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Fernanda Vasconcelos Dias
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Educação da Faculdade de Educação da
Universidade Federal de Minas Gerais.
Linha de Pesquisa: Educação, Cultura,
Movimentos Sociais e Ações Coletivas
Orientador: Prof. Dr. Juarez Tarcísio Dayrell
“Sem querer você mostra o
seu preconceito!”:
um estudo sobre as relações
raciais entre jovens
estudantes
de uma escola de Ensino
Médio
Objetivo
 Compreender como se estabelecem as
relações raciais entre jovens negros
(pardos e pretos) e brancos estudantes de
uma escola pública de Ensino Médio,
verificando como estes jovens significam
estas relações no interior da sala de aula e
elaboram suas concepções a respeito da
questão racial.
Objetivos Específicos
 Descrever e analisar como os jovens estudantes do terceiro ano do
Ensino Médio de uma escola pública se autodeclaram racialmente;
 Descrever e analisar o perfil socioeconômico dos jovens negros e
brancos investigados, salientando suas semelhanças e
dissonâncias;
 Analisar o perfil discente dos jovens negros e brancos investigados,
apontando suas semelhanças e dissonâncias;
 Compreender e interpretar como os diferentes grupos raciais
percebem as relações raciais, a questão racial e suas implicações
na sala de aula e na escola;
 Compreender e interpretar em que medida a realidade observada
na turma pesquisada e na ótica dos jovens de diferentes grupos
raciais pode fornecer pistas sobre as relações raciais mais amplas
presentes na sociedade;
 Descrever como (e se) a escola lida com as questões e relações
raciais em seu interior.
Sujeitos e contexto de pesquisa
 Escola Abdias Nascimento
 Turma 3B
 Faixa etária entre 15 e 20 anos
 Autodeclaração racial (conforme categorias do IBGE)
somando 28 negros (16 pardos e 12 pretos), 10
brancos e 2 indígenas
 12 jovens do sexo masculino e 28 jovens do sexo
feminino
 40 jovens estudantes responderam o Questionário de
Perfil Socioeconômico
 34 jovens participaram dos Grupos de Discussão
 4 jovens foram entrevistados individualmente
Percurso Metodológico
 A investigação tem caráter qualitativo e figura-se como um
Estudo de Caso. O processo de escolha da escola específica
partiu da análise de dados do PROEB (Programa de Avaliação
da Educação Básica) - 2007.
 Na pesquisa de campo foram utilizados como escopo
metodológico, os seguintes instrumentos:
 Observação Participante em sala de aula
 Aplicação de Questionário de Perfil Socioeconômico direcionado
aos jovens
 Aplicação de questionário sobre a opinião docente a respeito da
turma investigada
 Realização de Grupos de Discussão com jovens dos diferentes
grupos raciais e de cor
 Realização de Entrevistas Semiestruturadas
 Utilização de documentos e dados relacionados à escola e aos
jovens estudantes
Os Grupos de Discussão
 Para a realização de Grupos de Discussão com os
jovens, utilizaram-se alguns elementos do MDI
(Método Documentário de Interpretação), pautados
nas discussões metodológicas desenvolvidas por
Weller (2005, 2006, 2011), no campo dos estudos
em juventude.
 Os elementos do Método Documentário de
Interpretação empregados neste estudo se dividem
em três movimentos
 Passos desse suporte metodológico utilizados:
 Dimensão da execução e Dimensão da análise
 Interpretação Formulada
MDI (Método Documentário de
Interpretação)
 o Método Documentário como teoria e prática da interpretação
sociológica pode ser visto como um instrumento que auxilia na inserção
do(a) pesquisador(a) em contextos sociais que lhe são alheios, assim
como na compreensão e conceituação de suas visões de mundo, suas
ações e formas de representação. (WELLER, 2005, p. 268-269)
 O MDI tem características relacionadas à possibilidade de “descoberta
ou indicialidade dos espaços sociais de experiências conjuntivas do
grupo pesquisado, a reconstrução de suas visões de mundo e o modus
operandi de suas ações práticas.” (WELLER, 2005, p. 269)
 O modus operandi argumentado por Weller (2005): “diferente da
compreensão, a interpretação, ou seja, a explicação teórica do modus
operandi que orienta a ação prática, e através do qual o padrão de
orientação é constituído e reproduzido, requer uma linha ou instância
específica de análise – uma postura sociogenética – que pergunta pelo
como.” (WELLER, 2005, p. 270)
Três “movimentos” aproximação
dos elementos do MDI – Grupo de
Discussão
 PRIMEIRO MOVIMENTO:
 Dimensão da execução:
 forma de construção, disposição de perguntas no
roteiro utilizado, atentando para o levantamento do
modus operandi;
 proposição da uma mesma pergunta inicial para todos
os Grupos de Discussão (questão e imagens)
 postura mais receptiva do pesquisador;
 Dimensão da análise*:
 Escuta das entrevistas;
 Levantamento dos temas discutidos pelos jovens
(Temas-chave); e
 Seleção das passagens que seriam transcritas de
maneira literal.
Três “movimentos” aproximação
dos elementos do MDI – Grupo de
Discussão
 SEGUNDO MOVIMENTO:
 Interpretação Formulada (compreender o
sentido imanente das discussões e decodificar o
vocabulário coloquial):
 Material transcrito foi organizado por tópicos
discutidos nos GD`s (temas e subtemas);
 formação de segmentos (linhas numeradas);
 Separação dos temas principais (a “decodificação”
dos segmentos da linguagem coloquial para a
acadêmica).
Três “movimentos” aproximação
dos elementos do MDI – Grupo de
Discussão
 TERCEIRO MOVIMENTO:
 Interpretação Refletida (analisar tanto o conteúdo
da entrevista como o “quadro de referência” que
orienta a fala, as ações do indivíduo ou grupo
pesquisado e as motivações que estão por detrás
dessas ações):
 o pesquisador realiza as suas interpretações;
 recorre-se ao conhecimento adquirido sobre o meio
pesquisado e ao conhecimento teórico;
 sentido documentário da ação: a ação passa a ser um
documento para a interpretação teórica (atenção à
dramaturgia e densidade do discurso);
 comparação entre os grupos na busca por contrastes em
casos homólogos.
Desenvolvimento...
 Grupos de Discussão realizados (6) e Grupos de
Discussão analisados (4).
 Grupos de Discussão analisados: a partir da apropriação e
adaptação da ideia de casos homólogos (mesma turma,
condição juvenil e condição discente)
 Nível de comparação entre casos homólogos utilizada:
construiu-se um critério de diferenciação nos Grupos de
Discussão analisados, distribuindo os jovens nos referidos
GD`s a partir de sua autodeclaração de raça/cor, conforme
categorias do IBGE.
1. Grupo de Discussão A.D – Branco (GD A.D – Branco)
2. Grupo de Discussão A.D – Misto (GD A.D – Misto)
3. Grupo de Discussão A.D – Pardo (GD A.D – Pardo)
4. Grupo de Discussão A.D – Preto (GD A.D – Preto)
Desenvolvimento...
 No processo de Interpretação Refletida (considerou-
se o estágio de reconstrução de aspectos homólogos
entre diferentes casos estudados). Assim:
 foram analisadas, comparativamente, as passagens
escolhidas, os temas em comum e a forma como
eles foram discutidos por diferentes grupos
 Foram descritos os contrastes (por semelhanças e
por diferenças) entre os grupos comparados;
Dos alcances e limites da
utilização do Grupo de
Discussão...
 Tempo demandado para o manuseio do material e análise foi
considerável;
 Alguns elementos do MDI mostraram-se exaustivos (ainda assim
acho que não poderiam ter sido descartados, como a numeração
de páginas);
 Constrangimentos dos sujeitos se mantiveram ao abordar a
temática racial mesmo com a utilização da imagem para introduzir
o tema (mais um dado de pesquisa). Isso indica que talvez a
imagem não fosse necessária;
 A utilização da imagem-trechos de filme, requer uma reflexão mais
detida (talvez, utilização somente do trecho de um filme como
“Preciosa”, ou a preparação do pesquisador quanto as questões
que compõem o roteiro, dentre outras possibilidades, substitua
esse mecanismo com êxito);
 Riscos da análise comparativa, que precisa ser bem colocada no
Dos alcances e limites da
utilização do Grupo de
Discussão...
 Instrumento mostrou-se profícuo para ter acesso ao ponto de vista dos
jovens a respeito do tema de pesquisa: Suporte teórico-metodológico
para a busca pelo “como”/“modus operandi” que foi uma dimensão
importante para o objeto de pesquisa proposto (relações raciais);
 Aproximação exaustiva do material de campo, proporcionando maior
domínio dos achados imanentes: processo de categorização contínua
aliado à comparação e identificação dos “quadros de referências” dos
jovens pesquisados;
 Facilitação do processo final de análise (textos analíticos adiantados):
articulação entre as interpretações da pesquisadora, referencial teórico
e exercício da escrita;
 Suporte teórico-metodológico na realização das comparações entre os
Grupos de Discussão: a perspectiva comparativa mostrou-se rica,
considerando a perspectiva de trabalhar com jovens de grupos de
raça/cor distintos e seus pontos de vista.
 A possibilidade de uma auto-avaliação mais profunda a respeito da
postura da pesquisadora, dada a forma de manuseio do material de
campo.
ABRAÇO E BEIJINHO NO ROSTO DE “BOM DIA”, MAS, NA MAIORIA DAS VEZES, EU ERA
RECEPCIONADA COM UM LEVE ACENO OU UM SORRISO OU PARECIA NEM SER NOTADA.
MEU OLHAR SONOLENTO, DEVIDO À MUDANÇA DE ROTINA IMPOSTA PELA IDA DIÁRIA À
ESCOLA, CRUZAVA COM OS OLHARES CURIOSOS QUE PARTIAM DOS JOVENS DE
OUTRAS TURMAS QUE NÃO ME CONHECIAM E PARECIAM ESTRANHAR MINHA
FAMILIARIDADE COM OS ALUNOS DA TURMA 3B E MINHA COTIDIANA PRESENÇA NA
SALA 11. ENGRAÇADO QUE JÁ ME PERGUNTARAM ATÉ SE EU ERA MAIS UMA ALUNA.
CLARO QUE EU SORRI. LOGO, ALGUÉM SE APRESSOU EM DIZER O QUE EU FAZIA ALI E
QUE A MELHOR TURMA HAVIA SIDO ESCOLHIDA POR MIM, POR ISSO EU IA PARA A AULA
TODOS OS DIAS. EM SEGUIDA, VINHAM OS RISOS. COMO DE COSTUME, PAREI NA
FRENTE DA SALA AMPLA, COM JANELAS GRANDES AO FUNDO E AMBIENTE ILUMINADO.
OBSERVEI QUEM ESTAVA LÁ DENTRO E LOGO A ADENTREI. ATRAVESSEI A PORTA E,
ANDANDO EM DIREÇÃO AO FUNDO, FUI ESCOLHENDO AO LADO DE QUEM ME SENTARIA.
A TURMA ESTAVA AGITADA, SITUAÇÃO RECORRENTE NAQUELE CENÁRIO. ENTREI NO
CLIMA, PUXANDO CONVERSA COM UM JOVEM ALUNO NEGRO AO LADO DO QUAL
SENTARA, ENQUANTO A PROFESSORA NÃO CHEGAVA. COMECEI A NOTAR QUE MINHA
PERMANÊNCIA NA SALA DE AULA JÁ ESTAVA SE TORNANDO, DIGAMOS, MAIS COMUM.
EU JÁ ME SENTIA MAIS À VONTADE E ACHO QUE OS JOVENS TAMBÉM. RI POR DENTRO
QUANDO UMA JOVEM “PUXOU MINHA ORELHA” PELO LEVE ATRASO DAQUELE DIA,
DIZENDO QUE TIRARIA PONTOS DE MIM SE EU FALTASSE. SORRI PARA ELA TAMBÉM. OS
JOVENS FORAM MUITO LEGAIS COMIGO E ATÉ UM APELIDO EU GANHEI! ALGUMAS
VEZES, O CORINHO PUXADO POR ALGUMAS MENINAS ENTOAVA: “TIA NANDA! TIA
NANDA!”. EU RIA BASTANTE. FICAVA ENVERGONHADA, MAS TOCADA PELO CARINHO.
NAQUELA TURMA CHEIA, ME APROXIMAR DE TODOS SERIA UM DESAFIO, MAS, AOS
POUCOS, FUI PERCEBENDO QUE O SEGREDO PODERIA ESTAR EM ME DEIXAR
CONHECER PARA CONSEGUIR CONHECÊ-LOS MELHOR.
Considerações Finais
“Sem querer você mostra o seu preconceito!”: fala nativa e a
existência do preconceito e mesmo do racismo nos
desdobramentos de sua aparente não existência.
Confirmação da possibilidade de tratar das relações entre os
jovens pretos, pardos e brancos da turma investigada, visto que a
categoria raça mostrou-se significativa no processo de
percepções de si e do outro na dinâmica das interações sociais
experimentadas pelos jovens, internas e externas à escola.
Considerações Finais
As relações raciais entre diferentes grupos raciais presentes na
sala de aula parecem possíveis por serem tangenciadas por outras
dimensões importantes da condição juvenil, como a sociabilidade
e as afinidades socioculturais, tal como por perfis
socioeconômicos e discentes mais similares.
As sutilezas observadas no estabelecimento das relações raciais
entre os jovens pesquisados, contando com uma gama de
representações sociais de cunho racial.
Considerações Finais
Percepção de que os jovens da turma investigada revelam-se
como sujeitos inseridos num processo de naturalização das
relações raciais tal como elas se configuram na atualidade.
Naturalização, silenciamento e invisibilização de situações de
preconceito racial dentro e fora da escola parecem atingir, de
modo mais demarcado, as concepções desses sujeitos acerca do
grupo racial negro.
Movimentos de superação aliados aos de manutenção dos
preconceitos raciais, a partir do cotidiano e pontos de vista dos
jovens, o que, aliás, desafia a escola de Ensino Médio.

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Dos alcances e limites da utilização do Grupo de Discussão

  • 1. Fernanda Vasconcelos Dias Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Educação da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais. Linha de Pesquisa: Educação, Cultura, Movimentos Sociais e Ações Coletivas Orientador: Prof. Dr. Juarez Tarcísio Dayrell “Sem querer você mostra o seu preconceito!”: um estudo sobre as relações raciais entre jovens estudantes de uma escola de Ensino Médio
  • 2. Objetivo  Compreender como se estabelecem as relações raciais entre jovens negros (pardos e pretos) e brancos estudantes de uma escola pública de Ensino Médio, verificando como estes jovens significam estas relações no interior da sala de aula e elaboram suas concepções a respeito da questão racial.
  • 3. Objetivos Específicos  Descrever e analisar como os jovens estudantes do terceiro ano do Ensino Médio de uma escola pública se autodeclaram racialmente;  Descrever e analisar o perfil socioeconômico dos jovens negros e brancos investigados, salientando suas semelhanças e dissonâncias;  Analisar o perfil discente dos jovens negros e brancos investigados, apontando suas semelhanças e dissonâncias;  Compreender e interpretar como os diferentes grupos raciais percebem as relações raciais, a questão racial e suas implicações na sala de aula e na escola;  Compreender e interpretar em que medida a realidade observada na turma pesquisada e na ótica dos jovens de diferentes grupos raciais pode fornecer pistas sobre as relações raciais mais amplas presentes na sociedade;  Descrever como (e se) a escola lida com as questões e relações raciais em seu interior.
  • 4. Sujeitos e contexto de pesquisa  Escola Abdias Nascimento  Turma 3B  Faixa etária entre 15 e 20 anos  Autodeclaração racial (conforme categorias do IBGE) somando 28 negros (16 pardos e 12 pretos), 10 brancos e 2 indígenas  12 jovens do sexo masculino e 28 jovens do sexo feminino  40 jovens estudantes responderam o Questionário de Perfil Socioeconômico  34 jovens participaram dos Grupos de Discussão  4 jovens foram entrevistados individualmente
  • 5. Percurso Metodológico  A investigação tem caráter qualitativo e figura-se como um Estudo de Caso. O processo de escolha da escola específica partiu da análise de dados do PROEB (Programa de Avaliação da Educação Básica) - 2007.  Na pesquisa de campo foram utilizados como escopo metodológico, os seguintes instrumentos:  Observação Participante em sala de aula  Aplicação de Questionário de Perfil Socioeconômico direcionado aos jovens  Aplicação de questionário sobre a opinião docente a respeito da turma investigada  Realização de Grupos de Discussão com jovens dos diferentes grupos raciais e de cor  Realização de Entrevistas Semiestruturadas  Utilização de documentos e dados relacionados à escola e aos jovens estudantes
  • 6. Os Grupos de Discussão  Para a realização de Grupos de Discussão com os jovens, utilizaram-se alguns elementos do MDI (Método Documentário de Interpretação), pautados nas discussões metodológicas desenvolvidas por Weller (2005, 2006, 2011), no campo dos estudos em juventude.  Os elementos do Método Documentário de Interpretação empregados neste estudo se dividem em três movimentos  Passos desse suporte metodológico utilizados:  Dimensão da execução e Dimensão da análise  Interpretação Formulada
  • 7. MDI (Método Documentário de Interpretação)  o Método Documentário como teoria e prática da interpretação sociológica pode ser visto como um instrumento que auxilia na inserção do(a) pesquisador(a) em contextos sociais que lhe são alheios, assim como na compreensão e conceituação de suas visões de mundo, suas ações e formas de representação. (WELLER, 2005, p. 268-269)  O MDI tem características relacionadas à possibilidade de “descoberta ou indicialidade dos espaços sociais de experiências conjuntivas do grupo pesquisado, a reconstrução de suas visões de mundo e o modus operandi de suas ações práticas.” (WELLER, 2005, p. 269)  O modus operandi argumentado por Weller (2005): “diferente da compreensão, a interpretação, ou seja, a explicação teórica do modus operandi que orienta a ação prática, e através do qual o padrão de orientação é constituído e reproduzido, requer uma linha ou instância específica de análise – uma postura sociogenética – que pergunta pelo como.” (WELLER, 2005, p. 270)
  • 8. Três “movimentos” aproximação dos elementos do MDI – Grupo de Discussão  PRIMEIRO MOVIMENTO:  Dimensão da execução:  forma de construção, disposição de perguntas no roteiro utilizado, atentando para o levantamento do modus operandi;  proposição da uma mesma pergunta inicial para todos os Grupos de Discussão (questão e imagens)  postura mais receptiva do pesquisador;  Dimensão da análise*:  Escuta das entrevistas;  Levantamento dos temas discutidos pelos jovens (Temas-chave); e  Seleção das passagens que seriam transcritas de maneira literal.
  • 9. Três “movimentos” aproximação dos elementos do MDI – Grupo de Discussão  SEGUNDO MOVIMENTO:  Interpretação Formulada (compreender o sentido imanente das discussões e decodificar o vocabulário coloquial):  Material transcrito foi organizado por tópicos discutidos nos GD`s (temas e subtemas);  formação de segmentos (linhas numeradas);  Separação dos temas principais (a “decodificação” dos segmentos da linguagem coloquial para a acadêmica).
  • 10. Três “movimentos” aproximação dos elementos do MDI – Grupo de Discussão  TERCEIRO MOVIMENTO:  Interpretação Refletida (analisar tanto o conteúdo da entrevista como o “quadro de referência” que orienta a fala, as ações do indivíduo ou grupo pesquisado e as motivações que estão por detrás dessas ações):  o pesquisador realiza as suas interpretações;  recorre-se ao conhecimento adquirido sobre o meio pesquisado e ao conhecimento teórico;  sentido documentário da ação: a ação passa a ser um documento para a interpretação teórica (atenção à dramaturgia e densidade do discurso);  comparação entre os grupos na busca por contrastes em casos homólogos.
  • 11. Desenvolvimento...  Grupos de Discussão realizados (6) e Grupos de Discussão analisados (4).  Grupos de Discussão analisados: a partir da apropriação e adaptação da ideia de casos homólogos (mesma turma, condição juvenil e condição discente)  Nível de comparação entre casos homólogos utilizada: construiu-se um critério de diferenciação nos Grupos de Discussão analisados, distribuindo os jovens nos referidos GD`s a partir de sua autodeclaração de raça/cor, conforme categorias do IBGE. 1. Grupo de Discussão A.D – Branco (GD A.D – Branco) 2. Grupo de Discussão A.D – Misto (GD A.D – Misto) 3. Grupo de Discussão A.D – Pardo (GD A.D – Pardo) 4. Grupo de Discussão A.D – Preto (GD A.D – Preto)
  • 12. Desenvolvimento...  No processo de Interpretação Refletida (considerou- se o estágio de reconstrução de aspectos homólogos entre diferentes casos estudados). Assim:  foram analisadas, comparativamente, as passagens escolhidas, os temas em comum e a forma como eles foram discutidos por diferentes grupos  Foram descritos os contrastes (por semelhanças e por diferenças) entre os grupos comparados;
  • 13. Dos alcances e limites da utilização do Grupo de Discussão...  Tempo demandado para o manuseio do material e análise foi considerável;  Alguns elementos do MDI mostraram-se exaustivos (ainda assim acho que não poderiam ter sido descartados, como a numeração de páginas);  Constrangimentos dos sujeitos se mantiveram ao abordar a temática racial mesmo com a utilização da imagem para introduzir o tema (mais um dado de pesquisa). Isso indica que talvez a imagem não fosse necessária;  A utilização da imagem-trechos de filme, requer uma reflexão mais detida (talvez, utilização somente do trecho de um filme como “Preciosa”, ou a preparação do pesquisador quanto as questões que compõem o roteiro, dentre outras possibilidades, substitua esse mecanismo com êxito);  Riscos da análise comparativa, que precisa ser bem colocada no
  • 14. Dos alcances e limites da utilização do Grupo de Discussão...  Instrumento mostrou-se profícuo para ter acesso ao ponto de vista dos jovens a respeito do tema de pesquisa: Suporte teórico-metodológico para a busca pelo “como”/“modus operandi” que foi uma dimensão importante para o objeto de pesquisa proposto (relações raciais);  Aproximação exaustiva do material de campo, proporcionando maior domínio dos achados imanentes: processo de categorização contínua aliado à comparação e identificação dos “quadros de referências” dos jovens pesquisados;  Facilitação do processo final de análise (textos analíticos adiantados): articulação entre as interpretações da pesquisadora, referencial teórico e exercício da escrita;  Suporte teórico-metodológico na realização das comparações entre os Grupos de Discussão: a perspectiva comparativa mostrou-se rica, considerando a perspectiva de trabalhar com jovens de grupos de raça/cor distintos e seus pontos de vista.  A possibilidade de uma auto-avaliação mais profunda a respeito da postura da pesquisadora, dada a forma de manuseio do material de campo.
  • 15. ABRAÇO E BEIJINHO NO ROSTO DE “BOM DIA”, MAS, NA MAIORIA DAS VEZES, EU ERA RECEPCIONADA COM UM LEVE ACENO OU UM SORRISO OU PARECIA NEM SER NOTADA. MEU OLHAR SONOLENTO, DEVIDO À MUDANÇA DE ROTINA IMPOSTA PELA IDA DIÁRIA À ESCOLA, CRUZAVA COM OS OLHARES CURIOSOS QUE PARTIAM DOS JOVENS DE OUTRAS TURMAS QUE NÃO ME CONHECIAM E PARECIAM ESTRANHAR MINHA FAMILIARIDADE COM OS ALUNOS DA TURMA 3B E MINHA COTIDIANA PRESENÇA NA SALA 11. ENGRAÇADO QUE JÁ ME PERGUNTARAM ATÉ SE EU ERA MAIS UMA ALUNA. CLARO QUE EU SORRI. LOGO, ALGUÉM SE APRESSOU EM DIZER O QUE EU FAZIA ALI E QUE A MELHOR TURMA HAVIA SIDO ESCOLHIDA POR MIM, POR ISSO EU IA PARA A AULA TODOS OS DIAS. EM SEGUIDA, VINHAM OS RISOS. COMO DE COSTUME, PAREI NA FRENTE DA SALA AMPLA, COM JANELAS GRANDES AO FUNDO E AMBIENTE ILUMINADO. OBSERVEI QUEM ESTAVA LÁ DENTRO E LOGO A ADENTREI. ATRAVESSEI A PORTA E, ANDANDO EM DIREÇÃO AO FUNDO, FUI ESCOLHENDO AO LADO DE QUEM ME SENTARIA. A TURMA ESTAVA AGITADA, SITUAÇÃO RECORRENTE NAQUELE CENÁRIO. ENTREI NO CLIMA, PUXANDO CONVERSA COM UM JOVEM ALUNO NEGRO AO LADO DO QUAL SENTARA, ENQUANTO A PROFESSORA NÃO CHEGAVA. COMECEI A NOTAR QUE MINHA PERMANÊNCIA NA SALA DE AULA JÁ ESTAVA SE TORNANDO, DIGAMOS, MAIS COMUM. EU JÁ ME SENTIA MAIS À VONTADE E ACHO QUE OS JOVENS TAMBÉM. RI POR DENTRO QUANDO UMA JOVEM “PUXOU MINHA ORELHA” PELO LEVE ATRASO DAQUELE DIA, DIZENDO QUE TIRARIA PONTOS DE MIM SE EU FALTASSE. SORRI PARA ELA TAMBÉM. OS JOVENS FORAM MUITO LEGAIS COMIGO E ATÉ UM APELIDO EU GANHEI! ALGUMAS VEZES, O CORINHO PUXADO POR ALGUMAS MENINAS ENTOAVA: “TIA NANDA! TIA NANDA!”. EU RIA BASTANTE. FICAVA ENVERGONHADA, MAS TOCADA PELO CARINHO. NAQUELA TURMA CHEIA, ME APROXIMAR DE TODOS SERIA UM DESAFIO, MAS, AOS POUCOS, FUI PERCEBENDO QUE O SEGREDO PODERIA ESTAR EM ME DEIXAR CONHECER PARA CONSEGUIR CONHECÊ-LOS MELHOR.
  • 16. Considerações Finais “Sem querer você mostra o seu preconceito!”: fala nativa e a existência do preconceito e mesmo do racismo nos desdobramentos de sua aparente não existência. Confirmação da possibilidade de tratar das relações entre os jovens pretos, pardos e brancos da turma investigada, visto que a categoria raça mostrou-se significativa no processo de percepções de si e do outro na dinâmica das interações sociais experimentadas pelos jovens, internas e externas à escola.
  • 17. Considerações Finais As relações raciais entre diferentes grupos raciais presentes na sala de aula parecem possíveis por serem tangenciadas por outras dimensões importantes da condição juvenil, como a sociabilidade e as afinidades socioculturais, tal como por perfis socioeconômicos e discentes mais similares. As sutilezas observadas no estabelecimento das relações raciais entre os jovens pesquisados, contando com uma gama de representações sociais de cunho racial.
  • 18. Considerações Finais Percepção de que os jovens da turma investigada revelam-se como sujeitos inseridos num processo de naturalização das relações raciais tal como elas se configuram na atualidade. Naturalização, silenciamento e invisibilização de situações de preconceito racial dentro e fora da escola parecem atingir, de modo mais demarcado, as concepções desses sujeitos acerca do grupo racial negro. Movimentos de superação aliados aos de manutenção dos preconceitos raciais, a partir do cotidiano e pontos de vista dos jovens, o que, aliás, desafia a escola de Ensino Médio.