolas EB1
  • 12. 12 Dezembro de 2014 Suplemento das Escolas EB1 3º ano EB1 da Pegada 4º A EB1 da Pegada Escola, uma porta para o mundo De volta à escola Abrem-se as portas Ao conhecimento E ao mundo Voa o pensamento Leva-nos a viajar Sem sair do lugar Dançam as letras Formam palavras Os números saltam Fazem-se contas As ciências não faltam Riscos e representações Jogos e canções Entramos "pobres" Saímos mais "ricos" De tanto conhecer E muito ler Estamos a crescer Aprendemos a viver A escola é saber. Escrita criativa Dia da alimentação Adivinha Sou um meio de transporte feito de legumes. As minhas rodas são feitas com casca de pimento. Tenho um brócolo a fazer de suspensão. O meu acento é uma beringela. O meu guiador é feito com um pimento dividido em 3 partes. A minha distensão é feita de curgetes. Quem sou eu? Este foi o resultado Depois de estudarmos o corpo Humano, resolvemos fazer acrósticos na área de Português. Corpo O corpo humano é Resistente e Protetor Os órgãos internos do corpo Humano trabalham muito Uns são autênticas Máquinas A trabalhar dia e noite, No nosso corpo ao mesmo tempo O que nos permite uma vida saudável Este esqueleto Suporta o nosso corpo Que tem ossos Unidos uns aos outros E têm diferentes formas Longos e curtos Estreitos e grossos Todos com funções diferentes Ossos incríveis, nós temos!
  • 13. Dezembro de 2014 13 Lindo! … Lindo!... Inicio este artigo, como representante do grupo Nascer do Sol, do Jardim de Infância de Santa Lu-zia, com a questão da Margarida de Jesus, pe-rante o olhar silencioso e expectante dos amigos. “ Nós somos mesmo mui-to importantes?” Quantas questões simples e complexas, … nesta interpelação singela e Suplemento das Escolas EB1 JI Sala “Nascer do Sol”- EB1/JI Santa Luzia cheia de alegria de uma criança, que deu voz a todas as que esperavam a resposta, pois a pergunta também as intrigavam. Lindo!... Lindo!... Na realidade é um grupo de meninos e meninas, como tantas outras crian-ças, que gostam de brin-car, de cantar, de dançar, de aprender, de explorar o novo, de repetir o mesmo jogo a todo o momento, JI Sala “Arco-Íris”- EB1/JI Santa Luzia A MAGIA DOS AFETOS NO HALLOWEEN No passado dia 31 de ou-tubro, as crianças da sala Arco-Íris receberam a visita de duas mães que prepararam uma agradá-vel surpresa alusiva ao Halloween e ao tema do nosso projeto de sala “O Mundo dos Afetos – Emo-ções e Sentimentos”. Através das personagens da Feiticeira Melissa e da Doceira Miramar, com as suas assistentes DracBea e BruxiVi, as crianças vi-veram momentos de pura magia! Depois de várias experiências levadas a cabo pela Feiticeira Me-lissa para encontrar o Pó Mágico da Felicidade (o “Pó de Risos”), as crian-ças ajudaram a Doceira Miramar a preparar as bolachas do Halloween, em forma de pequenas abóboras, colocando por fim, o Pó Mágico. As crianças deliciaram-se a comer estas bolachinhas com poderes mágicos e, em pouco tempo, um eco de pequenas vozes eufó-ricas se fez sentir na sala Arco-Íris, irradiando risos de Alegria e Felicidade! EB1/JI Santa Luzia 1ºB Gostamos da escola porque... …queremos aprender. …aprendemos a ler e a escrever. …conhecemos muitos amigos. …gostamos de estudar. …fazemos atividades divertidas. …o professores são amigos. …faz-nos pensar. …descobrimos novas coisas. … ...festejámos o S. Martinho. …temos uma biblioteca. mas se bem observado, há sempre algo de muito novo, na comunicação, na expressão, na integra-ção de um novo conheci-mento, na inclusão de um amigo, na…,são os raios do Sol, que faz da sua úni-ca cor, a multiplicidade de muitas outras. As cores dos afetos, das criações artísticas, das descobertas científicas, dos laços que prendem com docilidade e respeito o coração de todos que com eles convivem, do abraço espontâneo, da escolha fundamentada e argumentada, … SIM são Muito, Muito IM-PORTANTES, porquê? Porque aprendem a sen-tir, a gostar das pessoas lindas que SÃO, nas suas diferenças e na partilha de conquistas pessoais e do grupo, assim crescem em cidadania e com ale-gria.
  • 14. 14 Dezembro de 2014 2º B EB1/JISanta Luzia Texto Coletivo Depois de saber que Me-linda tinha sido raptada pelo gigante Bártolo, Ro-meu perguntou às suas amigas Estrelas, qual seria o melhor caminho para chegar ao castelo do gigante. As Estrelas responderam- -lhe que deveria seguir o caminho que passava junto da Fonte das Águas Límpidas, onde encontra-ria um espelho mágico para hipnotizar os sete leões esfomeados que estavam de guarda. Disse-ram- lhe também para ter muito cuidado, pois a flo-resta estava cheia de bru-xas, morcegos e corujas. Romeu seguiu viagem com os seus amigos: a Suplemento das Escolas EB1 Lua, o Vento, as Nuvens e as Estrelas. As Estrelas e a Lua iluminaram o ca-minho; as Nuvens junta-ram- se e tornaram-se tão negras, tão negras que formaram uma forte tem-pestade que obrigou as Bruxas a esconderem-se; o Vento empurrou-o pela torre do castelo que era mais alta do que a mais alta montanha do mundo e onde se encontrava pri-sioneira Melinda . Quando a encontrou, su-biram a uma Nuvem que os transportou a casa, onde o tio de Melinda os esperava, dando-lhes um carinhoso abraço. Conclusão da História «Romeu e Melinda», His-tórias fantásticas, de Al-berto Melis 2º C EB1/JISanta Luzia Projeto “Uma história, uma aventura” O 2º- ano, turma C da EB1/JI de Santa Luzia vai desenvolver, ao longo do ano letivo de 2014/2015, o projeto de leitura “Uma história, uma aventura” onde envolve os pais, en-carregados de educação e famílias. Na primeira semana de cada mês, em dia e hora 3º A EB1/JISanta Luzia O girassol Girassol amarelo Castanho no centro Tão belo que é Parece um coentro. Girassol amarelo Tem uma bela cor Toda a gente o trata Com muito amor. Girassol amarelo É muito perfeito Para florir ao sol Tem muito jeito. Girassol amarelo Sempre a florir Está no jardim Feliz a sorrir. Alegre menina Rosa encarnada Cabeça amarela Alegre menina Doce e muito bela. Rosa encarnada Pezinho espinhoso Alegre menina Coração corajoso. Rosa encarnada No jardim nascida Alegre menina No inverno despida. já agendada, cada alu-no, com o apoio de um elemento já inscrito no projeto, vai ler, explorar e fazer uma atividade so-bre uma obra da lista de obras para a iniciação à Educação Literária e dos livros recomendados pelo PNL, selecionada no dia da receção aos alunos, através do desafio Mural da Leitura.
  • 15. Dezembro de 2014 15 3º B EB1/JISanta Luzia Magusto faz-se no S.Martinho Acende-se uma fogueira Gostamos de enfarruscar a cara Uma festa de castanhas Saborosas e bem quentinhas Tempo frio à espera do verão de S.Martinho O porco se mata e o vinho se prova Suplemento das Escolas EB1 3º C EB1/JISanta Luzia 4º A EB1/JISanta Luzia As nossas quadras do outono No outono há muita chuva, temos que nos abrigar. Quando parar de chover, Já podemos ir brincar. Sou o vento do outono, que venho para encantar. Às vezes deito areia para os olhos, que vos faço chorar. O outono é tão frio, que me escondo debaixo do cobertor. Com um chá quente nas mãos, a ouvir um cantor. Dia da alimentação No dia dezasseis de outu-bro, Dia da Alimentação, o 4º A fez espetadas na sala. Enquanto se prepa-ravam os ingredientes, toda a turma fazia a re-portagem sobre o que se ia passando. Cada um escolheu a estação que transmitia a reportagem. Depois de lermos as re-portagens, escolhemos a do Rúben para mostrar-mos o trabalho da turma nesta atividade. “Caros ouvintes, estamos em direto da Megahits para transmitir uma aula de culinária da Chef Cân-dida. Vai-nos ensinar a fazer espetadas, muito saudáveis! Para isso vai contar com a colaboração dos mini Chefs da turma. Começamos com a Chef Marta que descasca uma cenoura, depois de bem lavada, tirando as partes que não se comem. A nossa Chef Joana vai fa-zer o segundo passo que é cortar a cenoura às ro-delas. O Chef Zé dá uma ajuda. Um belo queijo é fatiado pela Chef Cândida! O Dinis, segundo Chef preferido de toda a gen-te, corta a banana em ro-delas idênticas e a Chef Sofia ajuda no projeto. A nossa outra Chef Sofia, corta as côdeas do pão integral que podemos aproveitar para fazer pão ralado. A Chef Isabel dá continuidade à tarefa mas desperdiça muito pão! A Chef Cássia como não estava atenta repete o desperdício. A professora corta o pão em quadradi-nhos. Repete-se a opera-ção com outro pão a ser cortado pelo Chef Antó-nio com a ajuda das Chefs Matilde e Maria João e… voilá! Tudo pronto! Cada Chef vai agora montar a sua espetada com pão integral, fiambre de peru, banana, cenoura, tomate e queijo. Tudo isto com mãos bem lavadas! Que delícia! Assim me despeço, caros ouvintes. Não se esque-çam de experimentar! Até ao próximo Cozinha com Rúben na sua rádio preferida, MMMegahits!” 4º B EB1/JISanta Luzia 16 de outubro - Dia Mundial da Alimentação Dia 16 de outubro Importa sempre relembrar Alertar e informar! Diferentes atividades fizemos A roda dos alimentos conhecemos Água, um alimento essencial Legumes,cereais, fruta, ... Imprescindíveis todos os alimentos são Muitos nutrientes nos dão E equilibrada será, a nossa alimentação! Nutricionista devemos consultar Também nos pode ajudar Assim a nossa saúde poderá melhorar! AÇúcar e sal NÃo devemos comer O nosso corpo vai agradecer. 4º C EB1/JISanta Luzia S. Martinho Num dia frio de outono, Um soldado bem vestido Ajudou um pobre mendigo Que estava cheio de frio. Uma capa ao meio cortou E o pobre mendigo Com ela se agasalhou. E por magia Nesse dia O sol brilhou.
  • 16. 16 Dezembro de 2014 ESCOLA SECUNDÁRIA FRANCISCO DE HOLANDA CELEBRA 130 ANOS Hoje, dia 3 de dezembro, com todo o sentido e pro-priedade, a Direção do Agrupamento de Escolas Francisco de Holanda, apresentará, em sessão solene, pelas 17 horas, o plano de atividades ine-rentes à celebração do 130º aniversário da cria-ção da Escola Francisco de Holanda, a realizar ao lon-go do ano letivo de 2014- 15. De facto, faz 130 anos, no próximo dia 3 dezem-bro, que foi publicado o decreto, no Diário do Go-verno, que lhe deu o esta-tuto de Escola Industrial de Guimarães. Dois dias depois, dia 5 de dezem-bro de 1884, foi publica-do, também no Diário do Governo, o decreto que atribuiu à Escola Indus-trial de Guimarães a de-nominação de Francisco de Holanda. Curiosamente, “O Comér-cio de Guimarães”, funda-do no ano de 1884, nas suas páginas, faz notícia dos principais eventos associados à Escola, não deixando de sublinhar, em tom jocoso, que a pro-metida escola para a cida-de de Guimarães nunca mais começava a funcio-nar. Era de facto uma pro-messa antiga, uma vez que o decreto régio de 20 de dezembro de 1864 de-terminava a criação da Es-cola Industrial que só veio a ser confirmada a 3 de dezembro de 1884. E só começou a funcionar, no dia 14 de janeiro de 1885, com aulas de desenho industrial, sob a regência e direção de António Au-gusto Cardoso, num salão da Sociedade Martins Sar-mento, ao tempo instala-da, no Largo do Carmo. Para a sua implantação teve um papel relevante a 1ª Exposição Industrial de Guimarães, realizada em 1884, uma vez que per-mitiu identificar necessi-dades a satisfazer, ineren-tes à industrialização da região, nomeadamente a formação do pessoal ope-rário. Ora, foi nesta área que, ao longo dos anos, esta escola ganhou cré-ditos, norteando, até aos anos setenta do século XX, a sua missão educa-tiva para a formação de operários qualificados e quadros médios, dando, assim, respostas às neces-sidades do mercado de trabalho. Para assinalar a efemé-ride, foram colocados hoje outdoors nos dife-rentes edifícios em que funcionou a Escola: Casa de Martins Sarmento (no Largo do Carmo), Banco Millenium (Rua Paio Gal-vão), Casa dos Laranjais (Rua das Trinas), casa pertencente ao Barão de Pombeiro (confluência da Rua de Santa Maria com o Largo Cónego José Ma-ria Gomes), Convento de Santa Clara (atual edifício da Câmara Municipal) e pavilhões, construídos na Quinta do Proposto, que evoluíram para o atual edifício da Escola (Rua Alfredo Pimenta), graças às obras de 1959 (Estado Novo) e à intervenção de requalificação e amplia-ção, efetuada de 2009 a 2011, pela empresa de-nominada Parque Escolar. De 1864 a 2014: alguns registos sobre a Escola A história da Escola Fran-cisco de Holanda tem sus-citado o interesse da co-munidade educativa em geral e dos professores de História em particu-lar. Há alguns anos, sob a orientação da professora da disciplina de História, Túlia Machado, já apo-sentada, foi feita uma exposição em que foram assinalados os principais eventos associados à es-cola, desde a sua funda-ção até aos nossos dias. Destacamos alguns: 1864 - Criação, pelo Mi-nistro João Crisóstomo de Abreu e Sousa, através de decreto régio de 20 de dezembro, da Escola Industrial de Guimarães, conjuntamente com a da Covilhã e Portalegre, as três primeiras escolas in-dustriais do país. 1881 - É criada a Socieda-de Martins Sarmento. 1884 – A Sociedade Mar-tins Sarmento começa a publicar a Revista de Gui-marães e toma a iniciati-va, com Alberto Sampaio à frente, da Exposição Industrial do Concelho destinada a mostrar as
  • 17. Dezembro de 2014 17 ESCOLA SECUNDÁRIA FRANCISCO DE HOLANDA CELEBRA 130 ANOS notáveis potencialidades da indústria vimaranense e as suas tremendas ca-rências em termos de tec-nologia e equipamentos. Tornava-se premente dar corpo ao esquecido de-creto de 20 de dezembro de 1864, que visava a cria-ção da Escola Industrial de Guimarães. Para tal, a So-ciedade Martins Sarmen-to, a Câmara Municipal de Guimarães, a Associação Artística Vimaranense e a imprensa local, incluindo o “Comércio de Guima-rães” conjugaram esfor-ços nesse sentido. • Chega o comboio, pela primeira vez, pela Trofa, até à estação de Vila Flor, em Guimarães (6 de mar-ço). •Soares Veloso pôs à dis-posição da Comissão da Exposição Vimaranense o palácio de Vila Flor (26 de março). Um escol de ho-mens de cultura e de espí-rito empreendedor estava a mudar Guimarães. • Surge o Comércio de Guimarães (14 de junho). • É criada a Escola de De-senho Industrial de Gui-marães por diploma de 6 de maio, publicado no Diário do Governo de 7 de maio, referendado por António Augusto Aguiar. • Sai o decreto que lhe dá o estatuto de Esco-la Industrial, que com-preenderá as disciplinas de Aritmética, Geometria Elementar, Contabilidade Industrial, Desenho e Quí-mica (3 de dezembro). • Decreto que atribui à Escola Industrial de Gui-marães a denominação de Francisco de Holanda (5 de dezembro). Come-morava- se então o tricen-tenário do Renascentista Francisco de Holanda. 1885 - Começa a funcio-nar, sob a regência e di-reção de António Augusto Cardoso, num salão da Sociedade Martins Sar-mento ao tempo insta-lada no Largo do Carmo (14 de janeiro). Tem 153 alunos matriculados, sen-do 14 do sexo feminino, e alguns em lista de espera. 1885 (13 de abril) - Mu-dou para uma casa alu-gada na Rua Paio Galvão, onde hoje funciona o Banco Millenium. 1886 (1 de janeiro) - En-trou em funcionamento na Casa dos Laranjais, alu-gada pela Câmara Munici-pal de Guimarães, na Rua D. Luís I, hoje Rua das Tri-nas (1 de fevereiro), com três professores para três cadeiras essencialmente práticas: • Dr. Joaquim José de Mei-ra (médico) professor das disciplinas de Aritmética, Geometria Elementar e Contabilidade Industrial; • António Emílio de Qua-dro Flores (oficial do exér-cito) substituído um ano depois pelo Dr. Augusto de Matos Chaves (médi-co) para lecionar Química Industrial; • António Augusto Car-doso, professor Desenho Industrial. 1887 - Visita do rei D. Luís a Guimarães e lança-mento da primeira pedra da escola definitiva num terreno adquirido para o efeito e pertencente à Quinta do Proposto. 1888 - Criação, atra-vés do decreto de 30 de dezembro de 1886, de mais três cadeiras (Língua Francesa, Princípios de Física e Mecânica, Dese-nho de Máquinas) e, con-sequente, nomeação de novos professores: Adol-fo Salazar (pai do célebre professor Abel Salazar) e o Dr. Avelino Germano da Costa Freitas (médico). 1889 – Nomeação do austríaco Afred Schwartz como professor de dese-nho de máquinas. 1889 - Nomeação de Al-bert Edouard Braun, mes-tre de fiação de tecela-gem, o que demonstra a importância que Escola estava a adquirir no con-texto sociocultural da re-gião.
  • 18. 18 Dezembro de 2014 ESCOLA SECUNDÁRIA FRANCISCO DE HOLANDA CELEBRA 130 ANOS • Entretanto, levantados e abertos quatro dos oito pavilhões, na Quinta do Proposto, ali se armaze-naram os pesados caixo-tes que traziam os teares mecânicos, máquinas de fiação, caldeira a vapor... Ainda, neste ano, chega-ram onze caixotes de ma-terial de laboratório quí-mico e três caixotes com máquinas de costura. 1891- Aquisição coleções de modelos de desenho em gesso, aparelhos de fotografia, coleções de estampas de excelente qualidade com motivos de História da Arquitetura e outros. 1901 – A Escola Francisco de Holanda está instalada nos edifícios na Quinta do Proposto sem condições mínimas para poder fun-cionar. 1911 - O Regimento da Infantaria toma conta dos barracões do Proposto à exceção de um destinado à guarda de material ofi-cinal. 1914 (outubro) – Instala-ção da Escola Industrial numa casa que era pro-priedade do Barão de Pombeiro - confluência da Rua de Santa Maria com o Largo Cónego José Maria Gomes - (24 de novem-bro). 1914 - Instalação da Esco-la Industrial no Convento de Santa Clara (edifício atual da Câmara Munici-pal), juntamente com o Liceu e o Internato Muni-cipal. 1923 – Saída dos militares das instalações do Pro-posto. • Realização de obras na Escola (Quinta do Propos-to) já com o nome de Es-cola Industrial e Comercial de Francisco de Holanda, graças à intervenção de Mariano FeIgueiras. • Realização nas novas instalações Escola Indus-trial (Quinta do Proposto) da 2ª Exposição Industrial e Agrícola do Concelho de Guimarães. 1948 – O Ministro da Edu-cação - Eng° Leite Pinto - promulga a reforma e é retirado à escola o nome do seu patrono, Francisco de Holanda. 1959 - A Escola Industrial e Comercial de Guimarães termina as suas obras que são as do edifício da fa-chada principal, corres-pondente ao atual Bloco A. 1974 - É devolvido o nome de Francisco de Holanda (25 de Abril.) 1979 - Confirmação em portaria do nome de Es-cola Secundária de Fran-cisco de Holanda (22 de novembro pela Portaria 608/79) De julho de 2009 a abril de 2011 - obras de requa-lificação e de ampliação de que resultaram o atual edifício da Escola Secun-dária Francisco de Holan-da. 2012 - Através do Despa-cho nº 5634-F/2012 de 26 de abril, a extinta Direção Regional de Educação do Norte propôs a agrega-ção da Escola Secundá-ria Francisco de Holanda com o Agrupamento de Escolas Egas Moniz. A nova unidade orgânica passou a ter a designação de Agrupamento de Esco-las Francisco de Holanda, constituída pelas escolas EB1 da Pegada, EB1/JI de Santa Luzia, Escola EB2/3 de Egas Moniz e Escola Secundária Francisco de Holanda. Ata da instalação da Escola Industrial Francisco de Holanda em Guimarães No dia primeiro do mês de Fevereiro do ano de 1886 às onze e meia horas da manhã em uma das salas da casa sita na rua D. Luís I desta cidade de Guimarães, oferecida pela câmara municipal da mesma cidade para nela se estabelecer a Escola Industrial denominada “Francisco de Hollanda”, estando reunidos o inspetor das Escolas Indus-triais e de desenho industrial da Circunscrição do norte José Guilherme de Parada e Silva Leitão, professor do Instituto Industrial do Porto, e o corpo docente da mesma Escola Industrial António Augusto da Silva Cardoso professor temporário da cadeira de desenho industrial, Joaquim José de Meira, professor definitivo da cadeira de arit-mética, geometria elementar e contabilidade industrial e António Emílio de Quadros Flores, professor temporário da cadeira de química industrial, o inspetor tomando a presidência declarou aberta a sessão. Em seguida, fazendo uma sucinta exposi-ção da história deste estabelecimento, disse que tendo sido primitivamente criada esta escola como simples escola de desenho industrial, em virtude do Decreto de 3 de Janeiro de 1884 referendado pelo Exmo. Ministro das Obras Públicas Comércio e Indústria António Augusto d’Aguiar e incluída no orçamento do ano económico de 1884 a1885 a verba para a sua dotação por proposta feita pelo deputado da Nação Mariano Cyrillo de Carvalho em sessão de 22 de Março do mesmo ano de 1884, fora mais tarde transformada em escola industrial por Decreto de 3 de Dezembro do dito ano passando a cadeira de desenho industrial onde na conformidade do artigo 13
  • 19. Dezembro de 2014 19 ESCOLA SECUNDÁRIA FRANCISCO DE HOLANDA CELEBRA 130 ANOS do regulamento geral das Escolas industriais e de desenho industrial de 6 de Maio de 1884 se professava o curso elementar de desenho e o 1º e 3º ramos dos cursos industriais, a fazer parte da mesma escola. Que na conformidade do citado decreto tinha esta escola uma organização idêntica à da Escola Industrial da Covilhã, com-preendendo as seguintes disciplinas professadas em três cadeiras: Aritmética, geo-metria elementar e contabilidade industrial; desenho industrial e química industrial especialmente aplicada à tinturaria, havendo além destas cadeiras dois lugares de guardas e um de servente. Que por Portaria de 5 de Dezembro de 1884 fora dada à escola a denominação de Escola Industrial “Francisco de Hollanda”. Que esta escola assim organizada, não poderá ser instalada logo depois da sua criação porque as verbas necessárias para a sua dotação só foram incluídas no orçamento geral do Estado no ano económico de 1885 a 1886, e portanto só havia funcionado até hoje a cadeira de desenho industrial primitivamente criada e para a regência da qual tinha sido nomeado provisoriamente o professor António Augusto da Silva Cardoso por Portaria de 12 de Dezembro de 1884, sendo nomeado guarda da mesma por Portaria de 8 de Janeiro de 1885 António de Sousa Roriz cujo nome foi retificado por Portaria de 7 de Fevereiro seguinte por ter vindo errado na primeira. Que a 24 de Dezembro de 1884 fora aberta a matrícula, inaugurando-se a cadeira a 14 de Janeiro seguinte na casa da Sociedade Martins Sarmento no Largo do Carmo com 104 alunos, sendo 14 de sexo feminino; apesar de ainda não haver a mobília necessária nem o material de ensino indispensável porque a ilustrada direção daquela benemérita Sociedade com o fim de facilitar a realização de tão importante melhoramento para a cidade de Guimarães cedeu provisoriamente do melhor grado uma das suas salas com toda a mobília e material de ensino de que podia dispor continuando aí a funcionar a cadei-ra de desenho até que, adquirido o material de ensino mais indispensável e obtida a mobília necessária, foi a Escola mudada para uma casa de aluguer sita na rua de Paio Galvão. Que nesta casa continuou a escola a funcionar até Outubro de 1885 sendo regularmente frequentada não só pelos alunos que compareceram no ato da inaugu-ração, mas ainda por outros, que depois se matricularam e que perfaziam ao todo o número de 153, dos quais 43 eram do sexo feminino. Que no decorrer do ano de 1885 se foi completando o pessoal de Escola Industrial sendo por Portaria de 27 de Abril nomeado o segundo guarda José Alves Correia e por ofício de 19 de Agosto de 1885 lhe fora participada a nomeação do servente António José Capela. Que em Maio fora aberto concurso no Instituto Industrial do Porto para o provimento de duas cadeiras vagas = Aritmética, geometria elementar e contabilidade industrial e química indus-trial. Que para a primeira destas duas cadeiras concorreram dois candidatos ficando deserto o concurso da cadeira de química. Que terminadas as provas públicas dos candidatos admitidos ao concurso para o provimento da cadeira de aritmética em 30 de Outubro de 1885 foi pelo júri que presidiu a este acto proposto o candi-dato o Snr. Joaquim José de Meira único que satisfaz a todas as provas sendo o mesmo por despacho de 23 de Dezembro de 1885 nomeado definitivamente professor daquela cadeira, e para a cadeira de química como não houvesse concorrentes fora pelo Governo nomeado provisoriamente por despacho de
  • 20. 20 Dezembro de 2014 ESCOLA SECUNDÁRIA FRANCISCO DE HOLANDA CELEBRA 130 ANOS Fig.3 23 de Dezembro de 1885 o Snr. António Emílio de Quadros Flores. Que logo que tivera conhecimento do despacho do Snr. Meira ele inspetor tratara de abrir a matrícula na cadeira de aritmética, que hoje deveria inaugu-rar- se e na qual se achavam matriculados 33 alunos. Que não poderá abrir a matrícula na cadeira de química pelo facto de não ter ainda a mobília neces-sária nem o material de ensino indispensável para se montar um laboratório químico, mas que já tinha feito as necessárias requisições. Que com relação à cadeira de desenho industrial a matrícula para o corrente ano letivo tinha sido aberta em Setembro de 1885 achando esta cadeira a funcionar com 145 alunos dos quais 51 são do sexo feminino. Terminada esta exposição acrescentou o Inspetor que, achando-se completo o pessoal da Escola e devendo ficar a funcionar desde já duas das suas ca-deiras, era necessário proceder-se à instalação definitiva da Escola Industrial Francisco d’ Hollanda e para isso tinha convocado todos os seus professores ali presentes a fim de que na conformidade do disposto no artigo 25 do re-gulamento geral das Escolas Industriais e de desenho industrial de 6 de Maio de 1884 se constituísse o Conselho escolar elegendo dentre si o diretor e o secretário. O Snr Professor de desenho António Augusto da Silva Cardoso pedindo a palavra propôs que o cargo de diretor fosse desempenhado pelo Snr. Joaquim José de Mei-ra, Professor definitivo da cadeira de Aritmética e o de secretário pelo Snr. António Emílio de Quadros Flores, professor provisório da cadeira de Química. Posta à vota-ção esta proposta e sendo aprovada o Inspetor declarou instalada a Escola Industrial “Francisco d’Hollanda” tendo por Diretor o Professor o Snr. Joaquim José de Meira, por secretário o Professor o Snr. António Emílio de Quadros Flores e por vogal o professor o Snr. António Augusto da Silva Cardoso e levantou a sessão da qual em seguida lavrei a presente ata que vai ser assinada por ele Inspetor e por todos os pro-fessores da Escola depois de lhes ser lida por mim António Emílio de Quadros Flores secretário que a escrevi. José Guilherme de Parada e Silva Leitão Inspetor Joaquim José de Meira António Augusto da Silva Cardoso António Emílio de Quadro Flores
  • 21. Dezembro de 2014 21 O BERÇO DA ESCOLA FRANCISCO DE HOLANDA Corria o ano de 1881, quando um grupo de vimaranenses decidiu que já era tempo da cidade prestar homenagem ao mais ilustre dos seus cidadãos, Francisco Martins Sarmento, o arqueólogo que desenterrou a Citânia de Briteiros e que, no último quartel do século XIX, atraíra para Guimarães as atenções dos estudiosos das raízes da cultura europeia. À partida, sabia-se que a missão não seria fácil, atendendo à personalidade reservada de Sarmento. O arqueólogo jamais aceitaria, como não aceitou, que lhe fizessem uma festa ruidosa ou lhe erguessem um monumento recordativo. Mas acabaria por aceitar que o seu nome fosse dado a uma associação que tivesse como finalidades a promoção e o desenvolvimento da instrução primária, secundária ou profissional no concelho. Assim nasceu a Sociedade Martins Sarmento, promotora da instrução popular no concelho de Guimarães. Os trabalhos dos dias iniciais da Sociedade Martins Sarmento centraram-se na criação de uma biblioteca pública e na procura de respostas para os problemas da instrução básica e secundária em Guimarães. A principal prioridade seria a criação de uma escola industrial, concretizando o projeto enunciado com força de lei na reforma do ensino industrial de 1864, mas nunca concretizado. Não tardaria muito para que a Sociedade Martins Sarmento se substituísse ao Estado, criando ela própria um instituto de ensino destinado a industriais (operários da indústria), que funcionaria na sua própria sede (à altura, na casa contígua ao palacete de Martins Sarmento, então pertencente aos viscondes de Pindela). As aulas iniciaram-se no dia 9 de janeiro de 1883, com os cursos de Desenho Profissional, concebido e ministrado pelo pintor e fotógrafo António Augusto da Silva Cardoso, e de Francês, que teria João Pinto de Queirós como professor. A Exposição Industrial de Guimarães, que a Sociedade Martins Sarmento viria a promover em 1884, serviria para acrescentar argumentos à defesa da urgência da criação de uma escola industrial. Em março daquele ano, o deputado Mariano de Carvalho apresentou uma proposta para a criação de uma escola de desenho industrial em Guimarães, que seria aprovada. A direção da Sociedade Martins Sarmento, ao agradecer ao deputado a iniciativa, não deixou de notar que “no estado atual das indústrias locais, a escola de desenho, só de per si, não satisfaz, como era para desejar, às necessidades delas, reconhecidas desde 1864 no Decreto que nesta data já indicava esta cidade como sede de uma escola industrial”. Uma escola de desenho não seria suficiente. Conjugando os seus esforços com outras instituições da cidade, não abandonaria o projeto da criação da escola industrial. A repercussão nacional da Exposição Industrial tornou evidente aos responsáveis políticos a justeza e a necessidade de tal ambição. A 3 de dezembro de 1884, o rei assinou um decreto que criava uma escola industrial em Guimarães. Dois dias depois, novo decreto batizava-a como Escola Industrial Francisco de Holanda. A aula inaugural aconteceria no dia 14 de janeiro de 1885, na mesma sala do rés-do-chão da casa da Sociedade Martins Sarmento e com o mesmo diretor e professor do curso da SMS, o pintor António Cardoso. A Escola Francisco de Holanda nasceu na Sociedade Martins Sarmento. António Augusto Amaro das Neves, Presidente da Direção da Sociedade Martins Sarmento de 2004 a 2013 e professor de História da ESFH.
  • 22. 22 Dezembro de 2014 A imprensa é, também, um espaço de memórias “O Comércio de Guima-rães”, fundado no ano de 1884, como “Periódico liberal, comercial, indus-trial e agrícola”, fazendo eco dos anseios dos vima-ranenses, sempre clamou pela criação da Escola In-dustrial Francisco de Ho-landa. Consultando as pá-ginas das suas edições de 1884, ano da fundação da escola, temos exemplos de textos de protesto, de reivindicação e regozijo face à prometida escola. Assim, podemos ler no nº 14 (22 de julho) de “O Comércio de Guimarães” a notícia de que estaria iminente a publicação em “Diário de Governo” do decreto da criação da Es-cola Industrial de Guima-rães (Fig. 1). Na página 2 do nº 20 (11 de agosto), sai a queixa de que o “de-cantado” decreto nunca mais vem (Fig. 2). Posteriormente, O Co-mércio de Guimarães publica a notícia, com o título de “Justiça” (Fig. 3), revelando que o governo incumbira o “excellen-tissimo snr. José Parada da Silva Leitão escolher a casa onde deve funcionar a escola de desenho in-dustrial”. Na página 1 do nº 40 (23 de outubro), O Comér-cio de Guimarães vinca a sua indignação face à de-mora da vinda da Escola Industrial de Guimarães. Sob o título “Indifferen-tismo dos Governos para com Guimarães”, publi-ca “Guimarães, a patria de aguerridos e denoda-dos guerreiros, de vultos Fig.2 venerandos, de heroes preclaros que, em tem-pos saudosos e gloriosos do passado, exaltaram e exalçaram o nome portu-guez nas assignaladas e bem feridas pugnas dos campos da batalha, nos certames das sciencias e das artes, no tirocínio das industrias. – Guima-rães, este padrão de glo-rias portuguezas, esta joia preciosa da corôa de Portugal, está votada ao Fig.1 abandono, ao ostracismo, ao indifferentismo. Todos os governos fitam seus olhares complacen-tes e gratos sobre Gui-marães quando teem de mendigar-lhe uma obse-quidade, um sacrifício ou um deputado de feição governamental para com o seu voto applaudir e approvar os vexames go-vernativos e as imposi-ções tributarias; quando porém Guimarães precisa do mais pequeno melho-ramento, quando pede a mais insignificante cousa que imaginar-se possa, esses governos olham com desdem, com indiffe-rença, e com a mais negra ingratidão voltam-lhe as costas. (…) Prometteram-nos uma Escola Industrial; e nada! (…)” Na página 1 do nº 54 (15 de dezembro), O Comér-cio de Guimarães publica o seu regozijo. Finalmente o “decantado” decreto da criação da Escola Indus-trial tinha sido publicado no Diário do Governo. Com o título de “A ESCO-LA INDUSTRIAL” publica o seguinte artigo: ‘«O Commercio de Gui-marães, conservando-se alheio a qualquer filiação partidaria, que não sejam das conveniências locaes e das grandes medidas de interesse commum louva-rá em uns e outros o que em cada um houver de louvavel, em pregando to-dos os seus esforços, para que uma parcella do po-der central vele pela pros-peridade da terra que lhe é berço, e por tudo que directa e indirectamente, possa influir no aumento d’essa prosperidade. Art. prog. do Commercio de Guimarães Estão satisfeitas as aspira-ções de Guimarães. A escola industrial que tantas vezes nos trouxe ao campo da discussão, foi enfim decretada pelo governo. Desde que desfraldamos a nossa bandeira jornalís-tica, jamais deixamos de pugnar pela prosperidade da nossa terra, ora pe-dindo o primeiro pão do espirito profissional para os operarios, como muito bem disse um nosso colle-ga, ora lembrando melho-ramentos de reconhecida utilidade publica. Vilipendiada, engeitada e despresada a cidade de Guimarães pelos pode-res publicos, pertencia a nós, filhos queridos d’este solo glorioso e historico, visto que nos achavamos na imprensa, levantar a luva, e combater a todo o transe o maldito sello da roda! Na lucta, seriamos algu-mas vezes violentos, mas a causa santa que advo-gamos, o amor de devota-mos á nossa terra, absol-ve- nos d’esse sacrilegio, que comettemos. Em observação d’essa par-te do nosso programma, que encima este artigo, não podemos deixar de inscrever n’este momento os nomes dos cavalheiros, a quem devemos a nossa escola industrial, Francis-co de Hollanda. São elles: os exm.ºs srs. Conde de Margaride, Francisco Ri-beiro Martins da Costa e João Ferreira Franco Pinto Castello Branco. Também não devemos es-quecer o nome do exmoº sr. Marianno de Carvalho, a quem devemos a escola de desenho. O nosso preito a estes ca-valheiros. Em seguida apresenta-mos o decreto pelo qual foi creada a escola indus-trial n’esta cidade.” Fig.3