SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 6
Baixar para ler offline
International Journal of Humanities and Social Science Invention
ISSN (Online): 2319 – 7722, ISSN (Print): 2319 – 7714
www.ijhssi.org ||Volume 6 Issue 4||April. 2017 || PP.56-61
www.ijhssi.org 56 | Page
Efetividade do Projeto de Aquisição de Gêneros Alimentícios da
Agricultura Familiar na Vida dos Agricultores de Coimbra, MG:
Uma Avaliação Comparativa de suas Repercussões na Qualidade
de Vida1
Rosária Cal Bastos1
, Amélia Carla Sobrinho Bifano2
, Maria das Dores Saraiva
de Loreto3
1, 2, 3
Departamento de Economia Doméstica, Universidade Federal de Viçosa (UFV), Viçosa, MG.
RESUMO: O Governo Federal estabelece que, no mínimo, 30% dos recursos repassados pelo Fundo
Nacional de Desenvolvimento da Educação para alimentação escolar devem ser utilizados na compra
de produtos advindos da agricultura familiar. Com esta ação, espera-se que os pequenos produtores
rurais tenham instrumentos mínimos para a inclusão e fixação deles no meio rural, que, por sua vez,
serão capazes de contribuir para o aumento da renda familiar, propiciando melhoria da qualidade de
vida dos agricultores familiares beneficiados pelo Projeto. Este artigo tem por objetivo avaliar a
efetividade do Projeto de Aquisição de Gêneros Alimentícios da Agricultura Familiar na vida dos
agricultores familiares beneficiários, em comparação com os agricultores familiares não
beneficiários deste Projeto, considerando as suas repercussões na qualidade de vida deles. O
procedimento metodológico utilizado foi à pesquisa quanti-qualitativa com 157 agricultores
familiares do município de Coimbra, MG, por meio da aplicação de questionários. Os resultados
indicaram que não houve impacto, no que se refere à qualidade de vida dos beneficiários em
comparação com os não beneficiários. Isso pode estar associado a outras políticas públicas em que
os agricultores familiares estão inseridos. Esta pesquisa permite uma visão global da efetividade do
Projeto de Aquisição de Gêneros Alimentícios da Agricultura Familiar no município estudado.
Palavras-chaves:Avaliação de Efetividade. Política Pública. Agricultura Familiar. Qualidade de Vida.
I. INTRODUÇÃO
A partir de 1990, a discussão sobre agricultura familiar vem ganhando publicidade em razão dos
entraves que os agricultores têm para comercializarem seus produtos, sendo a venda o principal gargalo. Neste
cenário, destacam-se as políticas públicas que definem a criação de mercados institucionais para os produtos da
agricultura familiar, cujo objetivo dentre outros, é o fortalecimento da agricultura familiar e a contribuição para
fixar os produtores familiares no campo (GRISA; SCHNEIDER, 2014).
Entre as políticas públicas voltadas à agricultura familiar, encontra-se o Programa Nacional de
Alimentação Escolar (PNAE), que teve origem na década de 1940, e que, somente a partir de junho de 2009, ao
instituir a Lei nº 11.947, de 16 de junho de 2009, passou a integrar o Projeto de Aquisição de Gêneros
Alimentícios da Agricultura Familiar (PAGAAF), que determina que pelo menos 30% (trinta por cento) do
valor destinado à alimentação escolar brasileira deve ser adquirido diretamente da agricultura familiar. Esta é
uma das ações do Governo Federal que visa promover o acesso do pequeno agricultor familiar a condições
mínimas para fixação dele no campo, a partir da garantia de venda dos produtos excedentes e, portanto, do
fortalecimento e desenvolvimento da agricultura familiar no Brasil (FNDE, 2015).
Assim, segundo Lima et al. (2016), do ponto de vista mercadológico, a partir da Lei nº 11.947/2009, o
PAGAAF abre mais um canal de comercialização, no qual possibilita aos agricultores familiares atuarem como
fornecedores, além de contribuir para que a agricultura familiar se organize cada vez mais e fortaleça suas ações
comerciais. Para Triches e Schneider (2013), o projeto de compras institucionais passou a apresentar grande
potencial para tornar-se uma política de caráter estruturante, ao abrir a possibilidade de adquirir os gêneros
1
Este artigo embasa-se nos resultados da Dissertação de Mestrado intitulada: “Avaliação da Efetividade do
Projeto de Aquisição de Gêneros Alimentícios da Agricultura familiar, no município de Coimbra, MG”, que foi
defendida junto ao Programa de Pós-Graduação em Economia Doméstica da Universidade Federal de Viçosa,
MG, no ano de2017.
Efetividade do Projeto de Aquisição De Gêneros Alimentícios da Agricultura ...
www.ijhssi.org 57 | Page
alimentícios dos agricultores familiares, gerando renda e, portanto, beneficiando pequenos agricultores. Ou seja,
o PAGAAF pode ser um vetor que injeta dinheiro na economia local impulsionando a economia dos municípios,
em contrapartida melhora a qualidade de vida das famílias dos agricultores rurais, de forma contribuir com a
diminuição do êxodo rural.
Dessa forma, a partir da implementação do PAGAAF, espera-se que os pequenos produtores rurais
tenham instrumentos mínimos para sua inclusão e fixação no meio rural, que por sua vez serão capazes de
contribuir para o aumento da renda familiar e que, por conseguinte, propiciarão melhorias à qualidade de vida
dos beneficiados. Assim, pressupõe-se que podem ocorrer inúmeras alterações na qualidade de vida dos
agricultores familiares beneficiários do projeto. Porém, a qualidade de vida é um termo bastante subjetivo, uma
vez que é diferente para cada pessoa, em função de seus valores, de suas particularidades, de suas vivências, de
seus costumes e de seu ambiente relacional. Gonçalves e Vilarta (2004) definem qualidade de vida pelo modo
como as pessoas vivem, sentem e compreendem seu cotidiano, envolvendo, portanto, saúde, educação, moradia,
trabalho, renda e sua participação nas decisões que lhes dizem respeito. Para Minayoet al. (2000) qualidade de
vida é uma percepção do ser humano, que se aproxima do grau de satisfação encontrado na vida familiar, social,
econômica, política e ambiental, que remete conforto, bem-estar, valores individuais e coletivos, dentre outros.
Nesta perspectiva, o conceito de qualidade de vida utilizado nesse trabalho é o que se reporta ao modelo
desenvolvido por Metzenet al. (1980), ao considerar que a qualidade de vida deve envolver componentes
concretos da vida dos indivíduos e famílias, e também as suas percepções e avaliações subjetivas.
É neste contexto que surge o interesse de avaliar a efetividade do Projeto de Aquisição de Gêneros
Alimentícios da Agricultura Familiar na vida dos agricultores familiares beneficiários em comparação com os
agricultores familiares não beneficiários no projeto, considerando suas repercussões na qualidade de vida.
De acordo com Arretche (2001), Baptista (2000) e Fagundes e Moura (2009), a avaliação da
efetividade possibilita avaliar a capacidade de a política pública, após sua efetivação, dar respostas aceitas e
adequadas aos problemas ou às questões que pretendeu atender, além de avaliar o sucesso ou fracasso em
termos de uma efetiva mudança na vida cotidiana da população atingida pelas políticas públicas.
O objetivo deste trabalho é avaliar a efetividade a partir do grau/nível de satisfação e da percepção dos
agricultores familiares quanto aos efeitos alcançados pelo Projeto de Aquisição de Gêneros Alimentícios da
Agricultura Familiar (PAGAAF) inserido no PNAE, em relação à qualidade de vida do agricultor familiar
depois da implementação deste Projeto.
II. PROCEDIMENTO METODOLÓGICO
Realizou-se a pesquisa na zona rural de Coimbra, MG. O município está localizado na Zona da Mata de
Minas Gerais e conta com uma população de, aproximadamente, 7.054 habitantes, sendo cerca de 70% rural.
Dos agricultores familiares, 1.398 estão cadastrados na EMATER-MG e têm conhecimento dos programas
governamentais destinados a este segmento, como Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura
Familiar (PRONAF) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
Participaram desse estudo agricultores familiares que possuíam o conjunto de características
necessárias para participarem do PAGAAF no município de Coimbra-MG. Para a definição do tamanho da
amostra, foi adotado o nível de confiança de 95% e erro amostral de 5% (TRIOLA, 2005), o que conduziu a
uma amostra de 149 agricultores familiares, dentre os 244 cadastrados na EMATER-MG.
Como instrumento de coleta de dados, utilizou-se o questionário semiestruturado. Para sua construção
levou-se em consideração o modelo de qualidade de vida de Metzenet al., (1980), baseado nas subcategorias:
vida família; geração de renda; saúde; moradia; educação; alimentação; relacionamento e ajudas; bem-estar
consigo mesmo; trabalho e produção; lazer; religião; serviços comunitários; integração social e política; meio
ambiente e segurança física. Os questionários foram aplicados no período de 18 de julho a 10 de setembro de
2016.Para análise dos dados, fez-se uso de ferramentas estatísticas, como a análise exploratória dos dados, alfa
de Cronbach, escala somada, teste de médias e análise de frequências (MOREIRA, 2016). Para o tratamento dos
dados e a realização das análises estatística, foram utilizados os programas MS Excel e StatisticalPackageforthe
Social Sciences– SPSS.
A fim de avaliar os dados quantitativos, realizou-se o teste t para as amostras independentes, visando
analisar o mais significante dos componentes de qualidade de vida que foram elaborados. Os significantes
devem atender à hipótese central de que o PAGAAF, ao ser implementado, concede aos pequenos produtores
rurais instrumentos mínimos para sua inclusão e fixação no meio rural, abrindo canais de comercialização para o
agricultor, que, por sua vez, serão capazes de contribuir para o aumento da renda familiar e que, por
conseguinte, propiciarão melhorias à qualidade de vida dos beneficiados. Assim, tem-se que:
H0: X0=X1, a média da satisfação dos beneficiários é igual à média de satisfação dos não beneficiários.
H1: X0 ≠ X1, a média da satisfação dos beneficiários é diferente da média de satisfação dos não
beneficiários.
Efetividade do Projeto de Aquisição De Gêneros Alimentícios da Agricultura ...
www.ijhssi.org 58 | Page
Quanto à análise qualitativa, para avaliar o grau de satisfação dos agricultores familiares em relação à
qualidade de vida, foi feita subjetivamente, de acordo com as percepções dos agricultores entrevistados,
levando-se em conta o nível de satisfação com as diversas subcategorias da qualidade da vida. Estas
subcategorias foram avaliadas pelos agricultores, em termos do nível de satisfação, sendo atribuídos valores que
variam de 1 a 5, correspondendo, respectivamente, aos seguintes graus de satisfação: muito insatisfeito,
insatisfeito, indiferente, satisfeito, muito satisfeito. Para aqueles componentes da qualidade de vida com nível de
insatisfação, os entrevistados deveriam justificar suas razões.
III. RESULTADOS E DISCUSSÕES
3.1 Análise da satisfação das subcategorias da qualidade de vida
O acesso das famílias às diferentes subcategorias da qualidade de vida e a satisfação delas com estas
estão representados na Tabela 1, a partir da construção das frequências absoluta e relativa.
Tabela 1 – Satisfação dos agricultores familiares referente à Qualidade de Vida.
Subcategorias - Qualidade de
vida
Grau de Satisfação
muito
insatisfeito
insatisfeito indiferente satisfeito
muito
satisfeito
Frequências Absoluta (Ab) e Relativa (%)
Ab % Ab % Ab % Ab % Ab %
Vida familiar 3 2,0 7 4,6 73 47,9 74 48,7
Geração de renda 1 11,2 39 25,6 93 61,1 8 5,2
Saúde 6 3,9 14 9,2 112 73,6 25 16,4
Moradia 2 1,3 9 5,9 125 82,1 21 13,8
Educação 2 1,3 15 9,9 131 86,1 9 5,9
Alimentação 1 0,7 3 2,0 138 90,7 15 9,9
Relacionamento e ajudas 5 3,3 11 7,2 108 70,9 33 21,7
Bem estar consigo mesmo 3 2,0 11 7,1 107 70,4 36 23,7
Lazer 12 7,8 32 21,1 103 67,6 10 6,6
Serviços comunitários 7 4,6 66 43,3 83 54,6 1 0,7
Religião 2 1,3 10 6,6 107 70,3 38 25,0
Trabalho e produção 4 2,6 14 9,2 103 67,6 36 23,6
Meio ambiente 2 1,3 5 3,2 56 36,8 91 59,9 3 2,0
Integração social e política 1 0,7 7 4,6 79 51,8 68 44,7 2 1,3
Segurança física 22 14,5 100 65,7 19 12,4 14 9,2 1 0,7
Média geral 8,3 5,5 10,6 7,7 25,6 16,8 97,0 63,7 20,8 13,6
Fonte: Dados da pesquisa, 2016.
As informações apresentadas na Tabela 1 detalham o grau de satisfação dos agricultores familiares, que
estão aptos a participarem do PAGAAF, no que se refere à qualidade de vida deles.
Os resultados obtidos indicam que as subcategorias da qualidade de vida, vida familiar, geração de
renda, saúde, moradia, educação, alimentação, relacionamento e ajudas, bem-estar consigo mesmo, trabalho e
produção foram os que os agricultores familiares estavam mais satisfeitos. Quanto às subcategorias lazer,
integração social e política e meio ambiente, estes foram os componentes que os agricultores familiares se
sentiram indiferentes ou insatisfeitos. A segurança física dos agricultores e de seus familiares teve o maior
percentual de insatisfação.
Estes resultados corroboraram com os encontrados nos trabalhos de Cardoso (2010), Manfiolli (2014),
Cunha (2015) e Oliveira (2015), os quais indicaram positivos efeitos dos programas sociais na melhoria da
qualidade de vida dos beneficiários, como fortalecimentos dos laços familiares, aumento da renda, adoção de
práticas solidárias, promoção de conforto e melhorias nas moradias, boa alimentação etc. Assim, verificou-se
uma existência de uma associação da qualidade de vida e do PAGAAF, demonstrando características que podem
contribuir para inserção dos agricultores familiares nos programas governamentais instituídos no Brasil.
3.2 Comparação do nível de Qualidade de Vida dos Agricultores Familiares (Beneficiários x Não
Beneficiário)
Após analisar separadamente as subcategorias da qualidade de vida, verificaram-se os mais
significantes, de acordo com os conceitos de Qualidade de Vida elaborados. A decisão de rejeição ou não das
Efetividade do Projeto de Aquisição De Gêneros Alimentícios da Agricultura ...
www.ijhssi.org 59 | Page
hipóteses testadas foi tomada com base no p valor (p value), que indica a probabilidade estimada de rejeição da
hipótese nula. Como se admitiu o nível de significância a 5%, qualquer p valor abaixo desse valor rejeita-se H0.
Assim, foram analisadas a descrição estatística e a comparação de médias da satisfação com a
qualidade de vida dos dois grupos, o beneficiário e o não beneficiário. Na Tabela 2, são apresentados os testes
de médias para as variáveis relativas à qualidade de vida dos agricultores familiares do município de Coimbra,
MG, os quais participam ou não do Projeto de Aquisição de Gêneros Alimentícios da Agricultura Familiar.
Tabela 2 – Qualidade de Vida dos agricultores de Coimbra, MG, Brasil
Subcategoria
da Qualidade de Vida
Beneficiário Não Beneficiário
média mínimo máximo
desvio
padrão
média mínimo máximo
desvio
padrão
Vida Familiar 4,0 4 4 0 4,4 2 5 0,67
Geração de Renda 4,0 3 5 0,71 3,57 2 5 0,75
Saúde 4,2 4 5 0,45 3,99 2 5 0,64
Moradia 4,2 4 5 0,45 4,05 2 5 0,49
Educação 4,2 4 5 0,45 3,93 2 5 0,45
Alimentação 4,0 4 4 0 4,07 2 5 0,38
Relacionamentos e Ajudas 3,8 3 4 0,45 4,09 2 5 0,64
Bem-estar consigo mesmo 4,0 4 4 0 4,16 2 5 0,58
Lazer 3,6 2 4 0,89 3,71 2 5 0,70
Serviços Comunitários 3,4 3 4 0,55 3,5 2 5 0,60
Religião 4,0 4 4 0 4,16 2 5 0,59
Trabalho e Produção 4,2 4 5 0,45 4,09 2 5 0,65
Meio Ambiente 3,2 2 4 0,84 3,57 1 5 0,65
Integração Social e Política 3,2 3 4 0,45 3,41 1 5 0,63
Segurança Física 2,6 2 4 0,89 2,18 1 5 0,81
Média Geral 3,77 3,79
Alfa de Cronbach 0,83
Teste de Médias Grupos Percentual (%) P valor
Qualidade de Vida
Beneficiário 3,2
0,941
Não Beneficiário 96,8
Fonte: Dados da pesquisa, 2016.
Na Tabela 2 são apresentadas as 15 subcategorias da qualidade de vida que são analisadas tanto para o
grupo tratamento (beneficiário) quanto para o grupo controle (não beneficiário), descrevendo a média, o
mínimo, o máximo e o desvio-padrão. A média dos grupos representa o valor comum atribuído pelos
entrevistados. Em geral, a média de ambos os grupos está concentrada na escala de 4 pontos, podendo observar
algumas variações nas respostas, onde o mínimo e o máximo evidenciam essas variabilidades e o desvio padrão
as confirma.
As subcategorias “vida familiar”, “saúde”, “moradia”, “educação”, “alimentação”, “relacionamentos e
ajudas”, “bem-estar consigo mesmo”, “serviços comunitários”, “religião”, “trabalho e produção” e “integração
social e política”, com base na percepção dos beneficiários, obtiveram médias entre 3,2 a 4,2 e baixo desvio
padrão, entre 0 a 0,55, indicando que houve reduzida variabilidade nas respostas, ou seja, as respostas
concentraram no intervalo do mínimo e máximo entre 3 e 4 pontos. Na percepção dos não beneficiários, essas
subcategorias tiveram médias semelhantes entre 3,41 a 4,4, e baixo desvio padrão entre 0,38 a 0,67, indicando
também que a baixa dispersão das respostas. Esses resultados indicam homogeneidade na avaliação dos
agricultores familiares em relação às essas subcategorias da qualidade de vida.
Entretanto, as subcategorias “geração de renda”, “lazer”, “meio ambiente” e “segurança física”,
conforme percepção do grupo tratamento, indicaram médias baixas, entre 2,6 a 4,0, ocorrendo maior dispersão,
onde o mínimo e o máximo estão num intervalo entre 2 e 4, numa variação das respostas. Quanto ao grupo
controle, essas subcategorias também tiveram médias que variaram entre 2,18 a 3,71, com desvio padrão entre
0,70 a 0,81 indicando maior dispersão entre as respostas. Estas variabilidades podem indicar que essas
subcategorias são assuntos que podem ter diferentes visões pelos entrevistados.
Nota-se ainda, na Tabela 2, que a média geral das subcategorias, para o grupo tratamento alcançou a
média, 3,77; e no grupo controle, 3,79. O Alfa de Cronbach foi de 0,83. O teste de média dos grupos
correspondeu a um total de 157 agricultores familiares, sendo 3,2% dos beneficiários e 96,8% dos não
beneficiários. O P valor foi igual a 0,941.
Efetividade do Projeto de Aquisição De Gêneros Alimentícios da Agricultura ...
www.ijhssi.org 60 | Page
Verifica-se que, a confiabilidade das subcategorias da Qualidade de Vida, a partir da técnica do Alfa de
Cronbach, que se obteve um coeficiente com valor de 0,83, confirmando que as subcategorias são fortemente
correlacionadas, uma vez que o valor de Alfa, que está dentro do parâmetro de 0 a 1, que requer o mínimo
aceitável de 0,60 (MAROCO; GARCIA-MARQUES, 2006). Tal resultado demonstrou que o conjunto de
subcategorias adotado representa com confiabilidade a ideia geral de qualidade de vida.
No que se refere à média geral das subcategorias da Qualidade de Vida, verificou-se que os testes de
médias indicaram igualdade de satisfação (H0: X0=X1), ou seja, a média da satisfação dos beneficiários que
corresponde 3,77 é estatisticamente igual à média de satisfação dos não beneficiários de 3,79.
Os dados apresentados na Tabela 2 indicaram a rejeição da hipótese testada, tomada com base no P
valor de 0,941. Como se admitiu nível de significância a 5%, qualquer P valor abaixo deste valor rejeita-se H0.
Todavia, 0,941>0,05, o que denota que não houve diferenças estatísticas entre as médias de satisfação dos
agricultores do PAGAAF e as dos que não participam deste Projeto (H0: X0=X1). O resultado desta pesquisa
corrobora com outras avaliações de programas sociais destinados ao meio rural, como PRONAF, PAA e PNAE,
apresentados nos trabalhos de Damasceno, Khan e Lima (2011) e de Moreira, Silveira e Motter (2014), que
avaliaram a percepção dos agricultores familiares beneficiários e não beneficiários, referente à melhoria da
qualidade de vida diante desses programas. Os referidos autores identificaram que os programas sociais
isoladamente não conseguem contribuir para melhorias na qualidade de vida, quando se comparado com outros
estudos.
Embora a média da qualidade de vida do grupo tratamento seja estatisticamente igual à do grupo
controle, pode-se afirmar que PAGAAF contribui para a satisfação dos beneficiários com relação a
determinados elementos da qualidade de vida, pois as médias das subcategorias “geração de renda” (4,0) e
“trabalho e produção” (4,2) foram maiores na percepção dos agricultores beneficiários, se comparando com as
dos agricultores que não pertencem ao Projeto, com média (3,57) e (4,09).
Dessa forma, os resultados do Projeto apontaram melhorias em aspectos específicos na qualidade de
vida dos agricultores familiares beneficiários, como aumento da renda, diversificação da produção e garantia de
mercado e comercialização. Este indicativo é semelhante ao encontrado em Oliveira (2015), Cunha (2015) e
Manfiolli (2014), os quais avaliaram os efeitos do PAA e PNAE na vida do agricultor e concluíram que, mesmo
de forma significativa, ocorreu aumento da diversificação da produção, melhoria da renda, garantia de mercado
e comercialização.
Cabe ressaltar que, não havendo a diferença entre os grupos, não significa que o PAGAAF não esteja
melhorando a qualidade de vida dos agricultores familiares beneficiários, pois a melhoria da qualidade vida dos
agricultores familiares tanto dos beneficiários como a dos não beneficiários está, muitas vezes, associada a
outras políticas públicas onde os agricultores estão inseridos, como PAA, PRONAF, PBF e PNHR. Esta
afirmação é apontada nos trabalhos de Damasceno, Khan e Lima (2011), Mafiolli (2014), Oliveira (2015),
Cunha (2015) e Moreira (2016), em que a qualidade de vida foi um aspecto positivo adquirido após a inserção
dos agricultores em um conjunto de programas sociais.
IV. CONCLUSÃO
Conforme os resultados, verificou-se que as subcategorias da qualidade de vida: vida familiar, saúde,
moradia, educação, alimentação, relacionamento e ajudas, bem-estar consigo mesmo, trabalho e produção foram
os itens que os agricultores familiares estavam mais satisfeitos. Quanto às subcategorias: lazer, integração
social, política e meio ambiente foram os tópicos que estes agricultores se sentiam indiferentes ou insatisfeitos.
Já a “segurança física” teve o maior percentual de insatisfação, para os dois grupos.
Os resultados indicam que não houve diferença entre as médias de satisfação entre beneficiários e não
beneficiários. Isso pode indica que ser beneficiário ou não do PAGAAF não teve influência significativa sobre a
percepção dos agricultores familiares acerca da qualidade de vida deles.
Foram percebidas pelos agricultores familiares mudanças como o aumento da renda, a diversificação
da produção, a garantia de mercado e a facilidade de comercialização. Embora a média geral da qualidade de
vida do grupo tratamento tenha sido igual à do grupo controle, nas subcategorias “geração de renda”, “trabalho e
produção”, a percepção de melhoria foi maior dos agricultores beneficiários, se comparando como os
agricultores que não pertencem ao Projeto, o que pode ser um indicativo de que o participar do PAGAAF
contribui para o aumento da satisfação dos beneficiários com relação à qualidade de vida, conforme
recomendado por Arretche (2001), Cohen e Franco (2008), Rua (2009), Silveira et al. (2013) e Silva e Barros
(2015), os quais relataram que ao avaliar uma política pública deve-se considerar cuidadosamente todas as
subcategorias, a fim de alcançar os resultados mais minuciosos possíveis, buscando, não apenas os resultados
que possam medir quantitativamente os benefícios ou não, e, sim, os processos que qualificam decisões,
mudanças, implicações e conflito ocasionados pelos programas sociais com seu público-alvo.
Sugere-se que sejam feitos outros estudos avaliativos desta natureza, ampliando-se para os outros
Efetividade do Projeto de Aquisição De Gêneros Alimentícios da Agricultura ...
www.ijhssi.org 61 | Page
municípios de pequeno porte, assim como pesquisas que foquem em outros sujeitos envolvidos no projeto, como
agentes financeiros, técnicos agropecuários, gestores públicos e instituições participantes, como os conselhos
municipais e as associações de produtores rurais.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] ARRETCHE, Marta Teresa da Silva. Tendências no estudo sobre avaliação. In: RICO, Elizabeth Melo (org.). Avaliação de
políticas sociais: uma questão em debate. São Paulo: Cortez, 2001. p. 29-39.
[2] BAPTISTA, Myrian Veras. Planejamento social: intencionalidade e instrumentação. São Paulo: Veras Editora; Lisboa: CPIHTS,
2000. 155 p.
[3] BRASIL. Lei nº 11.326, de 24 de julho de 2006. Estabelece as diretrizes para a formulação da Política Nacional da Agricultura
Familiar e Empreendimentos Familiares Rurais. Diário Oficial da União, Brasília, DF, seção 1, p. 1, 25 jul. 2006.
[4] ______. Lei nº 11.947, de 16 de junho de 2009. Dispõe sobre o atendimento da alimentação escolar e do Programa Dinheiro
Direto na Escola aos alunos da educação básica. Diário Oficial da União, 17 jun. 2009.
[5] CARDOSO, Virgínia Arlinda da Silva et al. Práticas do cotidiano e o Programa Minas Sem Fome: A experiência da Padaria
Artesanal" Mãos de Fibra", Viçosa/MG. 2010. Dissertação (Mestrado em Economia Doméstica) - Universidade Federal de
Viçosa, Viçosa, MG, 2010.
[6] CUNHA, Wellington Alvim da. Efeitos dos programas governamentais de aquisição de alimentos para a agricultura familiar no
contexto local. 2015. 150f. Dissertação (Mestrado em Administração) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, 2015.
[7] EMPRESA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL DE MINAS GERAIS - EMATER-MG. Orienta produtores
na comercialização de produtos para o mercado institucional do PNAE. Disponível em: <http://www.emater.mg.gov.br/ portal.
cgi?flagweb=site_tpl_paginas_internas&id=8741#.Vf66T0fF8Xg>. Acesso em: 04 maio 2016.
[8] FAGUNDES, Helenara; DE MOURA, Alessandra Ballinhas. Avaliação de programas e políticas públicas. Textos & Contextos,
Porto Alegre, v. 8, n. 1, p. 89-103, 2009.
[9] GONÇALVES, Aguinaldo. Em busca do diálogo do controle social sobre o estilo de vida. In: VILARTA, Roberto (org.)
Qualidade de Vida e políticas públicas: saúde, lazer e atividade física. Campinas, IPES, 2004, p. 17-26.
[10] GRISA, Catia; SCHNEIDER, Sergio. Três gerações de políticas públicas para a agricultura familiar e formas de interação entre
sociedade e estado no Brasil. Revista de economia e sociologia rural, v.52, p.125-146, 2014.
[11] LIMA, Aparecida de Fátima Alves; FONTOURA, Taysa; PIMENTA, Paulo Roberto; GRZEBIELUCKAS, Cleci; SENGER,
Neuri Elizer. A Comercialização da Agricultura Familiar para o PNAE no Território Rural do Alto Paraguai-MT. XI Congresso
da Sociedade Brasileira de Sistema de Produção. 06 a 08 de junho de 2016. Universidade Católica de Pelotas/UCPEL. Pelotas –
RS. Disponível em:< http://www.sbsp.org.br/z1files/pub/ 146841821938281_Aparecida-de-Fatima-Alves-de-Lima.pdf> Acesso
em: 29 out 2016.
[12] MANFIOLLI, M. H. Os Efeitos do PAA e do PNAE na Agricultura Familiar da Região Administrativa de Paranavaí. Maringá,
2014. 79 f. Dissertação (Mestrado em Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Programa de Pós-Graduação em Políticas
Públicas) - Universidade Estadual de Maringá, PA, 2014.
[13] METZEN, E.; WILLIAM, F. L.; SHULL, J.; KEEF, D. R. Quality of life as affected by area of residence. I Project descript.
Columbia: University Missoure, College of Agriculture, Agricultural Experiment Station, 1980. 112 p. (ResearchBulletin, 1036)
[14] MINAYO, M. C. S.; HARTZ, Z. M. A.; BUSS, P. M. Qualidade de Vida e saúde: um debate necessário. Ciência & Saúde
Coletiva. Rio de Janeiro, v.5, n.1, p. 7-18, 2000.
[15] MOREIRA, Vinicius de Souza. Avaliação dos resultados do programa “Minha casa, minha vida” em Minas Gerais / Vinicius de
Souza Moreira. – Viçosa, MG, 2016. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Viçosa. f.120-128. 2016.
[16] OLIVEIRA, L. G. de. Avaliação do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e do Programa Nacional de Alimentação
Escolar (PNAE) da agricultura familiar: estudo de caso na microrregião de Ubá-MG. 2015. 149 f. Dissertação (Mestrado em
Engenharia da Produção) - Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, SP, 2015.
[17] RUA, Maria das Graças. Políticas públicas. Brasília, DF: CAPES/UAB, 2009. 130 p.
[18] SILVA, José de Ribamar Sá; BARROS, Vadira. Avaliação de Políticas e Programas Sociais: um destaque ao sentido das
variáveis contextuais. Revista Políticas Públicas, v. 8, n. 2, p. 141-156, 2015.
[19] SILVEIRA, Suely de Fátima Ramos; VIEIRA, Larissa Haddad Souza; CAPOBIANGO, Ronan Pereira; REIS, Paulo Ricardo;
DRUMOND, Alexandre Matos. Políticas Públicas: Monitorar e Avaliar Para Quê? In: FERREIRA, Marco Aurélio Marques;
ABRANTES, Luiz Antônio (Organizadores). Assis; Viçosa: Triunfal Gráfica e Editora, 2013. Cap.11, p.301-327.
[20] TRICHES, Rozane Marcia; SCHNEIDER, Sergio. Desestruturar para construir: interfaces para a agricultura familiar acessar o
programa de alimentação escolar. Estudos Sociedade e Agricultura, v. 2, p.66-107, 2013.
[21] TRIOLA, M. F. Introdução à Estatística. 9 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2005.This heading is not assigned a number.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

PNAE – Programa Nacional de Alimentación Escolar
PNAE – Programa Nacional de Alimentación EscolarPNAE – Programa Nacional de Alimentación Escolar
PNAE – Programa Nacional de Alimentación EscolarFAO
 
Extensão
Extensão Extensão
Extensão IFRO-RO
 
Ano Internacional da Agricultura Familiar 2014
Ano Internacional da Agricultura Familiar 2014Ano Internacional da Agricultura Familiar 2014
Ano Internacional da Agricultura Familiar 2014FAO
 
Informe Rural - 10/10/13
Informe Rural - 10/10/13Informe Rural - 10/10/13
Informe Rural - 10/10/13Informe Rural
 
I Seminário da Pesca Artesanal e Assistência Técnica em Pernambuco
I Seminário da Pesca Artesanal e Assistência Técnica em Pernambuco I Seminário da Pesca Artesanal e Assistência Técnica em Pernambuco
I Seminário da Pesca Artesanal e Assistência Técnica em Pernambuco cppcomunicacao
 
Boas práticas em educação ambienal na agricultura familiar
Boas práticas em educação ambienal na agricultura familiarBoas práticas em educação ambienal na agricultura familiar
Boas práticas em educação ambienal na agricultura familiarJoão Siqueira da Mata
 
Resumo Fenerc - 2011 Serra Talhada.
Resumo Fenerc - 2011 Serra Talhada.Resumo Fenerc - 2011 Serra Talhada.
Resumo Fenerc - 2011 Serra Talhada.forumdealimetacao
 
Guia prático para comercialização de agricultura familiar
Guia prático para comercialização de agricultura familiarGuia prático para comercialização de agricultura familiar
Guia prático para comercialização de agricultura familiarJosé Florentino
 
PAA - Programa de Aquisição de Alimentos
PAA - Programa de Aquisição de AlimentosPAA - Programa de Aquisição de Alimentos
PAA - Programa de Aquisição de AlimentosLucash Martins
 
Frente Parlamentar em Defesa da Reforma Agrária, Agricultura Familiar e Segur...
Frente Parlamentar em Defesa da Reforma Agrária, Agricultura Familiar e Segur...Frente Parlamentar em Defesa da Reforma Agrária, Agricultura Familiar e Segur...
Frente Parlamentar em Defesa da Reforma Agrária, Agricultura Familiar e Segur...Márcia Lia
 
Agricultura familiar
Agricultura familiarAgricultura familiar
Agricultura familiargikapp88
 
Cartilha orgânicos.final 26.11pdf
Cartilha orgânicos.final 26.11pdfCartilha orgânicos.final 26.11pdf
Cartilha orgânicos.final 26.11pdfneaifrn
 
Informe Rural - 17/10/13
Informe Rural - 17/10/13Informe Rural - 17/10/13
Informe Rural - 17/10/13Informe Rural
 
Balanço Final do Governo Lula - livro 2 (cap.3)
Balanço Final do Governo Lula - livro 2 (cap.3)Balanço Final do Governo Lula - livro 2 (cap.3)
Balanço Final do Governo Lula - livro 2 (cap.3)Edinho Silva
 

Mais procurados (20)

PNAE – Programa Nacional de Alimentación Escolar
PNAE – Programa Nacional de Alimentación EscolarPNAE – Programa Nacional de Alimentación Escolar
PNAE – Programa Nacional de Alimentación Escolar
 
Extensão
Extensão Extensão
Extensão
 
PAA 10 Anos de Aquisição de Alimentos
PAA 10 Anos de Aquisição de AlimentosPAA 10 Anos de Aquisição de Alimentos
PAA 10 Anos de Aquisição de Alimentos
 
Ano Internacional da Agricultura Familiar 2014
Ano Internacional da Agricultura Familiar 2014Ano Internacional da Agricultura Familiar 2014
Ano Internacional da Agricultura Familiar 2014
 
Diretrizes setorial agrário - resumo
Diretrizes setorial agrário - resumoDiretrizes setorial agrário - resumo
Diretrizes setorial agrário - resumo
 
Informe Rural - 10/10/13
Informe Rural - 10/10/13Informe Rural - 10/10/13
Informe Rural - 10/10/13
 
I Seminário da Pesca Artesanal e Assistência Técnica em Pernambuco
I Seminário da Pesca Artesanal e Assistência Técnica em Pernambuco I Seminário da Pesca Artesanal e Assistência Técnica em Pernambuco
I Seminário da Pesca Artesanal e Assistência Técnica em Pernambuco
 
Trabalho final pnae
Trabalho final pnaeTrabalho final pnae
Trabalho final pnae
 
Boas práticas em educação ambienal na agricultura familiar
Boas práticas em educação ambienal na agricultura familiarBoas práticas em educação ambienal na agricultura familiar
Boas práticas em educação ambienal na agricultura familiar
 
Resumo Fenerc - 2011 Serra Talhada.
Resumo Fenerc - 2011 Serra Talhada.Resumo Fenerc - 2011 Serra Talhada.
Resumo Fenerc - 2011 Serra Talhada.
 
1200
12001200
1200
 
Guia prático para comercialização de agricultura familiar
Guia prático para comercialização de agricultura familiarGuia prático para comercialização de agricultura familiar
Guia prático para comercialização de agricultura familiar
 
PAA - Programa de Aquisição de Alimentos
PAA - Programa de Aquisição de AlimentosPAA - Programa de Aquisição de Alimentos
PAA - Programa de Aquisição de Alimentos
 
PAA Africa Programme Inception Workshop - PNAE presentation
PAA Africa Programme Inception Workshop - PNAE presentationPAA Africa Programme Inception Workshop - PNAE presentation
PAA Africa Programme Inception Workshop - PNAE presentation
 
Frente Parlamentar em Defesa da Reforma Agrária, Agricultura Familiar e Segur...
Frente Parlamentar em Defesa da Reforma Agrária, Agricultura Familiar e Segur...Frente Parlamentar em Defesa da Reforma Agrária, Agricultura Familiar e Segur...
Frente Parlamentar em Defesa da Reforma Agrária, Agricultura Familiar e Segur...
 
Agricultura familiar
Agricultura familiarAgricultura familiar
Agricultura familiar
 
Cartilha orgânicos.final 26.11pdf
Cartilha orgânicos.final 26.11pdfCartilha orgânicos.final 26.11pdf
Cartilha orgânicos.final 26.11pdf
 
PNAE
 PNAE PNAE
PNAE
 
Informe Rural - 17/10/13
Informe Rural - 17/10/13Informe Rural - 17/10/13
Informe Rural - 17/10/13
 
Balanço Final do Governo Lula - livro 2 (cap.3)
Balanço Final do Governo Lula - livro 2 (cap.3)Balanço Final do Governo Lula - livro 2 (cap.3)
Balanço Final do Governo Lula - livro 2 (cap.3)
 

Semelhante a Efetividade do Projeto de Aquisição de Gêneros Alimentícios da Agricultura Familiar na Vida dos Agricultores de Coimbra, MG: Uma Avaliação Comparativa de suas Repercussões na Qualidade de Vida

Gestao de operacoes aquisicao alimentos af v12_5_21hs
Gestao de operacoes aquisicao alimentos af v12_5_21hsGestao de operacoes aquisicao alimentos af v12_5_21hs
Gestao de operacoes aquisicao alimentos af v12_5_21hsJorge Silva
 
Marco ean CONF DE 04/06/2014
Marco ean  CONF DE 04/06/2014Marco ean  CONF DE 04/06/2014
Marco ean CONF DE 04/06/2014Gláucia Castro
 
Evolução acesso e efetividade das políticas públicas
Evolução acesso e efetividade das políticas públicasEvolução acesso e efetividade das políticas públicas
Evolução acesso e efetividade das políticas públicasRafael Farias
 
Aula politicas publicas na agricultura familiar
Aula politicas publicas na agricultura familiarAula politicas publicas na agricultura familiar
Aula politicas publicas na agricultura familiarCris Godoy
 
Agricultura familiar e desenvolvimento territorial: um olhar da Bahia sobre o...
Agricultura familiar e desenvolvimento territorial: um olhar da Bahia sobre o...Agricultura familiar e desenvolvimento territorial: um olhar da Bahia sobre o...
Agricultura familiar e desenvolvimento territorial: um olhar da Bahia sobre o...iicabrasil
 
A agricultura familiar no brasil
A agricultura familiar no brasilA agricultura familiar no brasil
A agricultura familiar no brasilKarlla Costa
 
Livro gestao coleta seletiva ginah besen
Livro gestao coleta seletiva ginah besenLivro gestao coleta seletiva ginah besen
Livro gestao coleta seletiva ginah besenElmo Rodrigues
 
Nutricionista-no-fortalecimento-das-Politicas-Publicas.pdf
Nutricionista-no-fortalecimento-das-Politicas-Publicas.pdfNutricionista-no-fortalecimento-das-Politicas-Publicas.pdf
Nutricionista-no-fortalecimento-das-Politicas-Publicas.pdfKaik17
 
Projeto Cozinha Escola
Projeto Cozinha EscolaProjeto Cozinha Escola
Projeto Cozinha Escolacerradounb
 

Semelhante a Efetividade do Projeto de Aquisição de Gêneros Alimentícios da Agricultura Familiar na Vida dos Agricultores de Coimbra, MG: Uma Avaliação Comparativa de suas Repercussões na Qualidade de Vida (20)

Gestao de operacoes aquisicao alimentos af v12_5_21hs
Gestao de operacoes aquisicao alimentos af v12_5_21hsGestao de operacoes aquisicao alimentos af v12_5_21hs
Gestao de operacoes aquisicao alimentos af v12_5_21hs
 
Marco ean CONF DE 04/06/2014
Marco ean  CONF DE 04/06/2014Marco ean  CONF DE 04/06/2014
Marco ean CONF DE 04/06/2014
 
Pronaf 20 anos
Pronaf 20 anosPronaf 20 anos
Pronaf 20 anos
 
Programa formação pela escola
Programa formação pela escolaPrograma formação pela escola
Programa formação pela escola
 
Evolução acesso e efetividade das políticas públicas
Evolução acesso e efetividade das políticas públicasEvolução acesso e efetividade das políticas públicas
Evolução acesso e efetividade das políticas públicas
 
Projeto horta comunitária
Projeto horta comunitáriaProjeto horta comunitária
Projeto horta comunitária
 
PANC.pdf
PANC.pdfPANC.pdf
PANC.pdf
 
Aula politicas publicas na agricultura familiar
Aula politicas publicas na agricultura familiarAula politicas publicas na agricultura familiar
Aula politicas publicas na agricultura familiar
 
Agricultura familiar e desenvolvimento territorial: um olhar da Bahia sobre o...
Agricultura familiar e desenvolvimento territorial: um olhar da Bahia sobre o...Agricultura familiar e desenvolvimento territorial: um olhar da Bahia sobre o...
Agricultura familiar e desenvolvimento territorial: um olhar da Bahia sobre o...
 
Luis Madi - ITAL
Luis Madi - ITALLuis Madi - ITAL
Luis Madi - ITAL
 
A agricultura familiar no brasil
A agricultura familiar no brasilA agricultura familiar no brasil
A agricultura familiar no brasil
 
Livro gestao coleta seletiva ginah besen
Livro gestao coleta seletiva ginah besenLivro gestao coleta seletiva ginah besen
Livro gestao coleta seletiva ginah besen
 
Edital 096 2014 sesan
Edital 096 2014 sesanEdital 096 2014 sesan
Edital 096 2014 sesan
 
Edital 051 2014 sesan
Edital 051 2014 sesanEdital 051 2014 sesan
Edital 051 2014 sesan
 
Marco EAN
Marco EANMarco EAN
Marco EAN
 
Nutricionista-no-fortalecimento-das-Politicas-Publicas.pdf
Nutricionista-no-fortalecimento-das-Politicas-Publicas.pdfNutricionista-no-fortalecimento-das-Politicas-Publicas.pdf
Nutricionista-no-fortalecimento-das-Politicas-Publicas.pdf
 
Conferencia terra nova
Conferencia terra novaConferencia terra nova
Conferencia terra nova
 
Agricultura resiliente
Agricultura resilienteAgricultura resiliente
Agricultura resiliente
 
Zilma
ZilmaZilma
Zilma
 
Projeto Cozinha Escola
Projeto Cozinha EscolaProjeto Cozinha Escola
Projeto Cozinha Escola
 

Último

NR10 - Treinamento LOTO - 2023.pp tx
NR10 - Treinamento LOTO - 2023.pp     txNR10 - Treinamento LOTO - 2023.pp     tx
NR10 - Treinamento LOTO - 2023.pp txrafaelacushman21
 
TRABALHO INSTALACAO ELETRICA EM EDIFICIO FINAL.docx
TRABALHO INSTALACAO ELETRICA EM EDIFICIO FINAL.docxTRABALHO INSTALACAO ELETRICA EM EDIFICIO FINAL.docx
TRABALHO INSTALACAO ELETRICA EM EDIFICIO FINAL.docxFlvioDadinhoNNhamizi
 
07 - MICRÔMETRO EXTERNO SISTEMA MÉTRICO.pptx
07 - MICRÔMETRO EXTERNO SISTEMA MÉTRICO.pptx07 - MICRÔMETRO EXTERNO SISTEMA MÉTRICO.pptx
07 - MICRÔMETRO EXTERNO SISTEMA MÉTRICO.pptxVagner Soares da Costa
 
Apresentação Manutenção Total Produtiva - TPM
Apresentação Manutenção Total Produtiva - TPMApresentação Manutenção Total Produtiva - TPM
Apresentação Manutenção Total Produtiva - TPMdiminutcasamentos
 
apresentação de Bancos de Capacitores aula
apresentação de Bancos de Capacitores aulaapresentação de Bancos de Capacitores aula
apresentação de Bancos de Capacitores aulaWilliamCruz402522
 
10 - RELOGIO COMPARADOR - OPERAÇÃO E LEITURA.pptx
10 - RELOGIO COMPARADOR - OPERAÇÃO E LEITURA.pptx10 - RELOGIO COMPARADOR - OPERAÇÃO E LEITURA.pptx
10 - RELOGIO COMPARADOR - OPERAÇÃO E LEITURA.pptxVagner Soares da Costa
 
Lista de presença treinamento de EPI NR-06
Lista de presença treinamento de EPI NR-06Lista de presença treinamento de EPI NR-06
Lista de presença treinamento de EPI NR-06AndressaTenreiro
 

Último (7)

NR10 - Treinamento LOTO - 2023.pp tx
NR10 - Treinamento LOTO - 2023.pp     txNR10 - Treinamento LOTO - 2023.pp     tx
NR10 - Treinamento LOTO - 2023.pp tx
 
TRABALHO INSTALACAO ELETRICA EM EDIFICIO FINAL.docx
TRABALHO INSTALACAO ELETRICA EM EDIFICIO FINAL.docxTRABALHO INSTALACAO ELETRICA EM EDIFICIO FINAL.docx
TRABALHO INSTALACAO ELETRICA EM EDIFICIO FINAL.docx
 
07 - MICRÔMETRO EXTERNO SISTEMA MÉTRICO.pptx
07 - MICRÔMETRO EXTERNO SISTEMA MÉTRICO.pptx07 - MICRÔMETRO EXTERNO SISTEMA MÉTRICO.pptx
07 - MICRÔMETRO EXTERNO SISTEMA MÉTRICO.pptx
 
Apresentação Manutenção Total Produtiva - TPM
Apresentação Manutenção Total Produtiva - TPMApresentação Manutenção Total Produtiva - TPM
Apresentação Manutenção Total Produtiva - TPM
 
apresentação de Bancos de Capacitores aula
apresentação de Bancos de Capacitores aulaapresentação de Bancos de Capacitores aula
apresentação de Bancos de Capacitores aula
 
10 - RELOGIO COMPARADOR - OPERAÇÃO E LEITURA.pptx
10 - RELOGIO COMPARADOR - OPERAÇÃO E LEITURA.pptx10 - RELOGIO COMPARADOR - OPERAÇÃO E LEITURA.pptx
10 - RELOGIO COMPARADOR - OPERAÇÃO E LEITURA.pptx
 
Lista de presença treinamento de EPI NR-06
Lista de presença treinamento de EPI NR-06Lista de presença treinamento de EPI NR-06
Lista de presença treinamento de EPI NR-06
 

Efetividade do Projeto de Aquisição de Gêneros Alimentícios da Agricultura Familiar na Vida dos Agricultores de Coimbra, MG: Uma Avaliação Comparativa de suas Repercussões na Qualidade de Vida

  • 1. International Journal of Humanities and Social Science Invention ISSN (Online): 2319 – 7722, ISSN (Print): 2319 – 7714 www.ijhssi.org ||Volume 6 Issue 4||April. 2017 || PP.56-61 www.ijhssi.org 56 | Page Efetividade do Projeto de Aquisição de Gêneros Alimentícios da Agricultura Familiar na Vida dos Agricultores de Coimbra, MG: Uma Avaliação Comparativa de suas Repercussões na Qualidade de Vida1 Rosária Cal Bastos1 , Amélia Carla Sobrinho Bifano2 , Maria das Dores Saraiva de Loreto3 1, 2, 3 Departamento de Economia Doméstica, Universidade Federal de Viçosa (UFV), Viçosa, MG. RESUMO: O Governo Federal estabelece que, no mínimo, 30% dos recursos repassados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação para alimentação escolar devem ser utilizados na compra de produtos advindos da agricultura familiar. Com esta ação, espera-se que os pequenos produtores rurais tenham instrumentos mínimos para a inclusão e fixação deles no meio rural, que, por sua vez, serão capazes de contribuir para o aumento da renda familiar, propiciando melhoria da qualidade de vida dos agricultores familiares beneficiados pelo Projeto. Este artigo tem por objetivo avaliar a efetividade do Projeto de Aquisição de Gêneros Alimentícios da Agricultura Familiar na vida dos agricultores familiares beneficiários, em comparação com os agricultores familiares não beneficiários deste Projeto, considerando as suas repercussões na qualidade de vida deles. O procedimento metodológico utilizado foi à pesquisa quanti-qualitativa com 157 agricultores familiares do município de Coimbra, MG, por meio da aplicação de questionários. Os resultados indicaram que não houve impacto, no que se refere à qualidade de vida dos beneficiários em comparação com os não beneficiários. Isso pode estar associado a outras políticas públicas em que os agricultores familiares estão inseridos. Esta pesquisa permite uma visão global da efetividade do Projeto de Aquisição de Gêneros Alimentícios da Agricultura Familiar no município estudado. Palavras-chaves:Avaliação de Efetividade. Política Pública. Agricultura Familiar. Qualidade de Vida. I. INTRODUÇÃO A partir de 1990, a discussão sobre agricultura familiar vem ganhando publicidade em razão dos entraves que os agricultores têm para comercializarem seus produtos, sendo a venda o principal gargalo. Neste cenário, destacam-se as políticas públicas que definem a criação de mercados institucionais para os produtos da agricultura familiar, cujo objetivo dentre outros, é o fortalecimento da agricultura familiar e a contribuição para fixar os produtores familiares no campo (GRISA; SCHNEIDER, 2014). Entre as políticas públicas voltadas à agricultura familiar, encontra-se o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que teve origem na década de 1940, e que, somente a partir de junho de 2009, ao instituir a Lei nº 11.947, de 16 de junho de 2009, passou a integrar o Projeto de Aquisição de Gêneros Alimentícios da Agricultura Familiar (PAGAAF), que determina que pelo menos 30% (trinta por cento) do valor destinado à alimentação escolar brasileira deve ser adquirido diretamente da agricultura familiar. Esta é uma das ações do Governo Federal que visa promover o acesso do pequeno agricultor familiar a condições mínimas para fixação dele no campo, a partir da garantia de venda dos produtos excedentes e, portanto, do fortalecimento e desenvolvimento da agricultura familiar no Brasil (FNDE, 2015). Assim, segundo Lima et al. (2016), do ponto de vista mercadológico, a partir da Lei nº 11.947/2009, o PAGAAF abre mais um canal de comercialização, no qual possibilita aos agricultores familiares atuarem como fornecedores, além de contribuir para que a agricultura familiar se organize cada vez mais e fortaleça suas ações comerciais. Para Triches e Schneider (2013), o projeto de compras institucionais passou a apresentar grande potencial para tornar-se uma política de caráter estruturante, ao abrir a possibilidade de adquirir os gêneros 1 Este artigo embasa-se nos resultados da Dissertação de Mestrado intitulada: “Avaliação da Efetividade do Projeto de Aquisição de Gêneros Alimentícios da Agricultura familiar, no município de Coimbra, MG”, que foi defendida junto ao Programa de Pós-Graduação em Economia Doméstica da Universidade Federal de Viçosa, MG, no ano de2017.
  • 2. Efetividade do Projeto de Aquisição De Gêneros Alimentícios da Agricultura ... www.ijhssi.org 57 | Page alimentícios dos agricultores familiares, gerando renda e, portanto, beneficiando pequenos agricultores. Ou seja, o PAGAAF pode ser um vetor que injeta dinheiro na economia local impulsionando a economia dos municípios, em contrapartida melhora a qualidade de vida das famílias dos agricultores rurais, de forma contribuir com a diminuição do êxodo rural. Dessa forma, a partir da implementação do PAGAAF, espera-se que os pequenos produtores rurais tenham instrumentos mínimos para sua inclusão e fixação no meio rural, que por sua vez serão capazes de contribuir para o aumento da renda familiar e que, por conseguinte, propiciarão melhorias à qualidade de vida dos beneficiados. Assim, pressupõe-se que podem ocorrer inúmeras alterações na qualidade de vida dos agricultores familiares beneficiários do projeto. Porém, a qualidade de vida é um termo bastante subjetivo, uma vez que é diferente para cada pessoa, em função de seus valores, de suas particularidades, de suas vivências, de seus costumes e de seu ambiente relacional. Gonçalves e Vilarta (2004) definem qualidade de vida pelo modo como as pessoas vivem, sentem e compreendem seu cotidiano, envolvendo, portanto, saúde, educação, moradia, trabalho, renda e sua participação nas decisões que lhes dizem respeito. Para Minayoet al. (2000) qualidade de vida é uma percepção do ser humano, que se aproxima do grau de satisfação encontrado na vida familiar, social, econômica, política e ambiental, que remete conforto, bem-estar, valores individuais e coletivos, dentre outros. Nesta perspectiva, o conceito de qualidade de vida utilizado nesse trabalho é o que se reporta ao modelo desenvolvido por Metzenet al. (1980), ao considerar que a qualidade de vida deve envolver componentes concretos da vida dos indivíduos e famílias, e também as suas percepções e avaliações subjetivas. É neste contexto que surge o interesse de avaliar a efetividade do Projeto de Aquisição de Gêneros Alimentícios da Agricultura Familiar na vida dos agricultores familiares beneficiários em comparação com os agricultores familiares não beneficiários no projeto, considerando suas repercussões na qualidade de vida. De acordo com Arretche (2001), Baptista (2000) e Fagundes e Moura (2009), a avaliação da efetividade possibilita avaliar a capacidade de a política pública, após sua efetivação, dar respostas aceitas e adequadas aos problemas ou às questões que pretendeu atender, além de avaliar o sucesso ou fracasso em termos de uma efetiva mudança na vida cotidiana da população atingida pelas políticas públicas. O objetivo deste trabalho é avaliar a efetividade a partir do grau/nível de satisfação e da percepção dos agricultores familiares quanto aos efeitos alcançados pelo Projeto de Aquisição de Gêneros Alimentícios da Agricultura Familiar (PAGAAF) inserido no PNAE, em relação à qualidade de vida do agricultor familiar depois da implementação deste Projeto. II. PROCEDIMENTO METODOLÓGICO Realizou-se a pesquisa na zona rural de Coimbra, MG. O município está localizado na Zona da Mata de Minas Gerais e conta com uma população de, aproximadamente, 7.054 habitantes, sendo cerca de 70% rural. Dos agricultores familiares, 1.398 estão cadastrados na EMATER-MG e têm conhecimento dos programas governamentais destinados a este segmento, como Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Participaram desse estudo agricultores familiares que possuíam o conjunto de características necessárias para participarem do PAGAAF no município de Coimbra-MG. Para a definição do tamanho da amostra, foi adotado o nível de confiança de 95% e erro amostral de 5% (TRIOLA, 2005), o que conduziu a uma amostra de 149 agricultores familiares, dentre os 244 cadastrados na EMATER-MG. Como instrumento de coleta de dados, utilizou-se o questionário semiestruturado. Para sua construção levou-se em consideração o modelo de qualidade de vida de Metzenet al., (1980), baseado nas subcategorias: vida família; geração de renda; saúde; moradia; educação; alimentação; relacionamento e ajudas; bem-estar consigo mesmo; trabalho e produção; lazer; religião; serviços comunitários; integração social e política; meio ambiente e segurança física. Os questionários foram aplicados no período de 18 de julho a 10 de setembro de 2016.Para análise dos dados, fez-se uso de ferramentas estatísticas, como a análise exploratória dos dados, alfa de Cronbach, escala somada, teste de médias e análise de frequências (MOREIRA, 2016). Para o tratamento dos dados e a realização das análises estatística, foram utilizados os programas MS Excel e StatisticalPackageforthe Social Sciences– SPSS. A fim de avaliar os dados quantitativos, realizou-se o teste t para as amostras independentes, visando analisar o mais significante dos componentes de qualidade de vida que foram elaborados. Os significantes devem atender à hipótese central de que o PAGAAF, ao ser implementado, concede aos pequenos produtores rurais instrumentos mínimos para sua inclusão e fixação no meio rural, abrindo canais de comercialização para o agricultor, que, por sua vez, serão capazes de contribuir para o aumento da renda familiar e que, por conseguinte, propiciarão melhorias à qualidade de vida dos beneficiados. Assim, tem-se que: H0: X0=X1, a média da satisfação dos beneficiários é igual à média de satisfação dos não beneficiários. H1: X0 ≠ X1, a média da satisfação dos beneficiários é diferente da média de satisfação dos não beneficiários.
  • 3. Efetividade do Projeto de Aquisição De Gêneros Alimentícios da Agricultura ... www.ijhssi.org 58 | Page Quanto à análise qualitativa, para avaliar o grau de satisfação dos agricultores familiares em relação à qualidade de vida, foi feita subjetivamente, de acordo com as percepções dos agricultores entrevistados, levando-se em conta o nível de satisfação com as diversas subcategorias da qualidade da vida. Estas subcategorias foram avaliadas pelos agricultores, em termos do nível de satisfação, sendo atribuídos valores que variam de 1 a 5, correspondendo, respectivamente, aos seguintes graus de satisfação: muito insatisfeito, insatisfeito, indiferente, satisfeito, muito satisfeito. Para aqueles componentes da qualidade de vida com nível de insatisfação, os entrevistados deveriam justificar suas razões. III. RESULTADOS E DISCUSSÕES 3.1 Análise da satisfação das subcategorias da qualidade de vida O acesso das famílias às diferentes subcategorias da qualidade de vida e a satisfação delas com estas estão representados na Tabela 1, a partir da construção das frequências absoluta e relativa. Tabela 1 – Satisfação dos agricultores familiares referente à Qualidade de Vida. Subcategorias - Qualidade de vida Grau de Satisfação muito insatisfeito insatisfeito indiferente satisfeito muito satisfeito Frequências Absoluta (Ab) e Relativa (%) Ab % Ab % Ab % Ab % Ab % Vida familiar 3 2,0 7 4,6 73 47,9 74 48,7 Geração de renda 1 11,2 39 25,6 93 61,1 8 5,2 Saúde 6 3,9 14 9,2 112 73,6 25 16,4 Moradia 2 1,3 9 5,9 125 82,1 21 13,8 Educação 2 1,3 15 9,9 131 86,1 9 5,9 Alimentação 1 0,7 3 2,0 138 90,7 15 9,9 Relacionamento e ajudas 5 3,3 11 7,2 108 70,9 33 21,7 Bem estar consigo mesmo 3 2,0 11 7,1 107 70,4 36 23,7 Lazer 12 7,8 32 21,1 103 67,6 10 6,6 Serviços comunitários 7 4,6 66 43,3 83 54,6 1 0,7 Religião 2 1,3 10 6,6 107 70,3 38 25,0 Trabalho e produção 4 2,6 14 9,2 103 67,6 36 23,6 Meio ambiente 2 1,3 5 3,2 56 36,8 91 59,9 3 2,0 Integração social e política 1 0,7 7 4,6 79 51,8 68 44,7 2 1,3 Segurança física 22 14,5 100 65,7 19 12,4 14 9,2 1 0,7 Média geral 8,3 5,5 10,6 7,7 25,6 16,8 97,0 63,7 20,8 13,6 Fonte: Dados da pesquisa, 2016. As informações apresentadas na Tabela 1 detalham o grau de satisfação dos agricultores familiares, que estão aptos a participarem do PAGAAF, no que se refere à qualidade de vida deles. Os resultados obtidos indicam que as subcategorias da qualidade de vida, vida familiar, geração de renda, saúde, moradia, educação, alimentação, relacionamento e ajudas, bem-estar consigo mesmo, trabalho e produção foram os que os agricultores familiares estavam mais satisfeitos. Quanto às subcategorias lazer, integração social e política e meio ambiente, estes foram os componentes que os agricultores familiares se sentiram indiferentes ou insatisfeitos. A segurança física dos agricultores e de seus familiares teve o maior percentual de insatisfação. Estes resultados corroboraram com os encontrados nos trabalhos de Cardoso (2010), Manfiolli (2014), Cunha (2015) e Oliveira (2015), os quais indicaram positivos efeitos dos programas sociais na melhoria da qualidade de vida dos beneficiários, como fortalecimentos dos laços familiares, aumento da renda, adoção de práticas solidárias, promoção de conforto e melhorias nas moradias, boa alimentação etc. Assim, verificou-se uma existência de uma associação da qualidade de vida e do PAGAAF, demonstrando características que podem contribuir para inserção dos agricultores familiares nos programas governamentais instituídos no Brasil. 3.2 Comparação do nível de Qualidade de Vida dos Agricultores Familiares (Beneficiários x Não Beneficiário) Após analisar separadamente as subcategorias da qualidade de vida, verificaram-se os mais significantes, de acordo com os conceitos de Qualidade de Vida elaborados. A decisão de rejeição ou não das
  • 4. Efetividade do Projeto de Aquisição De Gêneros Alimentícios da Agricultura ... www.ijhssi.org 59 | Page hipóteses testadas foi tomada com base no p valor (p value), que indica a probabilidade estimada de rejeição da hipótese nula. Como se admitiu o nível de significância a 5%, qualquer p valor abaixo desse valor rejeita-se H0. Assim, foram analisadas a descrição estatística e a comparação de médias da satisfação com a qualidade de vida dos dois grupos, o beneficiário e o não beneficiário. Na Tabela 2, são apresentados os testes de médias para as variáveis relativas à qualidade de vida dos agricultores familiares do município de Coimbra, MG, os quais participam ou não do Projeto de Aquisição de Gêneros Alimentícios da Agricultura Familiar. Tabela 2 – Qualidade de Vida dos agricultores de Coimbra, MG, Brasil Subcategoria da Qualidade de Vida Beneficiário Não Beneficiário média mínimo máximo desvio padrão média mínimo máximo desvio padrão Vida Familiar 4,0 4 4 0 4,4 2 5 0,67 Geração de Renda 4,0 3 5 0,71 3,57 2 5 0,75 Saúde 4,2 4 5 0,45 3,99 2 5 0,64 Moradia 4,2 4 5 0,45 4,05 2 5 0,49 Educação 4,2 4 5 0,45 3,93 2 5 0,45 Alimentação 4,0 4 4 0 4,07 2 5 0,38 Relacionamentos e Ajudas 3,8 3 4 0,45 4,09 2 5 0,64 Bem-estar consigo mesmo 4,0 4 4 0 4,16 2 5 0,58 Lazer 3,6 2 4 0,89 3,71 2 5 0,70 Serviços Comunitários 3,4 3 4 0,55 3,5 2 5 0,60 Religião 4,0 4 4 0 4,16 2 5 0,59 Trabalho e Produção 4,2 4 5 0,45 4,09 2 5 0,65 Meio Ambiente 3,2 2 4 0,84 3,57 1 5 0,65 Integração Social e Política 3,2 3 4 0,45 3,41 1 5 0,63 Segurança Física 2,6 2 4 0,89 2,18 1 5 0,81 Média Geral 3,77 3,79 Alfa de Cronbach 0,83 Teste de Médias Grupos Percentual (%) P valor Qualidade de Vida Beneficiário 3,2 0,941 Não Beneficiário 96,8 Fonte: Dados da pesquisa, 2016. Na Tabela 2 são apresentadas as 15 subcategorias da qualidade de vida que são analisadas tanto para o grupo tratamento (beneficiário) quanto para o grupo controle (não beneficiário), descrevendo a média, o mínimo, o máximo e o desvio-padrão. A média dos grupos representa o valor comum atribuído pelos entrevistados. Em geral, a média de ambos os grupos está concentrada na escala de 4 pontos, podendo observar algumas variações nas respostas, onde o mínimo e o máximo evidenciam essas variabilidades e o desvio padrão as confirma. As subcategorias “vida familiar”, “saúde”, “moradia”, “educação”, “alimentação”, “relacionamentos e ajudas”, “bem-estar consigo mesmo”, “serviços comunitários”, “religião”, “trabalho e produção” e “integração social e política”, com base na percepção dos beneficiários, obtiveram médias entre 3,2 a 4,2 e baixo desvio padrão, entre 0 a 0,55, indicando que houve reduzida variabilidade nas respostas, ou seja, as respostas concentraram no intervalo do mínimo e máximo entre 3 e 4 pontos. Na percepção dos não beneficiários, essas subcategorias tiveram médias semelhantes entre 3,41 a 4,4, e baixo desvio padrão entre 0,38 a 0,67, indicando também que a baixa dispersão das respostas. Esses resultados indicam homogeneidade na avaliação dos agricultores familiares em relação às essas subcategorias da qualidade de vida. Entretanto, as subcategorias “geração de renda”, “lazer”, “meio ambiente” e “segurança física”, conforme percepção do grupo tratamento, indicaram médias baixas, entre 2,6 a 4,0, ocorrendo maior dispersão, onde o mínimo e o máximo estão num intervalo entre 2 e 4, numa variação das respostas. Quanto ao grupo controle, essas subcategorias também tiveram médias que variaram entre 2,18 a 3,71, com desvio padrão entre 0,70 a 0,81 indicando maior dispersão entre as respostas. Estas variabilidades podem indicar que essas subcategorias são assuntos que podem ter diferentes visões pelos entrevistados. Nota-se ainda, na Tabela 2, que a média geral das subcategorias, para o grupo tratamento alcançou a média, 3,77; e no grupo controle, 3,79. O Alfa de Cronbach foi de 0,83. O teste de média dos grupos correspondeu a um total de 157 agricultores familiares, sendo 3,2% dos beneficiários e 96,8% dos não beneficiários. O P valor foi igual a 0,941.
  • 5. Efetividade do Projeto de Aquisição De Gêneros Alimentícios da Agricultura ... www.ijhssi.org 60 | Page Verifica-se que, a confiabilidade das subcategorias da Qualidade de Vida, a partir da técnica do Alfa de Cronbach, que se obteve um coeficiente com valor de 0,83, confirmando que as subcategorias são fortemente correlacionadas, uma vez que o valor de Alfa, que está dentro do parâmetro de 0 a 1, que requer o mínimo aceitável de 0,60 (MAROCO; GARCIA-MARQUES, 2006). Tal resultado demonstrou que o conjunto de subcategorias adotado representa com confiabilidade a ideia geral de qualidade de vida. No que se refere à média geral das subcategorias da Qualidade de Vida, verificou-se que os testes de médias indicaram igualdade de satisfação (H0: X0=X1), ou seja, a média da satisfação dos beneficiários que corresponde 3,77 é estatisticamente igual à média de satisfação dos não beneficiários de 3,79. Os dados apresentados na Tabela 2 indicaram a rejeição da hipótese testada, tomada com base no P valor de 0,941. Como se admitiu nível de significância a 5%, qualquer P valor abaixo deste valor rejeita-se H0. Todavia, 0,941>0,05, o que denota que não houve diferenças estatísticas entre as médias de satisfação dos agricultores do PAGAAF e as dos que não participam deste Projeto (H0: X0=X1). O resultado desta pesquisa corrobora com outras avaliações de programas sociais destinados ao meio rural, como PRONAF, PAA e PNAE, apresentados nos trabalhos de Damasceno, Khan e Lima (2011) e de Moreira, Silveira e Motter (2014), que avaliaram a percepção dos agricultores familiares beneficiários e não beneficiários, referente à melhoria da qualidade de vida diante desses programas. Os referidos autores identificaram que os programas sociais isoladamente não conseguem contribuir para melhorias na qualidade de vida, quando se comparado com outros estudos. Embora a média da qualidade de vida do grupo tratamento seja estatisticamente igual à do grupo controle, pode-se afirmar que PAGAAF contribui para a satisfação dos beneficiários com relação a determinados elementos da qualidade de vida, pois as médias das subcategorias “geração de renda” (4,0) e “trabalho e produção” (4,2) foram maiores na percepção dos agricultores beneficiários, se comparando com as dos agricultores que não pertencem ao Projeto, com média (3,57) e (4,09). Dessa forma, os resultados do Projeto apontaram melhorias em aspectos específicos na qualidade de vida dos agricultores familiares beneficiários, como aumento da renda, diversificação da produção e garantia de mercado e comercialização. Este indicativo é semelhante ao encontrado em Oliveira (2015), Cunha (2015) e Manfiolli (2014), os quais avaliaram os efeitos do PAA e PNAE na vida do agricultor e concluíram que, mesmo de forma significativa, ocorreu aumento da diversificação da produção, melhoria da renda, garantia de mercado e comercialização. Cabe ressaltar que, não havendo a diferença entre os grupos, não significa que o PAGAAF não esteja melhorando a qualidade de vida dos agricultores familiares beneficiários, pois a melhoria da qualidade vida dos agricultores familiares tanto dos beneficiários como a dos não beneficiários está, muitas vezes, associada a outras políticas públicas onde os agricultores estão inseridos, como PAA, PRONAF, PBF e PNHR. Esta afirmação é apontada nos trabalhos de Damasceno, Khan e Lima (2011), Mafiolli (2014), Oliveira (2015), Cunha (2015) e Moreira (2016), em que a qualidade de vida foi um aspecto positivo adquirido após a inserção dos agricultores em um conjunto de programas sociais. IV. CONCLUSÃO Conforme os resultados, verificou-se que as subcategorias da qualidade de vida: vida familiar, saúde, moradia, educação, alimentação, relacionamento e ajudas, bem-estar consigo mesmo, trabalho e produção foram os itens que os agricultores familiares estavam mais satisfeitos. Quanto às subcategorias: lazer, integração social, política e meio ambiente foram os tópicos que estes agricultores se sentiam indiferentes ou insatisfeitos. Já a “segurança física” teve o maior percentual de insatisfação, para os dois grupos. Os resultados indicam que não houve diferença entre as médias de satisfação entre beneficiários e não beneficiários. Isso pode indica que ser beneficiário ou não do PAGAAF não teve influência significativa sobre a percepção dos agricultores familiares acerca da qualidade de vida deles. Foram percebidas pelos agricultores familiares mudanças como o aumento da renda, a diversificação da produção, a garantia de mercado e a facilidade de comercialização. Embora a média geral da qualidade de vida do grupo tratamento tenha sido igual à do grupo controle, nas subcategorias “geração de renda”, “trabalho e produção”, a percepção de melhoria foi maior dos agricultores beneficiários, se comparando como os agricultores que não pertencem ao Projeto, o que pode ser um indicativo de que o participar do PAGAAF contribui para o aumento da satisfação dos beneficiários com relação à qualidade de vida, conforme recomendado por Arretche (2001), Cohen e Franco (2008), Rua (2009), Silveira et al. (2013) e Silva e Barros (2015), os quais relataram que ao avaliar uma política pública deve-se considerar cuidadosamente todas as subcategorias, a fim de alcançar os resultados mais minuciosos possíveis, buscando, não apenas os resultados que possam medir quantitativamente os benefícios ou não, e, sim, os processos que qualificam decisões, mudanças, implicações e conflito ocasionados pelos programas sociais com seu público-alvo. Sugere-se que sejam feitos outros estudos avaliativos desta natureza, ampliando-se para os outros
  • 6. Efetividade do Projeto de Aquisição De Gêneros Alimentícios da Agricultura ... www.ijhssi.org 61 | Page municípios de pequeno porte, assim como pesquisas que foquem em outros sujeitos envolvidos no projeto, como agentes financeiros, técnicos agropecuários, gestores públicos e instituições participantes, como os conselhos municipais e as associações de produtores rurais. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] ARRETCHE, Marta Teresa da Silva. Tendências no estudo sobre avaliação. In: RICO, Elizabeth Melo (org.). Avaliação de políticas sociais: uma questão em debate. São Paulo: Cortez, 2001. p. 29-39. [2] BAPTISTA, Myrian Veras. Planejamento social: intencionalidade e instrumentação. São Paulo: Veras Editora; Lisboa: CPIHTS, 2000. 155 p. [3] BRASIL. Lei nº 11.326, de 24 de julho de 2006. Estabelece as diretrizes para a formulação da Política Nacional da Agricultura Familiar e Empreendimentos Familiares Rurais. Diário Oficial da União, Brasília, DF, seção 1, p. 1, 25 jul. 2006. [4] ______. Lei nº 11.947, de 16 de junho de 2009. Dispõe sobre o atendimento da alimentação escolar e do Programa Dinheiro Direto na Escola aos alunos da educação básica. Diário Oficial da União, 17 jun. 2009. [5] CARDOSO, Virgínia Arlinda da Silva et al. Práticas do cotidiano e o Programa Minas Sem Fome: A experiência da Padaria Artesanal" Mãos de Fibra", Viçosa/MG. 2010. Dissertação (Mestrado em Economia Doméstica) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, 2010. [6] CUNHA, Wellington Alvim da. Efeitos dos programas governamentais de aquisição de alimentos para a agricultura familiar no contexto local. 2015. 150f. Dissertação (Mestrado em Administração) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, 2015. [7] EMPRESA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL DE MINAS GERAIS - EMATER-MG. Orienta produtores na comercialização de produtos para o mercado institucional do PNAE. Disponível em: <http://www.emater.mg.gov.br/ portal. cgi?flagweb=site_tpl_paginas_internas&id=8741#.Vf66T0fF8Xg>. Acesso em: 04 maio 2016. [8] FAGUNDES, Helenara; DE MOURA, Alessandra Ballinhas. Avaliação de programas e políticas públicas. Textos & Contextos, Porto Alegre, v. 8, n. 1, p. 89-103, 2009. [9] GONÇALVES, Aguinaldo. Em busca do diálogo do controle social sobre o estilo de vida. In: VILARTA, Roberto (org.) Qualidade de Vida e políticas públicas: saúde, lazer e atividade física. Campinas, IPES, 2004, p. 17-26. [10] GRISA, Catia; SCHNEIDER, Sergio. Três gerações de políticas públicas para a agricultura familiar e formas de interação entre sociedade e estado no Brasil. Revista de economia e sociologia rural, v.52, p.125-146, 2014. [11] LIMA, Aparecida de Fátima Alves; FONTOURA, Taysa; PIMENTA, Paulo Roberto; GRZEBIELUCKAS, Cleci; SENGER, Neuri Elizer. A Comercialização da Agricultura Familiar para o PNAE no Território Rural do Alto Paraguai-MT. XI Congresso da Sociedade Brasileira de Sistema de Produção. 06 a 08 de junho de 2016. Universidade Católica de Pelotas/UCPEL. Pelotas – RS. Disponível em:< http://www.sbsp.org.br/z1files/pub/ 146841821938281_Aparecida-de-Fatima-Alves-de-Lima.pdf> Acesso em: 29 out 2016. [12] MANFIOLLI, M. H. Os Efeitos do PAA e do PNAE na Agricultura Familiar da Região Administrativa de Paranavaí. Maringá, 2014. 79 f. Dissertação (Mestrado em Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas) - Universidade Estadual de Maringá, PA, 2014. [13] METZEN, E.; WILLIAM, F. L.; SHULL, J.; KEEF, D. R. Quality of life as affected by area of residence. I Project descript. Columbia: University Missoure, College of Agriculture, Agricultural Experiment Station, 1980. 112 p. (ResearchBulletin, 1036) [14] MINAYO, M. C. S.; HARTZ, Z. M. A.; BUSS, P. M. Qualidade de Vida e saúde: um debate necessário. Ciência & Saúde Coletiva. Rio de Janeiro, v.5, n.1, p. 7-18, 2000. [15] MOREIRA, Vinicius de Souza. Avaliação dos resultados do programa “Minha casa, minha vida” em Minas Gerais / Vinicius de Souza Moreira. – Viçosa, MG, 2016. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Viçosa. f.120-128. 2016. [16] OLIVEIRA, L. G. de. Avaliação do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) da agricultura familiar: estudo de caso na microrregião de Ubá-MG. 2015. 149 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia da Produção) - Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, SP, 2015. [17] RUA, Maria das Graças. Políticas públicas. Brasília, DF: CAPES/UAB, 2009. 130 p. [18] SILVA, José de Ribamar Sá; BARROS, Vadira. Avaliação de Políticas e Programas Sociais: um destaque ao sentido das variáveis contextuais. Revista Políticas Públicas, v. 8, n. 2, p. 141-156, 2015. [19] SILVEIRA, Suely de Fátima Ramos; VIEIRA, Larissa Haddad Souza; CAPOBIANGO, Ronan Pereira; REIS, Paulo Ricardo; DRUMOND, Alexandre Matos. Políticas Públicas: Monitorar e Avaliar Para Quê? In: FERREIRA, Marco Aurélio Marques; ABRANTES, Luiz Antônio (Organizadores). Assis; Viçosa: Triunfal Gráfica e Editora, 2013. Cap.11, p.301-327. [20] TRICHES, Rozane Marcia; SCHNEIDER, Sergio. Desestruturar para construir: interfaces para a agricultura familiar acessar o programa de alimentação escolar. Estudos Sociedade e Agricultura, v. 2, p.66-107, 2013. [21] TRIOLA, M. F. Introdução à Estatística. 9 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2005.This heading is not assigned a number.