48. As desfolhadas na aldeia
São cheias de vida e cor,
Até à luz das candeias
Se inspiram versos de amor.
No tempo das desfolhadas
Rapazes e raparigas,
Aos ranchos vão pelos campos
Colhendo louras espigas.
Ai desfolhadas, lindas desfolhadas
Onde as raparigas vão todas lavadas,
Saem de casa, preparam-se bem
Pois os seus amores lá irão também.
Rapariga envergonhada
A quem coube o milho rei,
Venha de lá um abraço
Que é assim que manda a lei.
Aquela espiga encarnada
Lá anda de mão em mão,
Quando chega às mãos dela
Inspira-lhe o coração.
49. Desfolhando o milho
Ao luar de S. Miguel,
Vão tratando o casamento
A Maria e o Manel.
Juntinho aos seus netinhos
Recordam a mocidade,
Também cantam os velhinhos
Cheiinhos de saudade.
Cantemos todos juntinhos
Dando as mãos com alegria,
Que as desfolhadas da aldeia
Já lembram a romaria.
O cantor já cantou,
Apresenta as despedidas.
A desfolhada acabou
Rapazes e raparigas!
Recolha Popular
Penude, Setembro/2011