1. Nº 61 Dezembro de 2014 AE Francisco de Holanda
50 cêntimos
130 Anos da
Escola Francisco de
Holanda p.16
Encontro de Mãos
Dadas p.11
Pobreza: erradica-ção
e reflexos p.6
Eleições do
Conselho Geral e da
Associação de
Estudantes p.3
Prémio Selo
Europeu p.4
Projeto
Internacional
Clima@EduMedia p.5
Como é que vamos
de leitura... p.25
2. 2 Dezembro de 2014
EDITORIAL
Escola
Francisco
de Holanda –
130 anos a educar
em cidadania
A Escola Secundária Fran-cisco
de Holanda e, com
ela, as demais escola do
Agrupamento celebram
130 anos a educar em ci-dadania.
As escolas JI/EB1 de San-ta
Luzia, EB1 da Pegada e
EB2/3 Egas Moniz devem
ser, também, chamadas
para a celebração, pois
nos seus anos de exis-tência
educaram, tam-bém,
para o exercício da
cidadania. Além do mais,
não podemos ignorar
que, na segunda metade
do século dezanove, os
vimaranenses, quando
reclamavam pela criação
da escola industrial, rei-vindicavam
pela instrução
pública em geral. Por ou-tro
lado, não podemos es-quecer
que o correspon-dente
ao 2º e 3º Ciclos do
Ensino Básico que, hoje,
temos na Escola Egas Mo-niz,
chegou a ser dado na
Escola Comercial e Indus-trial
de Guimarães.
Note-se que na Escola
Industrial e Comercial
de Guimarães - a trigési-ma
terceira concluída do
1.º Plano de Fomento do
governo de António Oli-veira
Salazar- permane-cendo
nas antigas instala-ções
da Quinta Proposto,
adaptadas e ampliadas
em 1959, passaram a ser
ministrados os cursos do
Ciclo Preparatório, de Te-celão-
Mecânico, de Fian-deiro,
de Comércio, de
Serralheiro, de Costura e
Bordados para uma po-pulação
escolar de 1.000
alunos. Só mais tarde,
com o alargamento da
escolaridade obrigatória
para seis anos e a
expansão do 2º ciclo do
ensino básico (Reforma
Veiga Simão) é que
se sentiu a urgência
de construir novas
escolas, estritamente
vocacionadas para o
Ensino Preparatório. Por
isso, faz todo o sentido
que todas as escolas do
Agrupamento Francisco
de Holanda se associem
à festa da celebração dos
130 anos a educar em ci-dadania.
Devem ser todas convoca-das
para uma apurada re-flexão
sobre o educar em
(para) a cidadania, pois
se a educação começa no
berço, a educação para os
valores (respeito pelo ou-tro,
pela diferença, a res-ponsabilidade,
o espírito
de iniciativa, a partilha,
a solidariedade,…), em
contexto escolar, começa
no jardim de infância. Por
outras palavras, a escola
deve preocupar-se cada
vez mais em ensinar e de-senvolver
competências
sociais - como, por exem-plo,
ser responsável, com-preendendo
e atuando de
acordo com obrigações
éticas e legais; preocupar-
-se com os outros; mos-trar
empatia; respeitar os
outros, tratando-os com
simpatia e compaixão; es-tabelecer
relações saluta-res
com os indivíduos e o
grupo; procurar soluções
para os conflitos que sa-tisfaçam
os interesses de
todos os envolvidos; igno-rar,
e não produzir, pro-vocações;
pedir e aceitar
ajuda - de forma a tornar
os seus alunos mais ca-pazes
na autorregulação
emocional e social.
Assim, estará a formar
cidadãos capazes de se
integrarem na socieda-de,
de fazerem um bom
trabalho nas empresas e
constituir famílias sadias,
sem violência doméstica,
sem crimes.
Assim, abre caminhos
para a construção de uma
sociedade mais culta e
mais sábia. Parabéns Es-cola.
Viva a Escola.
Os Coordenadores
do Encontro
Ficha Técnica:
Coordenadores:
António Oliveira,
Agostinho Ferreira,
Helena Ferreira
Paula Marinho
Redação:
Agostinho Ferreira,
António Oliveira,
Helena Ferreira,
Paula Marinho,
Ana Lage (11LH3)
Ana Silva (12LH1)
Anabela Mendes
(12LH4)
André Marques (10AV2)
Ângela Moura (11LH3)
Carina Baptista (11CT2)
Cláudia Coelho (11CT2)
Inês Fernandes (11CT2)
João Xavier (12 LH3)
João Pinto (11CT2)
Margarida Machado
(11CT7)
Maria Inês Faria
(11CT2)
Sofia Macedo (10 CT2)
Petra Carneiro (12CT6)
Teresa Silva (11CSE1)
Verónica Gomes (12
CSE1)
Revisão Ortográfica:
Professores António
Oliveira e Agostinho
Ferreira
Maquetagem –
Professora Helena Fer-reira
Cartoons: Professores
Viana Paredes e José
Falcão
Fotografia: Sr. Cunha
Propriedade: AE Fran-cisco
de Holanda
Impressão: Gráfica
Diário do Minho
Tiragem : 500 exem-plares
Depósito Legal:
49073/91
3. Dezembro de 2014 3
No dia 5 de novembro
decorreram as eleições
dos representantes do
pessoal docente e do pes-soal
não docente para o
Conselho Geral do Agru-pamento
de Escolas Fran-cisco
de Holanda. Houve,
apenas uma lista candi-data
para os representan-tes
do pessoal docente,
liderada pelo professor
Rui Vítor Costa, que, num
universo de 144 votantes,
obteve 128 votos a favor,
fazendo eleger os profes-sores
Rui Vítor Poeiras
Lobo da Costa, António
Oliveira Alves de Sousa,
António Augusto Almeida
Amaro das Neves, Maria
da Conceição Mendes Pa-checo
Lima, Isabel Maria
Silva Almeida Carvalho,
Ricardo Manuel Farias
Garrido, Filomena de Je-sus
Sales Silva e José Abí-lio
Vieira Alves Ferreira.
De igual modo, para os re-presentantes
do pessoal
não docente, apenas, se
apresentou uma lista a
sufrágio, liderada pela
assistente técnica Anabe-la
Martins dos serviços
administrativos da Escola
sede, que obteve 44 vo-tos
a favor, num total de
54 votantes. Na qualida-de
de representantes do
Pessoal não Docente fo-ram
eleitos Josefina Ana-bela
Nogueira Martins e
Graciete de Jesus Fernan-des
Carvalho.
Os representantes dos
alunos dos alunos são
Diogo Gonçalves e Rute
Ferreira. Os represen-tantes
dos pais/encarre-gados
de educação indi-cados
pelas respetivas
associações e eleitos em
assembleia de pais/en-carregados
de educação
são Francisco José Alves
Ferreira e José Teixeira
Ribeiro (Escola Secundá-ria
Francisco de Holanda),
Daniela Arminda Pereira
Carneiro (EB2/3 de Egas
Moniz) e Alfredo Meireles
Pereira (EB1/JI de Santa
Luzia e Escola EB1 da Pe-gada).
Os representantes da au-tarquia,
indicados pela
Câmara Municipal de Gui-marães,
são Adelina Paula
(vereadora do pelouro da
Educação) e Helena Pinto.
No dia 24 de novembro,
foi feita a primeira reu-nião,
onde os eleitos e os
indicados pelos órgãos
competentes tomaram
posse e deliberaram, por
unanimidade, cooptar
as seguintes instituições,
representantes dos inte-resses
económicos e cul-turais
da cidade: Socie-dade
Martins Sarmento,
Associação Comercial e
Industrial de Guimarães
e Universidade do Minho.
Este Conselho Geral exer-cerá
funções durante os
próximos quatro anos. No
exercício das suas compe-tências
terá a responsabi-lidade
de aprovar os pla-nos
e relatórios de gestão
e administração escolar,
assim como os documen-tos
mais importantes de
regulação da vida escolar.
Anabela (12LH4)
Ana Lage (11LH3)
Nos dias 6, 7 e 8 de outu-bro
realizou-se na nossa
escola a campanha para
as eleições dos corpos
gerentes da Associação
de Estudantes para o ano
letivo de 2014-2015.
As eleições foram dispu-tadas
entre as listas M e
W, tendo como presiden-tes
Diogo Gonçalves e
Henrique Pinto de Mes-quita,
respetivamente.
Durante os três dias de
campanha, as listas opo-sitoras
proporcionaram
momentos de diversão e
confraternização aos alu-nos,
incutindo um espírito
de entreajuda e fair play
entre os mesmos. Após o
dia da reflexão foram rea-lizadas
as eleições. Num
total de 1651 eleitores,
votaram 748 alunos, ten-do
vencido a lista M com
402 votos.
Assim, a Direção da As-sociação
de Estudantes
ficou ao cargo da lista M,
sendo Diogo Gonçalves o
presidente e Rute Ferreira
a vice-presidente.
Diogo Gonçalves é o novo
Presidente da Direção da
Associação de Estudan-tes.
Com ele, marcamos
Encontro, de que resul-tou
um testemunho e
quiçá uma perspetiva.
Encontro: Diogo, o que é
que te levou a te candi-datares
à Associação de
Estudantes?
Diogo: O que me levou a
candidatar foi uma neces-sidade
de melhorar aquilo
que a Associação de Estu-dantes
desenvolvia na es-cola
e melhorar todas as
atividades por ela propos-tas,
a todos os níveis.
Encontro: Qual é a tua
opinião sobre a Vice Pre-sidente
e a restante equi-pa
da AE?
Diogo: A nossa equipa
é maravilhosa, todas as
pessoas estão bastante
empenhadas em todas
as atividades. A “minha”
vice é qualquer coisa de
outro mundo, é das pes-soas
que mais trabalha e
sem ela nada era possível.
Encontro: Que projetos e
objetivos tem a nova di-reção
da Associação de
Estudantes?
Diogo: Nós temos vários
projetos e temos isso
num Plano de Ativida-des.
Já desenvolvemos
algumas atividades, mas
ainda vamos desenvolver
muitas mais.
Encontro: Como é que ca-racterizas
o ambiente da
campanha?
Diogo: Foi incrível, nunca
houve nada assim, nun-ca
houve tanta amizade
entre as listas. Nenhuma
campanha foi tão amigá-vel
e com tanto fair-play
como esta. Com os alu-nos
da minha lista foi um
ambiente espetacular, e
não há nada como estar
presente numa lista para
saber o que é que se pas-sa
lá e penso que também
na outra lista foi o mes-mo.
Encontro: O que é que
pensas acerca do sistema
educativo? E o que é que
mudarias?
Diogo: O facto do sistema
educativo ser obrigatório
é o maior ponto fraco. As
pessoas deviam ser ensi-nadas
a ser ensinadas e
não a serem obrigadas a
estudar.
Encontro: Estavas à espe-ra
deste resultado?
Diogo: Sim, eu estava
muito confiante.
Encontro: Achas que os
estudantes se fazem ou-vir
tanto na escola como
a nível nacional?
Diogo: A nível regional,
acho que aqui em Gui-marães
temos uma voz
um pouco fraca, quando
nos comparamos a outros
distritos. Mas penso que
também é trabalho da
direção da AE mudar ou
tentar mudar isso.
Encontro: Comparativa-mente
com os anos ante-riores,
achas que a nova
direção da Associação de
Estudantes já se está a fa-zer
ouvir?
Diogo: Penso que sim.
É essa a nossa ideia, nós
queremo-nos fazer ouvir
e propor atividades para
os alunos para melhorar
em todos os sentidos a
qualidade de estudo de-les.
Perguntas sobre as pre-ferências
do novo presi-dente.
DJ preferido: Alesso
Filme preferido: Qual-quer
um a saga do Super-
-Homem.
Frase que o inspira: “Se
as portas da perceção
estivessem limpas, tudo
pareceria ao homem tal
como é: infinito.»
Super herói que seria:
Batman
Personagem televisiva
com quem trocaria de
vida: Barney Stinson
Google images
Rute Ferreira e Diogo Gonçalves
Lista M
Lista W
ELEIÇÕES DO
CONSELHO GERAL
ELEIÇÕES DA ASSOCIAÇÃO DE
ESTUDANTES
4. 4 Dezembro de 2014
PROJETO DO AEFH VENCE SELO EUROPEU PARA AS LÍNGUAS
O Projeto “Comenius”
com a colaboração do
jornal Encontro venceu
o prémio Selo Europeu
para as Línguas 2014.
Para saber todos os de-talhes
sobre o concurso
o Encontro contactou a
professora Coordena-dora
Cristina Pereira.
Encontro: O que é o Selo
Europeu para as Iniciati-vas
Inovadoras na Área
do Ensino/Aprendizagem
das Línguas?
Professora Cristina Pe-reira:
“Encorajar mais
pessoas a aprender mais
línguas tem uma impor-tância
óbvia para a União
Europeia, não apenas
por razões de ordem co-mercial
e industrial do
mercado único, mas tam-bém
para que se promo-va
uma compreensão
mútua e se ajude a criar
uma cidadania europeia.
É, pois, importante dar
visibilidade a projetos
inovadores e bem-sucedidos
no campo do
ensino/aprendizagem das
línguas, e encorajar uma
adoção mais alargada
dessas abordagens. Esta
é a meta da Comissão
Europeia ao propor
a criação de um Selo
Europeu. Pretende-se que
este selo de qualidade
funcione como um reco-nhecimento
do progresso
conseguido por qualquer
iniciativa europeia na
área da aprendizagem das
línguas, por modesta que
seja, tendo-se em conta
as circunstâncias de parti-da.”
(Preâmbulo do Regu-lamento
do Concurso)
Encontro: Como proce-deu
à candidatura a este
projeto?
Professora Cristina Pe-reira:
O selo é atribuído
anualmente a um núme-ro
limitado de projetos
em cada país participan-te,
selecionados por jú-ris
nacionais. Qualquer
iniciativa, no contexto
do ensino/aprendizagem
de línguas da União Eu-ropeia,
ao longo da vida,
é elegível. No âmbito do
projecto «Selo Europeu
para as Iniciativas Ino-vadoras
na Área do En-sino/
Aprendizagem das
Línguas», puderam ser
apresentadas candidatu-ras
para o ano de 2014,
através do preenchimen-to
de formulário próprio,
disponível na Internet em
http://www.proalv.pt/
erasmusmais.
Encontro: Quais as princi-pais
caraterísticas do pro-jeto
escolar “Comenius-
-“21st Century Hazards”?
Professora Cristina Pe-reira:
Este projeto mul-tilateral,
“The 21st Cen-tury
Hazards”, assentou,
fundamentalmente, na
pesquisa, no estudo e na
construção de suportes
didáticos e metodológicos
que visavam enriquecer a
consciência crítica sobre
as ameaças naturais do
século XXI. Envolveram-
-se alunos, jovens (10- 19
anos) e professores (Geo-grafia,
Biologia, Química,
Psicologia, Português,
Inglês e Educação Física),
correspondendo a um
rácio de participação de
alunos nas mobilidades
(14) em relação ao núme-ro
de professores envol-vidos
(10) num trabalho
de colaboração transdis-ciplinar,
confluindo para o
desenvolvimento de dife-rentes
atividades, produ-tos
e resultados. O curso
“21st Century Hazards”,
em formato de papel e
digital, corresponde ao
produto final do projeto,
havendo outros: um guia
com atividades práticas
sobre o estudo dos im-pactos
das ameaças, um
guia de primeiros socor-ros
em formato impresso
e digital, uma webpage
do projeto (www.cast-co-menius.
ro), a qual remete
para os estudos, as análi-ses,
o curso e os conteú-dos.
A construção destes
produtos e todo o traba-lho
subjacente revelou-se
profícua ao nível da pro-ficiência
linguística, real-çando-
se, acima de tudo,
a manutenção da con-fiança
dos alunos ao per-mitir
tarefas de oralidade
em grupo. Neste projeto,
foram consideradas as
prioridades europeias re-lacionadas
com: a contex-tualização
da realidade da
União Europeia; a promo-ção
da aprendizagem e da
diversidade linguística; a
partilha, o conhecimento
e a combinação de dife-rentes
culturas; o desen-volvimento
da cidadania
europeia.
O valor acrescentado ob-tido
pela escola com a
sua participação nesta
parceria permitiu a pro-fessores
e a alunos ope-racionalizarem
um con-junto
de dimensões que
enriqueceram as suas
competências. A mais de-senvolvida
e trabalhada
foi a oralidade, envolven-do
os alunos ativamente
numa comunicação com
sentido e em diferentes
contextos demonstrando
assim, progressivamente,
as competências comuni-cativas
desenvolvidas. As
apresentações específicas
dos vários temas levaram
muitos alunos a trabalhar
a sua eficiência comunica-cional,
a valorizar a orali-dade
e a estarem muito
mais recetivos e partici-pativos,
reconhecendo a
mais-valia das línguas
estrangeiras no terreno.
Os alunos adquiriram du-rante
este processo uma
base sólida para o con-texto
da produção oral de
língua estrangeira, o que
exemplifica esta iniciativa
global de dar resposta às
necessidades dos alunos.
As metodologias e abor-dagens
pedagógicas forja-ram-
se por via de uma co-laboração
orientada para
a construção de um saber
transdisciplinar e partilha-do
(os alunos descobrem
e aprendem por si), de
uma pedagogia compar-tilhada,
inspirá-los com
afecto para o ambiente,
encorajando os alunos
no estudo das línguas
estrangeiras, encarando-
-as como indispensáveis
meios do desenvolvimen-to
sociocultural.
O domínio pedagógico
transcurricular contri-buiu
para uma atuação
educativa que deu voz à
criatividade, ajudando
a desenvolver o próprio
empreendedorismo dos
alunos, tendo estes, a
nível interno, criado um
DVD sobre a semana de
trabalho em Portugal, fil-mando
e apresentando a
sua cidade e a sua escola.
Os alunos recorreram a
um género musical para
expressar as preocupa-ções
das ameaças natu-rais
do século 21, o Rap
”21st Century Hazards”,
validando, mais uma vez,
as suas competências co-municativas
nas línguas
estrangeiras. O DVD tes-temunha,
também, o al-cance
de todo o trabalho
realizado ao nível da pro-sódia
na língua estrangei-ra,
nomeadamente visível
nas apresentações orais
formais.
Encontro: Ficou sur-preendida
com a atribui-ção
do prémio?
Professora Cristina Perei-ra:
Tinha consciência de
que tínhamos um proje-to
muito forte, acima de
tudo pelo facto de haver,
a nível interno, uma for-tíssima
colaboração entre
o projeto “21st Century
Hazards” e o jornal esco-lar
Encontro, principal-mente
no que diz respei-to
à edição especial, que
participou no concurso
de jornais escolares em
2012/2013, “A Europa no
Futuro”, promovido pelo
Projeto Público na Escola
e pela Rede de Bibliote-cas
Escolares, em Parceria
com o Gabinete de Infor-mação
do Parlamento Eu-ropeu
em Portugal.
Encontro: Onde e como
será a entrega do pré-mio?
Professora Cristina Pe-reira:
O prémio será en-tregue
em Lisboa, sendo
a cerimónia integrada na
conferência internacional
“Multiculturalismo, com-petitividade
e mercados
de trabalho”, nos dias 4 e
5 de dezembro.
Encontro: Qual a impor-tância
do jornal “Encon-tro”
na divulgação do
projeto?
Professora Cristina Pe-reira:
A sua importância
revestiu-se de um caráter
inestimável. Constituiu a
ponte de contacto com a
comunidade educativa,
não só a nível local como
nacional, indo, inclusive,
além fronteiras. É muito
importante dar a conhe-cer
à comunidade educa-tiva
o que está a ser feito,
pois o que faz sentido, o
que cria riqueza é um in-vestimento
em termos de
perpetuação de um tra-
5. Dezembro de 2014 5
Jornal Encontro...
...em Projeto
Internacional
Clima@EduMedia
...uma História
de Prémios
Clima@EduMedia ensi-na
alterações climáticas
às escolas portugue-sas
através dos média
O Encontro aceitou o
convite para colaborar
com a Faculadade de
Letras da Universidade
do Porto na candidatu-ra
a um projeto interna-cional.
Clima@EduMe-dia.
Essa candidadtura
foi aprovada ficando
em primeiro lugar na
seriação .
O projeto “Clima@Edu-
Media”, desenvolvido
ao abrigo do Programa
“AdaPT” pela Faculdade
de Letras da Universidade
do Porto (FLUP), pretende
educar os estudantes de
30 escolas do país para
o tema das mudanças do
clima, através do uso dos
média.
José Azevedo, docente da
FLUP, investigador do CE-TAC.
MEDIA e coordena-dor
do projeto, refere que
“a generalização do aces-so
às tecnologias digitais
abriu um vasto leque de
possibilidades de inova-ção
no que toca a relação
dos média com a aprendi-zagem.”
O desafio do “Clima@
EduMedia” “não é ape-nas
produzir conteúdos
mediáticos estimulantes
sobre as alterações climá-ticas,
mas também pos-sibilitar
estratégias onde
os alunos possam apren-der
através do próprio
processo de produção. A
investigação mostra que
proporcionar aos estu-dantes
um espaço onde
possam adicionar a sua
voz à discussão pública
sobre as alterações cli-máticas
tem um impacto
positivo no envolvimento
dos mesmos com o co-nhecimento
científico so-bre
o tema, e ajuda a criar
uma consciência crítica
sobre essas alterações
fora do contexto de sala
de aula”, refere.
O projeto “Clima@Edu-
Media” é multidiscipli-nar,
nele colaborando as
Faculdades de Letras e
de Ciências da U.Porto,
bem como a sua Unidade
de Novas Tecnologias na
Educação. De ressaltar a
participação de 30 esco-las
portuguesas de todo o
país e ainda uma parceria
com a Universidade da Is-lândia.
O Programa “AdaPT” foi
criado com o objetivo de
apoiar financeiramen-te
a atuação em matéria
de “Adaptação às Altera-ções
Climáticas” em Por-tugal,
e o seu desenvol-vimento
foi guiado pelos
termos estabelecidos no
“Memorando de Enten-dimento”
assinado entre
Portugal, Noruega, Islân-dia
e Liechtenstein, no
âmbito do Mecanismo
Financeiro do Espaço Eco-nómico
Europeu (MFEEE/
EEA-Grants).
Na “história” dos 130
anos da Escola Secun-dária
Francisco de Ho-landa,
está inserido
o percurso do jornal
Encontro, destacando-
-se a atribuição dos se-guintes
prémios:
2001/2002 – 1º lugar, no
escalão das Escolas Se-cundárias,
no Concurso
Nacional de Jornais Esco-lares
(Público na Escola);
2002/2003 – 2º lugar (ex-
-aequo) no escalão das
Escolas Secundárias, no
Concurso Nacional de Jor-nais
Escolares (Público na
Escola);
2003/2004 – , recebeu o
prémio de melhor Jornal
de entre todos os premia-dos,
no Concurso Nacio-nal
de Jornais Escolares
(Público na Escola);
2006-2007 - Menção
Honrosa no Concurso
Nacional de Jornais Esco-lares
(Público na Escola)
e o 2º lugar no Concurso
Regional de Jornais Es-colares,
promovido pelo
Gabinete de Imprensa de
Guimarães.
2008-2009 - 3º lugar,
ex-aequo, (2º escalão:
prémio para jornais de
escolas secundárias e pro-fissionais)
no Concurso
Nacional de Jornais Esco-lares
(Público na Escola).
2010 – 2011 – Prémio de
melhor Grafismo e Car-toon
no Concurso Nacio-nal
de Jornais Escolares
(Público na Escola);
2012-2013 – 1º lugar no
Concurso Nacional de Jor-nais
Escolares em suporte
digital (Público na Escola)
O jornal Encontro, no
primeiro ano em que
concorreu ao Concurso
Nacional de Jornais Es-colares,
promovido pelo
projeto Público na Escola,
no ano de 2002, ganhou
o 1º prémio, no escalão
das Escolas Secundárias.
O prémio foi de 3.700 €.
No ano de 2003, o Encon-tro
recebeu o 2º prémio
(ex-aequo), com o valor
de 1.250€.
No ano de 2004, recebeu
o prémio de melhor Jor-nal
de entre todos os pre-miados
no ano anterior.
O valor do prémio foi de
1.250€.
No ano de 2013 o prémio
foi a participação numa
sessão Euroscola no Par-lamento
Europeu em Es-trasburgo.
balho iniciado por alunos,
por professores e que
esse mesmo trabalho seja
herdado e moldado aos
novos tempos pelas gera-ções
seguintes.
Encontro: Conside-ra
que estas inicia-tivas
fomentam a
motivação na apren-dizagem
das línguas?
Professora Cristina Perei-ra:
Evidentemente. Equa-cionar
uma educação/
formação sem adquirir-mos
uma determinada
proficiência em algumas
línguas é aceitarmos
gratuitamente uma des-vantagem
em termos de
competitividade. Os alu-nos
necessitam de traba-lhar
a sua eficiência co-municacional,
de valorizar
a oralidade e de estarem
muito mais recetivos e
participativos, reconhe-cendo
a mais-valia das
línguas estrangeiras no
terreno. Estas iniciativas
criam esse quadro real,
contextos reais de neces-sidade
e imposição comu-nicacional.
Encontro: Qual a sua opi-nião
sobre a participação
em projetos europeus?
Professora Cristina Perei-ra:
É um enriquecimento
incalculável. Durante
o projeto testemunhei
mudanças nos próprios
alunos. Cresceram como
pessoas e como alunos.
Muitos aprenderam a
valorizar as competências
que tinham, mas que
nunca evidenciaram,
principalmente em
termos comunicacionais.
Outros descobriram
capacidades que
desconheciam. Mas o mais
enriquecedor foi assistir e
fazer parte de toda uma
comunicação e vivência
interculturais que nos
torna necessariamente
mais ouvintes, mais fle-xíveis,
mais tolerantes
,mais “nós” do que “eu”,
pois, afinal, acabamos por
descobrir que temos to-dos
as mesmas preocupa-ções,
os mesmos sonhos,
as mesmas aspirações.
Participar em projetos eu-ropeus
é indubitavelmen-te
uma mais- valia para a
construção, em primeiro
lugar, do “eu” e, em se-gundo,
de uma “identida-de”
europeia.
Encontro: Como avalia
o envolvimento dos alu-nos,
professores e Agru-pamento
no projeto pre-miado?
Professora Cristina Pe-reira:
Foi um privilégio
fazer parte desta equipa
(professores e alunos). A
equipa foi sempre alvo de
elogios rasgados, pelo seu
empenho, pelo seu pro-fissionalismo,
pela sua ri-queza
comunicativa e pela
sua proficiência linguísti-ca.
Os alunos do projeto
souberam sempre repre-sentar
a sua escola, a sua
cidade e o seu país. Ques-tionavam-
nos acerca dos
métodos utilizados para
se ter uma relação de tra-balho
tão positiva entre
professores e alunos…e a
resposta assentava e as-senta,
necessariamente,
no projeto educativo do
Agrupamento. Quando se
respeita e se confia quer
na classe discente, quer
na classe docente, quan-do
se verifica uma forte
colaboração entre vários
projetos (projeto, jornal
da escola), validada pelos
preciosos contributos da
comunidade educativa,
então, estão reunidos to-dos
os ingredientes para
o que todos procuramos:
crescer individual e cole-tivamente
e fazer render
a longo prazo esse cres-cimento,
deixando uma
incomensurável herança.
6. 6 Dezembro de 2014
DIA INTERNACIONAL PARA A ERRADICAÇÃO DA POBREZA
João Xavier,12LH3
Os alunos da Escola Se-cundária
Francisco de
Holanda, por iniciativa da
Equipa da Biblioteca, par-ticiparam,
mais uma vez,
nas atividades que assina-laram
o Dia Internacional
para a Erradicação da Po-breza,
que se comemora a
17 de outubro. Este ano,
entre as 11.30 e 12.30 ho-ras,
deram as mãos aos
seus colegas, estudantes
da Escola Secundária Mar-tins
Sarmento e da Escola
Profissional Profitecla
(polo de Guimarães), para
formar um cordão huma-no
na zona envolvente do
Estádio D. Afonso Henri-ques,
com a solicitação
do cumprimento de um
minuto de silêncio. A ini-ciativa,
promovida pela
EAPN – Rede Europeia
Anti-Pobreza que, desde
2010, tem vindo a mobili-zar
a sociedade para com-bater
a pobreza e exclu-são
social, teve, também,
a adesão do Município de
Guimarães. Com o objeti-vo
de suscitar a reflexão,
procedeu-se à leitura do
“Manifesto contra a Po-breza”.
É necessário erra-dicar
a pobreza, mas, se-gundo
a União Europeia,
“Portugal é o país onde há
mais desigualdade entre
ricos e pobres.” No mes-mo
sentido, as estatísticas
indicam que um em cada
cinco portugueses vive no
limiar da pobreza.
Com o intuito de saber-mos
mais sobre o sentido
do Dia Internacional para
a Erradicação da Pobre-za,
o jornal “Encontro”
entrevistou a professora
Manuela Paredes, coor-denadora
da Biblioteca da
Escola Francisco de Ho-landa.
Encontro - De onde sur-giu
a ideia para esta ati-vidade
da erradicação da
pobreza?
Professora Manuela Pa-redes
- Em 2009 a Oikos,
representante da “Glo-bal
Call To Action Against
Poverty (GCAP)”, lançou
o desafio às escolas para
se juntarem ao movimen-to
"The World We Want",
através da campanha
denominada “Pobreza
Zero”. Assim iniciou esta
manifestação pelo “Mun-do
que Queremos”. A nos-sa
atividade denominou-
-se: “Levanta-te contra a
Pobreza-2009” e, como já
referi, integrou-se numa
proposta nacional (ela
mesma fazendo parte da
proposta dos grandes lí-deres
mundiais), com o
objetivo de pressionar
esses líderes para cumprir
a promessa feita de erra-dicar
a pobreza (Objetivos
para o Desenvolvimento
do Milénio).
A atividade teve lugar no
Pavilhão Francisco de Ho-landa,
no dia 16 de Ou-tubro
de 2009. A adesão
da escola refletiu-se na
presença de 920 pessoas,
contribuindo para alertar
quer os presentes, pois
muitos deles desconhe-ciam
a iniciativa e a sua
importância, quer os ou-tros
países, aos quais o
nosso se juntou.Nos anos
seguintes, continuamos a
unirmo-nos a esta causa,
pois somos cidadãos do
mundo e, às vezes, é pre-ciso
lembrar os “adorme-cidos”
que é preciso agir,
tomar posição e mostrar
que não esquecemos as
promessas feitas pelos
grandes líderes mundiais.
A escola tem esse dever:
formar cidadãos e esta é
uma das formas de o fa-
zermos.
Encontro- Qual o princi-pal
objetivo da iniciativa?
Professora Manuela - O
objetivo principal é mos-trarmos
que os jovens
não estão insensíveis ao
que se passa no mundo.
Por outro lado, apesar de
se tratar de uma iniciati-va
simbólica, a verdade
é que, quando milhões
de pessoas, em todo o
mundo, se juntam, de-monstram
o poder de or-ganizações
da sociedade
civil, em torno de um ob-jetivo
comum. Este gesto
mostra a força da união,
na luta contra a pobreza
e a desigualdade. E nós
queremos que os nossos
jovens façam parte desta
sociedade ativa e inter-ventiva.
Encontro - Acha que os
alunos da nossa escola fi-caram
sensibilizados?
Professora Manue-la
- Quando aderimos
à iniciativa em 2009, os
jovens mostraram-se sen-sibilizados.
O facto de nos
encontrarmos em 2014
e continuarmos com a
iniciativa prova que se
verifica uma mudança
de atitude dos nossos jo-vens.
Como referiu a Drª
Adelina Paula, presente,
este ano, no evento, esta
iniciativa não é um conví-vio
ou uma forma de não
ter aula. É uma iniciativa
séria, por uma causa que
nos diz respeito a todos.
A atitude dos jovens, ao
longo dos anos, tem reve-lado
esse respeito, depois
cabe aos professores, aos
pais, refletir sobre o que
foi dito. Se nos deixar-mos
pelo momento e não
refletirmos sobre o que
ouvimos, então de pouco
terá valido. No entanto,
eu acredito que essa re-flexão
se faz e que se dá
lugar ao debate.
Encontro - Existiu alguma
dificuldade na realização
desta atividade?
Professora Manuela -
Um evento deste género
nunca é muito fácil, mas
este ano, nós fomos con-vidados
a participar na
iniciativa organizada pela
Escola Profissional Profi-tecla
– polo de Guimarães
(como fizéramos anos an-tes).
A responsável pela
organização do evento foi
a professora Sara Garcia,
com quem trabalhei co-laborativamente.
Coube-
-me convidar os profes-sores,
que são sensíveis
a estas causas, acompa-nhando
os seus alunos
para que todos pudessem
estar presentes e unidos
por esta causa humani-tária.
Reitero que todos
foram recetivos e, como
sempre, contamos com o
apoio da Diretora da nos-sa
escola, Drª Rosalina Pi-nheiro.
Encontro - Acha que
atualmente se estão a
perder ou a aumentar os
princípios de solidarieda-de
neste tipo de causas?
Professora Manuela -
Penso que numa socieda-de
em que cada um vive
para si mesmo, esque-cendo
os valores que a
norteiam, é reconfortante
ver que os jovens, quan-do
chamados a agir neste
tipo de causas, se revelam
solidários e sensíveis. São
estas atitudes que me fa-zem
acreditar que a mi-nha
profissão vale a pena
e que se cada um fizer um
pequeno gesto para aju-dar
o outro, se conseguirá
continuar a acreditar no
ser humano.
Guimarães Digital
Guimarães Digital
Guimarães Digital
Guimarães Digital
7. Dezembro de 2014 7
Reflexos da pobreza no
Agrupamento Escolas Francisco de Holanda
Verónica Gomes, 12CSE1
“23 de outubro de 2014
Esta quinta-feira é dia de
greve dos alunos do ensi-no
secundário.
Em Guimarães dezenas
de alunos da Escola Se-cundária
Francisco de Ho-landa
aderiram à greve.
Os alunos justificam o dia
de luta com a necessidade
de defender a escola pú-blica
de qualidade. Uma
situação que entendem
que se agravará com o
anunciado corte de 700
milhões de euros no or-çamento
do Ministério
da Educação do próximo
ano.
Refira-se que em Guima-rães,
apenas alunos da
Secundária Francisco de
Holanda aderiam à gre-ve.”
in Guimarães Digital
Num país em crise, os
cortes afetam quase tudo
e todos, incluindo o setor
da educação. O corte de
700M€ previsto no próxi-mo
orçamento de Estado
foi motivo de greve, pro-testo
e indignação por
parte dos nossos alunos.
Mas esta é apenas uma
gota no oceano da aus-teridade
que tem vindo
a ser aplicada em Portu-gal.
Diariamente, somos
bombardeados com no-tícias
alusivas ao estado
de crise em que o país se
encontra, estatísticas que
o comprovam, e como re-visão
de prova, vemos na
realidade do dia-a-dia o
reflexo da recessão.
A palavra “pobreza” tem
vindo a tornar-se mais
familiar. Neste artigo,
iremos abordá-la numa
perspetiva mais particu-lar,
circunscrita aos jovens
no meio escolar. Não é
algo fácil de detetar no
meio de salas com 30 alu-nos
– na maioria com ida-des
compreendidas entre
os 15 e os 18 anos – em
que a imagem é uma par-te
muito importante a ter
em conta. As roupas e o
calçado de marca enco-brem,
muitas vezes a rea-lidade
difícil que é vivida
em casa.
O número de famílias em
que os dois membros do
casal estão desemprega-dos
continua a aumen-tar.
Não é nada fácil para
os pais nestas condições
sustentar a lista infindável
de despesas, que abarca
os muitos gastos com os
filhos. Só ao nível da es-cola
há que ter em conta
o material escolar, despe-sas
de transporte, expli-cações,
refeições, etc. São
gastos que têm um peso
considerável no orçamen-to
familiar.
A pobreza atinge um em
cada três jovens portu-gueses.
Segundo Esta-tísticas
do Eurostat, “o
risco de pobreza entre os
jovens portugueses dis-parou
de 22% para 30%
numa década”. Já os da-dos
do INE indicam tam-bém
que o risco de pobre-za
entre os menores de
18 anos está a aumentar,
atingindo agora os 24,4%
– mais 2,6 pontos percen-tuais
que em 2011.
O Agrupamento de Esco-las
Francisco de Holanda
tem cerca de 1700 alunos
(pré-escolar, 1º ciclo, 2º
ciclo, 3º ciclo e secundá-rio).
Destes 1700 alunos,
mais de metade (54%)
têm direito a escalão (A
ou B).
Dos 1298 alunos que
frequentam a ESFH, 585
beneficiam da ASE (Ação
Social Escolar). É um nú-mero
preocupante, tendo
a conta a evolução do nú-mero
de alunos com esca-lão,
a qual é apresentada
na tabela.
E será que a escola deve
ter um papel nesta situa-ção?
Será que deve assu-mir
alguma responsabi-lidade?
Claro que sim. O
Governo concede apoios
às escolas públicas, dire-cionados
especificamente
para os alunos com mais
dificuldades financeiras.
Além disso, os próprios
estabelecimentos de en-sino
podem e devem de-senvolver
mecanismos
internos que complemen-tem
a ajuda do Estado.
Para sabermos mais sobre
estes recursos disponíveis
e a forma como atuam,
o jornal “Encontro” en-trevistou
a Dr.ª Rosalina,
Diretora do Agrupamento
de Escolas Francisco de
Holanda.
JE – Acha que o número
de alunos carenciados
tem vindo a aumentar na
ESFH?
Dr.ª Rosalina – Claro que
sim, é evidente e bastante
notório. Quando comecei
a trabalhar na direção (há
14 anos), a escola tinha
100 alunos com escalão,
dos 2200 alunos no total.
Atualmente, existem me-nos
alunos na totalidade,
mas o número de alunos
carenciados aumentou
significativamente, com-parativamente
ao de há
14 anos.
JE – Quais são os meios
ao dispor da escola para
ajudar os alunos mais ca-renciados?
Dr.ª Rosalina – No geral, a
escola segue o sistema da
Ação Social Escolar (ASE).
Neste sistema, atribui-se
aos alunos mais carencia-dos
um escalão A ou B,
que correspondem ao es-calão
1 e 2 da Segurança
Social, respetivamente.
JE – Esses mesmos apoios
têm sofrido alterações
(porventura devido à cri-se
no país)?
Dr.ª Rosalina - Sim, o Go-verno
tem vindo a restrin-gir
as normas de acesso
à ASE. Tais restrições são
relativas ao IRS – os ren-dimentos
dos pais têm de
ser muito baixos para que
o aluno possa beneficiar
da ASE. No entanto, verifi-ca-
se que, mesmo nestas
condições, são cada vez
mais os alunos que neces-sitam
deste tipo de apoio.
JE – A escola dispõe de
medidas próprias (que
não sejam uma diretiva
do Governo) para ajudar
estes alunos?
Dr.ª Rosalina – A diretora
deve obediência às linhas
orientadoras do Conselho
Geral, na prática da ação
social. Mas podem-se
definir algumas medidas
concretas dentro da pró-pria
escola. Por exemplo,
em situações em que o
rendimento da família de
um aluno diminui brus-camente,
durante um
período de tempo (ima-ginemos
que o pai de um
aluno não recebe o seu
salário, durante alguns
meses), o Encarregado
de Educação pode fazer
um requerimento à esco-la,
acedendo a um docu-mento
que se encontra na
página online. Além disso,
o dinheiro que advém do
lucro do buffet e da pape-laria
é usado no apoio aos
alunos mais carenciados,
nomeadamente no finan-ciamento
de visitas de es-tudo.
JE – Como se poderia tor-nar
o sistema de apoio a
estes alunos mais eficaz?
Dr.ª Rosalina – O Governo
não fiscaliza consciências.
Eu considero, ao contrá-rio
do que muita gente
diz, que os Governos dos
últimos anos, apesar das
dificuldades, têm vindo
a promover os apoios à
ASE. No entanto, como
estes subsídios são atri-buídos
com base no IRS,
há alunos que estão a
receber estes apoios in-devidamente,
enquanto
outros que realmente ne-cessitam
não beneficiam
deles.
8. 8 Dezembro de 2014
Verónica Gomes, 12CSE1
Para se ter uma ideia do
que acontece na EB 2,3
Egas Moniz, Encontro
teve a oportunidade de
contar com o contributo
da professora Dominique
Silva, Coordenadora de
Estabelecimento da Esco-la
EB 2,3 Egas Moniz.
JE- Acha que o número
de alunos carenciados
tem vindo a aumentar na
Escola Egas Moniz?
Professora Dominique
- Essencialmente, o que
se nota é que, nos últi-mos
anos, aumentaram
as situações em que há
desempregados no agre-gado
familiar (pai ou mãe
e em alguns casos até os
dois).
JE - Quais são os meios de
que a escola dispõe para
Reflexos da pobreza no Agrupamento de
Escolas Francisco de Holanda
ajudar os alunos mais ca-renciados?
Professora Dominique -
Para além da atribuição
do apoio “Escalão A”/ “Es-calão
B”, é também pos-sível
atribuir um reforço
alimentar que consiste no
acesso a lanche a meio da
manhã e a meio da tarde.
JE- Esses mesmos apoios
têm sofrido alguma alte-ração
(porventura devido
à crise no país)?
Professora Dominique -
Por exemplo, nos últimos
anos procurou-se promo-ver
a reutilização dos ma-nuais
escolares, tendo-se
inclusivamente instau-rado
a obrigatoriedade
de devolução dos livros,
em final de ciclo, nos ca-sos
em que estes foram
fornecidos aos alunos no
Escola Egas Moniz
âmbito da Ação Social Es-colar.
JE - A escola dispõe de
medidas próprias (que
não sejam uma diretiva
do Governo) para ajudar
estes alunos?
Professora Dominique -
Graças aos professores
(em particular dos direto-res
de turma, no âmbito
do seu campo de atua-ção
privilegiado junto dos
alunos e encarregados de
educação) e ao trabalho
atento dos assistentes
operacionais, é possível
detetar situações de ca-rência
que não chegam
ao conhecimento da es-cola
por uma via formal
de pedido de apoio. A co-munidade
educativa está
sensibilizada para as difi-culdades
que muitas fa-mílias
atravessam: a título
de exemplo, está prevista
uma recolha de donativos
alimentares, no âmbito
da palestra “Promoção de
estilos de Vida/Alimenta-ção
Saudáveis”, promo-vida
pela Associação de
Pais e Encarregados de
Educação da E.B. 2, 3 Egas
Moniz, a realizar no próxi-mo
dia 5 de dezembro.
JE- Como se poderia tor-nar
o sistema de apoio a
estes alunos mais eficaz?
Professora Dominique
- Devemos continuar a
estar atentos e procurar
proporcionar um encami-nhamento
que produza
uma resposta eficaz para
cada situação.
A POBREZA: UM
FLAGELO PARA
COMBATER
A pobreza e a desigualda-de
social atingem níveis
cada vez mais elevados.
Este cenário é quase dia-riamente
retratado pela
comunicação social, ape-lando
para a interajuda
entre todos e apresen-tando
possíveis soluções
para solucionar o proble-ma.
Na verdade, não é ne-cessário
uma reportagem
televisiva para nos alertar
de uma realidade que
nos é tão próxima uma
vez que, basta andar pe-las
ruas que se vê a cada
esquina crianças a pedir
esmola, adultos e idosos
sem terem o que comer
e um teto que os abrigue.
Tão grave quanto a exis-tência
dos problemas é ig-norá-
los. A resolução des-tes
está, na maioria das
vezes, nas mãos daqueles
que insistem em fingir
que, ao refugiarem-se nas
suas futilidades, eles dei-xam
de existir. Isto porque
são as classes mais altas
que têm capacidades fi-nanceiras
para ajudar os
mais necessitados, con-tudo,
talvez por como-dismo,
não o fazem. So-mente
em raras ocasiões
como o Natal ou a Páscoa,
é que o espirito de cari-dade
aumenta, mas não
devem ajudar, somente,
nestas alturas, pois não é
só nestas alturas que os
mais carenciados necessi-tam
de comida ou de rou-pa
mais quente e confor-tável.
De acordo com as
Nações Unidas, aproxima-damente
25.000 pessoas
morrem de fome todos
OPINIÕES SOBRE...
O VOLUNTARIADO
Ajuda e sorri!
Demorou algum tempo a
ganhar coragem! O pre-conceito
era grande, mas
a vontade de ser proacti-va
era muito maior. Após
ultrapassar as formações
protocolares, o barulho
ensurdecedor das grades
e algum receio, conheci
uma nova realidade. Foi
no estabelecimento pri-sional
que tive a minha
primeira experiência de
voluntariado. Tornou-se
muito importante para o
meu crescimento pessoal
este contacto duro com
um modo de vida que
desconhecia. Entendi que
as falhas, por vezes, têm
graves consequências e
que, na maior parte das
vezes, são obstáculos evo-lutivos.
A vontade de fazer vo-luntariado
é na minha
perspetiva, movido pelo
meu egoísmo. Acredito
que em última instância
faço este tipo de ativida-des
para procurar o meu
bem-estar interior. Pre-tendo
estar tranquila e
sentir que cumpro com a
minha comunidade, por
consequência tem um im-pacto
positivo.
Na minha opinião ser
voluntário não neces-sita
de haver apenas
trabalho por parte de
uma entidade oficial.
Todos os dias, temos
oportunidade de criar la-ços
de empatia com quem
nos rodeia e ajudar o pró-ximo.
Esta capacidade de
colocar-nos no lugar do
outro e não, apenas, sim-patizar
com as situações é
o que faz de nós melhores
seres humanos.
Dessa forma, sugiro que
procures dar um pouco
de ti a uma causa com a
qual te identifiques. Exis-tem
inúmeras opções na
tua localidade: Cruz Ver-melha
Portuguesa, Asso-ciação
de apoio à criança,
Coração na Rua, abrigo de
animais… Na nossa esco-la
já existiram iniciativas,
neste âmbito. Contudo
nada te impede de se-res
tu o impulsionador
de uma. No meio de to-das
estas sugestões, não
te esqueças de começar
pelo mais simples: olha
para o lado e sorri!
Margarida Machado, 11 CT7
os dias. Infelizmente, são
as crianças que falecem
com mais frequência. Te-mos
que para com o “cli-chê”
de que “o que os
olhos não vêm, o coração
não sente”, porque hoje
são eles a precisarem do
nosso auxílio, mas quem
sabe um dia poderemos
ser nós.
Portanto, é necessário
acabar com as desigual-dades
e estabelecer um
mínimo de sobrevivência,
que vá além da teoria e
que se estabeleça defini-tivamente
na sociedade.
Petra Carneiro, 12CT6
9. Dezembro de 2014 9
VIDA DE ESTUDANTE
Olá, o meu nome é Antó-nio
e estou aqui para vos
falar da minha interessan-te
rotina escolar e para
vos mostrar o quão diver-tido
é ir para as aulas...ou
talvez não, mas isso vere-mos!
Acordo às 07:00h, ainda
cheio de sono e sem von-tade
nenhuma de sair da
cama. Saber que me es-pera
um dia longo e cheio
de fichas e trabalhos, que
obviamente não posso re-cusar,
pois não é um bom
sentimento.
Saio de casa às 08:00
para apanhar o autocarro,
sempre ocupado, o que
impossibilita a hipótese
de fazer a viagem senta-do.
Chego à escola por volta
das 8:15 e, finalmente,
encontro pessoas que
partilham a minha dispo-sição
e com quem posso
conversar sobre as novi-dades
ocorridas na noite
anterior. E ficamos sem-pre
na esperança de que
algum funcionário venha
com a grande notícia, de
que o professor tenha fal-tado.
Mas tal não acon-tece.
Chega o professor
na hora de começar mais
uma rotina. Fico fechado
dentro de uma sala com
30 alunos, durante 90 mi-nutos
que, cá para nós,
parece uma eternidade.
TPC: fazer resumo das pá-ginas
34 e 35 do manual e
fazer os exercícios respe-tivos
para a próxima aula
Intervalo... até que em
fim. Está na hora de nos
reunirmos todos e de fa-larmos
do quão chata fora
a aula, ou simplesmente
reunidos a comer os nos-sos
lanches comprados
na cantina ou trazidos de
casa.
10:10h, de volta à sala,
desta vez com francês ...
uma desgraça nunca vem
só. Hoje a aula foi tããão
aborrecida!
TPC: ler página 67 e fazer
os exercícios das páginas
100 e 101.
11:40, mais uma pausa, é
o último intervalo da ma-nhã,
o que significa que
daqui a uma hora e meia
já estou fora das (j)aulas.
TPC: fazer um trabalho
sobre o mercantilismo
Francês
Finalmente, toca às 13:20,
que para mim é como a
badalada da meia-noite,
ou seja, hora de almoço.
13:50, chego a casa para
um bom almoço. Se con-seguir,
até faço uma pe-quena
sesta antes de vol-tar
para o autocarro.
15:20, com muito esforço
lá me preparo uma vez
mais para ir para a para-gem,
desta vez o autocar-ro
não vai tão cheio o que
é muito reconfortante.
Sinceramente não vale a
pena continuar com esta
lenga lenga, pois tudo se
repete... aulas, intervalo,
aulas, intervalo e mais au-las.
18:30, saio da escola, DE
VEZ, e chego a casa com
carradas de TPC’s e tra-balhos
para fazer (como
este) e se tiver sorte ma-térias
para estudar.
Talvez esteja a ver as
coisas pelo lado errado,
mas... Numa franca opi-nião,
imaginem-se na
situação de, por vezes,
não ter os fins de semana
livres pela simples razão
de ter de estudar para
dois ou três testes nes-sa
semana. Mas, vendo
pelo lado mais positivo,
por vezes, nem sabemos
a sorte que temos, a sor-te
de podermos aprender
coisas novas, a sorte de
termos pessoas a acre-ditar
nas nossas capaci-dades,
a sorte de ter um
futuro melhor, a sorte de
ter amizades que durarão
para o resto das nossas
vidas, a sorte de ter expe-riências
que contaremos
um dia aos nossos filhos
e netos.
A escola proporciona-nos
tudo isso. Mas mais uma
vez, para isso, é necessá-rio
acordar as 07:00, ain-da
cheio de sono...
Anónimo, 11LH3
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
UMA REALIDADE
CADA VEZ MAIS
ASSUSTADORA
Até este ano não tinha o
hábito de assistir ao no-ticiário.
Todo aquele pa-lavreado
técnico sobre
economia, política, ges-tão
e sei lá mais o quê (e
não o sei, porque, como
já disse, não assistia ao
telejornal, ou, então,
“assistia” ao telejornal)
teciam o maior e o mais
caótico dos emaranhados
de palavras e números na
minha cabeça. Para isso,
já tenho a Matemática e
companhia, não é? No en-tanto,
este ano decidi que
estava na altura de “dar o
salto” e de começar a es-tar
mais atenta àquilo que
se passa no mundo (e vim
a descobrir que, de facto,
há mesmo muita coisa e
muita gente a “passar-
-se”).
Bastou-me ver, algumas
vezes, o telejornal para
perceber logo o esquema
da coisa. Por isso, é que,
confesso, quando liguei
a TV naquele dia, já não
estava à espera de boas
notícias, tinha só a espe-rança
(somente porque
essa é sempre a última a
morrer) de notícias neu-tras,
mas aquilo, aquilo
para mim, foi demais. Era
já o quarto dia consecu-tivo
em que as luzes do
televisor acendiam ape-nas
para me informar que
mais uma mulher portu-guesa,
nos seus quarenta
e tal anos, tinha morrido.
A causa? Violência do-méstica,
claro e a causa
por detrás dessa causa?
Bem...já lá chegaremos.
Não é ficção, é facto! E
mais! É facto comprovado
por estudos estatísticos,
se bem que não eram pre-cisos
estudos para perce-ber
que, de ano em ano,
morrem cada vez mais
mulheres e crianças, devi-do
a maus-tratos, em Por-tugal.
Eu consegui aperce-ber-
me disso só de ligar a
caixa mágica e aposto que
não fui a única. De facto,
não tenho memória de
um ano assim: “caiu das
escadas” para ali, “mor-ta
a tiro” para acolá, “es-pancada
até à morte” não
sei onde. Eu é que queria
espancar a televisão por
me estar a dar a conhecer
uma realidade tão cruel
que chega a ser irreal!
Só este ano morreram
42 mulheres, vítimas de
violência doméstica.
E que tenha a decência de
reconhecer que está pro-fundamente
errado quem
pensa que “só os da terri-nha”
é que estão ligados
a estas situações, porque
o leque de vítimas abran-ge
dentistas, advogadas,
médicas, enfermeiras,
secretárias, entre muitas
outras.
Remetendo, agora, como
tinha prometido, para as
causas da violência do-méstica,
digo, admitindo
a minha impotência e ig-norância,
não sei quais
são. Chego mesmo a re-conhecer
que não sei. Po-rém,
tenho uma suspeita:
aquilo a que o povo tem
por hábito chamar “o
berço”. A educação meus
caros! Infelizmente, o que
muitos não veem é que
a educação que é incu-tida,
não só nas escolas,
mas também (e principal-mente)
em casa, é fun-damental
na edificação
do indivíduo. Claro que,
se ensinarem às crian-ças,
desde tenra idade
(que é nessa altura que
se aprende), o valor do
respeito, do entendimen-to
mútuo, da paciência,
da compreensão, etc.,
as probabilidades de es-tas
virem a crescer para
se tornar pessoas com
“p” maiúsculo são muito
maiores do que se lhes
levantarem o tom de voz
ou até, passe a expressão,
“lhes aquecerem as bo-chechas”
quando erram.
Porém, o problema não
está só aí, a peste (que
não tem mesmo outro
nome) está enraizada
em coisas tão aparente-mente
inofensivas como,
por exemplo, os video-jogos.
Passo a expor um
exemplo concreto. Aqui
há tempos, os meus pri-mos
de cinco anos vie-ram
visitar-me e qual foi
o meu espanto quando,
ao tentar comunicar com
eles, tive de fazer um es-forço
“do outro mundo”
para conseguir ver os seus
olhos (só de relance),
sempre colados na con-sola.
“Olha lá, a que é que
estás a jogar?», pergun-tei
eu indignada. “Estou
a matar as pessoas desta
cidade e a destruir-lhes os
tanques”, respondeu ele
com a maior das tranqui-lidades.
Se fosse anatomi-camente
possível, eu juro,
caía-me o queixo de ta-manha
admiração, se não
mesmo, escândalo! Como
é que esperam que crian-ças
que gostam de matar
pessoas no mundo virtual
não possam vir também a
apreciar o sentimento de
magoar os outros na di-mensão
real? Já parece o
caso do rapaz que caiu da
varanda de sua casa, por-que
pensava que podia
ser como o Spiderman.
É com tristeza que afirmo
que muitos não dão a
devida importância a isto.
Se as mulheres que são
vítimas de maus tratos
não vos comovem, peço-
-vos, então, que façam o
seguinte exercício mental:
pensem na perspetiva dos
filhos destes casais.
Conseguem imaginar? Eu
acho que sou capaz de
o fazer, talvez seja algo
do género: chegar a casa
sem vontade de chegar
a casa, hesitar à entrada,
com um esforço imenso,
rodar a chave que há tan-tos
anos treme só de pen-sar
em abrir aquela porta,
pousar a mochila a medo,
só com o ruído do titilar
dos dentes, ouvir um cho-ramingar
que quem nos
dera ser mais distante, ir
de encontro a ele, estacar
perante um braço pisado,
uma figura altiva e um
olhar que é comprome-tedor,
mas que não é de
cumplicidade e saber o
que te espera...
Para finalizar, quero só cri-ticar
os media pela forma
como andam a divulgar os
casos de morte por vio-lência
doméstica. É que,
fazem-no como se fosse
só mais um acontecimen-to,
como se fosse normal.
Desculpem, mas, na mi-nha
opinião, não deveria
haver nada de usual a
envolver estas situações.
Para além disso, penso,
também, que o acesso a
armas de fogo deveria ser
mais limitado. Sei bem
que quem quer ferir aca-ba
sempre por arranjar
meio para o fazer e, além
do mais, este tipo de ins-trumento
nem sequer é o
primeiro na lista dos mais
usados para fins de vio-lência
doméstica. Porém,
não consigo deixar de ter
algum receio de que nos
tornemos numa América,
onde até miúdos de cinco
anos têm pistolas e, pior,
sabem como usá-las!
Faço um último apelo,
desta vez não a vocês,
mas a essa entidade do
Pólo-Norte que nunca a
nos desilude: o Natal está
próximo e isso significa
que a passagem de ano
também já está mesmo aí
ao virar da esquina. Cos-tuma-
se dizer: “Ano Novo,
vida nova”, mas no nosso
caso é mais: “Ano novo,
país novo”. Por favor!
Inês Fernandes, 11CT2
10. 10 Dezembro de 2014
ESCOLA SECUNDÁRIA FRANCISCO DE HOLANDA
Com o objetivo de criar
hábitos em situações de
defesa das pessoas e de
implementar as Medidas
de Autoproteção (MAP),
no passado dia 25 de no-vembro,
pelas 10 horas e
trinta minutos, efetuou-
-se na Escola Secundária
Francisco de Holanda, um
simulacro de evacuação.
A ação foi programada
pela Direção e teve a co-laboração
dos Bombeiros
Voluntários de Guimarães
e da Polícia de Segurança
Pública.
Houve seriedade e rigor
na execução de todo o
exercício.
Ao toque contínuo da
sirene, cada professor,
em situação de aula, deu
instruções no sentido de
os alunos se colocarem
em pé e em duas filas
paralelas, no interior da
sala, colocando-se o de
delegado/representante
da turma à frente (che-fe
de fila). De seguida, o
professor abriu a porta e
aguardou instruções do
Coordenador de setor.
Recebidas as instruções,
de imediato deu ordem
de saída, fazendo respei-tar
SIMULACRO DE EVACUAÇÃO DA
a ordem das duas fi-las
paralelas. O professor
de cada turma, depois
de verificar que não fi-cou
ninguém no interior
da sala, fechou a porta e,
cerrando a fila, conduziu
os alunos até ao Ponto
de Encontro – Plataforma
das Artes, estando já o
trânsito cortado, pela Po-lícia
de Segurança Pública
que, também, colaborou
na orientação da evacua-ção.
No Ponto de Encon-tro,
respeitando as instru-ções
dos coordenadores
desse setor, os alunos de
cada turma, de forma or-deira,
mantiveram-se em
duas filas paralelas, com
o professor à frente e o
delegado/representante
na retaguarda. Aí ficaram
até receberem instruções
no sentido de poderem
voltar à Escola. Todos os
utentes da escola que não
estavam nas salas de au-las
seguiram as instruções
dos Coordenadores de se-tor
e dirigiram-se para o
Ponto de Encontro.
Para que tudo corresse
com calma e sem pâni-co,
aos alunos, foram
explicitadas as regras
de comportamento
em caso de emergên-cia.
Foi explícito que,
ao ouvir o sinal de alar-me
para evacuação (si-rene
contínuo), se deve
seguir as indicações do
coordenador de setor/
professor e cumprir os
seguintes princípios bá-sicos:
• Evitar o pânico e
manter a calma;
• Iniciar imediatamen-te
a evacuação, seguin-do
pelos corredores in-dicados
nas Plantas de
Emergência;
• A evacuação deve ser
de forma rápida e or-deira;
• Movimentar-se em
passo rápido, mas sem
correr, evitando em-purrar
outras pessoas e
em silêncio;
• Em situação de aula,
o aluno responsável
deve abrir totalmente
a porta da sala de aula
e, de acordo com as
instruções, conduzir os
restantes alunos para
o Ponto de Encontro
(situado na Plataforma
das Artes);
• O Professor deve ser o
último a sair da sala, fe-chando
a porta e seguindo
imediatamente a turma;
deve verificar se todos os
alunos estão presentes no
Ponto de Encontro; man-ter
a ordem no ponto de
encontro;
• Não se preocupar com
documentos, livros, pa-péis,
vestuário, veículos,
etc.;
• Quem se encontrar fora
das salas de aula deve
seguir as sinalizações de
saída e dirigir-se para o
Ponto de Encontro;
• Descer as escadas en-costado
à parede;
• Nunca utilizar o eleva-dor;
• Caso exista fumo, em
quantidade suficiente
para dificultar a respira-ção
e a visibilidade, prote-ger
a boca e nariz com um
pano e movimentar-se ga-tinhando;
• Depois de sair do edifí-cio,
nunca voltar ao seu
interior por qualquer mo-tivo;
• Não perturbar a ação
dos bombeiros e dos
agentes da autoridade;
• Todos devem permane-cer
no Ponto de Encontro
a aguardar instruções.
Foi ainda recomendada
uma observação atenta
da escola, de forma a
proceder a uma eficaz
perceção dos sinais de
emergência, dos ca-minhos
a seguir em si-tuação
de emergência,
a partir da sala de aula
e ao conhecimento da
localização do Ponto
de Encontro. No senti-do
de evitar acidentes,
a organização foi im-perativa
na solicitação
ao cumprimento dos
avisos e na exigência
de respeito pelos sinais
de segurança, meios de
alerta e de combate a
incêndio.
Encontro acompanhou
todo o exercício de eva-cuação
que envolveu uma
população escolar de
1322 pessoas, constatan-do
que o comportamento
dos alunos foi exemplar.
Google Images
http://guimaraes2012.blogs.sapo.pt/7256.html
11. Dezembro de 2014 11
NOTÍCIAS DA
PEGADA
São muitas as atividades e
projetos em que a Escola
Básica da Pegada está en-volvida.
Continuamos preocupa-dos
com o ambiente. Por
isso, estamos a separar
plástico, que é recolhido
na escola pela empre-sa
Vitrus, para ajudar na
aquisição de camas ar-ticuladas
e cadeiras de
roda, e papel e cartão,
no âmbito da campanha
“Resíduos a Pedo”, da Re-sinorte.
Somos solidários com as
causas justas e, por isso,
no dia 30 de outubro, jun-tamo-
nos aos que quise-ram
lembrar a importân-cia
da deteção precoce
do cancro da mama. Uma
doença que pode afetar
qualquer um. Entre ou-tras
coisas, construímos
um laço humano, mos-trando
que estamos aler-ta
para esta doença.
Em parceria connosco
tem trabalhado a Asso-ciação
de Pais da Pega-da.
Para encerrar o pri-meiro
período letivo, a
Associação promoverá
uma festa-convívio com
alunos, professores e en-carregados
de educação.
Será uma pequena festa
de Natal, que pretende
juntar a nossa escola e o
Jardim de Infância de Azu-rém,
a acontecer no dia
16 de dezembro, no Sa-
Alimentação
No diA da alimentação
na escoLa comi uma sande saudável
com fIambre, ovo, alface e
toMate
nEste dia devemos comer alimentos bons
Não devemos comer
chocolaTes senão a
Obesidade toma conta de
nóS
lão Paroquial de Azurém,
a partir das 18h30. Todos
estão convidados.
No dia 18 de dezembro,
com o apoio da Junta de
Freguesia, a Associação
levará as nossas crian-ças
ao mundo mágico da
“Vila Natal”, em Santa
Maria da Feira. Uma ati-vidade
que proporcionará
um dia inesquecível!
No início do mês de janei-ro,
mantendo a tradição,
os alunos do terceiro ano
cantarão os Reis aos pais
e encarregados de edu-cação.
Queremos manter
estreitas as ligações entre
a escola e a comunidade,
aproveitando para dese-jar
um bom ano a todos.
1º ano EB1 da Pegada
2º ano EB1 da Pegada
Suplemento das Escolas EB1
12. 12 Dezembro de 2014
Suplemento das Escolas EB1
3º ano EB1 da Pegada 4º A EB1 da Pegada
Escola, uma porta para o mundo
De volta à escola
Abrem-se as portas
Ao conhecimento
E ao mundo
Voa o pensamento
Leva-nos a viajar
Sem sair do lugar
Dançam as letras
Formam palavras
Os números saltam
Fazem-se contas
As ciências não faltam
Riscos e representações
Jogos e canções
Entramos "pobres"
Saímos mais "ricos"
De tanto conhecer
E muito ler
Estamos a crescer
Aprendemos a viver
A escola é saber.
Escrita criativa
Dia da alimentação
Adivinha
Sou um meio de transporte feito de legumes.
As minhas rodas são feitas com casca de pimento.
Tenho um brócolo a fazer de suspensão.
O meu acento é uma beringela.
O meu guiador é feito com um pimento dividido em 3
partes.
A minha distensão é feita de curgetes.
Quem sou eu?
Este foi o resultado
Depois de estudarmos o corpo Humano, resolvemos
fazer acrósticos na área de Português.
Corpo
O corpo humano é
Resistente e
Protetor
Os órgãos internos do corpo
Humano trabalham muito
Uns são autênticas
Máquinas
A trabalhar dia e noite,
No nosso corpo ao mesmo tempo
O que nos permite uma vida saudável
Este esqueleto
Suporta o nosso corpo
Que tem ossos
Unidos uns aos outros
E têm diferentes formas
Longos e curtos
Estreitos e grossos
Todos com funções diferentes
Ossos incríveis, nós temos!
13. Dezembro de 2014 13
Lindo! … Lindo!...
Inicio este artigo, como
representante do grupo
Nascer do Sol, do Jardim
de Infância de Santa Lu-zia,
com a questão da
Margarida de Jesus, pe-rante
o olhar silencioso e
expectante dos amigos.
“ Nós somos mesmo mui-to
importantes?”
Quantas questões simples
e complexas, … nesta
interpelação singela e
Suplemento das Escolas EB1
JI Sala “Nascer do Sol”-
EB1/JI Santa Luzia
cheia de alegria de uma
criança, que deu voz a
todas as que esperavam a
resposta, pois a pergunta
também as intrigavam.
Lindo!... Lindo!...
Na realidade é um grupo
de meninos e meninas,
como tantas outras crian-ças,
que gostam de brin-car,
de cantar, de dançar,
de aprender, de explorar o
novo, de repetir o mesmo
jogo a todo o momento,
JI Sala “Arco-Íris”-
EB1/JI Santa Luzia
A MAGIA DOS
AFETOS NO
HALLOWEEN
No passado dia 31 de ou-tubro,
as crianças da sala
Arco-Íris receberam a
visita de duas mães que
prepararam uma agradá-vel
surpresa alusiva ao
Halloween e ao tema do
nosso projeto de sala “O
Mundo dos Afetos – Emo-ções
e Sentimentos”.
Através das personagens
da Feiticeira Melissa e da
Doceira Miramar, com as
suas assistentes DracBea
e BruxiVi, as crianças vi-veram
momentos de pura
magia! Depois de várias
experiências levadas a
cabo pela Feiticeira Me-lissa
para encontrar o Pó
Mágico da Felicidade (o
“Pó de Risos”), as crian-ças
ajudaram a Doceira
Miramar a preparar as
bolachas do Halloween,
em forma de pequenas
abóboras, colocando por
fim, o Pó Mágico.
As crianças deliciaram-se
a comer estas bolachinhas
com poderes mágicos e,
em pouco tempo, um eco
de pequenas vozes eufó-ricas
se fez sentir na sala
Arco-Íris, irradiando risos
de Alegria e Felicidade!
EB1/JI Santa Luzia 1ºB
Gostamos da escola porque...
…queremos aprender.
…aprendemos a ler e a escrever.
…conhecemos muitos amigos.
…gostamos de estudar.
…fazemos atividades divertidas.
…o professores são amigos.
…faz-nos pensar.
…descobrimos novas coisas. …
...festejámos o S. Martinho.
…temos uma biblioteca.
mas se bem observado,
há sempre algo de muito
novo, na comunicação,
na expressão, na integra-ção
de um novo conheci-mento,
na inclusão de um
amigo, na…,são os raios
do Sol, que faz da sua úni-ca
cor, a multiplicidade de
muitas outras.
As cores dos afetos, das
criações artísticas, das
descobertas científicas,
dos laços que prendem
com docilidade e respeito
o coração de todos que
com eles convivem, do
abraço espontâneo, da
escolha fundamentada e
argumentada, …
SIM são Muito, Muito IM-PORTANTES,
porquê?
Porque aprendem a sen-tir,
a gostar das pessoas
lindas que SÃO, nas suas
diferenças e na partilha
de conquistas pessoais e
do grupo, assim crescem
em cidadania e com ale-gria.
14. 14 Dezembro de 2014
2º B EB1/JISanta Luzia
Texto Coletivo
Depois de saber que Me-linda
tinha sido raptada
pelo gigante Bártolo, Ro-meu
perguntou às suas
amigas Estrelas, qual
seria o melhor caminho
para chegar ao castelo do
gigante.
As Estrelas responderam-
-lhe que deveria seguir
o caminho que passava
junto da Fonte das Águas
Límpidas, onde encontra-ria
um espelho mágico
para hipnotizar os sete
leões esfomeados que
estavam de guarda. Disse-ram-
lhe também para ter
muito cuidado, pois a flo-resta
estava cheia de bru-xas,
morcegos e corujas.
Romeu seguiu viagem
com os seus amigos: a
Suplemento das Escolas EB1
Lua, o Vento, as Nuvens
e as Estrelas. As Estrelas
e a Lua iluminaram o ca-minho;
as Nuvens junta-ram-
se e tornaram-se tão
negras, tão negras que
formaram uma forte tem-pestade
que obrigou as
Bruxas a esconderem-se;
o Vento empurrou-o pela
torre do castelo que era
mais alta do que a mais
alta montanha do mundo
e onde se encontrava pri-sioneira
Melinda .
Quando a encontrou, su-biram
a uma Nuvem que
os transportou a casa,
onde o tio de Melinda os
esperava, dando-lhes um
carinhoso abraço.
Conclusão da História
«Romeu e Melinda», His-tórias
fantásticas, de Al-berto
Melis
2º C EB1/JISanta Luzia
Projeto “Uma história,
uma aventura”
O 2º- ano, turma C da
EB1/JI de Santa Luzia vai
desenvolver, ao longo do
ano letivo de 2014/2015,
o projeto de leitura “Uma
história, uma aventura”
onde envolve os pais, en-carregados
de educação e
famílias.
Na primeira semana de
cada mês, em dia e hora
3º A EB1/JISanta Luzia
O girassol
Girassol amarelo
Castanho no centro
Tão belo que é
Parece um coentro.
Girassol amarelo
Tem uma bela cor
Toda a gente o trata
Com muito amor.
Girassol amarelo
É muito perfeito
Para florir ao sol
Tem muito jeito.
Girassol amarelo
Sempre a florir
Está no jardim
Feliz a sorrir.
Alegre menina
Rosa encarnada
Cabeça amarela
Alegre menina
Doce e muito bela.
Rosa encarnada
Pezinho espinhoso
Alegre menina
Coração corajoso.
Rosa encarnada
No jardim nascida
Alegre menina
No inverno despida.
já agendada, cada alu-no,
com o apoio de um
elemento já inscrito no
projeto, vai ler, explorar
e fazer uma atividade so-bre
uma obra da lista de
obras para a iniciação à
Educação Literária e dos
livros recomendados pelo
PNL, selecionada no dia
da receção aos alunos,
através do desafio Mural
da Leitura.
15. Dezembro de 2014 15
3º B EB1/JISanta Luzia
Magusto faz-se no S.Martinho
Acende-se uma fogueira
Gostamos de enfarruscar a cara
Uma festa de castanhas
Saborosas e bem quentinhas
Tempo frio à espera do verão de S.Martinho
O porco se mata e o vinho se prova
Suplemento das Escolas EB1
3º C EB1/JISanta Luzia 4º A EB1/JISanta Luzia
As nossas quadras do outono
No outono há muita chuva,
temos que nos abrigar.
Quando parar de chover,
Já podemos ir brincar.
Sou o vento do outono,
que venho para encantar.
Às vezes deito areia para os olhos,
que vos faço chorar.
O outono é tão frio,
que me escondo debaixo do cobertor.
Com um chá quente nas mãos,
a ouvir um cantor.
Dia da alimentação
No dia dezasseis de outu-bro,
Dia da Alimentação,
o 4º A fez espetadas na
sala. Enquanto se prepa-ravam
os ingredientes,
toda a turma fazia a re-portagem
sobre o que
se ia passando. Cada um
escolheu a estação que
transmitia a reportagem.
Depois de lermos as re-portagens,
escolhemos a
do Rúben para mostrar-mos
o trabalho da turma
nesta atividade.
“Caros ouvintes, estamos
em direto da Megahits
para transmitir uma aula
de culinária da Chef Cân-dida.
Vai-nos ensinar a
fazer espetadas, muito
saudáveis! Para isso vai
contar com a colaboração
dos mini Chefs da turma.
Começamos com a Chef
Marta que descasca uma
cenoura, depois de bem
lavada, tirando as partes
que não se comem. A
nossa Chef Joana vai fa-zer
o segundo passo que
é cortar a cenoura às ro-delas.
O Chef Zé dá uma
ajuda.
Um belo queijo é fatiado
pela Chef Cândida!
O Dinis, segundo Chef
preferido de toda a gen-te,
corta a banana em ro-delas
idênticas e a Chef
Sofia ajuda no projeto. A
nossa outra Chef Sofia,
corta as côdeas do pão
integral que podemos
aproveitar para fazer pão
ralado. A Chef Isabel dá
continuidade à tarefa mas
desperdiça muito pão!
A Chef Cássia como não
estava atenta repete o
desperdício. A professora
corta o pão em quadradi-nhos.
Repete-se a opera-ção
com outro pão a ser
cortado pelo Chef Antó-nio
com a ajuda das Chefs
Matilde e Maria João e…
voilá! Tudo pronto! Cada
Chef vai agora montar a
sua espetada com pão
integral, fiambre de peru,
banana, cenoura, tomate
e queijo.
Tudo isto com mãos bem
lavadas! Que delícia!
Assim me despeço, caros
ouvintes. Não se esque-çam
de experimentar!
Até ao próximo Cozinha
com Rúben na sua rádio
preferida, MMMegahits!”
4º B EB1/JISanta Luzia
16 de outubro -
Dia Mundial da Alimentação
Dia 16 de outubro
Importa sempre relembrar
Alertar e informar!
Diferentes atividades fizemos
A roda dos alimentos conhecemos
Água, um alimento essencial
Legumes,cereais, fruta, ...
Imprescindíveis todos os alimentos são
Muitos nutrientes nos dão
E equilibrada será, a nossa alimentação!
Nutricionista devemos consultar
Também nos pode ajudar
Assim a nossa saúde poderá melhorar!
AÇúcar e sal
NÃo devemos comer
O nosso corpo vai agradecer.
4º C EB1/JISanta Luzia
S. Martinho
Num dia frio de outono,
Um soldado bem vestido
Ajudou um pobre mendigo
Que estava cheio de frio.
Uma capa ao meio cortou
E o pobre mendigo
Com ela se agasalhou.
E por magia
Nesse dia
O sol brilhou.
16. 16 Dezembro de 2014
ESCOLA SECUNDÁRIA FRANCISCO
DE HOLANDA CELEBRA 130 ANOS
Hoje, dia 3 de dezembro,
com todo o sentido e pro-priedade,
a Direção do
Agrupamento de Escolas
Francisco de Holanda,
apresentará, em sessão
solene, pelas 17 horas, o
plano de atividades ine-rentes
à celebração do
130º aniversário da cria-ção
da Escola Francisco de
Holanda, a realizar ao lon-go
do ano letivo de 2014-
15. De facto, faz 130 anos,
no próximo dia 3 dezem-bro,
que foi publicado o
decreto, no Diário do Go-verno,
que lhe deu o esta-tuto
de Escola Industrial
de Guimarães. Dois dias
depois, dia 5 de dezem-bro
de 1884, foi publica-do,
também no Diário do
Governo, o decreto que
atribuiu à Escola Indus-trial
de Guimarães a de-nominação
de Francisco
de Holanda.
Curiosamente, “O Comér-cio
de Guimarães”, funda-do
no ano de 1884, nas
suas páginas, faz notícia
dos principais eventos
associados à Escola, não
deixando de sublinhar,
em tom jocoso, que a pro-metida
escola para a cida-de
de Guimarães nunca
mais começava a funcio-nar.
Era de facto uma pro-messa
antiga, uma vez
que o decreto régio de 20
de dezembro de 1864 de-terminava
a criação da Es-cola
Industrial que só veio
a ser confirmada a 3 de
dezembro de 1884. E só
começou a funcionar, no
dia 14 de janeiro de 1885,
com aulas de desenho
industrial, sob a regência
e direção de António Au-gusto
Cardoso, num salão
da Sociedade Martins Sar-mento,
ao tempo instala-da,
no Largo do Carmo.
Para a sua implantação
teve um papel relevante a
1ª Exposição Industrial de
Guimarães, realizada em
1884, uma vez que per-mitiu
identificar necessi-dades
a satisfazer, ineren-tes
à industrialização da
região, nomeadamente a
formação do pessoal ope-rário.
Ora, foi nesta área
que, ao longo dos anos,
esta escola ganhou cré-ditos,
norteando, até aos
anos setenta do século
XX, a sua missão educa-tiva
para a formação de
operários qualificados e
quadros médios, dando,
assim, respostas às neces-sidades
do mercado de
trabalho.
Para assinalar a efemé-ride,
foram colocados
hoje outdoors nos dife-rentes
edifícios em que
funcionou a Escola: Casa
de Martins Sarmento (no
Largo do Carmo), Banco
Millenium (Rua Paio Gal-vão),
Casa dos Laranjais
(Rua das Trinas), casa
pertencente ao Barão de
Pombeiro (confluência da
Rua de Santa Maria com
o Largo Cónego José Ma-ria
Gomes), Convento de
Santa Clara (atual edifício
da Câmara Municipal) e
pavilhões, construídos na
Quinta do Proposto, que
evoluíram para o atual
edifício da Escola (Rua
Alfredo Pimenta), graças
às obras de 1959 (Estado
Novo) e à intervenção de
requalificação e amplia-ção,
efetuada de 2009 a
2011, pela empresa de-nominada
Parque Escolar.
De 1864 a 2014: alguns
registos sobre a Escola
A história da Escola Fran-cisco
de Holanda tem sus-citado
o interesse da co-munidade
educativa em
geral e dos professores
de História em particu-lar.
Há alguns anos, sob a
orientação da professora
da disciplina de História,
Túlia Machado, já apo-sentada,
foi feita uma
exposição em que foram
assinalados os principais
eventos associados à es-cola,
desde a sua funda-ção
até aos nossos dias.
Destacamos alguns:
1864 - Criação, pelo Mi-nistro
João Crisóstomo
de Abreu e Sousa, através
de decreto régio de 20
de dezembro, da Escola
Industrial de Guimarães,
conjuntamente com a da
Covilhã e Portalegre, as
três primeiras escolas in-dustriais
do país.
1881 - É criada a Socieda-de
Martins Sarmento.
1884 – A Sociedade Mar-tins
Sarmento começa a
publicar a Revista de Gui-marães
e toma a iniciati-va,
com Alberto Sampaio
à frente, da Exposição
Industrial do Concelho
destinada a mostrar as
17. Dezembro de 2014 17
ESCOLA SECUNDÁRIA FRANCISCO
DE HOLANDA CELEBRA 130 ANOS
notáveis potencialidades
da indústria vimaranense
e as suas tremendas ca-rências
em termos de tec-nologia
e equipamentos.
Tornava-se premente dar
corpo ao esquecido de-creto
de 20 de dezembro
de 1864, que visava a cria-ção
da Escola Industrial de
Guimarães. Para tal, a So-ciedade
Martins Sarmen-to,
a Câmara Municipal de
Guimarães, a Associação
Artística Vimaranense e a
imprensa local, incluindo
o “Comércio de Guima-rães”
conjugaram esfor-ços
nesse sentido.
• Chega o comboio, pela
primeira vez, pela Trofa,
até à estação de Vila Flor,
em Guimarães (6 de mar-ço).
•Soares Veloso pôs à dis-posição
da Comissão da
Exposição Vimaranense o
palácio de Vila Flor (26 de
março). Um escol de ho-mens
de cultura e de espí-rito
empreendedor estava
a mudar Guimarães.
• Surge o Comércio de
Guimarães (14 de junho).
• É criada a Escola de De-senho
Industrial de Gui-marães
por diploma de
6 de maio, publicado no
Diário do Governo de 7
de maio, referendado por
António Augusto Aguiar.
• Sai o decreto que lhe
dá o estatuto de Esco-la
Industrial, que com-preenderá
as disciplinas
de Aritmética, Geometria
Elementar, Contabilidade
Industrial, Desenho e Quí-mica
(3 de dezembro).
• Decreto que atribui à
Escola Industrial de Gui-marães
a denominação
de Francisco de Holanda
(5 de dezembro). Come-morava-
se então o tricen-tenário
do Renascentista
Francisco de Holanda.
1885 - Começa a funcio-nar,
sob a regência e di-reção
de António Augusto
Cardoso, num salão da
Sociedade Martins Sar-mento
ao tempo insta-lada
no Largo do Carmo
(14 de janeiro). Tem 153
alunos matriculados, sen-do
14 do sexo feminino, e
alguns em lista de espera.
1885 (13 de abril) - Mu-dou
para uma casa alu-gada
na Rua Paio Galvão,
onde hoje funciona o
Banco Millenium.
1886 (1 de janeiro) - En-trou
em funcionamento
na Casa dos Laranjais, alu-gada
pela Câmara Munici-pal
de Guimarães, na Rua
D. Luís I, hoje Rua das Tri-nas
(1 de fevereiro), com
três professores para três
cadeiras essencialmente
práticas:
• Dr. Joaquim José de Mei-ra
(médico) professor das
disciplinas de Aritmética,
Geometria Elementar e
Contabilidade Industrial;
• António Emílio de Qua-dro
Flores (oficial do exér-cito)
substituído um ano
depois pelo Dr. Augusto
de Matos Chaves (médi-co)
para lecionar Química
Industrial;
• António Augusto Car-doso,
professor Desenho
Industrial.
1887 - Visita do rei D.
Luís a Guimarães e lança-mento
da primeira pedra
da escola definitiva num
terreno adquirido para
o efeito e pertencente à
Quinta do Proposto.
1888 - Criação, atra-vés
do decreto de 30 de
dezembro de 1886, de
mais três cadeiras (Língua
Francesa, Princípios de
Física e Mecânica, Dese-nho
de Máquinas) e, con-sequente,
nomeação de
novos professores: Adol-fo
Salazar (pai do célebre
professor Abel Salazar) e
o Dr. Avelino Germano da
Costa Freitas (médico).
1889 – Nomeação do
austríaco Afred Schwartz
como professor de dese-nho
de máquinas.
1889 - Nomeação de Al-bert
Edouard Braun, mes-tre
de fiação de tecela-gem,
o que demonstra a
importância que Escola
estava a adquirir no con-texto
sociocultural da re-gião.
18. 18 Dezembro de 2014
ESCOLA SECUNDÁRIA FRANCISCO
DE HOLANDA CELEBRA 130 ANOS
• Entretanto, levantados
e abertos quatro dos oito
pavilhões, na Quinta do
Proposto, ali se armaze-naram
os pesados caixo-tes
que traziam os teares
mecânicos, máquinas de
fiação, caldeira a vapor...
Ainda, neste ano, chega-ram
onze caixotes de ma-terial
de laboratório quí-mico
e três caixotes com
máquinas de costura.
1891- Aquisição coleções
de modelos de desenho
em gesso, aparelhos de
fotografia, coleções de
estampas de excelente
qualidade com motivos
de História da Arquitetura
e outros.
1901 – A Escola Francisco
de Holanda está instalada
nos edifícios na Quinta do
Proposto sem condições
mínimas para poder fun-cionar.
1911 - O Regimento da
Infantaria toma conta dos
barracões do Proposto à
exceção de um destinado
à guarda de material ofi-cinal.
1914 (outubro) – Instala-ção
da Escola Industrial
numa casa que era pro-priedade
do Barão de
Pombeiro - confluência da
Rua de Santa Maria com o
Largo Cónego José Maria
Gomes - (24 de novem-bro).
1914 - Instalação da Esco-la
Industrial no Convento
de Santa Clara (edifício
atual da Câmara Munici-pal),
juntamente com o
Liceu e o Internato Muni-cipal.
1923 – Saída dos militares
das instalações do Pro-posto.
• Realização de obras na
Escola (Quinta do Propos-to)
já com o nome de Es-cola
Industrial e Comercial
de Francisco de Holanda,
graças à intervenção de
Mariano FeIgueiras.
• Realização nas novas
instalações Escola Indus-trial
(Quinta do Proposto)
da 2ª Exposição Industrial
e Agrícola do Concelho de
Guimarães.
1948 – O Ministro da Edu-cação
- Eng° Leite Pinto
- promulga a reforma e é
retirado à escola o nome
do seu patrono, Francisco
de Holanda.
1959 - A Escola Industrial
e Comercial de Guimarães
termina as suas obras que
são as do edifício da fa-chada
principal, corres-pondente
ao atual Bloco
A.
1974 - É devolvido o nome
de Francisco de Holanda
(25 de Abril.)
1979 - Confirmação em
portaria do nome de Es-cola
Secundária de Fran-cisco
de Holanda (22 de
novembro pela Portaria
608/79)
De julho de 2009 a abril
de 2011 - obras de requa-lificação
e de ampliação
de que resultaram o atual
edifício da Escola Secun-dária
Francisco de Holan-da.
2012 - Através do Despa-cho
nº 5634-F/2012 de 26
de abril, a extinta Direção
Regional de Educação do
Norte propôs a agrega-ção
da Escola Secundá-ria
Francisco de Holanda
com o Agrupamento de
Escolas Egas Moniz. A
nova unidade orgânica
passou a ter a designação
de Agrupamento de Esco-las
Francisco de Holanda,
constituída pelas escolas
EB1 da Pegada, EB1/JI de
Santa Luzia, Escola EB2/3
de Egas Moniz e Escola
Secundária Francisco de
Holanda.
Ata da instalação da Escola Industrial
Francisco de Holanda em Guimarães
No dia primeiro do mês de Fevereiro do ano de 1886 às onze e meia horas da manhã
em uma das salas da casa sita na rua D. Luís I desta cidade de Guimarães, oferecida
pela câmara municipal da mesma cidade para nela se estabelecer a Escola Industrial
denominada “Francisco de Hollanda”, estando reunidos o inspetor das Escolas Indus-triais
e de desenho industrial da Circunscrição do norte José Guilherme de Parada e
Silva Leitão, professor do Instituto Industrial do Porto, e o corpo docente da mesma
Escola Industrial António Augusto da Silva Cardoso professor temporário da cadeira
de desenho industrial, Joaquim José de Meira, professor definitivo da cadeira de arit-mética,
geometria elementar e contabilidade industrial e António Emílio de Quadros
Flores, professor temporário da cadeira de química industrial, o inspetor tomando
a presidência declarou aberta a sessão. Em seguida, fazendo uma sucinta exposi-ção
da história deste estabelecimento, disse que tendo sido primitivamente criada
esta escola como simples escola de desenho industrial, em virtude do Decreto de 3
de Janeiro de 1884 referendado pelo Exmo. Ministro das Obras Públicas Comércio e
Indústria António Augusto d’Aguiar e incluída no orçamento do ano económico de
1884 a1885 a verba para a sua dotação por proposta feita pelo deputado da Nação
Mariano Cyrillo de Carvalho em sessão de 22 de Março do mesmo ano de 1884, fora
mais tarde transformada em escola industrial por Decreto de 3 de Dezembro do dito
ano passando a cadeira de desenho industrial onde na conformidade do artigo 13
19. Dezembro de 2014 19
ESCOLA SECUNDÁRIA FRANCISCO
DE HOLANDA CELEBRA 130 ANOS
do regulamento geral das Escolas industriais e de desenho industrial de 6 de Maio
de 1884 se professava o curso elementar de desenho e o 1º e 3º ramos dos cursos
industriais, a fazer parte da mesma escola. Que na conformidade do citado decreto
tinha esta escola uma organização idêntica à da Escola Industrial da Covilhã, com-preendendo
as seguintes disciplinas professadas em três cadeiras: Aritmética, geo-metria
elementar e contabilidade industrial; desenho industrial e química industrial
especialmente aplicada à tinturaria, havendo além destas cadeiras dois lugares de
guardas e um de servente. Que por Portaria de 5 de Dezembro de 1884 fora dada à
escola a denominação de Escola Industrial “Francisco de Hollanda”. Que esta escola
assim organizada, não poderá ser instalada logo depois da sua criação porque as
verbas necessárias para a sua dotação só foram incluídas no orçamento geral do
Estado no ano económico de 1885 a 1886, e portanto só havia funcionado até hoje a
cadeira de desenho industrial primitivamente criada e para a regência da qual tinha
sido nomeado provisoriamente o professor António Augusto da Silva Cardoso por
Portaria de 12 de Dezembro de 1884, sendo nomeado guarda da mesma por Portaria
de 8 de Janeiro de 1885 António de Sousa Roriz cujo nome foi retificado por Portaria
de 7 de Fevereiro seguinte por ter vindo errado na primeira. Que a 24 de Dezembro
de 1884 fora aberta a matrícula, inaugurando-se a cadeira a 14 de Janeiro seguinte
na casa da Sociedade Martins Sarmento no Largo do Carmo com 104 alunos, sendo
14 de sexo feminino; apesar de ainda não haver a mobília necessária nem o material
de ensino indispensável porque a ilustrada direção daquela benemérita Sociedade
com o fim de facilitar a realização de tão importante melhoramento para a cidade de
Guimarães cedeu provisoriamente do melhor grado uma das suas salas com toda a
mobília e material de ensino de que podia dispor continuando aí a funcionar a cadei-ra
de desenho até que, adquirido o material de ensino mais indispensável e obtida a
mobília necessária, foi a Escola mudada para uma casa de aluguer sita na rua de Paio
Galvão. Que nesta casa continuou a escola a funcionar até Outubro de 1885 sendo
regularmente frequentada não só pelos alunos que compareceram no ato da inaugu-ração,
mas ainda por outros, que depois se matricularam e que perfaziam ao todo o
número de 153, dos quais 43 eram do sexo feminino. Que no decorrer do ano de 1885
se foi completando o pessoal de Escola Industrial sendo por Portaria de 27 de Abril
nomeado o segundo guarda José Alves Correia e por ofício de 19 de Agosto de 1885
lhe fora participada a nomeação do servente António José Capela. Que em Maio fora
aberto concurso no Instituto Industrial do Porto para o provimento de duas cadeiras
vagas = Aritmética, geometria elementar e contabilidade industrial e química indus-trial.
Que para a primeira destas duas cadeiras concorreram dois candidatos ficando
deserto o concurso da cadeira de química. Que terminadas as provas públicas dos
candidatos admitidos ao concurso para o provimento da cadeira de aritmética em
30 de Outubro de 1885 foi pelo júri que presidiu a este acto proposto o candi-dato
o Snr. Joaquim José de Meira único que satisfaz a todas as provas sendo o
mesmo por despacho de 23 de Dezembro de 1885 nomeado definitivamente
professor daquela cadeira, e para a cadeira de química como não houvesse
concorrentes fora pelo Governo nomeado provisoriamente por despacho de
20. 20 Dezembro de 2014
ESCOLA SECUNDÁRIA FRANCISCO
DE HOLANDA CELEBRA 130 ANOS
Fig.3
23 de Dezembro de 1885 o Snr. António Emílio de Quadros Flores.
Que logo que tivera conhecimento do despacho do Snr. Meira ele inspetor
tratara de abrir a matrícula na cadeira de aritmética, que hoje deveria inaugu-rar-
se e na qual se achavam matriculados 33 alunos. Que não poderá abrir a
matrícula na cadeira de química pelo facto de não ter ainda a mobília neces-sária
nem o material de ensino indispensável para se montar um laboratório
químico, mas que já tinha feito as necessárias requisições.
Que com relação à cadeira de desenho industrial a matrícula para o corrente
ano letivo tinha sido aberta em Setembro de 1885 achando esta cadeira a
funcionar com 145 alunos dos quais 51 são do sexo feminino.
Terminada esta exposição acrescentou o Inspetor que, achando-se completo
o pessoal da Escola e devendo ficar a funcionar desde já duas das suas ca-deiras,
era necessário proceder-se à instalação definitiva da Escola Industrial
Francisco d’ Hollanda e para isso tinha convocado todos os seus professores
ali presentes a fim de que na conformidade do disposto no artigo 25 do re-gulamento
geral das Escolas Industriais e de desenho industrial de 6 de Maio
de 1884 se constituísse o Conselho escolar elegendo dentre si o diretor e o
secretário.
O Snr Professor de desenho António Augusto da Silva Cardoso pedindo a palavra
propôs que o cargo de diretor fosse desempenhado pelo Snr. Joaquim José de Mei-ra,
Professor definitivo da cadeira de Aritmética e o de secretário pelo Snr. António
Emílio de Quadros Flores, professor provisório da cadeira de Química. Posta à vota-ção
esta proposta e sendo aprovada o Inspetor declarou instalada a Escola Industrial
“Francisco d’Hollanda” tendo por Diretor o Professor o Snr. Joaquim José de Meira,
por secretário o Professor o Snr. António Emílio de Quadros Flores e por vogal o
professor o Snr. António Augusto da Silva Cardoso e levantou a sessão da qual em
seguida lavrei a presente ata que vai ser assinada por ele Inspetor e por todos os pro-fessores
da Escola depois de lhes ser lida por mim António Emílio de Quadros Flores
secretário que a escrevi.
José Guilherme de Parada e Silva Leitão
Inspetor
Joaquim José de Meira
António Augusto da Silva Cardoso
António Emílio de Quadro Flores
21. Dezembro de 2014 21
O BERÇO DA ESCOLA FRANCISCO DE HOLANDA
Corria o ano de 1881,
quando um grupo de
vimaranenses decidiu que
já era tempo da cidade
prestar homenagem ao
mais ilustre dos seus
cidadãos, Francisco
Martins Sarmento,
o arqueólogo que
desenterrou a Citânia de
Briteiros e que, no último
quartel do século XIX,
atraíra para Guimarães as
atenções dos estudiosos
das raízes da cultura
europeia. À partida,
sabia-se que a missão
não seria fácil, atendendo
à personalidade
reservada de Sarmento.
O arqueólogo jamais
aceitaria, como não
aceitou, que lhe fizessem
uma festa ruidosa ou
lhe erguessem um
monumento recordativo.
Mas acabaria por aceitar
que o seu nome fosse
dado a uma associação
que tivesse como
finalidades a promoção
e o desenvolvimento
da instrução primária,
secundária ou profissional
no concelho. Assim
nasceu a Sociedade
Martins Sarmento,
promotora da instrução
popular no concelho de
Guimarães.
Os trabalhos dos dias
iniciais da Sociedade
Martins Sarmento
centraram-se na criação
de uma biblioteca
pública e na procura
de respostas para os
problemas da instrução
básica e secundária em
Guimarães. A principal
prioridade seria a criação
de uma escola industrial,
concretizando o projeto
enunciado com força de
lei na reforma do ensino
industrial de 1864, mas
nunca concretizado.
Não tardaria muito
para que a Sociedade
Martins Sarmento se
substituísse ao Estado,
criando ela própria
um instituto de ensino
destinado a industriais
(operários da indústria),
que funcionaria na sua
própria sede (à altura, na
casa contígua ao palacete
de Martins Sarmento,
então pertencente aos
viscondes de Pindela). As
aulas iniciaram-se no dia
9 de janeiro de 1883, com
os cursos de Desenho
Profissional, concebido
e ministrado pelo pintor
e fotógrafo António
Augusto da Silva Cardoso,
e de Francês, que teria
João Pinto de Queirós
como professor.
A Exposição Industrial
de Guimarães, que
a Sociedade Martins
Sarmento viria a
promover em 1884,
serviria para acrescentar
argumentos à defesa da
urgência da criação de
uma escola industrial.
Em março daquele ano,
o deputado Mariano de
Carvalho apresentou uma
proposta para a criação de
uma escola de desenho
industrial em Guimarães,
que seria aprovada. A
direção da Sociedade
Martins Sarmento, ao
agradecer ao deputado
a iniciativa, não deixou
de notar que “no estado
atual das indústrias locais,
a escola de desenho, só
de per si, não satisfaz,
como era para desejar,
às necessidades delas,
reconhecidas desde 1864
no Decreto que nesta
data já indicava esta
cidade como sede de uma
escola industrial”.
Uma escola de desenho
não seria suficiente.
Conjugando os seus
esforços com outras
instituições da cidade, não
abandonaria o projeto
da criação da escola
industrial. A repercussão
nacional da Exposição
Industrial tornou evidente
aos responsáveis políticos
a justeza e a necessidade
de tal ambição. A 3 de
dezembro de 1884, o
rei assinou um decreto
que criava uma escola
industrial em Guimarães.
Dois dias depois, novo
decreto batizava-a como
Escola Industrial Francisco
de Holanda. A aula
inaugural aconteceria
no dia 14 de janeiro de
1885, na mesma sala
do rés-do-chão da casa
da Sociedade Martins
Sarmento e com o mesmo
diretor e professor do
curso da SMS, o pintor
António Cardoso.
A Escola Francisco de
Holanda nasceu na
Sociedade Martins
Sarmento.
António Augusto Amaro
das Neves, Presidente
da Direção da Sociedade
Martins Sarmento de
2004 a 2013 e professor
de História da ESFH.
22. 22 Dezembro de 2014
A imprensa é, também, um espaço de memórias
“O Comércio de Guima-rães”,
fundado no ano de
1884, como “Periódico
liberal, comercial, indus-trial
e agrícola”, fazendo
eco dos anseios dos vima-ranenses,
sempre clamou
pela criação da Escola In-dustrial
Francisco de Ho-landa.
Consultando as pá-ginas
das suas edições de
1884, ano da fundação da
escola, temos exemplos
de textos de protesto, de
reivindicação e regozijo
face à prometida escola.
Assim, podemos ler no
nº 14 (22 de julho) de “O
Comércio de Guimarães”
a notícia de que estaria
iminente a publicação em
“Diário de Governo” do
decreto da criação da Es-cola
Industrial de Guima-rães
(Fig. 1). Na página 2
do nº 20 (11 de agosto),
sai a queixa de que o “de-cantado”
decreto nunca
mais vem (Fig. 2).
Posteriormente, O Co-mércio
de Guimarães
publica a notícia, com o
título de “Justiça” (Fig. 3),
revelando que o governo
incumbira o “excellen-tissimo
snr. José Parada
da Silva Leitão escolher a
casa onde deve funcionar
a escola de desenho in-dustrial”.
Na página 1 do nº 40 (23
de outubro), O Comér-cio
de Guimarães vinca a
sua indignação face à de-mora
da vinda da Escola
Industrial de Guimarães.
Sob o título “Indifferen-tismo
dos Governos para
com Guimarães”, publi-ca
“Guimarães, a patria
de aguerridos e denoda-dos
guerreiros, de vultos
Fig.2
venerandos, de heroes
preclaros que, em tem-pos
saudosos e gloriosos
do passado, exaltaram e
exalçaram o nome portu-guez
nas assignaladas e
bem feridas pugnas dos
campos da batalha, nos
certames das sciencias
e das artes, no tirocínio
das industrias. – Guima-rães,
este padrão de glo-rias
portuguezas, esta
joia preciosa da corôa de
Portugal, está votada ao
Fig.1
abandono, ao ostracismo,
ao indifferentismo.
Todos os governos fitam
seus olhares complacen-tes
e gratos sobre Gui-marães
quando teem de
mendigar-lhe uma obse-quidade,
um sacrifício ou
um deputado de feição
governamental para com
o seu voto applaudir e
approvar os vexames go-vernativos
e as imposi-ções
tributarias; quando
porém Guimarães precisa
do mais pequeno melho-ramento,
quando pede a
mais insignificante cousa
que imaginar-se possa,
esses governos olham
com desdem, com indiffe-rença,
e com a mais negra
ingratidão voltam-lhe as
costas. (…)
Prometteram-nos uma
Escola Industrial; e nada!
(…)”
Na página 1 do nº 54 (15
de dezembro), O Comér-cio
de Guimarães publica
o seu regozijo. Finalmente
o “decantado” decreto da
criação da Escola Indus-trial
tinha sido publicado
no Diário do Governo.
Com o título de “A ESCO-LA
INDUSTRIAL” publica o
seguinte artigo:
‘«O Commercio de Gui-marães,
conservando-se
alheio a qualquer filiação
partidaria, que não sejam
das conveniências locaes
e das grandes medidas de
interesse commum louva-rá
em uns e outros o que
em cada um houver de
louvavel, em pregando to-dos
os seus esforços, para
que uma parcella do po-der
central vele pela pros-peridade
da terra que lhe
é berço, e por tudo que
directa e indirectamente,
possa influir no aumento
d’essa prosperidade.
Art. prog. do Commercio
de Guimarães
Estão satisfeitas as aspira-ções
de Guimarães.
A escola industrial que
tantas vezes nos trouxe
ao campo da discussão,
foi enfim decretada pelo
governo.
Desde que desfraldamos
a nossa bandeira jornalís-tica,
jamais deixamos de
pugnar pela prosperidade
da nossa terra, ora pe-dindo
o primeiro pão do
espirito profissional para
os operarios, como muito
bem disse um nosso colle-ga,
ora lembrando melho-ramentos
de reconhecida
utilidade publica.
Vilipendiada, engeitada e
despresada a cidade de
Guimarães pelos pode-res
publicos, pertencia a
nós, filhos queridos d’este
solo glorioso e historico,
visto que nos achavamos
na imprensa, levantar a
luva, e combater a todo o
transe o maldito sello da
roda!
Na lucta, seriamos algu-mas
vezes violentos, mas
a causa santa que advo-gamos,
o amor de devota-mos
á nossa terra, absol-ve-
nos d’esse sacrilegio,
que comettemos.
Em observação d’essa par-te
do nosso programma,
que encima este artigo,
não podemos deixar de
inscrever n’este momento
os nomes dos cavalheiros,
a quem devemos a nossa
escola industrial, Francis-co
de Hollanda. São elles:
os exm.ºs srs. Conde de
Margaride, Francisco Ri-beiro
Martins da Costa e
João Ferreira Franco Pinto
Castello Branco.
Também não devemos es-quecer
o nome do exmoº
sr. Marianno de Carvalho,
a quem devemos a escola
de desenho.
O nosso preito a estes ca-valheiros.
Em seguida apresenta-mos
o decreto pelo qual
foi creada a escola indus-trial
n’esta cidade.”
Fig.3