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Desemprego Estrutural
O desemprego estrutural se alastrou diante da crise econômica mundial.
O desemprego estrutural ocorre quando o número de desempregados é
superior ao número de colaboradores que o mercado quer contratar e
esse excesso de oferta de trabalhadores não é temporário. Na maior parte
dos mercados , o excesso de oferta de um bem levaria a uma descida do
seu preço (neste caso salário), que faria aumentar a quantidade
procurada e eliminaria o excesso de oferta inicial. Assim, o desemprego
estrutural ocorre, porque existem fatores que impedem as variações dos
preços, como por exemplo, a existência de um salário mínimo e
legislação laboral que impede a flexibilidade de salários.
O desemprego estrutural resulta das mudanças da estrutura da economia.
Estas provocam desajustamentos no emprego da mão-de-obra, assim
como alterações na composição da economia associada ao
desenvolvimento. Existem duas causas para este tipo de desemprego:
insuficiência da procura de bens e de serviços e insuficiência de
investimento em torno da combinação de fatores produtivos
desfavoráveis. Esse tipo de desemprego é mais comum em países
desenvolvidos devido à grande mecanização das indústrias, reduzindo os
postos de trabalho.
O desemprego causado pelas novas tecnologias, como a robótica e
a informática, recebe o nome de desemprego estrutural. Ele não é
resultado de uma crise econômica, e sim das novas formas de
organização do trabalho e da produção. Tanto os países ricos quanto os
pobres são afetados pelo desemprego estrutural, um dos graves
problemas de nossos dias.
Os principais setores atingidos pelo desemprego estrutural são:
Agricultura, estrutura de terceirização, prestação de serviços e indústria.
O desemprego estrutural é aquele em que a vaga do trabalhador é
substituída por máquinas ou processos modernos.
DESEMPREGO ESTRUTURAL NO BRASIL
O crescimento econômico, ou melhor, a ausência dele, tem sido
apontado como o principal fator para os altos níveis de desemprego no
Brasil. Naturalmente, se conseguíssemos manter altas taxas de
crescimento econômico, o país sanearia o problema do desemprego
conjuntural. Contudo, o desemprego estrutural, aquele em que a vaga do
trabalhador foi substituída por máquinas ou processos produtivos mais
modernos, não se resolve apenas pelo crescimento econômico. Aquele
trabalho executado por dezenas de trabalhadores agora só necessita de
um operador, ou melhor, dezenas de empregos transformaram-se em
apenas um. É claro que se a economia estiver aquecida será mais fácil
para estes trabalhadores encontrarem outros postos de trabalho.
É comum associar o desemprego estrutural ao setor industrial.
Este setor deixa mais evidente a perda de postos de trabalho para
máquinas ou novos processos de produção, porém isto ocorre também na
agricultura e no setor de prestação de serviços. Em muitos lugares,
inclusive no Brasil, culpou-se a tecnologia (que estaria roubando
empregos e condenando os trabalhadores à indigência). Não há dúvida
de que a tecnologia participa do processo, mas é um equívoco condená-
la como a vilã do desemprego estrutural. A invenção do tear mecânico,
da máquina a vapor ou do arado de ferro foram marcos que resultaram
em um aumento significativo da produtividade e conseqüente redução de
custos, permitindo a entrada de um enorme contingente de excluídos no
mercado consumidor. Da mesma forma que sentimos hoje, o emprego
sofreu impacto destes inventos de pelo menos 150 anos. Durante o
século XX além de novos inventos, vários sistemas econômicos também
foram experimentados.
Logo após a segunda grande guerra, com o mundo chocado pelos
acontecimentos, optou-se por um modelo de governo que protegesse e
desse uma série de benefícios às populações, o chamado Estado do Bem
Estar Social. Criou-se um modo de governar em que tínhamos o Estado-
Empresário, o Estado-Saúde, e muitos outros Estados que se ocupavam
dos mais diversos ramos da atividade econômica para oferecer o
necessário à população. Infelizmente não existe mágica e para cumprir
estes papéis o governo passou ano após ano sugando, cada vez mais, da
sociedade não estatizada os recursos necessários, na forma de tributos,
para que estes papéis fossem desempenhados pelo Estado-Patrão. A
fadiga deste modelo começou a se verificar nas décadas de 70 e 80 e na
Grã-Bretanha começou-se a implantação do modelo atual, o
neoliberalismo. Hoje este modelo é utilizado em quase todo mundo e
tem como princípio a saída do Estado da economia e o fim dos
benefícios sociais. A privatização de estatais, a desregulamentação de
setores restritos a empresas do governo fazem parte dos objetivos do
neoliberalismo.
Na verdade, não há muito de novo. O desemprego estrutural já
existia antes da indústria automobilística. O que há de novo é a
velocidade das mudanças, cada vez mais intensas e a diminuição do
Estado-Patrão para as funções típicas de governo como o judiciário e
segurança pública. Nesta situação, o que realmente nos incomoda é a de
falta de segurança quanto às escolhas para o futuro. Se na década de 60
ou 70 uma boa instrução poderia garantir um sustento razoável, hoje
uma boa instrução pode apenas dar uma chance melhor no mercado de
trabalho. Nem mesmo carreiras tradicionais como medicina, direito
ou engenharia estão ilesas as incertezas dos tempos da informação.
Com o ritmo das mudanças acelerado, muitas profissões deixam
de existir e o medo do novo pode não eliminar sua profissão, mas talvez
eliminar o seu emprego. Fazer como antigamente ou negar-se ao novo
pode fazer com que sejamos sérios candidatos ao desemprego estrutural.
Aliás, o principal fator para que nosso emprego ou empresa não
entre num estado estacionário rumo a extinção é a inovação. Parece
óbvio, mas a busca por novas habilidades e qualificações ou novos
produtos e serviços empurra para frente este estado estacionário. As
habilidades e qualificações a que me refiro não são apenas as formais,
mas aquelas que fazem a diferença na empresa. A educação formal é
fundamental, mas a aplicabilidade desta educação e o empenho em
agregar valor ao produto ou serviço da empresa é uma questão de
sobrevivência. O desemprego estrutural está em nossos calcanhares, mas
isto não é novidade para a humanidade. Apesar da insegurança e do
desconforto da luta pela sobrevivência dia após dia como se ainda
caçássemos a refeição do jantar, faz parte da humanidade que se renova,
ou melhor, que se inova todos os dias.
Aluno: Herlânio Emanuel de Assis Lima
Segurança do Trabalho – EAD
Pólo: São Gonçalo do Amarante
Matrícula: 20141157031031

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  • 1. Desemprego Estrutural O desemprego estrutural se alastrou diante da crise econômica mundial. O desemprego estrutural ocorre quando o número de desempregados é superior ao número de colaboradores que o mercado quer contratar e esse excesso de oferta de trabalhadores não é temporário. Na maior parte dos mercados , o excesso de oferta de um bem levaria a uma descida do seu preço (neste caso salário), que faria aumentar a quantidade procurada e eliminaria o excesso de oferta inicial. Assim, o desemprego estrutural ocorre, porque existem fatores que impedem as variações dos preços, como por exemplo, a existência de um salário mínimo e legislação laboral que impede a flexibilidade de salários. O desemprego estrutural resulta das mudanças da estrutura da economia. Estas provocam desajustamentos no emprego da mão-de-obra, assim como alterações na composição da economia associada ao desenvolvimento. Existem duas causas para este tipo de desemprego: insuficiência da procura de bens e de serviços e insuficiência de investimento em torno da combinação de fatores produtivos desfavoráveis. Esse tipo de desemprego é mais comum em países desenvolvidos devido à grande mecanização das indústrias, reduzindo os postos de trabalho. O desemprego causado pelas novas tecnologias, como a robótica e a informática, recebe o nome de desemprego estrutural. Ele não é resultado de uma crise econômica, e sim das novas formas de organização do trabalho e da produção. Tanto os países ricos quanto os pobres são afetados pelo desemprego estrutural, um dos graves problemas de nossos dias. Os principais setores atingidos pelo desemprego estrutural são: Agricultura, estrutura de terceirização, prestação de serviços e indústria. O desemprego estrutural é aquele em que a vaga do trabalhador é substituída por máquinas ou processos modernos.
  • 2. DESEMPREGO ESTRUTURAL NO BRASIL O crescimento econômico, ou melhor, a ausência dele, tem sido apontado como o principal fator para os altos níveis de desemprego no Brasil. Naturalmente, se conseguíssemos manter altas taxas de crescimento econômico, o país sanearia o problema do desemprego conjuntural. Contudo, o desemprego estrutural, aquele em que a vaga do trabalhador foi substituída por máquinas ou processos produtivos mais modernos, não se resolve apenas pelo crescimento econômico. Aquele trabalho executado por dezenas de trabalhadores agora só necessita de um operador, ou melhor, dezenas de empregos transformaram-se em apenas um. É claro que se a economia estiver aquecida será mais fácil para estes trabalhadores encontrarem outros postos de trabalho. É comum associar o desemprego estrutural ao setor industrial. Este setor deixa mais evidente a perda de postos de trabalho para máquinas ou novos processos de produção, porém isto ocorre também na agricultura e no setor de prestação de serviços. Em muitos lugares, inclusive no Brasil, culpou-se a tecnologia (que estaria roubando empregos e condenando os trabalhadores à indigência). Não há dúvida de que a tecnologia participa do processo, mas é um equívoco condená- la como a vilã do desemprego estrutural. A invenção do tear mecânico, da máquina a vapor ou do arado de ferro foram marcos que resultaram em um aumento significativo da produtividade e conseqüente redução de custos, permitindo a entrada de um enorme contingente de excluídos no mercado consumidor. Da mesma forma que sentimos hoje, o emprego sofreu impacto destes inventos de pelo menos 150 anos. Durante o século XX além de novos inventos, vários sistemas econômicos também foram experimentados. Logo após a segunda grande guerra, com o mundo chocado pelos acontecimentos, optou-se por um modelo de governo que protegesse e desse uma série de benefícios às populações, o chamado Estado do Bem Estar Social. Criou-se um modo de governar em que tínhamos o Estado- Empresário, o Estado-Saúde, e muitos outros Estados que se ocupavam dos mais diversos ramos da atividade econômica para oferecer o
  • 3. necessário à população. Infelizmente não existe mágica e para cumprir estes papéis o governo passou ano após ano sugando, cada vez mais, da sociedade não estatizada os recursos necessários, na forma de tributos, para que estes papéis fossem desempenhados pelo Estado-Patrão. A fadiga deste modelo começou a se verificar nas décadas de 70 e 80 e na Grã-Bretanha começou-se a implantação do modelo atual, o neoliberalismo. Hoje este modelo é utilizado em quase todo mundo e tem como princípio a saída do Estado da economia e o fim dos benefícios sociais. A privatização de estatais, a desregulamentação de setores restritos a empresas do governo fazem parte dos objetivos do neoliberalismo. Na verdade, não há muito de novo. O desemprego estrutural já existia antes da indústria automobilística. O que há de novo é a velocidade das mudanças, cada vez mais intensas e a diminuição do Estado-Patrão para as funções típicas de governo como o judiciário e segurança pública. Nesta situação, o que realmente nos incomoda é a de falta de segurança quanto às escolhas para o futuro. Se na década de 60 ou 70 uma boa instrução poderia garantir um sustento razoável, hoje uma boa instrução pode apenas dar uma chance melhor no mercado de trabalho. Nem mesmo carreiras tradicionais como medicina, direito ou engenharia estão ilesas as incertezas dos tempos da informação. Com o ritmo das mudanças acelerado, muitas profissões deixam de existir e o medo do novo pode não eliminar sua profissão, mas talvez eliminar o seu emprego. Fazer como antigamente ou negar-se ao novo pode fazer com que sejamos sérios candidatos ao desemprego estrutural. Aliás, o principal fator para que nosso emprego ou empresa não entre num estado estacionário rumo a extinção é a inovação. Parece óbvio, mas a busca por novas habilidades e qualificações ou novos produtos e serviços empurra para frente este estado estacionário. As habilidades e qualificações a que me refiro não são apenas as formais, mas aquelas que fazem a diferença na empresa. A educação formal é fundamental, mas a aplicabilidade desta educação e o empenho em agregar valor ao produto ou serviço da empresa é uma questão de sobrevivência. O desemprego estrutural está em nossos calcanhares, mas isto não é novidade para a humanidade. Apesar da insegurança e do desconforto da luta pela sobrevivência dia após dia como se ainda caçássemos a refeição do jantar, faz parte da humanidade que se renova, ou melhor, que se inova todos os dias.
  • 4. Aluno: Herlânio Emanuel de Assis Lima Segurança do Trabalho – EAD Pólo: São Gonçalo do Amarante Matrícula: 20141157031031