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PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
Agosto 2019
Professor Adriano de Paula e Silva
Professora Cristiane Machado Parisi Jonov
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM CONSTRUÇÃO CIVIL
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM CONSTRUÇÃO CIVIL
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM CONSTRUÇÃO CIVIL
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM CONSTRUÇÃO CIVIL
ÁREA: SUSTENTABILIDADE E GESTÃO DO AMBIENTE CONSTRUÍDO
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
1. PATOLOGIA NAS EDIFICAÇÕES – HISTÓRICO
− Tema recente – anos 60 e 70
− Pavilhão de Exposições da Gameleira / Belo Horizonte – 04/02/71
− Elevado Paulo de Frontin / Rio de Janeiro – 20/11/71
− Introdução nos currículos das Escolas de Engenharia
2. PATOLOGIA E TERAPIA
− Patologia das construções é o ramo da engenharia que estuda os sintomas, os
mecanismos, as causas, as origens e as conseqüências das deficiências das
construções
− Patologia significa não atendimento ao desempenho desejado
− Terapia das construções é o ramo da engenharia que trata da correção dos
problemas patológicos apresentados pelas construções
É a parte da engenharia que estuda os
sintomas, os mecanismos, as causas e
as origens dos defeitos das edificações,
ou seja, é o estudo das partes que
compõem o diagnóstico do problema.
Patologia das Edificações
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
3. DIAGNÓSTICO DO PROBLEMA
Para que se tenha êxito nas medidas terapêuticas, é necessário que o estudo
precedente, o diagnóstico do problema tenha sido bem conduzido
O diagnóstico completo envolve vários aspectos:
− Sintomas: também chamados de lesões ou defeitos
− Mecanismo: os problemas patológicos são decorrentes dos chamados vícios
construtivos. O conhecimento do processo é fundamental para a definição da
terapia
exemplo: uma fissura em viga decorrente de flexão não pode ser
simplesmente obturada, sob o risco de que ela volte a se manifestar em outro
local
− Origem: definição da fase do processo construtivo em que teve origem o
fenômeno
− Causas: Deve ser identificado o agente causador do problema
− Consequências: O problema compromete a segurança da estrutura ou suas
condições de higiene e funcionamento?
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
4. SINTOMAS
Os problemas patológicos, salvo raras exceções , apresentam manifestações
externas características que permitem um início do estudo do problema. Os
sintomas mais comuns nas estruturas de concreto são:
− as fissuras;
− as eflorescências;
− as flechas excessivas;
− as manchas;
− corrosão das armaduras;
− ninhos de concretagem (segregação)
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
5. ORIGEM
− Definição da etapa do processo construtivo
exemplo: fissura de momento fletor em viga – projeto inadequado ou
qualidade inferior do aço?
− A identificação da origem do problema permite definir, para fins judiciais,
quem cometeu a falha
exemplo:
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
Para o concreto armado, as origens das patologias podem ser classificadas
em:
− Deficiências de projeto;
− Deficiências de execução;
− Má qualidade dos materiais, ou emprego inadequado dos mesmos;
− Sinistros ou causas fortuitas (incêndios, inundações, acidentes, etc);
− Uso inadequado da estrutura;
− Manutenção imprópria
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
O nível de incidência de cada origem varia de país para país, conforme
mostrado à seguir:
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
 Através do estudo de HELENE  FIGUEIREDO (2003) tem-se que as
manifestações patológicas possuem origem na maior parte das vezes nas
fases de projeto e do planejamento, conforme apresentado na figura a seguir.
Figura – Origem dos problemas patológicos com relação às etapas de produção e uso das obras civis.
Fonte: Adaptado de HELENE  FIGUEIREDO, (2003).
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
 Conforme citado anteriormente a durabilidade das edificações está ligada à
qualidade e durabilidade apresentada nas mesmas, mas mesmo com todo
avanço tecnológico dos últimos anos não tem havido uma redução dos
problemas patológicos.
 FIGUEIREDO  O’REILLY (2003) citam que ”o ambiente hoje em dia é mais
agressivo que o de décadas atrás, além disso o aperfeiçoamento de técnicas
de dimensionamento mais avançadas e portanto mais econômicas, também
interferem negativamente na durabilidade das edificações”.
 Assim, FIGUEIREDO E O’REILLY (2003) concluem ainda que as estruturas de
concreto armado contemporâneas estão cada vez mais vulneráveis ao
aparecimento precoce de manifestações patológicas.
− Erros de concepção da estrutura da edificação
• Má definição das cargas atuantes ou combinação delas;
• Deficiência no cálculo da estrutura;
• Detalhamento insuficiente ou errado;
• Erros de dimensionamento;
• Ausência de vergas e contra-vergas nas aberturas;
• Ausência de “sentimento estrutural”.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
− Erros na execução da estrutura
• Não capacitação profissional da mão de obra;
• Falta de prumo, esquadro e alinhamento de estruturas/alvenarias;
• Flechas excessivas em lajes (desforma precoce, por exemplo).
− Erros na utilização da estrutura
• Demolição e abertura de vãos em alvenarias estruturais;
• Ultrapassagem da carga em pontes;
• Mudanças de uso da estrutura.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
6. CAUSAS
Os agentes causadores dos problemas patológicos podem ser vários :
(a) Cargas;
(b) Variação de umidade;
(c) Variações térmicas intrínsecas e extrínsecas no concreto;
(d) Agentes biológicos, físicos e químicos;
(e) Incompatibilidade de materiais;
(f) Agentes atmosféricos;
A cada causa corresponderá uma terapia mais adequada e mais duradoura
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
7. PATOLOGIAS COMUNS E SUAS CAUSAS
Fissuras e trincas:
− Por movimentações térmicas;
− Por movimentações higroscópicas;
− Por atuação de sobrecargas;
− Deformações excessivas da estrutura;
− Recalques de fundação;
− Retração de produtos à base de cimento;
− Alterações químicas dos materiais de construção;
− Hidratação retardada de cales;
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
− Ataque por sulfatos;
− Corrosão de armaduras;
− Patologias decorrentes da umidade
8. CONSEQUÊNCIAS
− Os problemas patológicos são evolutivos e tendem a se agravar com o passar
do tempo, além de acarretarem outros problemas associados ao inicial
exemplo: uma fissura de momento fletor pode dar origem à corrosão de
armadura
− Flechas excessivas em vigas e lajes podem ocasionar fissuras em paredes
− As correções serão mais duráveis, mais fáceis e muito mais baratas quanto
mais cedo forem executadas
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
9. DIAGNÓSTICO E TERAPIA
Para dar início a uma terapia adequada, segundo CÁNOVAS (1988), é preciso
seguir os seguintes procedimentos:
 Inspeção para mapeamento dos sintomas;
O procedimento começa com a inspeção, onde se busca identificar os
sintomas das patologias existentes na estrutura; através de um mapeamento
dos sintomas realizado por um exame visual da estrutura.
 Recolhimento de dados e informações;
Este procedimento em geral vem complementar os dados obtidos na inspeção
e auxiliam na quantificação dos danos (medidas geométricas, evolução no
tempo, bem como no conhecimento das condições prévias aos danos da
edificação, avaliação da resistência do concreto).
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
 Conhecer o histórico da estrutura;
Este histórico é parte fundamental na escolha da terapia e sua análise deve
levar em consideração a data da construção, o responsável pela construção, o
projeto executivo para revisão e análise, o conhecimento dos materiais
utilizados (cimento, areia, aço, aditivo, relação água/cimento) e detalhes
sobre o uso da estrutura (sobrecargas, ações acidentais).
 Realização de análises e ensaios;
Em muitos casos o levantamento histórico e a inspeção não são suficientes,
sendo necessário realizar análises e ensaios que permitam clarificar os
sintomas, mecanismos e causas das patologias da estrutura.
CÁNOVAS (1988) sugere ainda o organograma, mostrado na figura a seguir,
de atividades a serem realizadas na solução de um processo patológico.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
10. MATERIAIS UTILIZADOS NA RECUPERÇÃO
Exemplo:
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
11. CUSTOS DE RECUPERAÇÃO
Relativamente às condições da construção, pode-se ter duas situações
distintas:
− A construção será reabilitada, recompondo-se as condições para as quais
tinha sido desenvolvida;
− A construção será reforçada, tendo sua condição de suporte aumentada em
relação à desenvolvida anteriormente
Os custos de recuperação variam em função do tempo de manifestação e
detecção da patologia:
− Ainda na fase de projeto
− Durante a execução da construção
− Fase de utilização da construção – se houver manutenção preventiva
− Fase de utilização da construção – se necessária manutenção corretiva
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
A relação dos altos custos associado às intervenções corretivas foi
apresentado por SITTER, na década de 80, através da figura a seguir da
evolução de custos.
Figura – Lei da evolução de custos, lei de SITTER (SITTER, 1984 CEB-RILEM)
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
Fazendo a análise da figura anterior para as etapas de projeto, execução,
manutenção preventiva e manutenção corretiva tem-se que:
 Projeto:
Toda medida tomada em nível de projeto com o objetivo de aumentar a
proteção e a durabilidade da estrutura, como por exemplo, aumentar o
cobrimento da armadura, reduzir a relação água/cimento, etc., corresponde
ao número 1 do eixo Custo Relativo da Figura;
 Execução:
Toda medida extra projeto, tomada durante a execução da obra, implica num
custo cinco vezes maior ao custo que teria sido acarretado se esta medida
tivesse sido tomada em nível de projeto, para obter o mesmo grau de
proteção e durabilidade;
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
 Manutenção preventiva:
Toda medida tomada com antecedência e previsão, durante o período de uso
e manutenção da estrutura, pode ser associado a um custo vinte e cinco
vezes maior que aquele necessário se a decisão de obter certo grau de
proteção e durabilidade tivesse sido tomada no projeto.
 Manutenção corretiva:
Correspondem aos trabalhos de diagnóstico, prognóstico, reparo e proteção
das estruturas que já apresentam manifestações patológicas. A esta atividade
pode associar um custo de cento e vinte e cinco vezes superior ao custo das
medidas que poderiam ter sido tomadas em nível de projeto.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
TRINCAS EM EDIFÍCIOS
1. GENERALIDADES
Entre os problemas patológicos que afetam os edifícios, as trincas
são particularmente importantes porque:
− São o aviso de um eventual estado perigoso para a estrutura;
− Podem levar ao comprometimento do desempenho da obra em
serviço (estanqueidade à água , durabilidade, isolação acústica, etc.);
− Constrangimento psicológico que a fissuração dos edifício exerce
sobre seus usuários
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
2. SURGIMENTO PRECOCE
− As trincas podem começar a surgir, de forma congênita, logo no
projeto arquitetônico da construção;
− Isso muitas vezes está relacionado ao desconhecimento do projetista
sobre as propriedades tecnológicas dos materiais de construção
empregados;
− Incompatibilidade entre os projetos de arquitetura, estrutura e
fundações normalmente conduzem a tensões que excedem a
resistência dos materiais de construção, originando o problema das
fissuras.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
3. DURABILIDADE
− A presença de fissuras é prejudicial à durabilidade da estrutura;
− No caso das estruturas de concreto armado, a durabilidade fica
comprometida por facilitar a penetração de agentes agressivos às
armaduras e à própria massa de concreto;
− Deve-se analisar fissuras maiores que 0,3 mm, fissuras menores que
0,5 mm são consideradas microfissuras.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
ABERTURAS COMUNS EM PATOLOGIAS
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
DURABILIDADE
Capacidade de um produto manter seu
desempenho acima dos níveis aceitáveis pré-
estabelecidos, sob condições previstas de uso e
com manutenção, durante um período de tempo
que é a sua vida útil.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
DURABILIDADE
A durabilidade está associada:
−À durabilidade dos materiais e componentes;
−Ao uso;
−Ao entorno;
−Às ações de manutenção.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS
“Manutenção: conjunto de atividades a serem
realizadas para conservar ou recuperar a
capacidade funcional da edificação e de suas partes
constituintes de atender as necessidades e
segurança dos seus usuários.”
ABNT – NBR 5674 – Manutenção de edifícios
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS
Compreende todas as atividades que se realizam
nos componentes, elementos e equipamentos de
um edifício, com o objetivo de manter o seu
desempenho funcional ou suas partes, dentro de
níveis aceitáveis, a um custo compensador.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
CONSERVAÇÃO
A conservação está relacionada com aquelas
atividades rotineiras realizadas diariamente ou
então, com pequenos intervalos de tempo entre
intervenções, diretamente relacionada à operação e
à limpeza do edifício, criando condições adequadas
para seu uso. Por exemplo: lubrificação de
engrenagens e polias de elevadores.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
REPARAÇÃO
A reparação está relacionada com atividades
preventivas ou corretivas realizadas antes que o
edifício ou algum de seus elementos constituintes
atinja o nível de desempenho mínimo aceitável sem
que a recuperação de desempenho ultrapasse o
nível inicialmente construído. Por exemplo:
substituição de uma botoeira de elevador onde o
led não acende.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
RESTAURAÇÃO
A restauração está relacionada com atividades
corretivas realizadas após o edifício ou algum de
seus elementos constituintes atingir níveis
inferiores ao nível de desempenho mínimo
aceitável, sem que a recuperação de desempenho
ultrapasse o nível inicialmente construído. Por
exemplo: troca de um cabo de elevador que se
apresentava rompido, impedindo a utilização do
mesmo.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
MODERNIZAÇÃO
A modernização está relacionada com atividades
preventivas e corretivas visando que a recuperação
de desempenho ultrapasse o nível inicialmente
construído, fixando um novo patamar de qualidade
para a edificação. Por exemplo: instalação do
sistema Daffee nos elevadores, permitindo que os
mesmos, em caso de falta de energia, sejam ainda
assim conduzidos ao térreo e tenha suas portas
abertas automaticamente, sistema este antes
inexistente.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
4. PROPRIEDADES TÉRMICAS DOS
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
− Todos os materiais empregados nas
construções estão sujeitos à
dilatações com o aumento de tempera-
tura e à contrações com sua diminuição;
− Para uma dada variação de temperatura,
a intensidade da variação dimensional
é diferente para os diversos materiais
de construção;
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
− Para se avaliar a movimentação térmica sofrida por um componente
deve-se conhecer o ciclo de temperaturas à que esteve sujeito;
 Segundo o BUILDING RESEARCH ESTABLISHMENT, as amplitudes de
variação das temperaturas dos componentes das edificações podem
ser bastante acentuadas.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
 No caso mais comum das edificações, a principal fonte de calor que
atua sobre seus componentes é o sol.
 Segundo LATTA, a temperatura superficial da face externa de lajes e
paredes pode ser estimada em função da temperatura do ar (Ta) e
do coeficiente de absorção solar a.
 Tabela – Estimativa da temperatura superficial de lajes e paredes.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
 Valores sugeridos para o coeficiente de absorção solar a.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
EXEMPLO
EXERCÍCIO LAJE
DETERMINAR A TEMPERATURA SUPERFICIAL DE UMA LAJE DE
CONCRETO, SEM ISOLAÇÃO TÉRMICA, EXPOSTA AO SOL, EM UM
LOCAL ONDE TEMPERATURA AMBIENTE É 35ºC.
Tc = 5 (Tf – 32) / 9
Tf = 9 Tc / 5 + 32 = 9 x 35 / 5 + 32 = 95ºF
Tmax = 95 + 75 X 0,65 = 144ºF 62ºC
Tmin = 95 - 10 = 85ºF 30ºC
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
FISSURAS CAUSADAS POR
MOVIMENTAÇÕES TÉRMICAS
1. MECANISMOS DE FORMAÇÃO
Restrições
 Os elementos e componentes de uma construção estão sujeitos à
variações de temperatura, que repercutem numa variação
dimensional dos materiais de construção (dilatação ou contração).
 Os movimentos de dilatação e contração são restringidos pelos
diversos vínculos que envolvem os elementos e componentes,
desenvolvendo-se nos materiais tensões que poderão provocar o
aparecimento de fissuras.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
2. MOVIMENTAÇÕES DIFERENCIADAS
As principais movimentações diferenciadas ocorrem em função de:
 Junção de materiais com diferentes coeficientes de dilatação térmica,
sujeitos à mesma variação de temperatura (por exemplo,
movimentações diferenciadas entre argamassa de assentamento e
componentes de alvenaria).
 Exposição de elementos a diferentes solicitações térmicas naturais
(por exemplo, cobertura com relação às paredes de uma edificação).
 Variação de temperatura ao longo de uma mesmo componente (por
exemplo entre a face exposta e a face protegida de uma laje de
cobertura).
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
 PROJETOS INADEQUADOS:
 As observações feitas deveriam ser levadas em conta no projeto
da edificação.
 Infelizmente, as movimentações diferenciadas entre
componentes, devidas à variações de temperatura não são
levadas em conta pelos projetistas, nem mesmo de forma
qualitativa.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
3. CONFIGURAÇÕES TÍPICAS
 Em geral, as coberturas planas estão mais expostas às mudanças
térmicas naturais do que os paramentos verticais das edificações,
ocorrendo movimentos diferenciados entre os elementos horizontais
e verticais.
 Mesmo as lajes sombreadas sofrem o efeito desses fenômenos, pois
parte da energia calorífica absorvida pelas telhas é irradiada para a
laje.
 Nesse caso, as movimentações térmicas ocorrem em função de
vários fatores:
 natureza do material das telhas;
 altura do colchão de ar entre o telhado e a laje;
 intensidade de ventilação no ático.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
TRINCAS EM EDIFÍCIOS
Entre os problemas patológicos que afetam os edifícios, as trincas
são particularmente importantes porque:
− São o aviso de um eventual estado perigoso para a estrutura;
− Podem levar ao comprometimento do desempenho da obra em
serviço;
− Constrangimento psicológico que a fissuração dos edifícios exerce
sobre seus usuários.
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
DURABILIDADE
A durabilidade está associada:
−À durabilidade dos materiais e componentes;
−Ao uso;
−Ao entorno;
−Às ações de manutenção.
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
DURABILIDADE
Capacidade de um produto manter seu desempenho acima dos níveis
aceitáveis pré-estabelecidos, sob condições previstas de uso e com
manutenção, durante um período de tempo que é a sua vida útil.
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS
“Manutenção: conjunto de atividades a serem realizadas para
conservar ou recuperar a capacidade funcional da edificação e de
suas partes constituintes de atender as necessidades e segurança
dos seus usuários.”
ABNT – NBR 5674 – Manutenção de edifícios
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
Vista de junta de dilatação em piso de ladrilhos hidráulicos –
ressecamento e danos ao longo de toda a extensão do material de preenchimento da junta
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
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MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
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Vista de infiltrações de água e danos na laje e em viga da garagem
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
FISSURAS CAUSADAS PELA
ATUAÇÃO DE SOBRECARGA
1. GENERALIDADES
• A atuação de sobrecargas pode produzir a fissuração de componentes
estruturais, tais como pilares, vigas e paredes.
• A sobrecarga pode se originar na má utilização do edifício, ou por
erros no cálculo estrutural ou execução da peça.
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
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Vista aproximada da frente do imóvel
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
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Vista de cômodo aos fundos do imóvel – esquadrias de porta e janela retiradas
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Vista do piso da edificação na região de demolição das alvenarias
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
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2. CARGAS ATUANTES NAS ESTRUTURAS DAS EDIFICAÇÕES
• NBR 6120/80 – Cargas para o cálculo de estruturas de edificações
• Carga permanente: este tipo de carga é constituído pelo peso próprio
da estrutura de todos os elementos construtivos fixos e instalações
permanentes.
• Carga acidental: é toda aquela que pode atuar sobre a estrutura de
edificações em função do seu uso (pessoas, móveis, materiais
diversos, veículos, etc.)
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
• Valores mínimos de cargas verticais – Exemplos
Local Carga
(kN/m²)
1.Bibliotecas Sala de leitura 2,5
Sala com estantes de livros 6,0
2.Edifícios
residenciais
Dormitórios, sala, copa, cozinha e banheiro 1,5
3.Escolas Corredor e sala de aula 3,0
4.Casas de
máquinas
Incluindo o peso das máquinas 7,5
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
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3. PAREDES DE ALVENARIA
• Sub-sistema do edifício formado por elementos que dividem os
ambientes internos, controlam a ação de agentes indesejáveis
(intrusos, ventos, chuvas, poeiras, ruídos, etc), constituindo ainda
suporte e proteção para as instalações do edifício.
• As alvenarias são componentes construídos em obra pela união entre
componentes (blocos, tijolos) e elemento de ligação (argamassa,
constituindo um conjunto monolítico. Podem ser de vedação ou
estruturais.
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
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Vantagens das alvenarias
• Facilidade, baixo custo dos componentes e disponibilidade de matérias
primas.
• Não são poluentes, sendo 100% recicláveis quando descartadas.
Desvantagens das alvenarias
• Baixa produtividade.
• Necessita de revestimentos para obtenção de textura lisa.
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
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MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
Inúmeros fatores intervêm na resistência final de uma alvenaria à
esforços de compressão, tais como:
• Resistência mecânica dos componentes de alvenaria e argamassa de
assentamento.
• Módulos de deformação diferenciados dos componentes de alvenaria.
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• Poder de aderência da argamassa utilizada.
• Componentes assentados com juntas de amarração produzem
alvenarias com resistências significativamente superiores àquelas
assentadas com juntas à prumo.
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• A resistência da parede de alvenaria não varia linearmente com a
resistência do componente de alvenaria e nem com a resistência da
argamassa de assentamento.
• De forma geral, as fissuras em alvenarias carregadas axialmente
começam à surgir muito antes de serem atingidas as cargas limites de
ruptura.
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
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MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
As fissuras que se manifestam nas alvenarias , decorrentes de
cargas, são geralmente verticais originadas na deformação
transversal da argamassa de assentamento e dos próprios
componentes.
Em casos específicos, podem aparecer fissuras horizontais em
decorrência do esmagamento da argamassa de assentamento ou da
ruptura de componentes de alvenaria de baixa resistência à
compressão.
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Um fato primordial na fissuração da alvenaria é a presença de
aberturas de portas e janelas, em cujos vértices ocorre acentuada
concentração de tensões.
As fissuras nas aberturas são combatidas pela construção de vigas
sobre as aberturas (vergas) ou sob as aberturas (contra-vergas).
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
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A aplicação de cargas concentradas nas alvenarias, sem o emprego
de dispositivos adequados para redistribuição de tensões, pode gerar
o aparecimento de trincas inclinadas à partir do ponto de aplicação
da carga.
Exemplo de tesouras ou vigas apoiadas diretamente sobre as
alvenarias.
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4. COMPONENTES DO CONCRETO ARMADO
• A atuação de carregamento, previsto ou não em projeto, pode produzir
a fissuração de componentes de concreto armado, sem que isso
signifique necessariamente ruptura ou instabilidade dos componentes.
• A ocorrência de fissuras num componente de concreto armado provoca
uma redistribuição de tensões ao longo do componente fissurado e nos
componentes vizinhos, de modo que a solicitação acaba sendo
absorvida de forma globalizada pela estrutura ou parte dela.
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
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MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
Vista de trinca diagonal em laje de teto de quarto originada em
subdimensionamento da armadura
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FISSURAS CAUSADAS POR
DEFORMAÇÃO EXCESSIVA DA ESTRUTURA
• O desenvolvimento de métodos mais refinados de cálculo, fabricação
de aços e cimentos de melhor qualidade, tem tornado as estruturas
cada vez mais flexíveis.
• Isso torna imprescindível a análise mais cuidadosa das deformações
das estruturas e suas conseqüências.
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
• Vigas e lajes deformam-se naturalmente sob a ação do peso próprio,
das demais cargas permanentes e acidentais e mesmo sob o efeito da
retração e da deformação lenta do concreto.
• As flechas originadas podem ser incompatíveis com a capacidade de
deformação de paredes e outros componentes que integram os
edifícios.
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
• NBR 6118:
As flechas medidas à partir do plano que contém os apoios, quando
atuarem todas as ações, não ultrapassarão 1/300 do vão teórico,
exceto para o caso de balanços, para os quais não ultrapassarão
1/250 do comprimento teórico dos balanços.
• Na prática, essa recomendação não tem recebido a devida atenção por
parte dos calculistas brasileiros, presenciando-se, frequentemente,
casos de fissuras em alvenarias provocadas pelas flechas dos
componentes estruturais.
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
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MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
• As deformações da estrutura tendem a introduzir nas alvenarias
esforços de tração e cisalhamento, provocando fissuras com diferentes
configurações.
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
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PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIAS DEVIDO A PROBLEMAS DE SOLO E DE
FUNDAÇÕES
1. FUNDAÇÕES
Resultam da necessidade de transmissão de cargas ao solo pela
construção de uma estrutura
Em casos correntes custa de 3,0% a 6,0% do custo da obra,
podendo atingir de 10,0% a 15,0% dependendo da estrutura e
das condições adversas de subsolo.
Seu comportamento pode ser afetado por diversos motivos: estruturais,
solos, procedimentos de execução, materiais utilizados, etc;
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
2. TIPOS DE FUNDAÇÕES
 NBR 6122 – Projeto e execução de fundações.
 Fundações superficiais e profundas.
 Fundações profundas – a pelo menos 3,0 m de profundidade.
 Fundações superficiais: blocos, sapatas, radiers.
 Fundações profundas: estacas, tubulões.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
3. CONCEITOS IMPORTANTES
― Todas as fundações sob carga apresentam recalques pois os
solos são materiais deformáveis, não devendo, porém, ocorrer
ruptura do solo
― Existe necessidade de controle do recalque diferencial, algumas
normas estipulam um limite de L/1000, onde L é o menor vão
considerado
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
4. RECALQUES NAS FUNDAÇÕES
 Recalque é a deformação do solo quando submetido a cargas,
provocando movimentação na fundação que, dependendo da
intensidade, pode resultar em sérios danos à estrutura.
 Quando um elemento de fundação se desloca verticalmente, é
configurado um recalque absoluto. A diferença entre os recalques
absolutos de dois elementos da fundação é denominada recalque
diferencial.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
5. AUSÊNCIA DE INVESTIGAÇÃO DO SUBSOLO
LOGEAIS (1982) sugere que mais de 80% dos casos de mau
desempenho de fundações em obras pequenas e médias estão
relacionados à ausência de investigação do subsolo. Exemplos:
Fundações em solos/aterros heterogêneos
Estacas de tipo inadequado ao subsolo
6. INVESTIGAÇÃO INSUFICIENTE DO SUBSOLO
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
7. PROBLEMAS DE PROJETO DAS FUNDAÇÕES
Projeto de fundações
 A concepção de fundações é um misto de ciência e arte.
 Para o desenvolvimento de um projeto de fundações devem ser
considerados diversos elementos.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
7-1. Topografia da área
 Levantamento planialtimétrico;
 Dados sobre taludes e encostas;
 Dados sobre erosões.
7-2. Dados geológicos
 Investigação do subsolo;
 Mapas, fotos aéreas;
 Estudos sobre experiências anteriores na área.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
7-3. Dados da estrutura a construir
 Tipo e uso da nova obra;
 Sistema estrutural;
 Cargas (ações sobre as fundações).
7-4. Dados relativos às construções vizinhas
 Tipo de estruturas e fundações;
 Número de pavimentos e existência de sub-solos;
 Possíveis conseqüências de escavações e vibrações provocadas
pela nova obra.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
8. CUIDADOS NA EXECUÇÃO
 Escavação da obra abaixo das fundações vizinhas.
 Pode haver o desconfinamento das fundações e colapso parcial ou
total da estrutura
 Ruptura de tubulações de drenagem e esgoto.
 Envio de efluentes ao solo.
 Faixas de erosão no terreno.
 Recalques ou colapso da construção (COPASA, Quimberlita).
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
 Problemas de correntes do
processo executivo
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
9. EVENTOS PÓS-CONCLUSÃO DAS FUNDAÇÕES
― Alteração no uso das edificações
― Ampliações não previstas no projeto original
― Alteração no uso de terrenos vizinhos
― Execução de grandes escavações próximas a construções
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
10. TIPOS DE RECALQUES DIFERENCIAIS
10-1. Devido à erros de projeto
 Erro na previsão de recalques;
 Insuficiência nos levantamentos, sondagens e ensaios;
 Não consideração da heterogeneidade do solo;
 Não consideração da presença de aterro, entulhos ou fossas;
 Ignorar variações no nível do lençol freático.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
10-2. Devido à erros de execução
 Fundações profundas com terra solta na base;
 Desvio da ponta da estaca devido à presença de matacões;
 Falta de alargamento na base de tubulões.
10-3. Devido à problemas no solo
 Falta de homogeneidade do solo;
 Consolidação distinta do aterro;
 Fundação entre corte e aterro.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
COMO EVITAR
● Analisar terreno e
vizinhança.
● Realizar ensaios com bases
em conhecimentos
geotécnicos e normas da
ABNT.
● Considerar situações de
corte e aterro.
 Especificar as cargas, os
materiais, locais de
implantação, os recalques
admissíveis.
 Executar as fundações
mais adequadas ao
empreendimento com base
nas cargas solicitantes e
capacidade de carga do
terreno.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
 Rebaixamento do lençol freático;
 Adensamento de camadas profundas (solo mais mole);
 Carregamento desbalanceado na estrutura;
 Influência do bulbo de pressão da obra maior;
 Construção de anexo em época diferente da construção do prédio
original.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
11. APARECIMENTO DE TRINCAS
 Sob o efeito de cargas externas todos os solos, em maior ou menor
proporção de deformam.
 Se estas deformações forem diferenciadas ao longo do plano das
fundações de uma obra, tensões de grande intensidade serão
introduzidas na estrutura da mesma, podendo gerar o aparecimento
de trincas.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
12. CONFIGURAÇÕES TÍPICAS
 De uma maneira geral, as fissuras provocadas por recalques
diferenciados são inclinadas, confundindo-se às vezes com as fissuras
provocadas por deflexão de componentes estruturais.
 Contudo, em relação às últimas, apresentam aberturas maiores,
“deitando-se em direção ao ponto de maior recalque”.
 Esmagamentos localizados em forma de escamas e variação nas
aberturas das fissuras.
 As trincas se estendem até o terreno de apoio das fundações;
 As trincas surgem nas duas faces da parede;
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
Situação corte aterro
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
EDIFÍCIO ANÊMONA
Localizado na cidade litorânea de Ubatuba/SP.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
MÉTODOS DE REPARO
● Métodos para reforço de fundações são, em boa
parte, adaptações dos sistemas já existentes.
● O principal cuidado na especificação e no projeto
é permitir que as fundações originais e o reforço
trabalhem como um sistema único.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
ESTACAS MEGA
● Os equipamentos utilizados são de pequeno porte;
● Podem trabalhar em espaços confinados e de alta
dificuldade de acesso;
● A execução desta estaca não faz barulho, não utiliza água e
nem refrigeração;
● São cravadas com o uso de macacos hidráulicos, ligados a
unidades elétricas/hidráulicas de pequeno porte;
● https://www.youtube.com/watch?v=26fYtwQGfE8
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
ESTACAS MEGA
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
ESTACAS RAIZ
● Utilização de equipamentos de médio porte ou grande porte.
● A estaca raiz é uma estaca concretada “in loco”.
● É executada em direção vertical ou inclinada.
● Trabalham em locais de difícil acesso.
● Perfuração, com circulação de água, capaz de atravessar
matacões, blocos de concreto ou embuti-las em rocha.
● O processo executivo desta estaca não causa vibrações, o que
permite empregá-la em qualquer situação de obra industrial.
● https://www.youtube.com/watch?v=rQcQmq8caG4
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
ESTACAS RAIZ
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
ESTACAS RAIZ
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
ALARGAMENTO DE BASE DE TUBULÃO
● Consiste no aumento da área de apoio do tubulão.
● Quando as armaduras existentes não são
dimensionadas para a peça aumentada, pode ser
realizado o chumbamento de ferragens com o
emprego de resinas colantes para a aderência entre
o concreto original e o novo.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
ALARGAMENTO DE BASE DE TUBULÃO
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
REFORÇO DO SOLO
● Os métodos mais comuns são os do tipo JET GROUTING;
● Melhoram características físicas dos solos, como resistência,
deformabilidade e permeabilidade;
● O JET GROUTING é um processo capaz de no qual um jato da calda
de cimento introduzido no terreno a alta pressão de tal modo a
desagregar o solo misturando-se a este formando, assim, colunas
de solo-cimento de alta resistência mecânica e baixa
permeabilidade
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
REFORÇO DO SOLO
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
SUBSTITUIÇÃO DE FUNDAÇÕES
● Execução de novas fundações, com
maior capacidade de carga que a
original, sem que haja a necessidade
de serem do mesmo tipo.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
SUBSTITUIÇÃO DE FUNDAÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
A TORRE DE PISA
 Edificação inclinada mais famosa do mundo;
 Causas de sua inclinação:
 Solos instáveis;
 Fundação mal planejada;
 Construída no século XII: estudos de solo eram precários.
Como consequência, não se sabia a profundidade que as
fundações deveriam ter para se ancorar a torre em solo
estável;
 Durante a construção, perceberam a inclinação e passaram a
construir paredes mais altas no lado baixo para compensar
visualmente, aumentando o carregamento no solo e a
inclinação;
 Passou por reformas em 1997 para diminuir a inclinação, que
aumentava a cada ano.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
 Para prevenir a ocorrência de manifestações patológicas em
solos e fundações, deve-se:
 Analisar não só o terreno, mas também as vizinhanças;
 Realizar sondagens adequadas com base em conhecimentos
geotécnicos e nas normas ANBT;
 Adequar a fundação ao tipo de terreno;
 Considerar as situações corte/aterro;
 Especificar cargas, materiais, quantidades, locais de
implantação, recalques admissíveis, etc;
 Acompanhar sinais patológicos ao longo da vida útil da
estrutura, como trincas e fissuras.
137
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS PELA AÇÃO DA ÁGUA
1. GENERALIDADES
• Prejuízos de caráter funcional da edificação;
• Desconforto dos usuários e em casos extremos os mesmos podem
afetar a saúde dos moradores;
• Danos em equipamentos e bens presentes nos interiores das
edificações;
• Prejuízos financeiros.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
ORIGENS PRESENTES NA:
Umidade proveniente da execução da
construção
Confecção do concreto
Confecção de argamassas
Execução de pinturas
Umidade oriunda das chuvas
Cobertura (telhados)
Paredes
Lajes de terraços
Umidade trazida por capilaridade (umidade
ascensional)
Terra, através do lençol freático
Umidade resultante de vazamento de redes
de água e esgotos
Paredes
Telhados
Pisos
Terraços
Umidade de condensação Paredes, forros e pisos
Peças com pouca ventilação
Banheiros, cozinha e garagem
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
ERROS DE CAUSAS MANIFESTAÇÕES
PROJETO
• Falta de impermeabilização
• Pouco caimento para o escoamento das águas
• A não consideração do efeito térmico sobre a
laje
• Manchas
• Mofo
• Gotejamento
• Corrosão das
armaduras da laje
• Lixiviação do concreto
• Descolamento de
cerâmicas do piso
• Desagregação do
revestimento do forro
EXECUÇÃO
• Má execução de juntas
• Rodapés mal executados – arremate
inadequado da impermeabilização na platibanda
ou muro
• Ralos quebrados
MATERIAIS • Rachaduras da platibanda provocam a
penetração de água por baixo da
impermeabilização
• Materiais de baixa qualidade
MANUTENÇÃO
• Ruptura de ladrilhos cerâmicos
• Entupimento de ralos
• Vazamento de redes pluviais ou hidráulico
sanitários por tubulação furada
142
A umidade em parede e pisos pode se originar conforme
esses três meios:
• Por vazamentos ou pela ruptura de canalizações de água
fria, quente, esgoto e águas pluviais;
• Pela penetração de água da chuva;
• Pela percolação de água oriunda do solo, por ascensão
capilar;
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
.
Provoca alteração na superfície, exigindo a recuperação ou até
mesmo a necessidade de se refazer revestimentos, gerando grandes
prejuízos financeiros;
 O crescimento de bolor está diretamente ligado à existência de
umidade. É comum o emboloramento em paredes umidecidas por
infiltração de água ou vazamento de tubulações;
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
Para se evitar o surgimento do bolor, já na fase de projeto, devem
ser tomadas medidas como a garantia de ventilação, iluminação e
insolação adequada aos ambientes;
 Caso não seja possível prevenir, e o dano ocorra, é necessária a
limpeza da superfície, com emprego de soluções fungicidas;
 Troca de materiais que estavam contaminados por outros que
resistam a ação de crescimento do bolor.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
O bolor é entendido como a colonização por diversas populações
de fungos filamentosos sobre vários tipos de substrato, inclusive
as argamassas inorgânicas (SHIRAKAWA et al., 1995).
 O desenvolvimento desses microrganismos em revestimentos
internos ou de fachada causa alterações estéticas de tetos e
paredes pela formação de manchas escuras, indesejáveis, pretas,
marrons ou verdes, ou ocasionalmente manchas claras
esbranquiçadas ou amareladas;
 A multiplicação de fungos pode provocar ao longo do tempo a
deterioração da construção e o desencadeamento de alergias
respiratórias e asmas em pessoas com predisposição.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
Figura: Projeto no qual a ventilação dos banheiro está
prejudicada.
149
2. UMIDADE NOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
 As mudanças higroscópicas provocam variações
dimensionais nos materiais de construção; o aumento de
umidade provoca expansão do material e a diminuição da
umidade contração.
 No caso da existência de vínculos, poderão ocorrer fissuras
nos elementos e componentes do sistema construtivo.
 A quantidade de água absorvida por um material de
construção depende dos fatores porosidade e capilaridade.
 As variações no teor de umidade de um material provocam
movimentações irreversíveis e reversíveis.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
150
 Movimentações irreversíveis e reversíveis:
 Movimentações irreversíveis: ocorrem
geralmente logo após a fabricação do material
e originam-se pela perda ou ganho de água
até que se atinja a umidade higroscópica de
equilíbrio do material fabricado.
 Movimentações reversíveis: ocorrem por
variações do teor de umidade do material,
ficando delimitadas a um certo intervalo,
mesmo no caso de secar-se ou saturar-se
completamente o material.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
151
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
152
 Os problemas de umidade podem manifestar-se nas edificações em
todos os seus componentes construtivos.
 Uma classificação, adotada internacionalmente, onde se procura
conciliar a origem do fenômeno e a forma como este se manifesta é
assim representada:
 umidade de obra;
 umidade de absorção e capilaridade;
 umidade de infiltração;
 umidade de condensação;
 umidade acidental.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
153
Umidade de obra
 Originada nos trabalhos de construção dos edifícios, mantendo-se
durante um determinado período após o termino da obra, diminuindo
depois gradualmente até desaparecer.
Umidade de absorção e capilaridade
 Tem origem na absorção da água existente no solo pelas fundações das
paredes e pavimentos, migrando para as fachadas e pisos.
Umidade de infiltração
 Proveniente da água de chuva que penetra nos edifícios através dos
elementos constituintes de sua envoltória exterior.
154
Umidade de condensação
 Se origina do vapor de água que se condensa nas superfícies, ou no
interior dos elementos de construção.
Umidade acidental
 Proveniente de vazamentos do sistema de distribuição e / ou coleta de
águas da edificação.
* A frequência da ocorrência destes tipos de umidade está associada à
idade da construção, ao clima, aos materiais e técnicas construtivas
aplicadas e ao nível de controle da qualidade realizado nas construções.
155
3. PATOLOGIAS DE UMIDADE
As manifestações patológicas de umidade apresentam diversas formas
de manifestação entre as quais pode-se citar:
 Manchas, bolhas e eflorescências
 Formação de bolor
 Aparecimento de fissuras e trincas
156
 Manchas
As manchas podem se manifestar acompanhadas ou não da
formação de eflorescências ou vesículas.
Para ocorrer a eflorescência, é determinante haver a presença e
a ação dissolvente da água (FIORITO, 1994).
As vesículas podem ser causadas por uma série de fatores tais
como, a existência de pedras de cal não completamente extintas,
matérias orgânicas contidas nos agregados, torrões de argila
dispersos na argamassa ou outras impurezas (BAUER, 1994).
157
 Manchas
No caso de tintas impermeáveis, a eflorescência deposita-se
entre a camada de tinta e a camada de reboco, desta forma,
comprometendo a aderência entre ambas. Estas tintas são
também responsáveis pela formação de bolhas que resultam da
percolação da água através da alvenaria acumulando entre o
revestimento e a tinta.
158
159
 Aparecimento de fissuras e trincas
 As trincas provocadas por variação de umidade dos materiais de
construção, entre um caso e outro, podem apresentar variação de
abertura em função das propriedades higrotérmicas dos materiais
e das amplitudes de variação da temperatura ou da umidade
(THOMAZ, 1989);
 Um tipo de fissura bastante característico ocorre verticalmente no
terço médio da parede, podendo ser causada tanto pela contração
de secagem do componente de alvenaria quanto por suas
movimentações reversíveis;
160
 Em estudo realizado pelo IPT com blocos vazados de
solo-cimento, pode-se constatar o aparecimento de
microfissuras verticais nas paredes de blocos, após a
ocorrência de chuvas que provocaram o umedecimento
das paredes;
 Como os blocos haviam sido empregados na obra com
idade superior a 90 dias, deduziu-se que as fissuras
eram ocasionadas por movimentações reversíveis
originadas pela brusca variação de umidade;
161
 Movimentações reversíveis ou irreversíveis podem originar
também destacamentos entre componentes de alvenaria e
argamassa de assentamento em função de inúmeros
fatores tais como, aderência entre a argamassa e
componentes de alvenaria, tipo de junta adotada, módulo
de deformação dos materiais em contato, propriedades
higroscópicas desses materiais e intensidade da variação
de umidade (THOMAZ, 1989);
162
 Trincas horizontais também podem aparecer na base das
paredes, onde os componentes de alvenaria em contato direto
com o solo absorvem sua umidade, apresentando
movimentações diferenciadas em relação às fiadas superiores
que estão sujeitas à insolação direta e à perda de água por
evaporação. Essas trincas quase sempre estão acompanhadas
por eflorescências o que facilita seu diagnóstico;
 Outro tipo bastante característico de fissura causada por
umidade é aquele presente no topo de muros pela absorção de
água (de chuva ou mesmo de orvalho), uma vez que a
argamassa do topo da parede movimenta-se diferencialmente
em relação ao corpo do muro e acaba destacando-se do mesmo.
• Quando se trata de umidade, os problemas podem estar
presentes em todas as fases de uma edificação, desde o
projeto até a manutenção;
• É essencial que sejam corrigidos os defeitos na fase de
projeto, a prevenção é a melhor solução;
• A escolha dos materiais usados e tipos de sistemas
construtivos ajudarão a prevenir o surgimento de danos
por umidade, assim como uma impermeabilização de
qualidade.
• Deve-se ter atenção na escolha da impermeabilização, já
que reparos e uma nova aplicação são dispendiosos;
• É frequente a falha de não se dar atenção ao sistema de
impermeabilização, gerando gastos superiores a primeira
impermeabilização;
• Também deve ser levado em conta o microclima em que se
insere a edificação, o qual é de suma importância para se
evitar a ação de água como a agente de patologias;
• A incidência de chuva e vento pode variar de uma fachada
para outra, exigindo características especiais e cuidados.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
FISSURAS CAUSADAS POR
ALTERAÇÕES QUÍMICAS DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
1. GENERALIDADES
 Os materiais de construção são susceptíveis de deterioração pela
ação de substâncias químicas, principalmente as soluções ácidas.
 Edifícios que abrigam fábricas de laticínios, cervejas, álcool, açúcar,
sal, celulose e produtos químicos em geral podem ter seus materiais
e componentes seriamente avariados por essas substâncias.
 Nesses casos, as patologias manifestam-se frequentemente na forma
de lixiviação.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
2. CARBONATAÇÃO
 Quando o concreto é exposto ao gás carbônico (CO2), a solução
alcalina existente em seus poros pode ter seu pH reduzido;
 A alta alcalinidade (pH › 12,0) devida, principalmente, à presença de
hidróxido de cálcio – Ca (OH)2 – proveniente das reações químicas de
hidratação do cimento, pode ser reduzida;
 Ca (OH)2 + CO2  Ca CO3 (pH  9,4);
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
 A carbonatação neutraliza a natureza alcalina da pasta de cimento
hidratada, prejudicando a proteção do aço contra a corrosão;
 Quando a frente com pH baixo atinge a superfície da armadura, a
película passivadora é rompida, podendo haver corrosão;
 A extensão da carbonatação pode ser determinada com facilidade
pelo tratamento de uma superfície recentemente exposta com uma
solução de fenolftaleína – o Ca (OH)2 se torna rosa e a parte
carbonatada incolor ;
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
3. AÇÃO DE CLORETOS
 A presença de íons cloreto em estruturas de concreto armado é uma
das principais causas da corrosão de suas armaduras;
 Além da água do mar e atmosferas marinhas, os cloretos podem
estar presentes em águas industriais, aditivos aceleradores de pega
que contenham Ca Cl2 , limpeza de pisos e fachadas cerâmicas com
ácido muriático, etc;
 O íons cloreto agem tanto na fase inicial, com o rompimento pontual
do filme passivador, como na aceleração da propagação do processo
corrosivo;
NBR 6118/2014 - Durabilidade.
Classes de agressividade ambiental (CAA)
Qualidade do concreto
Cobrimento nominal do concreto
Base de pilar de ponte próximo ao solo úmido
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
 O ingresso e a progressão dos cloretos no concreto podem ser
explicados por um mecanismo duplo, de sucção e difusão;
 A difusão é o transporte da matéria através da matéria, como por
exemplo a difusão de gases na atmosfera, em determinado
ambiente;
 A difusão pode também ocorrer entre dois sólidos ou por um gás
partículas através de um corpo sólido;
 O fenômeno pode ser estudado através das Leis de FICK, para
modelagem da difusão com a distância e o tempo;
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
Deterioração das armaduras
 Causada pela corrosão
 Decorrente de processos eletroquímicos;
 Intensifica-se com a presença de elementos agressivos;
 As edificações encontram-se inseridas em meios cada
vez mais agressivos
 Ambientes industriais;
 Poluição das grandes cidades.
175
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
Deterioração das armaduras
 As armaduras do concreto são invariavelmente instaladas nas
proximidades da superfície;
 Indispensável para proteger as barras de aço do contato com o
ambiente externo:
 Adensamento bem feito;
 Cobrimento adequado das armaduras.
 Esses cuidados são muitas vezes negligenciados.
176
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
 Ocorrência de fissuração
 Porta de entrada para a água e o ar/poluentes;
 Podem iniciar ou acelerar os processos de corrosão.
 As reações de corrosão produzem óxido de ferro
 Volume muito superior ao do aço;
 Ocorre perda de seção e de capacidade resistente do aço;
 O óxido de ferro expande e agrava as fissuras existentes no concreto;
 As fissuras podem evoluir para um quadro de lascamento.
177
Deterioração da
armadura
17
8
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
4. ALTERAÇÕES ENVOLVENDO A FORMAÇÃO DE PRODUTOS
EXPANSIVOS
 Hidratação retardada das cales.
 Ataque por sulfatos.
 Reação álcali-agregado.
 Corrosão das armaduras de concreto.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
5. HIDRATAÇÃO RETARDADA DAS CALES
 Uma cal bem hidratada não apresenta óxidos livres de cal e
magnésio, as cales mal hidratadas podem apresentar teores bastante
elevados desses óxidos, que são ávidos por água.
 Se houver umidificação do componente ao longo de sua vida útil, os
óxidos livres tendem a hidratar-se, ocorrendo um aumento de
volume em torno de 100%.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
 Em argamassas de assentamento a expansão pode provocar fissuras
horizontais no revestimento, acompanhando as juntas de
assentamento.
 Entretanto, o efeito mais nocivo está nos revestimentos em
argamassa, cuja expansão tende a produzir danos generalizados no
revestimento (fissuras, descolamento, desagregações e
pulverulências).
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
6. ATAQUE POR SULFATOS
 É o nome genérico de uma série de processos inter-relacionados e às
vezes sequenciais que levam à decomposição da matriz cimentícia do
concreto, ocasionando queda em suas propriedades mecânica,
estabilidade dimensional e durabilidade.
 O aluminato tricálcico (C3A) , constituinte do cimento, pode reagir
com sulfatos em solução formando um composto denominado
etringita. Essa reação (C3A › 5%) é acompanhada de grande
expansão.
 Para que a reação ocorra é necessária a presença de cimento, de
água e de sulfatos solúveis (por isso a utilização conjunta de cimento
e gesso é perigosa).
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
 Os sulfatos podem provir do solo, águas contaminadas, cerâmicas
fabricadas com argilas com alto teor de sais solúveis, etc.
 A água pode provir da chuva em superfícies mal impermeabilizadas,
umidade da edificação (lavagem de pisos, por exemplo), etc.
 As patologias são em forma de trincas horizontais e verticais, quase
sempre em conjunto com eflorecências.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
7. FORMAS DE DEGRADAÇÃO DO CONCRETO DEVIDO AO ATAQUE
POR SULFATOS
Segundo METHA (2008), o ataque por sulfatos pode manifestar-se de
duas formas:
 Expansão e fissuração do concreto;
 Diminuição progressiva de resistência e perda de massa.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
8. PREVENÇÃO CONTRA O ATAQUE POR SULFATOS
 Minimizar o acesso da água contendo sulfatos à estrutura (projeto
estrutural, drenagem, barreiras, revestimentos);
 Produzir concreto de baixa permeabilidade (dosagem);
 Seleção de materiais cimentícios adequados (por exemplo, utilização
de cimento resistente a sulfatos – RS, com baixo % de C3A);
 Produzir concretos com baixa relação água cimento.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
9. REAÇÃO ÁLCALI-AGREGADO (RAA)
 Não é um processo de deterioração pela ação direta do meio
ambiente;
 A RAA é proveniente de reações químicas envolvendo os álcalis do
cimento Portland (K2O e Na2O) e certos minerais silicosos reativos
presentes no agregado;
 Provoca expansão e fissuração do concreto, levando à perda de
resistência e módulo de elasticidade, podendo favorecer o
aparecimento de outros processos de deterioração do concreto, como
a carbonatação e corrosão das armaduras;
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
 Pipocamento e exsudação de um líquido viscoso (STANTON, 1940) na
descrição de investigações de estruturas fissuradas de concreto na
Califórnia;
 Manifestações patológicas percebidas em estruturas localizadas em
ambientes úmidos, a presença de umidade é condição necessária ao
aparecimento dessas manifestações;
 Alguns exemplos são barragens, pilares de pontes, quebra mares,
galerias de águas pluviais, etc;
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
10. PREVENÇÃO CONTRA A REAÇÃO ÁLCALI-AGREGADO (RAA)
 Uso de agregados não reativos.
 Uso de materiais (cimentos, principalmente) com baixo teor de
álcalis.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
11. CHUVAS ÁCIDAS
 Os ambientes urbanos e industriais lançam na atmosfera uma
série de compostos que podem precipitar de forma seca ou úmida
na superfície das construções;
 As chuvas ácidas são resultantes da combinação de gases
presentes na poluição atmosférica com hidrogênio presente na
atmosfera sob a forma de vapor d’água;
 Os óxidos de enxofre produzem ácido sulfúrico (H2SO4) com pH
entre 2,2 e 4,5 (a chuva normal tem pH aproximado de 5,0);
 As chuvas ácidas, ao atingirem as estruturas de concreto, podem
provocar sua degradação, principalmente por dissolução da matriz
cimentícia .
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
12. ZONA DE ATMOSFERA MARINHA
 Apesar dessa região não estar em contato direto com o mar, nela
as estruturas de concreto armado recebem uma quantidade
razoável de sais, capazes de cria depósitos salinos na superfície,
onde ocorrem ciclos de molhagem e secagem;
 Os ventos podem carregar os sais na forma de partículas sólidas
ou como gotas de solução salina
 A quantidade de sais diminui em função da distância ao mar,
reduzindo significativamente a partir de 700m (MEIRA, 2004);
 A forma mais frequente de degradação nesta zona é a corrosão
das armaduras do concreto pela ação dos íons cloreto.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
13. RESUMO MECANISMOS DE DETERIORAÇÃO DO CONCRETO
SKALNY (2007)
Deterioração da superfície •Abrasão: movimento de objetos ou materiais (equipamentos
pesados, grãos no silo)
•Erosão: contato com partículas sólidas em suspensão em líquidos
(linhas de esgoto)
•Cavitação: formação e colapso subseqüente de bolhas de vapor
(mudanças súbitas de direção do fluxo)
Deterioração das armaduras •Corrosão do aço
Deterioração dos agregados •Reação álcali-agregado
Deterioração da matriz
cimentícia
•Ataque por sulfatos
•Ataque pela água do mar
•Ataque por ácidos
•Carbonatação
•Cristalização de sais
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
FISSURAS CAUSADAS PELA
RETRAÇÃO DE PRODUTOS À BASE DE CIMENTO
1. O FENÔMENO DA RETRAÇÃO
 A retração está associada à deformação em pastas de cimento,
argamassas e concretos sem que haja qualquer tipo de
carregamento;
 De uma forma geral, a principal causa da retração é a perda de água
da pasta de cimento;
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
2. FORMAS DE RETRAÇÃO
Três formas de retração são as mais importantes em produtos à
base de cimento:
 Retração química: a reação química entre o cimento e a água se dá
com redução de volume ;
- A hidratação do cimento resulta em produtos que possuem
características de pega e endurecimento;
- Os aluminatos (C3A) se hidratam a uma velocidade maior que
os silicatos, sua rápida hidratação deve ser desacelerada de
alguma forma (em geral, através do uso de gipsita);
- Os silicatos (C3S e C2S) compõem cerca de 75% do cimento
Portland, tendo papel dominante na taxa de desenvolvimento da
resistência mecânica do concreto
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
 Retração de secagem: a quantidade excedente de água, empregada
no preparo do concreto ou argamassa para a obtenção da
trabalhabilidade necessária, permanece livre no interior da massa.
Em sua evaporação ocorre retração de volume;
- A retração é tanto maior quanto maior for a velocidade de
evaporação da água, que depende da temperatura do ar,
temperatura do concreto, umidade relativa do ar e velocidade do
vento;
- A saída da água do concreto endurecido, mantido em ambiente
não saturado é a causa da retração por secagem;
- Uma parte desse movimento é irreversível
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
 Retração por carbonatação:
Ca (OH)2 + CO2 


 CaCO3 + H2O
- A reação é acompanhada de redução de volume;
- Um processo consequente da carbonatação, além da redução de
alcalinidade, é a retração do concreto;
- A retração proveniente da carbonatação é menos importante que
a neutralização da natureza alcalina da pasta de cimento;
- A carbonatação aumenta a retração em umidades intermediárias
mas não a 25% e a 100%;
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
3. RESTRIÇÃO E FISSURAÇÃO
 A restrição dos componentes de concreto pode induzir à compressão
ou a tração, sendo a última a mais importante;
 Existem duas formas de restrição externas e internas;
 A restrição externa ocorre quando o movimento da seção de um
elemento de concreto é total ou parcialmente impedido por
elementos adjacentes rígidos;
 A restrição interna existe por gradiente de temperatura e umidade no
interior da seção;
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
 Um exemplo de restrição interna é o de uma massa de concreto na
qual se desenvolve o calor devido à hidratação do cimento;
 O calor é dissipado da superfície do concreto, ocorrendo um
gradiente de temperatura na seção e uma retração diferencial entre a
superfície e o interior do concreto;
 O fenômeno pode ocorrer quando grandes volumes de concreto
simples (não armado) são lançados em barragens de gravidade
(concreto massa), onde existe risco de fissuração térmica;
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
4. CONCRETAGEM DE GRANDES MASSAS (BARRAGENS)
 A reação de hidratação do cimento, sendo exotérmica, provoca a
elevação de temperatura em quantidades consideráveis;
 A quantidade de calor gerada é função do teor de cimento;
 O aumento de temperatura será tanto maior, quanto pior forem as
condições de dissipação de energia térmica;
 A baixa dissipação gera tensões que podem levar à dissipação do
concreto;
 As fissuras ocorrerão quando as tensões de tração desenvolvidas
forem superiores à resistência à tração do concreto.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
 O controle da temperatura de lançamento é uma das melhores
formas de evitar fissuras térmicas nas estruturas de concreto;
 Uma técnica usual é adicionar gelo ou água gelada na betoneira,
durante o preparo do concreto;
 O aumento de temperatura será tanto maior, quanto pior forem as
condições de dissipação de energia térmica;
 O intervalo de lançamento entre camadas também é utilizado para o
controle da temperatura máxima do concreto;
 As fissuras ocorrerão quando as tensões de tração desenvolvidas
forem superiores à resistência à tração do concreto.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
 GAMBALE, 1998
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
5. FATORES QUE INTERVÊM NA RETRAÇÃO
 Composição química e finura do cimento:
a retração aumenta com a finura do cimento , seu teor de cloretos
(CaCl2 , normalmente empregado como aditivo acelerador de pega) e
alcalis (K2O e Na2O).
 Quantidade de cimento adicionada à mistura:
quanto maior o consumo de cimento, maior é a retração.
 Natureza dos agregados:
maior retração para os agregados com maior poder de absorção de
água (basalto e agregados leves, por exemplo).
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
 Granulometria dos agregados:
quanto maior a finura dos agregados, maior será a quantidade
necessária de pasta de cimento para recobri-los, e maior será ,
portanto, a retração.
 Quantidade de água na mistura:
quanto maior for a relação água / cimento maior será a retração de
secagem.
 Condições de cura:
Se a evaporação da água iniciar-se antes do término da pega do
aglomerante, a retração sofrerá grande aumento.
 Umidade relativa do ar:
Nos ambientes mais úmidos a retração é menor.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
RECUPERAÇÃO E REFORÇO ESTRUTURAL
I- CONCEITOS FUNDAMENTAIS
A necessidade de reparar ou reforçar uma estrutura restaurando sua
segurança e aumentando sua durabilidade tem sido cada vez mais
comum porque:
 Estruturas mais esbeltas;
 Solicitações mais intensas;
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
 Ambientes mais agressivos;
 Consciência e maior conhecimento na manutenção;
 Recuperação ou aumento do valor imóvel;
 Inviabilidade de demolição e reconstrução;
 Mudanças de uso da construção.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
II- MATERIAIS
1. CONCRETO
 Requer um traço que altere para melhor algumas de suas
características naturais.
 Podem ser necessárias:
- altas resistências iniciais;
- ausência de retração de secagem;
- elevada aderência ao substrato;
- baixa permeabilidade.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
 A obtenção destas características pode se dar através de:
- aditivos plastificantes, redutores de água, impermeabilizantes, etc;
- adições minerais como escória de alto forno, cinzas volantes,
microssílica,etc;
- via de regra, baixa relação água/cimento.
 As exigências mencionadas reduzem a viabilidade de emprego de
concreto dosado em canteiro para uso em reparos e reforços.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
 A seleção do material depende do problema patológico em questão,
características da região a ser reparada (horizontal, vertical, “sobre
cabeça”), agressividade do ambiente, etc.
2. GRAUTES BASE CIMENTO
 Material fluido e auto adensável no estado recém misturado,
formulado para preencher cavidades e subsequentemente tornar-se
aderente, resistente e sem retração no estado endurecido.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
 Conveniente para reparo em locais de acesso difícil ou em casos de
seções densamente armadas.
3. ARGAMASSAS POLIMÉRICAS
 Argamassas de cimento Portland modificadas com polímeros.
 Podem ser formuladas com resinas acrílicas tipo metacrilato ou com
resinas à base de PVA.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
4. ARGAMASSAS BASE EPOXI
 Toleram pH na faixa de 2,0 a 10,0.
 O epóxi tem boas propriedades físicas e mecânicas, além de ótima
aderência a vários tipos de superfícies.
III-PREPARO E LIMPEZA DO SUBSTRATO
1. PREPARO
 São tratamentos prévios das superfícies dos componentes
estruturais.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
 Exemplos:
- Escarificação manual (talhadeira, marreta);
- Disco de desbaste (lixadeiras rotativas);
- Escarificação mecânica (martelete pneumático);
- Lixamento manual (lixas comuns);
- Lixamento elétrico (discos de lixa);
- Escovamento manual;
- Apicoamento com martelo.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
2. LIMPEZA DAS SUPERFÍCIES
 Conjunto de procedimentos aplicados sobre os elementos estruturais
antes da aplicação dos materiais de reparo.
 Exemplos:
- Jato de água fria sob alta pressão;
- Jato de água quente sob alta pressão;
- Jato de água sob baixa pressão;
- Lavagem com soluções ácidas;
- Lavagem com soluções alcalinas;
- Remoção de óleos e graxas superficiais;
- Jato de ar comprimido sob pressão;
- Aspiração à vácuo.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
IV- TÉCNICAS DE APLICAÇÃO DO MATERIAL DE REPARO
- Montagem de forma e preenchimento convencional;
- Montagem de forma e bombeamento;
- Encunhamento de argamassa seca (DRY PACK);
- Agregado pré-colocado e grauteamento;
- Concreto projetado via seca;
- Concreto projetado via úmida;
- Injeção de fissuras e/ou trincas;
- Aplicação de sobrecapas (overlays).
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
V- TRATAMENTO DE FISSURAS
1. TÉCNICAS A ADOTAR
 Tratamento depende da causa.
 Fissuras ativas (variação de espessura).
 Fissuras passivas.
 Necessidade ou não de reforços estruturais.
 Superficiais (tratamentos mais simples).
 Nata de cimento com aditivo expansor.
 Profundas (resinas epoxídicas).
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
2. OBJETIVO GERAL
 Criação de barreira (fissuras ativas e passivas).
 Impedir o transporte nocivo de líquidos e gases.
 Evitar o ataque às armaduras.
3. FISSURAS ATIVAS
 Eliminação da causa geradora (torná-la passiva)
 Não restabelecer o monolitismo.
 Fissuração em outro local.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
 Vedação / cobrimento dos bordos externos.
 Preenchimento com material elástico e não resistente.
 Convivência com a patologia instaurada.
 Impedimento da degradação do concreto.
4. FISSURAS PASSIVAS
 Fechamento da fissura com material resistente / aderente.
 Injeção de resina epoxídica.
 Peça volta a ser monolítica.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
5. INJEÇÃO DE FISSURAS
 Exígiveis para aberturas maiores que 0,1 mm.
 Prenchimento do espaço formado entre as bordas da fenda.
 Fissuras passivas – materiais rígidos (epóxi ou grautes).
 Fissuras ativas – materiais elásticos (resinas acrílicas ou
poliuretânicas).
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
6. RESINAS EPOXÍDICAS
 Fissuras inativas – Produtos não retráteis.
 Alta capacidade resistente e aderente.
 Bom comportamento frente aos agentes agressivos.
 Endurecimento rápido.
 Bicomponentes líquidos – melhor qualidade.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
7. PROCEDIMENTO DE INJEÇÃO
 Abertura de furos ao longo do desenvolvimento da fissura.
 D = 10 mm e 50 mm ≤ l ≤ 300 mm.
 Limpeza da fenda (ar comprimido).
 Fixação de tubinhos plásticos nos furos.
 Selagem com cola epoxídica (espátula).
 Injeção tubo a tubo.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
8. COSTURA DE FISSURAS (GRAMPEAMENTO)
 Fissuras ativas (isoladas).
 Disposição de armaduras adicionais (grampos).
 Discutível (pode gerar fissuras em regiões adjacentes).

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  • 1. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES Agosto 2019 Professor Adriano de Paula e Silva Professora Cristiane Machado Parisi Jonov CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM CONSTRUÇÃO CIVIL CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM CONSTRUÇÃO CIVIL CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM CONSTRUÇÃO CIVIL CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM CONSTRUÇÃO CIVIL ÁREA: SUSTENTABILIDADE E GESTÃO DO AMBIENTE CONSTRUÍDO
  • 2. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 1. PATOLOGIA NAS EDIFICAÇÕES – HISTÓRICO − Tema recente – anos 60 e 70 − Pavilhão de Exposições da Gameleira / Belo Horizonte – 04/02/71 − Elevado Paulo de Frontin / Rio de Janeiro – 20/11/71 − Introdução nos currículos das Escolas de Engenharia 2. PATOLOGIA E TERAPIA − Patologia das construções é o ramo da engenharia que estuda os sintomas, os mecanismos, as causas, as origens e as conseqüências das deficiências das construções − Patologia significa não atendimento ao desempenho desejado − Terapia das construções é o ramo da engenharia que trata da correção dos problemas patológicos apresentados pelas construções
  • 3. É a parte da engenharia que estuda os sintomas, os mecanismos, as causas e as origens dos defeitos das edificações, ou seja, é o estudo das partes que compõem o diagnóstico do problema. Patologia das Edificações
  • 4. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 3. DIAGNÓSTICO DO PROBLEMA Para que se tenha êxito nas medidas terapêuticas, é necessário que o estudo precedente, o diagnóstico do problema tenha sido bem conduzido O diagnóstico completo envolve vários aspectos: − Sintomas: também chamados de lesões ou defeitos − Mecanismo: os problemas patológicos são decorrentes dos chamados vícios construtivos. O conhecimento do processo é fundamental para a definição da terapia exemplo: uma fissura em viga decorrente de flexão não pode ser simplesmente obturada, sob o risco de que ela volte a se manifestar em outro local − Origem: definição da fase do processo construtivo em que teve origem o fenômeno − Causas: Deve ser identificado o agente causador do problema − Consequências: O problema compromete a segurança da estrutura ou suas condições de higiene e funcionamento?
  • 5. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 4. SINTOMAS Os problemas patológicos, salvo raras exceções , apresentam manifestações externas características que permitem um início do estudo do problema. Os sintomas mais comuns nas estruturas de concreto são: − as fissuras; − as eflorescências; − as flechas excessivas; − as manchas; − corrosão das armaduras; − ninhos de concretagem (segregação)
  • 6. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 5. ORIGEM − Definição da etapa do processo construtivo exemplo: fissura de momento fletor em viga – projeto inadequado ou qualidade inferior do aço? − A identificação da origem do problema permite definir, para fins judiciais, quem cometeu a falha exemplo:
  • 7. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES Para o concreto armado, as origens das patologias podem ser classificadas em: − Deficiências de projeto; − Deficiências de execução; − Má qualidade dos materiais, ou emprego inadequado dos mesmos; − Sinistros ou causas fortuitas (incêndios, inundações, acidentes, etc); − Uso inadequado da estrutura; − Manutenção imprópria
  • 8. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES O nível de incidência de cada origem varia de país para país, conforme mostrado à seguir:
  • 10. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES Através do estudo de HELENE FIGUEIREDO (2003) tem-se que as manifestações patológicas possuem origem na maior parte das vezes nas fases de projeto e do planejamento, conforme apresentado na figura a seguir. Figura – Origem dos problemas patológicos com relação às etapas de produção e uso das obras civis. Fonte: Adaptado de HELENE FIGUEIREDO, (2003).
  • 11. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES Conforme citado anteriormente a durabilidade das edificações está ligada à qualidade e durabilidade apresentada nas mesmas, mas mesmo com todo avanço tecnológico dos últimos anos não tem havido uma redução dos problemas patológicos. FIGUEIREDO O’REILLY (2003) citam que ”o ambiente hoje em dia é mais agressivo que o de décadas atrás, além disso o aperfeiçoamento de técnicas de dimensionamento mais avançadas e portanto mais econômicas, também interferem negativamente na durabilidade das edificações”. Assim, FIGUEIREDO E O’REILLY (2003) concluem ainda que as estruturas de concreto armado contemporâneas estão cada vez mais vulneráveis ao aparecimento precoce de manifestações patológicas.
  • 12. − Erros de concepção da estrutura da edificação • Má definição das cargas atuantes ou combinação delas; • Deficiência no cálculo da estrutura; • Detalhamento insuficiente ou errado; • Erros de dimensionamento; • Ausência de vergas e contra-vergas nas aberturas; • Ausência de “sentimento estrutural”. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
  • 13. − Erros na execução da estrutura • Não capacitação profissional da mão de obra; • Falta de prumo, esquadro e alinhamento de estruturas/alvenarias; • Flechas excessivas em lajes (desforma precoce, por exemplo). − Erros na utilização da estrutura • Demolição e abertura de vãos em alvenarias estruturais; • Ultrapassagem da carga em pontes; • Mudanças de uso da estrutura. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
  • 14. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 6. CAUSAS Os agentes causadores dos problemas patológicos podem ser vários : (a) Cargas; (b) Variação de umidade; (c) Variações térmicas intrínsecas e extrínsecas no concreto; (d) Agentes biológicos, físicos e químicos; (e) Incompatibilidade de materiais; (f) Agentes atmosféricos; A cada causa corresponderá uma terapia mais adequada e mais duradoura
  • 15. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 7. PATOLOGIAS COMUNS E SUAS CAUSAS Fissuras e trincas: − Por movimentações térmicas; − Por movimentações higroscópicas; − Por atuação de sobrecargas; − Deformações excessivas da estrutura; − Recalques de fundação; − Retração de produtos à base de cimento; − Alterações químicas dos materiais de construção; − Hidratação retardada de cales;
  • 16. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES − Ataque por sulfatos; − Corrosão de armaduras; − Patologias decorrentes da umidade 8. CONSEQUÊNCIAS − Os problemas patológicos são evolutivos e tendem a se agravar com o passar do tempo, além de acarretarem outros problemas associados ao inicial exemplo: uma fissura de momento fletor pode dar origem à corrosão de armadura − Flechas excessivas em vigas e lajes podem ocasionar fissuras em paredes − As correções serão mais duráveis, mais fáceis e muito mais baratas quanto mais cedo forem executadas
  • 17. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 9. DIAGNÓSTICO E TERAPIA Para dar início a uma terapia adequada, segundo CÁNOVAS (1988), é preciso seguir os seguintes procedimentos: Inspeção para mapeamento dos sintomas; O procedimento começa com a inspeção, onde se busca identificar os sintomas das patologias existentes na estrutura; através de um mapeamento dos sintomas realizado por um exame visual da estrutura. Recolhimento de dados e informações; Este procedimento em geral vem complementar os dados obtidos na inspeção e auxiliam na quantificação dos danos (medidas geométricas, evolução no tempo, bem como no conhecimento das condições prévias aos danos da edificação, avaliação da resistência do concreto).
  • 18. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES Conhecer o histórico da estrutura; Este histórico é parte fundamental na escolha da terapia e sua análise deve levar em consideração a data da construção, o responsável pela construção, o projeto executivo para revisão e análise, o conhecimento dos materiais utilizados (cimento, areia, aço, aditivo, relação água/cimento) e detalhes sobre o uso da estrutura (sobrecargas, ações acidentais). Realização de análises e ensaios; Em muitos casos o levantamento histórico e a inspeção não são suficientes, sendo necessário realizar análises e ensaios que permitam clarificar os sintomas, mecanismos e causas das patologias da estrutura. CÁNOVAS (1988) sugere ainda o organograma, mostrado na figura a seguir, de atividades a serem realizadas na solução de um processo patológico.
  • 20. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 10. MATERIAIS UTILIZADOS NA RECUPERÇÃO Exemplo:
  • 21. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 11. CUSTOS DE RECUPERAÇÃO Relativamente às condições da construção, pode-se ter duas situações distintas: − A construção será reabilitada, recompondo-se as condições para as quais tinha sido desenvolvida; − A construção será reforçada, tendo sua condição de suporte aumentada em relação à desenvolvida anteriormente Os custos de recuperação variam em função do tempo de manifestação e detecção da patologia: − Ainda na fase de projeto − Durante a execução da construção − Fase de utilização da construção – se houver manutenção preventiva − Fase de utilização da construção – se necessária manutenção corretiva
  • 22. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES A relação dos altos custos associado às intervenções corretivas foi apresentado por SITTER, na década de 80, através da figura a seguir da evolução de custos. Figura – Lei da evolução de custos, lei de SITTER (SITTER, 1984 CEB-RILEM)
  • 23. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES Fazendo a análise da figura anterior para as etapas de projeto, execução, manutenção preventiva e manutenção corretiva tem-se que: Projeto: Toda medida tomada em nível de projeto com o objetivo de aumentar a proteção e a durabilidade da estrutura, como por exemplo, aumentar o cobrimento da armadura, reduzir a relação água/cimento, etc., corresponde ao número 1 do eixo Custo Relativo da Figura; Execução: Toda medida extra projeto, tomada durante a execução da obra, implica num custo cinco vezes maior ao custo que teria sido acarretado se esta medida tivesse sido tomada em nível de projeto, para obter o mesmo grau de proteção e durabilidade;
  • 24. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES Manutenção preventiva: Toda medida tomada com antecedência e previsão, durante o período de uso e manutenção da estrutura, pode ser associado a um custo vinte e cinco vezes maior que aquele necessário se a decisão de obter certo grau de proteção e durabilidade tivesse sido tomada no projeto. Manutenção corretiva: Correspondem aos trabalhos de diagnóstico, prognóstico, reparo e proteção das estruturas que já apresentam manifestações patológicas. A esta atividade pode associar um custo de cento e vinte e cinco vezes superior ao custo das medidas que poderiam ter sido tomadas em nível de projeto.
  • 25. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES TRINCAS EM EDIFÍCIOS 1. GENERALIDADES Entre os problemas patológicos que afetam os edifícios, as trincas são particularmente importantes porque: − São o aviso de um eventual estado perigoso para a estrutura; − Podem levar ao comprometimento do desempenho da obra em serviço (estanqueidade à água , durabilidade, isolação acústica, etc.); − Constrangimento psicológico que a fissuração dos edifício exerce sobre seus usuários
  • 26. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 2. SURGIMENTO PRECOCE − As trincas podem começar a surgir, de forma congênita, logo no projeto arquitetônico da construção; − Isso muitas vezes está relacionado ao desconhecimento do projetista sobre as propriedades tecnológicas dos materiais de construção empregados; − Incompatibilidade entre os projetos de arquitetura, estrutura e fundações normalmente conduzem a tensões que excedem a resistência dos materiais de construção, originando o problema das fissuras.
  • 28. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 3. DURABILIDADE − A presença de fissuras é prejudicial à durabilidade da estrutura; − No caso das estruturas de concreto armado, a durabilidade fica comprometida por facilitar a penetração de agentes agressivos às armaduras e à própria massa de concreto; − Deve-se analisar fissuras maiores que 0,3 mm, fissuras menores que 0,5 mm são consideradas microfissuras.
  • 30. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES DURABILIDADE Capacidade de um produto manter seu desempenho acima dos níveis aceitáveis pré- estabelecidos, sob condições previstas de uso e com manutenção, durante um período de tempo que é a sua vida útil.
  • 31. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES DURABILIDADE A durabilidade está associada: −À durabilidade dos materiais e componentes; −Ao uso; −Ao entorno; −Às ações de manutenção.
  • 32. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS “Manutenção: conjunto de atividades a serem realizadas para conservar ou recuperar a capacidade funcional da edificação e de suas partes constituintes de atender as necessidades e segurança dos seus usuários.” ABNT – NBR 5674 – Manutenção de edifícios
  • 33. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS Compreende todas as atividades que se realizam nos componentes, elementos e equipamentos de um edifício, com o objetivo de manter o seu desempenho funcional ou suas partes, dentro de níveis aceitáveis, a um custo compensador.
  • 34. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES CONSERVAÇÃO A conservação está relacionada com aquelas atividades rotineiras realizadas diariamente ou então, com pequenos intervalos de tempo entre intervenções, diretamente relacionada à operação e à limpeza do edifício, criando condições adequadas para seu uso. Por exemplo: lubrificação de engrenagens e polias de elevadores.
  • 35. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES REPARAÇÃO A reparação está relacionada com atividades preventivas ou corretivas realizadas antes que o edifício ou algum de seus elementos constituintes atinja o nível de desempenho mínimo aceitável sem que a recuperação de desempenho ultrapasse o nível inicialmente construído. Por exemplo: substituição de uma botoeira de elevador onde o led não acende.
  • 36. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES RESTAURAÇÃO A restauração está relacionada com atividades corretivas realizadas após o edifício ou algum de seus elementos constituintes atingir níveis inferiores ao nível de desempenho mínimo aceitável, sem que a recuperação de desempenho ultrapasse o nível inicialmente construído. Por exemplo: troca de um cabo de elevador que se apresentava rompido, impedindo a utilização do mesmo.
  • 37. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES MODERNIZAÇÃO A modernização está relacionada com atividades preventivas e corretivas visando que a recuperação de desempenho ultrapasse o nível inicialmente construído, fixando um novo patamar de qualidade para a edificação. Por exemplo: instalação do sistema Daffee nos elevadores, permitindo que os mesmos, em caso de falta de energia, sejam ainda assim conduzidos ao térreo e tenha suas portas abertas automaticamente, sistema este antes inexistente.
  • 38. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 4. PROPRIEDADES TÉRMICAS DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO − Todos os materiais empregados nas construções estão sujeitos à dilatações com o aumento de tempera- tura e à contrações com sua diminuição; − Para uma dada variação de temperatura, a intensidade da variação dimensional é diferente para os diversos materiais de construção;
  • 39. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES − Para se avaliar a movimentação térmica sofrida por um componente deve-se conhecer o ciclo de temperaturas à que esteve sujeito; Segundo o BUILDING RESEARCH ESTABLISHMENT, as amplitudes de variação das temperaturas dos componentes das edificações podem ser bastante acentuadas.
  • 40. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES No caso mais comum das edificações, a principal fonte de calor que atua sobre seus componentes é o sol. Segundo LATTA, a temperatura superficial da face externa de lajes e paredes pode ser estimada em função da temperatura do ar (Ta) e do coeficiente de absorção solar a. Tabela – Estimativa da temperatura superficial de lajes e paredes.
  • 41. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES Valores sugeridos para o coeficiente de absorção solar a.
  • 42. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES EXEMPLO EXERCÍCIO LAJE DETERMINAR A TEMPERATURA SUPERFICIAL DE UMA LAJE DE CONCRETO, SEM ISOLAÇÃO TÉRMICA, EXPOSTA AO SOL, EM UM LOCAL ONDE TEMPERATURA AMBIENTE É 35ºC. Tc = 5 (Tf – 32) / 9 Tf = 9 Tc / 5 + 32 = 9 x 35 / 5 + 32 = 95ºF Tmax = 95 + 75 X 0,65 = 144ºF 62ºC Tmin = 95 - 10 = 85ºF 30ºC
  • 43. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES FISSURAS CAUSADAS POR MOVIMENTAÇÕES TÉRMICAS 1. MECANISMOS DE FORMAÇÃO Restrições Os elementos e componentes de uma construção estão sujeitos à variações de temperatura, que repercutem numa variação dimensional dos materiais de construção (dilatação ou contração). Os movimentos de dilatação e contração são restringidos pelos diversos vínculos que envolvem os elementos e componentes, desenvolvendo-se nos materiais tensões que poderão provocar o aparecimento de fissuras.
  • 44. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 2. MOVIMENTAÇÕES DIFERENCIADAS As principais movimentações diferenciadas ocorrem em função de: Junção de materiais com diferentes coeficientes de dilatação térmica, sujeitos à mesma variação de temperatura (por exemplo, movimentações diferenciadas entre argamassa de assentamento e componentes de alvenaria). Exposição de elementos a diferentes solicitações térmicas naturais (por exemplo, cobertura com relação às paredes de uma edificação). Variação de temperatura ao longo de uma mesmo componente (por exemplo entre a face exposta e a face protegida de uma laje de cobertura).
  • 45. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES PROJETOS INADEQUADOS: As observações feitas deveriam ser levadas em conta no projeto da edificação. Infelizmente, as movimentações diferenciadas entre componentes, devidas à variações de temperatura não são levadas em conta pelos projetistas, nem mesmo de forma qualitativa.
  • 46. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 3. CONFIGURAÇÕES TÍPICAS Em geral, as coberturas planas estão mais expostas às mudanças térmicas naturais do que os paramentos verticais das edificações, ocorrendo movimentos diferenciados entre os elementos horizontais e verticais. Mesmo as lajes sombreadas sofrem o efeito desses fenômenos, pois parte da energia calorífica absorvida pelas telhas é irradiada para a laje. Nesse caso, as movimentações térmicas ocorrem em função de vários fatores: natureza do material das telhas; altura do colchão de ar entre o telhado e a laje; intensidade de ventilação no ático.
  • 50. TRINCAS EM EDIFÍCIOS Entre os problemas patológicos que afetam os edifícios, as trincas são particularmente importantes porque: − São o aviso de um eventual estado perigoso para a estrutura; − Podem levar ao comprometimento do desempenho da obra em serviço; − Constrangimento psicológico que a fissuração dos edifícios exerce sobre seus usuários. MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
  • 51. DURABILIDADE A durabilidade está associada: −À durabilidade dos materiais e componentes; −Ao uso; −Ao entorno; −Às ações de manutenção. MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
  • 52. DURABILIDADE Capacidade de um produto manter seu desempenho acima dos níveis aceitáveis pré-estabelecidos, sob condições previstas de uso e com manutenção, durante um período de tempo que é a sua vida útil. MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
  • 53. MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS “Manutenção: conjunto de atividades a serem realizadas para conservar ou recuperar a capacidade funcional da edificação e de suas partes constituintes de atender as necessidades e segurança dos seus usuários.” ABNT – NBR 5674 – Manutenção de edifícios MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
  • 54. Vista de junta de dilatação em piso de ladrilhos hidráulicos – ressecamento e danos ao longo de toda a extensão do material de preenchimento da junta MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
  • 55. Vista de infiltrações de água e danos na laje e em viga da garagem MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
  • 56. FISSURAS CAUSADAS PELA ATUAÇÃO DE SOBRECARGA 1. GENERALIDADES • A atuação de sobrecargas pode produzir a fissuração de componentes estruturais, tais como pilares, vigas e paredes. • A sobrecarga pode se originar na má utilização do edifício, ou por erros no cálculo estrutural ou execução da peça. MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
  • 57. Vista aproximada da frente do imóvel MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
  • 58. Vista de cômodo aos fundos do imóvel – esquadrias de porta e janela retiradas MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
  • 59. Vista do piso da edificação na região de demolição das alvenarias MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
  • 60. MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
  • 61. 2. CARGAS ATUANTES NAS ESTRUTURAS DAS EDIFICAÇÕES • NBR 6120/80 – Cargas para o cálculo de estruturas de edificações • Carga permanente: este tipo de carga é constituído pelo peso próprio da estrutura de todos os elementos construtivos fixos e instalações permanentes. • Carga acidental: é toda aquela que pode atuar sobre a estrutura de edificações em função do seu uso (pessoas, móveis, materiais diversos, veículos, etc.) MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
  • 62. • Valores mínimos de cargas verticais – Exemplos Local Carga (kN/m²) 1.Bibliotecas Sala de leitura 2,5 Sala com estantes de livros 6,0 2.Edifícios residenciais Dormitórios, sala, copa, cozinha e banheiro 1,5 3.Escolas Corredor e sala de aula 3,0 4.Casas de máquinas Incluindo o peso das máquinas 7,5 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
  • 63. 3. PAREDES DE ALVENARIA • Sub-sistema do edifício formado por elementos que dividem os ambientes internos, controlam a ação de agentes indesejáveis (intrusos, ventos, chuvas, poeiras, ruídos, etc), constituindo ainda suporte e proteção para as instalações do edifício. • As alvenarias são componentes construídos em obra pela união entre componentes (blocos, tijolos) e elemento de ligação (argamassa, constituindo um conjunto monolítico. Podem ser de vedação ou estruturais. MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
  • 64. Vantagens das alvenarias • Facilidade, baixo custo dos componentes e disponibilidade de matérias primas. • Não são poluentes, sendo 100% recicláveis quando descartadas. Desvantagens das alvenarias • Baixa produtividade. • Necessita de revestimentos para obtenção de textura lisa. MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
  • 65. Inúmeros fatores intervêm na resistência final de uma alvenaria à esforços de compressão, tais como: • Resistência mecânica dos componentes de alvenaria e argamassa de assentamento. • Módulos de deformação diferenciados dos componentes de alvenaria. MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
  • 66. • Poder de aderência da argamassa utilizada. • Componentes assentados com juntas de amarração produzem alvenarias com resistências significativamente superiores àquelas assentadas com juntas à prumo. MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
  • 67. • A resistência da parede de alvenaria não varia linearmente com a resistência do componente de alvenaria e nem com a resistência da argamassa de assentamento. • De forma geral, as fissuras em alvenarias carregadas axialmente começam à surgir muito antes de serem atingidas as cargas limites de ruptura. MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
  • 68. As fissuras que se manifestam nas alvenarias , decorrentes de cargas, são geralmente verticais originadas na deformação transversal da argamassa de assentamento e dos próprios componentes. Em casos específicos, podem aparecer fissuras horizontais em decorrência do esmagamento da argamassa de assentamento ou da ruptura de componentes de alvenaria de baixa resistência à compressão. MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
  • 69. MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
  • 70. Um fato primordial na fissuração da alvenaria é a presença de aberturas de portas e janelas, em cujos vértices ocorre acentuada concentração de tensões. As fissuras nas aberturas são combatidas pela construção de vigas sobre as aberturas (vergas) ou sob as aberturas (contra-vergas). MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
  • 71. MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
  • 72. A aplicação de cargas concentradas nas alvenarias, sem o emprego de dispositivos adequados para redistribuição de tensões, pode gerar o aparecimento de trincas inclinadas à partir do ponto de aplicação da carga. Exemplo de tesouras ou vigas apoiadas diretamente sobre as alvenarias. MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
  • 73. MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
  • 74. 4. COMPONENTES DO CONCRETO ARMADO • A atuação de carregamento, previsto ou não em projeto, pode produzir a fissuração de componentes de concreto armado, sem que isso signifique necessariamente ruptura ou instabilidade dos componentes. • A ocorrência de fissuras num componente de concreto armado provoca uma redistribuição de tensões ao longo do componente fissurado e nos componentes vizinhos, de modo que a solicitação acaba sendo absorvida de forma globalizada pela estrutura ou parte dela. MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
  • 75. Vista de trinca diagonal em laje de teto de quarto originada em subdimensionamento da armadura MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
  • 76. MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
  • 77. MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
  • 78. MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
  • 79. FISSURAS CAUSADAS POR DEFORMAÇÃO EXCESSIVA DA ESTRUTURA • O desenvolvimento de métodos mais refinados de cálculo, fabricação de aços e cimentos de melhor qualidade, tem tornado as estruturas cada vez mais flexíveis. • Isso torna imprescindível a análise mais cuidadosa das deformações das estruturas e suas conseqüências. MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
  • 80. • Vigas e lajes deformam-se naturalmente sob a ação do peso próprio, das demais cargas permanentes e acidentais e mesmo sob o efeito da retração e da deformação lenta do concreto. • As flechas originadas podem ser incompatíveis com a capacidade de deformação de paredes e outros componentes que integram os edifícios. MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
  • 81. • NBR 6118: As flechas medidas à partir do plano que contém os apoios, quando atuarem todas as ações, não ultrapassarão 1/300 do vão teórico, exceto para o caso de balanços, para os quais não ultrapassarão 1/250 do comprimento teórico dos balanços. • Na prática, essa recomendação não tem recebido a devida atenção por parte dos calculistas brasileiros, presenciando-se, frequentemente, casos de fissuras em alvenarias provocadas pelas flechas dos componentes estruturais. MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
  • 82. • As deformações da estrutura tendem a introduzir nas alvenarias esforços de tração e cisalhamento, provocando fissuras com diferentes configurações. MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
  • 83. MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
  • 84. MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
  • 85. MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
  • 86. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES PATOLOGIAS DEVIDO A PROBLEMAS DE SOLO E DE FUNDAÇÕES 1. FUNDAÇÕES Resultam da necessidade de transmissão de cargas ao solo pela construção de uma estrutura Em casos correntes custa de 3,0% a 6,0% do custo da obra, podendo atingir de 10,0% a 15,0% dependendo da estrutura e das condições adversas de subsolo. Seu comportamento pode ser afetado por diversos motivos: estruturais, solos, procedimentos de execução, materiais utilizados, etc;
  • 87. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 2. TIPOS DE FUNDAÇÕES NBR 6122 – Projeto e execução de fundações. Fundações superficiais e profundas. Fundações profundas – a pelo menos 3,0 m de profundidade. Fundações superficiais: blocos, sapatas, radiers. Fundações profundas: estacas, tubulões.
  • 91. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 3. CONCEITOS IMPORTANTES ― Todas as fundações sob carga apresentam recalques pois os solos são materiais deformáveis, não devendo, porém, ocorrer ruptura do solo ― Existe necessidade de controle do recalque diferencial, algumas normas estipulam um limite de L/1000, onde L é o menor vão considerado
  • 92. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 4. RECALQUES NAS FUNDAÇÕES Recalque é a deformação do solo quando submetido a cargas, provocando movimentação na fundação que, dependendo da intensidade, pode resultar em sérios danos à estrutura. Quando um elemento de fundação se desloca verticalmente, é configurado um recalque absoluto. A diferença entre os recalques absolutos de dois elementos da fundação é denominada recalque diferencial.
  • 93. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 5. AUSÊNCIA DE INVESTIGAÇÃO DO SUBSOLO LOGEAIS (1982) sugere que mais de 80% dos casos de mau desempenho de fundações em obras pequenas e médias estão relacionados à ausência de investigação do subsolo. Exemplos: Fundações em solos/aterros heterogêneos Estacas de tipo inadequado ao subsolo 6. INVESTIGAÇÃO INSUFICIENTE DO SUBSOLO
  • 95. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 7. PROBLEMAS DE PROJETO DAS FUNDAÇÕES Projeto de fundações A concepção de fundações é um misto de ciência e arte. Para o desenvolvimento de um projeto de fundações devem ser considerados diversos elementos.
  • 96. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 7-1. Topografia da área Levantamento planialtimétrico; Dados sobre taludes e encostas; Dados sobre erosões. 7-2. Dados geológicos Investigação do subsolo; Mapas, fotos aéreas; Estudos sobre experiências anteriores na área.
  • 97. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 7-3. Dados da estrutura a construir Tipo e uso da nova obra; Sistema estrutural; Cargas (ações sobre as fundações). 7-4. Dados relativos às construções vizinhas Tipo de estruturas e fundações; Número de pavimentos e existência de sub-solos; Possíveis conseqüências de escavações e vibrações provocadas pela nova obra.
  • 98. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 8. CUIDADOS NA EXECUÇÃO Escavação da obra abaixo das fundações vizinhas. Pode haver o desconfinamento das fundações e colapso parcial ou total da estrutura Ruptura de tubulações de drenagem e esgoto. Envio de efluentes ao solo. Faixas de erosão no terreno. Recalques ou colapso da construção (COPASA, Quimberlita).
  • 99. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES Problemas de correntes do processo executivo
  • 100. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 9. EVENTOS PÓS-CONCLUSÃO DAS FUNDAÇÕES ― Alteração no uso das edificações ― Ampliações não previstas no projeto original ― Alteração no uso de terrenos vizinhos ― Execução de grandes escavações próximas a construções
  • 101. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 10. TIPOS DE RECALQUES DIFERENCIAIS 10-1. Devido à erros de projeto Erro na previsão de recalques; Insuficiência nos levantamentos, sondagens e ensaios; Não consideração da heterogeneidade do solo; Não consideração da presença de aterro, entulhos ou fossas; Ignorar variações no nível do lençol freático.
  • 102. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 10-2. Devido à erros de execução Fundações profundas com terra solta na base; Desvio da ponta da estaca devido à presença de matacões; Falta de alargamento na base de tubulões. 10-3. Devido à problemas no solo Falta de homogeneidade do solo; Consolidação distinta do aterro; Fundação entre corte e aterro.
  • 103. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES COMO EVITAR ● Analisar terreno e vizinhança. ● Realizar ensaios com bases em conhecimentos geotécnicos e normas da ABNT. ● Considerar situações de corte e aterro. Especificar as cargas, os materiais, locais de implantação, os recalques admissíveis. Executar as fundações mais adequadas ao empreendimento com base nas cargas solicitantes e capacidade de carga do terreno.
  • 104. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES Rebaixamento do lençol freático; Adensamento de camadas profundas (solo mais mole); Carregamento desbalanceado na estrutura; Influência do bulbo de pressão da obra maior; Construção de anexo em época diferente da construção do prédio original.
  • 105. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 11. APARECIMENTO DE TRINCAS Sob o efeito de cargas externas todos os solos, em maior ou menor proporção de deformam. Se estas deformações forem diferenciadas ao longo do plano das fundações de uma obra, tensões de grande intensidade serão introduzidas na estrutura da mesma, podendo gerar o aparecimento de trincas.
  • 106. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 12. CONFIGURAÇÕES TÍPICAS De uma maneira geral, as fissuras provocadas por recalques diferenciados são inclinadas, confundindo-se às vezes com as fissuras provocadas por deflexão de componentes estruturais. Contudo, em relação às últimas, apresentam aberturas maiores, “deitando-se em direção ao ponto de maior recalque”. Esmagamentos localizados em forma de escamas e variação nas aberturas das fissuras. As trincas se estendem até o terreno de apoio das fundações; As trincas surgem nas duas faces da parede;
  • 107.
  • 108.
  • 120. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES EDIFÍCIO ANÊMONA Localizado na cidade litorânea de Ubatuba/SP.
  • 121.
  • 122. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES MÉTODOS DE REPARO ● Métodos para reforço de fundações são, em boa parte, adaptações dos sistemas já existentes. ● O principal cuidado na especificação e no projeto é permitir que as fundações originais e o reforço trabalhem como um sistema único.
  • 123. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES ESTACAS MEGA ● Os equipamentos utilizados são de pequeno porte; ● Podem trabalhar em espaços confinados e de alta dificuldade de acesso; ● A execução desta estaca não faz barulho, não utiliza água e nem refrigeração; ● São cravadas com o uso de macacos hidráulicos, ligados a unidades elétricas/hidráulicas de pequeno porte; ● https://www.youtube.com/watch?v=26fYtwQGfE8
  • 125. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES ESTACAS RAIZ ● Utilização de equipamentos de médio porte ou grande porte. ● A estaca raiz é uma estaca concretada “in loco”. ● É executada em direção vertical ou inclinada. ● Trabalham em locais de difícil acesso. ● Perfuração, com circulação de água, capaz de atravessar matacões, blocos de concreto ou embuti-las em rocha. ● O processo executivo desta estaca não causa vibrações, o que permite empregá-la em qualquer situação de obra industrial. ● https://www.youtube.com/watch?v=rQcQmq8caG4
  • 128. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES ALARGAMENTO DE BASE DE TUBULÃO ● Consiste no aumento da área de apoio do tubulão. ● Quando as armaduras existentes não são dimensionadas para a peça aumentada, pode ser realizado o chumbamento de ferragens com o emprego de resinas colantes para a aderência entre o concreto original e o novo.
  • 130. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES REFORÇO DO SOLO ● Os métodos mais comuns são os do tipo JET GROUTING; ● Melhoram características físicas dos solos, como resistência, deformabilidade e permeabilidade; ● O JET GROUTING é um processo capaz de no qual um jato da calda de cimento introduzido no terreno a alta pressão de tal modo a desagregar o solo misturando-se a este formando, assim, colunas de solo-cimento de alta resistência mecânica e baixa permeabilidade
  • 132. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES SUBSTITUIÇÃO DE FUNDAÇÕES ● Execução de novas fundações, com maior capacidade de carga que a original, sem que haja a necessidade de serem do mesmo tipo.
  • 134. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES A TORRE DE PISA Edificação inclinada mais famosa do mundo; Causas de sua inclinação: Solos instáveis; Fundação mal planejada; Construída no século XII: estudos de solo eram precários. Como consequência, não se sabia a profundidade que as fundações deveriam ter para se ancorar a torre em solo estável; Durante a construção, perceberam a inclinação e passaram a construir paredes mais altas no lado baixo para compensar visualmente, aumentando o carregamento no solo e a inclinação; Passou por reformas em 1997 para diminuir a inclinação, que aumentava a cada ano.
  • 136. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES Para prevenir a ocorrência de manifestações patológicas em solos e fundações, deve-se: Analisar não só o terreno, mas também as vizinhanças; Realizar sondagens adequadas com base em conhecimentos geotécnicos e nas normas ANBT; Adequar a fundação ao tipo de terreno; Considerar as situações corte/aterro; Especificar cargas, materiais, quantidades, locais de implantação, recalques admissíveis, etc; Acompanhar sinais patológicos ao longo da vida útil da estrutura, como trincas e fissuras.
  • 137. 137 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS PELA AÇÃO DA ÁGUA 1. GENERALIDADES • Prejuízos de caráter funcional da edificação; • Desconforto dos usuários e em casos extremos os mesmos podem afetar a saúde dos moradores; • Danos em equipamentos e bens presentes nos interiores das edificações; • Prejuízos financeiros. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
  • 139. ORIGENS PRESENTES NA: Umidade proveniente da execução da construção Confecção do concreto Confecção de argamassas Execução de pinturas Umidade oriunda das chuvas Cobertura (telhados) Paredes Lajes de terraços Umidade trazida por capilaridade (umidade ascensional) Terra, através do lençol freático Umidade resultante de vazamento de redes de água e esgotos Paredes Telhados Pisos Terraços Umidade de condensação Paredes, forros e pisos Peças com pouca ventilação Banheiros, cozinha e garagem
  • 141. ERROS DE CAUSAS MANIFESTAÇÕES PROJETO • Falta de impermeabilização • Pouco caimento para o escoamento das águas • A não consideração do efeito térmico sobre a laje • Manchas • Mofo • Gotejamento • Corrosão das armaduras da laje • Lixiviação do concreto • Descolamento de cerâmicas do piso • Desagregação do revestimento do forro EXECUÇÃO • Má execução de juntas • Rodapés mal executados – arremate inadequado da impermeabilização na platibanda ou muro • Ralos quebrados MATERIAIS • Rachaduras da platibanda provocam a penetração de água por baixo da impermeabilização • Materiais de baixa qualidade MANUTENÇÃO • Ruptura de ladrilhos cerâmicos • Entupimento de ralos • Vazamento de redes pluviais ou hidráulico sanitários por tubulação furada
  • 142. 142 A umidade em parede e pisos pode se originar conforme esses três meios: • Por vazamentos ou pela ruptura de canalizações de água fria, quente, esgoto e águas pluviais; • Pela penetração de água da chuva; • Pela percolação de água oriunda do solo, por ascensão capilar; PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
  • 143. .
  • 144. Provoca alteração na superfície, exigindo a recuperação ou até mesmo a necessidade de se refazer revestimentos, gerando grandes prejuízos financeiros; O crescimento de bolor está diretamente ligado à existência de umidade. É comum o emboloramento em paredes umidecidas por infiltração de água ou vazamento de tubulações; PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
  • 145. Para se evitar o surgimento do bolor, já na fase de projeto, devem ser tomadas medidas como a garantia de ventilação, iluminação e insolação adequada aos ambientes; Caso não seja possível prevenir, e o dano ocorra, é necessária a limpeza da superfície, com emprego de soluções fungicidas; Troca de materiais que estavam contaminados por outros que resistam a ação de crescimento do bolor. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
  • 146. O bolor é entendido como a colonização por diversas populações de fungos filamentosos sobre vários tipos de substrato, inclusive as argamassas inorgânicas (SHIRAKAWA et al., 1995). O desenvolvimento desses microrganismos em revestimentos internos ou de fachada causa alterações estéticas de tetos e paredes pela formação de manchas escuras, indesejáveis, pretas, marrons ou verdes, ou ocasionalmente manchas claras esbranquiçadas ou amareladas; A multiplicação de fungos pode provocar ao longo do tempo a deterioração da construção e o desencadeamento de alergias respiratórias e asmas em pessoas com predisposição. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
  • 147.
  • 148. Figura: Projeto no qual a ventilação dos banheiro está prejudicada.
  • 149. 149 2. UMIDADE NOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO As mudanças higroscópicas provocam variações dimensionais nos materiais de construção; o aumento de umidade provoca expansão do material e a diminuição da umidade contração. No caso da existência de vínculos, poderão ocorrer fissuras nos elementos e componentes do sistema construtivo. A quantidade de água absorvida por um material de construção depende dos fatores porosidade e capilaridade. As variações no teor de umidade de um material provocam movimentações irreversíveis e reversíveis. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
  • 150. 150 Movimentações irreversíveis e reversíveis: Movimentações irreversíveis: ocorrem geralmente logo após a fabricação do material e originam-se pela perda ou ganho de água até que se atinja a umidade higroscópica de equilíbrio do material fabricado. Movimentações reversíveis: ocorrem por variações do teor de umidade do material, ficando delimitadas a um certo intervalo, mesmo no caso de secar-se ou saturar-se completamente o material. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
  • 152. 152 Os problemas de umidade podem manifestar-se nas edificações em todos os seus componentes construtivos. Uma classificação, adotada internacionalmente, onde se procura conciliar a origem do fenômeno e a forma como este se manifesta é assim representada: umidade de obra; umidade de absorção e capilaridade; umidade de infiltração; umidade de condensação; umidade acidental. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
  • 153. 153 Umidade de obra Originada nos trabalhos de construção dos edifícios, mantendo-se durante um determinado período após o termino da obra, diminuindo depois gradualmente até desaparecer. Umidade de absorção e capilaridade Tem origem na absorção da água existente no solo pelas fundações das paredes e pavimentos, migrando para as fachadas e pisos. Umidade de infiltração Proveniente da água de chuva que penetra nos edifícios através dos elementos constituintes de sua envoltória exterior.
  • 154. 154 Umidade de condensação Se origina do vapor de água que se condensa nas superfícies, ou no interior dos elementos de construção. Umidade acidental Proveniente de vazamentos do sistema de distribuição e / ou coleta de águas da edificação. * A frequência da ocorrência destes tipos de umidade está associada à idade da construção, ao clima, aos materiais e técnicas construtivas aplicadas e ao nível de controle da qualidade realizado nas construções.
  • 155. 155 3. PATOLOGIAS DE UMIDADE As manifestações patológicas de umidade apresentam diversas formas de manifestação entre as quais pode-se citar: Manchas, bolhas e eflorescências Formação de bolor Aparecimento de fissuras e trincas
  • 156. 156 Manchas As manchas podem se manifestar acompanhadas ou não da formação de eflorescências ou vesículas. Para ocorrer a eflorescência, é determinante haver a presença e a ação dissolvente da água (FIORITO, 1994). As vesículas podem ser causadas por uma série de fatores tais como, a existência de pedras de cal não completamente extintas, matérias orgânicas contidas nos agregados, torrões de argila dispersos na argamassa ou outras impurezas (BAUER, 1994).
  • 157. 157 Manchas No caso de tintas impermeáveis, a eflorescência deposita-se entre a camada de tinta e a camada de reboco, desta forma, comprometendo a aderência entre ambas. Estas tintas são também responsáveis pela formação de bolhas que resultam da percolação da água através da alvenaria acumulando entre o revestimento e a tinta.
  • 158. 158
  • 159. 159 Aparecimento de fissuras e trincas As trincas provocadas por variação de umidade dos materiais de construção, entre um caso e outro, podem apresentar variação de abertura em função das propriedades higrotérmicas dos materiais e das amplitudes de variação da temperatura ou da umidade (THOMAZ, 1989); Um tipo de fissura bastante característico ocorre verticalmente no terço médio da parede, podendo ser causada tanto pela contração de secagem do componente de alvenaria quanto por suas movimentações reversíveis;
  • 160. 160 Em estudo realizado pelo IPT com blocos vazados de solo-cimento, pode-se constatar o aparecimento de microfissuras verticais nas paredes de blocos, após a ocorrência de chuvas que provocaram o umedecimento das paredes; Como os blocos haviam sido empregados na obra com idade superior a 90 dias, deduziu-se que as fissuras eram ocasionadas por movimentações reversíveis originadas pela brusca variação de umidade;
  • 161. 161 Movimentações reversíveis ou irreversíveis podem originar também destacamentos entre componentes de alvenaria e argamassa de assentamento em função de inúmeros fatores tais como, aderência entre a argamassa e componentes de alvenaria, tipo de junta adotada, módulo de deformação dos materiais em contato, propriedades higroscópicas desses materiais e intensidade da variação de umidade (THOMAZ, 1989);
  • 162. 162 Trincas horizontais também podem aparecer na base das paredes, onde os componentes de alvenaria em contato direto com o solo absorvem sua umidade, apresentando movimentações diferenciadas em relação às fiadas superiores que estão sujeitas à insolação direta e à perda de água por evaporação. Essas trincas quase sempre estão acompanhadas por eflorescências o que facilita seu diagnóstico; Outro tipo bastante característico de fissura causada por umidade é aquele presente no topo de muros pela absorção de água (de chuva ou mesmo de orvalho), uma vez que a argamassa do topo da parede movimenta-se diferencialmente em relação ao corpo do muro e acaba destacando-se do mesmo.
  • 163. • Quando se trata de umidade, os problemas podem estar presentes em todas as fases de uma edificação, desde o projeto até a manutenção; • É essencial que sejam corrigidos os defeitos na fase de projeto, a prevenção é a melhor solução; • A escolha dos materiais usados e tipos de sistemas construtivos ajudarão a prevenir o surgimento de danos por umidade, assim como uma impermeabilização de qualidade.
  • 164. • Deve-se ter atenção na escolha da impermeabilização, já que reparos e uma nova aplicação são dispendiosos; • É frequente a falha de não se dar atenção ao sistema de impermeabilização, gerando gastos superiores a primeira impermeabilização; • Também deve ser levado em conta o microclima em que se insere a edificação, o qual é de suma importância para se evitar a ação de água como a agente de patologias; • A incidência de chuva e vento pode variar de uma fachada para outra, exigindo características especiais e cuidados.
  • 165. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES FISSURAS CAUSADAS POR ALTERAÇÕES QUÍMICAS DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO 1. GENERALIDADES Os materiais de construção são susceptíveis de deterioração pela ação de substâncias químicas, principalmente as soluções ácidas. Edifícios que abrigam fábricas de laticínios, cervejas, álcool, açúcar, sal, celulose e produtos químicos em geral podem ter seus materiais e componentes seriamente avariados por essas substâncias. Nesses casos, as patologias manifestam-se frequentemente na forma de lixiviação.
  • 166. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 2. CARBONATAÇÃO Quando o concreto é exposto ao gás carbônico (CO2), a solução alcalina existente em seus poros pode ter seu pH reduzido; A alta alcalinidade (pH › 12,0) devida, principalmente, à presença de hidróxido de cálcio – Ca (OH)2 – proveniente das reações químicas de hidratação do cimento, pode ser reduzida; Ca (OH)2 + CO2 Ca CO3 (pH 9,4);
  • 167. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES A carbonatação neutraliza a natureza alcalina da pasta de cimento hidratada, prejudicando a proteção do aço contra a corrosão; Quando a frente com pH baixo atinge a superfície da armadura, a película passivadora é rompida, podendo haver corrosão; A extensão da carbonatação pode ser determinada com facilidade pelo tratamento de uma superfície recentemente exposta com uma solução de fenolftaleína – o Ca (OH)2 se torna rosa e a parte carbonatada incolor ;
  • 169. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 3. AÇÃO DE CLORETOS A presença de íons cloreto em estruturas de concreto armado é uma das principais causas da corrosão de suas armaduras; Além da água do mar e atmosferas marinhas, os cloretos podem estar presentes em águas industriais, aditivos aceleradores de pega que contenham Ca Cl2 , limpeza de pisos e fachadas cerâmicas com ácido muriático, etc; O íons cloreto agem tanto na fase inicial, com o rompimento pontual do filme passivador, como na aceleração da propagação do processo corrosivo;
  • 170. NBR 6118/2014 - Durabilidade. Classes de agressividade ambiental (CAA)
  • 173. Base de pilar de ponte próximo ao solo úmido
  • 174. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES O ingresso e a progressão dos cloretos no concreto podem ser explicados por um mecanismo duplo, de sucção e difusão; A difusão é o transporte da matéria através da matéria, como por exemplo a difusão de gases na atmosfera, em determinado ambiente; A difusão pode também ocorrer entre dois sólidos ou por um gás partículas através de um corpo sólido; O fenômeno pode ser estudado através das Leis de FICK, para modelagem da difusão com a distância e o tempo;
  • 175. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES Deterioração das armaduras Causada pela corrosão Decorrente de processos eletroquímicos; Intensifica-se com a presença de elementos agressivos; As edificações encontram-se inseridas em meios cada vez mais agressivos Ambientes industriais; Poluição das grandes cidades. 175
  • 176. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES Deterioração das armaduras As armaduras do concreto são invariavelmente instaladas nas proximidades da superfície; Indispensável para proteger as barras de aço do contato com o ambiente externo: Adensamento bem feito; Cobrimento adequado das armaduras. Esses cuidados são muitas vezes negligenciados. 176
  • 177. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES Ocorrência de fissuração Porta de entrada para a água e o ar/poluentes; Podem iniciar ou acelerar os processos de corrosão. As reações de corrosão produzem óxido de ferro Volume muito superior ao do aço; Ocorre perda de seção e de capacidade resistente do aço; O óxido de ferro expande e agrava as fissuras existentes no concreto; As fissuras podem evoluir para um quadro de lascamento. 177
  • 179. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 4. ALTERAÇÕES ENVOLVENDO A FORMAÇÃO DE PRODUTOS EXPANSIVOS Hidratação retardada das cales. Ataque por sulfatos. Reação álcali-agregado. Corrosão das armaduras de concreto.
  • 180. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 5. HIDRATAÇÃO RETARDADA DAS CALES Uma cal bem hidratada não apresenta óxidos livres de cal e magnésio, as cales mal hidratadas podem apresentar teores bastante elevados desses óxidos, que são ávidos por água. Se houver umidificação do componente ao longo de sua vida útil, os óxidos livres tendem a hidratar-se, ocorrendo um aumento de volume em torno de 100%.
  • 181. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES Em argamassas de assentamento a expansão pode provocar fissuras horizontais no revestimento, acompanhando as juntas de assentamento. Entretanto, o efeito mais nocivo está nos revestimentos em argamassa, cuja expansão tende a produzir danos generalizados no revestimento (fissuras, descolamento, desagregações e pulverulências).
  • 182. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 6. ATAQUE POR SULFATOS É o nome genérico de uma série de processos inter-relacionados e às vezes sequenciais que levam à decomposição da matriz cimentícia do concreto, ocasionando queda em suas propriedades mecânica, estabilidade dimensional e durabilidade. O aluminato tricálcico (C3A) , constituinte do cimento, pode reagir com sulfatos em solução formando um composto denominado etringita. Essa reação (C3A › 5%) é acompanhada de grande expansão. Para que a reação ocorra é necessária a presença de cimento, de água e de sulfatos solúveis (por isso a utilização conjunta de cimento e gesso é perigosa).
  • 184. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES Os sulfatos podem provir do solo, águas contaminadas, cerâmicas fabricadas com argilas com alto teor de sais solúveis, etc. A água pode provir da chuva em superfícies mal impermeabilizadas, umidade da edificação (lavagem de pisos, por exemplo), etc. As patologias são em forma de trincas horizontais e verticais, quase sempre em conjunto com eflorecências.
  • 186. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 7. FORMAS DE DEGRADAÇÃO DO CONCRETO DEVIDO AO ATAQUE POR SULFATOS Segundo METHA (2008), o ataque por sulfatos pode manifestar-se de duas formas: Expansão e fissuração do concreto; Diminuição progressiva de resistência e perda de massa.
  • 187. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 8. PREVENÇÃO CONTRA O ATAQUE POR SULFATOS Minimizar o acesso da água contendo sulfatos à estrutura (projeto estrutural, drenagem, barreiras, revestimentos); Produzir concreto de baixa permeabilidade (dosagem); Seleção de materiais cimentícios adequados (por exemplo, utilização de cimento resistente a sulfatos – RS, com baixo % de C3A); Produzir concretos com baixa relação água cimento.
  • 188. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 9. REAÇÃO ÁLCALI-AGREGADO (RAA) Não é um processo de deterioração pela ação direta do meio ambiente; A RAA é proveniente de reações químicas envolvendo os álcalis do cimento Portland (K2O e Na2O) e certos minerais silicosos reativos presentes no agregado; Provoca expansão e fissuração do concreto, levando à perda de resistência e módulo de elasticidade, podendo favorecer o aparecimento de outros processos de deterioração do concreto, como a carbonatação e corrosão das armaduras;
  • 189. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES Pipocamento e exsudação de um líquido viscoso (STANTON, 1940) na descrição de investigações de estruturas fissuradas de concreto na Califórnia; Manifestações patológicas percebidas em estruturas localizadas em ambientes úmidos, a presença de umidade é condição necessária ao aparecimento dessas manifestações; Alguns exemplos são barragens, pilares de pontes, quebra mares, galerias de águas pluviais, etc;
  • 191. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 10. PREVENÇÃO CONTRA A REAÇÃO ÁLCALI-AGREGADO (RAA) Uso de agregados não reativos. Uso de materiais (cimentos, principalmente) com baixo teor de álcalis.
  • 192. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 11. CHUVAS ÁCIDAS Os ambientes urbanos e industriais lançam na atmosfera uma série de compostos que podem precipitar de forma seca ou úmida na superfície das construções; As chuvas ácidas são resultantes da combinação de gases presentes na poluição atmosférica com hidrogênio presente na atmosfera sob a forma de vapor d’água; Os óxidos de enxofre produzem ácido sulfúrico (H2SO4) com pH entre 2,2 e 4,5 (a chuva normal tem pH aproximado de 5,0); As chuvas ácidas, ao atingirem as estruturas de concreto, podem provocar sua degradação, principalmente por dissolução da matriz cimentícia .
  • 193. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 12. ZONA DE ATMOSFERA MARINHA Apesar dessa região não estar em contato direto com o mar, nela as estruturas de concreto armado recebem uma quantidade razoável de sais, capazes de cria depósitos salinos na superfície, onde ocorrem ciclos de molhagem e secagem; Os ventos podem carregar os sais na forma de partículas sólidas ou como gotas de solução salina A quantidade de sais diminui em função da distância ao mar, reduzindo significativamente a partir de 700m (MEIRA, 2004); A forma mais frequente de degradação nesta zona é a corrosão das armaduras do concreto pela ação dos íons cloreto.
  • 194. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 13. RESUMO MECANISMOS DE DETERIORAÇÃO DO CONCRETO SKALNY (2007) Deterioração da superfície •Abrasão: movimento de objetos ou materiais (equipamentos pesados, grãos no silo) •Erosão: contato com partículas sólidas em suspensão em líquidos (linhas de esgoto) •Cavitação: formação e colapso subseqüente de bolhas de vapor (mudanças súbitas de direção do fluxo) Deterioração das armaduras •Corrosão do aço Deterioração dos agregados •Reação álcali-agregado Deterioração da matriz cimentícia •Ataque por sulfatos •Ataque pela água do mar •Ataque por ácidos •Carbonatação •Cristalização de sais
  • 195. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES FISSURAS CAUSADAS PELA RETRAÇÃO DE PRODUTOS À BASE DE CIMENTO 1. O FENÔMENO DA RETRAÇÃO A retração está associada à deformação em pastas de cimento, argamassas e concretos sem que haja qualquer tipo de carregamento; De uma forma geral, a principal causa da retração é a perda de água da pasta de cimento;
  • 196. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 2. FORMAS DE RETRAÇÃO Três formas de retração são as mais importantes em produtos à base de cimento: Retração química: a reação química entre o cimento e a água se dá com redução de volume ; - A hidratação do cimento resulta em produtos que possuem características de pega e endurecimento; - Os aluminatos (C3A) se hidratam a uma velocidade maior que os silicatos, sua rápida hidratação deve ser desacelerada de alguma forma (em geral, através do uso de gipsita); - Os silicatos (C3S e C2S) compõem cerca de 75% do cimento Portland, tendo papel dominante na taxa de desenvolvimento da resistência mecânica do concreto
  • 197. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES Retração de secagem: a quantidade excedente de água, empregada no preparo do concreto ou argamassa para a obtenção da trabalhabilidade necessária, permanece livre no interior da massa. Em sua evaporação ocorre retração de volume; - A retração é tanto maior quanto maior for a velocidade de evaporação da água, que depende da temperatura do ar, temperatura do concreto, umidade relativa do ar e velocidade do vento; - A saída da água do concreto endurecido, mantido em ambiente não saturado é a causa da retração por secagem; - Uma parte desse movimento é irreversível
  • 199. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES Retração por carbonatação: Ca (OH)2 + CO2 CaCO3 + H2O - A reação é acompanhada de redução de volume; - Um processo consequente da carbonatação, além da redução de alcalinidade, é a retração do concreto; - A retração proveniente da carbonatação é menos importante que a neutralização da natureza alcalina da pasta de cimento; - A carbonatação aumenta a retração em umidades intermediárias mas não a 25% e a 100%;
  • 201. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 3. RESTRIÇÃO E FISSURAÇÃO A restrição dos componentes de concreto pode induzir à compressão ou a tração, sendo a última a mais importante; Existem duas formas de restrição externas e internas; A restrição externa ocorre quando o movimento da seção de um elemento de concreto é total ou parcialmente impedido por elementos adjacentes rígidos; A restrição interna existe por gradiente de temperatura e umidade no interior da seção;
  • 202. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES Um exemplo de restrição interna é o de uma massa de concreto na qual se desenvolve o calor devido à hidratação do cimento; O calor é dissipado da superfície do concreto, ocorrendo um gradiente de temperatura na seção e uma retração diferencial entre a superfície e o interior do concreto; O fenômeno pode ocorrer quando grandes volumes de concreto simples (não armado) são lançados em barragens de gravidade (concreto massa), onde existe risco de fissuração térmica;
  • 203. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 4. CONCRETAGEM DE GRANDES MASSAS (BARRAGENS) A reação de hidratação do cimento, sendo exotérmica, provoca a elevação de temperatura em quantidades consideráveis; A quantidade de calor gerada é função do teor de cimento; O aumento de temperatura será tanto maior, quanto pior forem as condições de dissipação de energia térmica; A baixa dissipação gera tensões que podem levar à dissipação do concreto; As fissuras ocorrerão quando as tensões de tração desenvolvidas forem superiores à resistência à tração do concreto.
  • 204. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES O controle da temperatura de lançamento é uma das melhores formas de evitar fissuras térmicas nas estruturas de concreto; Uma técnica usual é adicionar gelo ou água gelada na betoneira, durante o preparo do concreto; O aumento de temperatura será tanto maior, quanto pior forem as condições de dissipação de energia térmica; O intervalo de lançamento entre camadas também é utilizado para o controle da temperatura máxima do concreto; As fissuras ocorrerão quando as tensões de tração desenvolvidas forem superiores à resistência à tração do concreto.
  • 205. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES GAMBALE, 1998
  • 206. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 5. FATORES QUE INTERVÊM NA RETRAÇÃO Composição química e finura do cimento: a retração aumenta com a finura do cimento , seu teor de cloretos (CaCl2 , normalmente empregado como aditivo acelerador de pega) e alcalis (K2O e Na2O). Quantidade de cimento adicionada à mistura: quanto maior o consumo de cimento, maior é a retração. Natureza dos agregados: maior retração para os agregados com maior poder de absorção de água (basalto e agregados leves, por exemplo).
  • 207. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES Granulometria dos agregados: quanto maior a finura dos agregados, maior será a quantidade necessária de pasta de cimento para recobri-los, e maior será , portanto, a retração. Quantidade de água na mistura: quanto maior for a relação água / cimento maior será a retração de secagem. Condições de cura: Se a evaporação da água iniciar-se antes do término da pega do aglomerante, a retração sofrerá grande aumento. Umidade relativa do ar: Nos ambientes mais úmidos a retração é menor.
  • 208. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES RECUPERAÇÃO E REFORÇO ESTRUTURAL I- CONCEITOS FUNDAMENTAIS A necessidade de reparar ou reforçar uma estrutura restaurando sua segurança e aumentando sua durabilidade tem sido cada vez mais comum porque: Estruturas mais esbeltas; Solicitações mais intensas;
  • 209. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES Ambientes mais agressivos; Consciência e maior conhecimento na manutenção; Recuperação ou aumento do valor imóvel; Inviabilidade de demolição e reconstrução; Mudanças de uso da construção.
  • 210. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES II- MATERIAIS 1. CONCRETO Requer um traço que altere para melhor algumas de suas características naturais. Podem ser necessárias: - altas resistências iniciais; - ausência de retração de secagem; - elevada aderência ao substrato; - baixa permeabilidade.
  • 211. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES A obtenção destas características pode se dar através de: - aditivos plastificantes, redutores de água, impermeabilizantes, etc; - adições minerais como escória de alto forno, cinzas volantes, microssílica,etc; - via de regra, baixa relação água/cimento. As exigências mencionadas reduzem a viabilidade de emprego de concreto dosado em canteiro para uso em reparos e reforços.
  • 212. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES A seleção do material depende do problema patológico em questão, características da região a ser reparada (horizontal, vertical, “sobre cabeça”), agressividade do ambiente, etc. 2. GRAUTES BASE CIMENTO Material fluido e auto adensável no estado recém misturado, formulado para preencher cavidades e subsequentemente tornar-se aderente, resistente e sem retração no estado endurecido.
  • 213. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES Conveniente para reparo em locais de acesso difícil ou em casos de seções densamente armadas. 3. ARGAMASSAS POLIMÉRICAS Argamassas de cimento Portland modificadas com polímeros. Podem ser formuladas com resinas acrílicas tipo metacrilato ou com resinas à base de PVA.
  • 214. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 4. ARGAMASSAS BASE EPOXI Toleram pH na faixa de 2,0 a 10,0. O epóxi tem boas propriedades físicas e mecânicas, além de ótima aderência a vários tipos de superfícies. III-PREPARO E LIMPEZA DO SUBSTRATO 1. PREPARO São tratamentos prévios das superfícies dos componentes estruturais.
  • 215. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES Exemplos: - Escarificação manual (talhadeira, marreta); - Disco de desbaste (lixadeiras rotativas); - Escarificação mecânica (martelete pneumático); - Lixamento manual (lixas comuns); - Lixamento elétrico (discos de lixa); - Escovamento manual; - Apicoamento com martelo.
  • 216. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 2. LIMPEZA DAS SUPERFÍCIES Conjunto de procedimentos aplicados sobre os elementos estruturais antes da aplicação dos materiais de reparo. Exemplos: - Jato de água fria sob alta pressão; - Jato de água quente sob alta pressão; - Jato de água sob baixa pressão; - Lavagem com soluções ácidas; - Lavagem com soluções alcalinas; - Remoção de óleos e graxas superficiais; - Jato de ar comprimido sob pressão; - Aspiração à vácuo.
  • 217. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES IV- TÉCNICAS DE APLICAÇÃO DO MATERIAL DE REPARO - Montagem de forma e preenchimento convencional; - Montagem de forma e bombeamento; - Encunhamento de argamassa seca (DRY PACK); - Agregado pré-colocado e grauteamento; - Concreto projetado via seca; - Concreto projetado via úmida; - Injeção de fissuras e/ou trincas; - Aplicação de sobrecapas (overlays).
  • 218.
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  • 223.
  • 224. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES V- TRATAMENTO DE FISSURAS 1. TÉCNICAS A ADOTAR Tratamento depende da causa. Fissuras ativas (variação de espessura). Fissuras passivas. Necessidade ou não de reforços estruturais. Superficiais (tratamentos mais simples). Nata de cimento com aditivo expansor. Profundas (resinas epoxídicas).
  • 225. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 2. OBJETIVO GERAL Criação de barreira (fissuras ativas e passivas). Impedir o transporte nocivo de líquidos e gases. Evitar o ataque às armaduras. 3. FISSURAS ATIVAS Eliminação da causa geradora (torná-la passiva) Não restabelecer o monolitismo. Fissuração em outro local.
  • 226. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES Vedação / cobrimento dos bordos externos. Preenchimento com material elástico e não resistente. Convivência com a patologia instaurada. Impedimento da degradação do concreto. 4. FISSURAS PASSIVAS Fechamento da fissura com material resistente / aderente. Injeção de resina epoxídica. Peça volta a ser monolítica.
  • 227. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 5. INJEÇÃO DE FISSURAS Exígiveis para aberturas maiores que 0,1 mm. Prenchimento do espaço formado entre as bordas da fenda. Fissuras passivas – materiais rígidos (epóxi ou grautes). Fissuras ativas – materiais elásticos (resinas acrílicas ou poliuretânicas).
  • 228. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 6. RESINAS EPOXÍDICAS Fissuras inativas – Produtos não retráteis. Alta capacidade resistente e aderente. Bom comportamento frente aos agentes agressivos. Endurecimento rápido. Bicomponentes líquidos – melhor qualidade.
  • 229. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 7. PROCEDIMENTO DE INJEÇÃO Abertura de furos ao longo do desenvolvimento da fissura. D = 10 mm e 50 mm ≤ l ≤ 300 mm. Limpeza da fenda (ar comprimido). Fixação de tubinhos plásticos nos furos. Selagem com cola epoxídica (espátula). Injeção tubo a tubo.
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  • 231. PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 8. COSTURA DE FISSURAS (GRAMPEAMENTO) Fissuras ativas (isoladas). Disposição de armaduras adicionais (grampos). Discutível (pode gerar fissuras em regiões adjacentes).