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      Como obter mais crédito e
     reduzir seu custo financeiro


Fernando Blanco
Setembro de 2006
2

     Agenda

1. Contexto das relações Banco – Empreendedor
2. Entendendo a dinâmica de funcionamento dos bancos
3. Aspectos “Numerológicos” do processo de crédito
4. Produtos bancários
5. Melhorando a comunicação com seu banco
6. Encerramento
3

  Agenda



Parte 1: Contexto das relações
    Banco – Empreendedor
4
      O dilema de Tostines


Vende mais porque está
 sempre fresquinho...




                          ...ou é fresquinho
                         porque vende mais?
5
        O dilema de Tostines aplicado às
        relações bancárias

Bancos emprestam pouco e
caro porque as empresas se
relacionam mal com estes...




                        ... ou as empresas se relacionam
                          mal com Bancos porque estes
                             emprestam pouco e caro?
6
     Dilemas do Empreendedorismo


1. Desaparecimento de empresas:
•   Ao redor de 50% das novas empresas desaparecem em até 2
    anos*
2. Algumas causas:
•   Necessidade capital de giro vs. oferta de crédito
•   Informalidade e confusão entre a Pessoa Física e a Jurídica
•   Estrutura / Capacidade de Gestão
•   Risco do negócio novo

Fonte: Boletim Estatístico de Micro e Pequenas Empresas Sebrae – Janeiro 2005
7
   O Empreendedor e o crédito:
   uma relação de aversão

               Conclusões Pesquisa Sebrae-SP
                  (Jan-Fev, 2004 – 450 MPEs)
1. 61% das empresas nunca haviam tomado crédito
   bancário.
2. Apenas 10% das empresas tinham uma dívida
   bancária naquele momento.
3. 49% não teria interesse em tomar empréstimo
   bancário “mesmo se fosse fácil e barato” – segundo a
   pesquisa!
8
   O Empreendedor e o crédito:
   uma relação de aversão (cont.)
             Conclusões Pesquisa Sebrae-SP
                 (Jan-Fev, 2004 – 450 MPEs)
1. Barreiras:
   •   Falta de garantias reais    40%
   •   Cadastro CADIN/SERASA       16%
   •   Documentação geral          12%
2. As alternativas mais usadas:
   •   Fornecedores e capital próprio
3. É mais fácil tomar dinheiro na Pessoa Física (?!?!?)
9
 O Empreendedor e o crédito:
 uma relação de aversão (cont.)

Conclusões:
(a) Empresas e economia crescem
  lentamente
(b) Bancos perdem negócios
    Isto tem que mudar porque é uma
        relação “perde – perde”
10
Um bom motivo para aversão...




          Atenção!
O quadro a seguir contém
     cenas fortes!!
11
       Empreendedor não gosta de crédito:
       eis aqui um bom motivo

Linha de financiamento                    Taxas mínimas*                Taxas máximas*

Desconto de duplicata                         1.79                               5.06

Hot money                                     1.78                               5.92

Capital de giro                               1.54                               5.46
Conta garantida                               1.54                               7.34
Vendor                                        1.25                               3.72
* Média de taxas dos dez maiores bancos            Fonte: Banco Central – março 2006
12
Três boas razões para este quadro


 Cenário macroeconômico


 Características do setor bancário


 A empresa e o relacionamento bancário
13
O cenário macroeconômico e o
custo do dinheiro
   Dívida do setor público brasileiro: governo
  compete com o setor privado na captação de
  recursos
  Política monetária para conter inflação: SELIC
  alta, juro real alto
   Importante: entender Taxa de Juros vs. Spread


                                             Custo operacional,
                                             Custo do compulsório,
                      3,9% a.m. Spread       Inadimplência, Impostos
Taxa: 5% a.m.
                                             e Lucro

                      1,1% a.m. Taxa Selic   Custo do $ para o banco
14
O setor bancário e o custo do dinheiro


  Dilema da FORMAÇÃO DO PREÇO/SPREAD: custo do
  dinheiro vs. custo de um livro vs. custo de um aluguel

  Dilema do RISCO DE CRÉDITO: confiança limitada

  Dilema da GENERALIDADE: banco não são
  estruturados para conhecê-lo idealmente – assimetria
15
      Sua empresa e o custo do dinheiro
      Os “stakeholders”

                  FORNECEDORES
SETOR PÚBLICO




                                    CLIENTES


                   SUA EMPRESA



BANCOS                            ACIONISTAS

                   FUNCIONÁRIOS
16
            Relacionamento típico com os
            parceiros de negócio

                                     Geralmente, o Empreendedor é um faz-tudo, i.e. se
                                     envolve, analisa, decide, compra, vende, cobra, etc.
                                     Cuida da Produção, do RH, do Marketing, da
                                     Contabilidade...e do Financeiro (com foco no Contas a
                                     Receber)
                                     Detalhe: no que se refere ao negócio, é craque!
                                     Conhece e lida bem com Fornecedores e,
                                     principalmente, Clientes.
  SUA EMPRESA
                                     Detalhe 2: geralmente não gosta e/ou não se dedica
                                     e/ou não entende das questões bancárias.
                                     Detalhe 3: quando o assunto é banco, sempre lida
                                     com um especialista, que é o Gerente
Sobra tempo para fazer Relacionamento Bancário ?...
17




Parte 2: Entendendo a dinâmica
 de funcionamento dos bancos
18

       Segmentação do seu banco
g As agências tendem a ser mais próximas dos clientes, porém
seus gerentes PJ gerenciam muito mais clientes (+- 200) e são mais
generalistas.
g Existem agências que precisam de mais receita e, portanto,
poderão dar mais atenção para a sua conta do que outras.
g Em geral, o limite de crédito aprovado nas agências segue o
modelo de “credit” ou “behavior score”, mais automático com pouca
influência pessoal.
g Já os segmentos Middle Market e Corporate tem uma relação
clientes/gerente mais adequada e oferecem melhor estrutura de
atendimento. Porém, nem sempre tais “plataformas” estão próximas
da sua empresa – e talvez sua empresa seja muito pequena...
g Estes segmentos geralmente aprovam crédito em comitês com
alçada para aprovar maiores volumes e prazos mais longos.
19

 Segmentação do seu banco (cont.)


Escolha a agência ou plataforma que
  lhe oferecer maior conveniência
        e maiores vantagens!
                                            MELHOR
                                            BANCO

Escolha o gerente que melhor atenda
    suas necessidades específicas
(e.g. dedicação, rapidez, técnica, etc.)!
20

 Segmentação do seu banco (cont.)


                  Melhor ser a cabeça da
                  sardinha ?



Ou o rabo do tubarão ?
21
Entendendo a decisão de crédito
Agências
             O “behavior score”:
Para clientes do banco
     Histórico de pontualidade na liquidação de operações
     Histórico de rolagem das operações
     Utilização de linhas adequadas (e.g. conta garantida por
     longos períodos)
     Histórico dos acionistas
Para novos clientes:
     Alçada do gerente e superintendente
     Atribuição de um “risk rating” conservador
     Tempo de existência da empresa
     Restrições cadastrais externas (e.g. SERASA)
22
   Entendendo a decisão de crédito
   Comitês
A proposta de crédito – documento para a decisão:
    Condições do negócio, como tipo de linha, prazo, garantias,
    preço proposto
    Histórico da empresa
    Negócio do cliente, sua dinâmica, produtos, mercados,
    tecnologia, parceiros comerciais, etc.
    Acionistas e executivos – governança corporativa
    Performance recente e perspectivas
    Sustentatibilidade – políticas, riscos inerentes e gestão, etc.
    Análise financeira, incluindo vendas, margens, fluxo de caixa,
    capital de giro, estrutura de capital, capacidade de re-pagamento, etc.
    Análise de riscos, abrangendo refinanciamento, concorrência,
    mercado, sucessão, etc.
23
  Entendendo um pouco a dinâmica
  de decisão dos bancos

Risk Rating: é uma ferramenta fundamental para a decisão de
crédito em bancos. O rating atribuído para a empresa é função de
fatores (de risco) quantitativos e qualitativos e tem como objetivo
medir a probabilidade de perda em um empréstimo, ou em um
relacionamento como um todo.

Os bancos não divulgam o rating de um cliente. Porém...




   !          Toda empresa tem que procurar ter
              o melhor rating possível.
24
      Entendendo um pouco a dinâmica
      de decisão dos bancos
ABN AMRO    Banco Central    Moody’s               S&P’s
1           AA                           Investiment Grade
                             Aaa                   AAA
                             Aa1                   AA+
                             Aa2                   AA
                             Aa3                   AA-
2                            A1                    A+
                             A2                    A
                             A3                    A-
3           A                Baa1                  BBB+
                             Baa2                  BBB
                             Baa3                  BBB-
                                       Non-Investment Grades
4           B                Ba1                   BB+
                             Ba2                   BB
                             Ba3                   BB-
5           C                B1                    B+
                             B2                    B
                             B3                    B-
6           D, E, F, G e H   Caa                   CCC+
                             Ca                    CCC
                             C                     CCC-
7                            C                     CC
25
  Regras de Ouro


O seu Gerente é a pessoa que melhor
conhece a sua empresa!
Mas não assuma que o seu Gerente saberá
tudo sobre a sua empresa!
O seu gerente é a pessoa mais interessada
em fazer negócio com sua empresa!
Mas talvez a sua empresa não seja a
prioridade do dia dele – justo no dia em que
você mais precisa!
26




Parte 3: Aspectos “Numerológicos”
        do processo de crédito

               ...além de vender
             muito, baixo custos,
             pouca dívida, muito
             caixa...naturalmente.
27
     Duas grandes preocupações dos
     bancos:
     Aumento de Vendas e Capital de Giro

1.   O impacto na necessidade de capital de giro da empresa

2.   O custo que isto representa

3.   A bancabilidade da empresa – ou força dos acionistas


         Gestão de Fluxo de Caixa

1.   Fluxo de caixa operacional - EBTIDA
2.   Refinanciamento de dívidas
3.   Necessidade de investimentos
4.   Controle e gestão
28




Parte 4: Produtos Bancários
29

      Estratégia Financeira e Produtos

Opções de Capital de Giro em Moeda Local
OBJETIVO: Suprir gaps de caixa, de curto prazo, oriundos da atividade e dinâmica de negócios da
empresa.

MODALIDADE:                      QUANDO UTILIZAR:

    Cheque Especial
    Cheque Especial              Quando não tiver outro jeito !!

Capital de Giro Final/Parc.      Previsão de fluxo de caixa

    Conta Garantida
    Conta Garantida              Cobrir furos inesperados de caixa

Desconto de Recebíveis           Necessidade pontual com recebíveis em carteira

        Compror                  Compra de matéria-prima
30

      Estratégia Financeira e Produtos

Opções de Comércio Exterior
OBJETIVO: Financiamento de importações e exportações.
Prazos normalmente até 1 ano, porém com operações estruturadas mais extensas.


MODALIDADE:                     QUANDO UTILIZAR:

          ACC                  Exportações de curto prazo, pré-embarque

          ACE                  Exportações de curto prazo, pós-embarque

                               Importações de curto e médio prazos
         FINIMP

                               Financiamento de exportações de longo prazo, pré-
     Pré-pagamento             embarque


Condições precedentes: para linhas de exportação é usual a análise do histórico de
performance das exportações no SISBACEN.
31

      Estratégia Financeira e Produtos

Opções de Financiamento de Imobilizado
OBJETIVO: Investimentos em expansão de instalações ou aquisição de equipamentos.
Linhas com prazo normalmente entre 2 a 5 anos.



MODALIDADE:                       QUANDO UTILIZAR:

                                  Financiamento de bens e equipamentos. Prazo de 2 a 3
         Leasing
                                  anos - Bens arrendados com impacto fiscal positivo

                                  Financiamento de bens e equipamentos. Prazo de 2 a 3
           CDC                    anos - Bens alienados

                                  Financiamento de bens e equipamentos. Prazos
          Finame                  superiores em função da aprovação de linhas e custo
                                  favorável indexado à TJLP - Taxa de Juros de Longo
                                  Prazo
32

      Estratégia Financeira e Produtos

Opções de Financiamento de Projetos
OBJETIVO: Normalmente investimentos em expansão de instalações ou aquisição de equipamentos.
Linhas com prazos elevados e volumes expressivos.



MODALIDADE:                        QUANDO UTILIZAR:

    Linhas do BNDES
                                 Normalmente utilizadas no financiamento de projetos
                                 envolvendo instalações e equipamentos

                                 Linhas de longo prazo de agências de fomento
           ECAs                  governamentais internacionais utilizadas na importação de
                                 equipamentos.

                                 Há uma série de linhas captadas por Bancos locais no
    Linhas Específicas           mercado internacional como: IFC, IIC, Res. 4131 e Res
                                 2770, que permitem a estruturação de financiamentos
                                 específicos, inclusive para melhorias de governança
                                 corporativa e controles ambientais.
33

       Estratégia Financeira e Produtos

Aporte de Recursos de Terceiros
OBJETIVO: Viabilizar a alavancagem das operações via capitalização de recursos com a entrada de novos
acionistas.


MODALIDADE:                        QUANDO UTILIZAR:

                                   Obtenção de recursos para o crescimento da empresa
       Private Equity              através de operação privada com um sócio capitalista, que
                                   esperará obter uma taxa de retorno sobre o investimento,
                                   dentro de um prazo de cerca de 5 anos, com sua saída
                                   após esta data.

                                   Obtenção de recursos para o crescimento da empresa
   Abertura de Capital             através da entrada de novos acionistas (ordinários e/ou
                                   preferenciais), com prazo indeterminado, via uma operação
                                   pública através de mercado de capitais. Esta alternativa
                                   envolve custos de estruturação mais elevados em
                                   comparação à alternativa anterior.
34




 Parte 5: Melhorando a
comunicação com seu banco
35
   Comunicação ajuda a reduzir o custo
   financeiro??? SIM !!!
Conhecimentos que você deve ter na ponta da língua
            ...e no relatório, no site, etc.
Plano tático do seu negócio, e.g. comercial, financeiro
Investimentos: realizado, planejado, recursos para tal,
fluxo e expectativa de retorno
Visão estratégica do negócio, onde está/para onde
vai, dinâmica setorial, oportunidades e ameaças, etc.
Informações financeiras transparentes e confiáveis
Clara explicação do porquê a geração de caixa será
suficiente para o repagamento do empréstimo e qual a
estratégia para endividamento estrutural
Um atenuante para cada risco – não vale enrolar…
36

     Um exemplo de plano de comunicação

1. Produção e distribuição de relatórios
• Anual – completo, similar ao de uma empresa aberta
• Semestral ou trimestral – reduzido, foco no financeiro (orçado x
   realizado)
2. “Road-show”
• Encontre-se com seu gerente pelo menos a cada 3 meses – discuta
    negócios e “a relação” (não é para tomar cafezinho, falar de futebol)
• Conheça outros decisores do banco, e.g. o Superintendente
    Comercial e o de Crédito – e se der, até diretores
• Traga-os para conhecer a sua empresa. Valorize seus pontos fortes
3. Plano de Contingência
• Antecipe-se às más notícias sobre o seu setor de atividade
• Comunique pró-ativamente problemas na sua empresa, focando nas
    soluções que estão sendo implementadas
37




Encerramento
38
    Adão e Eva – juros elevados e pecado
    original



                               ...sua empresa
Assim como                        pode pagar
você não tem                    juros e tarifas
que ir para o                    mais baixas,
  Inferno...                      e deve ser
                               bem atendida!
39
E, para concluir, nossa humilde
sugestão

Só reclamar não agrega valor: organize-se
para lidar com bancos, aumentando a
oferta de crédito
Valorize a sua empresa e demonstre o quão
importante ela pode ser para o banco



                             en to bancário -
              o relacionam
 …e invista n          s ó tem a ganh
                                       ar!
 você e sua empresa
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     E uma novidade para os amigos da
     Endeavor...

Para ficar ligado em questões financeiras e de crédito...




                        http://
        BLOG DO BLANCO
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41




OBRIGADO
 E MUITO
SUCESSO!
fernando.blanco@br.abnamro.com
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educacao financeira2 relacionamento de bancos

  • 1. 1 Como obter mais crédito e reduzir seu custo financeiro Fernando Blanco Setembro de 2006
  • 2. 2 Agenda 1. Contexto das relações Banco – Empreendedor 2. Entendendo a dinâmica de funcionamento dos bancos 3. Aspectos “Numerológicos” do processo de crédito 4. Produtos bancários 5. Melhorando a comunicação com seu banco 6. Encerramento
  • 3. 3 Agenda Parte 1: Contexto das relações Banco – Empreendedor
  • 4. 4 O dilema de Tostines Vende mais porque está sempre fresquinho... ...ou é fresquinho porque vende mais?
  • 5. 5 O dilema de Tostines aplicado às relações bancárias Bancos emprestam pouco e caro porque as empresas se relacionam mal com estes... ... ou as empresas se relacionam mal com Bancos porque estes emprestam pouco e caro?
  • 6. 6 Dilemas do Empreendedorismo 1. Desaparecimento de empresas: • Ao redor de 50% das novas empresas desaparecem em até 2 anos* 2. Algumas causas: • Necessidade capital de giro vs. oferta de crédito • Informalidade e confusão entre a Pessoa Física e a Jurídica • Estrutura / Capacidade de Gestão • Risco do negócio novo Fonte: Boletim Estatístico de Micro e Pequenas Empresas Sebrae – Janeiro 2005
  • 7. 7 O Empreendedor e o crédito: uma relação de aversão Conclusões Pesquisa Sebrae-SP (Jan-Fev, 2004 – 450 MPEs) 1. 61% das empresas nunca haviam tomado crédito bancário. 2. Apenas 10% das empresas tinham uma dívida bancária naquele momento. 3. 49% não teria interesse em tomar empréstimo bancário “mesmo se fosse fácil e barato” – segundo a pesquisa!
  • 8. 8 O Empreendedor e o crédito: uma relação de aversão (cont.) Conclusões Pesquisa Sebrae-SP (Jan-Fev, 2004 – 450 MPEs) 1. Barreiras: • Falta de garantias reais 40% • Cadastro CADIN/SERASA 16% • Documentação geral 12% 2. As alternativas mais usadas: • Fornecedores e capital próprio 3. É mais fácil tomar dinheiro na Pessoa Física (?!?!?)
  • 9. 9 O Empreendedor e o crédito: uma relação de aversão (cont.) Conclusões: (a) Empresas e economia crescem lentamente (b) Bancos perdem negócios Isto tem que mudar porque é uma relação “perde – perde”
  • 10. 10 Um bom motivo para aversão... Atenção! O quadro a seguir contém cenas fortes!!
  • 11. 11 Empreendedor não gosta de crédito: eis aqui um bom motivo Linha de financiamento Taxas mínimas* Taxas máximas* Desconto de duplicata 1.79 5.06 Hot money 1.78 5.92 Capital de giro 1.54 5.46 Conta garantida 1.54 7.34 Vendor 1.25 3.72 * Média de taxas dos dez maiores bancos Fonte: Banco Central – março 2006
  • 12. 12 Três boas razões para este quadro Cenário macroeconômico Características do setor bancário A empresa e o relacionamento bancário
  • 13. 13 O cenário macroeconômico e o custo do dinheiro Dívida do setor público brasileiro: governo compete com o setor privado na captação de recursos Política monetária para conter inflação: SELIC alta, juro real alto Importante: entender Taxa de Juros vs. Spread Custo operacional, Custo do compulsório, 3,9% a.m. Spread Inadimplência, Impostos Taxa: 5% a.m. e Lucro 1,1% a.m. Taxa Selic Custo do $ para o banco
  • 14. 14 O setor bancário e o custo do dinheiro Dilema da FORMAÇÃO DO PREÇO/SPREAD: custo do dinheiro vs. custo de um livro vs. custo de um aluguel Dilema do RISCO DE CRÉDITO: confiança limitada Dilema da GENERALIDADE: banco não são estruturados para conhecê-lo idealmente – assimetria
  • 15. 15 Sua empresa e o custo do dinheiro Os “stakeholders” FORNECEDORES SETOR PÚBLICO CLIENTES SUA EMPRESA BANCOS ACIONISTAS FUNCIONÁRIOS
  • 16. 16 Relacionamento típico com os parceiros de negócio Geralmente, o Empreendedor é um faz-tudo, i.e. se envolve, analisa, decide, compra, vende, cobra, etc. Cuida da Produção, do RH, do Marketing, da Contabilidade...e do Financeiro (com foco no Contas a Receber) Detalhe: no que se refere ao negócio, é craque! Conhece e lida bem com Fornecedores e, principalmente, Clientes. SUA EMPRESA Detalhe 2: geralmente não gosta e/ou não se dedica e/ou não entende das questões bancárias. Detalhe 3: quando o assunto é banco, sempre lida com um especialista, que é o Gerente Sobra tempo para fazer Relacionamento Bancário ?...
  • 17. 17 Parte 2: Entendendo a dinâmica de funcionamento dos bancos
  • 18. 18 Segmentação do seu banco g As agências tendem a ser mais próximas dos clientes, porém seus gerentes PJ gerenciam muito mais clientes (+- 200) e são mais generalistas. g Existem agências que precisam de mais receita e, portanto, poderão dar mais atenção para a sua conta do que outras. g Em geral, o limite de crédito aprovado nas agências segue o modelo de “credit” ou “behavior score”, mais automático com pouca influência pessoal. g Já os segmentos Middle Market e Corporate tem uma relação clientes/gerente mais adequada e oferecem melhor estrutura de atendimento. Porém, nem sempre tais “plataformas” estão próximas da sua empresa – e talvez sua empresa seja muito pequena... g Estes segmentos geralmente aprovam crédito em comitês com alçada para aprovar maiores volumes e prazos mais longos.
  • 19. 19 Segmentação do seu banco (cont.) Escolha a agência ou plataforma que lhe oferecer maior conveniência e maiores vantagens! MELHOR BANCO Escolha o gerente que melhor atenda suas necessidades específicas (e.g. dedicação, rapidez, técnica, etc.)!
  • 20. 20 Segmentação do seu banco (cont.) Melhor ser a cabeça da sardinha ? Ou o rabo do tubarão ?
  • 21. 21 Entendendo a decisão de crédito Agências O “behavior score”: Para clientes do banco Histórico de pontualidade na liquidação de operações Histórico de rolagem das operações Utilização de linhas adequadas (e.g. conta garantida por longos períodos) Histórico dos acionistas Para novos clientes: Alçada do gerente e superintendente Atribuição de um “risk rating” conservador Tempo de existência da empresa Restrições cadastrais externas (e.g. SERASA)
  • 22. 22 Entendendo a decisão de crédito Comitês A proposta de crédito – documento para a decisão: Condições do negócio, como tipo de linha, prazo, garantias, preço proposto Histórico da empresa Negócio do cliente, sua dinâmica, produtos, mercados, tecnologia, parceiros comerciais, etc. Acionistas e executivos – governança corporativa Performance recente e perspectivas Sustentatibilidade – políticas, riscos inerentes e gestão, etc. Análise financeira, incluindo vendas, margens, fluxo de caixa, capital de giro, estrutura de capital, capacidade de re-pagamento, etc. Análise de riscos, abrangendo refinanciamento, concorrência, mercado, sucessão, etc.
  • 23. 23 Entendendo um pouco a dinâmica de decisão dos bancos Risk Rating: é uma ferramenta fundamental para a decisão de crédito em bancos. O rating atribuído para a empresa é função de fatores (de risco) quantitativos e qualitativos e tem como objetivo medir a probabilidade de perda em um empréstimo, ou em um relacionamento como um todo. Os bancos não divulgam o rating de um cliente. Porém... ! Toda empresa tem que procurar ter o melhor rating possível.
  • 24. 24 Entendendo um pouco a dinâmica de decisão dos bancos ABN AMRO Banco Central Moody’s S&P’s 1 AA Investiment Grade Aaa AAA Aa1 AA+ Aa2 AA Aa3 AA- 2 A1 A+ A2 A A3 A- 3 A Baa1 BBB+ Baa2 BBB Baa3 BBB- Non-Investment Grades 4 B Ba1 BB+ Ba2 BB Ba3 BB- 5 C B1 B+ B2 B B3 B- 6 D, E, F, G e H Caa CCC+ Ca CCC C CCC- 7 C CC
  • 25. 25 Regras de Ouro O seu Gerente é a pessoa que melhor conhece a sua empresa! Mas não assuma que o seu Gerente saberá tudo sobre a sua empresa! O seu gerente é a pessoa mais interessada em fazer negócio com sua empresa! Mas talvez a sua empresa não seja a prioridade do dia dele – justo no dia em que você mais precisa!
  • 26. 26 Parte 3: Aspectos “Numerológicos” do processo de crédito ...além de vender muito, baixo custos, pouca dívida, muito caixa...naturalmente.
  • 27. 27 Duas grandes preocupações dos bancos: Aumento de Vendas e Capital de Giro 1. O impacto na necessidade de capital de giro da empresa 2. O custo que isto representa 3. A bancabilidade da empresa – ou força dos acionistas Gestão de Fluxo de Caixa 1. Fluxo de caixa operacional - EBTIDA 2. Refinanciamento de dívidas 3. Necessidade de investimentos 4. Controle e gestão
  • 28. 28 Parte 4: Produtos Bancários
  • 29. 29 Estratégia Financeira e Produtos Opções de Capital de Giro em Moeda Local OBJETIVO: Suprir gaps de caixa, de curto prazo, oriundos da atividade e dinâmica de negócios da empresa. MODALIDADE: QUANDO UTILIZAR: Cheque Especial Cheque Especial Quando não tiver outro jeito !! Capital de Giro Final/Parc. Previsão de fluxo de caixa Conta Garantida Conta Garantida Cobrir furos inesperados de caixa Desconto de Recebíveis Necessidade pontual com recebíveis em carteira Compror Compra de matéria-prima
  • 30. 30 Estratégia Financeira e Produtos Opções de Comércio Exterior OBJETIVO: Financiamento de importações e exportações. Prazos normalmente até 1 ano, porém com operações estruturadas mais extensas. MODALIDADE: QUANDO UTILIZAR: ACC Exportações de curto prazo, pré-embarque ACE Exportações de curto prazo, pós-embarque Importações de curto e médio prazos FINIMP Financiamento de exportações de longo prazo, pré- Pré-pagamento embarque Condições precedentes: para linhas de exportação é usual a análise do histórico de performance das exportações no SISBACEN.
  • 31. 31 Estratégia Financeira e Produtos Opções de Financiamento de Imobilizado OBJETIVO: Investimentos em expansão de instalações ou aquisição de equipamentos. Linhas com prazo normalmente entre 2 a 5 anos. MODALIDADE: QUANDO UTILIZAR: Financiamento de bens e equipamentos. Prazo de 2 a 3 Leasing anos - Bens arrendados com impacto fiscal positivo Financiamento de bens e equipamentos. Prazo de 2 a 3 CDC anos - Bens alienados Financiamento de bens e equipamentos. Prazos Finame superiores em função da aprovação de linhas e custo favorável indexado à TJLP - Taxa de Juros de Longo Prazo
  • 32. 32 Estratégia Financeira e Produtos Opções de Financiamento de Projetos OBJETIVO: Normalmente investimentos em expansão de instalações ou aquisição de equipamentos. Linhas com prazos elevados e volumes expressivos. MODALIDADE: QUANDO UTILIZAR: Linhas do BNDES Normalmente utilizadas no financiamento de projetos envolvendo instalações e equipamentos Linhas de longo prazo de agências de fomento ECAs governamentais internacionais utilizadas na importação de equipamentos. Há uma série de linhas captadas por Bancos locais no Linhas Específicas mercado internacional como: IFC, IIC, Res. 4131 e Res 2770, que permitem a estruturação de financiamentos específicos, inclusive para melhorias de governança corporativa e controles ambientais.
  • 33. 33 Estratégia Financeira e Produtos Aporte de Recursos de Terceiros OBJETIVO: Viabilizar a alavancagem das operações via capitalização de recursos com a entrada de novos acionistas. MODALIDADE: QUANDO UTILIZAR: Obtenção de recursos para o crescimento da empresa Private Equity através de operação privada com um sócio capitalista, que esperará obter uma taxa de retorno sobre o investimento, dentro de um prazo de cerca de 5 anos, com sua saída após esta data. Obtenção de recursos para o crescimento da empresa Abertura de Capital através da entrada de novos acionistas (ordinários e/ou preferenciais), com prazo indeterminado, via uma operação pública através de mercado de capitais. Esta alternativa envolve custos de estruturação mais elevados em comparação à alternativa anterior.
  • 34. 34 Parte 5: Melhorando a comunicação com seu banco
  • 35. 35 Comunicação ajuda a reduzir o custo financeiro??? SIM !!! Conhecimentos que você deve ter na ponta da língua ...e no relatório, no site, etc. Plano tático do seu negócio, e.g. comercial, financeiro Investimentos: realizado, planejado, recursos para tal, fluxo e expectativa de retorno Visão estratégica do negócio, onde está/para onde vai, dinâmica setorial, oportunidades e ameaças, etc. Informações financeiras transparentes e confiáveis Clara explicação do porquê a geração de caixa será suficiente para o repagamento do empréstimo e qual a estratégia para endividamento estrutural Um atenuante para cada risco – não vale enrolar…
  • 36. 36 Um exemplo de plano de comunicação 1. Produção e distribuição de relatórios • Anual – completo, similar ao de uma empresa aberta • Semestral ou trimestral – reduzido, foco no financeiro (orçado x realizado) 2. “Road-show” • Encontre-se com seu gerente pelo menos a cada 3 meses – discuta negócios e “a relação” (não é para tomar cafezinho, falar de futebol) • Conheça outros decisores do banco, e.g. o Superintendente Comercial e o de Crédito – e se der, até diretores • Traga-os para conhecer a sua empresa. Valorize seus pontos fortes 3. Plano de Contingência • Antecipe-se às más notícias sobre o seu setor de atividade • Comunique pró-ativamente problemas na sua empresa, focando nas soluções que estão sendo implementadas
  • 38. 38 Adão e Eva – juros elevados e pecado original ...sua empresa Assim como pode pagar você não tem juros e tarifas que ir para o mais baixas, Inferno... e deve ser bem atendida!
  • 39. 39 E, para concluir, nossa humilde sugestão Só reclamar não agrega valor: organize-se para lidar com bancos, aumentando a oferta de crédito Valorize a sua empresa e demonstre o quão importante ela pode ser para o banco en to bancário - o relacionam …e invista n s ó tem a ganh ar! você e sua empresa
  • 40. 40 E uma novidade para os amigos da Endeavor... Para ficar ligado em questões financeiras e de crédito... http:// BLOG DO BLANCO blog.uol.com.br