Análise do documentário Justiça sobre o sistema judiciário brasileiro
1. CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVAG
Data: 06/08/2012
Aluno: Fabíola Evangelista da Silva – Curso/Turma: DIR122 – Direito
Matricula: 6001021712
Disciplina: FILOSOFIA GERAL E DO DIREITO
Professor: ARISTIDES JANUÁRIO DA COSTA
Assunto: Considerações do Filme “Justiça”, um filme de Maria Augusta Ramos
O documentário da autora Maria Augusta Ramos, consegue mostrar,
acompanhando três casos diferentes, demonstrando o procedimento
burocrático desse dia-a-dia e a situação precário do sistema carcerário
brasileiro, como a carceragem do Polinter, “espaço” esse em que poucos
brasileiros tem idéia de como realmente seja.
Tendo como sua primeira cena, uma audiência em que um paraplégico é
acusado de um delito em que não existem provas nem testemunhas além dos
policiais que efetuaram sua prisão e que, além disso, o réu teria pulado um
muro para fugir dos policiais.
Julgando cerca de dez audiências por dia, é impossível que um juiz
consiga ser eficiente, além da frieza com que julga os processos. Frieza essa,
que podemos observar na cena em que o réu, deficiente físico sem uma perna,
pede para que seja transferido para um hospital, já que em sua cela, por conta
da lotação, não tem como ficar na cadeira de rodas e se arrasta pelas fezes e
urina dos outros detentos, e que o magistrado diz que nada pode fazer por ele.
Com uma polícia corrupta, provas implantadas, ausência de
testemunhas por conta do medo da polícia e do tráfico, ausência de penas
alternativas, a promotoria pública junto a uma defensoria antiética, completam
o quadro de injustiça. Em uma cena chocante, o réu Carlos Eduardo jura de
pés juntos à juíza que a acusação feita a sua pessoa é inverídica, e confessa
para sua defensora que realmente é culpado, essa ultima, briga pela
absolvição do acusado.
Maria Augusta alertou a sociedade sobre o caos carcerário existente no
Rio de janeiro. Mesmo sabendo que esse não é somente um problema carioca,
ao mostrar o interior da Polinter, observamos centenas de pessoas empilhadas
dentro de celas. Sem nenhuma política de reeducação e reinserção na
sociedade, aquilo se torna mais um antro de marginalidade, onde os detentos
acabam saindo piores do que quando entraram.
Originalmente, o documentário Justiça faz um alerta para a reforma que
o sistema judiciário necessita. Ao filmar o interior de um tribunal consegue
retratar com delicadeza que não é colocando os marginais na cadeia que
resolveremos o problema de violência no Brasil.