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Nº 6 _ 08 de janeiro de 2021
“Na cosmologia dos Karajá conta que eles moravam numa aldeia, no fundo do rio, onde viviam e
formavam a comunidade dos Berahatxi Mahadu, ou povo do fundo das águas. Um espaço restrito e frio.
Interessado em conhecer a superfície, um jovem Karajá encontrou uma passagem, inysedena, lugar da mãe
da gente (Toral, 1992), na Ilha do Bananal. Fascinado pelas praias e riquezas do Araguaia e pela existência
de muito espaço para correr e morar, o jovem reuniu outros Karajá e subiram até a superfície.
Tempos depois, encontraram a morte e as doenças. Tentaram voltar, mas a passagem estava
fechada, e guardada por uma grande cobra, por ordem de Koboi, chefe do povo do fundo das águas.
Resolveram então se espalhar pelo Araguaia, rio acima e rio abaixo. Com Kynyxiwe, o herói mitológico que
viveu entre eles, conheceram os peixes e muitas coisas boas do Araguaia.
Depois de muitas peripécias, o herói casou-se com uma moça Karajá e foi morar na aldeia do céu,
cujo povo, os Biu Mahadu, ensinou os Karajá a fazer roças.”
“É preciso usar a cultura para afastar o ódio, a ignorância e eliminar as desigualdades”. As
desigualdades se eliminam em nosso tempo atual com organização, com comunicação, com extensão e
com amor. O Bombeiro Agroecológico que esteve entre vocês facilitando este curso não passou pelo ritual
de iniciação masculina, conhecido como Hetohoky, mas possui a consciência de um jovem Karajá que teve
a orelha furada para carregar por toda sua vida a responsabilidade pela comunidade, pelo seu povo.
Educação não é status é plataforma, e neste almanaque de tecnologias sociais camponesas busco
reforçar a comunicação de campo destes 4 dias em que tivemos juntos.
Em todo mundo o camponês resistiu e é uma juquira resiliente que nasce em meio a devastação
após o fogo criminal e com mesquinha negligência governamental, incauto diante da riqueza de seu
patrimônio (Ter) natural, aberto e cobiçado pelo mundo na corrida biotecnológica. Solo é Bioma e o clima é
parte de toda esta fitossociologia que presenciei no parque Cantão e na Faz. Eco Araguaia. Não entender
esta Natureza, suas plantas, seus minerais, sua microbiologia qualquer que seja o investimento nestas terras
estará fadado ao fracasso, mesmo que se utilize das mais avanças das tecnologias, pois continuará a
desestruturação crescente da sabedoria e da vida no solo. Sem solo vivo não se constrói civilizações.
Capacitação: Saúde no Solo e Cromatografia Camponesa
_1ª Semana de Conexão Rural e Natural_
Saberes e Sabores – 17 a 23 dezembro 2020 Caseara - TO
A Natureza criou os teus conscientes, que por ela se entrega, e que por ela também se morre, e
morreremos todos se na lucidez do caminhar não sucumbirmos por não compreender a capacidade
autopoiética de cada um e dela mesma, que no metabolismo em essência, é primordial para expressa-se
na Euritmia e no trabalho e no alinhamento negentrópico, Sintropia que cria e edifica a arte camponesa de
colorir o solo e a espiritualidade de todo Ser. Fora disso, é alienação e consumo sem fim. Vida mecânica
que o tempo vai envelhecendo e vamos agindo sem pensar, sem amor ao próximo...
“De acordo com Steiner: Na Euritmia, apresentamos na forma e no movimento do organismo humano uma
prova externa direta da participação de um homem/mulher na vida do mundo supersensível. Quando as pessoas fazem
euritmia, elas estão diretamente ligadas ao mundo supersensível. Sempre que a arte é formada a partir de uma
convicção verdadeiramente artística, testemunha a conexão do ser humano com o mundo supersensível. (Dornach, 12
de setembro de 1920”). O que fizemos juntos nestes 7 dias de curso, contando com o amigo Miguel, foi pura
Euritmia.
Para entendermos a importância de uma capacitação em Saúde no Solo, é que dedicamos a fazer
dele sempre um marco renovador, regenerador e construtor de conhecimentos, de Vidas, através da
curiosidade e paixão pelos estudos. Para isso é preciso trazer ao debate, os impactos da modernidade
fatídica, bem ao fundo de suas hostilidades urbanas (violência, ódio, perda de valores éticos..), hoje, muito
mais compreensíveis pela grande febre pós-celular (pós Covid-19), a destampar na sociedade o caótico
volume químico, que cada vez mais se familiariza aos desarranjos intestinais do Antropoceno.
Existe uma história sombreada pela sociedade de domínio industrial & militar da destruição da
cultura, da natureza e das tradições de vivência em comunidades tradicionais e rurais no mundo pela
industrialização e Capitalismo vigente, e que busco neste trecho de ‘A Grande Transformação’ de Kanl
Polany uma tentativa de compreender: “A Revolução Agrícola antecedeu definitivamente à Revolução Industrial.
Tanto os cercamentos das terras comuns quanto as consolidações dos arrendamentos compactos, que
acompanhavam o novo e grande avanço nos métodos agrícolas, acarretavam resultados muito perturbadores. A guerra
contra as habitações do campo, a absorção das hortas e terrenos que rodeavam essas habitações e o confisco dos
direitos sobre as terras comuns privaram a indústria doméstica (hoje, em nossa realidade agroindústrias familiares)
de seus dois esteio: os rendimentos familiares e o “pano de fundo” agrícola. Enquanto a indústria doméstica era
suplementada pelas facilidade e amenidades de um canteiro de horta, um pedaço de terra ou direitos de pastagem, a
dependência do trabalhador aos rendimentos monetários não era absoluta. Fazia uma diferença enorme ter um lote de
batatas ou de “gansos teimosos”, uma vaca ou até mesmo um burro pastando nas terras comuns, e os ganhos
familiares eram uma espécie de seguro contra o desemprego. A racionalização da agricultura desenraizou
inevitavelmente o trabalhador e solapou a sua segurança social”. (p. 99/110).
O “Speenhanland* precipitou uma catástrofe social” que acendeu o pavio industrial e fez a era do
Antropoceno eclodir, e o “mais impressionante ainda de que as explosões de dor e de ira que poetas e
filantropos expressaram, foi o gélido silêncio de Malthus e Ricardo, que ignoraram o cenário no qual nasceu
a sua própria filosofia de danação secular”. Recordamos que, “na grande obra de Adam Smith, a assistência
social ao pobre ainda não era um problema”. Assim, “mergulhado nesse lamaçal de miséria, o camponês
imigrante, ou até mesmo o antigo pequeno proprietário rural ou o operário, logo se transformava em um
indefinível animal do pântano (favela). Não era porque se lhe pagava muito pouco, ou até mesmo porque
trabalhasse muitas horas – embora ambas as coisas ocorressem às vezes e em excesso - , mas sim o fato
de ele viver agora em condições físicas que negavam as própria forma humana da vida. Os negros das
florestas africanas que se viam enjaulados, lutando pelo ar nos porões dos navios negreiros (hoje sendo
mortos nas periferias das metrópoles brasileiras por PM corruptos), deviam sentir o mesmo que essas
pessoas, e, no entanto, nada disso era irremediável.” O Trabalhador “herói”, não tem escola, saúde, moradia,
nem respeito dos políticos que lhes roubam os impostos...
A negação de toda estrutura do Capital (modelo reducionista particularizado) fica mais evidente agora
para um jovem estudante de Agroecologia que inicia sua consciência com a saúde no solo onde também
inicia a agroecologia camponesa e que começa a possuir uma visão holística desta complexidade social
buscando transformá-la. José Lutzenberger dizia, “Só uma visão sistêmica, unitária e sinfônica poderá
nos aproximar de uma compreensão do que é nosso maravilhosos planeta vivo”.
“A Globalização está em função de sequestrar a construção da história e da memória dos povos.
Uma pessoa que não participa da construção de sua história jamais poderá desenvolver ou aflorar
consciência” e é neste sentido que os camponeses serão perseguidos pela sociedade industrial que perdeu
o rumo do progresso quando rebaixa a importância da ultrassociabilidade deles em produzir sua energia
vital: os alimentos para a sobrevivência e inclusão sócio/econômica.
O mundo virou um Grande Mercado. “A natureza no seu sentido físico, foi conscientemente excluída
por Smith dos problemas da riqueza”, dizia ele: ‘Qualquer que seja o solo, o clima, ou a extensão de território
de qualquer nação particular, a abundância ou escassez de seu abastecimento anual, nessa situação
particular, deve depender de duas circunstância, a saber, a capacidade do trabalho e a proporção entre os
membros úteis e ociosos da sociedade. Não é o fator natural que conta, mais apenas o fator humano. A
economia política deveria ser uma ciência humana, deveria lidar com o que é natural ao homem, e não à
natureza’. A realidade hoje é nua e crua, como um garimpo, e diariamente assistimos à destruição e
comercialização da Natureza. A nova geração já começou a defendê-la e com elevada consciência.
A sustentabilidade de fato passa pelo equacionamento da questão agrária; das orientações mais
sábias de exploração dos recursos naturais presentes nos territórios e na socialização de seu materialismo
vital; como também em definir o modelo de agricultura que assegure as inter-relações sociais/natureza em
que “a água/solo, nosso primeiro coração, gera a espiritualidade ultrassocial do Biopoder Camponês e a
agroecologia impede a destruição da vida, da espiritualidade, do solo e da própria consciência do Biopoder
Feminino e Camponês pelas violências estruturais da sociedade industrial inconsciente ou heteronômica”.
A nobreza do ser humano como também uma saída para deixarmos de ser guiados pelos discursos
declinacionistas** proferidos por tecnocratas especuladores mora no apaixonar-se pelo conhecimento. E
que ele seja cada vez mais para todos e todas.
Bom proveito e estudos.
Oliver Naves Blanco – Agroecólogo Huarache
Org. Juquira Candiru Satyagraha
Aos amigos/as Guilherme, Manu/Irmão/Mãe, Maria, Zé, Plínio/Didi, Miguel/Pit, e Manoel e Maria José com carinho...
'Ofereço-me para cooperar com amor a fim de compartilhar a abundância de meu coração.' 'Comunico-me sem apegos e descubro a harmonia de evoluir na Terra.'
1. Biofertilizantes fermentado (Biomanufatura camponesa)
Os biofertilizantes são super adubos líquidos com muita energia
equilibrada e em harmonia mineral. São preparados a base de merda de vaca
muito fresca, dissolvida em água e enriquecida com soro ou leite, cinza ou
Fosfito, e melaço (açúcar), que tem posto a fermentar por vários dias em
tonéis ou tanques de plástico (“bombonas”), por dentro de um sistema
anaeróbico (sem a presença de oxigênio) e muitas vezes enriquecidos com
farinhas de rochas moídas ou alguns sais minerais ou sulfatos, como os
sulfatos de magnésio, zinco, cobre e outros metais essenciais.
Chamado também de Energia do Bioplasma, pois, ao colocarmos
esterco ou biomassa para fermentar por meio de microrganismos, fazemos
que as bactérias, leveduras e fungos transformem esta biomassa em
constituintes de seu protoplasma e metabolismo externo ao corpo. O resultado
dessa manufatura artesanal camponesa é a obtenção do Etnobiofertilizante,
“produto de síntese microbiana sobre a matéria orgânica e mineral, com
formação de açúcares, lipídios, aminoácidos, peptídeos, polipeptídios,
proteínas (enzimas), vitaminas e outros em forma de ‘sol coloidal’, com ação
sobre o metabolismo secundário e repercussão na saúde das plantas, inibindo
toxinas patogênicas e garantindo maior produtividade. Quando feito com
bases sociais e culturais dentro de uma comunidade na escala de sua
necessidade é possível denominá-lo de Etnobiofertilizantes”, por sua
qualidade superior aos biofertilizantes industriais das grandes corporações.
Ingredientes:
_Merda de vaca – 44 kg
_Água sem tratar, pura – 144 L
_Melado (ou Garapa) – 4 L
_Leite (ou Soro) – 4 L
_Cinza (de forragem) – 4 kg
Mistura para aplicação:
_5 a 10 litros (do biopreparados)
em 100 litros de água (5 a 10%)
Esperar os tempos de 30, 60 e 90 dias de fermentação anaeróbica, para logo
abri-lo e verificar sua qualidade através do odor e cor, antes de passar a usá-
lo.
“Uma das coisas mais importantes que os campesinos conseguem
quando aprende a preparar os biofertilizantes fermentados é o poder de
reencontrar o conhecimento e a sabedoria, para independência das
multinacionais, comerciantes, traficantes de insumos, certificadoras,
universidades e o Estado que nos manteve manipulados durantes
muitos anos, com enganos de espelhos coloniais (veneno e
fertilizantes) da tecnologia. ”
“O uso dos biofertilizantes são tônicos auxiliares para eliminação dos
desequilíbrios e recuperação imediata da saúde das plantas ao eliminar
efeitos deletérios de insumos, tecnologias e degradação sobre ela. Seu uso é
tático, pois a recuperação do solo necessita de muito mais tempo. ”
Com que frequência se aplicam os biofertilizantes?
O ideal seria realizar um maior número de aplicações, com intervalos
bem curtos entre uma aplicação e outra, em concentrações de biofertilizantes
muito baixas. Sendo o melhor horário do dia logo pela manhã, até as 10h e
no fim da tarde após 16h. Dê preferência para o período de lua cheia, pois
aumenta a eficiência e o aproveitamento pelas plantas.
• Hortaliças em viveiros ou sementeiras: até 2 aplicações, de
concentração que poderá variar entre 2 a 3% (2 a 3 litros de
biofertilizantes para 100 litros de água);
• Hortaliças transplantadas ao campo: de 3 a 6 aplicações, de
concentração que poderá variar entre 3 a 7% (3 a 7 litros de
biofertilizantes em 100 litros de água);
• Frutas e árvores nativas em viveiros: 6 a 8 aplicações, em
concentrações variando de 4 a 6%;
• Frutíferas, café ou cultivos perenes: de 10 a 15 aplicações por
ciclo, em concentrações variando entre 5 a 10%;
• Cultivos anuais, como feijão e milho: de 6 a 8 aplicações, durante
o ciclo que durar o cultivo, em concentrações podendo variar de 3 a
5%
“Solo é um organismo vivo e saudável capaz de gerar outro
organismo vivo e saudável”
2. Adubo fermentado orgânico tipo: Bocashi*
Fórmula Original
Ingredientes básicos para a preparação do adubo
Orgânico fermentado tipo Bocashi
Doses para se preparar 14 sacos de Bocashi:
• 3 sacos de esterco de aves poedeiras ou outros estercos
(bovino, equino, suíno, caprino);
• 1 saco de carvão triturado em partículas pequenas;
• 1 saco de farelo de arroz;
• 3 sacos do resíduo carbono seco, casca de arroz ou café,
palha bem picada ou resto de cultura bem moída;
• 1 balde de melado de cana-de-açúcar;
• 500 g de levedura de pão (fermento em barra);
• 15 kg de calcário dolomítico, ou cinza de fogão, prioridade é
farinha de rocha moída;
• 5 sacos de terra bem peneirada, de preferência Argilosa;
• Água ou soro de leite (somente no momento da preparação).
*Sobre o nome Bocashi, proveniente da língua japonesa, Matéria
Orgânica em Fermentação ou Adubo Orgânico Fermentado por
microrganismos nativos da terra ou da serapilheira de floresta.
Um ‘composto’ é um adubo bruto como a cama de aviário, cama de
estábulo ou pocilga, ou um adubo elaborado, geralmente com terra, palha,
esterco, farelo, farinha de rochas, melaço, carvão mineral moído, leveduras e
inoculantes microbiológicos. Esta mistura é homogeneizada e colocada para
fermentar sob condições controladas permitindo observar o desarmar da
matéria orgânica em diferentes componentes e seu rearme em matéria
orgânica complexas pelas diferentes etapas sucessivas de fermentação.
Quanto mais diversificada são as ferramentas nutricionais orgânicas
e inorgânicas disponíveis para uma cultura vegetal, melhor! No ciclo de vida
de um vegetal, maior e mais rápida é a oportunidade de construir suas
defesas, sua nutrição e reprodução. Assim, a matéria orgânica é como uma
caixa de ferramentas para um mecânico; quanto mais diversificadas são as
ferramentas, mais rápido ele irá desmontar e montar o carro.
Funções de cada material:
- Terra: aumenta em 1/3 o volume do adubo; homogeneizadora; equilibra
energias;
- Casca de arroz: incrementa o carbono; retém umidade; melhora a estrutura
e aeração do solo; fonte de silício;
- Estercos: fonte de nitrogênio; fonte de microrganismos;
- Farelo de Arroz: fonte de carboidratos; fonte de energia e nutrientes;
- Melaço: energia para a fermentação; rico em boro e potássio; acelera a ação
das leveduras;
- Levedura: dá o início (start) na fermentação; fungos eficientes;
- Farinha de Rocha: Bioremineralização da terra; recupera minerais perdidos
na terra;
- Carvão: sequestrador de odor; retém umidade e nutrientes (vide 6. Picumã).
Como utilizar:
- Viveiros: Substrato para hortaliças - 20% (1 parte) de adubo + 80% (4
partes) de terra; Substrato para mudas – 40% (2 partes) de adubo + 60% (3
partes) de terra.
- Transplante de mudas: 10kg por berço.
- Hortaliças (folhas): 80 a 100g; (beterrabas, repolhos, brócolis) 100 a 150g;
(tomate, vagem) 250 a 500g, 1kg dependendo da terra.
@ Nunca esquecer: sempre tampar com terra o adubo bokashi ao
adubar. Armazenamento: o ideal é logo que o adubo estiver pronto
começar a utilizar ou recomenda-se armazenar por 30 dias em locais
secos e sobrados.
3. Fosfitos
Preparados a base de cinzas e
farinha de ossos calcinados para a
bioproteção dos cultivos.
São preparados que se fazem
a partir da farinha de ossos
previamente calcinada e mesclada
principalmente com casca de arroz ou
de café, em condições de combustão
muito lenta.
A farinha de ossos calcinada
contém principalmente entre 24 e 28%
do elemento cálcio, e entre 8 e 14% do
elemento fósforo, e a cinza da casca de
arroz pode chegar a conter até 90% de silício.
Nos ossos o cálcio e o fósforo estão fortemente unidos, formando o
fosfato de cálcio. Mesclando a farinha de ossos calcinada e moída com a
casca de arroz, e mediante uma combustão lenta e incompleta é possível
obter um produto que denominamos fosfito, em que o fósforo está livre e
altamente disponível para as plantas e o cálcio se liga ao silício para também
ser aproveitados pelos cultivos.
Função de cada elemento
As principais funções do silício e do cálcio é fortalecer a estrutura das
plantas, dando flexibilidade e ao mesmo tempo promover uma grande
resistência imunológica contra o ataque de insetos e enfermidades,
aumentando assim a eficiência da fotossíntese nas plantas cultivadas.
A principal função do fósforo é prover constantemente a energia
necessária nas plantas para seu desenvolvimento pleno, de modo tal que
todas as atividades fisiológicas se cumpram em forma normal e saldável.
Usos
Recomenda utilizar o produto, sendo possível, durante todas as
etapas do desenvolvimento fisiológico das plantas, podendo aplicar desde o
revestimento das sementes, crescimento vegetativo, floração e frutificação.
- 3kg de fosfito como ingrediente mineral de biofertilizantes fermentado (200
litros);
- 3kg de fosfito diluído em 100 litros de água; repouso por 4 dias – aplicar em
plântulas e mudas de viveiros;
- 25kg de pó de rocha + 20kg de fosfito diluídos em soro ou suco de mandioca
(sobra da fabricação de polvilho); deixar em repouso 5 dias. Aplicar via foliar
2 a 10% (2 a 10 litros do preparado em 100 litros de água).
“É muito raro ver um técnico ou um ingênuo agrônomo que não
entenda como a natureza é capaz de formar um milímetro de solo fértil
a partir de uma fração de rocha, em que o insolúvel se torna solúvel;
ainda é mais raro, que não entenda como uma série de minerais
contidos em diferentes rochas, são capazes de transformar (animar-se)
para serem o suporte da vida”.
4. Silo de Microrganismo
Reprodução maciça de microrganismos nativos da Mata
Trata-se da reprodução local dos microrganismos nativos da mata
(bosques) que fazem parte da pele ou do manto vivo natural que reveste a
superfície das matas. Iremos ‘capturar os microrganismos autóctones. ’
No que consiste os microrganismos nativos da Mata?
É o entendimento da memória
geológica que tem evoluído de forma conjunta
em harmonia com os bosques naturais e o
clima de uma determinada região. Nos
fragmentos de matas locais das propriedades
rurais ou reservas florestais, ainda é possível
observar o surgimento de um perfeito namoro
da endossimbiose pela vida. Cada Mata ou
bosque, corresponde uma memória biológica
com características próprias de acordo com as
condições ecológicas ou bioclimáticas do
lugar onde se encontram as mesmas. Cada
microrganismo tem registrado em sua
memória a história do lugar e a distância onde puderam estabelecer sua
evolução, desenvolvimento, reprodução, decomposição e morte.
O microcosmos é a antessala, a base para a vida superior
(Macrocosmos).
São eles: grupos funcionais de bactérias, actinomicetos, fungos,
algas, protozoários que habitam e vivem em perfeita harmonia, para manter
a vida em cada espaço e fração do tempo.
Para que servem os microrganismos nativos da mata?
Para enriquecer biologicamente o adubo Bokashi; ativar e recuperar
a vida no solo por intermédio de biopreparados fermentados; acelerar os
processos na decomposição da matéria orgânica e fortalecer a saúde das
plantas, dos animais e dos humanos.
Preparação:
Após bem prensado na bombona, deixado um espaço de 15 cm entre
a tampa, cumprir um prazo de repouso por 30 dias.
Utilização:
- Aplicar 8 a 10 kg por tonelada de Bokashi ou compostagem, ao se finalizar
o processo de fermentação do adubo;
- Usar 10 kg em um saco de pano para elaboração de biofertilizantes Super
Magro ou simples (caboclo) substituindo a merda de vaca;
- Alimentação animal como pré e probióticos:
• Bovinos adultos: 200 a 300 g por animal;
• Caprinos e ovinos adultos: 30 a 50 g por animal;
• Galinhas: 10 a 15 g por animal;
• Coelhos: 8 a 12 g por animal;
• Codornas: 5 g por animal;
• Suínos: 30 a 50 g por animal. (Misturar 3 ou 4 horas antes no alimento
que normalmente se dá aos porcos)
EM – Microrganismos Eficientes
‘O estudo sobre microrganismos eficientes – EM foi iniciado na
década de 70 pelo Dr. Teruo Higa, professor da Universidade Ryukyus
(Japão). O objetivo era melhorar a utilização da matéria orgânica na
agricultura’.
‘A utilização do EM, como prática agrícola adequada ao ambiente e a
saúde humana, se aproximou muito da Agricultura Natural Messiânica
preconizada por Mokiti Okada, em 1935, no Japão’. Tão logo, foi introduzida
experimentalmente no Brasil e hoje, é bem utilizada na Agricultura Natural.
O que são? O grupo de microrganismo que representa os EM são de
regeneração: produzem substância orgânicas úteis às plantas; via
metabolismo secundários podem produzir hormônios e vitaminas, melhorando
as propriedades física, químicas e biológicas do solo. São eles: Leveduras
(Sacharomyces), Actinomicetos, Bactérias produtoras de ácido lático e
bactérias fotossintéticas.
Material para captura e reprodução caseira:
- 500g de arroz cozido sem sal + 50 ml de melaço ou mel;
- Potes de plásticos + tela fina de mosquiteiro;
- 5 Garrafas PET de 2 litros;
- Espalhar os potes com arroz entre a serra pilheria da Mata e deixar por 10 a
15, é o suficiente para a captura; após recolher, separar somente o arroz
colorido: rosada, amarelada, azulada ou alaranjada, descartar os cinzas,
marrom e pretos;
Ativação e multiplicação:
- Na garrafa PET (2 litros) colocar 200 ml de melaço e distribuir o arroz
colorido; em seguida, completar com água limpa (sem cloro ou contaminada)
ou água de arroz; fecha e deixar de repouso entre 10 a 20 dias. Lembrar de
liberar o gás a cada 2 dias, abrindo a tampa bem devagar.
5. Picumã (Carvão Vegetal) & ‘Biochar®’
‘O picumã está composto praticamente de Carbono fixado nos vegetais
(raiz, caule, folhas, frutos etc.) pela fotossíntese ou “quimiossíntese”. Sua
queima com Oxigênio (carbonização) mantém a estrutura antes existente na
mesma.
Na natureza, se conhecia duas formas de Carbono: o Diamante e o
Grafite. O primeiro se forma a altíssima pressão e temperatura de alguns
Notas práticas: Reprodução das sementes de microrganismos nativos
da Mata Ingredientes:
- Manto ou pele da mata virgem......................................30 a 40 kg
- Farelo de Arroz ou outros farelos...................................80 kg
- Melaço ou caldo de cana/rapadura................................2 a 4 galões
- Farinha de rocha.............................................................2 kg
- Um recipiente (‘bombona’) 200 litros............................. 1
milhares de graus na caldeira e garganta dos vulcões; O segundo é um
mineral de grande importância industrial para a fabricação de eletrodos, lápis,
lubrificantes especiais e retentores de calor.
Em química, o carvão vegetal
é usado para a retenção de
pigmentos, impurezas e filtragem
de líquidos e água potável.
Ao tomarmos um picumã e
colocarmos sob a lente de um
microscópio começaremos a
desvendar o mistério de suas
características. Ele é totalmente
poroso (foto) com uma grande
capacidade de retenção de
substâncias sólidas, líquidas e
gasosas no interior desses poros que constroem tubos e dutos, que por suas
dimensões diminutas no picumã o torna campo de estudo da nanotecnologia.
O Biochar, ou carvão vegetal moído fino, já era usado na década de 80
do Século passado no Hortão de Cachoeiro de Itapemirim pelo colega Nasser
Youssef Nars, que o denominava de “munha de carvão”.
O uso de picumã, “negro de fumo”, munha de carvão no solo para a
restauração da atividade microbiana, aumentando a presença de coloides e
ácidos húmicos, retenção de nutrientes, evitando lixiviação é a grande
revolução ao alcance do agricultor’.
“O caminho é combinar o picumã, “munha de carvão” com o pó de rocha
(fino) e avançar no universo da bio(nano)tecnologias naturais. Fazer o
mesmo adicioná-los à elaboração de compostos fermentados (sólidos),
biofertilizantes (líquidos) enriquecidos e na preparação de fosfitos. Para
isso é necessário estudar muito, praticar e preparar-se para o combate”.
Carvão Vegetal, prática rural do seu manejo na propriedade rural e sua
obtenção e utilização na agricultura:
- Retenção de umidade e de nutrientes;
- Poroso (1cm3 de carvão – 30 milhões de microrganismos); casa dos
microrganismos;
- Regulador térmico (mesotérmico); capaz de reter até 4ºC;
- Fonte de húmus; promove a estruturação da terra; maior aeração (da maior
porosidade ao solo); Agregador de raízes;
- Amortecedor de campos magnéticos de energia (Torres);
- É um regulador térmico da vida.
Nos trabalhos do dia a dia no campo encontramos muitos galhos
secos, pedaços de madeiras, troncos de árvores velhas ou recém caídas,
também provenientes de podas, e outros manejos agrícolas. Podemos utilizar
todo o material orgânico descrito, e retorná-lo ao ciclo da vida de maneira mais
eficiente e econômica para a produção de alimentos saudáveis. Os resíduos
de madeira, podas e outros se destina em 3 subprodutos: cinza, carvão
vegetal ou adubo orgânico previamente decomposto (aqui cabendo o uso de
máquinas para triturar os galhos etc.).
Uma maneira eficiente de
obter o carvão em pequena escala é
através de uma pirólise lenta,
utilizando uma armação de
tambores (tipo foguete) para que no
seu interior aconteça uma
carbonização do vegetal com o
mínimo de presença do oxigênio ou
quase nada. O oxigênio acelera a
combustão e neste caso, teríamos a
cinza ou invés do carvão. Segue a
imagem.
Usos práticos:
- Incorporado diretamente ao solo;
em canteiros de hortaliças, por
exemplo, na proporção de 0,5 a 1kg
por m2;
- Ingrediente básico para a produção
de adubos orgânicos tipo Bokashi e outros; lembrar que para a utilização em
substratos na produção mudas de hortaliças, sua forma deve estar micro
pulverizada (partículas pequenas);
- Sua mistura com farinha de rochas melhoram a qualidade do esterco animal
gerado na propriedade ou adquiridos externamente;
- Sua forma micro pulverizada começa a ser utilizada em biofertilizantes.
6. Caldas Minerais
6.1 Calda Sulfocálcica
O enxofre é um regulador da síntese
proteica. Faz com que na planta tenha menos
oferta de açúcares e aminoácidos livres,
automaticamente reduz as enfermidades
(Trofobiose). Não age como um fungicida e
sim como um complemento mineral.
As caldas preparadas a base de enxofre, ajudam
a solucionar problemas de nutrição e doenças nos
cultivos agrícolas. Essa calda controla mais de 52
enfermidades fungosas! Diferentes diminutos ácaros
que danificam a planta, como o ácaro vermelho, e
outros tipos de insetos: pulgões, trips, cochonilhas,
besouros furadores, ferrugem, larvas mastigadoras,
assim como ovos e larvas de diferentes mariposas e
pulgões. Se recomenda, principalmente para o cultivo
de cactáceas (palma, por exemplo) e frutas, podendo
também se utilizar no controle de carrapatos e sarna
dos bovinos. Em gramíneas recomenda-se utilizar 40kg de S/ha.
Em químicas a calda sulfocálcica é denominada polissulfúrico de cálcio.
Quanto mais concentrado o enxofre melhor será a qualidade da calda.
Importante: nunca usar CAL AGRÍCOLA (calcário) ou Gesso! No caso de
usar cal viva, tomar cuidado com a combustão!!!
Ingredientes (para o preparo de 100 litros de Calda Sulfocálcica):
- 100 Litros de água fervendo
- 20kg de enxofre
- 10kg de cal de construção, cal virgem ou hidróxido de cálcio
No tambor ou na lata, colocar os 100 litros de água para ferver
mantendo sempre o fogo alto em todo o processo; adicionar o enxofre e cal
previamente homogeneizados com cuidado, sempre mexendo com uma pá
de madeira. Mexer até que o preparado solubilize totalmente ou quando este
estiver com uma cor alaranja escura (cor de telha). Assim, tirar do fogo e
deixar esfriar.
Aplicações:
- 0,5 a 1 litro de calda para 20 litros de H2O (por bomba pulverizadora manual);
- 3 Litros de calda para 100 litros de H2O.
Dica: 5 litros de biofertilizantes simples (caboclo) + 2 litros de calda
sulfocálcica + 100 litros de água – Aplicar!
IMPORTANTE: Não utilizar a calda sulfocálcica em cucurbitáceas
(abóboras, pepinos, melões etc.) é fitotóxica ao vegetal.
6.2 Calda Bordalesa
Esta suspensão coloidal é um excelente produto fungicida, acaricida,
constituinte e ativador enzimático; também pode atuar como repelente
contra algumas espécies de coleópteros (besouros) da batata, insetos do
tabaco e cigarrinhas. Um dos mais antigos ‘fungicidas’ cúpricos obtido pela
mistura de uma solução de sulfato de cobre (CuSO4.5H2O) e suspensão de
cal apagada / de construção (óxido).
Sua primeira referência de utilização foi em 1882 na França, a raiz da
introdução na Europa do Plasmopora vitícola. O fitopatologista Alexis
Millardet quem investigava a enfermidade, observou que no longo do
caminho paralelo a um vinhedo, em Medoc, na Gironda, as plantas mais
próximas do referido caminho conservavam suas folhas enquanto as demais
tinham sido completamente desfolhadas pela enfermidade. Intrigado com o
fenômeno, encontrou que o proprietário com o fim de evitar o roubo de suas
uvas pelos viajantes costumava passar verde-cinza (acetato de cobre) ou uma
mescla de sulfato de cobre e cal nas parreiras próximo a cerca, e assim, os
viajantes pensando que as uvas estavam envenenadas não as tocavam.
Millardet, dando conta da ação da mescla sobre a enfermidade, começou a
trabalhar seguindo este indício e anunciou em 1885 o êxito obtido mediante a
mescla de cobre e cal, como ‘fungicida’ contra o Plasmopora vitícola.
A calda bordalesa deve ser neutra ou ligeiramente alcalina, quando a
quantidade de cal é insuficiente para saturar o sulfato de cobre, é porque seu
conteúdo de óxido de cálcio é muito baixo, portanto, a calda permanece ácida,
sendo necessário aumentar mais a água e cal com a finalidade me corrigir a
acidez. (Teste da faca ou facão de ferro: mergulhar a ponta na calda pronta
ou aplicar algumas gotas na lâmina e verificar se aparece a cor roxa, caso
sim, a calda está ácida e deve ser corrigida).
Calda bordalesa 1% (ingredientes para 100 litros de calda):
- 1kg de cal viva ou hidratada (óxido de cálcio ou hidróxido de cálcio);
- 1kg de sulfato de cobre;
- 1 Recipiente de plástico: capacidade 100 litros;
- 1 Balde pequeno de plástico: capacidade 20 litros;
- 1 Bastão de madeira para mexer a mistura;
- 1 Facão para fazer a prova de acidez do caldo;
- 100 Litros de água.
Recomendações de uso:
- Cebola, alho e tomate: diluição 3:1 (3 partes da calda para 1 parte de água)
- Feijão, repolho, vagem e pepino: diluição 1:1
- Tomate e bata após a planta tiver 30 cm de altura: diluição 2:1
Observação: para o cultivo de tomate, batata, banana e cafés em pleno
desenvolvimento vegetativo, a calda pode ser utilizada pura.
- Citros: controla a Verrugose e o pano de fungos. Para aumentar sua
eficiência poderá mesclar a calda bordalesa com azeite mineral ou vegetal
ou também com a calda emulsiva de cinza, em casos mais graveis. Aplicar a
calda sempre, após cada floração.
- Manga: controle principalmente da antracnose; aplicar antes da floração.
- Goiabas: controla ferrugens e sardas.
- Morangos: controle de antracnose; aplica-se a calda antes do início da
floração.
Controla e previne: míldio, antracnose, septoriose, pinta preta, requeima,
podridões, mancha das folhas, cercosporiose, mycosphaerela, rubelose,
melanose, gomose, verrugose, revestimentos (panos) fúngicos, ferrugem.
Recomendações:
- Preparar o caldo e usar de imediato;
- Não misturar a calda com as mãos;
- Usar a calda no máximo nos 3 dias seguintes a sua preparação;
- Não utilizar recipiente metálicos;
- Não aplicar a calda em plântulas muito pequenas ou recém transplantadas
ou em floração;
- Nunca aquecer da calda principalmente com o sulfato de cobre;
- Usar EPI para aplicar a calda;
- Não existe uma receita única. Use a criatividade e observações para
também elaborar seus próprios controles alternativos combinando
muitas possibilidades. Ao atrever-se a experimentar tome nota das
proporções dos ingredientes e ajustes de sua receita e resultados para
culturas diferentes. Na agricultura tudo é muito dinâmico e coisas
mudam de lugar constantemente.
“Não há nada mais maravilhoso que pensar em uma nova ideia. Não há
nada mais magnífico que comprovar que uma ideia nova funciona. Não
há nada mais útil que uma nova ideia que sirva aos nossos fins. ”
– Edward de Bono
6.3 Calda Viçosa
“Tem de se brecar a ilusão e a tendência de pensar que com a
agricultura orgânica tudo se pode beneficiar de um dia para outro. O
negócio é gradual e requer um acompanhamento de perto, ajustes e
correções com a participação direta de quem está comprometido em
querer alcançar o desenvolvimento com este tipo de agricultura.
Sabedoria e perseverança são as ferramentas que ajudam a
configuração de vitórias e encurtam o caminho para ter êxito com
tranquilidade e autonomia. ”
Esta calda mineral que, apesar de ter sido provada no campo com
muita autoridade e com bons resultados pelo professor João da Cruz Filho,
titular do departamento de fitopatologia da Universidade Federal de Viçosa,
somente apareceu oficialmente publicada extra universidade, em 12 de maio
de 1982 em Viçosa, no informe técnico nº 23 da página 4 do Conselho de
Extensão dessa universidade. Este preparado mineral que inicialmente foi
lançada publicamente como um novo fungicida para o controle da ferrugem
do café (Hemileia vastatrix), tem sido adaptado pelos agricultores em muitos
países para a sua aplicação não somente em cafezais, mas sim em cultivos
como uvas, hortaliças e frutas como abacates, manga e citros, entre outros.
Uma equipe de professores dos departamentos de fitopatologia,
fitotecnia e solos, do Centro de Ciências Agrárias, comprovaram os efeitos
benéficos da calda Viçosa que além de controlar a ferrugem e o ‘olho de
pomba’ (Cercospora sp) do café, reduziu significativamente a ocorrência da
larva minadora das folhas.
Conclui o professor Cruz: “A calda Viçosa foi superior aos fungicidas
a base de Oxicloreto de cobre e Baysiston, nos aspectos da eficiência de sua
ação fungicida e no aumento de sua produtividade, além de constituir em um
produto mais barato nas mãos dos produtores. ”
Ingredientes adaptado para a agricultura
orgânica*:
- 500g de cal hidratada (hidróxido de cálcio)
- 500g de sulfato de cobre (Cu)
- 400g de sulfato de magnésio (Mg)
- 400g de bórax (B) é um sal
- 600g de sulfato de zinco (Zn)
- 100 Litros de água.
*Na fórmula original, conforme experiência do
professor vai ureia – (NH2)2CO que não é recomendável o uso na agricultura
orgânica.
Observações técnicas sobre as alternativas ao emprego da ureia na calda
Viçosa:
- Alguns camponeses estão substituindo os 400g de ureia por 3 a 5 litros de
urina de vaca1
ou ovinos. Outros produtores utilizam 10 litros de soro ou 8
litros de biofertilizantes simples na substituição da ureia. No mais, muitos
agricultores optam por usar apenas os 5 minerais (Cu, Zn, Mg, B e cal) +
100 litros de água, obtendo excelentes resultados no controle das
enfermidades do café, banana, hortaliças, plantas ornamentais, frutas como
manga, abacate, citros e uva, entre outros cultivos.
Como preparar a Calda Viçosa?
Em um recipiente com capacidade de 100 litros dissolver os 500g de
cal hidratada em 80 litros de água, reservar. Em um outro recipiente dissolver
um a um o sulfato de Cobre, Zinco, Magnésio e o sal Boro, em 20 litros de
água. Na sequência fazer a mescla do balde menor (20 litros, 4 minerais) no
recipiente maior (80 litros, cal) NUNCA AO CONTRÁRIO!
Recomendações:
- Cultivos novos diluição 1:1 (50% água + 50% de calda viçosa)
- Cultivos adultos aplicar puro
- Controla mais de 32 enfermidades fungosas em hortaliças utilizando 30% da
calda + 70% de água.
“As plantas
necessitam de
nutrientes
constantemente e
diversificados um
pouco por dia.…”
6.4 Calda fria de Bicabornato de Sódio
Calda simples e rápida de se preparar para o controle do fungo Oídio
(esporo resultante da desintegração celular de uma hifa; oidiósporo). Os
agricultores relatam ter maior eficiência, comparada ao uso do leite (5% -
5 litros de leite em 100 litros de água).
Preparação:
- 1 a 1,5kg de Bicabornato de sódio em 100 litros de água. Dilui bem e
aplicar!
6.5 Utilização da cinza, Caldas e ‘Água de Vidro’
O melhor mineral para um agricultor/agricultora utilizar como adubação
mineral é a cinza. As cinzas possuem os minerais da memória do solo. As
cinzas são árvores e as árvores são solos e o solo é mineral. A alma do solo
é a cinza. As árvores são sobreviventes do espírito, do corpo. Portanto,
devemos utilizar as cinzas com fontes de minerais. São os “sulfatos” dos
campesinos/as.
Sabemos que todas as plantas, assim como todos os corpos animais (já
que estes são construídos a partir de substâncias vegetais) depois da
combustão, deixam cinzas que sempre consistem nas mesmas substâncias,
mesmo quando as proporções variam segundo os diferentes tipos de plantas.
Sempre encontramos nas cinzas: potássio e silício (em maiores proporções),
sódio, cálcio, magnésio, manganês e ferro, em cominação com ácidos
carbônicos, fosfóricos, sulfúrico, clorídricos, fluorídricos e silício. Daí sabemos
da origem do solo a partir de rochas primárias desintegradas que sob a
influência do cosmos e suas cominações água, luz solar, atmosfera do calor
e sedimentos minerais, se originam as plantas que nutrem os humanos e os
animais.
Quando irei usar cinza?
- Em biofertilizantes fermentados de 3 a 4 kg por ‘bombona’ de 200 litros;
- Em adubos fermentados tipo Bokashi e compostagem (regulação da acidez
e aporte mineral);
- Em pequenas quantidades nos resíduos para verme-compostagem (criação
de minhocas);
- É composição da receita caseira de sal mineral para a suplementação de
bovinos:
• 68 kg de cinza
• 100 kg de sal grosso do mar
• 30 kg de pó de osso calcinado.
Um animal adulto consome, aproximadamente, 1g de sal por cada 4 kg
de peso vivo (PV). Um animal de 500 kg PV = 125 a 100 g de sal /dia. Lembrar
que o consumo médio de biomassa pelos animais varia entre 8 a 12% de seu
PV e de matéria seca 3% PV, portanto, de acordo com o histórico das
pastagens brasileiras com alto índice de degradação, o que não satisfaz as
necessidades dos animais em minerais, deve o produtor ter alternativas para
suplementar.
_Calda de Cinza
Uso da calda de cinza na agricultura é comum em muitas
propriedades Latinas. Utilizada como fitoprotetor, aumenta a proteção das
folhas da planta evitando o ataque de pulgões e mosca branca e outras
enfermidades. Mas o melhor uso desta calda o que se tem investigado por
campesinos é a amortização dos danos do elemento nitrogênio.
Basicamente a calda é uma reação química entre a cinza (Si + K) + sabão
(hidróxido de potássio) e calor.
Ingredientes:
Em um recipiente
metálico, ferver 100 litros de
água e acrescentar a cinza e
na sequência o sabão. Sempre mexendo! Por 15 minutos. (O potássio
do sabão interfere diretamente na insolubilidade do Si existente na cinza,
deixando o disponível para nutrir a planta).
Utilização: 5 a 7 litros da calda em 100 litros de água. Uso de forma
imediata! Fabricou, aplicou...
“Água de vidro”
Água de vidro é silicato
de potássio. Se faz com 4 partes
iguais em peso de Cinza de fogão
bem limpa e peneirada e 1 parte
do mesmo peso de cal apagada
(hidróxido de cálcio, cal de
construção). Misturar bem a seco
até ficar bem homogênea. Colocar em um recipiente e aplicar 10 partes em
volume de água quente. Essa ação vai solubilizar a cinza muito rapidamente.
Deixar esfriar e depois, adicione 90 partes em volume a mais de água fria. A
solução fica translúcida. Pronto!!! Isto é água de vidro.
O melhor nutriente de plantas; enrijece e endurece as plantas,
aumentando a epiderme contra fungos, bactérias e pragas de folha. Faz a
planta resistir a geada, também a seca, pois diminui a sua evapotranspiração.
Aplicação: pode ser aplicada em qualquer cultivo; mas somente na proporção
de 250 ml para cada 20 litros de água do pulverizador.
As verduras ficam mais crocantes. Se aplicar muito ficam
quebradiças, portanto, para cada clico do vegetal realizar uma única
aplicação. Lembrar:
- Armazenar em potes de vidro; nunca em garrafas de plástico;
- Silício é o principal responsável para evitar a osteoporose.
“Na agricultura orgânica se regenera energia e aprisiona carbono,
enquanto na ‘agricultura’ química de base industrial, libera carbono e o
gasto de energia é alto. ”
“O Bombeiro/a
agroecológico/a não é
governo, não é
burocracia, não é
comissário de partido. É
o vetor catalítico, em
que todos/as se
“auto~educam”; nada
mais que um
trabalhador de classe, a
dignificar a família
camponesa no
território, na questão
agrária e modelo
tecnológico, que na disputa de discurso recebe o nome de agroecologia, sem
no entanto, ignorar o substantivo feminino agricultura. Restaurar a autoestima
ou orgulho ultrassocial, sem que seu voto ou escolha em eleições seja
condicionada ou cabresteada, pois governo não é poder, menos ainda
autonomia ou soberania. Uma frase do movimento zapatista ensina e inspira:
mudar o mundo sem precisar tomar o poder.
A reconstrução do Biopoder Camponês (Território, Questão Agrária e
Modelo Agrícola (Tecnologias) não deve ter em tecnologia o eixo principal
(agrônomos, veterinários, florestais, zootécnicos etc.), mas deve estar nos
professores primários e secundários; e na educação, que deve voltar a
ensinar pelos jovens aos mais velhos, como no passado, e não pode ser
identificada em seu fascínio pela tecnologia, mas pela irmandade, pela
comunidade e por sua estética e espiritualidade.”
“Insetos não são inimigos. São
bioindicadores do estado de
harmonia nutricional de uma planta”.
1Princípio Universal da
Trofobiose
Francis Chaboussou
A evolução do universo
macrocósmico ocorreu devido à
conquista dos minerais da terra pela
vida. “Do pó viestes e ao pó retornarás”; “ou somos rochas moídas em
constante transformação e de rochas moídas transformadas voltaremos a
ser”, no final das contas “a vida é um mineral animado” V. Vernadsky.
“Quanto mais estudam e aprendem os cientistas, tanto mais se
convencem do surpreendente e aterrorizador que é a complexidade da
natureza da terra e seus mistérios. Descobrem que o todo é um mundo pleno
de ilimitados e inescrutáveis enigmas. A quantidade de matéria investigada
que se encontra escondida em um simples grão de terra, em uma simples
partícula, perturba o pensamento e atordoa a mente” Lynn Margulis.
Trofo = comida; Biose = a existência de vida. Trofobiose significa a
existência de vida a partir da alimentação. Nos diversos livros de bioquímicas
e fisiologia, mesmo não se encontrando ou citada a palavra trofobiose, há
nítida a existência de seus princípios.
Francis Chaboussou, biólogo, estudou os ingredientes ativos dos
agrotóxicos e seus efeitos iatrogênicos. Não discutiu as conhecidas
implicações do veneno. Foi além do efeito imediato (o de matar) para qual o
veneno estava sendo conduzido. Dialogou com os efeitos iatrogênicos!
Latrogenia, significa o estudo dos efeitos colaterais e ou secundários
ao usar os venenos ou medicamentos. Chaboussou estudou os impactos
iatrogênicos e, estudar isso, é se aprofundar em algo básico, a bioquímica das
plantas. Significa entender todas as reações químicas, fisiológicas e
farmacológicas dentro de uma planta. São as reações contra um
xenobióticos (Xeno, do grego, significa estranho para a vida. Os produtos
sintéticos são estranhos a vida, e os xenobióticos são substâncias que não
tem nada a ver com a vida. São síntese química e, portanto, causam impactos!
Fica mais claro quando se estuda o CÂNCER. Todos os tratamentos
de câncer eficazes, baseiam-se atualmente em ativação enzimática,
vitaminas e minerais. O câncer é uma FOME e uma perda da memória celular
devido a deficiência mineral. São células sem cérebro. É a perda da razão
celular em um organismo vivo. As células têm um sentido em Ser... Quando
uma célula tem uma deficiência de minerais, aumenta a reprodução a fim de
recuperar o equilíbrio e a harmonia nutricional. Se acalmamos a fome e a sede
de minerais das células, em seguida, o comportamento celular começa a
mudar. (Atente-se para o consumo do Leite da terra, suco verde)
As células aumentam a sua reprodução somente para tentar
encontrar os minerais que ela não consegue encontrar. Há um caos
promovido pelas deficiências minerais. O câncer é a ausência de harmonia
mineral, de vitaminas e de enzimas. Isso significa que os minerais que
compõe os alimentos estão ausentes; em seguida, a memória de
sobrevivência da célula aparece. As células têm memória, são as
descendentes da evolução microbiológica. Surgem das cianobactérias que
está em função da vida anaeróbica.
“Para mim a morte é um processo de transição. Um processo de
transformação. É por isso que tenho fé cega na continuação do processo. A
vida não termina em mim mesmo. Quando uma pessoa morre, ela está
abrindo espaço para uma nova vida. É uma continuação. Precisamos aceitar
este processo. Os humanos a chamam de sofrimento quando não se aceita
esse processo de vida. Sofrimento existe porque não aceitamos essa
dinâmica. É por isso que na natureza não existe hospitais. O único ser que
resiste em morrer é o ser humano. Os animais superam a dor em função da
transcendência. ”
O argumento central de Francisco para a teoria da trofobiose, diz: “o
maior ou menor ataque do inseto (‘praga’) a uma planta depende do equilíbrio
nutricional desta planta. Antes de qualquer patologia se manifestar em uma
planta vem antes o desequilíbrio nutricional”.
Já não é teoria ou hipótese e sim um princípio da Trofobiose. É
inerente a vida. Estes princípios são universais e incontestáveis.
Proteólise e Proteosíntese
Uma proteína é composta por uma sequência de aminoácidos. Para
conseguir quebrar a corrente (de proteínas) é preciso aplicar energia, o
trabalho físico. Cada trabalho executado exige energia. A união dos elos
proteicos é feita pelas enzimas. Estas enzimas requerem a presença de
elementos minerais. As enzimas só funcionam se os minerais estiverem
presentes, pois são ativadores enzimático. Os minerais são ambos
componentes e ativadores de enzimas. (A enzima pode estar presente, mas
sem o ativador, não irá funcionar. Se alguns minerais não estiverem
presentes, algumas enzimas também não poderão existir. É fundamental a
presença de alguns elementos minerais essenciais para a formação
enzimática. Por exemplo, os minerais Cobre ou Ferro. Existem enzimas que
somente se forma com a presença do Ferro; sem este mineral disponível no
metabolismo do organismo não há a formação da enzima).
Calda mineral Silicosulfocálcica
Ingredientes:
- 20kg de enxofre
- 5kg de cal apagada (óxido de cálcio) ou cal de construção
- 5kg de cinza vegetal
- 2 a 4 kg de sabão ralado
- 100 Litros de água.
Esta calda (calda de cinza) pode ser mesclada com a calda sulfocálcica
no momento de preparo, de acordo com a necessidade (CONTROLA O
ATAQUE DE INSETOS RASPADORES E MASTIGADORES FOLIARES).
Mescla-se todos os ingredientes juntos. ‘A diferença desta calda com a da
sulfocálcica é a ação protetora e o fortalecimento de toda a área da lâmina
foliar dos cultivos. ’ Bioprotetora e aumento da fotossíntese...
- 100 Litros de água;
- 2 a 4kg de sabão em barra ralado;
- 20kg de cinza de fogão.
Existem também as enzimas auxiliares (ajudantes) chamadas de
coenzimas que também tem componentes minerais e trabalham com as
vitaminas.
No final temos a síntese de proteínas com os componentes de
enzimas e ativadores (ativadores enzimáticos), ácidos orgânicos, vitaminas e
coenzimas, e os elementos básicos das proteínas que são os aminoácidos; e
para que tudo isso aconteça, para que se realize todo esse trabalho de
Proteosíntese, há a necessidade de energia; está energia chama-se açúcar!
Digestão da proteína: uma proteína é composta por uma sequência
de 7 aminoácidos. A digestão divide em 7 aminoácidos livres. A fragmentação
ou digestão, quebra da proteína, ou algo como um movimento proteico que
se denominou PROTEÓLISE, (Proteo = proteína; ólise = quebra, separar...),
para a produção da proteína humana. Automaticamente as proteínas
humanas possuem uma composição diferente. No interior do corpo humano,
os aminoácidos da proteína digerida irão se organizar para formar a carne
humana, e assim se tem a PROTEOSÍNTESE. (Proteo = proteína; síntese =
juntar.)
“Se não existisse a decomposição por fungos e bactérias, a vida não
existiria. O que está acima do solo é a macroinformação da microbiologia.
Todo o ‘macro’ é sustentado pelo ‘micro’. O que está acima do solo é como
um retrato do trabalho comunitário realizado pelo mundo micro. Um trabalho
realizado em silêncio, porém transformador; maravilhoso e desconhecido. Um
mundo capaz de formar e desformar a vida (armar e desarmar). É por causa
da Geodiversidade que existe a Biodiversidade. Não existiria a
manifestação da biodiversidade se não existir a geodiversidade. ”
“Primeiro vem os minerais, e em seguida, a evolução desses minerais.
É a complexidade mineral que permite a biodiversidade. Quanto maior for a
simplificação mineral, maior será a simplificação da vida. Quanto maior a
evolução dos minerais, maior será a manifestação biológica. ”
“Entropia é a biodiversidade, a manifestação de diferentes tipos de
energia. Portanto, quanto mais entropia há na vida, melhor. Quanto mais
entropia há numa cultura vegetal, melhor. Uma floresta é altamente entrópica,
onde todas as manifestações de energia são possíveis. A biodiversidade torna
possível a evolução. Sem diversificação energética não há evolução e sim se
manifesta a involução. Simplificar a energia significa voltar atrás. Diversificar
energia significa seguir em frente. Na agricultura orgânica este movimento é
um contínuo infinito... está é a harmonia da vida entre as relações que há
entre a lise e a síntese. É constante o construir e desconstruir. “
“O que se forma lentamente, lentamente se decompõe. O que
rapidamente surge, rapidamente se decompõe. O tempo que leva para uma
árvore crescer é o tempo que leva para ela se decompor totalmente; tempo
em que se degrada seus componentes. Essa é a dinâmica da vida. “
Alguns insetos possuem mais de 97% de seus corpos constituídos a
partir de proteínas. Os insetos são excelentes seres PROTEOLÍTICOS. Mais
de 90% de todos os insetos não se alimenta de plantas (vegetais). Dos poucos
que fazem isso, não comem plantas durante toda a sua fase de
desenvolvimento. Para combater os insetos precisamos saber o que eles
comem. O que procuram para se alimentar e prosseguir seu ciclo de vida. Se
os insetos são ‘monstros’ proteolíticos, então eles se alimentam de
aminoácidos e açúcares livres. A melhor armadilha para um inseto é
baseada na sua nutrição. Insetos são excelentes seres biosintetizadores de
proteínas. Portanto, os insetos estão sempre à procura de plantas que
oferecem em abundância aminoácidos e açúcares livre.
Os vegetais fazem tanto a biossíntese de proteínas como também a
proteólise. Entretanto, o maior ou menor ataque de um inseto numa planta,
depende das relações de equilíbrio entre síntese e a lise em seu
metabolismo.
Quanto mais rápido é o ciclo de construção e desmontagem em uma
planta, menos chances terá o inseto. Na agricultura orgânica estimulamos o
estado de síntese sobre o estado de lise. Temos que ter certeza de que a
planta cresça rapidamente. E quando sei que uma planta faz isso? Isso
acontece quando ela tem disponível todas as peças necessárias (teoria 3M).
É por isso que a matéria orgânica é um estimulante da síntese de proteínas.
Se existe um desequilíbrio nutricional haverá o predomínio da lise.
Talvez esteja faltando na planta um componente enzimático. São as enzimas
e as coenzimas que fazem todo o trabalho; mas, se os minerais não estão
presentes predomina o estado de lise, e o inseto aparece.
“Quanto mais diversificada as ferramentas nutricionais orgânicas
(adubo ‘bokashi’, biofertilizantes, matéria orgânica diversificada etc.)
disponível para uma cultura vegetal, melhor! Sendo assim, mais oportunidade
ela terá de se desenvolver, construir-se rapidamente. A matéria orgânica é
como uma caixa de ferramenta para um mecânico. Quanto mais
diversificada são as ferramentas, mais rápido ele irá desmontar e montar
o carro.
O potássio (K) regula a velocidade da síntese de proteínas. Outro
elemento que é fundamental para a harmonia da energia livre é o silício (Si).
Quanto menos Si, mais vulnerável a planta é para o ataque de insetos. As
plantas necessitam de um permanente fornecimento nutricional, de modo que,
possam ter o seu mecanismo de defesa. Portanto, o mecanismo de defesa de
uma planta é a nutrição.
Os insetos não são nossos inimigos. São bioindicadores da harmonia
nutricional de uma planta. Inseto são personagens do paraíso para anunciar
que algo está errado com as plantas. São mensageiros que vem do céu
(Hindu), para nos sensibilizar que o modo como estamos interagindo com a
natureza ou manejando nossa produção de alimentos, ainda está errado.
Graças a ele sabemos que a nutrição não está funcionando.
“Se nas raízes estão bloqueados, não há comida! E uma agricultura
química, veneno e mais venenos, e no topo um Eng. Agrônomo nisso,
portanto, não há alimento algum. Então, os pontos de crescimentos foram
devorados e, existe algumas folhas no centro que estão em síntese, de modo
que a planta se dissolve e ativa a sua decomposição para que possa enviar
as pontas de crescimento afim de fortalecer sua defesa. As plantas
decompõem suas folhas como um mecanismo de sobrevivência; são as
únicas reservas disponíveis. Imediatamente algo acontece na parte inferior da
planta: é atacada por fungos. Folhas amarelecidas são sempre atacadas por
fungos. Uma folha que começa o amarelecimento está começando a se
dissolver. Árvores não perdem folhas verdes! Quando uma folha começa
a ficar amarela, ela está dissolvendo o que construiu. A planta sabe o que está
fazendo: ‘- eu não posso perder esses nutrientes, tenho que os redistribuí-los!
”. É por isso que uma folha fica amarela, porque a planta está reabsorvendo
a nutrição da folha. Amarelo significa lise (quebra). Para que uma folha se
desprende da planta, ela tem que passar por um processo de lise. Quem
surge ao passar o processo de lise para consumir a celulose – a energia
do carbono? Os FUNGOS! É perfeita a natureza... “
A construção e desmontagem está tanto acima como também abaixo
do solo.
O pacote químico e mafioso da Revolução Verde
Entendemos o que é a harmonia (estado) entre a lise e a síntese que
permite o equilíbrio nutricional harmônico em uma planta. Então, surge 4
elementos que quebram essa harmonia e faz com que se rompa bruscamente
o processo. São elementos externos a planta e a Natureza:
1º AGROTÓXICOS (Venenos) – Venenos matam! Foram feitos para
matar. Não há nenhuma discussão quanto a isso. Quando um pesticida mata
um inseto, o questionamento lógico que deveríamos fazer, mas que nunca
fazemos é: O que acontece com o veneno? Ele volta para a embalagem
novamente depois de matar o inseto? Nunca é discutida está questão devido
à ignorância. Dizemos sempre: vamos seguir os caminhos do veneno depois
da planta. Uma das primeiras ações que o veneno precisa realizar (ao aplicá-
lo, um dos primeiros impactos!) é romper, quebrar a barreira física da planta,
o que denominamos de SOLUBILIDADE e PERMEABILIDADE. O primeiro
impacto do veneno em uma planta é a intenção de que ele seja absorvido.
Esse elemento para ser assimilado tem que tirar da planta sua proteção de
cera. (CEROSIDADE) Pesticidas contém solventes que lavam e quebram a
impermeabilidade e tensão da superfície que muitas plantas possuem. ‘-
despeje algo, um líquido, em uma folha, veremos como irá escorrer. ‘ O
veneno penetra porque dissolveu a cera protetora da planta. Assim, dizem: ‘-
o veneno queimou a planta! Não, ele a desidratou. ’ O veneno aumenta,
automaticamente a desidratação depois de lavar. É como se retirasse a
pele da planta sob o sol forte.
Portanto, o veneno não retorna ao frasco, ele continua sobre a planta.
Vijamos sobre os caminhos da bioquímica... O veneno permanece. Cumpre
sua função principal, mata o inseto. Continuamos agora com a bioquímica.
A química da Vida. É uma reação! Os pesticidas possuem uma química e a
planta possui uma bioquímica. Uma química da vida! Os pesticidas não é
uma bioquímica é sintético – química de síntese e, por isso, se opõe a
química da vida.
O que acontece entre um composto sintético e a bioquímica da planta?
Nos venenos organofosforados possui compostos derivados do ácido
fosfórico; existe o DIÉSTER FOSFÓRICO que aumenta os níveis de energia
livre em uma planta.
A planta tem de oxidar a energia para viver durante a noite (Ação das
mitocôndrias). É por isso que a planta pega o oxigênio durante a noite. A
mitocôndria pega o oxigênio e queima o combustível que o cloroplasto
acumulou durante o dia. De dia acontece o contrário, há a acumulação de
energia com emissão de oxigênio; a noite é o oposto, a planta usa o oxigênio
para queimar energia. Portanto, quando há fosforilação oxidativa a
concentração de energia livre aumenta. Quem aparece? Os insetos. É por
isso que os agricultores dizem que antes não se aplicava venenos e agora, se
aplica a cada 15 dias; já está em, a cada 8 dias e assim um dia sim outro
não...
Para cada aplicação de pesticidas, temos novas concentrações de
energia. Estamos matando o inseto que estava atacando a planta, mas o
efeito iatrogênico incrementa o teor de energia, e por isso, novas populações
de insetos chegaram. É por isso que não acreditamos na historinha de
resistência da praga aos pesticidas. Seguimos...
Estudando o metabolismo do inseto que é mais profundo, com a
energia disponível. Muitas pessoas dizem: ‘não eles desenvolveram uma
resistência’. Neste ponto, nas universidades e fora dela, todos/as os/as
técnicos/as pensam sobre a RESISTÊNCIA. A indústria adora isso! Porque os
técnicos estão distraídos, desatentos... A indústria os leva a pesquisar ali
quando a resposta está acolá, ou na Trofobiose. Os estudantes de agronomia
lembram de ter estudado o metabolismo dos insetos? A sua digestão? Se
começamos a estudar a digestão de um inseto iremos ligar os pontos. De
onde vem essa grande ou aumento da população de insetos?
2º Ureia – nitrogênio. As plantas oferecem muita energia para os
insetos e o segundo fator é a adubação nitrogenada. O fertilizante nitrogenado
decompõe-se em aminoácidos. Fertilizantes nitrogenados é igual a
aminoácidos livres. Então o inseto, possui uma perfeita dieta: venenos e
nitrogênio. Basta entender o porquê dos venenos fosforados e a adubação
nitrogenada são inseparáveis na agricultura química (militar). Quem vende
pesticida, também vende os fertilizantes nitrogenado. Portanto, os fertilizantes
nitrogenados aumentam a concentração de aminoácidos livres.
Dieta perfeita aos insetos: fósforo, energia livre acumulada; e,
aminoácidos. Presentes ambos os componentes, a indústria oferece aos
insetos o pão que é realmente doce e dividido em pequenos pedaços. Quando
se tem aminos livres e açúcares, ao chegar os insetos, os matamos, mas
novas populações aparecerão. De onde é que as novas gerações
aparecem? Das modificações do metabolismo digestivo dos insetos...
A presença de amino livre e energia em uma planta, altera sete
comportamentos dos insetos que é inerente a natureza.
- Aumento da fertilidade, quanto mais amino e energia livre maior serão as
modificações neste comportamento;
- Modificam a fertilidade;
- Aumento da fecundidade;
- Aumento da longevidade – aumenta os números de postura;
- Encurta os ciclos de reprodução, por exemplo, se levava 15 dias para se
reproduzirem, agora leva 10 dias.
- Maior número de indivíduos por posturas e;
- Maior a relação de fêmeas por número de machos.
*No caso dos
pulgões (um Afídeo),
quando há muita
comida, eles
possuem dois tipos
de mecanismo para
se reproduzirem:
partenogênese e
oviposição. – Um
inseto ao mesmo
tempo, reproduzindo
de duas formas
diferentes! Altamente
eficientes, pois miram
na disponibilidade de
alimentos. Quanto
mais rápido se
reproduzem melhor o aproveitamento do alimento disponível. A
oportunidade de sobrevivência dos insetos no ambiente estão está em
função da disponibilidade de aminoácidos e açúcares livres.
3º N P K – fertilizantes do barão von Liebig: causam a limitação da
nutrição. O mínimo de minerais exigidos por uma planta é de 32 elementos.
4º A proporcionalidade entre os três elementos N P K: de onde sai
a proporção dos elementos nitrogênio, fósforo e potássio? (De onde vem as
receitas 15 – 15 - 15 / 10 – 20 – 15 / etc.?) Por que será que a universidade
não diz de onde saem esses números? Quem está omitindo? Corrupto não é
somente quem Governa politicamente roubando, licitando esquemas;
corrupto é quem também esconde o conhecimento.
Por exemplo: N – P – K (15-15-15), essas proporções obedecem a
máxima eficiência da matéria prima que a indústria produz. Todos estes
números são múltiplos da matéria prima que os origina para procede as
vendas e ter a máxima ganância: máximo lucro US$! Se em uma mina de
rocha fosfórica, Apatita, que a mineradora está explorando, encontrar uma
proporção de 30% de hidróxido de fósforo, todas as formulações tomaram
como base os parâmetros 5 e 10. Todas as formulações químicas são
múltiplas da matéria prima que as origina. Por isso, na América Latina e no
mundo possuí 5 formulações; sem considerar a textura e a estrutura do solo.
Os fungos possuem pouca capacidade de armazenamento
energético. Não temos que combater os fungos e sim, ficar atentos
(observação camponesa da natureza) para que as plantas não tenham muita
oferta de energia e, constantemente estimular a síntese proteica. Quando uma
planta é atacada? Quando predomina a lise sobre a síntese. Quando não é
atacada? Quando predomina a síntese sobre a lise.
O uso das CINZAS estimula o efeito de redução dos açúcares
disponíveis na planta. Aumenta o processo de síntese e reduz a
disponibilidade de aminoácidos livres.
Potássio e Silício são dois minerais fantásticos! E, quanto mais
matéria orgânica diversificada automaticamente maior é a construção do solo.
É importante buscar rochas paramagnéticas! E diamagnéticas! (Pesquisar
e estudar o que são...). É assunto básico no estudo dos minerais. Há rochas
vendidas na Europa com o custo de 450 euros ou US$ 600,00 o quilo.
Quanto mais origem vulcânica são as rochas, maior ordem de assimilação
existe; maior a capacidade de retenção de água. A energia de uma árvore
possui 200 anos de assimilação do sol. A energia de um alimento orgânico é
diferente! É outra coisa... – há coisas que não se cria em laboratórios, nem
são maquiados com sabores artificiais. O que faz os estudos da física quântica
e a teoria dos buracos negros... A energia vai para algum lugar! A energia é
constante, não se perde. É um estado de evolução. Quanto mais evoluímos,
maior a necessidade de minerais diversos necessitamos. Quanto menos
evoluímos menos minerais necessitamos. Portanto, o domínio da sociedade
vai do controle da diversificação de energia e da disponibilidade da
diversificação de minerais. Quanto menos minerais, mais dominados.
Atualmente, o domínio do estômago está em função da simplificação dos
minerais nos alimentos. Quanto mais diversificados são os minerais, maior é
a evolução e consciência da Noosfera (cérebro do Planeta Terra). Portanto,
nos encontramos em um processo de dominação em função da escassez da
água e da desmineralização dos alimentos. Se somente existe alimentos
desmineralizados não podemos completar ou ter um bom funcionamento
celular. A saúde depende de todo o processo ocorrido no estômago e dos
minerais disponíveis. Por isso que, temos que praticar uma agricultura de
remineralização dos solos. Quanto mais simplificamos a mineralização, mais
retornamos a ser simplificados: é a INVOLUÇÃO. A evolução se dá, graças a
conquista da diversidade mineral pela vida. Aqui está a importância de
entender a NOOFERA, a ecologia profunda.
“Sublata causa tolitur effectus” – Hipócrates, pai de Medicina.
(“Eliminada a causa cessa os efeitos”)
1Este texto foi baseado em uma palestra do Eng. Agrônomo Jairo
Restrepo Rivera sobre o tema Trofobiose (youtube). Editado,
ampliado e compreendido pelo Eng. Agrônomo Oliver Naves Blanco
em especial para esta edição do curso Território Caipira: Saúde no Solo.
"Quando o ser humano se der conta
do débil e insignificante que é frente à
dimensão gigantesca que representa
a vida na terra de um bosque, mais
além da razão então estará dando um
passo qualitativo no entendimento, a
partir da observação, que a vida é um
ato divinamente místico e indivisível,
o qual devemos contemplar
despojados de toda arrogância,
necessidade e justificação acadêmica." - Jairo Restrepo, 2013.
“Cientistas do mundo dobrai-vos diante da poesia! Que adianta
inteligência sem sensibilidade? Crianças morrem de fome neste
planeta maravilhoso; enquanto isso vocês produzem a morte,
trabalhando para os sacerdotes da morte. Toda ciência do mundo é
inútil, toda tecnologia é desprezível, enquanto existir no planeta uma
criança chorando de fome. Os poetas, os que não fazem pactos com a
indústria nem com o Estado, vociferam: não há brilho nos olhos dos
que não usam o coração; sem o coração constroem-se apenas
misérias. ”
PREPARO DO INÓCULO PARA BIOFERTILIZANTE DE
ESTERCO
1 Litro de água +
1 Litro de esterco fresco +
0,5 Litro de leite cru ou pasteurizado +
0,250 Litro (um copo) de suco de frutas e/ou hortaliças (laranja, mamão,
Melancia, nabo, cenoura, repolho etc.) +
0,125 Litros (meio copo) de melaço, açúcar ou mel +
0,075 Litros (um quarto de copo) de Sulfato de Amônio +
1 colher de chá de fosfato natural (ou fosfito) +
1 colher de chá de cinzas de fogão +
1 colher de sopa de pó de rocha (basalto, granito, etc.) ou “MB-4”.
Misturar tudo, colocar em um balde. Cobrir com um pano para evitar a
entrada de insetos e tampar com plástico negro e deixar ao sol por 72
horas, está pronto o inóculo. Usar 1 litro para a fabricação de 200 litros
de biofertilizantes. O restante pode ser guardado adicionando bastante
melaço, para paralisar a fermentação ou em “freezer”. É recomendável,
sempre deixar o frasco sem lavar quando for fazer um novo inóculo, para
servir de “pé de cuba” ou “starter”.
Fonte: Livro “MB-4”: Agricultura Sustentável, Trofobiose e
Biofertilizantes – Sebastião Pinheiro e Solon Barrozo Barreto
Sumário de comparações entre a Agricultura em
dois hemisférios terrestres diferentes
É interessante comparar o que acontece nos dois hemisférios
terrestres. Na Eurásia-América do Norte, o CLIMA SOLAR é TEMPERADO
(ZTEM); na América Latina – Oceania o CLIMA SOLAR é TÓRRIDO (ZTOR).
A agricultura evoluiu, desde os seus primórdios, nos dois hemisférios,
nas áreas temperadas e nas áreas tropicais, tórridas. Todavia, a chamada
“agricultura moderna”, pretensamente “científica” imposta conforme os
interesses de grupos mesquinhos é uma agricultura de Clima Solar
Temperado (ZTEM), levada para Zonas de Clima Solar Tórrido (ZTOR). E
surgiram as aberrações.
Na região de origem (da ‘agricultura moderna’) o agricultor usava –
pois necessitava usar – determinadas “técnicas” para aumentar a quantidade
de calor no solo; porque este calor era escasso após o inverno, e a primavera
era fria e suave. A camada superficial do solo, mais aquecida, por estar
diretamente sob a radiação solar, ao ser feita a inversão, trazendo a camada
mais profunda, mais fria, para a superfície e levando o calor da superfície para
o solo mais fundo, há um aumento da quantidade de calor e um incremento
da velocidade das reações nos organismos vivos e reações químicas
necessárias, como a oxidação. Esta prática é milenarmente conhecida como
ARAÇÃO e foi trazida para a zona de clima solar tórrido ZTOR
erroneamente. E assim é feito até hoje. Na agricultura brasileira, o solo
jamais deveria ser aquecido ou nele criar condições de oxidação ou
aceleração de reações químicas e bioquímicas. Deveria, isto sim, ser feito o
contrário (manejos Agroflorestais): esfriá-lo, criar condições de redução,
retardar ou diminuir as reações químicas e bioquímicas, uma vez que as
temperaturas medidas em nossos solos acusam leituras de até 70ºC!!! Isto
quando se sabe que as proteínas começam a se coagular a 65ºC.
Clima Solar ZTOR Clima Solar ZTEM
Formação de biomassa:
Altíssima
Formação de biomassa: Pequena
Deposição de biomassa:
Pequena (oxidação)
Deposição de biomassa: Grande
Acúmulo de M.O.: Nulo Acúmulo de M.O.: Total
Decomposição da M.O.:
fulminante rápida
Decomposição da M.O.: é lenta
Solos: são ácidos, apesar de
formação de rochas ultrabásicas
Solos: rochas mãe básicas,
Calcáreas
Argilas: baixa CTC (capacidade
de troca catiônica)
Argilas: alta CTC
Solos profundos, paupérrimos
em minerais
Solos rasos, ricos em minerais
Apesar da grande formação de
biomassa, sem acúmulo, produz
substâncias não-húmicas,
facilmente oxidável
Produção de substâncias Húmicas
de alta estabilidade
Genética do solo: há erosão
hídrica, desestruturação e
compactação do solo
Genética do solo: Não há erosão
hídrica, desestruturação e
compactação dos solos
Agricultura de cultivos
compostos, DIVERSIFICADOS
Agricultura de cultivos simples ou
combinados (especializada)
Paisagem Exuberante Paisagem Monótona
Agricultura baseada na dinâmica
do Solo e da vida
Agricultura baseada na dinâmica do
Sol
Do ponto de vista da agricultura, para se produzir uma planta na ZTEM
ou na ZTOR, o equilíbrio termodinâmico é o mesmo. O que diferencia e,
significativamente, é que, quando um FATOR é MENOR em uma delas, ele
terá de ter uma velocidade tal, para cumprir a reação-processo. Por exemplo,
há pouca deposição (efeito estático), porém, muito acúmulo (efeito dinâmico)
de Matéria Orgânica nas áreas ZTEM. Em contrapartida, há muita deposição
de M.O. (efeito dinâmico) e pouquíssimo acúmulo (efeito estático) de M.O.
nas ZTOR. A relação dinâmico/estático é perfeitamente aplicável. É desta
forma que deve ser equacionada a agricultura nos dois hemisférios terrestres.
Cada um tem suas peculiaridades, sua própria identidade.
É comum se afirmar nas escolas de agronomia, institutos de
experimentação e pesquisa, oficiais e privados, que os solos da zona de clima
solar tórrido são POBRES, da mesma forma que é inadequado dizer que os
solos das ZTEM são ricos. Na verdade, os solos da ZTEM são ricos em bases
trocáveis de forma estática, ao passo que os solos da ZTOR são ‘ricos’ de
forma dinâmica das mesmas bases.
Todas as práticas brasileiras de agricultura devem levar em
consideração estas características; ou entrarão em conflito termodinâmico
com este solo, sua formação genética e equilíbrio, o que dá sustentabilidade
às práticas locais. Por isso, o essencial é que o homem se situe no seu espaço
geográfico plenamente e seja um agricultor culturalmente identificado com o
seu ambiente e não um mero tratorista ou aplicador de insumos.
Com estas colocações, fica mais fácil entender o porquê das críticas,
denúncias e protestos quanto à recomendação de uso dos adubos solúveis
na agricultura ZTOR, onde caem mais de 1 mil milímetros de chuvas por ano
e o solo é profundo, embora não tenha capacidade de armazenamento, o que
leva o grosso destes fertilizantes para a erosão e enxurradas, provocando
nefastas consequências. Finalmente, critica-se o uso dos produtos e insumos
de alta solubilidade ou reação espontânea, porque eles não entram no
processo de cultivo para enriquecê-lo dinamicamente, mas para alterá-lo
estaticamente e de modo brusco, um choque energético; perdendo-se
algumas semanas depois, mas criando um vício e com danosas
consequências.
Fonte: livro - A Agricultura Ecológica e a Máfia dos Agrotóxicos no Brasil
– Sebastião Pinheiro, Nasser Youssef Nasr e Dioclécio Luz – Rio de
Janeiro, 1998. (Fundação Juquira Candirú)
“Há muito tempo que falo de natureza e amor / das coisas mais
simples / dos homens, de Deus / canto sempre a esperança / acredito no azul
que envolve o planeta toda manhã
Meu canto é sempre de luta / por um mundo de paz / cuidar das
florestas e dos animais...
Depende de mim, depende de nós / escuto um silêncio, ouço uma voz
que vem de dentro / e enche de luz toda nossa tribo.... Somos todos índios. ”
– Vinícius Cantuária
Cromatografia de
Pfeiffer
Diagnóstico do
estado de Saúde do solo
Cromatografia, do
grego croma que significa "cor" e
grafein “escrever” é o termo
coletivo para um conjunto de técnicas laboratoriais para a separação de
misturas. Ela foi inventada pelo biólogo italiano (filho de imigrantes russos) M.
S. Tswett em 1910 e tornou-se um segmento sofisticado na ciência desde
então.
A mistura é dissolvida num fluído denominado fase móvel, que o
transporta através de uma estrutura que contém outro material denominado
fase estacionária. Os vários constituintes da mistura viajam a velocidades
diferentes, fazendo com que se separem. A separação é baseada na partição
diferencial entre as fases móvel e estacionária. Diferenças sutis no coeficiente
de partição de um composto resultam em retenção diferencial na fase
estacionária e, portanto, alteram a separação.
A cromatografia pode ser preparativa ou analítica. A finalidade da
cromatografia preparativa é separar os componentes de uma mistura para uso
mais avançado (e é assim uma forma de purificação). A cromatografia
analítica é feita normalmente com quantidades menores de material e é para
medir as proporções relativas de componentes numa mistura. Ehrenfried
Pfeiffer a desenvolveu para determinar a dinâmica e vitalidade da
Matéria Orgânica no Solo e em paralelo, também para os alimentos.
Todo carbono ativado pelo Sol é incorporado à vida. Pode ser
destruído pelo fogo e analisado nas cinzas ou transformado infinitamente no
metabolismo dos seres vivos. Medir cada uma dessas etapas, produtos de
transformação ou forma do Carbono só é possível pela cromatografia de
Pfeiffer...
O que é um Croma? É muito mais que uma análise bioquímica do
solo. É um holograma (cada parte contém a informação do todo) dos efeitos
do Sol nos ciclos biogeoquímicos metabolizados no Solo Vivo:
........Luz....Gravidade....Minerais....Água....Microcosmos.......Animais.......
.....Noosfera.........
Sua harmonia circular (auréola) indica a quantidade de Carbono no
solo e a glória (fenômeno óptico) da integração à biodiversidade e Vida do
Solo como em um caleidoscópio. Quanto maior a harmonia, maior e constante
é a transformação e fluidez de energia, sem perdas neste solo analisado.
No microcosmo do cromatograma vemos a luta entre fusão e a
gravidade, onde a Vida (fusão) é a animação dos minerais, uma força contra
a gravidade (como cunhado por V. Vernadsky):
• Quanto mais simples e sem vida, as substâncias permanecem mais
próximas ao centro gravitacional do cromatograma; (caso dos
Metais/Minerais)
• Quanto mais complexas e vitais as substâncias, mais próximas à
superfície ou borda de fusão do cromatograma.
O cromatograma é uma ‘análise de solo integral’, que permite o
diagnóstico e acompanha seu tratamento de forma auto-interpretativa (pelo
próprio agricultor/a).
A análise mais precisa e segura nos seres vivos é a genômica (DNA); a
cromatografia de Pfeiffer é mais sofisticada, pois além da identificação do
DNA incorpora a proteômica (expressão das proteínas dos genes conforme
o ambiente).
De forma rápida, fácil e barata permite a leitura pelo próprio agricultor da
situação de seu solo através do tempo-espaço da mesma forma que um pai
acompanha o crescimento, desenvolvimento, estado de saúde física e mental
do filho, com capacidade de intervenção, quando for necessário.
O que se busca, então, em um cromatograma? Busca-se a leitura da
vida, ou melhor, da ‘qualidade de vida do solo’ em determinado momento. Isto
é facilmente visualizado em um cromatograma, através da harmonia de cores
e desenho entre todos os diferentes componentes (mineral, orgânico,
energético, eletromagnético) do solo. Assim é possível saber se um
determinado mineral está em harmonia (foto acima, teoria dos 3M) com a
matéria orgânica, pH, biodiversidade de microrganismos ou grau de
oxidação/redução de enzimas, vitaminas e proteínas e como se pode alterar
positivamente a situação encontrada para alcançar esta meta.
Lembrar: que a análise vai depender do aprendizado empírico da
natureza de quem o está realizando, o próprio agricultor e sua família... O
cromatograma é uma tomografia do solo e planta, que permite saber:
- Qual o manejo do conteúdo de água do solo;
- Qual o manejo dos minerais; plantas adventícias e outras;
Ou seja, permite o diagnóstico perfeito da saúde do solo e a avaliação da
qualidade dos alimentos nele produzidos.
Juquira Candiru Satyagraha
Fonte: livro – Saúde no Solo (Biopoder Camponês) versus
Agronegócio – Sebastião Pinheiro.
Baixar cartilha Saúde do solo:
http://fld.com.br/projetopampa/modules/blog/datafiles/FILE_1EAF04-
9AC0F7-5E3BD1-B9DF4A-B81FBD-67069B.pdf
A Lua
Desde tempos imemoriais
a humanidade voltou os
olhos para o céu para obter
respostas às suas
perguntas e soluções para
seus problemas,
ansiedades, desesperos e
angústias cotidianas. A lua,
pela sua proximidade
enigmática para com a
Terra, tem sido respeitada,
interpretada, adorado,
desconhecida, observada,
mas nunca ignorada pelos
povos antigos.
Os Maias, os Astecas e os Incas mediam o tempo de acordo com
os seus ciclos. Alguns povos a adoravam, outros povos a veneravam.
Independentemente de suas interpretações, todos os povos
dedicaram seu tempo a conhecê-la e interpretar sua influência em diferentes
ciclos da vida.
Na agricultura os conhecimentos milenares têm sido transferidos e
convertidos em práticas cotidianas. (Oscar Castañeda)
Maria Thun sobre “O ciclo Sideral da lua – Plantas cultivadas que
não se tornam lenhosas vivem intimamente ligadas a esse ritmo, tanto em
suas forças de crescimento quanto em sua habilidade de desenvolverem
substâncias alimentícias em seus diversos órgãos, como raízes, folhas, flores,
frutos e sementes. Longas observações revelaram que forças vindas das
estrelas fixas além da órbita lunar atuam de diferentes modos sobre a Terra e
solo adentro, e através disso têm também uma influência sobre a planta.
Quando falamos de Zodíaco, nos referimos ao cinturão de constelações que
forma o “pano de fundo” da eclíptica, isto é, do caminho do Sol como o
percebemos no decurso das estações – e à frente do qual também os planetas
se movem, cada um com seu próprio ritmo.
As diferentes regiões do Zodíaco produzem condições favoráveis
ao desenvolvimento deste ou daquela constelação – isto é, se a cultivação da
terra, a semeadura e o plantio são feitos no período correspondente. Esses
efeitos se diferenciam e distribuem da seguinte maneira: Lua em:
- Touro, Virgem e Capricórnio – propicia o desenvolvimento das raízes;
- Gêmeos, Libra e Aquário – formação de flores;
- Câncer, Escorpião e Peixes – beneficia as regiões das folhas;
- Leão, Sagitário e Aries – região dos frutos e sementes.
Reconhecemos quatro tendências formativas que aparecem na
sequência raiz, flor, folha, fruto/sementes, e que se repetem três vezes no
decurso de 27 dias. O período pelo qual cada impulso atua varia de um dia e
meio a quatro dias. A qualidade interna é individual para cada constelação;
parece que aqui a Lua se torna um refletor da sempre cambiante qualidade
do Solo através do curso do ano, fato que pode às vezes ser observado nas
análises. ” (Por exemplo de Cromatografia de Pfeiffer)
Baixar o Livro – La Luna, ‘o sol noturno nos trópicos e sua influência na
agricultura’ – Jairo Restrepo Rivera, Fundação Juquira Candirú
Brasil/Colômbia, 2005:
http://media.wix.com/ugd/c42f76_3abf74eb07f13d520bc00858a6663957.
pdf
A AUTOPOIESE
A parte biológica do nosso modelo tem origem nos trabalhos de
Humberto Maturana e Francisco Varela (2001). Aplicando seus
conhecimentos de biologia e neurociência, estes autores chilenos abrem uma
perspectiva nova, que mescla antropologia, biologia, epistemologia, ética e
sociologia. Na chamada “Teoria de Santiago”, eles fazem uma síntese entre
duas questões aparentemente desconexas – a organização da vida e o
fenômeno da percepção. Resumem a teoria em dois aforismos-chave: “todo
fazer é um conhecer e todo conhecer é um fazer” e “tudo o que é dito é
dito por alguém”. Formularam um novo conceito – a autopoiese
(autocriação) –, afirmando de que “aquilo que caracteriza os seres vivos
é sua organização autopoiética”. Ou seja, “[...] os seres vivos se
caracterizam por – literalmente – produzirem de modo contínuo a si
próprios” [...] (Maturana e Varela, 2001, p.52).
Segundo esses autores, todo organismo, unicelular ou multicelular,
possui uma organização interna. Mas, além disso, a dinâmica interna é ligada
estruturalmente à fronteira do organismo e controla diretamente os fluxos de
entrada e saída que passam por ela. Pode ser a membrana da célula
individual ou, em casos mais complexos, uma epiderme. Por meio dessa
fronteira, a unidade estabelece uma relação com seu exterior de dois modos:
1) com o meio “inerte” (pode ser com o mundo físico de solos, água etc.) ou
2) com outros componentes “vivos” do mesmo órgão numa relação
“dialógica” (muitas vezes entre próximos).
São esses inter-relacionamentos dinâmicos e recursivos que
definem a “unidade autopoiética”; é um conjunto operando ajustes
constantes e recorrentes entre unidade e meio. Assim funcionando, o conjunto
ganha mais “plasticidade”, uma constante diferenciação do sistema e maior
complexidade interna, o que permite adaptação ao meio (Berdague, 2004).
Entretanto, apesar de resultar em uma plasticidade maior, a autopoiese não é
uma relação em prol de algum “produto”. Não há uma seleção natural por
competição, por exemplo, operando entre unidades concorrentes. O chamado
“acoplamento estrutural” nada mais é que a composição de unidade e meio,
constituindo a manutenção do organismo. A autopoiese é um processo
contínuo e básico de “ser” e “fazer”.
Fonte: AUTOPOIESE URBANA E RECUPERAÇÃO AMBIENTAL - James
Jackson Griffith e Camila Berdague
Fonte: Livro do participante e querido Manoel...
Holarquia
“Uma hierarquia em crescimento, é na
verdade, uma holarquia, pois o Universo é
composto de holarquias de hólons. Essas
holarquias se entrelaçam e se encaixam umas
nas outras”. A Holarquia é o nome que Arthur
Koestler deu ao modo como o nosso
Universo/Natureza se organiza. Cada
elemento tem a sua responsabilidade e é
insubstituível. Arthur Koestler chamou de
holarquia, a coexistência de seres menores em
totalidades maiores.
Lynn Margulis e Dorion Sagan
relatam que: “A vida, na Terra, não é uma
hierarquia criada, mas uma holarquia
emergente, surgida da combinação, da
interação e da recombinação”. No interior das nossas células, existem, neste
momento, antigas bactérias que usam oxigênio para gerar energia. Trata-se
das mitocôndrias. Essas organelas citoplasmáticas de certo modo, são
independentes do resto da célula, com capacidade própria de se replicarem,
além de terem os DNAs diferentes do que encontramos no núcleo da célula
eucarionte. Na prática, temos o DNA mitocondrial que nada mais é do que
DNA de bactéria inserido no nosso. Sem esses invasores primordiais, nem
sequer existiríamos. As mitocôndrias são, na verdade, bactérias que viraram
parte de nossas células, ou melhor, viraram parte de todas as células
eucarióticas dos reinos protistas ou protoctistas, fungos, plantas e animais.
Acredita-se que as mitocôndrias e os cloroplastos sejam descendentes do que
já foram um dia bactérias de vida livre. Ambas estão envoltas por duas
membranas. É importante saber que os cloroplastos estão presentes nas
células eucarióticas vegetais.
Continua Lynn em seu livro ‘Microcosmos’: “As tarefas
desempenhadas pelas bactérias equivalem a nada mais nada menos do que
o condicionamento de todo o planeta. São elas que impedem que toda a
matéria que já foi viva se transforme em pó. As bactérias nos transformam em
alimento e energia para outros, mantêm os ciclos dos elementos orgânicos e
inorgânicos da biosfera, purificam a água, fertilizam o solo e perpetuam a
anomalia química que é a atmosfera terrestre, produzindo constantemente
novas reservas de gases reativos. O especialista em atmosfera, britânico
James Lovelock afirma que certos gases produzidos por micróbios atuam
como um sistema de controle para estabilizar o ambiente vivo. O metano, por
exemplo, pode agir como mecanismo regulador do oxigênio e ventilador da
zona anaeróbica (sem oxigênio), enquanto a amônia – outro gás que reage
fortemente com o oxigênio e, portanto, tem de ser reposto continuamente
pelos micróbios – provavelmente desempenham um papel importante na
determinação da alcalinidade dos lagos e dos oceanos. Um dos achamos
gases de efeito estufa (como o dióxido de carbono), que deixa penetrar uma
quantidade maior de radiação do que deixa sair, a amônia também pode ter
sido importante na regulação do clima primitivo. [...] A lista é interminável. O
meio ambiente está tão interligado com as bactérias, cuja influência é tão
grande, que é literalmente impossível apontar o dedo e afirmar com certeza
onde começa o reino inorgânico caracterizado por ausência de vida. ”
Lynn Margulis – "A vida é uma união simbiótica e cooperativa que
permite o triunfo aos que se associam"
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7. Campo Metagenômico/Metaproteômico Camponês
SUGESTÕES TÉCNICAS PARA CIENTÍFICOS/AS DA AGROECOLOGIA
1 – NOS LABORTÓRIOS DE MICRORGANISMOS SUBSTITUIR AS SOLUÇÕES DE
MICORRIZAS POR CULTIVOS SÓLIDOS COMO “PELO CHORIÇOS E BONECAS DE
MICORRIZAS”, POIS ELES SÃO HIDROFÓBICAS;
2 – CONSTRUÇÃO DE “CAMPOS DE METAGENÔMICA CAMPESINA” E “CAMPOS DE
DISBIOSES DO SOLO” ATRAVÉS DO “GLYPHOSATE” COM FINS PEDAGÓGICOS;
Com um fio de nylon de 5,62 metros de largura, traçar um círculo sobre o solo em área elegida
pelos agricultores em sua comunidade. Aplicar nesta área (equivalente a 100 metros quadrados, que
multiplicado por 100 representa um Hectare): 30 kg de farinha de rocha (Basalto, Granito Rosa e outras);
30 kg de palha ou resto de cultura secos; 30 kg de composto (compostagem) ou Bocashi; 30 kg de resto
de cultura fresca ou adubos verdes (leguminosas ou qualquer biomassa verde); 30 kg de esterco de
bovino; 30 kg de munha de carvão.
Esta área deve ser fotografada antes para registrar sua fitossociologia e na metade de cada
estação climática do ano para a verificação das mudanças em evolução na mesma. Deve ser feito um
Cromatograma em cada estação para avaliar a progressão na restauração da saúde do solo. Repor a
cada ano 1/3 das quantidades durante 5 anos. Acadêmicos e estudantes poderão tomar amostras para
avaliar a população de microrganismos. No “Campo de Disbiose do solo” os ingredientes acima são
opcionais, mas a aplicação é obrigatória de 2 aplicações do Glyphosate na primavera e outono. Ambos os campos de estudos são acompanhados de fotografias
tiradas de um mesmo ponto para comparar a evolução da fitossociologia de apoio a evolução da serule (fitossociologia microbiana) no solo.
3 – É muito importante ressaltar que a microbiologia está além do uso de micróbios para controlar pragas e enfermidades na agricultura, pois não estamos
mudando o veneno químico pelo biológico, e sim, restaurando conhecimentos de harmonia e equilíbrio mais além da ideologia da destruição para restauração do
equilíbrio. No “Campo de Metagenômica” se verifica a evolução do solo campesino/a e a saúde do solo (a serule e a fitossociologia) e desfaz a ideologia de morte
na agronomia e desenvolve a visão da agroecologia mais além da sociologia dependente.
4 – Construir um atlas de cada Campo de Metagenômica Campesina e Disbiose com os Cromatogramas de Pfeiffer como padrão de controle de qualidade
da saúde do solo e garantia de qualidade dos alimentos na região para os consumidores.
Observação: Lembramos que o uso do herbicida
Glifosato neste experimento é para fins pedagógico e
reservado para acadêmicos, professores. Não vale apena
contaminar o solo dos agricultores ou comunidade por 9
anos com este produto de guerra. Portanto, o Campo de
Disbiose do Solo não precisa fazê-lo junto aos
agricultores, pois o uso do veneno é generalizado e é fácil
encontrar um fazendeiro veneneiro que o aplica, assim
sendo, ambas as partes combinada, se defina uma área
de 100 m2 da área maior de manejo convencional
aplicado pelo proprietário para fazer o acompanhamento
paralelo ao campo implantado na comunidade,
propriedade rural ou cooperativa.
Dica para equilibrar o Colesterol:
380 gramas de folhas de Nin (Azadirachta indica);
colocar em uma garrafa encapada com plástico
preto para ficar escura junto com álcool 70°C e
deixar curtir por uma semana. Tomar 9 gotas 2
vezes ao dia equilibra o Colesterol de quem o tem
alto...
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Conexão Rural e Natural

  • 1. Nº 6 _ 08 de janeiro de 2021 “Na cosmologia dos Karajá conta que eles moravam numa aldeia, no fundo do rio, onde viviam e formavam a comunidade dos Berahatxi Mahadu, ou povo do fundo das águas. Um espaço restrito e frio. Interessado em conhecer a superfície, um jovem Karajá encontrou uma passagem, inysedena, lugar da mãe da gente (Toral, 1992), na Ilha do Bananal. Fascinado pelas praias e riquezas do Araguaia e pela existência de muito espaço para correr e morar, o jovem reuniu outros Karajá e subiram até a superfície. Tempos depois, encontraram a morte e as doenças. Tentaram voltar, mas a passagem estava fechada, e guardada por uma grande cobra, por ordem de Koboi, chefe do povo do fundo das águas. Resolveram então se espalhar pelo Araguaia, rio acima e rio abaixo. Com Kynyxiwe, o herói mitológico que viveu entre eles, conheceram os peixes e muitas coisas boas do Araguaia. Depois de muitas peripécias, o herói casou-se com uma moça Karajá e foi morar na aldeia do céu, cujo povo, os Biu Mahadu, ensinou os Karajá a fazer roças.” “É preciso usar a cultura para afastar o ódio, a ignorância e eliminar as desigualdades”. As desigualdades se eliminam em nosso tempo atual com organização, com comunicação, com extensão e com amor. O Bombeiro Agroecológico que esteve entre vocês facilitando este curso não passou pelo ritual de iniciação masculina, conhecido como Hetohoky, mas possui a consciência de um jovem Karajá que teve a orelha furada para carregar por toda sua vida a responsabilidade pela comunidade, pelo seu povo. Educação não é status é plataforma, e neste almanaque de tecnologias sociais camponesas busco reforçar a comunicação de campo destes 4 dias em que tivemos juntos. Em todo mundo o camponês resistiu e é uma juquira resiliente que nasce em meio a devastação após o fogo criminal e com mesquinha negligência governamental, incauto diante da riqueza de seu patrimônio (Ter) natural, aberto e cobiçado pelo mundo na corrida biotecnológica. Solo é Bioma e o clima é parte de toda esta fitossociologia que presenciei no parque Cantão e na Faz. Eco Araguaia. Não entender esta Natureza, suas plantas, seus minerais, sua microbiologia qualquer que seja o investimento nestas terras estará fadado ao fracasso, mesmo que se utilize das mais avanças das tecnologias, pois continuará a desestruturação crescente da sabedoria e da vida no solo. Sem solo vivo não se constrói civilizações. Capacitação: Saúde no Solo e Cromatografia Camponesa _1ª Semana de Conexão Rural e Natural_ Saberes e Sabores – 17 a 23 dezembro 2020 Caseara - TO
  • 2. A Natureza criou os teus conscientes, que por ela se entrega, e que por ela também se morre, e morreremos todos se na lucidez do caminhar não sucumbirmos por não compreender a capacidade autopoiética de cada um e dela mesma, que no metabolismo em essência, é primordial para expressa-se na Euritmia e no trabalho e no alinhamento negentrópico, Sintropia que cria e edifica a arte camponesa de colorir o solo e a espiritualidade de todo Ser. Fora disso, é alienação e consumo sem fim. Vida mecânica que o tempo vai envelhecendo e vamos agindo sem pensar, sem amor ao próximo... “De acordo com Steiner: Na Euritmia, apresentamos na forma e no movimento do organismo humano uma prova externa direta da participação de um homem/mulher na vida do mundo supersensível. Quando as pessoas fazem euritmia, elas estão diretamente ligadas ao mundo supersensível. Sempre que a arte é formada a partir de uma convicção verdadeiramente artística, testemunha a conexão do ser humano com o mundo supersensível. (Dornach, 12 de setembro de 1920”). O que fizemos juntos nestes 7 dias de curso, contando com o amigo Miguel, foi pura Euritmia. Para entendermos a importância de uma capacitação em Saúde no Solo, é que dedicamos a fazer dele sempre um marco renovador, regenerador e construtor de conhecimentos, de Vidas, através da curiosidade e paixão pelos estudos. Para isso é preciso trazer ao debate, os impactos da modernidade fatídica, bem ao fundo de suas hostilidades urbanas (violência, ódio, perda de valores éticos..), hoje, muito mais compreensíveis pela grande febre pós-celular (pós Covid-19), a destampar na sociedade o caótico volume químico, que cada vez mais se familiariza aos desarranjos intestinais do Antropoceno. Existe uma história sombreada pela sociedade de domínio industrial & militar da destruição da cultura, da natureza e das tradições de vivência em comunidades tradicionais e rurais no mundo pela industrialização e Capitalismo vigente, e que busco neste trecho de ‘A Grande Transformação’ de Kanl Polany uma tentativa de compreender: “A Revolução Agrícola antecedeu definitivamente à Revolução Industrial. Tanto os cercamentos das terras comuns quanto as consolidações dos arrendamentos compactos, que acompanhavam o novo e grande avanço nos métodos agrícolas, acarretavam resultados muito perturbadores. A guerra contra as habitações do campo, a absorção das hortas e terrenos que rodeavam essas habitações e o confisco dos direitos sobre as terras comuns privaram a indústria doméstica (hoje, em nossa realidade agroindústrias familiares) de seus dois esteio: os rendimentos familiares e o “pano de fundo” agrícola. Enquanto a indústria doméstica era suplementada pelas facilidade e amenidades de um canteiro de horta, um pedaço de terra ou direitos de pastagem, a dependência do trabalhador aos rendimentos monetários não era absoluta. Fazia uma diferença enorme ter um lote de batatas ou de “gansos teimosos”, uma vaca ou até mesmo um burro pastando nas terras comuns, e os ganhos familiares eram uma espécie de seguro contra o desemprego. A racionalização da agricultura desenraizou inevitavelmente o trabalhador e solapou a sua segurança social”. (p. 99/110). O “Speenhanland* precipitou uma catástrofe social” que acendeu o pavio industrial e fez a era do Antropoceno eclodir, e o “mais impressionante ainda de que as explosões de dor e de ira que poetas e filantropos expressaram, foi o gélido silêncio de Malthus e Ricardo, que ignoraram o cenário no qual nasceu a sua própria filosofia de danação secular”. Recordamos que, “na grande obra de Adam Smith, a assistência social ao pobre ainda não era um problema”. Assim, “mergulhado nesse lamaçal de miséria, o camponês imigrante, ou até mesmo o antigo pequeno proprietário rural ou o operário, logo se transformava em um indefinível animal do pântano (favela). Não era porque se lhe pagava muito pouco, ou até mesmo porque trabalhasse muitas horas – embora ambas as coisas ocorressem às vezes e em excesso - , mas sim o fato de ele viver agora em condições físicas que negavam as própria forma humana da vida. Os negros das florestas africanas que se viam enjaulados, lutando pelo ar nos porões dos navios negreiros (hoje sendo mortos nas periferias das metrópoles brasileiras por PM corruptos), deviam sentir o mesmo que essas pessoas, e, no entanto, nada disso era irremediável.” O Trabalhador “herói”, não tem escola, saúde, moradia, nem respeito dos políticos que lhes roubam os impostos... A negação de toda estrutura do Capital (modelo reducionista particularizado) fica mais evidente agora para um jovem estudante de Agroecologia que inicia sua consciência com a saúde no solo onde também inicia a agroecologia camponesa e que começa a possuir uma visão holística desta complexidade social buscando transformá-la. José Lutzenberger dizia, “Só uma visão sistêmica, unitária e sinfônica poderá nos aproximar de uma compreensão do que é nosso maravilhosos planeta vivo”. “A Globalização está em função de sequestrar a construção da história e da memória dos povos. Uma pessoa que não participa da construção de sua história jamais poderá desenvolver ou aflorar consciência” e é neste sentido que os camponeses serão perseguidos pela sociedade industrial que perdeu
  • 3. o rumo do progresso quando rebaixa a importância da ultrassociabilidade deles em produzir sua energia vital: os alimentos para a sobrevivência e inclusão sócio/econômica. O mundo virou um Grande Mercado. “A natureza no seu sentido físico, foi conscientemente excluída por Smith dos problemas da riqueza”, dizia ele: ‘Qualquer que seja o solo, o clima, ou a extensão de território de qualquer nação particular, a abundância ou escassez de seu abastecimento anual, nessa situação particular, deve depender de duas circunstância, a saber, a capacidade do trabalho e a proporção entre os membros úteis e ociosos da sociedade. Não é o fator natural que conta, mais apenas o fator humano. A economia política deveria ser uma ciência humana, deveria lidar com o que é natural ao homem, e não à natureza’. A realidade hoje é nua e crua, como um garimpo, e diariamente assistimos à destruição e comercialização da Natureza. A nova geração já começou a defendê-la e com elevada consciência. A sustentabilidade de fato passa pelo equacionamento da questão agrária; das orientações mais sábias de exploração dos recursos naturais presentes nos territórios e na socialização de seu materialismo vital; como também em definir o modelo de agricultura que assegure as inter-relações sociais/natureza em que “a água/solo, nosso primeiro coração, gera a espiritualidade ultrassocial do Biopoder Camponês e a agroecologia impede a destruição da vida, da espiritualidade, do solo e da própria consciência do Biopoder Feminino e Camponês pelas violências estruturais da sociedade industrial inconsciente ou heteronômica”. A nobreza do ser humano como também uma saída para deixarmos de ser guiados pelos discursos declinacionistas** proferidos por tecnocratas especuladores mora no apaixonar-se pelo conhecimento. E que ele seja cada vez mais para todos e todas. Bom proveito e estudos. Oliver Naves Blanco – Agroecólogo Huarache Org. Juquira Candiru Satyagraha Aos amigos/as Guilherme, Manu/Irmão/Mãe, Maria, Zé, Plínio/Didi, Miguel/Pit, e Manoel e Maria José com carinho...
  • 4. 'Ofereço-me para cooperar com amor a fim de compartilhar a abundância de meu coração.' 'Comunico-me sem apegos e descubro a harmonia de evoluir na Terra.' 1. Biofertilizantes fermentado (Biomanufatura camponesa) Os biofertilizantes são super adubos líquidos com muita energia equilibrada e em harmonia mineral. São preparados a base de merda de vaca muito fresca, dissolvida em água e enriquecida com soro ou leite, cinza ou Fosfito, e melaço (açúcar), que tem posto a fermentar por vários dias em tonéis ou tanques de plástico (“bombonas”), por dentro de um sistema anaeróbico (sem a presença de oxigênio) e muitas vezes enriquecidos com farinhas de rochas moídas ou alguns sais minerais ou sulfatos, como os sulfatos de magnésio, zinco, cobre e outros metais essenciais. Chamado também de Energia do Bioplasma, pois, ao colocarmos esterco ou biomassa para fermentar por meio de microrganismos, fazemos que as bactérias, leveduras e fungos transformem esta biomassa em constituintes de seu protoplasma e metabolismo externo ao corpo. O resultado dessa manufatura artesanal camponesa é a obtenção do Etnobiofertilizante, “produto de síntese microbiana sobre a matéria orgânica e mineral, com formação de açúcares, lipídios, aminoácidos, peptídeos, polipeptídios, proteínas (enzimas), vitaminas e outros em forma de ‘sol coloidal’, com ação sobre o metabolismo secundário e repercussão na saúde das plantas, inibindo toxinas patogênicas e garantindo maior produtividade. Quando feito com bases sociais e culturais dentro de uma comunidade na escala de sua necessidade é possível denominá-lo de Etnobiofertilizantes”, por sua qualidade superior aos biofertilizantes industriais das grandes corporações. Ingredientes: _Merda de vaca – 44 kg _Água sem tratar, pura – 144 L _Melado (ou Garapa) – 4 L _Leite (ou Soro) – 4 L _Cinza (de forragem) – 4 kg Mistura para aplicação: _5 a 10 litros (do biopreparados) em 100 litros de água (5 a 10%) Esperar os tempos de 30, 60 e 90 dias de fermentação anaeróbica, para logo abri-lo e verificar sua qualidade através do odor e cor, antes de passar a usá- lo. “Uma das coisas mais importantes que os campesinos conseguem quando aprende a preparar os biofertilizantes fermentados é o poder de reencontrar o conhecimento e a sabedoria, para independência das multinacionais, comerciantes, traficantes de insumos, certificadoras, universidades e o Estado que nos manteve manipulados durantes muitos anos, com enganos de espelhos coloniais (veneno e fertilizantes) da tecnologia. ” “O uso dos biofertilizantes são tônicos auxiliares para eliminação dos desequilíbrios e recuperação imediata da saúde das plantas ao eliminar efeitos deletérios de insumos, tecnologias e degradação sobre ela. Seu uso é tático, pois a recuperação do solo necessita de muito mais tempo. ” Com que frequência se aplicam os biofertilizantes? O ideal seria realizar um maior número de aplicações, com intervalos bem curtos entre uma aplicação e outra, em concentrações de biofertilizantes muito baixas. Sendo o melhor horário do dia logo pela manhã, até as 10h e no fim da tarde após 16h. Dê preferência para o período de lua cheia, pois aumenta a eficiência e o aproveitamento pelas plantas. • Hortaliças em viveiros ou sementeiras: até 2 aplicações, de concentração que poderá variar entre 2 a 3% (2 a 3 litros de biofertilizantes para 100 litros de água); • Hortaliças transplantadas ao campo: de 3 a 6 aplicações, de concentração que poderá variar entre 3 a 7% (3 a 7 litros de biofertilizantes em 100 litros de água); • Frutas e árvores nativas em viveiros: 6 a 8 aplicações, em concentrações variando de 4 a 6%; • Frutíferas, café ou cultivos perenes: de 10 a 15 aplicações por ciclo, em concentrações variando entre 5 a 10%; • Cultivos anuais, como feijão e milho: de 6 a 8 aplicações, durante o ciclo que durar o cultivo, em concentrações podendo variar de 3 a 5% “Solo é um organismo vivo e saudável capaz de gerar outro organismo vivo e saudável” 2. Adubo fermentado orgânico tipo: Bocashi* Fórmula Original Ingredientes básicos para a preparação do adubo Orgânico fermentado tipo Bocashi Doses para se preparar 14 sacos de Bocashi: • 3 sacos de esterco de aves poedeiras ou outros estercos (bovino, equino, suíno, caprino); • 1 saco de carvão triturado em partículas pequenas; • 1 saco de farelo de arroz; • 3 sacos do resíduo carbono seco, casca de arroz ou café, palha bem picada ou resto de cultura bem moída; • 1 balde de melado de cana-de-açúcar; • 500 g de levedura de pão (fermento em barra); • 15 kg de calcário dolomítico, ou cinza de fogão, prioridade é farinha de rocha moída; • 5 sacos de terra bem peneirada, de preferência Argilosa; • Água ou soro de leite (somente no momento da preparação). *Sobre o nome Bocashi, proveniente da língua japonesa, Matéria Orgânica em Fermentação ou Adubo Orgânico Fermentado por microrganismos nativos da terra ou da serapilheira de floresta. Um ‘composto’ é um adubo bruto como a cama de aviário, cama de estábulo ou pocilga, ou um adubo elaborado, geralmente com terra, palha, esterco, farelo, farinha de rochas, melaço, carvão mineral moído, leveduras e inoculantes microbiológicos. Esta mistura é homogeneizada e colocada para fermentar sob condições controladas permitindo observar o desarmar da matéria orgânica em diferentes componentes e seu rearme em matéria orgânica complexas pelas diferentes etapas sucessivas de fermentação. Quanto mais diversificada são as ferramentas nutricionais orgânicas e inorgânicas disponíveis para uma cultura vegetal, melhor! No ciclo de vida de um vegetal, maior e mais rápida é a oportunidade de construir suas defesas, sua nutrição e reprodução. Assim, a matéria orgânica é como uma caixa de ferramentas para um mecânico; quanto mais diversificadas são as ferramentas, mais rápido ele irá desmontar e montar o carro. Funções de cada material: - Terra: aumenta em 1/3 o volume do adubo; homogeneizadora; equilibra energias; - Casca de arroz: incrementa o carbono; retém umidade; melhora a estrutura e aeração do solo; fonte de silício; - Estercos: fonte de nitrogênio; fonte de microrganismos; - Farelo de Arroz: fonte de carboidratos; fonte de energia e nutrientes; - Melaço: energia para a fermentação; rico em boro e potássio; acelera a ação das leveduras; - Levedura: dá o início (start) na fermentação; fungos eficientes; - Farinha de Rocha: Bioremineralização da terra; recupera minerais perdidos na terra; - Carvão: sequestrador de odor; retém umidade e nutrientes (vide 6. Picumã). Como utilizar: - Viveiros: Substrato para hortaliças - 20% (1 parte) de adubo + 80% (4 partes) de terra; Substrato para mudas – 40% (2 partes) de adubo + 60% (3 partes) de terra. - Transplante de mudas: 10kg por berço. - Hortaliças (folhas): 80 a 100g; (beterrabas, repolhos, brócolis) 100 a 150g; (tomate, vagem) 250 a 500g, 1kg dependendo da terra. @ Nunca esquecer: sempre tampar com terra o adubo bokashi ao adubar. Armazenamento: o ideal é logo que o adubo estiver pronto começar a utilizar ou recomenda-se armazenar por 30 dias em locais secos e sobrados.
  • 5. 3. Fosfitos Preparados a base de cinzas e farinha de ossos calcinados para a bioproteção dos cultivos. São preparados que se fazem a partir da farinha de ossos previamente calcinada e mesclada principalmente com casca de arroz ou de café, em condições de combustão muito lenta. A farinha de ossos calcinada contém principalmente entre 24 e 28% do elemento cálcio, e entre 8 e 14% do elemento fósforo, e a cinza da casca de arroz pode chegar a conter até 90% de silício. Nos ossos o cálcio e o fósforo estão fortemente unidos, formando o fosfato de cálcio. Mesclando a farinha de ossos calcinada e moída com a casca de arroz, e mediante uma combustão lenta e incompleta é possível obter um produto que denominamos fosfito, em que o fósforo está livre e altamente disponível para as plantas e o cálcio se liga ao silício para também ser aproveitados pelos cultivos. Função de cada elemento As principais funções do silício e do cálcio é fortalecer a estrutura das plantas, dando flexibilidade e ao mesmo tempo promover uma grande resistência imunológica contra o ataque de insetos e enfermidades, aumentando assim a eficiência da fotossíntese nas plantas cultivadas. A principal função do fósforo é prover constantemente a energia necessária nas plantas para seu desenvolvimento pleno, de modo tal que todas as atividades fisiológicas se cumpram em forma normal e saldável. Usos Recomenda utilizar o produto, sendo possível, durante todas as etapas do desenvolvimento fisiológico das plantas, podendo aplicar desde o revestimento das sementes, crescimento vegetativo, floração e frutificação. - 3kg de fosfito como ingrediente mineral de biofertilizantes fermentado (200 litros); - 3kg de fosfito diluído em 100 litros de água; repouso por 4 dias – aplicar em plântulas e mudas de viveiros; - 25kg de pó de rocha + 20kg de fosfito diluídos em soro ou suco de mandioca (sobra da fabricação de polvilho); deixar em repouso 5 dias. Aplicar via foliar 2 a 10% (2 a 10 litros do preparado em 100 litros de água). “É muito raro ver um técnico ou um ingênuo agrônomo que não entenda como a natureza é capaz de formar um milímetro de solo fértil a partir de uma fração de rocha, em que o insolúvel se torna solúvel; ainda é mais raro, que não entenda como uma série de minerais contidos em diferentes rochas, são capazes de transformar (animar-se) para serem o suporte da vida”. 4. Silo de Microrganismo Reprodução maciça de microrganismos nativos da Mata Trata-se da reprodução local dos microrganismos nativos da mata (bosques) que fazem parte da pele ou do manto vivo natural que reveste a superfície das matas. Iremos ‘capturar os microrganismos autóctones. ’ No que consiste os microrganismos nativos da Mata? É o entendimento da memória geológica que tem evoluído de forma conjunta em harmonia com os bosques naturais e o clima de uma determinada região. Nos fragmentos de matas locais das propriedades rurais ou reservas florestais, ainda é possível observar o surgimento de um perfeito namoro da endossimbiose pela vida. Cada Mata ou bosque, corresponde uma memória biológica com características próprias de acordo com as condições ecológicas ou bioclimáticas do lugar onde se encontram as mesmas. Cada microrganismo tem registrado em sua memória a história do lugar e a distância onde puderam estabelecer sua evolução, desenvolvimento, reprodução, decomposição e morte. O microcosmos é a antessala, a base para a vida superior (Macrocosmos). São eles: grupos funcionais de bactérias, actinomicetos, fungos, algas, protozoários que habitam e vivem em perfeita harmonia, para manter a vida em cada espaço e fração do tempo. Para que servem os microrganismos nativos da mata? Para enriquecer biologicamente o adubo Bokashi; ativar e recuperar a vida no solo por intermédio de biopreparados fermentados; acelerar os processos na decomposição da matéria orgânica e fortalecer a saúde das plantas, dos animais e dos humanos. Preparação: Após bem prensado na bombona, deixado um espaço de 15 cm entre a tampa, cumprir um prazo de repouso por 30 dias. Utilização: - Aplicar 8 a 10 kg por tonelada de Bokashi ou compostagem, ao se finalizar o processo de fermentação do adubo; - Usar 10 kg em um saco de pano para elaboração de biofertilizantes Super Magro ou simples (caboclo) substituindo a merda de vaca; - Alimentação animal como pré e probióticos: • Bovinos adultos: 200 a 300 g por animal; • Caprinos e ovinos adultos: 30 a 50 g por animal; • Galinhas: 10 a 15 g por animal; • Coelhos: 8 a 12 g por animal; • Codornas: 5 g por animal; • Suínos: 30 a 50 g por animal. (Misturar 3 ou 4 horas antes no alimento que normalmente se dá aos porcos) EM – Microrganismos Eficientes ‘O estudo sobre microrganismos eficientes – EM foi iniciado na década de 70 pelo Dr. Teruo Higa, professor da Universidade Ryukyus (Japão). O objetivo era melhorar a utilização da matéria orgânica na agricultura’. ‘A utilização do EM, como prática agrícola adequada ao ambiente e a saúde humana, se aproximou muito da Agricultura Natural Messiânica preconizada por Mokiti Okada, em 1935, no Japão’. Tão logo, foi introduzida experimentalmente no Brasil e hoje, é bem utilizada na Agricultura Natural. O que são? O grupo de microrganismo que representa os EM são de regeneração: produzem substância orgânicas úteis às plantas; via metabolismo secundários podem produzir hormônios e vitaminas, melhorando as propriedades física, químicas e biológicas do solo. São eles: Leveduras (Sacharomyces), Actinomicetos, Bactérias produtoras de ácido lático e bactérias fotossintéticas. Material para captura e reprodução caseira: - 500g de arroz cozido sem sal + 50 ml de melaço ou mel; - Potes de plásticos + tela fina de mosquiteiro; - 5 Garrafas PET de 2 litros; - Espalhar os potes com arroz entre a serra pilheria da Mata e deixar por 10 a 15, é o suficiente para a captura; após recolher, separar somente o arroz colorido: rosada, amarelada, azulada ou alaranjada, descartar os cinzas, marrom e pretos; Ativação e multiplicação: - Na garrafa PET (2 litros) colocar 200 ml de melaço e distribuir o arroz colorido; em seguida, completar com água limpa (sem cloro ou contaminada) ou água de arroz; fecha e deixar de repouso entre 10 a 20 dias. Lembrar de liberar o gás a cada 2 dias, abrindo a tampa bem devagar. 5. Picumã (Carvão Vegetal) & ‘Biochar®’ ‘O picumã está composto praticamente de Carbono fixado nos vegetais (raiz, caule, folhas, frutos etc.) pela fotossíntese ou “quimiossíntese”. Sua queima com Oxigênio (carbonização) mantém a estrutura antes existente na mesma. Na natureza, se conhecia duas formas de Carbono: o Diamante e o Grafite. O primeiro se forma a altíssima pressão e temperatura de alguns Notas práticas: Reprodução das sementes de microrganismos nativos da Mata Ingredientes: - Manto ou pele da mata virgem......................................30 a 40 kg - Farelo de Arroz ou outros farelos...................................80 kg - Melaço ou caldo de cana/rapadura................................2 a 4 galões - Farinha de rocha.............................................................2 kg - Um recipiente (‘bombona’) 200 litros............................. 1
  • 6. milhares de graus na caldeira e garganta dos vulcões; O segundo é um mineral de grande importância industrial para a fabricação de eletrodos, lápis, lubrificantes especiais e retentores de calor. Em química, o carvão vegetal é usado para a retenção de pigmentos, impurezas e filtragem de líquidos e água potável. Ao tomarmos um picumã e colocarmos sob a lente de um microscópio começaremos a desvendar o mistério de suas características. Ele é totalmente poroso (foto) com uma grande capacidade de retenção de substâncias sólidas, líquidas e gasosas no interior desses poros que constroem tubos e dutos, que por suas dimensões diminutas no picumã o torna campo de estudo da nanotecnologia. O Biochar, ou carvão vegetal moído fino, já era usado na década de 80 do Século passado no Hortão de Cachoeiro de Itapemirim pelo colega Nasser Youssef Nars, que o denominava de “munha de carvão”. O uso de picumã, “negro de fumo”, munha de carvão no solo para a restauração da atividade microbiana, aumentando a presença de coloides e ácidos húmicos, retenção de nutrientes, evitando lixiviação é a grande revolução ao alcance do agricultor’. “O caminho é combinar o picumã, “munha de carvão” com o pó de rocha (fino) e avançar no universo da bio(nano)tecnologias naturais. Fazer o mesmo adicioná-los à elaboração de compostos fermentados (sólidos), biofertilizantes (líquidos) enriquecidos e na preparação de fosfitos. Para isso é necessário estudar muito, praticar e preparar-se para o combate”. Carvão Vegetal, prática rural do seu manejo na propriedade rural e sua obtenção e utilização na agricultura: - Retenção de umidade e de nutrientes; - Poroso (1cm3 de carvão – 30 milhões de microrganismos); casa dos microrganismos; - Regulador térmico (mesotérmico); capaz de reter até 4ºC; - Fonte de húmus; promove a estruturação da terra; maior aeração (da maior porosidade ao solo); Agregador de raízes; - Amortecedor de campos magnéticos de energia (Torres); - É um regulador térmico da vida. Nos trabalhos do dia a dia no campo encontramos muitos galhos secos, pedaços de madeiras, troncos de árvores velhas ou recém caídas, também provenientes de podas, e outros manejos agrícolas. Podemos utilizar todo o material orgânico descrito, e retorná-lo ao ciclo da vida de maneira mais eficiente e econômica para a produção de alimentos saudáveis. Os resíduos de madeira, podas e outros se destina em 3 subprodutos: cinza, carvão vegetal ou adubo orgânico previamente decomposto (aqui cabendo o uso de máquinas para triturar os galhos etc.). Uma maneira eficiente de obter o carvão em pequena escala é através de uma pirólise lenta, utilizando uma armação de tambores (tipo foguete) para que no seu interior aconteça uma carbonização do vegetal com o mínimo de presença do oxigênio ou quase nada. O oxigênio acelera a combustão e neste caso, teríamos a cinza ou invés do carvão. Segue a imagem. Usos práticos: - Incorporado diretamente ao solo; em canteiros de hortaliças, por exemplo, na proporção de 0,5 a 1kg por m2; - Ingrediente básico para a produção de adubos orgânicos tipo Bokashi e outros; lembrar que para a utilização em substratos na produção mudas de hortaliças, sua forma deve estar micro pulverizada (partículas pequenas); - Sua mistura com farinha de rochas melhoram a qualidade do esterco animal gerado na propriedade ou adquiridos externamente; - Sua forma micro pulverizada começa a ser utilizada em biofertilizantes. 6. Caldas Minerais 6.1 Calda Sulfocálcica O enxofre é um regulador da síntese proteica. Faz com que na planta tenha menos oferta de açúcares e aminoácidos livres, automaticamente reduz as enfermidades (Trofobiose). Não age como um fungicida e sim como um complemento mineral. As caldas preparadas a base de enxofre, ajudam a solucionar problemas de nutrição e doenças nos cultivos agrícolas. Essa calda controla mais de 52 enfermidades fungosas! Diferentes diminutos ácaros que danificam a planta, como o ácaro vermelho, e outros tipos de insetos: pulgões, trips, cochonilhas, besouros furadores, ferrugem, larvas mastigadoras, assim como ovos e larvas de diferentes mariposas e pulgões. Se recomenda, principalmente para o cultivo de cactáceas (palma, por exemplo) e frutas, podendo também se utilizar no controle de carrapatos e sarna dos bovinos. Em gramíneas recomenda-se utilizar 40kg de S/ha. Em químicas a calda sulfocálcica é denominada polissulfúrico de cálcio. Quanto mais concentrado o enxofre melhor será a qualidade da calda. Importante: nunca usar CAL AGRÍCOLA (calcário) ou Gesso! No caso de usar cal viva, tomar cuidado com a combustão!!! Ingredientes (para o preparo de 100 litros de Calda Sulfocálcica): - 100 Litros de água fervendo - 20kg de enxofre - 10kg de cal de construção, cal virgem ou hidróxido de cálcio No tambor ou na lata, colocar os 100 litros de água para ferver mantendo sempre o fogo alto em todo o processo; adicionar o enxofre e cal previamente homogeneizados com cuidado, sempre mexendo com uma pá de madeira. Mexer até que o preparado solubilize totalmente ou quando este estiver com uma cor alaranja escura (cor de telha). Assim, tirar do fogo e deixar esfriar. Aplicações: - 0,5 a 1 litro de calda para 20 litros de H2O (por bomba pulverizadora manual); - 3 Litros de calda para 100 litros de H2O. Dica: 5 litros de biofertilizantes simples (caboclo) + 2 litros de calda sulfocálcica + 100 litros de água – Aplicar! IMPORTANTE: Não utilizar a calda sulfocálcica em cucurbitáceas (abóboras, pepinos, melões etc.) é fitotóxica ao vegetal. 6.2 Calda Bordalesa Esta suspensão coloidal é um excelente produto fungicida, acaricida, constituinte e ativador enzimático; também pode atuar como repelente contra algumas espécies de coleópteros (besouros) da batata, insetos do tabaco e cigarrinhas. Um dos mais antigos ‘fungicidas’ cúpricos obtido pela mistura de uma solução de sulfato de cobre (CuSO4.5H2O) e suspensão de cal apagada / de construção (óxido). Sua primeira referência de utilização foi em 1882 na França, a raiz da introdução na Europa do Plasmopora vitícola. O fitopatologista Alexis Millardet quem investigava a enfermidade, observou que no longo do caminho paralelo a um vinhedo, em Medoc, na Gironda, as plantas mais próximas do referido caminho conservavam suas folhas enquanto as demais tinham sido completamente desfolhadas pela enfermidade. Intrigado com o fenômeno, encontrou que o proprietário com o fim de evitar o roubo de suas uvas pelos viajantes costumava passar verde-cinza (acetato de cobre) ou uma mescla de sulfato de cobre e cal nas parreiras próximo a cerca, e assim, os viajantes pensando que as uvas estavam envenenadas não as tocavam. Millardet, dando conta da ação da mescla sobre a enfermidade, começou a trabalhar seguindo este indício e anunciou em 1885 o êxito obtido mediante a mescla de cobre e cal, como ‘fungicida’ contra o Plasmopora vitícola. A calda bordalesa deve ser neutra ou ligeiramente alcalina, quando a quantidade de cal é insuficiente para saturar o sulfato de cobre, é porque seu conteúdo de óxido de cálcio é muito baixo, portanto, a calda permanece ácida, sendo necessário aumentar mais a água e cal com a finalidade me corrigir a acidez. (Teste da faca ou facão de ferro: mergulhar a ponta na calda pronta ou aplicar algumas gotas na lâmina e verificar se aparece a cor roxa, caso sim, a calda está ácida e deve ser corrigida). Calda bordalesa 1% (ingredientes para 100 litros de calda): - 1kg de cal viva ou hidratada (óxido de cálcio ou hidróxido de cálcio); - 1kg de sulfato de cobre; - 1 Recipiente de plástico: capacidade 100 litros; - 1 Balde pequeno de plástico: capacidade 20 litros; - 1 Bastão de madeira para mexer a mistura; - 1 Facão para fazer a prova de acidez do caldo; - 100 Litros de água.
  • 7. Recomendações de uso: - Cebola, alho e tomate: diluição 3:1 (3 partes da calda para 1 parte de água) - Feijão, repolho, vagem e pepino: diluição 1:1 - Tomate e bata após a planta tiver 30 cm de altura: diluição 2:1 Observação: para o cultivo de tomate, batata, banana e cafés em pleno desenvolvimento vegetativo, a calda pode ser utilizada pura. - Citros: controla a Verrugose e o pano de fungos. Para aumentar sua eficiência poderá mesclar a calda bordalesa com azeite mineral ou vegetal ou também com a calda emulsiva de cinza, em casos mais graveis. Aplicar a calda sempre, após cada floração. - Manga: controle principalmente da antracnose; aplicar antes da floração. - Goiabas: controla ferrugens e sardas. - Morangos: controle de antracnose; aplica-se a calda antes do início da floração. Controla e previne: míldio, antracnose, septoriose, pinta preta, requeima, podridões, mancha das folhas, cercosporiose, mycosphaerela, rubelose, melanose, gomose, verrugose, revestimentos (panos) fúngicos, ferrugem. Recomendações: - Preparar o caldo e usar de imediato; - Não misturar a calda com as mãos; - Usar a calda no máximo nos 3 dias seguintes a sua preparação; - Não utilizar recipiente metálicos; - Não aplicar a calda em plântulas muito pequenas ou recém transplantadas ou em floração; - Nunca aquecer da calda principalmente com o sulfato de cobre; - Usar EPI para aplicar a calda; - Não existe uma receita única. Use a criatividade e observações para também elaborar seus próprios controles alternativos combinando muitas possibilidades. Ao atrever-se a experimentar tome nota das proporções dos ingredientes e ajustes de sua receita e resultados para culturas diferentes. Na agricultura tudo é muito dinâmico e coisas mudam de lugar constantemente. “Não há nada mais maravilhoso que pensar em uma nova ideia. Não há nada mais magnífico que comprovar que uma ideia nova funciona. Não há nada mais útil que uma nova ideia que sirva aos nossos fins. ” – Edward de Bono 6.3 Calda Viçosa “Tem de se brecar a ilusão e a tendência de pensar que com a agricultura orgânica tudo se pode beneficiar de um dia para outro. O negócio é gradual e requer um acompanhamento de perto, ajustes e correções com a participação direta de quem está comprometido em querer alcançar o desenvolvimento com este tipo de agricultura. Sabedoria e perseverança são as ferramentas que ajudam a configuração de vitórias e encurtam o caminho para ter êxito com tranquilidade e autonomia. ” Esta calda mineral que, apesar de ter sido provada no campo com muita autoridade e com bons resultados pelo professor João da Cruz Filho, titular do departamento de fitopatologia da Universidade Federal de Viçosa, somente apareceu oficialmente publicada extra universidade, em 12 de maio de 1982 em Viçosa, no informe técnico nº 23 da página 4 do Conselho de Extensão dessa universidade. Este preparado mineral que inicialmente foi lançada publicamente como um novo fungicida para o controle da ferrugem do café (Hemileia vastatrix), tem sido adaptado pelos agricultores em muitos países para a sua aplicação não somente em cafezais, mas sim em cultivos como uvas, hortaliças e frutas como abacates, manga e citros, entre outros. Uma equipe de professores dos departamentos de fitopatologia, fitotecnia e solos, do Centro de Ciências Agrárias, comprovaram os efeitos benéficos da calda Viçosa que além de controlar a ferrugem e o ‘olho de pomba’ (Cercospora sp) do café, reduziu significativamente a ocorrência da larva minadora das folhas. Conclui o professor Cruz: “A calda Viçosa foi superior aos fungicidas a base de Oxicloreto de cobre e Baysiston, nos aspectos da eficiência de sua ação fungicida e no aumento de sua produtividade, além de constituir em um produto mais barato nas mãos dos produtores. ” Ingredientes adaptado para a agricultura orgânica*: - 500g de cal hidratada (hidróxido de cálcio) - 500g de sulfato de cobre (Cu) - 400g de sulfato de magnésio (Mg) - 400g de bórax (B) é um sal - 600g de sulfato de zinco (Zn) - 100 Litros de água. *Na fórmula original, conforme experiência do professor vai ureia – (NH2)2CO que não é recomendável o uso na agricultura orgânica. Observações técnicas sobre as alternativas ao emprego da ureia na calda Viçosa: - Alguns camponeses estão substituindo os 400g de ureia por 3 a 5 litros de urina de vaca1 ou ovinos. Outros produtores utilizam 10 litros de soro ou 8 litros de biofertilizantes simples na substituição da ureia. No mais, muitos agricultores optam por usar apenas os 5 minerais (Cu, Zn, Mg, B e cal) + 100 litros de água, obtendo excelentes resultados no controle das enfermidades do café, banana, hortaliças, plantas ornamentais, frutas como manga, abacate, citros e uva, entre outros cultivos. Como preparar a Calda Viçosa? Em um recipiente com capacidade de 100 litros dissolver os 500g de cal hidratada em 80 litros de água, reservar. Em um outro recipiente dissolver um a um o sulfato de Cobre, Zinco, Magnésio e o sal Boro, em 20 litros de água. Na sequência fazer a mescla do balde menor (20 litros, 4 minerais) no recipiente maior (80 litros, cal) NUNCA AO CONTRÁRIO! Recomendações: - Cultivos novos diluição 1:1 (50% água + 50% de calda viçosa) - Cultivos adultos aplicar puro - Controla mais de 32 enfermidades fungosas em hortaliças utilizando 30% da calda + 70% de água. “As plantas necessitam de nutrientes constantemente e diversificados um pouco por dia.…” 6.4 Calda fria de Bicabornato de Sódio Calda simples e rápida de se preparar para o controle do fungo Oídio (esporo resultante da desintegração celular de uma hifa; oidiósporo). Os agricultores relatam ter maior eficiência, comparada ao uso do leite (5% - 5 litros de leite em 100 litros de água). Preparação: - 1 a 1,5kg de Bicabornato de sódio em 100 litros de água. Dilui bem e aplicar! 6.5 Utilização da cinza, Caldas e ‘Água de Vidro’ O melhor mineral para um agricultor/agricultora utilizar como adubação mineral é a cinza. As cinzas possuem os minerais da memória do solo. As cinzas são árvores e as árvores são solos e o solo é mineral. A alma do solo é a cinza. As árvores são sobreviventes do espírito, do corpo. Portanto, devemos utilizar as cinzas com fontes de minerais. São os “sulfatos” dos campesinos/as. Sabemos que todas as plantas, assim como todos os corpos animais (já que estes são construídos a partir de substâncias vegetais) depois da combustão, deixam cinzas que sempre consistem nas mesmas substâncias, mesmo quando as proporções variam segundo os diferentes tipos de plantas. Sempre encontramos nas cinzas: potássio e silício (em maiores proporções), sódio, cálcio, magnésio, manganês e ferro, em cominação com ácidos carbônicos, fosfóricos, sulfúrico, clorídricos, fluorídricos e silício. Daí sabemos da origem do solo a partir de rochas primárias desintegradas que sob a influência do cosmos e suas cominações água, luz solar, atmosfera do calor e sedimentos minerais, se originam as plantas que nutrem os humanos e os animais. Quando irei usar cinza? - Em biofertilizantes fermentados de 3 a 4 kg por ‘bombona’ de 200 litros; - Em adubos fermentados tipo Bokashi e compostagem (regulação da acidez e aporte mineral); - Em pequenas quantidades nos resíduos para verme-compostagem (criação de minhocas); - É composição da receita caseira de sal mineral para a suplementação de bovinos: • 68 kg de cinza • 100 kg de sal grosso do mar • 30 kg de pó de osso calcinado. Um animal adulto consome, aproximadamente, 1g de sal por cada 4 kg de peso vivo (PV). Um animal de 500 kg PV = 125 a 100 g de sal /dia. Lembrar que o consumo médio de biomassa pelos animais varia entre 8 a 12% de seu PV e de matéria seca 3% PV, portanto, de acordo com o histórico das pastagens brasileiras com alto índice de degradação, o que não satisfaz as necessidades dos animais em minerais, deve o produtor ter alternativas para suplementar. _Calda de Cinza Uso da calda de cinza na agricultura é comum em muitas propriedades Latinas. Utilizada como fitoprotetor, aumenta a proteção das folhas da planta evitando o ataque de pulgões e mosca branca e outras enfermidades. Mas o melhor uso desta calda o que se tem investigado por campesinos é a amortização dos danos do elemento nitrogênio. Basicamente a calda é uma reação química entre a cinza (Si + K) + sabão (hidróxido de potássio) e calor.
  • 8. Ingredientes: Em um recipiente metálico, ferver 100 litros de água e acrescentar a cinza e na sequência o sabão. Sempre mexendo! Por 15 minutos. (O potássio do sabão interfere diretamente na insolubilidade do Si existente na cinza, deixando o disponível para nutrir a planta). Utilização: 5 a 7 litros da calda em 100 litros de água. Uso de forma imediata! Fabricou, aplicou... “Água de vidro” Água de vidro é silicato de potássio. Se faz com 4 partes iguais em peso de Cinza de fogão bem limpa e peneirada e 1 parte do mesmo peso de cal apagada (hidróxido de cálcio, cal de construção). Misturar bem a seco até ficar bem homogênea. Colocar em um recipiente e aplicar 10 partes em volume de água quente. Essa ação vai solubilizar a cinza muito rapidamente. Deixar esfriar e depois, adicione 90 partes em volume a mais de água fria. A solução fica translúcida. Pronto!!! Isto é água de vidro. O melhor nutriente de plantas; enrijece e endurece as plantas, aumentando a epiderme contra fungos, bactérias e pragas de folha. Faz a planta resistir a geada, também a seca, pois diminui a sua evapotranspiração. Aplicação: pode ser aplicada em qualquer cultivo; mas somente na proporção de 250 ml para cada 20 litros de água do pulverizador. As verduras ficam mais crocantes. Se aplicar muito ficam quebradiças, portanto, para cada clico do vegetal realizar uma única aplicação. Lembrar: - Armazenar em potes de vidro; nunca em garrafas de plástico; - Silício é o principal responsável para evitar a osteoporose. “Na agricultura orgânica se regenera energia e aprisiona carbono, enquanto na ‘agricultura’ química de base industrial, libera carbono e o gasto de energia é alto. ” “O Bombeiro/a agroecológico/a não é governo, não é burocracia, não é comissário de partido. É o vetor catalítico, em que todos/as se “auto~educam”; nada mais que um trabalhador de classe, a dignificar a família camponesa no território, na questão agrária e modelo tecnológico, que na disputa de discurso recebe o nome de agroecologia, sem no entanto, ignorar o substantivo feminino agricultura. Restaurar a autoestima ou orgulho ultrassocial, sem que seu voto ou escolha em eleições seja condicionada ou cabresteada, pois governo não é poder, menos ainda autonomia ou soberania. Uma frase do movimento zapatista ensina e inspira: mudar o mundo sem precisar tomar o poder. A reconstrução do Biopoder Camponês (Território, Questão Agrária e Modelo Agrícola (Tecnologias) não deve ter em tecnologia o eixo principal (agrônomos, veterinários, florestais, zootécnicos etc.), mas deve estar nos professores primários e secundários; e na educação, que deve voltar a ensinar pelos jovens aos mais velhos, como no passado, e não pode ser identificada em seu fascínio pela tecnologia, mas pela irmandade, pela comunidade e por sua estética e espiritualidade.” “Insetos não são inimigos. São bioindicadores do estado de harmonia nutricional de uma planta”. 1Princípio Universal da Trofobiose Francis Chaboussou A evolução do universo macrocósmico ocorreu devido à conquista dos minerais da terra pela vida. “Do pó viestes e ao pó retornarás”; “ou somos rochas moídas em constante transformação e de rochas moídas transformadas voltaremos a ser”, no final das contas “a vida é um mineral animado” V. Vernadsky. “Quanto mais estudam e aprendem os cientistas, tanto mais se convencem do surpreendente e aterrorizador que é a complexidade da natureza da terra e seus mistérios. Descobrem que o todo é um mundo pleno de ilimitados e inescrutáveis enigmas. A quantidade de matéria investigada que se encontra escondida em um simples grão de terra, em uma simples partícula, perturba o pensamento e atordoa a mente” Lynn Margulis. Trofo = comida; Biose = a existência de vida. Trofobiose significa a existência de vida a partir da alimentação. Nos diversos livros de bioquímicas e fisiologia, mesmo não se encontrando ou citada a palavra trofobiose, há nítida a existência de seus princípios. Francis Chaboussou, biólogo, estudou os ingredientes ativos dos agrotóxicos e seus efeitos iatrogênicos. Não discutiu as conhecidas implicações do veneno. Foi além do efeito imediato (o de matar) para qual o veneno estava sendo conduzido. Dialogou com os efeitos iatrogênicos! Latrogenia, significa o estudo dos efeitos colaterais e ou secundários ao usar os venenos ou medicamentos. Chaboussou estudou os impactos iatrogênicos e, estudar isso, é se aprofundar em algo básico, a bioquímica das plantas. Significa entender todas as reações químicas, fisiológicas e farmacológicas dentro de uma planta. São as reações contra um xenobióticos (Xeno, do grego, significa estranho para a vida. Os produtos sintéticos são estranhos a vida, e os xenobióticos são substâncias que não tem nada a ver com a vida. São síntese química e, portanto, causam impactos! Fica mais claro quando se estuda o CÂNCER. Todos os tratamentos de câncer eficazes, baseiam-se atualmente em ativação enzimática, vitaminas e minerais. O câncer é uma FOME e uma perda da memória celular devido a deficiência mineral. São células sem cérebro. É a perda da razão celular em um organismo vivo. As células têm um sentido em Ser... Quando uma célula tem uma deficiência de minerais, aumenta a reprodução a fim de recuperar o equilíbrio e a harmonia nutricional. Se acalmamos a fome e a sede de minerais das células, em seguida, o comportamento celular começa a mudar. (Atente-se para o consumo do Leite da terra, suco verde) As células aumentam a sua reprodução somente para tentar encontrar os minerais que ela não consegue encontrar. Há um caos promovido pelas deficiências minerais. O câncer é a ausência de harmonia mineral, de vitaminas e de enzimas. Isso significa que os minerais que compõe os alimentos estão ausentes; em seguida, a memória de sobrevivência da célula aparece. As células têm memória, são as descendentes da evolução microbiológica. Surgem das cianobactérias que está em função da vida anaeróbica. “Para mim a morte é um processo de transição. Um processo de transformação. É por isso que tenho fé cega na continuação do processo. A vida não termina em mim mesmo. Quando uma pessoa morre, ela está abrindo espaço para uma nova vida. É uma continuação. Precisamos aceitar este processo. Os humanos a chamam de sofrimento quando não se aceita esse processo de vida. Sofrimento existe porque não aceitamos essa dinâmica. É por isso que na natureza não existe hospitais. O único ser que resiste em morrer é o ser humano. Os animais superam a dor em função da transcendência. ” O argumento central de Francisco para a teoria da trofobiose, diz: “o maior ou menor ataque do inseto (‘praga’) a uma planta depende do equilíbrio nutricional desta planta. Antes de qualquer patologia se manifestar em uma planta vem antes o desequilíbrio nutricional”. Já não é teoria ou hipótese e sim um princípio da Trofobiose. É inerente a vida. Estes princípios são universais e incontestáveis. Proteólise e Proteosíntese Uma proteína é composta por uma sequência de aminoácidos. Para conseguir quebrar a corrente (de proteínas) é preciso aplicar energia, o trabalho físico. Cada trabalho executado exige energia. A união dos elos proteicos é feita pelas enzimas. Estas enzimas requerem a presença de elementos minerais. As enzimas só funcionam se os minerais estiverem presentes, pois são ativadores enzimático. Os minerais são ambos componentes e ativadores de enzimas. (A enzima pode estar presente, mas sem o ativador, não irá funcionar. Se alguns minerais não estiverem presentes, algumas enzimas também não poderão existir. É fundamental a presença de alguns elementos minerais essenciais para a formação enzimática. Por exemplo, os minerais Cobre ou Ferro. Existem enzimas que somente se forma com a presença do Ferro; sem este mineral disponível no metabolismo do organismo não há a formação da enzima). Calda mineral Silicosulfocálcica Ingredientes: - 20kg de enxofre - 5kg de cal apagada (óxido de cálcio) ou cal de construção - 5kg de cinza vegetal - 2 a 4 kg de sabão ralado - 100 Litros de água. Esta calda (calda de cinza) pode ser mesclada com a calda sulfocálcica no momento de preparo, de acordo com a necessidade (CONTROLA O ATAQUE DE INSETOS RASPADORES E MASTIGADORES FOLIARES). Mescla-se todos os ingredientes juntos. ‘A diferença desta calda com a da sulfocálcica é a ação protetora e o fortalecimento de toda a área da lâmina foliar dos cultivos. ’ Bioprotetora e aumento da fotossíntese... - 100 Litros de água; - 2 a 4kg de sabão em barra ralado; - 20kg de cinza de fogão.
  • 9. Existem também as enzimas auxiliares (ajudantes) chamadas de coenzimas que também tem componentes minerais e trabalham com as vitaminas. No final temos a síntese de proteínas com os componentes de enzimas e ativadores (ativadores enzimáticos), ácidos orgânicos, vitaminas e coenzimas, e os elementos básicos das proteínas que são os aminoácidos; e para que tudo isso aconteça, para que se realize todo esse trabalho de Proteosíntese, há a necessidade de energia; está energia chama-se açúcar! Digestão da proteína: uma proteína é composta por uma sequência de 7 aminoácidos. A digestão divide em 7 aminoácidos livres. A fragmentação ou digestão, quebra da proteína, ou algo como um movimento proteico que se denominou PROTEÓLISE, (Proteo = proteína; ólise = quebra, separar...), para a produção da proteína humana. Automaticamente as proteínas humanas possuem uma composição diferente. No interior do corpo humano, os aminoácidos da proteína digerida irão se organizar para formar a carne humana, e assim se tem a PROTEOSÍNTESE. (Proteo = proteína; síntese = juntar.) “Se não existisse a decomposição por fungos e bactérias, a vida não existiria. O que está acima do solo é a macroinformação da microbiologia. Todo o ‘macro’ é sustentado pelo ‘micro’. O que está acima do solo é como um retrato do trabalho comunitário realizado pelo mundo micro. Um trabalho realizado em silêncio, porém transformador; maravilhoso e desconhecido. Um mundo capaz de formar e desformar a vida (armar e desarmar). É por causa da Geodiversidade que existe a Biodiversidade. Não existiria a manifestação da biodiversidade se não existir a geodiversidade. ” “Primeiro vem os minerais, e em seguida, a evolução desses minerais. É a complexidade mineral que permite a biodiversidade. Quanto maior for a simplificação mineral, maior será a simplificação da vida. Quanto maior a evolução dos minerais, maior será a manifestação biológica. ” “Entropia é a biodiversidade, a manifestação de diferentes tipos de energia. Portanto, quanto mais entropia há na vida, melhor. Quanto mais entropia há numa cultura vegetal, melhor. Uma floresta é altamente entrópica, onde todas as manifestações de energia são possíveis. A biodiversidade torna possível a evolução. Sem diversificação energética não há evolução e sim se manifesta a involução. Simplificar a energia significa voltar atrás. Diversificar energia significa seguir em frente. Na agricultura orgânica este movimento é um contínuo infinito... está é a harmonia da vida entre as relações que há entre a lise e a síntese. É constante o construir e desconstruir. “ “O que se forma lentamente, lentamente se decompõe. O que rapidamente surge, rapidamente se decompõe. O tempo que leva para uma árvore crescer é o tempo que leva para ela se decompor totalmente; tempo em que se degrada seus componentes. Essa é a dinâmica da vida. “ Alguns insetos possuem mais de 97% de seus corpos constituídos a partir de proteínas. Os insetos são excelentes seres PROTEOLÍTICOS. Mais de 90% de todos os insetos não se alimenta de plantas (vegetais). Dos poucos que fazem isso, não comem plantas durante toda a sua fase de desenvolvimento. Para combater os insetos precisamos saber o que eles comem. O que procuram para se alimentar e prosseguir seu ciclo de vida. Se os insetos são ‘monstros’ proteolíticos, então eles se alimentam de aminoácidos e açúcares livres. A melhor armadilha para um inseto é baseada na sua nutrição. Insetos são excelentes seres biosintetizadores de proteínas. Portanto, os insetos estão sempre à procura de plantas que oferecem em abundância aminoácidos e açúcares livre. Os vegetais fazem tanto a biossíntese de proteínas como também a proteólise. Entretanto, o maior ou menor ataque de um inseto numa planta, depende das relações de equilíbrio entre síntese e a lise em seu metabolismo. Quanto mais rápido é o ciclo de construção e desmontagem em uma planta, menos chances terá o inseto. Na agricultura orgânica estimulamos o estado de síntese sobre o estado de lise. Temos que ter certeza de que a planta cresça rapidamente. E quando sei que uma planta faz isso? Isso acontece quando ela tem disponível todas as peças necessárias (teoria 3M). É por isso que a matéria orgânica é um estimulante da síntese de proteínas. Se existe um desequilíbrio nutricional haverá o predomínio da lise. Talvez esteja faltando na planta um componente enzimático. São as enzimas e as coenzimas que fazem todo o trabalho; mas, se os minerais não estão presentes predomina o estado de lise, e o inseto aparece. “Quanto mais diversificada as ferramentas nutricionais orgânicas (adubo ‘bokashi’, biofertilizantes, matéria orgânica diversificada etc.) disponível para uma cultura vegetal, melhor! Sendo assim, mais oportunidade ela terá de se desenvolver, construir-se rapidamente. A matéria orgânica é como uma caixa de ferramenta para um mecânico. Quanto mais diversificada são as ferramentas, mais rápido ele irá desmontar e montar o carro. O potássio (K) regula a velocidade da síntese de proteínas. Outro elemento que é fundamental para a harmonia da energia livre é o silício (Si). Quanto menos Si, mais vulnerável a planta é para o ataque de insetos. As plantas necessitam de um permanente fornecimento nutricional, de modo que, possam ter o seu mecanismo de defesa. Portanto, o mecanismo de defesa de uma planta é a nutrição. Os insetos não são nossos inimigos. São bioindicadores da harmonia nutricional de uma planta. Inseto são personagens do paraíso para anunciar que algo está errado com as plantas. São mensageiros que vem do céu (Hindu), para nos sensibilizar que o modo como estamos interagindo com a natureza ou manejando nossa produção de alimentos, ainda está errado. Graças a ele sabemos que a nutrição não está funcionando. “Se nas raízes estão bloqueados, não há comida! E uma agricultura química, veneno e mais venenos, e no topo um Eng. Agrônomo nisso, portanto, não há alimento algum. Então, os pontos de crescimentos foram devorados e, existe algumas folhas no centro que estão em síntese, de modo que a planta se dissolve e ativa a sua decomposição para que possa enviar as pontas de crescimento afim de fortalecer sua defesa. As plantas decompõem suas folhas como um mecanismo de sobrevivência; são as únicas reservas disponíveis. Imediatamente algo acontece na parte inferior da planta: é atacada por fungos. Folhas amarelecidas são sempre atacadas por fungos. Uma folha que começa o amarelecimento está começando a se dissolver. Árvores não perdem folhas verdes! Quando uma folha começa a ficar amarela, ela está dissolvendo o que construiu. A planta sabe o que está fazendo: ‘- eu não posso perder esses nutrientes, tenho que os redistribuí-los! ”. É por isso que uma folha fica amarela, porque a planta está reabsorvendo a nutrição da folha. Amarelo significa lise (quebra). Para que uma folha se desprende da planta, ela tem que passar por um processo de lise. Quem surge ao passar o processo de lise para consumir a celulose – a energia do carbono? Os FUNGOS! É perfeita a natureza... “ A construção e desmontagem está tanto acima como também abaixo do solo. O pacote químico e mafioso da Revolução Verde Entendemos o que é a harmonia (estado) entre a lise e a síntese que permite o equilíbrio nutricional harmônico em uma planta. Então, surge 4 elementos que quebram essa harmonia e faz com que se rompa bruscamente o processo. São elementos externos a planta e a Natureza: 1º AGROTÓXICOS (Venenos) – Venenos matam! Foram feitos para matar. Não há nenhuma discussão quanto a isso. Quando um pesticida mata um inseto, o questionamento lógico que deveríamos fazer, mas que nunca fazemos é: O que acontece com o veneno? Ele volta para a embalagem novamente depois de matar o inseto? Nunca é discutida está questão devido à ignorância. Dizemos sempre: vamos seguir os caminhos do veneno depois da planta. Uma das primeiras ações que o veneno precisa realizar (ao aplicá- lo, um dos primeiros impactos!) é romper, quebrar a barreira física da planta, o que denominamos de SOLUBILIDADE e PERMEABILIDADE. O primeiro impacto do veneno em uma planta é a intenção de que ele seja absorvido. Esse elemento para ser assimilado tem que tirar da planta sua proteção de cera. (CEROSIDADE) Pesticidas contém solventes que lavam e quebram a impermeabilidade e tensão da superfície que muitas plantas possuem. ‘- despeje algo, um líquido, em uma folha, veremos como irá escorrer. ‘ O veneno penetra porque dissolveu a cera protetora da planta. Assim, dizem: ‘- o veneno queimou a planta! Não, ele a desidratou. ’ O veneno aumenta, automaticamente a desidratação depois de lavar. É como se retirasse a pele da planta sob o sol forte. Portanto, o veneno não retorna ao frasco, ele continua sobre a planta. Vijamos sobre os caminhos da bioquímica... O veneno permanece. Cumpre sua função principal, mata o inseto. Continuamos agora com a bioquímica. A química da Vida. É uma reação! Os pesticidas possuem uma química e a planta possui uma bioquímica. Uma química da vida! Os pesticidas não é uma bioquímica é sintético – química de síntese e, por isso, se opõe a química da vida. O que acontece entre um composto sintético e a bioquímica da planta? Nos venenos organofosforados possui compostos derivados do ácido fosfórico; existe o DIÉSTER FOSFÓRICO que aumenta os níveis de energia livre em uma planta. A planta tem de oxidar a energia para viver durante a noite (Ação das mitocôndrias). É por isso que a planta pega o oxigênio durante a noite. A mitocôndria pega o oxigênio e queima o combustível que o cloroplasto acumulou durante o dia. De dia acontece o contrário, há a acumulação de energia com emissão de oxigênio; a noite é o oposto, a planta usa o oxigênio para queimar energia. Portanto, quando há fosforilação oxidativa a concentração de energia livre aumenta. Quem aparece? Os insetos. É por isso que os agricultores dizem que antes não se aplicava venenos e agora, se aplica a cada 15 dias; já está em, a cada 8 dias e assim um dia sim outro não... Para cada aplicação de pesticidas, temos novas concentrações de energia. Estamos matando o inseto que estava atacando a planta, mas o efeito iatrogênico incrementa o teor de energia, e por isso, novas populações
  • 10. de insetos chegaram. É por isso que não acreditamos na historinha de resistência da praga aos pesticidas. Seguimos... Estudando o metabolismo do inseto que é mais profundo, com a energia disponível. Muitas pessoas dizem: ‘não eles desenvolveram uma resistência’. Neste ponto, nas universidades e fora dela, todos/as os/as técnicos/as pensam sobre a RESISTÊNCIA. A indústria adora isso! Porque os técnicos estão distraídos, desatentos... A indústria os leva a pesquisar ali quando a resposta está acolá, ou na Trofobiose. Os estudantes de agronomia lembram de ter estudado o metabolismo dos insetos? A sua digestão? Se começamos a estudar a digestão de um inseto iremos ligar os pontos. De onde vem essa grande ou aumento da população de insetos? 2º Ureia – nitrogênio. As plantas oferecem muita energia para os insetos e o segundo fator é a adubação nitrogenada. O fertilizante nitrogenado decompõe-se em aminoácidos. Fertilizantes nitrogenados é igual a aminoácidos livres. Então o inseto, possui uma perfeita dieta: venenos e nitrogênio. Basta entender o porquê dos venenos fosforados e a adubação nitrogenada são inseparáveis na agricultura química (militar). Quem vende pesticida, também vende os fertilizantes nitrogenado. Portanto, os fertilizantes nitrogenados aumentam a concentração de aminoácidos livres. Dieta perfeita aos insetos: fósforo, energia livre acumulada; e, aminoácidos. Presentes ambos os componentes, a indústria oferece aos insetos o pão que é realmente doce e dividido em pequenos pedaços. Quando se tem aminos livres e açúcares, ao chegar os insetos, os matamos, mas novas populações aparecerão. De onde é que as novas gerações aparecem? Das modificações do metabolismo digestivo dos insetos... A presença de amino livre e energia em uma planta, altera sete comportamentos dos insetos que é inerente a natureza. - Aumento da fertilidade, quanto mais amino e energia livre maior serão as modificações neste comportamento; - Modificam a fertilidade; - Aumento da fecundidade; - Aumento da longevidade – aumenta os números de postura; - Encurta os ciclos de reprodução, por exemplo, se levava 15 dias para se reproduzirem, agora leva 10 dias. - Maior número de indivíduos por posturas e; - Maior a relação de fêmeas por número de machos. *No caso dos pulgões (um Afídeo), quando há muita comida, eles possuem dois tipos de mecanismo para se reproduzirem: partenogênese e oviposição. – Um inseto ao mesmo tempo, reproduzindo de duas formas diferentes! Altamente eficientes, pois miram na disponibilidade de alimentos. Quanto mais rápido se reproduzem melhor o aproveitamento do alimento disponível. A oportunidade de sobrevivência dos insetos no ambiente estão está em função da disponibilidade de aminoácidos e açúcares livres. 3º N P K – fertilizantes do barão von Liebig: causam a limitação da nutrição. O mínimo de minerais exigidos por uma planta é de 32 elementos. 4º A proporcionalidade entre os três elementos N P K: de onde sai a proporção dos elementos nitrogênio, fósforo e potássio? (De onde vem as receitas 15 – 15 - 15 / 10 – 20 – 15 / etc.?) Por que será que a universidade não diz de onde saem esses números? Quem está omitindo? Corrupto não é somente quem Governa politicamente roubando, licitando esquemas; corrupto é quem também esconde o conhecimento. Por exemplo: N – P – K (15-15-15), essas proporções obedecem a máxima eficiência da matéria prima que a indústria produz. Todos estes números são múltiplos da matéria prima que os origina para procede as vendas e ter a máxima ganância: máximo lucro US$! Se em uma mina de rocha fosfórica, Apatita, que a mineradora está explorando, encontrar uma proporção de 30% de hidróxido de fósforo, todas as formulações tomaram como base os parâmetros 5 e 10. Todas as formulações químicas são múltiplas da matéria prima que as origina. Por isso, na América Latina e no mundo possuí 5 formulações; sem considerar a textura e a estrutura do solo. Os fungos possuem pouca capacidade de armazenamento energético. Não temos que combater os fungos e sim, ficar atentos (observação camponesa da natureza) para que as plantas não tenham muita oferta de energia e, constantemente estimular a síntese proteica. Quando uma planta é atacada? Quando predomina a lise sobre a síntese. Quando não é atacada? Quando predomina a síntese sobre a lise. O uso das CINZAS estimula o efeito de redução dos açúcares disponíveis na planta. Aumenta o processo de síntese e reduz a disponibilidade de aminoácidos livres. Potássio e Silício são dois minerais fantásticos! E, quanto mais matéria orgânica diversificada automaticamente maior é a construção do solo. É importante buscar rochas paramagnéticas! E diamagnéticas! (Pesquisar e estudar o que são...). É assunto básico no estudo dos minerais. Há rochas vendidas na Europa com o custo de 450 euros ou US$ 600,00 o quilo. Quanto mais origem vulcânica são as rochas, maior ordem de assimilação existe; maior a capacidade de retenção de água. A energia de uma árvore possui 200 anos de assimilação do sol. A energia de um alimento orgânico é diferente! É outra coisa... – há coisas que não se cria em laboratórios, nem são maquiados com sabores artificiais. O que faz os estudos da física quântica e a teoria dos buracos negros... A energia vai para algum lugar! A energia é constante, não se perde. É um estado de evolução. Quanto mais evoluímos, maior a necessidade de minerais diversos necessitamos. Quanto menos evoluímos menos minerais necessitamos. Portanto, o domínio da sociedade vai do controle da diversificação de energia e da disponibilidade da diversificação de minerais. Quanto menos minerais, mais dominados. Atualmente, o domínio do estômago está em função da simplificação dos minerais nos alimentos. Quanto mais diversificados são os minerais, maior é a evolução e consciência da Noosfera (cérebro do Planeta Terra). Portanto, nos encontramos em um processo de dominação em função da escassez da água e da desmineralização dos alimentos. Se somente existe alimentos desmineralizados não podemos completar ou ter um bom funcionamento celular. A saúde depende de todo o processo ocorrido no estômago e dos minerais disponíveis. Por isso que, temos que praticar uma agricultura de remineralização dos solos. Quanto mais simplificamos a mineralização, mais retornamos a ser simplificados: é a INVOLUÇÃO. A evolução se dá, graças a conquista da diversidade mineral pela vida. Aqui está a importância de entender a NOOFERA, a ecologia profunda. “Sublata causa tolitur effectus” – Hipócrates, pai de Medicina. (“Eliminada a causa cessa os efeitos”) 1Este texto foi baseado em uma palestra do Eng. Agrônomo Jairo Restrepo Rivera sobre o tema Trofobiose (youtube). Editado, ampliado e compreendido pelo Eng. Agrônomo Oliver Naves Blanco em especial para esta edição do curso Território Caipira: Saúde no Solo. "Quando o ser humano se der conta do débil e insignificante que é frente à dimensão gigantesca que representa a vida na terra de um bosque, mais além da razão então estará dando um passo qualitativo no entendimento, a partir da observação, que a vida é um ato divinamente místico e indivisível, o qual devemos contemplar despojados de toda arrogância, necessidade e justificação acadêmica." - Jairo Restrepo, 2013. “Cientistas do mundo dobrai-vos diante da poesia! Que adianta inteligência sem sensibilidade? Crianças morrem de fome neste planeta maravilhoso; enquanto isso vocês produzem a morte, trabalhando para os sacerdotes da morte. Toda ciência do mundo é inútil, toda tecnologia é desprezível, enquanto existir no planeta uma criança chorando de fome. Os poetas, os que não fazem pactos com a indústria nem com o Estado, vociferam: não há brilho nos olhos dos que não usam o coração; sem o coração constroem-se apenas misérias. ” PREPARO DO INÓCULO PARA BIOFERTILIZANTE DE ESTERCO 1 Litro de água + 1 Litro de esterco fresco + 0,5 Litro de leite cru ou pasteurizado + 0,250 Litro (um copo) de suco de frutas e/ou hortaliças (laranja, mamão, Melancia, nabo, cenoura, repolho etc.) + 0,125 Litros (meio copo) de melaço, açúcar ou mel + 0,075 Litros (um quarto de copo) de Sulfato de Amônio + 1 colher de chá de fosfato natural (ou fosfito) + 1 colher de chá de cinzas de fogão + 1 colher de sopa de pó de rocha (basalto, granito, etc.) ou “MB-4”. Misturar tudo, colocar em um balde. Cobrir com um pano para evitar a entrada de insetos e tampar com plástico negro e deixar ao sol por 72 horas, está pronto o inóculo. Usar 1 litro para a fabricação de 200 litros de biofertilizantes. O restante pode ser guardado adicionando bastante melaço, para paralisar a fermentação ou em “freezer”. É recomendável, sempre deixar o frasco sem lavar quando for fazer um novo inóculo, para servir de “pé de cuba” ou “starter”. Fonte: Livro “MB-4”: Agricultura Sustentável, Trofobiose e Biofertilizantes – Sebastião Pinheiro e Solon Barrozo Barreto
  • 11. Sumário de comparações entre a Agricultura em dois hemisférios terrestres diferentes É interessante comparar o que acontece nos dois hemisférios terrestres. Na Eurásia-América do Norte, o CLIMA SOLAR é TEMPERADO (ZTEM); na América Latina – Oceania o CLIMA SOLAR é TÓRRIDO (ZTOR). A agricultura evoluiu, desde os seus primórdios, nos dois hemisférios, nas áreas temperadas e nas áreas tropicais, tórridas. Todavia, a chamada “agricultura moderna”, pretensamente “científica” imposta conforme os interesses de grupos mesquinhos é uma agricultura de Clima Solar Temperado (ZTEM), levada para Zonas de Clima Solar Tórrido (ZTOR). E surgiram as aberrações. Na região de origem (da ‘agricultura moderna’) o agricultor usava – pois necessitava usar – determinadas “técnicas” para aumentar a quantidade de calor no solo; porque este calor era escasso após o inverno, e a primavera era fria e suave. A camada superficial do solo, mais aquecida, por estar diretamente sob a radiação solar, ao ser feita a inversão, trazendo a camada mais profunda, mais fria, para a superfície e levando o calor da superfície para o solo mais fundo, há um aumento da quantidade de calor e um incremento da velocidade das reações nos organismos vivos e reações químicas necessárias, como a oxidação. Esta prática é milenarmente conhecida como ARAÇÃO e foi trazida para a zona de clima solar tórrido ZTOR erroneamente. E assim é feito até hoje. Na agricultura brasileira, o solo jamais deveria ser aquecido ou nele criar condições de oxidação ou aceleração de reações químicas e bioquímicas. Deveria, isto sim, ser feito o contrário (manejos Agroflorestais): esfriá-lo, criar condições de redução, retardar ou diminuir as reações químicas e bioquímicas, uma vez que as temperaturas medidas em nossos solos acusam leituras de até 70ºC!!! Isto quando se sabe que as proteínas começam a se coagular a 65ºC. Clima Solar ZTOR Clima Solar ZTEM Formação de biomassa: Altíssima Formação de biomassa: Pequena Deposição de biomassa: Pequena (oxidação) Deposição de biomassa: Grande Acúmulo de M.O.: Nulo Acúmulo de M.O.: Total Decomposição da M.O.: fulminante rápida Decomposição da M.O.: é lenta Solos: são ácidos, apesar de formação de rochas ultrabásicas Solos: rochas mãe básicas, Calcáreas Argilas: baixa CTC (capacidade de troca catiônica) Argilas: alta CTC Solos profundos, paupérrimos em minerais Solos rasos, ricos em minerais Apesar da grande formação de biomassa, sem acúmulo, produz substâncias não-húmicas, facilmente oxidável Produção de substâncias Húmicas de alta estabilidade Genética do solo: há erosão hídrica, desestruturação e compactação do solo Genética do solo: Não há erosão hídrica, desestruturação e compactação dos solos Agricultura de cultivos compostos, DIVERSIFICADOS Agricultura de cultivos simples ou combinados (especializada) Paisagem Exuberante Paisagem Monótona Agricultura baseada na dinâmica do Solo e da vida Agricultura baseada na dinâmica do Sol Do ponto de vista da agricultura, para se produzir uma planta na ZTEM ou na ZTOR, o equilíbrio termodinâmico é o mesmo. O que diferencia e, significativamente, é que, quando um FATOR é MENOR em uma delas, ele terá de ter uma velocidade tal, para cumprir a reação-processo. Por exemplo, há pouca deposição (efeito estático), porém, muito acúmulo (efeito dinâmico) de Matéria Orgânica nas áreas ZTEM. Em contrapartida, há muita deposição de M.O. (efeito dinâmico) e pouquíssimo acúmulo (efeito estático) de M.O. nas ZTOR. A relação dinâmico/estático é perfeitamente aplicável. É desta forma que deve ser equacionada a agricultura nos dois hemisférios terrestres. Cada um tem suas peculiaridades, sua própria identidade. É comum se afirmar nas escolas de agronomia, institutos de experimentação e pesquisa, oficiais e privados, que os solos da zona de clima solar tórrido são POBRES, da mesma forma que é inadequado dizer que os solos das ZTEM são ricos. Na verdade, os solos da ZTEM são ricos em bases trocáveis de forma estática, ao passo que os solos da ZTOR são ‘ricos’ de forma dinâmica das mesmas bases. Todas as práticas brasileiras de agricultura devem levar em consideração estas características; ou entrarão em conflito termodinâmico com este solo, sua formação genética e equilíbrio, o que dá sustentabilidade às práticas locais. Por isso, o essencial é que o homem se situe no seu espaço geográfico plenamente e seja um agricultor culturalmente identificado com o seu ambiente e não um mero tratorista ou aplicador de insumos. Com estas colocações, fica mais fácil entender o porquê das críticas, denúncias e protestos quanto à recomendação de uso dos adubos solúveis na agricultura ZTOR, onde caem mais de 1 mil milímetros de chuvas por ano e o solo é profundo, embora não tenha capacidade de armazenamento, o que leva o grosso destes fertilizantes para a erosão e enxurradas, provocando nefastas consequências. Finalmente, critica-se o uso dos produtos e insumos de alta solubilidade ou reação espontânea, porque eles não entram no processo de cultivo para enriquecê-lo dinamicamente, mas para alterá-lo estaticamente e de modo brusco, um choque energético; perdendo-se algumas semanas depois, mas criando um vício e com danosas consequências. Fonte: livro - A Agricultura Ecológica e a Máfia dos Agrotóxicos no Brasil – Sebastião Pinheiro, Nasser Youssef Nasr e Dioclécio Luz – Rio de Janeiro, 1998. (Fundação Juquira Candirú) “Há muito tempo que falo de natureza e amor / das coisas mais simples / dos homens, de Deus / canto sempre a esperança / acredito no azul que envolve o planeta toda manhã Meu canto é sempre de luta / por um mundo de paz / cuidar das florestas e dos animais... Depende de mim, depende de nós / escuto um silêncio, ouço uma voz que vem de dentro / e enche de luz toda nossa tribo.... Somos todos índios. ” – Vinícius Cantuária Cromatografia de Pfeiffer Diagnóstico do estado de Saúde do solo Cromatografia, do grego croma que significa "cor" e grafein “escrever” é o termo coletivo para um conjunto de técnicas laboratoriais para a separação de misturas. Ela foi inventada pelo biólogo italiano (filho de imigrantes russos) M. S. Tswett em 1910 e tornou-se um segmento sofisticado na ciência desde então. A mistura é dissolvida num fluído denominado fase móvel, que o transporta através de uma estrutura que contém outro material denominado fase estacionária. Os vários constituintes da mistura viajam a velocidades diferentes, fazendo com que se separem. A separação é baseada na partição diferencial entre as fases móvel e estacionária. Diferenças sutis no coeficiente de partição de um composto resultam em retenção diferencial na fase estacionária e, portanto, alteram a separação. A cromatografia pode ser preparativa ou analítica. A finalidade da cromatografia preparativa é separar os componentes de uma mistura para uso mais avançado (e é assim uma forma de purificação). A cromatografia analítica é feita normalmente com quantidades menores de material e é para medir as proporções relativas de componentes numa mistura. Ehrenfried Pfeiffer a desenvolveu para determinar a dinâmica e vitalidade da Matéria Orgânica no Solo e em paralelo, também para os alimentos. Todo carbono ativado pelo Sol é incorporado à vida. Pode ser destruído pelo fogo e analisado nas cinzas ou transformado infinitamente no metabolismo dos seres vivos. Medir cada uma dessas etapas, produtos de transformação ou forma do Carbono só é possível pela cromatografia de Pfeiffer... O que é um Croma? É muito mais que uma análise bioquímica do solo. É um holograma (cada parte contém a informação do todo) dos efeitos do Sol nos ciclos biogeoquímicos metabolizados no Solo Vivo: ........Luz....Gravidade....Minerais....Água....Microcosmos.......Animais....... .....Noosfera......... Sua harmonia circular (auréola) indica a quantidade de Carbono no solo e a glória (fenômeno óptico) da integração à biodiversidade e Vida do Solo como em um caleidoscópio. Quanto maior a harmonia, maior e constante é a transformação e fluidez de energia, sem perdas neste solo analisado. No microcosmo do cromatograma vemos a luta entre fusão e a gravidade, onde a Vida (fusão) é a animação dos minerais, uma força contra a gravidade (como cunhado por V. Vernadsky): • Quanto mais simples e sem vida, as substâncias permanecem mais próximas ao centro gravitacional do cromatograma; (caso dos Metais/Minerais) • Quanto mais complexas e vitais as substâncias, mais próximas à superfície ou borda de fusão do cromatograma. O cromatograma é uma ‘análise de solo integral’, que permite o diagnóstico e acompanha seu tratamento de forma auto-interpretativa (pelo próprio agricultor/a).
  • 12. A análise mais precisa e segura nos seres vivos é a genômica (DNA); a cromatografia de Pfeiffer é mais sofisticada, pois além da identificação do DNA incorpora a proteômica (expressão das proteínas dos genes conforme o ambiente). De forma rápida, fácil e barata permite a leitura pelo próprio agricultor da situação de seu solo através do tempo-espaço da mesma forma que um pai acompanha o crescimento, desenvolvimento, estado de saúde física e mental do filho, com capacidade de intervenção, quando for necessário. O que se busca, então, em um cromatograma? Busca-se a leitura da vida, ou melhor, da ‘qualidade de vida do solo’ em determinado momento. Isto é facilmente visualizado em um cromatograma, através da harmonia de cores e desenho entre todos os diferentes componentes (mineral, orgânico, energético, eletromagnético) do solo. Assim é possível saber se um determinado mineral está em harmonia (foto acima, teoria dos 3M) com a matéria orgânica, pH, biodiversidade de microrganismos ou grau de oxidação/redução de enzimas, vitaminas e proteínas e como se pode alterar positivamente a situação encontrada para alcançar esta meta. Lembrar: que a análise vai depender do aprendizado empírico da natureza de quem o está realizando, o próprio agricultor e sua família... O cromatograma é uma tomografia do solo e planta, que permite saber: - Qual o manejo do conteúdo de água do solo; - Qual o manejo dos minerais; plantas adventícias e outras; Ou seja, permite o diagnóstico perfeito da saúde do solo e a avaliação da qualidade dos alimentos nele produzidos. Juquira Candiru Satyagraha Fonte: livro – Saúde no Solo (Biopoder Camponês) versus Agronegócio – Sebastião Pinheiro. Baixar cartilha Saúde do solo: http://fld.com.br/projetopampa/modules/blog/datafiles/FILE_1EAF04- 9AC0F7-5E3BD1-B9DF4A-B81FBD-67069B.pdf A Lua Desde tempos imemoriais a humanidade voltou os olhos para o céu para obter respostas às suas perguntas e soluções para seus problemas, ansiedades, desesperos e angústias cotidianas. A lua, pela sua proximidade enigmática para com a Terra, tem sido respeitada, interpretada, adorado, desconhecida, observada, mas nunca ignorada pelos povos antigos. Os Maias, os Astecas e os Incas mediam o tempo de acordo com os seus ciclos. Alguns povos a adoravam, outros povos a veneravam. Independentemente de suas interpretações, todos os povos dedicaram seu tempo a conhecê-la e interpretar sua influência em diferentes ciclos da vida. Na agricultura os conhecimentos milenares têm sido transferidos e convertidos em práticas cotidianas. (Oscar Castañeda) Maria Thun sobre “O ciclo Sideral da lua – Plantas cultivadas que não se tornam lenhosas vivem intimamente ligadas a esse ritmo, tanto em suas forças de crescimento quanto em sua habilidade de desenvolverem substâncias alimentícias em seus diversos órgãos, como raízes, folhas, flores, frutos e sementes. Longas observações revelaram que forças vindas das estrelas fixas além da órbita lunar atuam de diferentes modos sobre a Terra e solo adentro, e através disso têm também uma influência sobre a planta. Quando falamos de Zodíaco, nos referimos ao cinturão de constelações que forma o “pano de fundo” da eclíptica, isto é, do caminho do Sol como o percebemos no decurso das estações – e à frente do qual também os planetas se movem, cada um com seu próprio ritmo. As diferentes regiões do Zodíaco produzem condições favoráveis ao desenvolvimento deste ou daquela constelação – isto é, se a cultivação da terra, a semeadura e o plantio são feitos no período correspondente. Esses efeitos se diferenciam e distribuem da seguinte maneira: Lua em: - Touro, Virgem e Capricórnio – propicia o desenvolvimento das raízes; - Gêmeos, Libra e Aquário – formação de flores; - Câncer, Escorpião e Peixes – beneficia as regiões das folhas; - Leão, Sagitário e Aries – região dos frutos e sementes. Reconhecemos quatro tendências formativas que aparecem na sequência raiz, flor, folha, fruto/sementes, e que se repetem três vezes no decurso de 27 dias. O período pelo qual cada impulso atua varia de um dia e meio a quatro dias. A qualidade interna é individual para cada constelação; parece que aqui a Lua se torna um refletor da sempre cambiante qualidade do Solo através do curso do ano, fato que pode às vezes ser observado nas análises. ” (Por exemplo de Cromatografia de Pfeiffer) Baixar o Livro – La Luna, ‘o sol noturno nos trópicos e sua influência na agricultura’ – Jairo Restrepo Rivera, Fundação Juquira Candirú Brasil/Colômbia, 2005: http://media.wix.com/ugd/c42f76_3abf74eb07f13d520bc00858a6663957. pdf A AUTOPOIESE A parte biológica do nosso modelo tem origem nos trabalhos de Humberto Maturana e Francisco Varela (2001). Aplicando seus conhecimentos de biologia e neurociência, estes autores chilenos abrem uma perspectiva nova, que mescla antropologia, biologia, epistemologia, ética e sociologia. Na chamada “Teoria de Santiago”, eles fazem uma síntese entre duas questões aparentemente desconexas – a organização da vida e o fenômeno da percepção. Resumem a teoria em dois aforismos-chave: “todo fazer é um conhecer e todo conhecer é um fazer” e “tudo o que é dito é dito por alguém”. Formularam um novo conceito – a autopoiese (autocriação) –, afirmando de que “aquilo que caracteriza os seres vivos é sua organização autopoiética”. Ou seja, “[...] os seres vivos se caracterizam por – literalmente – produzirem de modo contínuo a si próprios” [...] (Maturana e Varela, 2001, p.52). Segundo esses autores, todo organismo, unicelular ou multicelular, possui uma organização interna. Mas, além disso, a dinâmica interna é ligada estruturalmente à fronteira do organismo e controla diretamente os fluxos de entrada e saída que passam por ela. Pode ser a membrana da célula individual ou, em casos mais complexos, uma epiderme. Por meio dessa fronteira, a unidade estabelece uma relação com seu exterior de dois modos: 1) com o meio “inerte” (pode ser com o mundo físico de solos, água etc.) ou 2) com outros componentes “vivos” do mesmo órgão numa relação “dialógica” (muitas vezes entre próximos). São esses inter-relacionamentos dinâmicos e recursivos que definem a “unidade autopoiética”; é um conjunto operando ajustes constantes e recorrentes entre unidade e meio. Assim funcionando, o conjunto ganha mais “plasticidade”, uma constante diferenciação do sistema e maior complexidade interna, o que permite adaptação ao meio (Berdague, 2004). Entretanto, apesar de resultar em uma plasticidade maior, a autopoiese não é uma relação em prol de algum “produto”. Não há uma seleção natural por competição, por exemplo, operando entre unidades concorrentes. O chamado “acoplamento estrutural” nada mais é que a composição de unidade e meio, constituindo a manutenção do organismo. A autopoiese é um processo contínuo e básico de “ser” e “fazer”. Fonte: AUTOPOIESE URBANA E RECUPERAÇÃO AMBIENTAL - James Jackson Griffith e Camila Berdague Fonte: Livro do participante e querido Manoel...
  • 13. Holarquia “Uma hierarquia em crescimento, é na verdade, uma holarquia, pois o Universo é composto de holarquias de hólons. Essas holarquias se entrelaçam e se encaixam umas nas outras”. A Holarquia é o nome que Arthur Koestler deu ao modo como o nosso Universo/Natureza se organiza. Cada elemento tem a sua responsabilidade e é insubstituível. Arthur Koestler chamou de holarquia, a coexistência de seres menores em totalidades maiores. Lynn Margulis e Dorion Sagan relatam que: “A vida, na Terra, não é uma hierarquia criada, mas uma holarquia emergente, surgida da combinação, da interação e da recombinação”. No interior das nossas células, existem, neste momento, antigas bactérias que usam oxigênio para gerar energia. Trata-se das mitocôndrias. Essas organelas citoplasmáticas de certo modo, são independentes do resto da célula, com capacidade própria de se replicarem, além de terem os DNAs diferentes do que encontramos no núcleo da célula eucarionte. Na prática, temos o DNA mitocondrial que nada mais é do que DNA de bactéria inserido no nosso. Sem esses invasores primordiais, nem sequer existiríamos. As mitocôndrias são, na verdade, bactérias que viraram parte de nossas células, ou melhor, viraram parte de todas as células eucarióticas dos reinos protistas ou protoctistas, fungos, plantas e animais. Acredita-se que as mitocôndrias e os cloroplastos sejam descendentes do que já foram um dia bactérias de vida livre. Ambas estão envoltas por duas membranas. É importante saber que os cloroplastos estão presentes nas células eucarióticas vegetais. Continua Lynn em seu livro ‘Microcosmos’: “As tarefas desempenhadas pelas bactérias equivalem a nada mais nada menos do que o condicionamento de todo o planeta. São elas que impedem que toda a matéria que já foi viva se transforme em pó. As bactérias nos transformam em alimento e energia para outros, mantêm os ciclos dos elementos orgânicos e inorgânicos da biosfera, purificam a água, fertilizam o solo e perpetuam a anomalia química que é a atmosfera terrestre, produzindo constantemente novas reservas de gases reativos. O especialista em atmosfera, britânico James Lovelock afirma que certos gases produzidos por micróbios atuam como um sistema de controle para estabilizar o ambiente vivo. O metano, por exemplo, pode agir como mecanismo regulador do oxigênio e ventilador da zona anaeróbica (sem oxigênio), enquanto a amônia – outro gás que reage fortemente com o oxigênio e, portanto, tem de ser reposto continuamente pelos micróbios – provavelmente desempenham um papel importante na determinação da alcalinidade dos lagos e dos oceanos. Um dos achamos gases de efeito estufa (como o dióxido de carbono), que deixa penetrar uma quantidade maior de radiação do que deixa sair, a amônia também pode ter sido importante na regulação do clima primitivo. [...] A lista é interminável. O meio ambiente está tão interligado com as bactérias, cuja influência é tão grande, que é literalmente impossível apontar o dedo e afirmar com certeza onde começa o reino inorgânico caracterizado por ausência de vida. ” Lynn Margulis – "A vida é uma união simbiótica e cooperativa que permite o triunfo aos que se associam" --------------------------------------------- 7. Campo Metagenômico/Metaproteômico Camponês SUGESTÕES TÉCNICAS PARA CIENTÍFICOS/AS DA AGROECOLOGIA 1 – NOS LABORTÓRIOS DE MICRORGANISMOS SUBSTITUIR AS SOLUÇÕES DE MICORRIZAS POR CULTIVOS SÓLIDOS COMO “PELO CHORIÇOS E BONECAS DE MICORRIZAS”, POIS ELES SÃO HIDROFÓBICAS; 2 – CONSTRUÇÃO DE “CAMPOS DE METAGENÔMICA CAMPESINA” E “CAMPOS DE DISBIOSES DO SOLO” ATRAVÉS DO “GLYPHOSATE” COM FINS PEDAGÓGICOS; Com um fio de nylon de 5,62 metros de largura, traçar um círculo sobre o solo em área elegida pelos agricultores em sua comunidade. Aplicar nesta área (equivalente a 100 metros quadrados, que multiplicado por 100 representa um Hectare): 30 kg de farinha de rocha (Basalto, Granito Rosa e outras); 30 kg de palha ou resto de cultura secos; 30 kg de composto (compostagem) ou Bocashi; 30 kg de resto de cultura fresca ou adubos verdes (leguminosas ou qualquer biomassa verde); 30 kg de esterco de bovino; 30 kg de munha de carvão. Esta área deve ser fotografada antes para registrar sua fitossociologia e na metade de cada estação climática do ano para a verificação das mudanças em evolução na mesma. Deve ser feito um Cromatograma em cada estação para avaliar a progressão na restauração da saúde do solo. Repor a cada ano 1/3 das quantidades durante 5 anos. Acadêmicos e estudantes poderão tomar amostras para avaliar a população de microrganismos. No “Campo de Disbiose do solo” os ingredientes acima são opcionais, mas a aplicação é obrigatória de 2 aplicações do Glyphosate na primavera e outono. Ambos os campos de estudos são acompanhados de fotografias tiradas de um mesmo ponto para comparar a evolução da fitossociologia de apoio a evolução da serule (fitossociologia microbiana) no solo. 3 – É muito importante ressaltar que a microbiologia está além do uso de micróbios para controlar pragas e enfermidades na agricultura, pois não estamos mudando o veneno químico pelo biológico, e sim, restaurando conhecimentos de harmonia e equilíbrio mais além da ideologia da destruição para restauração do equilíbrio. No “Campo de Metagenômica” se verifica a evolução do solo campesino/a e a saúde do solo (a serule e a fitossociologia) e desfaz a ideologia de morte na agronomia e desenvolve a visão da agroecologia mais além da sociologia dependente. 4 – Construir um atlas de cada Campo de Metagenômica Campesina e Disbiose com os Cromatogramas de Pfeiffer como padrão de controle de qualidade da saúde do solo e garantia de qualidade dos alimentos na região para os consumidores. Observação: Lembramos que o uso do herbicida Glifosato neste experimento é para fins pedagógico e reservado para acadêmicos, professores. Não vale apena contaminar o solo dos agricultores ou comunidade por 9 anos com este produto de guerra. Portanto, o Campo de Disbiose do Solo não precisa fazê-lo junto aos agricultores, pois o uso do veneno é generalizado e é fácil encontrar um fazendeiro veneneiro que o aplica, assim sendo, ambas as partes combinada, se defina uma área de 100 m2 da área maior de manejo convencional aplicado pelo proprietário para fazer o acompanhamento paralelo ao campo implantado na comunidade, propriedade rural ou cooperativa. Dica para equilibrar o Colesterol: 380 gramas de folhas de Nin (Azadirachta indica); colocar em uma garrafa encapada com plástico preto para ficar escura junto com álcool 70°C e deixar curtir por uma semana. Tomar 9 gotas 2 vezes ao dia equilibra o Colesterol de quem o tem alto...