Este artigo busca descobrir o significado da passagem bíblica enigmática de Êxodo 4:24-26. Através do estudo da Bíblia Hebraica, da Septuaginta, de versões bíblicas em português e de interpretações dadas ao texto, o autor tenta encontrar uma solução exegética e hermenêutica para o enigma apresentado nos três versículos.
Este artigo analisa o texto bíblico de Eclesiastes 3:1-15 sobre a tensão entre o determinismo e o livre-arbítrio. O autor traduz o texto hebraico original e fornece quatro perspectivas sobre a relação entre esses conceitos. Ele então comenta o texto à luz do determinismo e do livre-arbítrio, usando fontes judaicas.
Este documento apresenta um estudo sobre referências a demônios na Torá, analisando quatro passagens bíblicas. A primeira passagem descreve a luta de Jacó com um ser misterioso à noite perto de um rio, que pode ser um vestígio do deus-rio cananeu, considerado demoníaco. O documento também discute a etimologia do nome de Jacó, "Israel", derivado de sua luta.
Os "Filhos de Deus" e as "Filhas do Homem": As Várias Interpretações dadas a ...Carlos Augusto Vailatti
As três frases resumem o documento da seguinte forma:
1) O documento discute as principais interpretações dadas ao versículo 6:1-4 de Gênesis ao longo da história;
2) Duas interpretações principais são apresentadas: a sobrenaturalista, que vê os "filhos de Deus" como seres celestiais, e a naturalista;
3) O documento analisa os argumentos de cada interpretação e como cada uma tem sido usada para entender esse polêmico texto bíblico.
A Bíblia Hebraica e o Alcorão em Diálogo: Reflexões Sobre Alguns Temas Comuns...Carlos Augusto Vailatti
O presente texto tem o objetivo de refletir sobre alguns temas comuns existentes tanto na Bíblia Hebraica quanto no Alcorão, a saber: Deus, o Livro Sagrado, a Criação, Abraão, Determinismo versus Livre-Arbítrio e Escatologia. O estudo desses temas, ainda que sucinto, nos mostrará como o judaísmo e o islamismo os enxergam a partir de suas respectivas fés.
O Rei da Babilônia e o Rei de Tiro: Uma Análise de Isaías 14.12-15 e Ezequiel...Carlos Augusto Vailatti
O presente artigo tem o objetivo de discutir a respeito da identidade dos reis da Babilônia e de Tiro nas respectivas passagens bíblicas de Isaías 14:12-15 e Ezequiel 28:11-19 a partir do contexto interpretativo judaico-cristão. Além disso, buscar-se-á apresentar a análise dos referidos textos bíblicos, tendo como principal referencial a abordagem histórico-mitológica deles.
Este artigo analisa a interpretação de Apocalipse 19:16, que descreve Jesus tendo um nome escrito em sua veste e coxa. O autor argumenta que, linguisticamente, o texto se refere ao nome escrito na veste de Jesus, que cobria sua coxa, e não a uma tatuagem. Teologicamente, o texto deve ser entendido simbolicamente e não literalmente. Culturalmente, tatuagens eram estranhas à cultura judaica da época de Jesus. Portanto, o artigo conclui que não é correto afirmar que Jesus tinha uma tatuagem.
hermenêutica e homilética grupos de recursos literários, métodos de interpret...RODRIGO FERREIRA
O documento discute vários recursos literários usados na Bíblia, incluindo comparação, contraste, gradação, intercâmbio, repetição, continuação, clímax, ponto decisivo, particularização, generalização, princípio da causa, instrumentação, explanação, preparação, sumarização, interrogação, harmonia, principalidade e radiação.
hermenêutica aula 01 - regras basicas da hermenêuticaRODRIGO FERREIRA
1. O documento discute a hermenêutica bíblica, que é a arte e a ciência da interpretação das Escrituras.
2. São apresentadas várias regras para a interpretação bíblica correta, como considerar o contexto, o objetivo do texto, figuras de linguagem como metáforas e alegorias.
3. Também são explicados conceitos como tipos, símbolos e a importância de a Bíblia se explicar a si mesma para uma compreensão adequada.
Este artigo analisa o texto bíblico de Eclesiastes 3:1-15 sobre a tensão entre o determinismo e o livre-arbítrio. O autor traduz o texto hebraico original e fornece quatro perspectivas sobre a relação entre esses conceitos. Ele então comenta o texto à luz do determinismo e do livre-arbítrio, usando fontes judaicas.
Este documento apresenta um estudo sobre referências a demônios na Torá, analisando quatro passagens bíblicas. A primeira passagem descreve a luta de Jacó com um ser misterioso à noite perto de um rio, que pode ser um vestígio do deus-rio cananeu, considerado demoníaco. O documento também discute a etimologia do nome de Jacó, "Israel", derivado de sua luta.
Os "Filhos de Deus" e as "Filhas do Homem": As Várias Interpretações dadas a ...Carlos Augusto Vailatti
As três frases resumem o documento da seguinte forma:
1) O documento discute as principais interpretações dadas ao versículo 6:1-4 de Gênesis ao longo da história;
2) Duas interpretações principais são apresentadas: a sobrenaturalista, que vê os "filhos de Deus" como seres celestiais, e a naturalista;
3) O documento analisa os argumentos de cada interpretação e como cada uma tem sido usada para entender esse polêmico texto bíblico.
A Bíblia Hebraica e o Alcorão em Diálogo: Reflexões Sobre Alguns Temas Comuns...Carlos Augusto Vailatti
O presente texto tem o objetivo de refletir sobre alguns temas comuns existentes tanto na Bíblia Hebraica quanto no Alcorão, a saber: Deus, o Livro Sagrado, a Criação, Abraão, Determinismo versus Livre-Arbítrio e Escatologia. O estudo desses temas, ainda que sucinto, nos mostrará como o judaísmo e o islamismo os enxergam a partir de suas respectivas fés.
O Rei da Babilônia e o Rei de Tiro: Uma Análise de Isaías 14.12-15 e Ezequiel...Carlos Augusto Vailatti
O presente artigo tem o objetivo de discutir a respeito da identidade dos reis da Babilônia e de Tiro nas respectivas passagens bíblicas de Isaías 14:12-15 e Ezequiel 28:11-19 a partir do contexto interpretativo judaico-cristão. Além disso, buscar-se-á apresentar a análise dos referidos textos bíblicos, tendo como principal referencial a abordagem histórico-mitológica deles.
Este artigo analisa a interpretação de Apocalipse 19:16, que descreve Jesus tendo um nome escrito em sua veste e coxa. O autor argumenta que, linguisticamente, o texto se refere ao nome escrito na veste de Jesus, que cobria sua coxa, e não a uma tatuagem. Teologicamente, o texto deve ser entendido simbolicamente e não literalmente. Culturalmente, tatuagens eram estranhas à cultura judaica da época de Jesus. Portanto, o artigo conclui que não é correto afirmar que Jesus tinha uma tatuagem.
hermenêutica e homilética grupos de recursos literários, métodos de interpret...RODRIGO FERREIRA
O documento discute vários recursos literários usados na Bíblia, incluindo comparação, contraste, gradação, intercâmbio, repetição, continuação, clímax, ponto decisivo, particularização, generalização, princípio da causa, instrumentação, explanação, preparação, sumarização, interrogação, harmonia, principalidade e radiação.
hermenêutica aula 01 - regras basicas da hermenêuticaRODRIGO FERREIRA
1. O documento discute a hermenêutica bíblica, que é a arte e a ciência da interpretação das Escrituras.
2. São apresentadas várias regras para a interpretação bíblica correta, como considerar o contexto, o objetivo do texto, figuras de linguagem como metáforas e alegorias.
3. Também são explicados conceitos como tipos, símbolos e a importância de a Bíblia se explicar a si mesma para uma compreensão adequada.
O documento discute os conceitos de hermenêutica bíblica, definindo-a como a arte e ciência da interpretação da Bíblia. Apresenta os "abismos" que se interpõem entre o leitor e o texto, como o histórico, cultural e linguístico. Também discute a importância da hermenêutica para uma compreensão correta do texto, evitando distorções, e fornece regras e ferramentas para a interpretação, como o contexto imediato e remoto e o uso de livros auxiliares.
Este documento apresenta um artigo teológico que busca fornecer uma interpretação alternativa do tradicional episódio bíblico do "canto do galo" durante a negação de Pedro. Através de uma abordagem que combina elementos linguísticos, contextuais, culturais e históricos, o autor argumenta que a expressão pode não se referir literalmente ao canto de um galo, questionando a interpretação convencional dada a este assunto.
O documento discute vários tipos de figuras de linguagem e pensamento usadas na Bíblia, incluindo metáforas, parábolas, alegorias e outros. Ele fornece exemplos dessas figuras retirados de passagens bíblicas e explica seus significados.
Introdução sobre a longevidade do uso de parábolas desde a antiguidade, embora Jesus tenha elevado o método a um nível superior; o significado abrangente do termo parábola no Antigo e Novo Testamentos, cobrindo diferentes formas de linguagem figurada como provérbios, comparações e símiles.
Este documento resume os principais recursos retóricos encontrados na Bíblia, incluindo figuras de linguagem como metáfora, metonímia e hipérbole. Também discute alegorias como parábolas e fábulas, hebraísmos e tipologia bíblica. O documento fornece exemplos dessas técnicas retóricas e explica como elas são usadas para ilustrar verdades espirituais.
Este resumo descreve a natureza literária do livro do Apocalipse, destacando que ele combina elementos de três gêneros: apocalíptico, profético e epistolar. O autor explica que o Apocalipse usa linguagem simbólica típica do gênero apocalíptico para transmitir uma mensagem profética às sete igrejas da Ásia Menor no formato de uma carta. Ele enfatiza a importância da exegese cuidadosa para compreender corretamente o significado original do texto.
Este artigo analisa a deficiência na fala de Moisés, tradicionalmente entendida como gagueira. A partir do texto bíblico em Êxodo 4:10-17, o autor fornece sete perspectivas pelas quais o problema de Moisés pode ser interpretado, incluindo visões filológica, fisiológica, psicológica e teológica. O objetivo é enriquecer o entendimento sobre a natureza exata da deficiência de Moisés.
Este documento discute a interpretação bíblica ao longo da história, desde os judeus antigos até os métodos modernos. Apresenta diferentes escolas de pensamento como a alegórica e a histórico-gramatical e discute como a cultura e o contexto influenciam a compreensão das Escrituras.
O documento apresenta uma aula sobre a Bíblia Sagrada, discutindo a origem do nome Bíblia, as diferentes versões e métodos de tradução, e fornecendo um resumo dos principais pontos dos livros do Pentateuco.
Trabalho 01 hermenêutica Pr. Antenor Pedro dos Santos.Fernando Soyer
Este documento apresenta as respostas de Fernando Soyer aos questionários dos capítulos 1 e 2 do livro "Hermenêutica - Princípios de Interpretação das Sagradas Escrituras". Ele discute a importância do estudo da hermenêutica para uma boa compreensão da Bíblia, devido à variedade de autores, épocas, lugares e estilos literários presentes nela. Também destaca as disposições necessárias para um estudo proveitoso das Escrituras, como ter um espírito respeitoso, dócil, amor à verdade
O documento lista diversas traduções da Bíblia para o português e discute brevemente aspectos da tradução e interpretação dos textos bíblicos originais para outras línguas.
Estas são duas palavras hebraicas manipuladas pela teologia de igrejas a seu bel-prazer. Sim, estas duas palavras têm sido e ainda são, uma teologia muito debatida
A abertura do evangelho segundo marcosssuser615052
Este artigo analisa a variante textual no início do Evangelho de Marcos 1:1 presente no mais antigo manuscrito grego da América Latina na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. A maioria dos manuscritos incluem a expressão "filho de Deus", porém alguns não incluem. O autor argumenta que a evidência dos manuscritos e a cristologia de Marcos apoiam a inclusão da expressão.
O documento discute as interpretações literal e alegórica da Bíblia. A interpretação literal busca o significado original do texto à luz do contexto histórico, enquanto a alegórica aplica um significado espiritual mais profundo. Ambos os métodos são válidos, desde que a alegorização não contradiga o sentido literal ou histórico do texto.
Aula prática Estudo de caso 2 - Apocalipse 12 - A batalha dos séculosIpabr Limesp
Este documento apresenta uma análise do capítulo 12 do livro de Apocalipse. O capítulo é descrito como uma síntese de uma guerra épica entre o bem e o mal que vem ocorrendo através dos séculos. A narrativa descreve a batalha entre o dragão (Satanás) e a mulher (Israel), que daria à luz o Messias (Jesus Cristo), e como isso explica as perseguições sofridas pelos cristãos na época em que o livro foi escrito. O objetivo é fornecer uma mensagem de esperança
26 daniel - homilética completa do pregadorjosé nasci
1) O documento apresenta a introdução de um comentário sobre o Livro de Daniel escrito por Thomas Robinson no século XIX.
2) Discutem-se a excelência e importância do Livro de Daniel, incluindo suas profecias sobre Cristo.
3) Aborda-se a autoria, natureza, línguas e unidade do livro, concluindo que é obra de Daniel do século VI a.C.
1) A interpretação bíblica é importante para descobrir a mensagem original e aplicá-la hoje, mas requer hermenêutica correta para evitar erros. 2) Os judeus após o cativeiro precisaram traduzir a lei de hebraico para aramaico. Os escribas copiavam e ensinavam a lei, mas acabaram exagerando em buscar significados ocultos. 3) Os judeus helenizados alegorizaram textos para evitar constrangimentos, influenciando a hermenêutica posterior.
Esta obra é considerada uma das obras literárias mais antigas do mundo, o que por si só já desperta em todos nós uma curiosidade em entender e conhecer o pensamento do homem antigo, estamos falando de pessoas que viveram poucas gerações após o pai de todos, Adão. Epopeia de Gilgamesh contem muito mito e lenda, mas isto não tira o brilho histórico da obra, uma vez que em sua essência esta epopéia cita acontecimentos narrados na Bíblia como o dilúvio. Mesmo havendo centenas de tradições antigas sobre um dilúvio global, o interessante na Epopeia de Gilgamesh é que o texto é muito antigo e fala do dilúvio na região em que se dão os eventos bíblicos. Um bom conhecedor da Bíblia ao ler a Epopeia de Gilgamesh facilmente consegue fazer comparações com passagens bíblicas.
1) O dicionário define mais de 300 termos relacionados aos estudos bíblicos de forma clara e concisa.
2) Os termos são definidos em português, mas também incluem termos em hebraico, grego e latim usados nos estudos bíblicos.
3) O dicionário fornece referências cruzadas entre os verbetes para facilitar a navegação entre termos relacionados.
O documento descreve lembranças feitas para as mães pelo CMEI Violeta Branca, incluindo um cartão com xícara, doces e chá, um CD personalizado com fotos das crianças e um espelho com foto da criança.
O presente texto pretende lançar um olhar sobre a relação conflituosa retratada entre quatro grupos de irmãos mencionados no livro de Gênesis, a saber: Caim e Abel (Gn 4.1-26), Esaú e Jacó (Gn 25.21-26; 27.41-45), Raquel e Léia (Gn 29.31-30.24) e José e seus irmãos (Gn 37-50). A breve leitura desse artigo nos levará a refletir sobre a sacralidade da vida e das relações humanas, bem como, nos desafiará a combater todas as formas de violência feitas contra o ser humano, as quais desrespeitam a sua alteridade e ameaçam a sua dignidade inerente como pessoa, colocando em risco o livre exercício de todos os seus direitos como indivíduo.
O documento discute os conceitos de hermenêutica bíblica, definindo-a como a arte e ciência da interpretação da Bíblia. Apresenta os "abismos" que se interpõem entre o leitor e o texto, como o histórico, cultural e linguístico. Também discute a importância da hermenêutica para uma compreensão correta do texto, evitando distorções, e fornece regras e ferramentas para a interpretação, como o contexto imediato e remoto e o uso de livros auxiliares.
Este documento apresenta um artigo teológico que busca fornecer uma interpretação alternativa do tradicional episódio bíblico do "canto do galo" durante a negação de Pedro. Através de uma abordagem que combina elementos linguísticos, contextuais, culturais e históricos, o autor argumenta que a expressão pode não se referir literalmente ao canto de um galo, questionando a interpretação convencional dada a este assunto.
O documento discute vários tipos de figuras de linguagem e pensamento usadas na Bíblia, incluindo metáforas, parábolas, alegorias e outros. Ele fornece exemplos dessas figuras retirados de passagens bíblicas e explica seus significados.
Introdução sobre a longevidade do uso de parábolas desde a antiguidade, embora Jesus tenha elevado o método a um nível superior; o significado abrangente do termo parábola no Antigo e Novo Testamentos, cobrindo diferentes formas de linguagem figurada como provérbios, comparações e símiles.
Este documento resume os principais recursos retóricos encontrados na Bíblia, incluindo figuras de linguagem como metáfora, metonímia e hipérbole. Também discute alegorias como parábolas e fábulas, hebraísmos e tipologia bíblica. O documento fornece exemplos dessas técnicas retóricas e explica como elas são usadas para ilustrar verdades espirituais.
Este resumo descreve a natureza literária do livro do Apocalipse, destacando que ele combina elementos de três gêneros: apocalíptico, profético e epistolar. O autor explica que o Apocalipse usa linguagem simbólica típica do gênero apocalíptico para transmitir uma mensagem profética às sete igrejas da Ásia Menor no formato de uma carta. Ele enfatiza a importância da exegese cuidadosa para compreender corretamente o significado original do texto.
Este artigo analisa a deficiência na fala de Moisés, tradicionalmente entendida como gagueira. A partir do texto bíblico em Êxodo 4:10-17, o autor fornece sete perspectivas pelas quais o problema de Moisés pode ser interpretado, incluindo visões filológica, fisiológica, psicológica e teológica. O objetivo é enriquecer o entendimento sobre a natureza exata da deficiência de Moisés.
Este documento discute a interpretação bíblica ao longo da história, desde os judeus antigos até os métodos modernos. Apresenta diferentes escolas de pensamento como a alegórica e a histórico-gramatical e discute como a cultura e o contexto influenciam a compreensão das Escrituras.
O documento apresenta uma aula sobre a Bíblia Sagrada, discutindo a origem do nome Bíblia, as diferentes versões e métodos de tradução, e fornecendo um resumo dos principais pontos dos livros do Pentateuco.
Trabalho 01 hermenêutica Pr. Antenor Pedro dos Santos.Fernando Soyer
Este documento apresenta as respostas de Fernando Soyer aos questionários dos capítulos 1 e 2 do livro "Hermenêutica - Princípios de Interpretação das Sagradas Escrituras". Ele discute a importância do estudo da hermenêutica para uma boa compreensão da Bíblia, devido à variedade de autores, épocas, lugares e estilos literários presentes nela. Também destaca as disposições necessárias para um estudo proveitoso das Escrituras, como ter um espírito respeitoso, dócil, amor à verdade
O documento lista diversas traduções da Bíblia para o português e discute brevemente aspectos da tradução e interpretação dos textos bíblicos originais para outras línguas.
Estas são duas palavras hebraicas manipuladas pela teologia de igrejas a seu bel-prazer. Sim, estas duas palavras têm sido e ainda são, uma teologia muito debatida
A abertura do evangelho segundo marcosssuser615052
Este artigo analisa a variante textual no início do Evangelho de Marcos 1:1 presente no mais antigo manuscrito grego da América Latina na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. A maioria dos manuscritos incluem a expressão "filho de Deus", porém alguns não incluem. O autor argumenta que a evidência dos manuscritos e a cristologia de Marcos apoiam a inclusão da expressão.
O documento discute as interpretações literal e alegórica da Bíblia. A interpretação literal busca o significado original do texto à luz do contexto histórico, enquanto a alegórica aplica um significado espiritual mais profundo. Ambos os métodos são válidos, desde que a alegorização não contradiga o sentido literal ou histórico do texto.
Aula prática Estudo de caso 2 - Apocalipse 12 - A batalha dos séculosIpabr Limesp
Este documento apresenta uma análise do capítulo 12 do livro de Apocalipse. O capítulo é descrito como uma síntese de uma guerra épica entre o bem e o mal que vem ocorrendo através dos séculos. A narrativa descreve a batalha entre o dragão (Satanás) e a mulher (Israel), que daria à luz o Messias (Jesus Cristo), e como isso explica as perseguições sofridas pelos cristãos na época em que o livro foi escrito. O objetivo é fornecer uma mensagem de esperança
26 daniel - homilética completa do pregadorjosé nasci
1) O documento apresenta a introdução de um comentário sobre o Livro de Daniel escrito por Thomas Robinson no século XIX.
2) Discutem-se a excelência e importância do Livro de Daniel, incluindo suas profecias sobre Cristo.
3) Aborda-se a autoria, natureza, línguas e unidade do livro, concluindo que é obra de Daniel do século VI a.C.
1) A interpretação bíblica é importante para descobrir a mensagem original e aplicá-la hoje, mas requer hermenêutica correta para evitar erros. 2) Os judeus após o cativeiro precisaram traduzir a lei de hebraico para aramaico. Os escribas copiavam e ensinavam a lei, mas acabaram exagerando em buscar significados ocultos. 3) Os judeus helenizados alegorizaram textos para evitar constrangimentos, influenciando a hermenêutica posterior.
Esta obra é considerada uma das obras literárias mais antigas do mundo, o que por si só já desperta em todos nós uma curiosidade em entender e conhecer o pensamento do homem antigo, estamos falando de pessoas que viveram poucas gerações após o pai de todos, Adão. Epopeia de Gilgamesh contem muito mito e lenda, mas isto não tira o brilho histórico da obra, uma vez que em sua essência esta epopéia cita acontecimentos narrados na Bíblia como o dilúvio. Mesmo havendo centenas de tradições antigas sobre um dilúvio global, o interessante na Epopeia de Gilgamesh é que o texto é muito antigo e fala do dilúvio na região em que se dão os eventos bíblicos. Um bom conhecedor da Bíblia ao ler a Epopeia de Gilgamesh facilmente consegue fazer comparações com passagens bíblicas.
1) O dicionário define mais de 300 termos relacionados aos estudos bíblicos de forma clara e concisa.
2) Os termos são definidos em português, mas também incluem termos em hebraico, grego e latim usados nos estudos bíblicos.
3) O dicionário fornece referências cruzadas entre os verbetes para facilitar a navegação entre termos relacionados.
O documento descreve lembranças feitas para as mães pelo CMEI Violeta Branca, incluindo um cartão com xícara, doces e chá, um CD personalizado com fotos das crianças e um espelho com foto da criança.
O presente texto pretende lançar um olhar sobre a relação conflituosa retratada entre quatro grupos de irmãos mencionados no livro de Gênesis, a saber: Caim e Abel (Gn 4.1-26), Esaú e Jacó (Gn 25.21-26; 27.41-45), Raquel e Léia (Gn 29.31-30.24) e José e seus irmãos (Gn 37-50). A breve leitura desse artigo nos levará a refletir sobre a sacralidade da vida e das relações humanas, bem como, nos desafiará a combater todas as formas de violência feitas contra o ser humano, as quais desrespeitam a sua alteridade e ameaçam a sua dignidade inerente como pessoa, colocando em risco o livre exercício de todos os seus direitos como indivíduo.
O documento consiste em vários certificados de conclusão de um projeto sobre formas, cores, sequência e alfabetização para alunos. Os certificados celebram o empenho dos alunos nas atividades do projeto e são assinados pelos professores.
1) O documento contém 7 perguntas sobre eventos bíblicos relacionados a Israel e Moisés no Egito e no deserto.
2) As perguntas cobrem tópicos como onde Israel e seus filhos habitaram no Egito, por que Israel pediu para ser enterrado em Macpela, qual tribo Moisés descendia e mais.
3) As respostas indicam que Israel e seus filhos habitaram em Ramessés no Egito, que Israel pediu para ser enterrado em Macpela pois era onde estavam seus pais, e que Moisés
Perguntas bom de bíblia (semana 1 de 2012)Ton BSantos
O documento contém 7 perguntas sobre eventos bíblicos como a Criação, o Dilúvio, Abraão e Ismael. As perguntas cobrem tópicos como quais animais não foram criados no 6o dia, quem foi o primeiro a seguir a profissão do pai e o nome dado por Abraão ao monte onde ofereceu seu filho.
1) O autor pesquisa a figura de Satanás na Bíblia e tradições extra-bíblicas, analisando termos relacionados ao mal.
2) Ele faz um estudo detalhado sobre a narrativa do possuído de Gadarenes em Marcos, convidando o leitor a compreender o texto.
3) O livro não tem o objetivo de provar a existência do diabo, mas sim estudá-lo academicamente e com respeito às tradições cristãs.
O documento apresenta 25 perguntas sobre personagens bíblicas conhecidas como "Crianças e Jovens Bíblicos". As perguntas abordam detalhes sobre a idade, circunstâncias e histórias de figuras como Davi, José, Daniel, Moisés e Jesus durante suas infâncias e juventudes.
Concurso biblico nascimentos nas escriturasRogerio Sena
O documento lista 15 eventos de nascimentos bíblicos, incluindo que Samuel foi lançado no rio, Jacó nasceu agarrando o calcanhar de Esaú, e João Batista nasceu com a morte de sua mãe.
1) O documento apresenta 25 perguntas sobre casamentos bíblicos para testar o conhecimento do leitor sobre o tema;
2) As perguntas cobrem tópicos como casamentos de figuras como Jacó, Salomão e Jesus, além de ensinamentos sobre casamento encontrados na Bíblia;
3) O objetivo é que o leitor escolha uma das quatro alternativas para cada pergunta sobre casamentos e pessoas da Bíblia.
Este documento apresenta 25 perguntas sobre personagens e eventos da Bíblia, com 4 opções de resposta para cada pergunta, testando o conhecimento sobre os "Grandes Homens da Bíblia". As perguntas cobrem tópicos como profetas, reis, discípulos de Jesus e eventos bíblicos. O objetivo é que o leitor escolha as respostas corretas para cada pergunta.
Este documento apresenta 25 perguntas sobre os discípulos de Jesus, incluindo quais foram os primeiros chamados, o que estavam fazendo quando foram chamados, e detalhes sobre cada um dos doze discípulos principais como suas ocupações e papéis.
Perguntas bíblicas para concurso JA especial dia do soldado, exército Brasileiro, dentro das escrituras.
Acesse http://concursos-biblicos.blogspot.com/
Concurso bíblico sobre orações respondidas por DeusRogerio Sena
O documento contém 20 perguntas sobre orações na Bíblia, com respostas de múltipla escolha. As perguntas cobrem vários personagens e eventos bíblicos relacionados à oração, como Jonas orando dentro de um peixe, Jesus orando no Jardim das Oliveiras e o apóstolo Paulo recomendando orar sem cessar. O documento também fornece um gabarito com as respostas corretas.
Este documento apresenta 25 perguntas sobre mães bíblicas para testar o conhecimento do leitor. As perguntas cobrem tópicos como a mãe de todos os viventes (Eva), a mãe cujo filho foi ressuscitado por Jesus (Viúva de Naim), e a mãe que preferiu que seu filho fosse dado a outra mulher em vez de ser cortado ao meio (mãe verdadeira).
Este documento apresenta 25 perguntas sobre milagres bíblicos descritos na Bíblia. As perguntas cobrem eventos como a ressurreição de pessoas por Jesus, o chamado de Moisés através de uma sarça em chamas, e milagres como a cura de um homem paralítico por 38 anos e a multiplicação dos pães e peixes.
Concurso biblico especial dia das criançasRogerio Sena
O documento consiste em 20 perguntas sobre personagens e eventos bíblicos relacionados a crianças, com respostas em formato de teste. É fornecido um gabarito no final com as respostas corretas.
The document contains 15 multiple choice biblical trivia questions along with their answers. Each question tests knowledge of minor details and obscure figures or events from the Bible. The questions cover a variety of people, places and stories from both the Old and New Testaments. The answers are provided at the end in a key.
O documento contém 15 perguntas sobre personagens e eventos bíblicos com 3 opções de resposta para cada pergunta. As perguntas cobrem tópicos como povos afetados por Deus, reis bíblicos, tribos de Israel, eventos na vida de Jó e outros personagens como Paulo e Ester. O documento é proveniente do site "concursobiblico.com.br" e fornece o gabarito correto ao final.
Este documento apresenta 25 perguntas sobre profetas bíblicos com quatro opções de resposta cada. As perguntas cobrem tópicos como nomes de profetas, eventos em suas vidas e predições feitas. O objetivo é testar o conhecimento do leitor sobre os profetas da Bíblia.
561-Texto do artigo-2034-1-10-20150211.pdfFbioBezerra18
(1) O texto bíblico relata um encontro entre Moisés e Deus no caminho, onde Deus quase mata Moisés e Zípora, esposa de Moisés, circuncida o filho deles. (2) O episódio levanta várias questões sem respostas explícitas, como quem Deus quis matar e o significado das palavras de Zípora. (3) Apesar de aparente descontinuidade, o episódio está ligado ao contexto maior da narrativa do Êxodo e do Pentateuco
Este documento discute as parábolas de Jesus e seu propósito. Jesus usou parábolas principalmente para obscurecer as verdades espirituais daqueles a quem Deus não havia ordenado iluminação, e para revelar entendimento espiritual àqueles a quem Deus havia ordenado serem iluminados através das explicações das parábolas. O documento também discute a natureza e interpretação das parábolas, e como elas requerem pensamento sério para compreender seu significado profundo.
A gagueira de moisés múltiplas interpretaçõesadrianomedico
Este artigo analisa a deficiência na fala de Moisés, tradicionalmente entendida como gagueira. A partir do texto bíblico em Êxodo 4:10-17, o autor fornece sete perspectivas sobre o problema de Moisés: filológica, fisiológica, psicológica, idiomática, moral, tradicional e teológica. Essas interpretações buscam esclarecer a natureza exata da deficiência de Moisés e enriquecer o nosso conhecimento sobre o assunto.
Aula 02 - Introdução ao estudo do Evangelho Segundo o Espiritismo 2019-04-14....LuizHenriqueTDias
Este documento apresenta uma introdução ao estudo do Evangelho segundo o Espiritismo. Ele destaca a importância de se compreender o espírito por trás da letra do Evangelho e de adotá-lo como guia para o aperfeiçoamento espiritual. O documento também fornece orientações sobre como estudar o Evangelho, extraindo suas lições para exemplificar na vida diária.
1. O documento apresenta um resumo do livro "Segredos do Apocalipse: O Apocalipse Através de Olhos Hebraicos" de Jacques B. Doukhan.
2. O autor argumenta que o livro do Apocalipse deve ser lido e entendido à luz das Escrituras Hebraicas, uma vez que contém mais de 1000 alusões e referências ao Antigo Testamento.
3. A estrutura do livro do Apocalipse é descrita como tendo a forma de uma menorá (candelabro de sete braços), com sete c
O documento apresenta uma lição sobre os livros de Provérbios e Eclesiastes. A lição discute: 1) as características literárias dos livros como parte da literatura sapiencial judaica; 2) as fontes da sabedoria de Salomão, incluindo a sabedoria popular e divina; 3) o propósito da sabedoria ensinada nos livros de fornecer valores éticos e espirituais para a vida.
Este documento discute Melquisedeque, um rei cananeu mencionado na Bíblia. Ele explora a identidade e religião de Melquisedeque, sugerindo que ele poderia ter professado uma religião cananeia monoteísta distinta da fé de Abraão. O documento também examina a ordem e o sacerdócio de Melquisedeque e suas possíveis conexões com Cristo.
Os seis versículos de jó sobre a estrutura e o sentido de jóerivander
Este documento discute a estrutura e o sentido do Livro de Jó. Resume três pontos principais:
1) Há evidências de que o Livro de Jó tem uma estrutura composta, com seções adicionadas posteriormente.
2) Isso levanta questões sobre como entender cada seção em seu contexto original e como a obra foi modificada.
3) Uma tradução alternativa dos versículos finais de Jó pode sugerir um sentido crítico original que foi recalcado.
O documento discute os conceitos de exegese bíblica, definindo-a como o estudo sistemático e crítico da Bíblia para determinar o sentido original do texto. Apresenta diferentes abordagens exegéticas ao longo da história, como a escola alegórica dos Padres da Igreja, a ênfase na tradição durante a Idade Média e o retorno à interpretação gramatical na Reforma.
O documento discute os conceitos de exegese bíblica, definindo-a como o estudo sistemático e crítico da Bíblia para determinar o sentido original do texto. Apresenta diferentes abordagens exegéticas ao longo da história, como a alegórica dos Padres da Igreja e a gramatical da Reforma. Também destaca a importância de considerar a etimologia, uso corrente e contexto das palavras para uma interpretação correta.
O documento discute os conceitos de exegese bíblica, definindo-a como o estudo sistemático e crítico da Bíblia para determinar o sentido original do texto. Apresenta diferentes abordagens exegéticas ao longo da história, como a alegórica dos Padres da Igreja e a gramatical da Reforma. Também define termos como hermenêutica e exegeta e discute o objetivo e métodos da exegese.
Este documento resume os livros poéticos e profetas maiores do Antigo Testamento. Apresenta os cinco livros poéticos: Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares, destacando que tratam de temas individuais e da relação do coração com Deus. Também descreve os livros de Jó e Salmos, incluindo seus autores, datas, temas, estruturas e importância.
Todas as parábolas da bíblia - Herbert Lockyerjesusnaveia
Este documento apresenta um resumo detalhado do livro "Todas as Parábolas da Bíblia", escrito por Herbert Lockyer. O livro analisa todas as parábolas encontradas no Antigo e Novo Testamento, fornecendo uma introdução sobre o significado e uso de parábolas, além de explicar cada parábola em detalhes. O autor busca orientar pregadores e estudiosos sobre a importância desse método de ensino utilizado por Jesus.
Todas as Parábolas da Bíblia - Herbert LockyerArão Zuconelli
O documento apresenta uma introdução sobre as parábolas na Bíblia, abordando tópicos como a longevidade do método de ensino por parábolas, o significado do termo parábola, as divisões da linguagem figurada e o valor da instrução por parábolas. A introdução destaca a excelência com que Jesus elevou o método parabólico, tornando-o o veículo para as mais sublimes verdades. O documento é dividido em duas partes, tratando das parábolas do Antigo e do Novo Test
O documento apresenta a introdução de Raul Branco à tradução do texto Pistis Sophia. Ele explica que a tradução foi baseada em versões anteriores e que adicionou notas de rodapé para facilitar a compreensão dos ensinamentos. O objetivo é transmitir o espírito do texto sem apego estrito à forma. A introdução também fornece informações sobre a origem e datação provável do manuscrito, sua cosmologia e simbologia, e como descreve a jornada da alma humana.
1) O documento discute a formação do Cânon Bíblico e como os livros precisavam ser apostólicos, aceitos pela Igreja e condizentes com o ensino de Jesus. 2) Apresenta as teorias sobre a origem dos evangelhos sinóticos, como a interdependência e os fragmentos. 3) Explica que a crítica textual analisa evidências para encontrar o texto mais próximo do original, sem duvidar da inspiração divina.
Este documento discute a interpretação das Escrituras. Primeiro, destaca a importância da hermenêutica bíblica e os desafios de interpretar um texto escrito em outra época e cultura. Segundo, apresenta a regra fundamental da interpretação bíblica segundo a Confissão de Fé de Westminster: a Bíblia se auto-interpreta. Terceiro, discute métodos de interpretação como o histórico-gramatical que busca o sentido pretendido pelo autor.
A Função dos Provérbios na Sabedoria JudaicaKleberMaia8
O documento analisa a função dos provérbios na sabedoria judaica tradicional e no ensino de Jesus. Discute como os provérbios de Salomão e de Jesus tinham como objetivo principal educar os homens e conduzi-los a uma vida plena e agradável a Deus. Também examina as semelhanças e diferenças entre os usos dos provérbios no Antigo e Novo Testamento. Conclui que a sabedoria proverbial continua importante para fundamentar princípios que ensinam a viver sob o temor de Deus.
O documento discute o conceito de Reino de Deus no Novo Testamento. Apresenta diferentes perspectivas teológicas sobre se o Reino é presente ou futuro, e analisa como o tema é abordado no Antigo Testamento e em literatura judaica. Também discute os diferentes paradigmas de interpretação das parábolas de Jesus sobre o Reino e como elas ilustram aspectos do Reino, como o anúncio do Evangelho e a presença do inimigo.
Herbert lockyer todas as parábolas da bíbliaRodolfo Neves
Este livro fornece uma análise detalhada de todas as parábolas encontradas na Bíblia, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. O autor discute a longevidade do método de ensino por parábolas, seu significado e valor, além de apresentar uma introdução sobre as parábolas do Antigo Testamento e do Novo Testamento, divididas em seções. O livro busca orientar pregadores e estudiosos sobre os diversos aspectos do uso de parábolas como método didático na Bíblia.
Semelhante a Decifra-me ou Devoro-te: Em Busca de Uma Solução Exegética e Hermenêutica para o Enigma de Êxodo 4.24-26 (20)
1) O documento discute o tema da violência entre irmãos como um leitmotiv no livro de Gênesis.
2) As histórias de Caim e Abel, Esaú e Jacó, e Raquel e Léia são analisadas como exemplos proeminentes deste tema.
3) A violência entre irmãos no livro de Gênesis funciona como um eixo central para a compreensão do livro e explora os desafios da fraternidade.
O propósito deste artigo é comparar algumas figuras proféticas do Antigo Oriente Médio e/ou suas profecias com o profetismo existente no Antigo Testamento, sobretudo, em Israel. Ao final do artigo, verificar-se-á quais são as principais semelhanças e diferenças entre estes dois grupos.
Este artigo procura reavaliar a reputação da mulher de Jó, que tradicionalmente é vista como tendo incentivado seu marido a amaldiçoar Deus. Através de uma reinterpretação da palavra hebraica usada, o autor sugere que ela pode ter dito para abençoar Deus, não amaldiçoá-lo. Isso lança uma nova luz sobre as intenções da mulher de Jó e sua reputação na Bíblia.
Poesia e Bíblia Hebraica: Uma Análise do Poema "Avshalom" de Yona WallachCarlos Augusto Vailatti
1. O poema "Avshalom" de Yona Wallach analisa o aborto espontâneo que a poetisa teve e sua dor pela perda do filho Avshalom.
2. O poema usa uma estrutura quiásmica para mostrar a progressão e regressão dos pensamentos de Wallach sobre Avshalom como filho e amante.
3. A identidade da mulher mencionada no poema é revelada como sendo Yona Wallach através do contexto das referências a si mesma.
Carlos Augusto Vailatti é um teólogo brasileiro que está cursando doutorado em Estudos Judaicos e Árabes na USP. Ele possui mestrado em Teologia Bíblica e graduação em Teologia. Atualmente leciona em faculdades teológicas e realiza pesquisas sobre o simbolismo mágico-religioso no livro de Êxodo.
O documento discute se cristãos genuínos podem ser possuídos por demônios. Apresenta as visões de autores que defendem essa possibilidade e seus argumentos, como Unger, Frank e Ida Mae Hammond e Jessie Penn-Lewis. Também discute brevemente a visão oposta e analisa textos bíblicos relevantes.
O documento discute se cristãos genuínos podem ser possuídos por demônios. Apresenta as visões de autores que defendem essa possibilidade e seus argumentos, como Unger, Frank e Ida Mae Hammond e Jessie Penn-Lewis. Também discute brevemente a visão oposta e analisa textos bíblicos relevantes.
Oração Para Pedir Bênçãos Aos AgricultoresNilson Almeida
Conteúdo recomendado aos cristãos e cristãs do Brasil e do mundo. Material publicado gratuitamente. Desejo muitas luzes e bênçãos para todos. Devemos sempre ser caridosos com os nossos semelhantes.
Lição 10 - Desenvolvendo Uma Consciência de Santidade.pptxCelso Napoleon
Lição 10 - Desenvolvendo Uma Consciência de Santidade
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Lições Bíblicas Adultos 2° trimestre 2024 CPAD
REVISTA: A CARREIRA QUE NOS ESTÁ PROPOSTA: O Caminho da Salvação, Santidade e Perseverança para Chegar ao Céu
Comentarista: Pr. Osiel Gomes
Apresentação: Missionário Celso Napoleon
Renovados na Graça
Estudo da introdução à carta de Paulo aos Filipenses.
Veja o estudo completo em: https://www.esbocosermao.com/2024/06/filipenses-uma-igreja-amorosa.html
Eu tomei conhecimento do livro DIDÁTICA MAGNA quando estava fazendo licenciatura em História e tínhamos que adquirir conhecimentos sobre métodos de ensinos. Não adianta conhecer história e não ter métodos didáticos para transmitir estes conhecimentos aos alunos. Neste contexto conheci Comenius e fiquei encantado com este livro. Estamos falando de um livro de séculos atrás e que revolucionou a metodologia escolar. Imagine que a educação era algo somente destinada a poucas pessoas, em geral homens, ricos, e os privilegiados. Comenius ficaria famoso e lembrado para sempre como aquele educador que tinha como lema: “ensinar tudo, para todos.” Sua missão neste mundo foi fantástica: Ele entrou em contato com vários príncipes protestantes da Europa e passou a criar um novo modelo de escola que depois se alastrou para o mundo inteiro. Comenius é um orgulho do cristianismo, porque ele era um fervoroso pastor protestante da Morávia e sua missão principal era anunciar Jesus ao mundo e ele sabia que patrocinar a educação a todas as pessoas iria levar a humanidade a outro patamar. Quem estuda a história da educação, vai se defrontar com as ideias de Comenius e como nós chegamos no século XXI em que boa parte da humanidade sabe ler e escrever graças em parte a um trabalho feito por Comenius há vários séculos atrás. Até hoje sua influencia pedagógica é grande e eu tenho a honra de republicar seu livro DIDÁTICA MAGNA com comentários. Comenius ainda foi um dos líderes do movimento enciclopédico que tentava sintetizar todo o conhecimento humano em Enciclopédias. Hoje as enciclopédias é uma realidade.
Este livro contém três sermões de Charles Spurgeon que viveu no século XIX e é considerado um dos heróis do cristianismo, também chamado pelos seus admiradores em todo o mundo de PRÍNCIPE DOS PREGADORES ou O ULTIMO DOS PURITANOS. A vida de Charles Spurgeon é um exemplo de vida cristã e sua missão como pregador Batista fez com que seu nome fosse respeitado por todas as linhas de pensamento do cristianismo. Jesus Cristo é o nosso Salvador. Este é o tema central das pregações de Spurgeon. Nesta obra contém três sermões, são eles:
1 – Cristo e eu
2 – Perguntas e respostas desde a Cruz
3 – Boas vindas para todos que vem a Cristo
Estes sermões foram proferidos a cerca de 150 anos e quando você lê estas mensagens antigas, parece que você esta sentado em um banco, em uma igreja na Inglaterra e está ouvindo o Espírito Santo falando com você. Em CRISTO E EU vemos a necessidade de salvação, em PERGUNTAS E RESPOSTAS DESDE A CRUZ iremos entender porque Deus deixou Jesus sofrer na cruz. BOAS VINDA PARA TODOS QUE VEM A CRISTO é uma exposição clara que só podemos ser salvos por Jesus, esqueça outros deuses, santos, Maria, praticas de rituais ou boas obras. Seja sensato e venha a Cristo se quiser ser salvo.
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Lição 11 - A Realidade Bíblica do Inferno
EBD – Escola Bíblica Dominical
Lições Bíblicas Adultos 2° trimestre 2024 CPAD
REVISTA: A CARREIRA QUE NOS ESTÁ PROPOSTA: O Caminho da Salvação, Santidade e Perseverança para Chegar ao Céu
Comentarista: Pr. Osiel Gomes
Apresentação: Missionário Celso Napoleon
Renovados na Graça
renovadosnagraca@gmail.com
https://www.facebook.com/renovadosnagraca
Este livro é uma obra antiguíssima, datado de aproximadamente o ano 300 dC. E provavelmente escrito na Síria onde o cristianismo crescia de forma pujante nos primeiros séculos da Era Cristã. O livro também é uma obra pseudo-epígrafa porque tem a pretensão de ter sido escrita pelos apóstolos para orientar a igreja na sua administração. Todavia é um livro que tem grande valor histórico porque revela como era a igreja nos primeiros séculos. Vemos que algumas coisas são bem enfática naqueles dias como o fato que só havia dois cargos na igreja [bispo ou presbítero e diácono], que uma boa parte do dinheiro coletado na igreja era usado para sustentar as viúvas e se pagava salário para os dirigentes das igrejas. Havia grupos dissidentes com enfoque na guarda da Lei de Moisés. Outra coisa que vamos percebendo ao ler esta obra era a preocupação dos cristãos em viverem uma vida santa e não havia tanta preocupação com a teologia. Ainda que vemos conceitos teológicos claros como a triunidade de Deus e o inferno eterno para os condenados. Este livro Didascalia não deve ser confundido com o DIDAQUÊ, este último é a mais antiga literatura cristã, sendo datado do ano 100 dC e o Didascalia é do ano 300. O Didascalia contem muito mais conteúdo do que o Diddaquê. Mas ambos seguem o mesmo princípio de ideias. As viúvas são tratadas no Didascalia quase como um cargo eclesiástico. Vemos em Atos 6 que o cargo de diácono foi criado para cuidar das viúvas. O cuidado social da igreja primitiva aos seus membros era patente.
Este livro faz parte de um coleção de 4 livros sobre Belém em que publiquei fotos e coletei informações sobre os lugares sagrados de Belém. Um dos livros é exclusivo sobre a Basílica da Natividade e este aqui é focado em Jerônimo. Este doutor da Igreja jamais imaginaria sua importância para a história. Jerônimo foi o primeiro a traduzir a Bíblia inteira das línguas originais [hebraico e grego] para outro idioma, no caso, o latim. Jerônimo não foi um homem perfeito, tinha um temperamento agressivo, defendia algumas ideias erradas, mas era uma pessoa que amava Deus demais. Jerônimo deixou os prazeres da vida, para viver como pobre, se dedicando a estudar a Bíblia como poucos. Também amava as pessoas, dedicando sua vida também em receber as caravanas de peregrinos em Belém da Judeia. A Igreja de Santa Catarina em Belém faz parte do complexo da Basílica da Natividade. Debaixo desta igreja se encontra a gruta onde Jerônimo viveu por 34 anos. O grande teólogo é considerado um santo e um exemplo de vida.
CARTAS DE INÁCIO DE ANTIOQUIA ILUSTRADAS E COMENTADASESCRIBA DE CRISTO
Como pesquisador cristão procurei após estudar o Novo Testamento internamente, fazer um levamento externo e o que aconteceu com o cristianismo nos anos seguintes as histórias bíblicas. Então temos algumas literaturas que são posteriores aos escritos do Novo Testamento. O Didaquê, Clemente de Roma e as cartas de Inácio de Antioquia. Nesta obra vamos ter uma noção como a igreja estava dando seus primeiros passos agora sem a companhia de Jesus e dos apóstolos. Inácio de Antioquia ainda chegou a conviver com João e Paulo e por isto “bebeu” conhecimento direto da fonte. Vemos três inimigos que faziam oposição ao cristianismo nos primeiros anos: Os judaizantes, os gnósticos e o império romano que com a máquina do Estado tentou massacrar os cristãos e o fez com toda volúpia. Em todas as cartas de Inácio ele vai informando que seu momento de ser executado na arena do Coliseu de Roma está se aproximando. Inácio seria em breve devorado por feras, mas ele mostrava uma coragem assustadora. O texto vai acompanhado com ilustrações e meus comentários.
CARTAS DE INÁCIO DE ANTIOQUIA ILUSTRADAS E COMENTADAS
Decifra-me ou Devoro-te: Em Busca de Uma Solução Exegética e Hermenêutica para o Enigma de Êxodo 4.24-26
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ARTIGO TEOLÓGICO
“DECIFRA-ME OU DEVORO-TE”: EM BUSCA DE UMA
SOLUÇÃO EXEGÉTICA E HERMENÊUTICA PARA O ENIGMA
DE ÊXODO 4.24-26
por
Carlos Augusto Vailatti
RESUMO
Este artigo tem por objetivo buscar descobrir o significado da perícope
bíblica de Êxodo 4.24-26, texto este que, segundo muitos estudiosos, situa-se
entre aquelas passagens mais difíceis de serem compreendidas em todo o Êxodo.
Através da investigação da Bíblia Hebraica (BHS), da Septuaginta (LXX), de
algumas Versões Bíblicas em Português e também de outras Interpretações
dadas ao presente texto bíblico, tentar-se-á, portanto, descobrir o seu significado.
Palavras-Chave: Êxodo 4.24-26, Exegese, Hermenêutica, Interpretação Bíblica.
ABSTRACT
This article aims to seek out the meaning of the biblical pericope in
Exodus 4.24-26, this text, according many scholars, is among those most difficult
passages to be understood throughout the Exodus. Through research of the
Hebrew Bible (BHS), Septuagint (LXX), some Bible Versions in Portuguese and
also other Interpretations given to this biblical text, it will try, therefore, to find
its meaning.
Keywords: Exodus 4.24-26, Exegesis, Hermeneutics, Biblical Interpretation.
1
Este texto foi apresentado inicialmente em forma de monografia em maio/2009 ao Seminário
Teológico Servo de Cristo (STSC), SP.
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ÍNDICE
INTRODUÇÃO 3
I – O CONTEXTO DA PASSAGEM 5
II – QUESTÕES PRELIMINARES 7
III – ÊXODO 4.24-26 NA BHS E NA SEPTUAGINTA 9
3.1. Êxodo 4. 24-26 na BHS e a Sua Tradução Literal 9
3.2. Análise Léxico-Morfológica da BHS 9
3.3. Êxodo 4. 24-26 na LXX e a Sua Tradução Literal 11
3.4. Análise Léxico-Morfológica da LXX 12
3.5. Considerações Críticas sobre a BHS e a LXX 14
IV – ÊXODO 4.24-26 EM VÁRIAS VERSÕES DA BÍBLIA 16
4.1. Em Algumas Versões Bíblicas em Português 16
4.2. Apontamentos Sobre as Versões de Êx 4.24-26 18
4.3. Conclusão 20
V – INTERPRETAÇÕES SOBRE ÊXODO 4.24-26 22
5.1. A Interpretação mais Comum 22
5.2. A Interpretação de Ronald E. Clements 22
5.3. A Interpretação de Hans Kosmala 23
5.4. A Interpretação de Nelson Kilpp 23
5.5. A Interpretação de Georg Fohrer 24
5.6. A Interpretação de Hugo Gressmann 25
5.7. Nova Interpretação Proposta 25
CONCLUSÃO 29
BIBLIOGRAFIA 31
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INTRODUÇÃO
Quando lemos a Bíblia, vez por outra, acabamos nos deparando com
aqueles textos que são mais difíceis de serem compreendidos do que outros, e
que, portanto, nos soam enigmáticos. E o texto que será objeto de nosso estudo,
Êxodo 4.24-26, se enquadra perfeitamente neste perfil de “texto enigmático”.
Aliás, essa obscura passagem da Bíblia, particularmente, me faz pensar no
conhecido relato do “Enigma da Esfinge”. Conta-nos a lenda grega que a
Esfinge, aquela criatura mitológica, invadiu a cidade grega de Tebas, destruiu os
seus campos e afugentou os seus moradores. A criatura apenas aceitou se retirar
do local, caso alguém conseguisse decifrar o seu enigma. Do contrário, a pessoa
seria devorada: “Decifra-me, ou devoro-te!”. E o seu enigma era: “Qual é o
animal que tem quatro patas de manhã, duas ao meio-dia e três à noite?”. Então,
Édipo, filho do rei de Tebas, solucionou o enigma, respondendo: “o homem, pois
ele engatinha quando pequeno, anda com as duas pernas quando é adulto e usa
um cajado para se apoiar na velhice”. Ao ver seu enigma resolvido, a Esfinge se
suicidou, lançando-se em um abismo. Édipo, por sua vez, como prêmio pela
resposta, acabou recebendo o reino de Tebas e a mão da rainha viúva, sua própria
mãe, Jocasta.2
O nosso desafio nesse trabalho, semelhantemente ao desafio de Édipo
diante da Esfinge, será buscar “solucionar” o enigmático texto de Êxodo 4.24-26.
Para tanto, nos utilizaremos da exegese e da hermenêutica a fim de tentarmos
desvendar os “mistérios” dessa pequena, mas controvertida perícope. Embora o
texto seja bem pequeno (possui apenas três versos), todavia, ele tem sido alvo de
muitos debates e inúmeras controvérsias ao longo dos tempos.
Aliás, sobre essa perícope, Childs escreveu: “Poucos textos contêm mais
problemas para a interpretação do que estes poucos versos, os quais têm
2
COMMELIN, P. Mitologia Grega e Romana. [Tradução de Eduardo Brandão]. São Paulo,
Martins Fontes, 1997, p.240.
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continuado a desconcertar através dos séculos”.3 Além disso, Durham comenta:
“Estes versos estão entre os mais difíceis do livro de Êxodo, não em termos de
sua tradução, a qual é bastante simples, mas em termos de seu significado e de
sua localização neste contexto particular”.4 Já, Hyatt, de forma mais resumida,
mas não menos incisiva, declara: “Esta é a passagem mais obscura do livro de
Êxodo”.5 Por fim, a TEB, em nota, assim se refere a esta passagem: “Estes três
versículos enigmáticos”.6
Portanto, é a partir das opiniões desses eruditos, bem como, a partir das
próprias dificuldades internas em torno das quais o texto está inserido, que
resolvi dar a esse artigo o título supra mencionado. Bem, vejamos então o que a
leitura de: “Decifra-me ou Devoro-te”: Em Busca de uma Solução Exegética e
Hermenêutica para o Enigma de Êxodo 4.24-26 nos reserva.
3
CHILDS, Brevard S. The Book of Exodus: A Critical, Theological Commentary. Philadelphia,
Westminster, 1974, p.95.
4
DURHAM, John I. Exodus. Word Biblical Commentary. Waco, Word Books, Publisher, 1987,
p.56.
5
HYATT, J. P. Exodus. The New Century Bible Commentary. England, Marshall, Morgan
Scott, 1971, p.86.
6
TEB – Tradução Ecumênica da Bíblia. São Paulo, Edições Loyola, 1994, p.105, nota r.
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I – O CONTEXTO DA PASSAGEM
A fim de entendermos melhor a passagem de Êx 4.24-26 é necessário
mencionar antes, ainda que brevemente, o contexto dentro do qual ela está
inserida.7
O capítulo 1 do livro de Êxodo busca descrever como é que Israel vivia no
Egito antes de Moisés: os israelitas começaram a viver sob o governo de um
Faraó que não havia conhecido ao seu patriarca, José, o qual os oprimia (1.1-10);
eles trabalhavam como escravos (1.11-13) e, inclusive, chegaram a sofrer a
tentativa de um infanticídio ordenado pelo próprio Faraó (1.15-22).
O capítulo 2 fala sobre o início da vida de Moisés: o seu nascimento foi
conturbado, pois ele teve que ser escondido para não ser morto devido ao decreto
de Faraó, mas a providência divina o livrou do infanticídio, sendo que,
ironicamente, ele acabou chegando à fase adulta justamente “debaixo do mesmo
teto” daquele que queria matá-lo (2.1-10); já adulto, Moisés busca fazer justiça
com as próprias mãos, pois, ao ver um hebreu sendo maltratado por um egípcio,
acaba por matar a este último, ação esta que chegou ao conhecimento de Faraó, o
qual quis matá-lo (2.11-15a); ele, então, foge de Faraó para Midiã, onde conhece
a sua esposa, Zípora, e de quem tem um filho, Gerson (2.15b-22); neste ínterim,
o rei do Egito morre e Deus resolve dar continuidade na execução de Seu acordo
feito com Abraão no passado (2.23-25).
O capítulo 3 descreve o encontro que Moisés teve com Deus, bem como,
a missão da qual ele foi divinamente incumbido: Moisés, no seu trabalho pastoril,
experimenta uma inesperada teofania (3.1-9) e também recebe a tarefa de ser o
libertador do povo de Israel da escravidão egípcia (3.10-22).
Por fim, o capítulo 4 trata de mostrar a reação de Moisés diante da sua
divina missão: Moisés fornece inúmeras desculpas, a fim de não querer cumprir a
sua difícil tarefa, mas Deus não aceita o seu “não” como resposta (4.1-17); ele,
7
Para um esboço de todo o livro de Êxodo, veja: COLE, R. Alan. Êxodo: introdução e
comentário. [Tradução de Carlos Oswaldo Pinto]. São Paulo, Vida Nova / Mundo Cristão, 1990, p.50.
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então, decide partir de Midiã rumo ao Egito, recebe mais detalhes sobre a sua
importante missão e compartilha tais informações com o seu irmão, Arão (4.18-
23, 27-31). Porém, durante a jornada de Moisés em direção ao Egito, um fato
muito estranho e curioso acontece: Deus o encontra no meio do caminho, numa
estalagem, e quer matá-lo.
Bem, após este pano de fundo panorâmico dos primeiros capítulos do livro
de Êxodo, partamos, então, para o levantamento de algumas questões que muito
devem nos ajudar no estudo do nosso tema.
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II – QUESTÕES PRELIMINARES
Ao lermos a perícope de Êx 4.24-26, algumas perguntas surgem
naturalmente.8 Abaixo, tentaremos expor as questões que julgamos serem mais
significativas para o auxílio na compreensão deste texto:
1. Por que a perícope de Êx 4.24-26 está situada no local onde está, uma
vez que ela interrompe claramente o fluxo narrativo de Êx 4.18-23, 27-
31, o qual parece ser completo sem ela? Qual o propósito dessa
interpolação?
2. Por que há tanta indefinição (como veremos a seguir) quanto à
identidade dos sujeitos das ações e quanto aos objetos que sofrem tais
ações nesta passagem? Será que esse “silêncio” está tomando como
certo que “Moisés”, o qual é citado nos versículos precedentes (cf. Êx
4.21-23), é o personagem mais apropriado e “óbvio” desse “quebra-
cabeça”?
3. Por que a circuncisão é tão importante no contexto dessa passagem, ao
ponto de ser citada repetidamente (nos versos 25 e 26)?
4. O que significa a enigmática expressão: “esposo (noivo) sanguinário”,
proferida por Zípora?
5. Por que desde o início do livro de Êxodo, a vida de Moisés parece estar
sempre “por um fio”? Moisés escapa da morte quando ainda é bebê e é
colocado numa cesta no rio (Êx 2.1-9). Depois disso, Faraó quer matá-
lo (Êx 2.11-15). E, por fim, até mesmo o próprio Deus também quer
matá-lo (Êx 4.24)! Por que estes relatos sobre estas várias tentativas de
homicídio são tão importantes, ao ponto de serem repetidos em
diferentes contextos?
8
Ronald B. Allen também propõe questões semelhantes a estas em seu artigo sobre esta
passagem de Êxodo. Cf. ALLEN, Ronald B. The “Bloody Bridegroom” in Exodus 4:24-26. [Bibliotheca
Sacra]. Nº 153. Dallas, Dallas Theological Seminary, 1996, pp.260-261.
7|Página
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s
6. Qual é o ponto nevrálgico desta perícope? É a circuncisão? É destacar
a importância do papel da mulher nos rituais religiosos, uma vez que é
uma mulher, Zípora, quem realiza a circuncisão? É destacar o “outro
lado” de Deus, isto é, o “seu lado maligno/demoníaco”, pois Ele quer
matar a Moisés?
Bem, estas são apenas algumas das várias perguntas às quais este
enigmático texto nos remete. Ao final do nosso estudo, tentaremos respondê-las,
senão todas, pelo menos parte delas. Por ora, basta apenas mencioná-las aqui. A
seguir, abordaremos a perícope que está sendo estudada a partir dos textos
originais.
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III – ÊXODO 4.24-26 NA BHS E NA LXX
A fim de que possamos vislumbrar a perícope de Ex 4.24-26 sob os seus
mais variados ângulos, creio que se faça necessário observá-la primeiramente a
partir dos textos originais, os quais nos fornecerão a base para o desenvolvimento
do nosso trabalho. Entretanto, para que a nossa monografia seja mais
enriquecida, acredito que não somente o original hebraico, mas também o texto
grego da Septuaginta sejam, ambos, importantes como ponto de partida para o
nosso estudo. Sendo assim, mãos à obra.
3.1. Êxodo 4. 24-26 na BHS9 e a Sua Tradução Literal
xQ;’Tiw: 25`At*ymih] vQEßb;yw: hw”ëhy WhveäGp.Yiw: !Al+MB; %rDÞb; yhiîyw: 24
yKió rm,aTo§w: wyl’_gr:l. [G:ßT;w: Hn”ëB. Tl;r[‘-ta, ‘trok.Tiw: rcoª hr”øPoci
`yli( hT’Þa; ~ymi²D”-!t;x]
`tl{)WMl; ~ymiÞD” !t:ïx] hr”êm.a’( za’… WNM,_mi @r,Yißw: 26
24
E foi no caminho, na pousada, e encontrou-lhe Yahweh, e quis matá-lo.
25
E tomou Zípora uma faca de pedra e cortou o prepúcio de seu filho, e
lançou aos seus pés, e disse: certamente esposo de sangues és tu para mim.
26
E se apartou dele, quando disse: esposo de sangues, por causa da
circuncisão.
3.2. Análise Léxico-Morfológica da BHS10
Verso 24
Vocábulo Tradução
yhiîyw: E foi (verbo, qal, vav consec.
imperf., 3ª p. masc. sing. apocopada).
9
ELLIGER, K. RUDOLPH, W. (eds.). Bíblia Hebraica Stuttgartensia. Stuttgart, Deutsche
Bibelgesellschaft, 1997.
10
Análise baseada em: BibleWorks 6.0. Software. Norfolk, USA, 2003; DAVIDSON, Benjamin.
The Analytical Hebrew and Chaldee Lexicon. Grand Rapids, Zondervan Publishing House, 1981;
GESENIUS, H. W. F. Geseniu’s Hebrew-Chaldee Lexicon to the Old Testament. [Translated by Samuel
Prideaux Tregelles]. Grand Rapids, Baker Book House, 1979; HOLLADAY, William L. (ed.). A Concise
Hebrew and Aramaic Lexicon of the Old Testament. Grand Rapids, William B. Eerdmans Publishing
Company / Leiden, E. J. Brill, 1988.
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%rDÞb; no caminho (prep. + artigo +
nome comum sing. absoluto)
!Al+M’B; na pousada (prep. + artigo +
nome comum, masc., sing., absoluto)
WhveäGp.Yiw: e encontrou-lhe (verbo, qal,
vav consec., imperf., 3ª p., masc.,sing.)
hw”ëhy Yahweh (nome próprio)
vQEßb;yw: e quis (verbo, piel, vav consec.,
imperf., 3ª p. masc. sing.)
At*ymih] matá-lo (verbo, hifil, infinit.,
construto, sufixo, 3ª p. masc.sing.)
Verso 25
Vocábulo Tradução
xQ;’Tiw: E tomou (verbo, qal, vav
consec., imperf., 3ª p. fem.sing.)
hr”øPoci Zípora (nome próprio)
rcoª faca de pedra (nome comum,
masc., sing., absoluto)
‘trok.Tiw: e cortou (verbo, qal, vav
consec., imperf., 3ª p. fem.sing.)
tl;r[‘-ta, prepúcio de (partíc. de obj.dir.
+ nome comum, fem., sing., construto)
HnӑB. seu filho (nome comum, masc.,
sing., construto, com sufixo, 3ª p.,
fem., sing.)
[G:ßT;w: e lançou (verbo, hifil, vav
consec., imperf., 3ª p., fem. sing.,
apocopada)
wyl’_gr:l. aos seus pés (prep. + nome
comum, fem. dual, construto, com
sufixo, 3ª p., masc., sing.)
rm,aTo§w: e disse: (conj. + verbo, qal, vav
consec., imperf., 3ª p., fem., sing.)
yKió certamente (conjunção)
~ymi²D”-!t;x] esposo de sangues (nome
comum, masc., sing., construto + nome
comum, masc., plural, absoluto)
hT’Þa; tu (pronome, 2ª p., masc., sing.)
yli( para mim (prep., com sufixo, 1ª
p., comum, sing.)
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Verso 26
Vocábulo Tradução
@r,Yißw: E se apartou (verbo, qal, vav
consec., imperf., 3ª p., masc., sing.,
apocopada)
WNM,_mi dele (prep., com sufixo, 3ª p.
masc., sing.)
Za’… quando (partícula adverbial)
hr”êm.a’( disse: (verbo, qal, perfeito, 3ª p.
fem., sing.)
!t:ïx] esposo de (nome comum,
masc., sing., construto)
~ymiÞD” sangues (nome comum, masc.,
plural, absoluto)
tl{)WMl; por causa da circuncisão
(prep. + art. + nome comum, fem.,
plural, absoluto)
3.3. Êxodo 4. 24-26 na LXX11 e a Sua Tradução Literal
24
evge,neto de. Evn th/| o`dw/| evn tw/| katalu,mati sunh,nthsen auvtw/|
a;ggeloj kuri,ou kai. Evzh,tei auvto.n avpoktei/nai 25 kai. Labou/sa Sepfwra
yh/fon perie,temen th.n avkrobusti,an tou/ ui`ou/ auvth/j kai. Prose,pesen pro.j
tou.j po,daj kai. Ei=pen e;sth to. Ai-ma th/j peritomh/j tou/ paidi,ou mou 26
kai. Avph/lqen avpV auvtou/ dio,ti ei=pen e;sth to. Ai-ma th/j peritomh/j tou/
paidi,ou mou
24
E aconteceu no caminho, no alojamento, encontrou com ele um anjo do
Senhor, e buscava matá-lo.
25
E tomou Séfora uma pequena pedra lisa para circuncidar a
incircuncisão do filho dela e caiu prostrada diante dos [seus] pés e disse: para
provocar o sangue da circuncisão do meu filho.
26
E partiu dele porque disse: repousou o sangue da circuncisão do meu
filho.
11
RAHLFS, Alfred. Septuaginta. Stuttgart, Deutsche Bibelgesellschaft, 1979.
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3.4. Análise Léxico-Morfológica da LXX12
Verso 24
Vocábulo Tradução
evge,neto aconteceu (verbo, indicativo,
aoristo médio, 3ª p. sing.)
de. E (conj. coordenativa)
Evn em (preposição no dativo)
th/| o (art. definido, dativo,
feminino, sing.)
o`dw/| caminho (nome, dativo, fem.,
sing.)
evn em (preposição no dativo)
tw/| o (art.definido, dativo, neutro,
sing.)
katalu,mati alojamento (nome, dativo,
neutro, sing.)
sunh,nthsen encontrou com (verbo,
indicativo aoristo ativo, 3ª p. sing.)
auvtw/| ele (pron. pessoal, dativo, masc.
sing.)
a;ggeloj um anjo (nome, nominativo,
masc., sing.)
kuri,ou do Senhor (nome, genitivo,
masc.sing.)
kai. e (conj. coordenativa)
Evzh,tei buscava (verbo, indicativo,
imperf., ativo, 3ª p. sing.)
auvto.n a ele (pron. Pessoal, acusativo,
masc., sing.)
avpoktei/nai matar (verbo, infinitivo aoristo,
ativo)
Verso 25
Vocábulo Tradução
kai. E (conj. coordenativa)
Labou/sa tomou (verbo, particípio
aoristo, ativo, nominativo, fem., sing.)
Sepfwra Séfora (nome próprio)
yh/fon uma pequena pedra lisa (nome
comum, acusativo, fem., sing.)
12
Análise baseada em: BibleWorks 6.0. Software. Norfolk, USA, 2003.
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perie,temen para circuncidar (verbo,
indicativo, aoristo, ativo, 3ª p. sing.)
th.n a (artigo definido, acusativo,
fem., sing.)
avkrobusti,an incircuncisão (nome comum,
acusativo, fem., sing.)
tou/ do (artigo definido, genitivo,
masc. sing.)
ui`ou/ filho (nome comum, genitivo,
masc., sing.)
auvth/j dela (pronome pessoal, genit.,
fem., sing.)
kai. e (conj. coordenativa)
Prose,pesen caiu prostrada diante de
(verbo, indicativo aoristo, ativo, 3ª p.
sing.)
pro.j aos (preposição no acusativo)
tou.j os (art.definido, acusativo,
masc. pl.)
po,daj pés (nome comum, acusativo,
masc.pl.)
kai. e (conj. coordenativa)
Ei=pen disse (verbo, indicativo, aoristo,
ativo, 3ª p. sing.)
e;sth repousou (verbo, indicativo,
aoristo, ativo, 3ª p. sing.)
to. o (artigo definido, nominativo,
neutro, singular)
Ai-ma sangue (nome comum,
nominativo, neutro, sing.)
th/j da (artigo definido, genitivo,
fem., sing.)
peritomh/j circuncisão (nome comum,
genitivo, fem., sing.)
tou/ do (artigo definido, genitivo,
neutro, sing.)
paidi,ou filho (nome comum, genitivo,
neutro, sing.)
mou meu (pronome pessoal,
genitivo, fem., sing.)
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Verso 26
Vocábulo Tradução
kai. E (conj. coordenativa)
Avph/lqen partiu (verbo, indicativo,
aoristo, ativo, 3ª p. sing.)
avpV desde (preposição no genitivo)
auvtou/ ele (pronome pessoal, genitivo,
masc., sing.)
dio,ti porque (conj. subordinativa)
ei=pen disse (verbo, indicativo, aoristo,
ativo, 3ª p. sing.)
e;sth repousou (verbo, indicativo,
aoristo, ativo, 3ª p. sing.)
to. o (artigo definido, nominativo,
neutro, sing.)
Ai-ma sangue (nome comum,
nominativo, neutro, sing.)
th/j da (artigo definido, genitivo,
fem., sing.)
peritomh/j circuncisão (nome comum,
genitivo, fem.sing.)
tou/ do (artigo definido, genitivo,
neutro, sing.)
paidi,ou filho (nome comum, genitivo,
neutro, sing.)
mou meu (pronome pessoal,
genitivo, fem., sing.)
3.5. Considerações Críticas sobre a BHS e a LXX
A partir da verificação do texto de Êxodo 4.24-26 por meio da BHS e da
LXX respectivamente, bem como, após as traduções do mesmo, algumas
considerações devem ser feitas.
Primeiramente, é importante notar que algumas versões antigas da
Septuaginta trazem apenas a palavra a;ggeloj, “anjo”, no verso 24.13 Já a versão
padrão da LXX (Rahlfs: 1979)14 traz neste verso a expressão a;ggeloj kuri,ou,
isto é, “anjo do Senhor (= Yahweh)” em vez de “Yahweh”. Esta leitura também é
13
Cf. ELLIGER, K. RUDOLPH, W. (eds.). Bíblia Hebraica Stuttgartensia. Stuttgart,
Deutsche Bibelgesellschaft, 1997, p.91, nota 24b.
14
RAHLFS, Alfred. Septuaginta. Stuttgart, Deutsche Bibelgesellschaft, 1979.
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seguida pelo Targum Onkelos.15 Por último, Áquila (125/130 d.C.), em sua
tradução do Tanach para o grego, traz o` qeo.j, “Deus”, neste verso.16
Em segundo lugar, a palavra “pés” encontrada na expressão: Nylfg:ral; ,
“aos seus pés” (v.25), parece ser usada aqui como um eufemismo para o órgão
genital, como aparece, por exemplo, em Is 6.2; 7.20; Ez 16.25 e Dt 28.57.17
Em terceiro lugar, a LXX ao tomar o termo “pés” literalmente, tem Zípora
caindo em súplicas pro.j tou.j po,daj , “aos pés” (o contexto aqui e o uso similar
em Et 8.3 poderiam estar sugerindo que esta seja uma referência aos “pés” de
Yahweh).18
Finalmente, em quarto e último lugar, enquanto o TM diz que o Senhor se
apartou WNM,_mi, “dele” (v.26), o Pentateuco Samaritano lê hN|M,_mi, “dela” (uma
referência a Zípora).19
Disso tudo, podemos concluir que a perícope de Ex 4.24-26 é um tanto
quanto enigmática devido a, pelo menos, três fatores: 1) a concisão da narrativa;
2) a falta de contexto definido; e 3) a indefinição dos pronomes pessoais
encontrados na passagem (Moisés não é citado nenhuma vez, tanto na BHS,
quanto na LXX).20
15
DURHAM, John I. Exodus. Word Biblical Commentary. Waco, Word Books, Publisher, 1987,
p.53. Onkelos foi um prosélito palestino, o qual foi contemporâneo do Rabban Gamaliel II. Ele traduziu o
Pentateuco para o aramaico. A partir de então, a sua tradução passou a ser conhecida comoTargum
Onkelos. Esse targum é datado do II século a.C. (Cf. COHN-SHERBOK, Dan. A Concise Encyclopedia of
Judaism. Oxford, Oneworld Publications, 1998, p.146).
16
BHS, p.91, nota 24b.
17
DURHAM, John I. Exodus. Word Biblical Commentary. Waco, Word Books, Publisher, 1987,
p.53.
18
Idem, ibidem.
19
BHS, p.92, nota 26a.
20
Cf. Bíblia de Jerusalém, p.111, nota i.
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IV – ÊXODO 4.24-26 EM VÁRIAS VERSÕES DA BÍBLIA
Uma vez que já fizemos menção tanto ao texto hebraico quanto ao texto
grego de Êx 4.24-26, creio que seja importante citar também algumas de nossas
principais versões dessa perícope existentes em português, a fim de que tais
versões sejam analisadas à luz dos textos originais (hebraico e grego). Acredito
que esse tipo de abordagem poderá contribuir para o alcance de nossos
propósitos nesta monografia. Sendo assim, prossigamos em nosso estudo.
4.1. Em Algumas Versões Bíblicas em Português
a) ARA (Almeida, Revista e Atualizada)
24
Estando Moisés no caminho, numa estalagem, encontrou-o o Senhor e o
quis matar.
25
Então, Zípora tomou uma pedra aguda, cortou o prepúcio de seu filho,
lançou-o aos pés de Moisés e lhe disse: Sem dúvida, tu és para mim esposo
sanguinário.
26
Assim, o Senhor o deixou. Ela disse: Esposo sanguinário, por causa da
circuncisão.
b) ARC (Almeida, Revista e Corrigida)
24
E aconteceu no caminho, numa estalagem, que o Senhor o encontrou , e
o quis matar.
25
Então Zípora tomou uma pedra aguda, e circuncidou o prepúcio de seu
filho, e o lançou a seus pés, e disse: Certamente me és esposo sanguinário.
26
E desviou-se dele. Então ela disse: Esposo sanguinário, por causa da
circuncisão.
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c) BH (Bíblia Hebraica)21
24
E no caminho, na estalagem, o (anjo do) Eterno encontrou-o (a Moisés),
e o quis matá-lo.
25
E Tsiporá tomou uma pedra afiada, cortou o prepúcio de seu filho e
jogou-o a seus pés (de Moisés) e disse: Tu (quase) ensangüentaste meu esposo!
26
E (o anjo) o deixou; então ela disse: Ensangüentaste meu esposo por
causa da circuncisão!
d) BJ (Bíblia de Jerusalém)
24
Aconteceu que no caminho, numa hospedaria, Iahweh veio ao seu
encontro, e procurava fazê-lo morrer.
25
Séfora tomou uma pedra aguda, cortou o prepúcio do seu filho, feriu-lhe
os pés, e disse: “Tu és para mim um esposo de sangue”.
26
Então, ele o deixou. Pois ela havia dito “esposo de sangue”, por causa
da circuncisão.
e) BLH (Bíblia na Linguagem de Hoje)
24
Durante a viagem para o Egito, num lugar onde Moisés e a sua família
estavam passando a noite, o Deus Eterno se encontrou com Moisés e procurou
matá-lo.
25
Aí Zípora, a sua mulher, pegou uma pedra afiada, cortou o prepúcio do
seu filho e com ele tocou o pé de Moisés. E disse: - Você é um marido de sangue
para mim.
26
Ela disse isso por causa da circuncisão. E assim o eterno deixou Moisés
viver.
21
A tradução utilizada aqui é a de: GORODOVITS, David FRIDLIN, Jairo. Bíblia Hebraica.
São Paulo, Editora e Livraria Sêfer Ltda., 2006.
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f) BV (Bíblia Viva)
24
Durante a viagem, Moisés parou para passar a noite numa pensão. Ali o
Senhor apareceu e ameaçou matar Moisés.
25
Então Zípora circuncidou o filho e lançou a pele cortada aos pés de
Moisés. Fez isso e disse: “Que marido sanguinário você ficou!”
26
Disse isto por causa da circuncisão. Aí o Senhor deixou Moisés.
g) NVI (Nova Versão Internacional)22
24
Numa hospedaria ao longo do caminho, o SENHOR foi ao encontro de
Moisés e procurou matá-lo.
25
Mas Zípora pegou uma pedra afiada, cortou o prepúcio de seu filho e
tocou os pés de Moisés. E disse: “Você é para mim um marido de sangue!”
26
Ela disse “marido de sangue”, referindo-se à circuncisão. Nessa
ocasião o Senhor o deixou.
h) TEB (Tradução Ecumênica da Bíblia)
24
Ora, estando a caminho, no albergue, o SENHOR veio ao seu encontro
e procurou matá-lo.
25
Siporá tomou uma pedra afiada, cortou o prepúcio de seu filho e com
ele tocou-lhe os pés, dizendo: “És para mim um esposo de sangue”.
26
Então ele o deixou. Ela dizia “esposo de sangue” referindo-se à
circuncisão.
4.1. Apontamentos Sobre as Versões de Êx 4.24-26
Essas oito versões de Êx 4.24-26 em português que compreendem, de
forma geral, praticamente a totalidade das versões bíblicas usadas pelos leitores
cristão-evangélicos no Brasil, nos permitem fazer algumas constatações bem
22
Bíblia Sagrada. Nova Versão Internacional. São Paulo, Editora Vida, 2000.
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interessantes. Quando comparadas aos textos originais anteriormente citados,
alguns detalhes curiosos podem ser notados. Vejamos quais são eles:
a) Apontamentos sobre Êx 4.24
Enquanto que as versões: ARA, BLH, BV e NVI mencionam “Moisés”
textualmente no verso 24 como sendo a personagem que o Senhor encontrou no
caminho e quis matar (a BH o menciona apenas entre parênteses), o que não
aparece na BHS e na LXX, as versões: ARC, BJ e TEB, contudo, omitem o seu
nome, preferindo assim a indefinição. Destas versões, chama-nos a atenção o fato
de a BH praticamente seguir a LXX, ao mencionar, ainda que entre parênteses,
que “o (anjo do) Eterno encontrou-o (a Moisés), e o quis matá-lo”. Além disso,
é curioso notar também que tanto a BLH quanto a BV observam que a referida
“tentativa de homicídio” protagonizada por Yahweh se deu no período da
“noite”, o que é omitido na BHS e na LXX, mas parece ser uma inferência
extraída do texto, pelo fato do encontro entre Yahweh/anjo do Senhor e o
personagem anônimo de Ex 4.24 ter se dado numa “estalagem”, isto é, um lugar
de repouso.23 Por fim, um fato bastante interessante é que entre as versões
citadas, a BLH é a única a mencionar o destino da viagem, isto é, o “Egito”, o
que não aparece na BHS e nem na LXX! Ela faz isso se baseando no itinerário
citado em Ex 4.19. Nos demais aspectos, os versos são muito semelhantes.
b) Apontamentos sobre Êx 4.25
Já no que se refere ao verso 25, as divergências de tradução parecem ser
mais significativas. As versões: ARA, BH e BV dizem que Zípora cortou o
prepúcio de seu filho e o “lançou” aos pés de Moisés (personagem este não
identificado na BHS e na LXX). Por outro lado, a ARC não especifica a
identidade da pessoa sobre cujos pés Zípora lançou o prepúcio de seu filho. A
23
Keel e Uehlinger mencionam a opinião de Judith M. Hadley, segundo quem a citação da
“estalagem” neste verso busca conferir legitimidade à sua instituição. (Cf. KEEL, Othmar
UEHLINGER, Christoph. Gods, Goddesses, and Images of God. Minneapolis, Fortress Press, 1996,
p.247, nota 130).
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BLH e a NVI dizem que Zípora cortou o prepúcio de seu filho e com ele “tocou”
aos pés de Moisés. A TEB diz que o prepúcio “tocou-lhe os pés”, sem, porém,
revelar a identidade de quem tivera os pés tocados. Por fim, a BJ diz que “Séfora
(Zípora) cortou o prepúcio de seu filho, [e] feriu-lhe os pés”, também de forma
indefinida. Quanto ao final do verso 25, a BH é a versão que mais diverge das
demais. Enquanto as outras sete versões, em linhas gerais e com ligeiras
modificações, trazem: “Tu és para mim esposo sanguinário (de sangue)”, esta
última traz: “Tu (quase) ensangüentaste meu esposo” (onde o “Tu” indefinido
parece ser uma referência ao seu “filho”, ou ao “(anjo do) Eterno”, mencionado
no verso anterior, mas jamais uma referência a Moisés).
c) Apontamentos sobre Êx 4.26
Por fim, vejamos o verso 26. A ARA, a ARC, a BJ, a NVI e a TEB trazem de
forma indefinida o sujeito que fora deixado pelo Senhor no verso 26a, seguindo,
assim, a BHS e a LXX (seria Moisés?). Já a BH diz que “(o anjo) o deixou”,
acompanhando, dessa forma, algumas versões antigas da LXX.24 E, finalmente, a
BLH e a BV dizem que o sujeito deixado pelo “eterno/Senhor”, foi Moisés, o que
não concorda com os originais, hebraico e grego.
4.2. Conclusão
A partir dessas informações, podemos chegar a algumas conclusões prévias
sobre a tamanha disparidade existente entre as versões da Bíblia em português
aqui alistadas e a BHS/LXX:
a) Entre as versões pesquisadas, a ARC, a BJ e a TEB são aquelas que
seguem mais de perto (quase literalmente) a BHS;
b) As versões: ARA, BH, BLH, BV e NVI incluem o nome de “Moisés”
na perícope por inferência contextual anterior (Êx 4.18-23) e posterior
(Êx 4.27-31), e não por seguirem a BHS e/ou a LXX (que não trazem o
24
Cf. a nota 13 (acima).
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seu nome), uma vez que o nome de Moisés aparece repetidamente
nestes outros versos;
c) As versões acima arroladas (item b), embora mencionem o nome de
“Moisés” sem seguir o TM, ao fazê-lo, não introduzem mudanças
conceituais que comprometem o sentido original do texto bíblico. Pelo
contrário, elas levam em conta o contexto imediato da passagem, o
qual sugere de forma natural que Moisés seja um dos personagens de
Êx 4.24-26;
d) Tanto a interpretação mais literal quando a interpretação menos
literal, de forma geral, possuem seus pontos positivos e negativos. A
interpretação mais literal, por exemplo, é boa quando compreendemos
o esquema mental e psicológico daquele que nos propomos a traduzir e
interpretar (se é que isso seja absolutamente possível de ser feito), caso
contrário, a tradução pode se tornar ininteligível e arcaica. Já a
interpretação menos literal, embora possa ser mais contextualizada e
até mesmo mais “moderna”, pode, contudo, incorrer no risco de
introduzir conceitos e ideologias estranhos aos pretendidos pelo autor
original do texto (caso o tradutor não atente para isso). Neste último
caso, um dos maiores desafios do tradutor é ser “atual”, sem, contudo,
ser anacrônico em sua tradução.
e) Finalmente, podemos depreender de tudo isso que todas as versões
bíblicas devem ser lidas/seguidas tendo como ponto de partida a sua
comparação com o texto original e suas respectivas peculiaridades.
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V – INTERPRETAÇÕES SOBRE ÊXODO 4.24-26
Depois de tudo o que vimos até aqui, citaremos agora algumas das
principais interpretações sobre esta perícope,25 no intuito de poder melhor
compreendê-la, bem como, ofereceremos ao final uma nova proposta de
interpretação para esta passagem.
5.1. A Interpretação mais Comum
Segundo Hyatt,26 a interpretação mais comum de Êx 4.24-26 é a seguinte:
como Moisés e a sua família estavam em jornada até o Egito, Yahweh procurou
matá-lo, estando zangado porque Moisés não havia sido circuncidado. Zípora, a
fim de impedir tal tragédia, imediatamente circuncidou seu filho. Ela tomou o
prepúcio ensangüentado do filho e com ele tocou a genitália de Moisés (motivo
pelo qual o eufemismo “seus pés” é usado). Tal ato teve o seu caráter substitutivo
(Gerson foi circuncidado no lugar de Moisés). Após a realização desta
circuncisão substitutiva, Zípora se dirige, então, a Moisés, com as palavras:
“certamente você é um esposo de sangue para mim!”. Então, Yahweh deixou
Moisés sozinho.
5.2. A Interpretação de Ronald E. Clements
De acordo com Clements,27 a perícope ora em estudo mostra Moisés
sendo atacado por uma força maligna do deserto, cujo narrador identificou com o
Senhor Deus, uma vez que ele (o autor) considerava todos os poderes divinos
25
Para obter um resumo das várias interpretações sobre esta passagem, veja: DURHAM, John I.
Exodus. Word Biblical Commentary. Waco, Word Books, Publisher, 1987, p.57. Crüsemann vê a
referência à circuncisão neste relato como forma de comprovação etiológica de um costume jurídico. (Cf.
CRÜSEMANN, Frank. A Torá: teologia e história social da lei do Antigo Testamento. [Tradução de
Haroldo Reimer]. Petrópolis, Vozes, 2001, p.387). Cf. também: THOMAS, W. H. Griffith. Through the
Pentateuch. Grand Rapids, Kregel Publications, 1985, p.80.
26
HYATT, J. P. Exodus. The New Century Bible Commentary. England, Marshall, Morgan
Scott, 1971, p.87.
27
CLEMENTS, Ronald E. Exodus. The Cambridge Bible Commentary on the New English
Bible. Cambridge, Cambridge University Press, 1972, p.31.
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como ligados a ele (Yahweh). A razão sugerida para o ataque é a negligência da
circuncisão de Moisés, aparentemente sobre ele mesmo, mas possivelmente
também sobre seu filho. Esta interpretação de Clements se baseia, sobretudo, no
conceito veterotestamentário da ambivalência divina, segundo a qual, todos os
acontecimentos da vida (tanto bons quanto maus) tinham a sua origem em
Deus.28 Esses traços da ambivalência divina podem ser vistos, por exemplo, em
textos tais como: 1 Sm 1.5,6; 2.6ss; 16.23; Jó 2.10; Is 45.7 etc.
5.3. A Interpretação de Hans Kosmala
Já segundo Kosmala,29 esta passagem de Êxodo foi relatada aqui por causa
dos versos precedentes que falam da morte do filho primogênito. A ira da
divindade, que é um deus do deserto midianita, é dirigida contra a criança porque
ela não foi circuncidada. Para aplacar a ira dessa divindade, Zípora corta o
prepúcio da criança e toca com o prepúcio as pernas do seu próprio filho,
realizando um ritual de sangue, o qual foi usado para afugentar o mal (através da
circuncisão que foi realizada). Ela, então, profere uma fórmula ritual à criança:
“Um mesmo sangue circuncidado você tem com relação a mim”. A divindade,
vendo o sangue e ouvindo as palavras de Zípora, desaparece.
5.4. A Interpretação de Nelson Kilpp
Para Nelson Kilpp,30 Javé, o Deus midianita, atacou Moisés, o não-
midianita, pelo fato deste último ter invadido o território que estava restringido a
28
Fohrer explica o conceito de ambivalência divina nestes termos: “A crença em demônios foi
essencialmente estranha ao verdadeiro javismo. Impressionado pela noção da singularidade de Iahweh,
recusou-se a reconhecer quaisquer outros poderes. Fenômenos misteriosos, medonhos e horrificantes
foram incorporados à descrição do próprio Deus ou associados a um ser celestial ou espírito enviado por
Iahweh. Conseqüentemente, Iahweh assumiu feições ‘demoníacas’ (Gn 32.22-31; Êx 4.24-26) – ou, mais
exatamente, veio a aparecer numa luz irracional e numinosa – e o limite entre seres celestiais e demônios
ficou obscurecido. Por isso, os demônios são raramente mencionados”. (Cf. FOHRER, Georg. História
da Religião de Israel. [Tradução de Josué Xavier]. São Paulo, Academia Cristã / Paulus, 2006, p.228).
29
KOSMALA, Hans. Studies , Essays and Reviews. Cheltenham, Brill Archive, 1978, pp.14-28.
30
KILPP, Nelson. Os Poderes Demoníacos no Antigo Testamento. In: GARMUS, Ludovico.
(ed.). Diabo, Demônio e Poderes Satânicos. [Série Estudos Bíblicos]. Petrópolis, Editora Vozes, 2002,
p.26.
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este povo.31 Quanto a Zípora, ela não é atacada justamente por ser midianita.
Além do mais, ela sabe como se portar diante dessa divindade (Javé) já que a
conhece. Tal hipótese significa então que o Deus Javé dos midianitas deveria
possuir originalmente os traços característicos de um demônio do deserto. Assim,
o sangue do prepúcio lançado sobre Moisés conseguiu afastar Javé e fazê-lo
desistir de seu intento. Além disso, Kilpp também menciona outra forma de se
entender a passagem, segundo a qual a tradição original do texto ainda não
tratava de Javé, mas de um demônio do deserto que, no período da noite, atacava
os viajantes que paravam na pousada localizada em seu território. Se tal
interpretação estiver correta, então, Israel, ao incorporar a tradição pré-israelita
em sua própria história com Yahweh, acabou substituindo o desconhecido
demônio por Yahweh, atribuindo, assim, a este último, as características de tal
demônio.
5.5. A Interpretação de Georg Fohrer
A opinião de Fohrer32 é que essa breve narrativa da circuncisão do filho de
Moisés por sua mãe, Zípora, tem o propósito de confirmar ou legitimar a
mudança da circuncisão, outrora feita em adultos, para a circuncisão de infantes.
Além disso, Fohrer sugere ainda que a passagem, originalmente, pudesse se tratar
também de um rito de virilidade ou de uma iniciação ao matrimônio (cf. Gn
34.14ss).33 Todavia, diferentemente de Kilpp, Fohrer prefere deixar em aberto a
31
No que diz respeito à duração da estadia de Moisés em Midiã, de acordo com a tradição
judaica posterior, os 120 anos de vida de Moisés podem ser divididos em três etapas: Desde o seu
nascimento até os 40 anos de idade, ele teria sido um príncipe no Egito; dos 40 aos 80 anos ele viveu
exilado em Midiã; e, dos 80 aos 120 anos, ele se tornou líder dos israelitas. (Cf. ASIMOV, Isaac.
Asimov’s Guide to the Bible. [The Old and New Testaments]. New York, Wings Books, 1981,
pp.129,130).
32
FOHRER, Georg. História da Religião de Israel. [Tradução de Josué Xavier]. São Paulo,
Academia Cristã / Paulus, 2006, p.39.
33
FOHRER, Georg. Estruturas Teológicas do Antigo Testamento. [Tradução de Álvaro Cunha].
Santo André, Editora Academia Cristã, 2006, p.192. Estas opiniões de Fohrer também são compartilhadas
por Gunneweg. Cf. GUNNEWEG, Antonius H. J. Teologia Bíblica do Antigo Testamento. Vol.1.
[Tradução de Werner Fuchs]. São Paulo, Teológica/Loyola, 2005, pp.188,189.
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hipótese sobre a narrativa tratar ou não da circuncisão como um elemento de
proteção contra os demônios.
5.6. A Interpretação de Hugo Gressmann
De acordo com o erudito alemão, H. Gressmann,34 a remoção do prepúcio
realizada por Zípora, teve o propósito de evitar um ataque fatal de um demônio
sobre Moisés, demônio este mais tarde identificado com Yahweh, o qual exigia o
direito do primeiro intercurso sexual com a noiva virgem na noite de núpcias.35
5.7. Nova Interpretação Proposta
E foi [Moisés] no caminho, na pousada, e encontrou-lhe Yahweh, e quis
matá-lo. (verso 24).
Quando Yahweh se encontra com Moisés no caminho e quer matá-lo (Êx
4.24), isto não se deve ao fato de Moisés não ser ainda circuncidado, mas se
deve, antes, ao seu homicídio praticado anteriormente (cf. Êx 2.11,12).36 Como
Moisés era filho de pais hebreus (Êx 2.1-10), os quais, por sua vez, deveriam ser
naturalmente observadores da circuncisão abraâmica (Gn 17.23-27), logo, ele já
devia estar circuncidado há bastante tempo a esta altura da sua vida. Além do
mais, como a circuncisão também era praticada no Egito, é muito difícil imaginar
que Moisés ainda não tivesse sido circuncidado.37 Na verdade, o filho de Moisés
34
GRESSMANN, H. Mose und seine Zeit, pp.55-61. Apud: DURHAM, John I. Exodus. Word
Biblical Commentary. Waco, Word Books, Publisher, 1987, p.57. Cf. também: BERGANT, Dianne
KARRIS, Robert J. (orgs.). Comentário Bíblico. Vol.1. [Tradução de Barbara Theoto Lambert]. São
Paulo, Edições Loyola, 2001, p.96.
35
Essa interpretação de Gressmann reflete o conceito medieval da primae noctis (primeira noite),
costume este que reservava ao rei o direito de ter o primeiro intercurso sexual com todas as noivas recém-
casadas.
36
Walton, Matthews e Chavalas também entendem que Yahweh deseja matar a Moisés devido
ao homicídio que ele praticara em Êx 2.11,12. (Cf. WALTON, John H., MATTHEWS, Victor H.
CHAVALAS, Mark W. Comentário Bíblico Atos: Antigo Testamento. [Tradução de Noemi Valéria
Altoé]. Belo Horizonte, Editora Atos, 2003, pp.80,81).
37
COLE, R. Alan. Êxodo: introdução e comentário. [Tradução de Carlos Oswaldo Pinto]. São
Paulo, Vida Nova / Mundo Cristão, 1990, p.76. Para obter informações mais detalhadas sobre a prática da
circuncisão, confira: ROPS, Henri Daniel. A Vida Diária nos Tempos de Jesus. [Tradução de Neyd
Siqueira]. São Paulo, Vida Nova, 1991, pp.74-76; VAUX, R. de. Instituições de Israel no Antigo
Testamento. [Tradução de Daniel de Oliveira]. São Paulo, Teológica / Paulus, 2003, pp.69-72.
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é quem é circuncidado (cf. v.25).38 Diante disso, a minha proposta é a seguinte:
quem, de fato, deseja matar a Moisés aqui é uma divindade (demônio) egípcia
dos mortos, (Anúbis/Osíris?), a qual – no caso de Anúbis – era representada pelo
chacal, animal que vivia no deserto,39 e que, mais tarde, foi identificado na
tradição pré-israelita com Yahweh. Anúbis estaria irritado pelo fato de um não-
egípcio, Moisés, matar um egípcio em seu território (Êx 2.11,12), o que seria
uma prerrogativa que estaria reservada somente a ele, deus dos mortos. Assim,
essa divindade egípcia vai atrás de Moisés, com o propósito de puni-lo pelo seu
atrevido ato. A divindade o encontra %rDÞb;, “no caminho”, isto é,
presumivelmente já em seu território egípcio (ou bem próximo dele) e então
procura matá-lo pelo seu ato insolente.
E tomou Zípora uma faca de pedra e cortou o prepúcio de seu filho, e
lançou aos seus pés [de Moisés], e disse: certamente esposo de sangues és tu
para mim. (verso 25).
Aqui, o papel desempenhado por Zípora chama a nossa atenção, pois, ao
realizar a circuncisão de seu filho com uma faca de pedra40 e com os gestos que
se seguem, ela parece uma espécie de “exorcista”.41 Zípora realiza um gesto
metonímico, uma ação mágica apotropaica que irá afugentar a divindade (cf.
v.26). Isto parece revelar que as trocas simbólicas da religião mágica no mundo
38
Paul Hoff comenta acertadamente que “se Moisés tivesse se apresentado perante o povo
israelita sem haver circuncidado a seu filho, sem haver cumprido o Antigo Concerto, ter-se-ia anulado a
sua influência juntos deles”. (Cf. HOFF, Paul. O Pentateuco. [Tradução de Luiz Aparecido Caruso].
Venda Nova, Editora Vida, 1993, p.110).
39
MELLA, Federico A. Arborio. O Egito dos Faraós. São Paulo, Hemus Editora, 1998, p.59.
40
Segundo Propp, “o instrumento de pedra fala sobre a origem primitiva do rito. Mas, na
verdade, pedras ainda eram usadas na Idade do Ferro de Israel, para uma variedade de propósitos”. (Cf.
PROPP, William H. C. Exodus 1-18. A New Translation with Introduction and Commentary. [The
Anchor Bible]. New York, Doubleday, 1998, p.219).
41
Meier chama a nossa atenção para o fato de que nas culturas adjacentes e entre os israelitas,
somente os homens realizavam o importante ritual da circuncisão. Ele, então, pergunta: “Como Zípora
ousou realizar tal tarefa?”. (Cf. MEIER, Levi. Moisés: o príncipe, o profeta. [Tradução de Ana Glaucia
Ceciliato]. São Paulo, Madras Editora Ltda, 2001, p.47). De acordo com Mcrae, Zípora realiza o rito da
circuncisão, não porque desejava obedecer ao Deus de Moisés, mas primariamente porque queria salvar o
seu marido. (Cf. MCRAE, William J. A Vital Prerequisite for Service: an exposition of Exodus 4:18-6:8.
Emmaus Journal. Vol.4:1.1995. p.41).
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do antigo Israel, provavelmente estavam especialmente nas mãos das mulheres.42
Embora essa espécie de perspectiva mágico-religiosa do texto seja criticada por
enxergar a passagem como uma “curiosa relíquia do folclore e da superstição”,43
todavia, acho muito plausível realizar tal leitura do texto, levando em
consideração a antiguidade do mesmo. Após a realização de seu ritual, Zípora
então se dirige a Moisés num tom de crítica: “certamente esposo de sangues
(sanguinário) és tu para mim”. Neste caso, então, ao chamar Moisés de “esposo
sanguinário” (Êx 4.26), Zípora não o está criticando pela sua não-circuncisão
(pois Moisés já era circuncidado) e, nem tampouco pela não-circuncisão de seu
filho, antes, ela está fazendo referência ao homicídio que Moisés havia praticado
anteriormente (Êx 2.11,12) e que, agora, atraiu a vingança de Anúbis, o qual
deseja matá-lo pelos motivos descritos no comentário feito ao verso anterior.
E [Yahweh] se apartou dele [de Moisés], quando [Zípora] disse: esposo
de sangues, por causa da circuncisão. (verso 26).
Este verso mostra que o ritual da circuncisão praticado por Zípora, o qual
envolveu o derramamento de sangue e o lançamento do prepúcio de seu filho aos
pés de Moisés, fez com que a divindade egípcia (posteriormente identificada com
Yahweh) fugisse, assim como a aspersão de sangue sobre as vergas das portas
havia afastado antes ao “destruidor” das residências dos hebreus no episódio da
morte dos primogênitos (cf. Êx 12.13,23).44 Durante a realização da circuncisão,
Zípora pronuncia uma espécie de fórmula ritualística: “esposo de sangue, por
causa da circuncisão” e, então, a divindade (demônio) é afugentada diante desse
ritual e se retira dali. Aliás, seria bem interessante seguir o Pentateuco
42
CORNELLI, Gabriele. “É um Demônio!”: o Jesus histórico e a religião popular. Dissertação
de Mestrado, São Bernardo do Campo, Universidade Metodista de São Paulo, 1998, p.112.
43
Esta crítica pode ser encontrada, por exemplo, em: PFEIFFER, Charles F. HARRISON,
Everett F. The Wycliffe Bible Commentary. Chicago, Moody Press, 1987, p.56.
44
Kilpp também entende que o “Destruidor” ou “Exterminador” mencionado em Êx 12.21-23,
seja uma referência a Javé, o qual acabou absorvendo tradições originalmente vinculadas a poderes
maléficos ou demoníacos. (Cf. KILPP, Nelson. Os Poderes Demoníacos no Antigo Testamento. In:
GARMUS, Ludovico. (ed.). Diabo, Demônio e Poderes Satânicos. [Série Estudos Bíblicos]. Petrópolis,
Editora Vozes, 2002, pp.26,27).
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Samaritano neste verso, em vez de seguir a BHS. Digo isso porque em vez de
entender que Yahweh (ou a divindade egípcia) “se apartou”/fugiu “de Moisés”,
WNM,_mi, “dele” (de acordo com a BHS), a divindade teria fugido, na verdade,
hN|M,_mi, “dela”, ou seja, de Zípora (como declara o Pentateuco Samaritano)45. Tal
interpretação pode se apoiar no fato de que a divindade foge “dela” (de Zípora),
justamente porque é “ela” quem realiza o ritual apotropaico.
45
Cf. a nota 19 (acima).
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CONCLUSÃO
Em vista de tudo quanto foi dito até aqui, podemos chegar a algumas
conclusões em nosso trabalho:
1. A perícope de Êx 4.24-26 é, de fato, uma interpolação, a qual possui
um registro muito antigo (talvez o mais antigo) sobre a circuncisão;
2. As indefinições pronominais e verbais existentes na passagem parecem
levar em consideração o seu contexto imediato, dentro do qual Moisés
aparece como personagem principal e, dessa forma, elas pressupõem
que ele é o personagem central do texto;
3. A circuncisão tem um papel de destaque, pois ela faz parte de um ritual
apotropaico que parece ser bastante primitivo, o qual é praticado por
Zípora;
4. A expressão “esposo (noivo) sanguinário” empregada por Zípora
possui ares de “fórmula ritual”, a qual, juntamente com a própria
circuncisão, é utilizada para afugentar a divindade (demônio);
5. O texto passou por um interessante processo de elaboração, segundo o
qual, a antiga divindade (demônio) teve os seus traços característicos
posteriormente compartilhados por Yahweh. Isto significa que Israel
introduziu elementos pré-israelitas em sua história, adaptando-os à sua
religião monoteísta que, no presente texto, também é teologicamente
ambivalente;
6. Yahweh (o demônio) não quer matar a Moisés pela não-circuncisão
dele ou de seu filho, mas sim pelo seu homicídio anteriormente
praticado (Êx 2.11,12). Moisés ainda permanece culpado diante de
Yahweh (demônio) e, portanto, corre perigo de morte;
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Finalmente, confesso não saber ao certo se consegui “decifrar” o enigma
proposto por esta perícope, ou se não o consegui. Não sei se neste embate em
particular foi “Édipo” quem levou a melhor, ou se foi a própria “Esfinge”. Bem,
seja como for, uma coisa é certa: este enigmático texto, segundo penso, ainda
continuará a desafiar por um longo tempo todos quantos dele se aproximarem na
tentativa de interpretá-lo. Nós o “decifraremos” ou seremos por ele “devorados”?
Ora, este é um outro enigma que permanece sem solução.
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