Diários do Desassossego retrata a condição da alma humana através das confissões expostas em cada um de seus poemas. Em cada verso sobressaem reflexões e uma sensibilidade que vai aflorando a cada página. Sintetiza angústias, sonhos, incertezas sem descanso.
O desassossego é parte do contexto humano. Mais que simples angústia, é a intuição da existência em toda a sua complexidade amorfa. Não existe trégua para o poeta, seu espírito apenas apreende o universo em seu vazio e o descreve conforme às próprias vistas, coisas reconhecidamente íntimas. A transformação que lhe sussurra às entranhas lhe empurra o mundo goela abaixo
A vida, um enigma a ser decifrado, não poupa a ninguém da dor. A perplexidade diante dela, que não oferece sossego aos que buscam respostas, deixa apenas o refúgio das sensações que estão atrás dos sentidos, constatações em preto e branco. Uma revelação às avessas, descobrindo a razão de todas as coisas no nada e na ausência. O desejo não tem outro papel que não o de se mover neste limbo.
A palavra desassossego refere-se a uma perturbação existencial presente na inquietação e incerteza inerentes a tudo o que é narrado. O livro assume dimensões inesperadas tal como uma bíblia sem deus, numa eterna brevidade contínua. O poeta repleto de dúvidas e hesitações parece estar sempre à procura de algo, mas não sabe exatamente o quê. Um balanço sobre a vida, a solidão, o amor, a saudade. Um livro vivo, intrigante, envolvente, interminável. Definitivamente perturbador.
Todos nós desejamos encontrar o amor, não qualquer amor, o amor possível. O amor pode estar aqui, ali ou acolá. Sonhamos com alguém para realizar sonhos, dividir momentos. Alguém que nos compreenda, nos apoie, nos guie nos momentos difíceis. Alguém que nos ame! O amor parte de nós. O amor está nas pequenas coisas, no cotidiano, nas palavras, nas ações. Um amor que se entrega aos poucos e que será sempre possível para aqueles que insistem em não desistir da humanidade
A arte pictórica e de imagem, bailado
e canto, são os três pilares do
edifício que queremos que perdure
através da fundação Henrique
Leote, instituída oficialmente há três
anos, para perpetuar a conservação
e vivência do Convento de São Paulo
no período contemporâneo à ordem
que aí construiu e viveu.
A mística desta exposição de Maria
Sobral Mendonça, que hoje se inaugura,
integra-se no espírito da
conservação da igreja do convento
como uma ruína viva, infelizmente
despojada dos seus tesouros de
outrora mas agora guarnecida por
manifestações culturais que a
consagram e perpetuam.
Com a sua pintura abstracta que
nos transmite muitas e variadas
sugestões, a pintora encoraja-nos
no caminho da elevação com o seu
toque terreno indispensável à nossa
vivência no quotidiano.
Henrique Leote
Todos nós desejamos encontrar o amor, não qualquer amor, o amor possível. O amor pode estar aqui, ali ou acolá. Sonhamos com alguém para realizar sonhos, dividir momentos. Alguém que nos compreenda, nos apoie, nos guie nos momentos difíceis. Alguém que nos ame! O amor parte de nós. O amor está nas pequenas coisas, no cotidiano, nas palavras, nas ações. Um amor que se entrega aos poucos e que será sempre possível para aqueles que insistem em não desistir da humanidade
A arte pictórica e de imagem, bailado
e canto, são os três pilares do
edifício que queremos que perdure
através da fundação Henrique
Leote, instituída oficialmente há três
anos, para perpetuar a conservação
e vivência do Convento de São Paulo
no período contemporâneo à ordem
que aí construiu e viveu.
A mística desta exposição de Maria
Sobral Mendonça, que hoje se inaugura,
integra-se no espírito da
conservação da igreja do convento
como uma ruína viva, infelizmente
despojada dos seus tesouros de
outrora mas agora guarnecida por
manifestações culturais que a
consagram e perpetuam.
Com a sua pintura abstracta que
nos transmite muitas e variadas
sugestões, a pintora encoraja-nos
no caminho da elevação com o seu
toque terreno indispensável à nossa
vivência no quotidiano.
Henrique Leote
Revista anual sobre nova coleção, alguns conteúdos e artigos sobre o universo e atividades AKA arte Direção: Aka Arte Design: Nuno Quaresma Colaborações: Ana Fernandes, Jorge Franco, Jorge Moreira, Ana Fina, Artur Simões Dias, Pedro Afonso Silva, Simão Carneiro, Clo Bourgard, Sara Silva, Hugo Alexandre, Elisabete Gonçalves, Tania Estrada, Mariana Adão da Fonseca, Catarina Vieira Pereira, António Maria Sousa Lara, Ricardo Raposo, Jack CJ Simmons Impressão: C.C.Alfragide Tiragem: 100 exemplares Junho 2015
Antologia Poética- Poetas em construção vol.1Stéphanie Neves
Autores:
Antônio Carlos Policer
Tainá Figueiró Lemos
Maximiliano da Rosa
Girvany de Morais
Maria de Fátima Souza
Jone Lacerda Sumaila
Vinicius Pereira Martins
ROsa dos Ventos
Moniz Mussunda João
Daniela Silva
Juan Carlos Pamplona Rios
Luke Taylor
Valdemir Henrique Policer
José Augusto Santos Sanches
Poliana Zamboni de Jesus
Rosa dos Ventos
O Floral Poético - Com outra apresentação mais atual.Daniel Amaral
Poesias de Daniel Amaral. Essas são as poesias que há anos publico no RECANTO DAS LETRAS em: http://www.recantodasletras.com.br/autores/DanielAmaral e no meu site em: http://www.amorepoesia.org.
Antologia Poética- Poetas em construção vol.2Stéphanie Neves
Autores da antologia:
Mel Fonseca
Lucas da Costa
Geovane de Marco Nascimento
Sílvio Romão Liliputiano
Ricardo Melo
Igor Nogueira
Rafael Ramalho do Amaral
André Luiz Gama
Laís Mendes
renivaldo de jesus
Odair Mendonça
Miguel Rosema
Stéphanie Neves
Poeta Mbiyavanga
Cláudio Mayimba
Guilherme Suabrizar
Renivaldo de Jesus
Com "Gotas Poéticas" o autor marca a segunda incursão pelo caminho da poesia... são composições em estilo moderno que comportam um pouco do elemento sensual, irracional, absurdo e lírico que compõem as obras de artes... são versos feitos sem pretensão literária.
Revista anual sobre nova coleção, alguns conteúdos e artigos sobre o universo e atividades AKA arte Direção: Aka Arte Design: Nuno Quaresma Colaborações: Ana Fernandes, Jorge Franco, Jorge Moreira, Ana Fina, Artur Simões Dias, Pedro Afonso Silva, Simão Carneiro, Clo Bourgard, Sara Silva, Hugo Alexandre, Elisabete Gonçalves, Tania Estrada, Mariana Adão da Fonseca, Catarina Vieira Pereira, António Maria Sousa Lara, Ricardo Raposo, Jack CJ Simmons Impressão: C.C.Alfragide Tiragem: 100 exemplares Junho 2015
Antologia Poética- Poetas em construção vol.1Stéphanie Neves
Autores:
Antônio Carlos Policer
Tainá Figueiró Lemos
Maximiliano da Rosa
Girvany de Morais
Maria de Fátima Souza
Jone Lacerda Sumaila
Vinicius Pereira Martins
ROsa dos Ventos
Moniz Mussunda João
Daniela Silva
Juan Carlos Pamplona Rios
Luke Taylor
Valdemir Henrique Policer
José Augusto Santos Sanches
Poliana Zamboni de Jesus
Rosa dos Ventos
O Floral Poético - Com outra apresentação mais atual.Daniel Amaral
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Antologia Poética- Poetas em construção vol.2Stéphanie Neves
Autores da antologia:
Mel Fonseca
Lucas da Costa
Geovane de Marco Nascimento
Sílvio Romão Liliputiano
Ricardo Melo
Igor Nogueira
Rafael Ramalho do Amaral
André Luiz Gama
Laís Mendes
renivaldo de jesus
Odair Mendonça
Miguel Rosema
Stéphanie Neves
Poeta Mbiyavanga
Cláudio Mayimba
Guilherme Suabrizar
Renivaldo de Jesus
Com "Gotas Poéticas" o autor marca a segunda incursão pelo caminho da poesia... são composições em estilo moderno que comportam um pouco do elemento sensual, irracional, absurdo e lírico que compõem as obras de artes... são versos feitos sem pretensão literária.
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Quem conhece Sergio Almeida e procura lógica entre o que escreve e o que pensa, desista, pois será uma tarefa inglória e, certamente, acabará sucumbindo sem respostas. Quem tiver o desejo de identificar o que o move e buscar alguma coerência ou alguma razão no que escreve, esqueça, pois encontrará tantas respostas que vão sobrar dúvidas.
O que escreve habita entre a dúvida e o momento da decisão. É neste pequeno espaço do pensamento, do inconfessável que Sergio brinca com as palavras e faz o leitor tropeçar nos pensamentos subterrâneos. O poeta desfila “pessoas esfinges” que trazem sinais do tempo, das emoções e das forças que movem os seres. A busca pelo prazer ou simplesmente pelo deserto do dia seguinte.
Sergio busca nas vísceras dos seres que habitam o seu poema os elementos do mundo contemporâneo. E, ao contrário do processo de mumificação dos faraós, onde o cérebro era retirado pelo nariz, Sergio retira os versos. Prefere a frieza do vazio para mostrar o avesso.
Leia e tente decifrar como Édipo desvendou os segredos da esfinge. No entanto tenha cuidado para não ser devorado pelas FILHAS DO SEGUNDO SEXO.
Dois é o número natural que segue o um e precede o três. Dois é o primeiro número primo e é o único que é par. A dualidade de todas as coisas é uma noção importante na maioria das culturas e religiões. A mais comum dicotomia filosófica talvez seja aquela que opõe o bem e o mal. Na dialética hegelliana o processo de antítese cria duas
perspectivas a partir de uma. Na filosofia de Pitágoras, a díade é a segunda coisa criada. Na química o 2 é o número atômico do hélio, um gás nobre.
Dois é um livro que coloca em cheque tudo o que pensamos sobre o amor. Reúne em seus poemas um pouco de nossas obsessões mais íntimas com uma percepção em linhas intocáveis e afiadas. A beleza do mito do amor é seu mistério inacessível, seu enigma não decifrado.
A vida a dois nos traz instantes de ternura soprados pelo vento que quando menos esperamos invade sem pedir licença nossa casa. Sensações diversas passam a rondar nosso terreno. O amor, sem dúvida, é o sinalizador do prazer, uma força que quebra as trevas e traz conforto. O amor é a poesia dos sentidos. O calor do seu toque, a
magia do desejo intenso, a essência poética e amorosa. O amor do aconchego, da harmonia, da fantasia, da necessidade, das carícias. Escrever sobre o amor é romper a tranca da clausura dos preconceitos, dos enganos e desenganos, do livre arbítrio, da perplexidade perante as diferenças, dos sofrimentos sem medidas e sem fronteiras.
Todo o fascínio e toda dificuldade de ser um casal, reside no fato do casal encerrar, ao mesmo tempo duas individualidades e uma conjunção diante dos desencontros, das armadilhas, das inseguranças inerentes à vida. O casal contém dois sujeitos, dois desejos, duas inserções no mundo, duas percepções do mundo, duas histórias de
vida, dois projetos de vida, duas identidades individuais que, na relação amorosa, precisam conviver como uma conjunção. Precisa ser um desejo conjunto, uma história de vida conjugal, um projeto de vida do casal, uma identidade conjugal. Como ser dois sendo um? Como ser
um sendo dois?
2. canto um refrão triste.
pelo chão resquícios
de uma noite insone,
pelas paredes sinais
de impossíveis probabilidades
originadas no útero
da minha descrença,
no coração das minhas fraquezas,
entre a demência e a dormência.
algumas certezas
precisam ser sacrificadas.
os sorrisos já se foram,
carregam o peso de um pretérito
interminável.
insustentável leveza.
muito passado,
escasso presente,
nenhum futuro.
* * *
3. vivo recolhendo coisas pelas ruas,
reunindo minhas humanas incertezas
abortadas de meu coração vazio
que não entende coisa alguma de nada.
na alma toca um blues
por aqueles que se foram
em infelizes destinos excomungados
nas encruzilhadas do tempo.
vejo a festa e o contentamento
que fugazes escaparam de minhas mãos
e se esvaneceram em olhares confusos,
em alegrias provisórias.
procuro o significado de estar vivo
somente para encontrar
absolutas verdades ocultas
em antros de mentiras declaradas.
nesta busca insana
encontro realidades concretas
que abstratas me sentenciam,
me deserdam.
de que me servem as certezas
paridas de em algum momento de lucidez?
sou apenas um peregrino mendigando
o alívio de retóricos venenos.
* * *
4. escura bruma que a noite produz,
o vazio neste bar perdido
em uma rua perdida.
minhas lembranças mais secretas
são estrelas caídas
de um céu sem piedade.
querendo ou não
sou parte deste drama
que a vida usa para dar
um sentido mais trágico
ao cotidiano.
como quem aguarda
os passos intermináveis das horas,
destilo silêncios, respiro surpresas,
fantasiando meus impossíveis
e recolhendo meus absurdos.
não há mais motivo ou propósito,
estou sobre um campo minado
à deriva pelas esquinas
dos meus próprios desvarios.
sílabas mortas, frases rotas,
monólogos
que pronuncio ou mesmo que calo
envoltos nas pétalas aveludadas
das flores da ilusão.
abro meus olhos cansados com esforço
e sinto um peso no ar, nas chamas
5. das minhas fomes.
desassossegos, abandonos indiferentes
aos mendigos que comem lixo nas praças.
tristeza com hálito de ribaltas antigas
de um teatro em ruínas,
abandonado a segredos densos,
alcovas gélidas onde perambulam
anjos deserdados.
alimento dragões
nestas noites de junho,
subverto a pauta do desejo,
bebo a doce violência
que escorre pelas ruas.
sou como o silêncio que habita a cidade,
desato nós, silencio desordens,
ouço os rios, dobro o riso, as blusas
como se dobrasse o tempo.
surpreendo os vazios, escuto gemidos,
recorto os versos
de qualquer santidade.
despertenço, desinvento a palavra amor.
* * *
6. ando só pelas ruas desta cidade fria e vazia.
carrego comigo o hiato das impossibilidades
e a carga dos desenganos que fazem
da noite de sábado um proscênio solitário.
encarnação de vazios, deixo para trás
pontos de interrogação e concluo
que há muita incerteza nos caminhos
que se abrem à minha frente.
dialogo comigo mesmo, danço a coreografia
dos absurdos, réquiem inevitável
de um futuro que nunca existirá,
passos em terra de ninguém.
na praça dos consolos inúteis
distribuo a piedade que só os miseráveis
são merecedores, na minha andança
sem fim recebo do passado arrepios,
os sorrisos compartilhados são a véspera
dos desassossegos futuros.
ando sem rumo por ruas movimentadas
tentando olhar dentro dos olhos
das minhas verdades e sentindo
a batida do martelo dos remorsos
que só as escolhas erradas trazem.
fragmentos de promessas espalhadas
pelo chão, vestígios pelos muros
7. de possibilidades impossíveis
originadas no âmago das minhas covardias.
ando só e por aí me perco, uso a bússola
da minha inquietude, sigo as placas
dos meus medos, arranco da memória
uma fatia de sonhos que está guardada
em um frigorífico abandonado
e que quebra quando a toco, algumas coisas
são tão sagradas que não podem ser tocadas.
ando sem rumo, rumo ao improvável,
por alamedas, atalhos, pontes
e abismos que me conduzem.
andanças intermináveis, pelo caminho
questões sem respostas,
respostas sem perguntas,
coisas que não são nada,
nadas que me deixam mudo,
promessas que ouço do luar,
das gotas da chuva que nunca choveu.
estrada feita de horas e horas, o vento
e suas navalhas cortam constelações ilegíveis,
o espelho da finitude desfilando
vácuos inefáveis como se o passado
e o presente andassem de mãos dadas
sorrindo e falando alto nos corredores
desertos da minha intranquilidade:
a sagração de um vazio
8. que nega a si mesmo.
ando só e sem destino
sob a passarela fúnebre
deste céu de possibilidades mortas
e paixões cegas, enxergo a dureza
dos muros, os papéis levados
pelo vento e os automóveis, converso
comigo mesmo em profundo silêncio,
respiro a textura de um adeus
que faz a alma se encolher
até um canto qualquer
como um detento sem ambição
e sem propósitos, como quem
espera por alguém que não existe.
me prendo a ilusões que escapuliram
de minhas mãos como se nada mais
fosse possível, uma nuvem de poeira
formada por escombros de promessas
não cumpridas sufoca
as minhas esperanças e asfixia
o meu futuro e minhas escolhas absurdas.
tenho uma fascinação pelas coisas
que não existem mais, pegadas invisíveis
pelo chão despedaçado
de um caminho confuso, sonhos fatiados
pela lâmina inexorável dos impossíveis,
minutos perdidos e areias antigas
9. de ampulhetas emperradas pela desatenção.
encho a taça trincada
pelo grito dos desesperados
e brindo a chegada
da minha própria demolição.
* * *
10. deslizo desnudo,
sem rumo, sem prumo,
aos ventos.
singro, sangro
sem tino, sem norte,
à sina, à sorte.
naufrago, calado, mudo,
sempre existirão
tormentas, tormentos.
sinto o cheiro
do que se foi,
do que se espera
em cada primavera,
a forma perdida
procura seus etcéteras
nos ritmos da matéria,
no fora, no dentro,
em algum lugar
onde o avesso
do inverso
insiste em ficar.
agarro o grito
agudo que brota
11. curto da garganta.
sussurro
o espasmo lento
de um gemido surdo.
assomam as sombras
insones, sortidas
em meio ao escombro.
* *
*
12. suave, reluzente; era assim que guardava
tua imagem sob o mármore negro da noite.
dias e quilômetros nos separavam,
restaram inquietações no horizonte oblíquo
das interrogações, limites projetados
nas minhas mais arrogantes ambições.
muita coisa mudara, delicadas esperanças,
inexplicáveis emoções, minha paz desaparecia,
minha calma se dissolvia, calculava tempo,
distâncias, particularidades, horas a fio
te imaginava sob o céu sedoso cor de cobre.
a ansiedade tem nome de mulher
e preta é a tarja da caixa que guarda
o sono dos anestesiados.
sonhos se confundem com fragmentos
da realidade confusa e resquícios
de amnésia, reticências do inefável.
vestia-me, olhava o espelho, nas mãos
as chaves, o cotidiano, a procrastinação.
* * *
13. o pretérito é um gigantesco oco,
a vida é um sumidouro
onde o destino não mede
a insolvência do tempo.
* * *
14. na luta diária, tropeços,
pedras, nuvens, ventanias,
gasto meu tempo, perjuro,
gasto meu grama de coragem,
meu punhado de futuro.
sigo com o olhar atento,
como quem leva a urgência
de um recado, resoluto,
cumprindo algum mandado
por força do insondável absoluto.
entre as colunas da tarde
calcinadas de lástimas,
entre as paredes, descrente.
um sol melancólico queima
onde ninguém pode ser indulgente.
entre os devassados
esconderijos que busco
entre a sede e a bebida
se vai sem perceber um dia,
um mês, um ano, toda uma vida.
perdulário das horas, dos minutos,
do mundo que eu não soube decifrar,
troco por incerteza o ar errante
e por força do hábito
troco o porvir por um instante.
15. dos passos em que cego me revelo,
a cada queda me recobro,
preservo o fogo que em mim dura,
no qual forjo, sem medo ou angústia
as faces da máscara futura.
na treva em que me embrenho
sem saber quem sou, existo.
nas vertigens do alento,
sobre as curvas do caminho
ultrapasso a curva do momento.
outro céu, outra fome, outro corte,
por não saber quando parar,
giro e oscilo entre penhascos,
busco solução na chuva e no ar
por não haver alívio para os meus ascos.
* * *
16. ando pelas ruas molhadas
sob a noite fria.
a cada passo o peso
das histórias mal resolvidas
e dos sonhos deixados para trás.
o toque da noite é frio,
futuro mutilado, metades perdidas
que eu arrasto pelas ruas.
ausência de cores, sonhos impossíveis,
um sorriso forjado no rosto.
contagem lenta e regressiva
dos dias, fome infinita do destino.
no túnel escuro das madrugadas
as mãos geladas nos bolsos furados,
contemplo sombras que gemem,
ouço os lamentos do vazio,
o amor em lençois encardidos.
os loucos não mentem.
* * *
17. Este livro está a venda em: http://sergioprof.wordpress.com
* * *
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