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Livre-se da
dependência
afetiva
e-book
Por Célia Regina, neuropsicanalista
e mestre em Educação
A dependência emocional caracteriza-se pelo
apego excessivo a outra pessoa. Esta pode ser um
cônjuge, um parente ou um amigo. Todavia, é mais
comum ver esse tipo de dinâmica em
relacionamentos amorosos, onde são investidos
mais emoções e sentimentos. Na nossa cultura,
existe uma romantização da dependência
emocional. Falas como: “não vivo sem você”, “você
é minha vida’, ‘preciso de você’, traz uma
naturalização para um apego disfuncional. O apego
é um vínculo natural dentro dos relacionamentos,
mas a dependência é um apego prejudicial. É
quando você internaliza que não vive sem o outro,
mesmo se tratar de um relacionamento nocivo.
de
pên
den
cia
o
que
é
a
A pessoa não consegue lidar com o rompimento afetivo por medo do abandono ou de uma crença errônea sobre o
amor, por exemplo, pessoas dizem no consultório: “não posso deixar meu companheiro porque eu gosto muito dele”.
Essa relação pode estar num eixo descontrolado como um vício.
A terapia entra nessa situação com um auxílio para o autocontrole, muito semelhante ao tratamento para largar as
drogas, ou seja, mesmo a pessoa necessitando, ela não vai ao encontro dessa necessidade, porque entra o entendimento
que essa relação está fazendo mais mal do que bem, o terapeuta entrará com recursos para que o dependente abra mão
desse desejo imediato em prol de benefícios a médio e longo prazo. Lembrando que o amor em si não é o único elemento
a ser considerado, há outros elementos como: respeito, comunicação, parceria, humor, ideologia, interesses, objetivos
entre outros.
Nem toda a relação que tem dependência
emocional é ruim. A questão a ser trabalhada é
quando a pessoa está numa relação tóxica onde
não se vê a possibilidade de sair. Às vezes, o
problema não é a relação, mas o dependente viver
muito em função da outra pessoa acarretando
sofrimento ou até desgastando a relação.
Livre-se da dependência afetiva
COMO ABRIR MÃO
DESSE APEGO EMOCIONAL?
Na maioria das vezes, o dependente não está totalmente consciente desse comportamento, por tanto,
é importante pensar nos medos que estão por trás dessa dependência, a superação melhorará pilares
da nossa existência; autoeficácia, autoestima, autorrespeito e habilidades de resolução de problemas
e autocontrole, por exemplo.
Porém, antes vamos esclarecer algumas
inverdades. A primeira é que a simples vontade
de estar com o outro é dependência. Não. A
necessidade de estar com o outro independente
de estar bem ou não pode ser dependência. O
segundo mito é que desapego é desamor. Não é.
Desapego é amor saudável, é não possuir e não
controlar o outro. Estar com o outro porque você
quer, não porque precisa. A dependência é
imaturidade emocional causada pela
incapacidade de fortalecer a autoestima, lidar
com as frustrações, incertezas e vulnerabilidades,
é quando não se sente digno de ser amado
fortalecendo assim suas inseguranças.
ASPECTOS A SEREM CONSIDERADOS
Livre-se da dependência afetiva
Falemos de aspectos que propulsionam medos
geradores da dependência emocional. O primeiro
aspecto é a vulnerabilidade, a crença de não se
bastar, de não ser suficiente agrega um medo do
desamparo levando o dependente a buscar laços
afetivos com pessoas fortes, bem resolvidas,
firmes e determinadas, porém se a relação for
disfuncional, o efeito será desastroso, o protetor
se revelará autoritário, rígido e desconsiderará a
opinião do dependente.
O segundo aspecto é o medo que a relação fracasse,
que o outro busque novas relações, medo de ser
abandonado, de ser negligenciado. Esse medo leva
o dependente a uma busca constante e incisiva por
afirmação, checagem dos sentimentos do outro e
comportamentos ansiosos.
Autoestima comprometida é o terceiro aspecto,
leva o individuo a não se sentir desejável,
autoconsciente em demasia tornando-o
dependente de contumaz demonstrações de afetos.
E por último, autoconceito. Receio de ser
desaprovado, de gerar desprezo, exigindo
reconhecimento e admiração oferecendo ao outro
um desempenho submisso onde confrontar e se
posicionar se torna inviável.
PASSO A PASSO PARA MELHORAR
SUA AUTONOMIA EMOCIONAL
Alguns princípios facilitarão a busca por emancipação emocional, atitudes que
vão ajudar a estabelecer uma atitude antidependente.
EXPLORAÇÃO
Exploração audaciosa de outras áreas da vida. Particularidades que definem sua personalidade, uma
identidade própria surgirá quando o dependente cessar o comportamento de autoanulação. Parar de girar em
torno do relacionamento, amar não é se anular, é crescer a dois, é manter sua individualidade e permitir que o
outro mantenha a sua. Permita-se pensar nas coisas que são importantes para você, seus hobbies, ter
momentos que sejam só seus.
AUTONOMIA
É ressignificar a solidão, por isso o princípio anterior é essencial, individualidade. A solidão será apenas um
tempo que tirará para a contemplação de si mesmo. Autonomia é ter autossuficiência e autoeficácia,
desenvolver aspectos como: cuidar de si mesmo, resolver seus problemas, não se ver como alguém frágil e
vulnerável que precisa do outro para resolver. Pode surgir medo de enfrentar situações ou vontade de não sair
da acomodação. Será de suma importância a exposição e os enfrentamentos desses medos. Comece fazendo
coisas menores, mas coisas que você consegue fazer só, por sua conta. Quanto mais se expor, mas se
fortalecerá.
SENTIDO DA VIDA
Outras posturas e valores que não estejam vinculados ao relacionamento. Esse relacionamento é apenas um
aspecto da sua vida. Esse será um excelente exercício para desenvolver suas habilidades e suas realizações.
Valores não são objetivos. São o que norteiam sua vida.
CONCLUSÃO
Para conseguir se livrar da dependência
emocional de uma vez por todas é fundamental
investigar as origens desse apego extremo. É uma
experiência ruim do passado? Um
relacionamento afetivo que não deu certo? Um
trauma de infância? Falta de expressões de amor
dos pais e familiares?
Isso implica em confrontar lembranças e medos
desconfortáveis. O enfrentamento não é feito de
um dia para o outro tampouco em um único mês
de terapia.
É um processo longo de introspecção e
construção do amor-próprio, que requer a
superação de limitações emocionais.
Quebrar o elo com a dependência significa
encontrar a liberdade pela primeira vez. Para
quem nunca viveu sem amarras, esse
pensamento pode ser intimidador. No que você
poderá se segurar para não se sentir inseguro,
indesejado e incapaz?
A resposta é simples: em você mesmo. Acabar
com a dependência é também transferir a
necessidade de atenção e de carinho para si
mesmo.

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  • 1. Livre-se da dependência afetiva e-book Por Célia Regina, neuropsicanalista e mestre em Educação
  • 2. A dependência emocional caracteriza-se pelo apego excessivo a outra pessoa. Esta pode ser um cônjuge, um parente ou um amigo. Todavia, é mais comum ver esse tipo de dinâmica em relacionamentos amorosos, onde são investidos mais emoções e sentimentos. Na nossa cultura, existe uma romantização da dependência emocional. Falas como: “não vivo sem você”, “você é minha vida’, ‘preciso de você’, traz uma naturalização para um apego disfuncional. O apego é um vínculo natural dentro dos relacionamentos, mas a dependência é um apego prejudicial. É quando você internaliza que não vive sem o outro, mesmo se tratar de um relacionamento nocivo. de pên den cia o que é a
  • 3. A pessoa não consegue lidar com o rompimento afetivo por medo do abandono ou de uma crença errônea sobre o amor, por exemplo, pessoas dizem no consultório: “não posso deixar meu companheiro porque eu gosto muito dele”. Essa relação pode estar num eixo descontrolado como um vício. A terapia entra nessa situação com um auxílio para o autocontrole, muito semelhante ao tratamento para largar as drogas, ou seja, mesmo a pessoa necessitando, ela não vai ao encontro dessa necessidade, porque entra o entendimento que essa relação está fazendo mais mal do que bem, o terapeuta entrará com recursos para que o dependente abra mão desse desejo imediato em prol de benefícios a médio e longo prazo. Lembrando que o amor em si não é o único elemento a ser considerado, há outros elementos como: respeito, comunicação, parceria, humor, ideologia, interesses, objetivos entre outros.
  • 4. Nem toda a relação que tem dependência emocional é ruim. A questão a ser trabalhada é quando a pessoa está numa relação tóxica onde não se vê a possibilidade de sair. Às vezes, o problema não é a relação, mas o dependente viver muito em função da outra pessoa acarretando sofrimento ou até desgastando a relação.
  • 5. Livre-se da dependência afetiva COMO ABRIR MÃO DESSE APEGO EMOCIONAL?
  • 6. Na maioria das vezes, o dependente não está totalmente consciente desse comportamento, por tanto, é importante pensar nos medos que estão por trás dessa dependência, a superação melhorará pilares da nossa existência; autoeficácia, autoestima, autorrespeito e habilidades de resolução de problemas e autocontrole, por exemplo.
  • 7. Porém, antes vamos esclarecer algumas inverdades. A primeira é que a simples vontade de estar com o outro é dependência. Não. A necessidade de estar com o outro independente de estar bem ou não pode ser dependência. O segundo mito é que desapego é desamor. Não é. Desapego é amor saudável, é não possuir e não controlar o outro. Estar com o outro porque você quer, não porque precisa. A dependência é imaturidade emocional causada pela incapacidade de fortalecer a autoestima, lidar com as frustrações, incertezas e vulnerabilidades, é quando não se sente digno de ser amado fortalecendo assim suas inseguranças.
  • 8. ASPECTOS A SEREM CONSIDERADOS Livre-se da dependência afetiva
  • 9. Falemos de aspectos que propulsionam medos geradores da dependência emocional. O primeiro aspecto é a vulnerabilidade, a crença de não se bastar, de não ser suficiente agrega um medo do desamparo levando o dependente a buscar laços afetivos com pessoas fortes, bem resolvidas, firmes e determinadas, porém se a relação for disfuncional, o efeito será desastroso, o protetor se revelará autoritário, rígido e desconsiderará a opinião do dependente. O segundo aspecto é o medo que a relação fracasse, que o outro busque novas relações, medo de ser abandonado, de ser negligenciado. Esse medo leva o dependente a uma busca constante e incisiva por afirmação, checagem dos sentimentos do outro e comportamentos ansiosos. Autoestima comprometida é o terceiro aspecto, leva o individuo a não se sentir desejável, autoconsciente em demasia tornando-o dependente de contumaz demonstrações de afetos.
  • 10. E por último, autoconceito. Receio de ser desaprovado, de gerar desprezo, exigindo reconhecimento e admiração oferecendo ao outro um desempenho submisso onde confrontar e se posicionar se torna inviável.
  • 11. PASSO A PASSO PARA MELHORAR SUA AUTONOMIA EMOCIONAL Alguns princípios facilitarão a busca por emancipação emocional, atitudes que vão ajudar a estabelecer uma atitude antidependente.
  • 12. EXPLORAÇÃO Exploração audaciosa de outras áreas da vida. Particularidades que definem sua personalidade, uma identidade própria surgirá quando o dependente cessar o comportamento de autoanulação. Parar de girar em torno do relacionamento, amar não é se anular, é crescer a dois, é manter sua individualidade e permitir que o outro mantenha a sua. Permita-se pensar nas coisas que são importantes para você, seus hobbies, ter momentos que sejam só seus.
  • 13. AUTONOMIA É ressignificar a solidão, por isso o princípio anterior é essencial, individualidade. A solidão será apenas um tempo que tirará para a contemplação de si mesmo. Autonomia é ter autossuficiência e autoeficácia, desenvolver aspectos como: cuidar de si mesmo, resolver seus problemas, não se ver como alguém frágil e vulnerável que precisa do outro para resolver. Pode surgir medo de enfrentar situações ou vontade de não sair da acomodação. Será de suma importância a exposição e os enfrentamentos desses medos. Comece fazendo coisas menores, mas coisas que você consegue fazer só, por sua conta. Quanto mais se expor, mas se fortalecerá.
  • 14. SENTIDO DA VIDA Outras posturas e valores que não estejam vinculados ao relacionamento. Esse relacionamento é apenas um aspecto da sua vida. Esse será um excelente exercício para desenvolver suas habilidades e suas realizações. Valores não são objetivos. São o que norteiam sua vida.
  • 16. Para conseguir se livrar da dependência emocional de uma vez por todas é fundamental investigar as origens desse apego extremo. É uma experiência ruim do passado? Um relacionamento afetivo que não deu certo? Um trauma de infância? Falta de expressões de amor dos pais e familiares? Isso implica em confrontar lembranças e medos desconfortáveis. O enfrentamento não é feito de um dia para o outro tampouco em um único mês de terapia. É um processo longo de introspecção e construção do amor-próprio, que requer a superação de limitações emocionais. Quebrar o elo com a dependência significa encontrar a liberdade pela primeira vez. Para quem nunca viveu sem amarras, esse pensamento pode ser intimidador. No que você poderá se segurar para não se sentir inseguro, indesejado e incapaz? A resposta é simples: em você mesmo. Acabar com a dependência é também transferir a necessidade de atenção e de carinho para si mesmo.